Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 14 de abril de 2025

CIDADE NOSSA: POR UM EIXÃO SEM MEDO!

Cidade Nossa: Por um Eixão sem medo!

Em uma reflexão sobre um dos pontos mais conhecidos de Brasília, o Eixão, Cláudio Ferreira afirma que essa travessia merece uma atenção especial das forças públicas

 
REV-1304-CRONICA -  (crédito: Maurenilson Freire)
REV-1304-CRONICA - (crédito: Maurenilson Freire)

Especial para o Correio — Cláudio Ferreira 

A travessia do Eixão já mereceu poema de Nicolas Behr, que virou música gravada pela Legião Urbana. De lá pra cá, a situação de perigo da pista larga, com seis faixas, só piora. O noticiário frequente de atropelamentos contrasta com o clima festivo do Eixão do Lazer aos domingos — mesmo o lazer andou frequentando as páginas de notícias, mas, ao que parece, a paz voltou a reinar.

Vamos combinar que mesmo a velocidade máxima de 80km/h é ficção para boa parte dos motoristas. A largura da pista e a extensão dela — 16 quilômetros de ponta a ponta, unidos pelo Buraco do Tatu — animam os pilotos de Fórmula 1 frustrados. Na volta pra casa, então, é comum encontrá-los quase "beijando" o fundo dos carros que insistem em obedecer às normas. A meta é cruzar o Plano Piloto o mais rápido possível.

Penso que talvez a alta velocidade não seja o único problema do Eixão. Passo por ele todos os dias — e, também, todas as noites. Um dos "defeitos" frequentes é a iluminação precária. Raras são as noites em que não há um trecho na escuridão total. Aí é preciso muita cautela, para identificar as pessoas que precisam atravessar no breu. Já levei muitos sustos no período noturno e agradeci à Nossa Senhora do Cerrado por ter protegido os pedestres que quase não vi.

Ainda não tenho opinião formada sobre a redução da velocidade. A convivência do Eixão com os habitantes do Plano lembra aquelas cidades, de vários estados do país, cortadas por rodovias. Muitas vezes, a estrada era longe e a cidade foi se aproximando, crescendo e abraçando a pista. A chegada em Brasília pelo Entorno Sul é um típico exemplo.

 

Aqui, temos uma vantagem: junto com a via expressa foram construídas passagens subterrâneas. Caminhos que evitam a travessia direta, com muito mais segurança para os pedestres. Só que não. O medo da violência e o nojo da sujeira fazem com que muitos prefiram se arriscar na parte de cima.

Teoricamente, parece fácil manter as passagens subterrâneas limpas, bem iluminadas e com segurança. Não faltam pedidos da população. Mas a solução definitiva nunca chega.

Talvez seja porque quem atravessa o Eixão, na maioria das vezes, faça parte da massa de trabalhadores de classe baixa que precisa transitar entre as diversas pistas do Plano Piloto quando deixa o transporte público ou em busca dele.

É a parte mais pobre da população que faz o percurso Leste-Oeste ou Oeste-Leste. Da classe média pra cima, o itinerário normalmente é Norte-Sul ou Sul-Norte, na caminhada matinal ou na ida à entrequadra comercial.

Sei que falar é fácil e que o cobertor dos recursos públicos é curto. Mas acho que o Eixão — assim, no aumentativo — merece atenção especial.


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros