—Sempre escrevi, desde criança— diz ela, hoje com 30 anos. —Enviei minha primeira consulta a um agente literário aos 17.
Apenas um topou ler mais do que cinco capítulos, pois vislumbrou o que muitos não conseguiram. Beth não era somente uma máquina ao escrever, tinha também potencial para um desempenho igualmente voraz nas vendas. E ele acertou em cheio. Só no Brasil, onde chega agora seu terceiro livro, “Na estrada com o ex”, ela já vendeu, segundo a editora Intrínseca, cerca de 300 mil cópias entre exemplares físicos e digitais. No ano passado, segundo a Publish News, “Teto para dois” foi o quinto livro de ficção mais vendido do país.
Aqui e no mundo tem sido chamada de a nova Jojo Moyes — autora de best-sellers diversos, entre eles “Como eu era antes de você” (que virou filme com Emilia Clarke e Sam Clafin), pelos romances com pegada de comédia pop.
— Sou uma grande admiradora dela, então a comparação é um privilégio. Nós duas escrevemos histórias românticas com temas sérios entrelaçados, e talvez seja daí que vem isso — diz Beth, que, mesmo assim, ainda tem uma certa síndrome de impostora quando pensa no sucesso. — É muito louco pensar que os leitores amam meus livros. Honestamente, não sei o que há neles que toca tanto as pessoas. Se eu penso muito nisso, acabo me enrolando para escrever o seguinte.

O próximo sai no exterior em abril, mas, enquanto isso, no Brasil, a jovem badala “Na estrada com o ex”, a história de Dylan e Addie, ex-namorados que viajam para o casamento de uma amiga em comum, cada um num carro, até que um bate no outro. Eles são obrigados a dividir o mesmo veículo da Inglaterra para Escócia a fim de chegar a tempo da cerimônia. O estresse dos percalços da viagem e do espaço apertado com outros amigos traz à tona as arestas mal aparadas do fim do relacionamento.
Pesquisa: Brasil tem 382 projetos de incentivo à leitura, mas falta apoio governamental
É lá que se passam os flashbacks do livro, usados para contar como começou a história de amor entre Dylan e Addie.
— Raramente me inspiro por um local, mas pensei que adoraria definir algo ali — conta.
Ela diz que o método de produção acelerado (são quatro livros em quatro anos, se contarmos o que ainda não foi lançado em 2022) funciona assim:
— Costumo começar com uma pergunta ou situação que me intriga, e depois penso no resto. Os temas surgem à medida que conheço os personagens e as histórias de fundo.
HQ: 'A herança do coronel' expõe marcas da ditadura argentina
Esse jeito de trabalhar as narrativas atraiu a Amblin, nada mais, nada menos que a produtora de Steven Spielberg. A empresa do diretor comprou os direitos de adaptação para o cinema de “A troca”, segundo livro de Beth. A ideia é ter Rachel Brosnaham, da série “A maravilhosa Ms. Maisel”, como protagonista da história que gira em torno de uma neta e uma avó que trocam de apartamento, rotina, amigos e até celulares.