Maria Rita Soares de Andrade nasceu em 3/4/1904, em Aracaju, SE. Advogada, jornalista, e magistrada, foi a primeira juíza federal do Brasil, em 1967, e primeira mulher a integrar o Conselho Federal da OAB-Ordem dos Advogados do Brasil.
Graduou-se em Direito pela UFBA-Universidade Federal da Bahia, em 1926, e foi a única mulher em sua turma. Enquanto estudava, manteve contatos com a feminista Bertha Lutz e envolveu-se na luta pelos direitos da mulher. Juntas, participaram do 2º Congresso Internacional Feminista, em 1931. No período 1926-1938, trabalhou como advogada em Aracaju; atuou no Ministério Público e no Conselho Penal e Penitenciário; professora de literatura no Colégio Atheneu Sergipense e de Direito Comercial na Escola do Comércio e assumiu ad hoc o cargo de Procuradora da República e Procuradora Geral do Estado.
Como jornalista, fundou e dirigiu a revista Renovação, de 1931 a 1934, de periodicidade mensal e única revista a analisar as propostas de educação feminista em Sergipe. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1938, onde foi consultora da FBPF-Federação Brasileira pelo Progresso Feminino; lecionou no Colégio Pedro II e na Faculdade Técnica de Comércio, da Universidade do Brasil. Junto com outras colegas, criou um escritório de advocacia para defender pessoas perseguidas pelo regime do Estado Novo.
Atuou também na defesa dos militares que haviam participado do movimento rebelde de Aragarças. Logo após o golpe militar de 1964, apoiou o Ato Institucional nº 1, junto com Balthazar da Silveira, provocando um racha no IAB-Instituto dos Advogados do Brasil. Em 1965 foi nomeada pela presidente Castelo Branco, como juíza federal, tornando-se a primeira juíza do Brasil, como titular pela 4ª Vara da Seção Judiciária do Estado da Guanabara.
Ao completar 70 anos, em 1974, foi aposentada compulsoriamente, e voltou a advogar e colaborar com artigos políticos, publicados no Jornal do Brasil. Faleceu em abril de 1998, aos 94 anos, deixando um vasto legado de relevantes conquistas no mundo jurídico. Sua carreira quebrou paradigmas e impactou na consolidação feminina no Poder Judiciário.
Em 2017 foi condecorada, em sessão solene, pelo CJF-Conselho da Justiça Federal, com uma placa de honra e a publicação especial comemorativa do Jubileu de Ouro da Justiça Federal. Em 24/2/2015, a Justiça Federal em Sergipe (JFSE) inaugurou o Fórum Maria Rita Soares de Andrade, abrigando as novas instalações da 8ª Vara Federal de Lagarto.