Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quarta, 13 de abril de 2022

ESPORTES: ROBERTO DINAMITE COMPLETA 68 ANOS EM MEIO A TRATAMENTO DE CÂNCER - *QUERO VIVER MUITO AINDA*

Roberto Dinamite completa 68 anos em meio a tratamento de câncer: 'Quero viver muito ainda'

Ídolo do Vasco recebe homenagens de torcedores pelo Brasil
Roberto Dinamite trata câncer no intestino Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Roberto Dinamite trata câncer no intestino Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
 

A rouquidão de Roberto Dinamite não é páreo para a mensagem que ela tenta abafar. O maior ídolo do Vasco, em meio ao tratamento de um câncer no intestino, vive e deseja viver. Hoje, ele comemora 68 anos em meio a homenagens. Receberá o título de benemérito e, até o fim do mês, uma estátua que ficará em São Januário.

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O ex-jogador perdeu 20kg em 20 dias no começo da quimioterapia — outro efeito colateral das sessões é a fraqueza na voz. Chorou quando recebeu a notícia da doença, descoberta ao investigar uma obstrução intestinal. Quatro meses depois, os sentimentos continuam à flor da pele.

— Hoje, eu me emociono de alegria, por acreditar que vou passar por essa etapa.

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Com você está?

Estou me recuperando, convivendo com uma situação, vamos dizer, nada normal. Para alguém com a minha vida, eu tive minha carreira como atleta. De repente, você se vê numa situação que está aí, todo mundo sabe. É uma etapa que precisa ser feita na minha vida. Operei às vésperas do Natal. Era uma obstrução intestinal. Fui operar e identificamos o câncer. Hoje eu uso isso aqui (mostra a bolsa intestinal). Qualquer coisa que eu coma, desce aqui.

Como foi o começo do tratamento?

No primeiro momento, você não sabe como vai ser sua reação. Serão oito sessões de quimioterapia. Já estou entre a sétima e a oitava. Em 20 dias, eu perdi 20kg. Fui lá para baixo. Estava dando topada em pedrinha no chão porque andava arrastando os pés, minha musculatura foi lá para baixo. Agora estou forte, comparado a antes. No começo, passei muito mal, vomitei. Agora já durmo na sessão.

 

Você logo falou da doença publicamente. Muitos preferem guardar para si...

Eu, depois que falei, conheci um monte de gente na mesma situação. Acho que é legal colocar isso externamente. Jamais pensei em esconder nada. A informação é tudo. Tem muitas pessoas passando por isso. Quero mostrar que é fundamental estar fazendo exames, sabendo como está, entender como está passando. Foi tudo muito rápido.

 

Tem recebido muito apoio?

É gente de tudo quanto é canto. Dizendo que está rezando, orando. Hoje, a coisa está mais ou menos estabilizada. Convivo com a bolsa (intestinal) e vou continuar convivendo. Não tem essa de vergonha. O que sai está dentro de mim, é do corpo humano. Estou convivendo bem com isso.

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Como vê essas homenagens justamente no período em que passa por essa doença?

Independentemente disso, é o reconhecimento. Não vejo como um favor, nem de um lado nem do outro. O Vasco me proporcionou muito e houve a troca. Com vitórias, derrotas. Isso é a vida. Se Deus quiser que eu saia dessa, e eu vou sair, vou mostrar que as pessoas podem sonhar com o tratamento. E ter o pensamento positivo. No primeiro dia, chorei. Depois pensei, ‘não vou chorar’. Eu me emociono hoje, mas muito mais de alegria, por acreditar que vou passar por essa etapa.

Esse carinho todo ajuda?

Sem dúvida, a pessoa passa a te ver não apenas como ídolo, mas como um ser humano. Desejarem o bem é muito legal, transcende, entra muito mais pelo lado humano. Não é pena, é torcer, querer bem. Estava muito fraco antes, agora comecei a fazer fisioterapia, faço duas vezes na semana, as vezes três. Daremos uma parada no tratamento. E avaliaremos um segundo estágio. Não tem nada definido. A ideia é buscar algo que me dê mais qualidade de vida.

 
 

Você imaginava um dia ter uma estátua no Vasco?

Jamais poderia imaginar. Vai ser legal, a estátua me mantém eterno. Eu fecho os olhos e posso ver tudo que eu passei para chegar até ela. Eu quero viver, quero viver muito ainda. Para ter alegrias como essa. Estar triste por um motivo, feliz por outro. Assim é a vida.

O Vasco está para passar por mudanças profundas (o clube tenta repassar o controle do futebol para investidores americanos). Como vê isso?

Acredito que é o caminho. Essa parceria se faz necessária para o clube. A instituição está acima das pessoas. Eu sou vaidoso, mas o Vasco está acima disso. Se eu não tivesse a estátua e tivesse o Vasco vencedor, campeão novamente, estaria feliz. Eu trocaria tudo que estou tendo hoje por um Vasco mais forte. As pessoas que gostam do Vasco e respeitam o clube, a história que está lá, que sempre vai estar, precisam deixá-lo seguir adiante.

O quanto essa fase do Vasco mexe com você?

Você pode até não acreditar, mas se eu pudesse dividir um pouco a corrente positiva que estou recebendo com o Vasco, eu dividiria. Daria 51% de toda a energia que estou recebendo. Está bom, né? (risos). Se eu puder viver mais não sei quanto tempo e puder dividir isso com o Vasco, dividiria. Não é demagogia. É o que o meu coração fala. Não quero nada mais do Vasco, que não seja ver o Vasco feliz.

 

 


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