Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlos Eduardo Santos - Crònicas Cheias de Graça quarta, 16 de abril de 2025

O DIÁRIO TAQUI!… (CRÔNICA DO COLUNISTA CARLOS EDUARDO SANTOS

O DIÁRIO TAQUI!…

Carlos Eduardo Santos

Havia certo alvoroço na Contadoria. Estávamos em 31 de dezembro de 1956. Último dia de trabalho, a moçada inquieta, festas de fim de ano à vista…

Seu Aragãozinho, o Contador, “arrancava os cabelos” pela falta de um documento, exatamente no dia em que se deveria juntar tudo para fazer o Balanço Anual.

 

 

Mas apareceu uma diferença de centavos; a mais miserável para qualquer contabilista. Nesses casos era preciso cotejar todos os papéis do mês para se encontrar o erro que provocara a diferença.

Pois, no exato dia “D” desapareceu o lote do Diário do Movimento de 15 de setembro de 1952, imprescindível para se elucidar uma daquelas diferenças de centavos que tanto perturba os Contadores. E cadê o Diário?

Notou-se um vai-e-vem incomum no setor; gavetas abrindo-se e fechando-se, armários vasculhados, muitos funcionários consultados e Seu Costa Souza, o Subgerente, quase perdendo a paciência; um inferno.

Nisso aparece um cabra novo, que passara no concurso em 2º lugar, doido para comprovar sua eficiência e dispara um cochicho no ouvido de um colega:

– Se estão procurando o Diário de 17 de setembro, vou busca-lo!…

Era Biuzinho de D. Zefa, registrado na Cédula de Identidade como Severino Alexandre de Melo, rapaz de 19 anos, seco que só uma vara de bater pecado mas ágil como um macaco procurando macaca.

Desceu a escadaria como quem desce num escorrego de brinquedo e mandou-se, às carreiras, para a Praça da Independência, onde ficava o arquivo do jornal de Dr. Chateaubriand.

Lá, acionou velho amigo, Fernando da Cruz Gouveia, e quase se ajoelhou pedindo-lhe a edição do Diário de Pernambuco de 15.09.1952.

Pagou o preço e nem quis recibo. “Queimou o chão” de volta à Agência.

Lá chegando, esperado com ansiedade, estufou o peito como se o “Herói do Dia” fosse, disparou uma frase que ficaria no anedotário e provocaria em todos uma risadaria incontida.

A preocupação continuou reinando até que horas depois o arquivista trouxe o Diário Contábil tão procurado.

Mas valeu o espírito de iniciativa daquele novo funcionário, que depois foi enaltecido pelos seus chefes, em que pese sua inocente interpretação do problema.

Mas ninguém se aguentou quando ele disse com o maior entusiasmo:

– O Diário “taqui” meu chefe!…


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros