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Fundadores de grandes empresas de tecnologia, como Jeff Bezos, da Amazon, Larry Ellison, da Oracle, e Sergey Brin e Larry Page, do Google, estão investindo bilhões de dólares em pesquisas biomédicas.
A mais recente empreitada nessa busca se chama Altos Labs, uma startup no Vale do Silício, na Califórnia. A empresa já nasceu com um investimento de US$ 3 bilhões, três laboratórios - sendo dois nos EUA e um no Reino Unido – e um time dos sonhos de pesquisadores, incluindo diversos ganhadores do prêmio Nobel. Entre seus investidores estão Bezos e o bilionário russo-israelense Yuri Milner. Sua principal aposta é uma técnica chamada reprogramação celular. Em laboratório, ela se mostrou capaz de rejuvenescer células.
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A mesma velha história
O envelhecimento não é só o acúmulo de aniversários e o aparecimento de rugas e cabelos brancos. Tudo isso é consequência de um processo natural do corpo humano, que ocorre em nível celular. Com o passar do tempo, as células se dividem menos. Nossos cromossomos se contraem e se quebram, os genes ligam e desligam ao acaso, as mitocôndrias se decompõem, as proteínas se desemaranham ou se aglomeram, as reservas de células-tronco regenerativas diminuem, os ossos se afinam, os músculos perdem força, os órgãos tornam-se lentos e disfuncionais, o sistema imunológico enfraquece e os mecanismos de auto-reparo falham.
Nas últimas décadas, o desenvolvimento de remédios e vacinas, o saneamento básico, o cuidado com a alimentação e a prática de atividade física aumentaram consideravelmente a expectativa de vida humana. Entre 1990 e 2015, o número de centenários no mundo quintuplicou, chegando a 450 mil pessoas. No entanto, apesar de todos os avanços da medicina, ninguém foi capaz de superar o recorde da francesa Jean Calment, que faleceu em 1997, aos 122 anos. Ao menos até agora. As principais apostas hoje para estender a expectativa de vida buscam atuar no nível genético e molecular.
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— Se realmente entendermos a biologia e pudermos redesenhar os humanos da maneira que na teoria é possível, então não haverá limites biológicos para a longevidade — diz o biológico português João Pedro de Magalhães, líder do Laboratório de Genômica Integrativa do Grupo de Envelhecimento da Universidade de Liverpool, na Inglaterra.
Vários caminhos
A reprogramação celular, principal aposta da Altos Labs, por exemplo, consiste em aplicar uma técnica desenvolvida por Shinya Yamanaka, vencedor do Prêmio Nobel de Medicina por por seu trabalho com células-tronco.
Outra abordagem promissora visa eliminar as células senescentes. Quando as células são danificadas por toxinas ou radiação, elas entram em um processo conhecido como senescência. Esse processo ajuda a evitar o aparecimento de tumores. Por outro lado, o acúmulo dessas células libera substâncias que aumentam a inflamação. Isso, por sua vez, impulsiona doenças associadas ao envelhecimento.