Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Cícero Cavalcanti (In Memoriam) - Terceira Visão quinta, 09 de março de 2017

MANUAL DO FUTURO COMUNISTA
 

Se você está seriamente mal intencionado de fazer parte da grande arrancada vermelho-bolivariana, que hoje espalha merda por toda a América Latrina, preste muita atenção nestas pequenas lições. Elas podem torna-lo um verdadeiro herói nas fileiras marxistas, além de lhe render graúda “bufunfa”, que será repassada para as mãos limpas e honestas do partidão PT, a título de doação ou propina, como queira. E isto se o amigo ainda não se importar de, no futuro, ser chamado de patife, calhorda, quadrilheiro e ladrão. Nesse momento você vai poder alegar que não sabia de nada.

Siga-as corretamente e seja infeliz, com a infelicidade que você mesmo escolheu.

1 – Não seja viado. Comunistas odeiam viado. Os maiores heróis da história comunista, adoravam colocar baitolas no paredón só para ouvir os seus “uis”, com as mãozinhas viradas, após trespassá-los com uma bala de fuzil.

 

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2 – Se for viado…ops perdão homoafetivo, ou trans ou sapata ou seja lá o diabo que tu és, evite gestos e chiliques próprios da chibumgagem. Tenha muito cuidado com o palavreado. Um “bofe” dito no meio da pancadaria, para um policial saradaço, pode colocar sua vida em risco. E aqui vai um conselho pras chibumgas: não engrosse muito a voz e nem levante a mão direita com o punho fechado, tentando masculinizar-se. Deixe isso pros baitolas mais velhos tipo Genoino e Zé Dirceu.

3 – Limpe total e completamente qualquer conceito moral que ainda reste na sua cabeça seu calhor…ops cumpanhero, o comunismo permite tudo até pedofilia. Em outras palavras: comunista come criancinha, todo mundo sempre soube disso.

4 – Nem pense em educar um filho. Filho de comunista, também deve ser comunista, bandido, salafrário, neurótico e maconheiro. Pior : viciado em PT.

5 – Para ser um bom comunista, você precisa aprender a gostar de pão com mortadela barata e refri de tubaína ou pastel espírita ( desencarnado).

6 – Esqueça qualquer religião ou seita ou coisa que o valha. O comunismo latino americano tem sua própria santíssima trindade: Pai, Fidel, Filho Lula e Espírita Santa Dilmaligna Satanousseff.

7 – Nem pense em crescer no comunismo. Os 450 primeiros níveis salariais já estão preenchidos, inclusos aí a amante do Lula, punheteira do Zé Dirceu e boqueteiras de Deputados Federais, pagas com cartões corporativos. O máximo que você pode conseguir é ser estafeta dos correios para distribuir panfletos do partido.

8 – Decore com total dedicação todas as palavras do “Dicionário do militante” Palavras como Capitalista, Direita Reacionária, Fascista, Conservador, Burgues, Retrógrado, Militância, Proletariado e outros e outras e outras e cinco mil outras, precisam ser lembradas a todo instante. E mais: diga todas elas com cara feia, como se tivesse nojo.

9 – Esqueça o otimismo capitalista e troque-o pelo pessimismo proletário.

10 – Odeie a classe média com todas as forças. Declare guerra a ela. Mas não se esqueça que foi o Lula quem a criou no Brasil. Classe média poderosa com rendimentos entre 300 e 500 reaus.

11 – Não perca uma dessas imensas manifestações vermelhosas. Você precisa ser fotogrado no meio das 20 ou 30 pessoas que lotam a paulista.

12 – Se você pensa em se casar, procure uma mulher que não se importe com patifarias ou canalhices praticadas pelas ratazanas do partido e, pior ainda, tenha filhos que não ficam com vergonha ao ouvir seu pai ser chamado de ladrão, até porque também participam da safadeza. Mire-se no exemplo do grande guru e ensine-os a ameaçar atear fogo no País.

13 – Regra treze! Ecaaa! A pior delas. Treze de azar. Treze de patifarias de todas as espécies. Pois vamos lá: Acostume-se a ser roubado e perder todos os direitos até o de reclamar do roubo. Tudo será tirado em nome da revolução do proletariado! Falta de remédios? Falta de médicos e hospitais? Falta de segurança e gêneros alimentícios? A resposta é simples: comunismo. Tudo será do Estado para ser aplicado nas reais necessidades do País. Isto significa Iates, Triplex, salários altíssimos, sítios em Atibaias, fazendas com imensas criações de gado ( inclusive na Argentina), amantes em aviões da FAB e outras e outras necessidades prementes. Mire-se no exemplo de Fidel Castro. O grande sábio de Cuba.

14 – Seja criativo. Crie frases apelativas para as imensas manifestações comunistas que cabem em uma Kombi. Frases como: LULA É MEU AMIGO. MEXEU COM ELE MEXEU COMJIGO.

15 – Idolatre Che Guevara e seus milhares de assassinatos em nome da nobre causa socialista. Compre o kit completo e use constantemente à moda Jean Wyllys, o futuro primeiro mártir da revolução do proletariado.

16 – Eleve Fidel Castro ao nível de endeusamento e jamais discuta as lições que saem de suas santas palavras.

17 – Esqueça mordomias desnecessárias como emprego estável, salário, décimo terceiro e poupança. Trabalhe apenas para o engrandecimento do Estado e do comunismo. O salário jamais ultrapassará a cincoenta reais.

18 – Tenha sempre em mente os progressos alcançados por Cuba e pela Coreia do Norte. Com direitos a apagões de luz diários.

19 – Fume muita maconha, porque sem um cigarro ninguém aguenta esse rojão. Ajude as FARC a ter livre acesso ao tráfico no Brasil.

20 – E por penúltimo: compre uma boa vasilina, você vai precisar dela quando começar a tomar no olho do cu seu filho da puta.

21 – Por último: VÁ TOMAR NO OLHO DO SEU CU, FILHO DA PUTA.

AH!, já estava me esquecendo. Se os burgueses capitalistas sujos resolverem dar uma surra em você, vá reclamar para o Bispo. Bispo também é comunista.

Chupa essa canalha!


Cícero Cavalcanti (In Memoriam) - Terceira Visão quinta, 02 de março de 2017

ESTADO TERMINAL
 

Uma história de amor mal resolvida, com um arranjozin bem romântico!

Aviso aos navegantes de primeiras viagens: cuidado com os ventos do amor que começam doces e calmos, mas podem se transformar em tormentas e tempestades perigosas.

1 – 200.000 suicídios por ano no mundo.

2 – Perda de 30% da capacidade produtiva, mesmo em momentos de grande felicidade.

3 – Porta aberta para as dependências químicas, álcool ou drogas.

4 – Sociofobia

5 – Sentimento de posse ou ciúme. Risco de vida em potencial.

Cuidado. O amor é lindo, mas, por vezes, não é tão inócuo quanto se pensa.

 

 

 


Cícero Cavalcanti (In Memoriam) - Terceira Visão quinta, 23 de fevereiro de 2017

OS ELOGIÁVEIS MÉRITOS DE LULA

 

Pronto, cansei!

Cansei geral. Não aguento mais acordar todo dia na mais pura esperança de ver meu band leader (band de bandido e não de banda) ser elogiado pela mídia ou por quem quer seja, ómeno um tiquin assim ó, e nada. Nadica de nada. É todo mundo metendo o pau no coitado. Tanto pau, mas tanto pau, que o fiofa moral dele, tadin, já está todo desbeiçado, parecendo morróida de cu de baiano comedor de pimenta.

E xingamentos e impropérios de todos os naipes e estirpes e calados. De corno a punheteiro, de safardana a canalha, de feladaputa a vai tomar no cu. Tudo por conta de uns dinheiros que ele meteu as mãos com nove dedos, e enfiou no toba da famiage todinha. E dizem que não foi pouco não. E também dizem que não foi muito não. Dizem que foi imensamente bastantíssimo para caralho e coisa e tal. Mas e daí?

Fernando Henrique Caldoso, além de ter roubado mais, de acordo com pesquisa Datafolha, foi culpado disso. Foi ele quem deixou dinheiro sobrando nos cofres brasilis, exposto que nem bunda de piriguete dadeira. E além do mais, não se governa um País como o Brasil, apenas com constituição e justiça. É preciso bufunfa, grana e reaus para poder comprar desembargadores, deputados e senadores, eleitos safadamente neste brasilzin venal e patife.

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E pensas, por acaso, que um Deputado Federal é artigo barato? É não sinhô. É artigo de grife. É coisa cara cujo preço gira em torno de alguns milhões, durante todo o mandato.

E um honesto e probo justiceiro do Supremo Tribunal Federal, hein hein hein? Barato? Barato uma porra! Bastou o caba vestir aquele manto negro ( coisa mais feia aquela toga!) e o seu preço vai pras alturas. Com um juiz só, um mortal infeliz pode comprar dois hospitais e ainda sobra dinheiro pra uma belíssima temporada na praia do cumbuco, devidamente adoçado por morenas de altíssimos padrões gluteais, peitais e tudo o mais.

Pois hoje eu acabo com isso. Vou por os pingos nos tês e ipisilones. Eu vou cuidar de defender o maior líder deste País. Não de todo o País, é claro, qpenas da banda podre, formada pela vermelhança geral e irrestrita.

E começo elogiando a sua personalidade histriônica, porque é algo realmente elogiável. Para dar mais veracidade às suas pataquadas inverossímeis, o cretino se transforma todo. Parece incorporar o espírito de um chipanzé bêbado ou de uma égua no cio, rejeitando um cavalo. Ele pula, faz micagem e em seguida se acalma como uma jararaca dormindo. Imediatamente se enerva, fica possesso, enche a cara de sangue ( antes já cheia de cachaça) e começa a ladrar ameaças de morte a todos os seus contrários. Lula pula no palco, sapateia, dá volumosas gargalhadas e chora copiosamente pela pobreza do País, como se realmente sentisse essa falsíssima emoção.

Essa figuraça bem que poderia ser ator da Globo. E eu o imagino fazendo o papel de Odorico Paraguaçu, com muito menos elegância.

Outro elogio vai para a coragem dessa coisa estranha chamada Lula. Sim. É preciso muita coragem pra ser tão filho da puta quanto ele.

Em meio a provas robustas e irrefutáveis. Em meio a documentos, escutas telefônicas, delações e testemunhas oculares dos fatos êle, com a cara mais limpa desse mundo, nega e ainda acusa e ameaça quem traz à tona seus crimes e patifarias. Diz que não sabe, diz que não conhece amigos particulares, fotografados com êle em farranchos e pelos quatro cantos dos cenários políticos, na mais absoluta intimidade. Sem dúvida é um mentiroso valente. Assim como a maioria dos patifes.

Preciso elogiar também a facilidade que esse homem tem de arranjar amigos, como ninguém os tem. Lula tem amizades cuja dedicação a ele é de uma grandeza inacreditável. Amigos que compram sítio para que ele descanse. Amigos que reformam sítio para dar a ele mais conforto. Amigos que instalam antena particular, para que não falta celular e internet nas suas horas de lazer e recreio. Amigos que cedem, gentilmente, apartamentos para que toda a família more com luxo e mordomia. Amigos que emprestam jatinhos para viagens de honestidade duvidosa. Que pagam despesas em hotéis caríssimos e ainda reformam tríplex para que ele tenha a moradia que merece. Lula, sem dúvida é um conquistador. Não um conquistador barato, mas um conquistador caríssimo.

É preciso louvar também o seu bom gosto para escolher mulheres. Lula, nesse ponto, é muitíssimo exigente. Uma delas, a oficial, precisou de 17 operações plásticas custeadas com o dinheiro público, para ficar mais ou menos horrorosa e parecida com uma ema aloprada e muda. Tão desonesta como seu companheiro, a cara metade usa e abusa de golpes e canalhices de toda ordem.

A outra, sua marmita de viagem em aviões oficiais, é realmente apenas uma marmita de viagem. Um artigo de cama mesa e banho e que, além de ser, mais feia que cara de menino tomando injeção, consegue ser tão ou mais safada que seu amante calhorda.

Outro elogio vai para a sua capacidade de dar veracidade às mentiras que conta. Eu o vi elogiar o bolsa família como se ela fosse a salvação da humanidade, cujas criticas eram apenas palavrório de elite burguesa, retrógrada e fascista. E vi também ele sendo contrário e argumentando com a mesma interpretação, na época de FHC, seu criador. Qualquer verdade se sente envergonhada ao ouvir esse malandro mentir.

Pronto. Fiz o que tinha que fazer. E fi-lo porque qui-lo como diria Jânio, também bêbado.

De hoje em diante Lula não mais será visto com os mesmos olhos.

As coisas vão piorar muito. Argumentos não faltam.

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Cícero Cavalcanti (In Memoriam) - Terceira Visão quarta, 15 de fevereiro de 2017

EXORCISMO À BRASILEIRA

Tolos são os que pensam que a maioria do povo brasileiro está pressionando por uma legalidade chamada impeachment, apenas com uma gana ou vontade sem limite de retirar do contexto político, este, esta, aquele ou aquela peste ou anta que, propositalmente, têm minado a saúde econômica do Brasil.

O brasileiro, senhoras e senhores, hoje e já de tempos, não mais se importa com o ladrão que esteja de plantão sob os auspícios de qualquer partido (leia-se quadrilha), ou sob a guarda imponente da ladinagem safada e cretina de um tal de “foro privilegiado”, em qualquer um dos 3 poderes.

“Foro privilegiado” que, a bem da verdade, nasceu para a proteção de cafajestes e outras torpes figuras da roubalheira nacional, a quem privilegia com a impunidade e com aquele jeitinho bem brasileiro de procrastinar castigos e penas, que deveriam vir, incontinente, das canetas justas dos que têm a guarda da lei e da ordenação jurídica do Brasil.

 

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Mas não é disso que a movimentação brasileira cuida. Não é com este ou com aquele salafrário que sua indignação se preocupa. E nem qual dos poderes ocupa, tomando de lá, do antro da corja ou do bando de abutres e aves de rapina, a decisão da próxima carniça do ataque, para desabalarem-se em revoadas sinistras sobre a miséria absoluta, para tirar tudo do que dela veio, sem qualquer contrapartida.

Não é não. Não é por causa de calhordas, putinhas vermelhas ou canastrões, rufiões nojentos e pilantras, que o Brasil grita e se apavora, no andar dessa carruagem puxadas por bestas sem cabeça e ocupadas por zumbis e outras estranhezas residentes nos pesadelos dos justos e dos honestos.

Do que nossa gente tem cuidado é de coisa bem diferente. É unir toda a honestidade possível a todo caráter disponível e soma-los com a liberdade, para, coesos, expulsar de uma vez por todas a libertinagem que nos envolve com suas ações demoníacas, que tentam nos tanger como almas penadas a pagar por penas indevidas, na inversão dos valores da moral e da justiça.

É quase um ato de exorcismo.

É uma oração uníssona de milhões e milhões de patriotas, pedindo que anjos desçam dos céus e nos protejam da imensa vara de porcos, incorporados com as almas mais sujas vindas das profundezas do inferno.

É um pedido a Deus, para que a justiça seja feita, com pressa e sem piedade.

É um alinhamento das ondas do bem, vindas das mentes brancas e limpas, criando barreiras poderosas para que o próprio bem prevaleça e que, a todo custo, jogue a fedentina e a podridão nos abismo irreversível e sem volta, do mal.

É uma luta insana contra psicopatas cujas almas vagueiam nas margens escuras da falta de sentimento, arrecadando dinheiro e poder, enquanto a humanidade e o gentio sofrem com a falta de atenção que pagam muito caro para ter.

Doentes de hospício que roubam merenda escolar deixando crianças magérrimas caminhando lado a lado com a insalubridade, o desamparo e a morte.

Almas diabólicas que após orgias regadas a aguardentes de luxo, vão para os seus malefícios encontrar a próxima maldade a ser concretizada e acabam por bloquear pagamentos de idosos frágeis e sem qualquer possibilidade de defesa. Gente que contribuiu a vida inteira para, no fim, receber como pagamento as dores e os mal estares próprios do tempo sobre a carne.

Satãs frios na comiseração e ardentes no fogo da maldade, que aumentam preços de remédios, onde embutem impostos próprios de pura ganância, além de, constantemente, retira-los das farmácias onde os pegavam gratuitamente.

Belzebus que se reúnem em rituais macabros para, sob as ordens de múmias cubanas, desviar dinheiro das mesas dos brasileiros, para fomentar enriquecimento ilícito dos mais sanguinários e indecentes ditadores do mundo.

Almas negras e sujas que, a todo custo, tentam subverter as mentes infantis influenciando-as a seguir o caminho da promiscuidade e da perversão.

Encapetadas figuras a defender ferrenhamente todas as nojentices sexuais, deixando a impressão de que todos são obrigados a pratica-las. E até serão mais aceitos socialmente por isso.

Diabos insensíveis que amparam os que distribuem e comercializam drogas, levando uma juventude inteira ao descaminho da correição, sem qualquer possibilidade de futuro.

Espíritos maus, incorporados em corpos de pouca inteligência, para transforma-los e torna-los cegos e surdos aos ditames da bondade, do humanismo e da caridade.

E todos comandados por Lúcifer apelido, alcunha ou codinome usado na terra por Lula, o rei de todos os demônios. Um monarca ensandecido, desumano e patife, enriquecido com a desgraça dos seus iguais e com contas milionárias em paraísos fiscais. Só na Suíça são quase 60 milhões.

Sim, o comandante de todas as perversidades já citadas e que criou seus próprios filhos na fossa da improbidade, ensinando-os as práticas das mais nojentas canalhices.

Sim, e casado com uma débil mental que adora a ostentação vinda da punga e que não se importa com as patifarias da traição, para poder desfrutar da canalhice.

É isso.

O Brasil não quer tirar Dilma Rousseff e nem ser contra este ou aquele salafrário.

O Brasil quer expurgar os seus diabos.

Quer se libertar dessas hostes demoníacas.

Quer ser livre novamente e, desta vez para sempre, dessa fedentina dos infernos.

De qualquer forma. Com toda pressa. A qualquer custo.


Cícero Cavalcanti - Terceira Visão sexta, 03 de fevereiro de 2017

POEMA FÊMEO

sonho

O filósofo concebe na mulher
A interseção exata do bem e do mal,
ponto mediano do claro e do escuro,
O falso desencontro do belo e do estranho
E a patética fisiologia da dor e do prazer.

O poeta a vê em derradeiro raio,
Do astro rei assim, tão assim, sem majestade,
No ocaso de uma noite meia dia,
Prometendo madrugar um reino novo,
N’outra manhã exausta.

O sonhador a vê envolta e desenvolta
E, à sua volta, o vulto que esvoaça em brilho,
Que corrupia qual pião infante,
Nos rodopios e ventos coloridos,
Tal qual a imagem de um supor divino.

O poder a vê pela beleza,
como uma jóia a ser obtida
Ou tida a todo custo.

Visões sem ter valia.

Só o amor poderá vê-la,
como há de adorar ser vista,
Como criatura ou filosofia,
Ou em poesia, em matéria e sonho.
Só o amor a verá assim despida,
E ao mesmo tempo deliciosamente linda.

Só o amor a tornará mulher.


Cícero Cavalcanti - Terceira Visão segunda, 30 de janeiro de 2017

UM NOCO BRASIL

 

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Pronto. O Brasil está limpo. De agora em diante o pau arará de comer na casa de noca e macaco velho ficará véiaco ao pensar em meter a mão na cumbuca.

Isso depois que mais de quinze milhões de manifestantes foram para as ruas gritar, de um lado “FORA PT”, “LULA CACHACEIRO, DEVOLVE O MEU DINHEIRO”, “MORO SEU SACANA, METE LOGO LULA EM CANA” e, do outro, “LULA É O PAI DA POBREZA, QUE É FILHA DA PUTA” ou “NUNCA DANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS” ou ainda, “FICA DILMA”, “ NEM JESUS CRISTO É MAIS HONESTO DO QUE LULA”, e por aí em diante.

Para atender toda essa movimentação os custos foram altos. Com a direita burguesa e fascista não. A burguesia fede mais tem dinheiro pra comprar passe de metrô, coca-cola geladinha e amburgueres dos mais deliciosos sabores. E foram eles que se auto custearam. Ninguémzinho deu um tusta pra bancar passagem ou qualquer outro mimo “degrátis” . Tudo saiu dela mesmo.

O único prêmio foi uma certa sensação de alívio , visto que em breve futuro, um caralhaço imenso iria ser tirado do toba de todos eles.

Só isso já bastou para que eu vestisse minha camisa amarela e saísse por aí. E, mesmo covarde que só a mulesta da pica de antanho, fiz pose de herói e chamei Lula de corno feladaputa e ainda mandei Dilma tomar no cu. Coisas nunca imaginadas nesta minha vida de lambe botas de deputado e puxa saco de patrão.

As despesas da “sinistra”, nome um pouco mais erudito para essa palhaçada de “esquerda”. foram imensas. Tanta mortadela, tanta tubaína e tanto pão francês de 50 gramas dormido, que foram armazenados em um imenso buraco cavado perto de um sindicato, forrado com sacos de lixo abertos na tesourada.

Teve um que roubou mais de 20 kg das mortadelas dos pães e, passados dois anos, ainda tem uma restiazinha guardada na geladeira.

Sobrou tanto pão com mortadela que teve gente que levou sacos e sacos pra casa e, depois de algum tempo tiveram que jogar o recheio fora, dado aos imensos piriris cachoeira que as mortadelas causavam.

Os pães não. Basta requenta-los e eles amaciavam de novo.

Mas enfim, conseguimos.

Dilma foi defenestrada como presidanta, mas tendo preservados, todos os direitos de qualquer cidadão honesto do Brasil E quem devia ter ficha policial e estar trancada em cela, hoje passeia lépida e fagueira, gastando os milhões que, ninguém sabe como, oram parar nas suas contas bancárias aqui e no exterior.

Defenestrada em uma votação histórica onde também se ouviram frases que também ficarão para a história

Vamos a algumas delas.

Pela direita

– “ PELA IMACULADA CALCINHA DA MINHA MÃE, VOTO SIM”

– “ PELA ABERTURA DAS TETAS PARA A OPOSIÇÃO, VOTO SIM”

“ PELO FIM DA PEDERASTIA IMPOSTA PELO PT NAS ESCOLAS DO BRASII,L VOTO SIM”

“ TIRIRICA “ PELO SIM E PELO NÃO VOTO PELO SIM”

Pela esquerda

“ PELA CONTINUIDADE DA MAMATA DO BOLSA FAMÍLIA, VOTO NÃO”

“ PELA MANUTENÇÃO DA LEI RUANÊ, VOTO NÃO.”

“ POR MAIS PROPINAS E PIXULECOS, VOTO NÃO.”

A Vaca Peidona (que eu morro mais não digo o autor da alcunha e que, por coincidência é editor desta esculhambação) foi peidar lá pra baixa da égua agora e este País ficou limpo.

Só pra constar: sob delação premiada eu digo sim.

Apesar de ser substituída pelo seu sombrio e calado (tenho paúra de gente assim) vice presidene, cujo passado de trambiqueiro não o recomenda muito, e cujo presente de cafajestices não o avaliza, Dilma caiu fora.

O que ficou foi um Brasil maravilhoso e livre de patifarias.

Apesar das picaretagens feitas nas doações de campanha para prefeito, cujo desfalque soma um bilhão e meio de reais.

Apesar das negociatas pela aprovação de uma cerca PEC.

Apesar de Renan Calheiros, que chama juízes de juizecos, ministros de ministrcos e compõe o quadro de mais de 50% dos senadores comprometidos com a justiça, inclusive o próprio.

Apesar dos 50% dos deputados federais com pendências na judiciário, por todas as espécies de crimes, inclusive assassinatos.

Apesar do Lula solto, porque a lei no Brasil, tem medo de uma convulsão social vinda de uma meia dúzia de vermelhóides que até já desistiram de mamar na gata.

Apesar das continuadas licitações fraudulentas que ainda não cessaram.

Apesar da vinda de dinheiro roubado e lavado, agora autorizados por lei e limpinhos como a minha alma.

Apesar de governadores safados, deputados estaduais patifes e vereadores ladravazes.

E apesar da não devolução de todo esse roubo. guardado sob um silêncio tumular para que ninguém fale nisso.

Apesar de tudo isso, por fim, vivemos um Brasil novo.

Um Brasil sem Dilma. E isso tem um significado estupefraciante. E isso traz um sabor inebriante nunca sentido antes na história deste País.

Ficamos sem Dilma Rousseff. Só isso.

E daí?


Cícero Cavalcanti - Terceira Visão quinta, 26 de janeiro de 2017

QUANTA BOBAGEM!

 

Eu posso dizer, com toda certeza, que sou um bobajófilo irresistível. Minha bobajorréia é de tal ordem que qualquer bobagem que surja na minha moringa, por menor que seja, já me tira do sério e me deixa totalmente néuvoso . Vou logo pegando papel e caneta e sentando no computador pra escrever. E não importa o tamanho e nem a qualidade da bobagem. Isso pouco importa. Detalhes.

Fico tão arretado, que já mereci até conselhos de minha santa mãezinha, quando viva.

– Meu filho lindo, tome cuidado com essas bobagens que você escreve. Bobagem é coisa perigosa, e as pessoas costumam não gostar muito – disse ela na sua santa sabedoria.

– Seja mais específica minha mãezinha querida, aticei com a minha curiosidade.

– Eu tenho medo desse tal de Luiz Berto, que é o editor desse jornaleco que você escreve, retrucou a velhinha já com ar de preocupação.

 

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– Medo de que Santa mãezinha? O caba é uma pessoa boinha e a gente conhece muito. Já trabalhou nisso, naquilo e naquilo outro. Isto sem contar que já atuou neste e naquele segmento. E mais Santa Mãezinha: é escritor de pouco sucesso, seu livro O Romance da Besta Fubana não conseguiu vender nem um milhão de exemplares. Parou em novecentos e quarenta e oito mil. Só isso.

– Sabe nada inocente, disse mainha já indignada. Esse sujeito, ideologicamente, corta dos dois lados (Atenção cambada de feladagaita, mainha disse ideologicamente). Só você não percebeu, continuou, que ele e o Goiano são a mesma pessoa e andam de mãozinhas dadas quando se trata de democracia e comunismo.

– Engano seu mainha, tive que retrucar. Goiano é um comunista riquíssimo que passa a vida em cruzeiros marítimos e largas temporadas na Europa petiscando caviar e bebendo Moet Chandon. Já Luiz Berto é um pobre ex funcionário público democrata e capitalista, que tem um couro pra morrer e uma kitinet na cidade do Ricifi, onde passa duras necessidades com a família.

– Entendi, disse ela colocando o indicador na têmpora. Deve ser por isso que o tal do Luiz Berto vive pedindo pixulecos e propinecos para o alto escalão do poder. Devia estar rico como o Goiano.

– Outro engano mainha. Muitas vezes, nós os jornalistas da badernosa Fubânica, temos até que emprestar um dinheirinho, pra ver se ele ajeita a vida. O sonho dele era ser um dos blogueiros do PT. Mas não deu não.

E assim terminamos o diálogo. Mas eu continuo com os conselhos de mainha na cabeça. Mãe é mãe e, nunca se sabe. Realmente nunca se sabe.

E agora passemos à bobagem do dia.

E a bobagem começa com Ivanzinho que parece viver em hepatite devido à cor amarelada da sua pele. E a explicação é simples: “…ando com muito pouco sangue na corrente alcoólica Cição.”. Explicação dada e aceita. Como eu disse, começa com Ivanzinho, com Goiano, com Glorinha e outra infinidade de Petistas que cabem numa Kombi.

– FOI GOLPE! Dizem eles em uníssono e com letras maiúsculas.

São petisas ceguetas, comunistóides comprados a pão, mortadela e tubaína, no fim barrados pelo retrucar ribombante (ribombar deve ser mais que ulular, por isso a escolha) dos coxinhas.

– FOI NÃO! Dizem os coxinhas megafonicamente na Globo.

E agora a bobagem propriamente dita:

– NENHUMA DAS ALTERNATIVAS ESTÁ CORRETA, digo eu do alto da minha sabedoria.

O que houve panacada (coletivo de panaca) foi simplesmente um acordão.

Acordão feio em reunião com todos os líderes da maracutaia vigente, cuja fotografia (da reunião) se encontra em poder do FBI, da INTERPOL e de SERGIO MORO.

Ao final chegaram às suas conclusões e decidiram que.

1. Dilma sairia do poder totalmente limpa, com um chute na bunda dado por Eduardo Cunha, que, posteriormente, seria defendido por todos, funcionando como testemunhas de defesa.

2. Temer assumiria o poder com o compromisso de:

1. Não tocar em um fio de cabelo dos funcionários e comissionados que formam o aparelhamento comunista em todos os escalões da republica de banânia nanica.

2. Não aventar qualquer hipótese sobre Itaipu.

3. Abafar ao máximo os desmantelos internacionais propinodutíferos.

4. Esquecer definitivamente do BNDes.

5. Desacreditar Sergio Moro, em cujo dossiê, constará que ele é uma bichinha baitola com fotos tiradas enquanto participava da parada gay. Com soutien e tudo,

6. Lutar com todas as forças para que lula volte ao poder nas próximas eleições.

7. Proibir a imprensa de citar o nome Dilma Rousseff durante os próximos dois anos.

8. E por fim que baixasse uma emenda constitucional para tirar mais dinheiro do povo, para que no futuro o PT tenha mais o que roubar.

9. Esquecer definitivamente essa conversa de devolução do dinheiro propinado, afanado, roubado ou pungado.

10. Não permitir em hipótese alguma a prisão de Lula;

Pronto. Taí o besteirol de hoje.

Podem comentar chamando de estultice ou de vitupério ou do caralho a quatro.

E eu prometo jurar dizer bobagem, somente bobagem. nada mais que bobagem.

Quanta bobagem!


Cícero Cavalcanti - Terceira Visão segunda, 23 de janeiro de 2017

ANIELA BALANCÊ



De repente eu me vi sozinho neste mundo. A família de pais e irmãos eu havia deixado justamente para viver ao lado da mãe dos meus filhos. E isso foi um péssimo passo, muito mais para a pobre consorte – neste caso com azar – do que pra mim mesmo. É que o bicho que nasce pra ser solto, quando se ajunta é só pra causar sofrimento pros outros. Principalmente quando é bicho novo.

O que os normais chamam de aconchego do lar, para os doidivanas não passa de tortura, de mesmice, de rotinas insuportáveis. Potros gostam é de campo aberto em suas correrias galopadas, movidos pelo torque potente de uma imensa alegria de estar apenas vivo. Nada de cercas, nada de porteiras, nada de celas, que isso são coisas próprias dos cavalões já subservientes, que já se curvaram perante a doma da vida.

Pois eu, nesse auge dos viçosos trinta anos, me vi sozinho. Sozinho nos laços que amarram pessoas no coração da gente, mas não desses amores soltos, viventes também da plena liberdade.

A solidão exigiu o aluguel de uma casinha charmosa, bem no centro da cidade. Tinha um muro alto na frente, que me permitia deliciosas safadezas em uma rede estrategicamente armada no alpendre.


moca-dancando

A casa não possuía garagem e isso me obrigou a alugar um espaço para guardar um Alpha Romeu TI bem conservado, que os amigos apelidaram de marmitão. Por esses maledicentes, tudo o que eu carregava dentro dele era comida.

E foi exatamente em uma dessas idas e vindas para guardar o carro que eu conheci a queridíssima Aniela.

A moça fazia ponto bem na esquina de casa. E ali faturava muito. Não tinha passante que não lhe lançasse um gracejo, diminuindo a velocidade do automóvel pra ver a graça do seu rebolado.

Ladina que só, levava um grande aparelho de som, desses três em um, que nessas antiguidades era gravador, toca fitas e rádio AM e FM. A lindeza abria o bigode do bicho com músicas de bom balanço e punha-se a dançar em plena rua. Parecia um passarinho feliz remexendo as carnes dos vinte e um aninhos mais lindos que já vi.

Aniela era toda branquinha e geralmente se vestia com uma camiseta bem aberta na frente, que insinuava um belo par de seios durinhos, cujos bicos pareciam implorar para que alguém os mamasse.

Na parte de baixo apenas um shortinho de tecido leve, que entrava rego adentro, separando duas bundas irrepreensíveis.

Era uma sem vergonha. A encarnação da luxúria. Um demônio tentador e irresistível, encoberto com corpo e cara de anjo.

Nosso contato deu-se gradativamente. Primeiramente com cumprimentos formais, visto que eu passava todas as noites por ela, após guardar meu carro.

Depois Aniela começou a jogar frases enquanto dançava. “…gostou da balada hoje?” ou “ …tá com cara de quem beijou muito”. Eu sempre dava um sorriso e mandava um beijo. E assim foi por um bom tempo, até que um dia conversamos.

Eu guardara o carro e já vinha preparadinho pra assistir o último show da noite. O show da rapariga mais linda do mundo. O show erótico de uma menina da vida, rebolando suas delícias.

Ela não estava. Mas o “três em um” estava no mesmo lugar aos pés de um poste. Chegando mais perto do local do show percebi que ela se aproximava. Devia ter ido fazer suas necessidades em algum barzinho por perto.

Chegou toda sorridente. Foi logo puxando assunto, brincando e cheia de gaiatices. pós uma curta conversa, ela me perguntou se eu morava por perto. Eu apontei a casa e recebi uma promessa: “…qualquer dia chego mais cedo e vou jantar com você, posso?”. A resposta me veio pronta: “…vou adorar isso, seja bem vinda quando quiser”.

Em poucos dias a promessa foi cumprida. Aniela bateu na minha porta ali pelas seis da tarde e me proporcionou um delicioso começo de noite. Fui pra cozinha. Preparei uma jantinha simples e o resto ficou por conta da natureza e dos nossos hormônios.

A putinha não falou em dinheiro. Eu também não toquei no assunto. Mas, sem que ela percebesse, coloquei dinheiro na sua bolsa, não como pagamento, mas porque algo me dizia que ela precisaria dele.

A partir daí as visitas ficaram mais assíduas. Aniela chegava cedo e logo se punha a cuidar da casa. Varria, arrumava meu quarto, dava um jeito no banheiro. Lembro que em um domingo lavou e passou toda a minha roupa.

Aniela passou a fazer parte da minha vida. Uma companhia agradabilíssima. Sempre risonha, sempre alegre, sempre disposta a colorir cada vez mais a minha vida.

A imagem da putinha já havia se desmanchado, em seu lugar apareceu uma mulher ativa, com certa cultura e que falava três idiomas: português, inglês e polaco, dada à sua origem polonesa.

Mas ela continuava fazendo seus programas. E isso me intrigava. A moça era preparada. Tinha instrução suficiente para tentar um emprego. E, acreditem ou não, jurava de pé junto que odiava o que fazia pra ganhar dinheiro. Mas precisava muito dele.

Certa madrugada eu acordei assustado com alguém batendo forte à minha porta. Era Aniela.

A moça chorava muito e no meio do choro pediu pelo amor de Deus que eu a levasse em casa. Alguém ligara para o orelhão situado exatamente no ponto onde Aniela fazia seus programas, informando que sua filhinha estava passando muito mal.

Eu fiquei meio perturbado, mas ciente de que não podia negar esse socorro. Antes de sair eu fui me vestir e ela também. Trocou de roupa por outra bem mais comportada e limpou o rosto da maquiagem exagerada e própria de mulheres de programa.

E lá fomos nós.

A medida que viajávamos na madrugada, o mundo parecia ir ficando cada vez mais pobre. Passamos por bairros de classe média, classe média baixa, classe baixa, classe infinitamente baixa e por fim chegamos no que parecia ser uma favela.

De certo ponto em diante foi preciso uma longa caminhada a pé. Andamos por becos estranhos. Esgotos a céu aberto. Casas de resto de caixotes, cobertas por lona. Dava pra sentir o mau cheiro da miséria. Cheiro de urina velha. Cheiro de cocô. Sem contar com um certo cagaço que bate em todos os que não estão acostumados com isso.

Por fim chegamos em um barraco de alvenaria. Uma meia água com uma porta e uma janela.

Aniela abriu a porta apressada e nervosa. Nesse exato momento sua vida saltou bem na minha cara.

Eram só dois cômodos e um banheiro. No primeiro dormiam duas crianças em uma cama de casal bem estragada. Uma delas tossia muito e ardia em febre.

Do lado dessa cama um senhor paraplégico sentado em uma cadeira de rodas. Era o pai de Aniela que sem poder fazer absolutamente nada, pedira pro vizinho ligar avisando.

Corremos com a criança para um posto de saúde e o começo de pneumonia da criança foi totalmente debelada.

Duas filhas e um pai paraplégico. A miséria total. A mãe dedicada. A heroína. Isso foi o bastante pra entender a necessidade da vida que Aniela levava.

Algum tempo depois fiquei sabendo que Aniela, em polonês, é um nome equivalente a Ângela em português.

Sem dúvida, um anjo.


Cícero Cavalcanti - Terceira Visão domingo, 22 de janeiro de 2017

O CAUSO DE ZÉ PENDENGA

 

É muito comum meus colegas escritores, guy de Maupassant, Honoré de Balzac, Luiz Berto, Jorge Amado e outros, descreverem psicologicamente seus personagens, durante o escrevinhamento da obra. Isso é praticamente obrigatório, porque é por aí que a gente fica conhecendo quem é quem nas estórias contadas. É nessa regra que sabemos quem é o viado, o bandido, o mocinho, o petista, o falso e a mulher má e a outra que vai se apaixonar pelo mocinho, mas que a mulher má, que é uma tremenda empata foda, não deixa.

A mocinha é sempre linda, dona de uma bundinha impecável e um par de peitos nervosos e empinadinhos que encaram de frente o empoadinho e cheio de trimiliques a quem foi destinada.

Neste nosso caso, tal descrição é totalmente desnecessária em vista de que o nome do nosso principal personagem é Zé Pendenga. E nada mais há a dizer sobre o assunto.

Pendenga é pendenga e quem quiser maiores explicações é burro pacaraio. Pendenga era do tipo que futucava, com perversidade, o ponto mais sensível de cada ser humano. Dos defeitos físicos então, nem se fala. Os exemplos são muitos. Ontoin macaco, que tinha os dois maxilares projetados para frente; Maria Buceta, cujo  verdadeiro  nome era buscheta; Jeguinho que tinha a maior pajaraca da cidade, e por aí em diante.

 

 

A nossa encrenca é com um sujeito que odiava o nome que recebera de batismo. Era nome oficial e registrado em cartório. A vergonha era tanta que o pobre coitado pedia pros amigos inventarem apelidos, para que ele não fosse obrigado a passar por vexames vexatórios e constrangimentos constrangedores.

O nome do caba? JOSÉ DIRCEU. Sim. Nome do seu avô, dado a ele em homenagem ao falecido.

Uns o chamava de Dirça, outros de Zezin, outros de Zédir. Tudo valia menos Zé Dirceu.

Menos pra Zé Pendenga.

O desinfeliz fazia questão de parar na porta da casa do sujeito e gritar a plenos pulmões:

– ZÉ DIRCEEEEEUUUUUUUU. ZÉ DIRCEEEEEEEUUUU. TU QUE ROBÔ, DEVORVE O MEU.

Quando o ofendido corria pra porta, Zé Pendenga já havia sumido. Escafedido.
E assim foi, e foi, e foi , e foi por um bom tempo.,

Mas o tempo acabou, exatamente no dia que o saco do Dirça, explodiu. E foi armada uma tocaia.

Zédir esperou o desinfeliz em um bequinho que havia ao lado da sua casa.

E fez isso durante uns 3 ou 4 dias até que, finalmente, Zé Pendenga apareceu.

Chegou todo empertigado, botou as duas mãos na boca e descascou a bagaça, abrindo seu grito de guerra a todo pulmão.

Quando Zé Pendenga terminou seu berro e já se preparava pra correr, deu de cara com Didi, que trazia nas mãos um cepo de madeira que parecia um taco de baseball.

E nem teve conversa.

A primeira traulitada pegou no meio das entrecoxas e já desmontou Zé Pendenga que caiu no chão urrando de dor. E teve mais. Teve uma no ombro que deslocou a ossatura que arriba o braço e ainda outra, que, em uma rolada de corpo, lhe pegou bem no entremeio da bunda onde ficam os bagos.

Pra piorar, e tendo em conta que desmantelo pouco é bobagem, ainda aparece uma outra figura no cenário: o ilustre e conhecido veterinário da cidade o Sr. Luiz Inácio da Silva.

Aí foi que fodeu mesmo.

Quando viu o Zé Pendenga levando a coça, correu pra dar u’a mãozinha pra Zédir ( não falo Zé Dirceu nem que a vaca tussa) por ódios antigos.

Ao ver Luiz Inácio, Zé Pendenga pediu socorro.

– Acode eu seu Lula. Lamordedeus, acode eu.

Luiz Inácio, que odiava ser chamado de Lula já foi logo se danando :

– O que seu feladaputa? Lula é a quenga que te pariu, seu corno safado.

E a porrada comeu a dois.

O resultado foi que Zé Pendenga ficou uns quatro meses no hospital, parecendo uma múmia engessada.

Esta estória bem que poderia terminar por aqui. Da minha parte eu torci muito para que terminasse. Mas não terminou não.

Recuperado, Zé Pendenga foi até a casa de Zezin pra pedir desculpas.

Tocou a campainha delicadamente e aguardou o seu desafeto aparecer na porta.

Quando Zé, o Dirceu, viu o Zé, o Pendenga, já foi logo se emputecendo.

– O que é que tu quer aqui fela da gaita? Quer apanhar de novo é? Pergunta o um.

– Quero não. Vim aqui pra pedir desculpas.Responde o Pendenga.

– Desculpo não, desgraçado. Quero mesmo é que Satanás lhe enfie uma pica quente no rabo seu desgramento duma figa.

– Desculpa eu seu moço. Eu nunca mais chamo o Sr. de Zé Dirceu, visse seu Zé Dirceu?

Omi rapá. O trem azedou.

Didi, entrou pra dentro de casa e com certeza foi pegar um pau de fogo.

Eu dei o fora. Escafedi-me todinho.

Pai dizia que ver assassinato dá um azar da porra.


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