Síndrome do Piriforme!
João Ribeiro
Você já tinha ouvido isso? Não se preocupe, pois muitos médicos também não conseguem diagnosticar o problema, como foi em meu caso em mais de uma oportunidade. Por isso vale a pena se aprofundar. O texto abaixo foi produzido por mim, ao procurar possíveis causas para meus problemas de coluna. A ele foram anexadas inúmeras figuras relativas, todas retiradas da Internet. Espero que o que serviu MUITO para mim possa vir a ajudar outras pessoas. Como tudo aconteceu.
Há tempos tenho problemas na coluna lombar, em consequência de um abaulamento dos discos de forma irreversível, com todas as suas consequências. Entretanto as dores por conta de impactos na coluna, que me ocorreram inúmeras vezes na vida, desde jovem, me fizeram a me consultar com inúmeros e bem conceituados médicos da área, mas sem nunca obter os resultados satisfatórios. Passei então frequentemente a pesquisar o assunto na Internet e um belo dia li uma matéria sobre a Síndrome do Piriforme!
O que seria ela? Nada mais, nada menos, que uma das causas de meus problemas. Fiz um pequeno (porém bem elaborado) estudo sobre o tal Piriforme, onde se encontra, o que a síndrome poderia ocasionar e o imprimi, passando a levar aquele documento de três páginas, inclusive com figuras ilustrativas, para mostrá-lo para os médicos que eventualmente viessem a me tratar.
E isso efetivamente ocorreu um dia, que por talvez azar meu ou falta de ética do próprio médico (que não citarei o nome por razões óbvias). Ao chegar ao consultório naquele dia (faz uns quinze anos), aguardei ser chamado até que a atendente me indicou o consultório.
Entrei, cumprimentei o médico e inicialmente mostrei para ele os exames de imagem que eu trazia, demonstrando os problemas na coluna vertebral e ao mesmo tempo também falei para ele sobre a “descoberta” que eu tinha feito em minha pesquisa na Internet. Ele praticamente desconsiderou aquele escrito (de três páginas) e disse que primeiramente queria examinar as imagens.
Levantou-se para colocá-las naquela tela de exibição. Eu o segui e fiquei ao lado. Quando ele estava olhando para as três telas, eu polidamente disse que a imagem do meio era a que mais identificava a gravidade do meu caso. Ao que o médico virou para mim e falou de forma ríspida: - “Não fale agora porque assim você pode me desconcentrar!”.
Eu levei um susto pela reprimenda e pensei... “Ele deve se achar um ser infinitamente superior”... E aguardei calado. Após uns três minutos ele voltou-se para a sua mesa, sentou e eu o acompanhei. Quando ele tinha acabado de se ajeitar, olhou para mim e disse, de forma incisiva:
-“Sua operação vai custar o preço de um carro novo!”.
E disse que iria ligar para São Paulo para saber quando seria o preço de catorze parafusos para colocar na minha coluna! Naquele instante não me segurei e respondi prontamente:
“Que eu não quero comprar!” (me referindo ao carro novo). E continuei com a pergunta:
- “Doutor, eu já posso falar?”. E ele assentiu. E eu continuei:
“Olhe, eu sou um Analista de Dados e Informações, leio muito e sei que o Código de Ética do Médico diz que o profissional tem que informar ao paciente TODAS as opções de tratamento disponíveis!”. Ele ficou pálido, mudou muito o semblante e respondeu:
“Claro”, e foi logo pegando um esqueleto de plástico para continuar a conversa.
Com a tal peça disse, mostrando a coluna vertebral, onde o problema ficava etc. E com a sua maneira de tratar completamente mudada, pediu para olhar o documento que eu tinha produzido com minha pesquisa. E perguntou:
“Quem escreveu isso?” Ao que eu respondi imediatamente:
“Eu mesmo, após pesquisar o assunto por meses”...
E completei, dizendo para o médico:
“Como já disse, sou um analista, não sou médico, mas também não sou burro”.
O ambiente ficou tenso e ele, depois que leu o documento de três páginas, perguntou:
“Posso ficar com isso?”. E eu disse: “Pode sim, é apenas uma cópia, meu estudo está em meu computador”.
O que é a Síndrome do Piriforme? A SÍNDROME DO PIRIFORME refere-se a uma irritação do nervo ciático na sua saída da pelve para a região glútea ao passar através do músculo piriforme localizado profundamente na nádega. O nervo ciático é o maior nervo do corpo e sua inflamação causa dores na região posterior do quadril, nádega e frequentemente irradiam para a coxa e perna. O músculo piriforme se estende desde a superfície pélvica do osso sacro (coluna) até a borda superior do fêmur. Sua função principal é a de mover a coxa lateralmente e gerar uma rotação lateral.
Ao final da consulta eu perguntei a ele quando poderia receber o laudo a ser por ele elaborado. Seria em uma segunda-feira. Ao que eu disse:
“Está certo, mas se eu tiver que me operar da coluna algum dia, não será com VOCÊ!”.
Foi realmente uma consulta péssima, na qual fui tratado de forma indevida e que demonstrou nitidamente a posição de se achar o dono da verdade. E após disso, me serviu também para tomar cuidados com outras consultas que poderiam vir e que realmente vieram a ocorrer, envolvendo erros médicos e algumas grosserias ditas por aqueles que eu considero maus profissionais.
Fica o alerta!
Resumindo: após disso, decidi por conta própria me consultar com uma Fisioterapeuta que me acompanhava. E pedi a ela (bem mais jovem do que eu) que me tratasse como eu fosse o pai dela. E ela (nome omitido por ser desnecessário) me disse, após ter me examinado e ter feito uma Osteopatia, que me deixou muito bem: E continuou:
“Primeiramente você tem que suspender essas suas caminhadas longas, fazer dez sessões de fisioterapia e depois começar a fazer Pilates”.
A princípio não coloquei tanta fé na proposta, mas decidi cumprir tudo aquilo à risca. E deu certo! Fiz a fisioterapia e depois de três meses de Pilates estava muito melhor.
Aprendi a evitar posições que poderiam agravar o problema, bem como a fazer exercícios para colocar a coluna de volta ao local! (Tudo isso dá para se fazer em casa mesmo!). Essa Fisioterapeuta foi uma benção em minha vida!
Voltando à “famosa” Síndrome do Piriforme, menciono alguns trechos de minha pesquisa, que cheguei até a enviar para uma rede de televisão, que infelizmente nem deu atenção ao assunto em uma séria de entrevistas sobre a própria coluna, nas quais nenhum dos médicos tinha pelo menos mencionado a existência desse PIRIFORME!
E o que pode ocorrer, quando uma pessoa está com lesões aparecendo de forma frequente? Ir ao médico, não é? E lá chegando o profissional (médico) pode facilmente confundir um exame de imagem que mostra um começo de “bico de papagaio”, por exemplo, e associá-lo às dores!
Como foi o meu caso, tudo isso pode induzir o médico a nos operar logo, como a “única” solução possível para o caso. Ledo engano... É o caso do desconhecimento da Síndrome do Piriforme, que é uma patologia que pode acontecer por associação de fatores presentes no nosso dia-a-dia e na prática esportiva.
Veja a seguir algumas considerações coletadas de diversos locais na internet:
“Quando você sente dor na região glútea (nádega), quadril, lombar, membro inferior e também formigamento ou dormência, que podem irradiar em direção à perna do lado acometido, é com que se dê conta na existência da Síndrome do Piriforme! Sempre quando falamos em lesões, de forma geral, pensamos logo nas que podem ser causadas pelas atividades físicas praticadas. Porém, existem lesões que são decorrentes de nossas atividades do dia-a-dia ou as que são provocadas pela junção de maus hábitos de postura”.
“A Síndrome do Piriforme é uma irritação do nervo ciático provocada pelo aumento da tensão ou espasmo do músculo piriforme, que é um músculo pequeno, localizado na nádega, sob os glúteos, e tem como função a rotação da coxa. Sua localização vai do sacro (porção final da coluna) até o fêmur (osso da coxa)”.
Pois bem: o nervo ciático passa através desse músculo, o Piriforme, o que em algumas pessoas pode haver um pressionamento do nervo ciático, o que logicamente causa dor na lombar, com irradiação, às vezes, para a perna. A causa mais comum é a tensão exercida pelo músculo piriforme no nervo ciático. Porém tensão e encurtamento da musculatura próxima a ele (coluna, nádega e quadril) também geram tensão neste músculo, predispondo à compressão do nervo ciático.
Notei em muitos artigos, comentários que por vezes as pessoas carregam suas carteiras no bolso traseiro da calça ao dirigir. E, dependendo do caso ou da propensão do paciente, pode ocasionar a pressão sobre o ciático (que como dissemos, passa dentro desse músculo). Assim, manter a postura sentada por longos períodos, principalmente com a coxa em rotação externa (como ao dirigir) diminui o aporte sanguíneo para a região do músculo e altera a fisiologia do piriforme (e dos músculos próximos à ele também) e provoca encurtamento.
Alguns desses fatores podem contribuir para o aparecimento da síndrome por sobrecarga do piriforme. Traumas diretos podem provocar edema na região do piriforme ou causar uma tensão e conseqüente compressão e irritação do nervo ciático. Pronto!
A partir daí eu tinha descoberto uma das causas que poderiam induzir os médicos a erros: A Síndrome do Piriforme.
Outros sintomas da Síndrome do Piriforme As queixas incluem dor que pode acontecer em alguns locais como: na região glútea (nádega), quadril, lombar, membro inferior e também formigamento ou dormência, que podem irradiar em direção à perna do lado acometido.
A dor pode ser reproduzida na rotação externa do quadril resistida, que é quando tentamos impedir o movimento de afastar os joelhos, ou seja, o joelho vai para fora e o pé para dentro, como ao cruzar uma perna sobre a outra. Ou quando se força o movimento contrário (rotação interna), isto é, quando forçamos o movimento de levar o joelho para dentro e o pé para fora.
Medidas a serem tomadas Procurar um médico para que o diagnóstico seja estabelecido. (Em meu caso, a partir dessa ocorrência, passei a informar de forma educada aos médicos, sobre a possibilidade da Síndrome do Piriforme, deixando logicamente para o profissional avaliar a questão). E descartar a possibilidade de outras patologias que têm sintomas parecidos com a Síndrome do Piriforme, que é a primeira atitude a ser tomada.
Deve ser feito um exame físico detalhado para descartar a possibilidade de hérnia de disco, problemas associados à compressão nervosa na região lombar, artroses ou patologias da região sacro-ilíaca. Como é uma condição patológica que não se comprova em exames de imagem, o diagnóstico é estabelecido com base no exame físico e nos sintomas, o que pode acarretar em erro no diagnóstico e dificuldade no tratamento, ao se focar em coluna quando o problema está na região do quadril. Depois de confirmado o diagnóstico de Síndrome do Piriforme podem ser prescritos medicamentos para auxiliar no alívio da dor e relaxar a musculatura.
Pode ser orientado repouso relativo (parar corrida ou qualquer outra atividade física por um tempo) ou apenas a redução no ritmo da corrida. Porém é importante a realização da fisioterapia, onde será orientado um programa de exercícios para equilibrar a musculatura, além de técnicas diversas para alívio dos sintomas, de acordo com cada quadro apresentado.
Tratamento para a Síndrome do Piriforme
O tratamento tem como objetivos a redução da dor, melhora da flexibilidade e força e diminuição da tensão do músculo piriforme e dos músculos próximos à região, através de técnicas de massagem.
Poderão ser utilizados aparelhos como ultra-som e TENS para o alívio da dor e formigamento/dormência e deve ser orientado um programa de alongamentos e fortalecimentos para que o retorno ao ritmo de corrida seja seguro e com bom resultado.
A utilização de ultra-som e massagem são técnicas efetivas, além de acelerar a resolução da lesão. A aplicação de gelo deverá ser feita para diminuir a dor, pois o gelo tem efeito analgésico e antiinflamatório.
Este assunto é muito relevante para ajudar as pessoas. Para mim foi fundamental! Abraço em todos!