Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 21 de abril de 2025

BRASÍLIA 65 ANOS: PESQUISADORES DO IHG-DF DESTACAM OS HERÓIS DA CRIAÇÃO DA CAPITAL

65 anos de Brasília: pesquisadores do IHG-DF destacam os heróis da criação da capital

Para celebrar 65 anos de Brasília, do Correio e do Instituto Histórico e Geográfico (IHG-DF), pesquisadores da instituição destacam personagens ilustres da saga que foi a criação da capital da República

 
 
Nos relatórios do Ministério da Agricultura encontramos a documentação de um intenso relacionamento de Glaziou com os jardins botânicos europeus e alguns outros em colônias francesas em latitudes tropicais -  (crédito: Caio Gomez)
Nos relatórios do Ministério da Agricultura encontramos a documentação de um intenso relacionamento de Glaziou com os jardins botânicos europeus e alguns outros em colônias francesas em latitudes tropicais - (crédito: Caio Gomez)

Por Jorge Henrique Cartaxo — jornalista e diretor de Relações Institucionais do IHG-DFe Lenora Barbo — arquiteta e diretora do Centro de Documentação do IHG-DF

O astrônomo, geodesista e militar belga Luiz Cruls conheceu Joaquim Nabuco — prestigiado diplomata e político brasileiro —, em setembro de 1874, num navio das Messageries Maritimes que partia de Pouillac, na França, com destino à La Plata, na Argentina, com escala no Rio de Janeiro. Já no Brasil, Cruls publicou, em 1875, um trabalho sobre métodos de repetição para leitura de ângulos. Sempre atento as artes e as ciências, Dom Pedro II o nomeou como adjunto no Observatório Imperial do Rio de Janeiro. Em 1877, o astrônomo publicou um novo estudo: Carta Geográfica e História Física do Brasil. Em 1881, com cidadania brasileira, foi designado como diretor do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. forma

Proclamada a República, a Constituição determina e o Congresso autoriza duas expedições ao Planalto Central sob a chefia de Cruls. A primeira em 1892, "Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil" para demarcar a área que abrigaria o futuro Distrito Federal; a segunda em 1894, "Comissão de Estudos da Nova Capital da União" para fixar, na área demarcada, o sitio destinado à nova capital do Brasil. É nesse segundo momento que o botânico francês Auguste Glaziou entra em cena emprestando raro talento, conhecimento e sensibilidade aos destinos da Nação brasileira.

"No Segundo Império, situa-se um novo período com Glaziou, cuja presença se faz sentir até hoje por meio dos trabalhos que deixou, em que associou plantas importadas dos grandes cultivadores europeus(...) e plantas da flora nativa(...) A alameda das Sapucaias, na Quinta da Boa Vista, pela sua beleza intrínseca e capacidade de persistência no tempo, mereceu a admiração de sucessivas gerações. Glaziou é considerado, sem favor, o autor da mais importante obra paisagística de nosso país", disse Burle Marx que, como Glaziou, trouxe a sua arte para o embelezamento e à construção de Brasília.

Nos relatórios do Ministério da Agricultura encontramos a documentação de um intenso relacionamento de Glaziou com os jardins botânicos europeus e alguns outros em colônias francesas em latitudes tropicais. Na Quinta da Boa Vista funcionava a sede da Sociedade Brasileira de Aclimatação, que tinha Glaziou como membro, espécie de filial da homônima francesa sediada em Paris. Em 1889, como delegado do Rio de Janeiro, foi ele quem representou o Brasil na exposição Universal de Paris. No pavilhão do Brasil foram exibidas 96 plantas nativas, cujo exemplares expostos não saíram daqui, mas do Museu Nacional de História Natural de Paris.

Conhecido por seus projetos de jardins sinuosos, grutas e lagos artificiais, Glaziou não foi apenas o "jardineiro do Imperador Dom Pedro II". Ele trouxe grande contribuição para o estudo da botânica, como um intrépido naturalista que buscou em nossas matas, montanhas, restingas e cerrados os espécimes mais interessantes e ornamentais para semear nos jardins daqui e da Europa. Glaziou foi contemplado ainda com o título de Doutor em Filosofia, em 1868, pela Academia Imperial Alemã.

Não por acaso iniciamos esse texto, citando a frase de Auguste Glaziou. Certamente, Lucio Costa ao pensar e conceituar Brasília em sua Memória Descritiva do Plano Piloto, de 1957, já sabia que a nossa capital seria abraçada por um lindo lago, resultando numa cidade que "é, ao mesmo tempo, derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional".


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