Por coincidência, Flamengo e Botafogo chegaram para o clássico sem duas de suas principais peças de criação. Arrascaeta e Gerson de um lado. Savarino e Artur do outro. As ausências impactaram diretamente. Não que tenha sido uma partida de baixo nível técnico. Mas o 0 a 0 resume tudo: poucas chances reais e torcedor frustrado.
O Flamengo queria seguir na cola do líder Palmeiras de olho no confronto direto do próximo domingo, em São Paulo. Agora, já vê o rival abrir quatro pontos de distância a sua frente (22 contra 18 dos rubro-negros).
O lado positivo do clássico está na arquibancada. Há de se destacar que a polêmica sobre a venda de ingressos para Flamengo e Botafogo no mesmo setor (sul) não saiu da preocupação. O esquema de segurança funcionou bem e permitiu que o foco ficasse apenas dentro de campo.
Pena que o clássico deixou a desejar. O primeiro tempo foi de poucas chances claras. O Flamengo, como esperado, teve mais posse e jogou a maior parte do tempo no campo adversário. Mas a última linha defensiva do time de Renato Paiva não deu espaços (tanto pelo centro quanto pelos lados) e fez cortes providenciais. Destaque para a trava que a dupla Jair e David Ricardo deu em Cebolinha no momento em que o atacante finalizaria a gol, aos 26. Ou para o desvio no chute de Luiz Araújo providencial para a defesa de John, cinco minutos antes.
A aposta do Botafogo nos contra-golpes também esbarrou na pressão rubro-negra. Filipe Luis entendeu que era preciso tirar os espaços do meio de campo rival, principalmente de Marlon Freitas. Sem Savarino e Artur, a marcação sobre o camisa 17 deixou o time alvinegro com poucos recursos.
A etapa final não melhorou muito neste sentido. Os rubro-negros até conseguiram rondar a área alvinegra durante algum tempo. Mas, quando o fôlego caiu, a falta de criatividade ficou ainda mais gritante.
O Botafogo entendeu que era seu momento e passou a ser mais proativo. Marlon Freitas cresceu na partida e, com ele, o time foi junto. E viu sua melhor chance (um chute do próprio Marlon após bola recuada por Vitinho) parar em grande defesa de Rossi.