Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 22 de outubro de 2018

ATOA PRÓ BOLSONARO EM TODO O PAÍS

 


Atos pró Bolsonaro em todo país
 
Em Brasília, manifestantes se concentraram na Esplanada dos Ministérios, mesmo com risco de chuva. Em outras 56 cidades de São Paulo, Rio, Minas, Goiás, e em capitais de estados do Nordeste, apoiadores também saíram as ruas

 

LUCAS VALENÇA
ESPECIAL PARA O CORREIO

Publicação: 22/10/2018 04:00

 

Encontro brasiliense começou de manhã em frente ao Museu Nacional (Barbara Cabra/Esp.CB/D.A Press)  
Encontro brasiliense começou de manhã em frente ao Museu Nacional

 

Em carreata, apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) contornaram a Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes se reuniram do Museu Nacional e seguiram em direção ao Congresso Nacional, onde tiveram de aguardar até que uma das pistas fosse liberada. Horas antes, uma corrida de 21 quilômetros — meia-maratona —, acontecia no local. Carreatas e manifestações foram vistas em diversas cidades do país.

Em Brasília, três carros de som foram utilizados na manifestação de apoio a Bolsonaro que, na avaliação dos organizadores, reuniu cerca de 100 mil pessoas. A Polícia Militar não avaliou o público. José Alves, de 55 anos, um dos organizadores, disse que a possibilidade de chuva não impediu os apoiadores de irem ao movimento. “O povo está unido, faça chuva ou faça sol não vai fazer a diferença. O importante é estarmos imbuídos de mudarmos a história de nosso país”, afirma.

Vestido com as cores verde e amarelo, o psicólogo Alexandre Dantas, de 56 anos, disse ter “certeza absoluta” de que o capitão reformado sairá vitorioso nas eleições, Dantas explicou que duas propostas levaram-no a votar em Bolsonaro. A primeira é a redução da maioridade penal para 16 anos. Já a segunda, é relacionada à seca enfrentada há séculos pela região Nordeste. “Há uma proposta do Bolsonaro no sentido de trazer tecnologias israelenses para acabar com a seca que devasta aquela população”, contou.

Além de Brasília, manifestações a favor de Bolsonaro, também foram 56 cidades do país.

 Em São Paulo, os movimentos aconteceram nas cidades de Jundiaí, Araçatuba, Mogi das Cruzes e Santa Isabel, além da capital paulista. No Rio de Janeiro, parcela da população esteve na praia de Copacabana. Capitais nordestinas — Recife (PE), Salvador (BA) e Maceió (AL) — também tiveram a presença de apoiadores do candidato, assim como em Belém e várias cidades de Minas Gerais, Goiás e Amazonas.

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Correio Braziliense domingo, 21 de outubro de 2018

AFFONSO HELIODORO DOS SANTOS: O ADEUS A UM DOS ÚLTIMOS PIONEIROS

 

O adeus a um dos últimos pioneiros
 
Morreu ontem, aos 102 anos, Affonso Heliodoro dos Santos, último remanescente da equipe de JK. Ele foi subchefe do Gabinete Civil da Presidência, participou da criação da capital, criou o Memorial JK e esteve à frente do Instituto Histórico e Geográfico do DF por 20 anos

 

Pedro Grigori
Jairo Macedo
Especiais para o Correio

Publicação: 21/10/2018 04:00

Mineiro criou memorial em homenagem ao amigo e o comandou até 1997 (Daniel Ferreira/CB/D.A Press - 27/8/10)  
Mineiro criou memorial em homenagem ao amigo e o comandou até 1997



 
Brasília perdeu, na manhã de ontem (20), um dos últimos de seus pioneiros. Affonso Heliodoro dos Santos, conhecido como coronel Affonso, morreu em Belo Horizonte (MG), aos 102 anos. Hospitalizado desde a última quinta-feira (18) na capital mineira, ele faleceu em decorrência de problemas no coração e fraqueza por causa da idade avançada. Amigo de Juscelino Kubitschek desde a juventude em Diamantina (MG), ele era o último integrante vivo da equipe principal do ex-presidente da República. Advogado e escritor, ocupou o cargo de subchefe do Gabinete Civil da Presidência durante o governo JK, de 1957 a 1961, e trabalhou direta e decisivamente na construção de Brasília. O velório ocorrerá hoje, no Cemitério da Colina, em Belo Horizonte. A pedido dele, o corpo será cremado.
 
Heliodoro nasceu em 16 de abril de 1916. Conheceu Juscelino ainda criança e chegou a ser aluno da mãe de JK, Júlia Kubitschek, que foi professora primária em Diamantina. Ele se formou bacharel em direito pela antiga Faculdade Nacional do Rio de Janeiro, na capital fluminense. Em 1933, aos 17 anos, ingressou na Força Pública, como era chamada a Polícia Militar de MG à época. Em 1951, Heliodoro assumiu o Gabinete Militar no governo do estado, quando Juscelino se elegeu governador. Cinco anos depois, estava ao lado do então presidente quando foi assinado o documento que pedia ao Congresso Nacional a criação da nova capital no coração do Centro-Oeste, em 1956. Naquele mesmo ano, Affonso Heliodoro visitou, pela primeira vez, a região onde Brasília seria construída.
 
“Para nós, da família Kubitschek, foi o melhor dos amigos”, declarou o empresário e ex-político Paulo Octávio, marido da neta do ex-presidente, Anna Christina Kubitschek. “Um homem dedicado à história de Juscelino, companheiro dele e grande defensor da construção de Brasília. Affonso Heliodoro dos Santos soube honrar, com a maior das humildades, todo o legado dos pioneiros que construíram a Capital Federal.” O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, sintetizou a trajetória do pioneiro como “uma vida centenária dedicada ao país e a Brasília”. Em nota, Rollemberg o descreveu: “Homem simples, de gestos firmes, escreveu sua trajetória militar e política ao lado do fundador da capital do Brasil, Juscelino Kubitscheck, de quem foi um amigo leal e companheiro da epopeia de construção de Brasília. Tive o privilégio de conhecê-lo, me tornar seu amigo e poder ouvir dele relatos da fantástica jornada de construção de Brasília”.

Dedicatória de Juscelino a ele em livro ( Daniel Ferreira/CB/D.A Press - 27/8/10)  
Dedicatória de Juscelino a ele em livro


Família e amigos
 
Aos 7 anos, Heliodoro perdeu o pai, delegado, durante uma investigação policial em Salinas, no norte do estado. A partir de então, a mãe criou, sozinha, os oito filhos do casal. 95 anos mais tarde, ele partiu, deixando três filhos, 12 netos e bisnetos. “Meu avô era um quadro pintado pelos deuses para a família”, diz o neto Pedro Ivan Tupy Filho, 48 anos. “Convivi muito com ele e posso dizer que tive dois pais na vida”, afirma o empresário. Quanto à atuação pública, Pedro afirmou: “Ele foi de grande importância para nosso país, para Brasília e para o momento de desenvolvimento do país. Apesar de não ter vivido naquela época, sei que até hoje as grandes obras construídas por ele e a equipe de Juscelino Kubitschek ainda perduram”.
 
Adirson Vasconcelos, jornalista, historiador e ex-presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, órgão que o coronel também presidiu, lembrou o espírito de ação do pioneiro. “Cada obra de JK, a partir de seu lançamento, tinha começo, meio e fim previstos. Dentro dos princípios administrativos mais modestos, essa meta se submetia a um cronograma rigoroso. É aí que entra Affonso Heliodoro, a pessoa no governo pronta para isso”, descreve. Para o advogado Paulo Castelo Branco, amigo de Affonso, o coronel foi uma grande personagem de Brasília e do Brasil, fundamental para a criação da capital e um dos responsáveis pelo plano de metas de JK. “Uma das pessoas mais bem-humoradas que conheci, boa gente, sempre falante e cordial”, lembra. “Ele tinha também a admiração de todos pela sua lealdade à família Kubitschek, não só ao Juscelino, mas também à Sarah, à Márcia, à Anna Cristina, minha mulher. É como se fosse um pai para elas”, acrescenta Paulo Octávio.

Coronel:  
Coronel: "Eles (militares) eram visceralmente contrários a Juscelino Kubitschek"


Companheirismo
 
Após a presidência de Juscelino Kubitschek, Affonso Heliodoro manteve-se ao lado do amigo nos momentos mais críticos de sua vida. Em matéria do Correio por ocasião de seu centenário, Heliodoro lembrou que os planos de JK contrariavam diversos interesses, em especial os norte-americanos. “Eles não tinham interesse no desenvolvimento do país, por isso, eram visceralmente contrários a Juscelino”, disse. Quando o Golpe Militar se tornou realidade, ele estava junto a Kubitschek no apartamento dele no Rio de Janeiro. “Ficamos atordoados com a notícia, mas ainda não tínhamos noção do alcance daquele atentado à democracia”, afirmou.
 
JK permaneceu como senador até 8 de junho de 1964, quando teve os direitos políticos cassados pelo então presidente Castello Branco. Dias depois, embarcou para exílio voluntário na Europa e nos Estados Unidos. Nesse período, o coronel esteve com o velho amigo em Paris. “Foi muito importante a presença dele, era um verdadeiro irmão. Kubitschek dizia que se sentia exilado e deprimido fora do país, mas a presença de Affonso alegrava qualquer ambiente”, recorda Adirson Vasconcelos. Ele confidencia que Juscelino descrevia o amigo como “meu Cirineu”, em alusão ao personagem bíblico que ajudou Jesus a carregar a cruz.

Com a esposa, Maria da Conceição Cabral  (Carlos Vieira/CB/D.A Press - 28/12/15)  
Com a esposa, Maria da Conceição Cabral


História viva
 
De volta ao DF, Heliodoro liderou a criação do Memorial JK, em 1981, o qual comandou até 1997. Anna Christina Kubitschek, neta do ex-presidente e atual presidente do Memorial, lamentou, em nome da instituição, “a perda do amigo, pioneiro e conselheiro, coronel Affonso Heliodoro”. Ela o descreve como “um homem que construiu uma história de amor ao Brasil e em especial a Brasília, essa cidade símbolo da capacidade realizadora dos brasileiros”, afirmou Anna Christina. “Sempre que eu promovia algum evento com pessoas que ajudaram na construção da Capital Federal, eu o convidava para fazer alguma palestra e contar sobre essa epopeia bonita que foi Brasília”, recorda Paulo Octávio. “Ele conhecia todos os detalhes, todas as adversidades pelas quais JK passou. Ele tinha uma memória prodigiosa e dava uma aula. Era um verdadeiro professor da história de Brasília. É um dos heróis de Brasília.”
 
Coronel Affonso presidiu o Instituto Histórico e Geográfico do DF por 20 anos. “Ele era a alma do instituto”, descreve William Dálbio de Carvalho, atual 1º vice-presidente do órgão. “O papel do instituto é o da preservação da memória de Brasília e, quanto a isso, ele atuou de maneira decisiva, porque viveu a construção intensamente. Mesmo quando deixou a presidência, continuou presente”, diz. O coronel ainda encontrou tempo para escrever oito livros, entre ficção, crônicas e memórias de Brasília e do amigo JK. “Décadas depois, Affonso ainda amava Brasília, enxergando seu papel desenvolvimentista na região Centro-Oeste, antes desértica. A capital passou a interligar o Brasil de norte a sul, abrindo estradas e promovendo a integração nacional”, conclui, emocionado, Adirson Vasconcelos.
 
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Correio Braziliense sábado, 20 de outubro de 2018

MAIS PANCADAS DE CHUVA

 

Mais pancadas de chuva
 
 
No dia mais chuvoso da primavera, brasilienses enfrentaram ruas alagadas, com acidentes e carros atolados, ontem. Fim de semana terá novas tempestades

 

» AUGUSTO FERNANDES
ESPECIAL PARA O CORREIO

Publicação: 20/10/2018 04:00

Uma árvore caiu sobre dois veículos e atingiu a rede elétrica, no Paranoá (CBMDF/Divulgação)  
Uma árvore caiu sobre dois veículos e atingiu a rede elétrica, no Paranoá
 
Após um longo período de temperaturas elevadas e baixa umidade, o Distrito Federal sofreu com tempestades ontem. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as precipitações chegaram à 39,6 milímetros, o sexto maior índice de 2018, e foi o dia mais chuvoso da primavera, que começou em 22 de setembro.

Segundo informações do Inmet, não chovia tão forte assim desde 16 de abril, quando o órgão registrou 50mm de precipitações. Só com as chuvas de ontem, outubro ultrapassou as marcas de maio (11mm), junho (0mm), julho (0mm), agosto (21,1mm) e setembro (38,6mm). A tendência é que os temporais continuem neste fim de semana.

“A partir de agora, os brasilienses terão de se acostumar com as chuvas. A primavera é uma época de transição entre a seca e o período chuvoso. Por isso, nas primeiras semanas tivemos altas temperaturas, mas agora, com a estação chegando à metade do seu tempo de duração, as precipitações serão mais frequentes”, explicou a meteorologista do Inmet Maria das Dores de Azevedo.

A meteorologista disse ainda que as chuvas serão mais constantes é a média histórica de precipitações em outubro é de 159,8mm. “Este é um mês que costuma ser chuvoso. Portanto, será normal, daqui em diante, mais ocorrências de chuvas, incluindo tempestades com granizo, ventos fortes e descargas elétricas”, acrescentou.

Para hoje e amanhã, a previsão é de céu nublado a encoberto com pancadas de chuva e trovoadas. A temperatura não deve subir muito, e vai variar de 18ºC a 26ºC neste sábado, e de 18ºC a 24ºC, amanhã.
 
Lamaçal
 
As chuvas de ontem foram tão fortes que o Inmet emitiu um alerta meteorológico de perigo. Nesse grau de risco, as tempestades são acompanhadas de ventos entre 60 e 100km/h e há possibilidade de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores e alagamentos. Em Vicente Pires, por exemplo, diversas ruas foram tomadas pela água.

Um ônibus da empresa São José atolou na Rua 10 e só foi retirado do local mais de quatro horas depois. Motorista do coletivo, William Rocha, 41 anos, disse que transportava cerca de 50 passageiros quando a parte dianteira do veículo “simplesmente afundou no asfalto”.

“Não tinha buraco algum na pista, mas, de repente, o asfalto cedeu. Ainda bem que eu estava devagar, caso contrário, teria arrancado toda a suspensão do ônibus. Em 17 anos como motorista, nunca tinha passado por uma situação como essa”, lamentou. O para-choque do veículo ficou danificado.

Vendedor em uma loja de serviços automotivos, Odelson Lopes, 30, deixou o trabalho de lado para limpar a lama que entrava na oficina. Segundo ele, a situação se repete todas as vezes que acontece uma forte enxurrada na cidade. “É lamentável e até desumano. Perdemos quase o dia inteiro só por conta da chuva”, disse. “O pior de tudo é que esse problema não será resolvido tão cedo”, queixou-se.
 
Prejuízos
 
Os incômodos se repetiram em outros pontos do DF. Na Quadra 6 do Paranoá, uma árvore caiu sobre dois veículos e atingiu a rede elétrica, mas não deixou feridos. No Gama, dois acidentes automobilísticos aconteceram próximo ao Presídio Feminino. Em um deles, um homem de 37 anos capotou com um caminhão e foi ser transportado ao Hospital Regional do Gama com dores na região da coluna vertebral e escoriações.

Em Águas Claras, a chuva provocou um curto-circuito em uma escola, na Rua 14. Um cabo subterrâneo da instituição de ensino foi danificado, o que causou pequenas explosões, provocando pânico em estudantes e professores. O colégio precisou ser evacuado e as aulas da tarde foram canceladas. Mesmo assim, ninguém se feriu e a estrutura do prédio não sofreu danos.

O Corpo de Bombeiros atendeu duas ocorrências no Plano Piloto. Na mais grave, uma mulher de 25 anos bateu o carro na traseira de um ônibus escolar, a poucos metros da Ponte Juscelino Kubitschek. Ela contundiu o rosto e sofreu uma hemorragia no nariz. Após os primeiros socorros, os militares a levaram ao Hospital de Base.


Aguaceiro

Os dias mais chuvosos do ano
8 de fevereiro  80mm
5 de março   62mm
4 de fevereiro   52mm
16 de abril   50mm
4 de abril   48mm
19 de outubro   39,6mm
 
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Correio Braziliense sexta, 19 de outubro de 2018

ELES CONTROLAM OS ARES

 


Eles controlam os ares
 
Conheça a rotina de homens e mulheres que passam o dia de olho nos computadores, nas pistas do aeroporto e no céu para garantir a segurança dos pousos e decolagens na capital

 

» Marcus Lacerda
Especial para o Correio

Publicação: 19/10/2018 04:00

Quem trabalha na torre lida visualmente com os aviões, observando aterrissagens, decolagens e o taxiamento (Minervino Junior/CB/D.A Press)  
Quem trabalha na torre lida visualmente com os aviões, observando aterrissagens, decolagens e o taxiamento
 


“Senhores passageiros, preparar para decolagem”, diz o piloto com voz calma e transmitindo segurança. Com uma mão nos instrumentos do avião, ele fica de ouvido ligado nas instruções que lhe são passadas. Apesar de ter todo um horizonte à frente, ao longo da trajetória de sua rota, vai contar com a ajuda de homens e mulheres que o observam por telas com círculos e números que dizem se está tudo bem ou se alguma medida deve ser tomada, até que o avião pouse e seus passageiros e tripulação desçam dele. “Se um avião tiver uma pessoa, o piloto só, ele já é importante para nós”, garante o capitão da Aeronáutica André Buarque, com 30 anos de experiência. Amanhã é comemorado o Dia do Controlador de Voo, profissionais que cuidam da segurança de aeronaves da pista aos ares para as pistas de volta.
 
Em Brasília, os controladores de tráfego aéreo da Força Aérea Brasileira (FAB) trabalham no Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta I), localizado nas dependências do terminal administrado pela Inframerica. O sistema funciona 24 horas e os controladores se revezam em turnos de sete horas e meia ou nove horas de trabalho.
 
Antes de ingressar na FAB, o candidato a controlador precisa ser aprovado em concurso público. Os aprovados no processo seletivo passam pela fase de capacitação, que inclui a adaptação à atividade militar e o curso de controlador de tráfego aéreo em escolas especiais. Entre outras habilidades exigidas, é necessário ter um conhecimento amplo em meteorologia, navegação aérea, geografia, inglês, amplo conhecimento de aeronaves e também de todas as normas de tráfego aéreo.
 
Organização
 
Ao contrário do que a imaginação popular desenha, os controladores de voo não trabalham só nas torres de aeroportos. Na verdade, aqueles que trabalham nesse lugar específico lidam visualmente com as aeronaves observando aterrissagens, decolagens e o taxiamento dos aviões. Outro controlador de voo com o qual os pilotos contam são os que trabalham nos Centros de Controle de Aproximação. Em um raio de 40 milhas (cerca de 64km), eles organizam a fila de aviões que sobe e desce dos aeroportos. “As aeronaves devem ser mantidas a no mínimo 1.000 pés de distância uma da outra, isso é um pouco mais de 300 metros”, explica Iveh Rocha, controladora de voo e 2ª sargento da Aeronáutica.
 
A terceira peça no controle de voo é o controle de área, realizado no Brasil em quatro perímetros. O Centro de Controle de Área em Brasília cobre boa parte de Minas Gerais, de São Paulo, do Mato Grosso, Rio de Janeiro e Espírito Santo. “Temos a área com maior fluxo de voos, apesar de ser uma das menores”, pontua o controlador e 2º sargento Raphael Almeida. Contando com equipamentos, eles mantêm os aviões em rota e alertam para eventualidade de clima. “Mesmo vendo aqui, nós dependemos do piloto nos dizer se a nuvem está acima ou abaixo dele”, explica o capitão André Buarque. Na tela do equipamento, cada aeronave aparece como um círculo e junto a ela sua identificação, matrícula, velocidade (em nós) e altura (em pés).
 
Confiança
 
No decorrer de um voo, a aeronave começa no solo sob a responsabilidade do controlador de voo da torre. Uma vez que a torre não tenha mais contato visual, um controlador em um centro de aproximação vai guiá-lo na sequência de aviões que saem dali. Já em altitude de cruzeiro, ele passa a receber instrução de outro controlador, este num centro de controle de área. Quando da descida, essa ordem se inverte.
 
A relação entre controladores de voo e pilotos depende de muita confiança. “A gente também depende de informações de pilotos para atualizar os outros pilotos”, comenta o capitão Buarque. Por esse mesmo motivo, controladores e pilotos são levados a terem contato com os ambientes de trabalho um do outro: o controle e a cabine. “O intercâmbio de conhecimento é muito bom, porque a gente consegue entender quais são as necessidades da aviação hoje por meio dos pilotos, e eles podem observar nossa linha de raciocínio”, aponta a 2ª sargento Iveh Rocha.
 
O trabalho dos controladores varia muito com o fluxo do tráfego aéreo. “Quando há maior demanda, precisamos tomar medidas para o controle de fluxo, como redução da velocidade das aeronaves em voo e suspensão das decolagens em terra. Mas num ritmo tranquilo, a gente trabalha muito com antecipação. Se der para agilizar o voo, a gente vai fazer”, afirma a 2ª sargento Iveh.
 
O capitão André Buarque faz uma analogia do controle de tráfego aéreo com um cruzamento de vias numa cidade. “Você tem um cruzamento que não tem muito tráfego, você não precisa botar nada lá. Começou a aumentar um pouco, você coloca uma sinalização, um semáforo, tem de tomar conta desse cruzamento para não ter acidente. A mesma coisa acontece com os aeródromos”, compara o oficial.

Iveh Rocha pretednia ser piloto, mas se realizou como controladora   (Minervino Junior/CB/D.A Press)  
Iveh Rocha pretednia ser piloto, mas se realizou como controladora


Raphael Almeida: reponsabilidade pela área com maior número de voos (Minervino Junior/CB/D.A Press)  
Raphael Almeida: reponsabilidade pela área com maior número de voos


Tecnologia
 
Com 30 anos lidando com controle de voo, André Buarque chegou a lidar com a aviação sem radares. “A gente controlava apenas pela frequência de rádio. O básico do controle de voo é você ter o contato de rádio com a aeronave. A gente preenchia uma ficha com as informações do plano de voo e controlava as aeronaves assim”, conta o capitão.
 
O capitão André Buarque lembra, com bom humor, dos primeiros contatos com o radar. “A tela era monocromática. A gente costumava dizer que o controlador de voo podia ser daltônico”. Hoje, o sistema agrega informações de condição das aeronaves por cores, tais como transferência de nave entre controladores, pouso, decolagem, situação de perigo.
 
Em 29 de setembro de 2006, o voo 1907 da Gol que ia de Manaus até o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com escala em Brasília chocou-se com um jato Embraer Legacy 600. O acidente vitimou 154 pessoas, sem sobreviventes. André Buarque lembra de estar no controle do Cindacta 1 no dia do acidente, e vê nele um ponto de mudança no trabalho da equipe do controle. “Após aquele acidente, nosso nível de atenção aqui subiu e nosso maior trabalho é nos manter sempre alertas”, afirma o capitão.
 
Para minimizar a possibilidade de erro, na sala do controle de tráfego aéreo do aeroporto de Brasília, o foco é apenas no trabalho. Há inclusive uma placa alertando sobre a proibição de usar celular. Também não há permissão para aparelhos de TV ou de rádio.
 
Mulheres
 
Mais da metade do efetivo do controle no Cindacta I é composto por mulheres. Iveh Rocha cresceu voando de ultraleve com o pai no Rio Grande do Sul. Pretendia ser piloto, mas encontrou na carreira de controladora de voo uma realização. “A gente sente muita satisfação vendo que a gente está mantendo as pessoas seguras enquanto estão voando. Sempre que eu estou controlando, eu imagino que seja um ente querido meu que está voando”, ela diz.
 
Segundo o capitão Buarque, houve um tempo em que os pilotos eram críticos a controladoras de voo. “Você tinha um pessoal que falava que mulher não dava conta. Hoje já se vê que é notável o quanto elas têm atenção e prestam atenção a detalhes”, o veterano pontua. A 2ª sargento Iveh não vê muitos problemas na carreira enquanto mulher. “A gente se sente muito entrosada com a equipe, os pilotos já estão acostumados a ouvir nossa voz e têm muitas mulheres pilotando.”
 
 
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Correio Braziliense quinta, 18 de outubro de 2018

NEIL ARMSTRONG: INTERMINÁVEL JORNADA PARA A HUMANIDADE

Interminável jornada para a humanidade
 
Não é apenas o passo definitivo para o homem que fez de Neil Armstrong um ícone mundial. A força central do roteiro de O primeiro homem: o filme, com estreia hoje, transpira dramas pessoais

 

Ricardo Daehn

Publicação: 18/10/2018 04:00

 (Jessica Quinalha /NBCUniversal
)  
 
 
Num cenário promissor, O primeiro homem, filme em torno da corrida espacial dos anos de 1960, aglomera talentos de peso — dirigido pelo mais jovem vencedor do Oscar de melhor diretor Damien Chazelle. O longa ainda inclui o astro de La la land (criado por Chazelle, em 2016, com direito a seis estatuetas douradas) Ryan Gosling, ao reafirmar um ícone inconteste de todo e qualquer livro de viagem espacial: Neil Armstrong, o pioneiro astronauta a pisar o solo lunar. Cineasta da obsessão moderna na sétima arte — à frente de filmes como Whiplash — Em busca da perfeição (2014) e do musical de coreografias milimetradas La la land, Damien Chazelle recorreu, por exemplo, ao instrutor Frank Hughes, a serviço da Nasa no treinamento de Armstrong, para dar dicas para a preparação do protagonista Ryan Gosling, desde já a caminho de possível terceira indicação ao Oscar de melhor ator.
 
Tendo por produtores executivos um punhado de profissionais de cacife, entre os quais Steven Spielberg e Adam Merins (Em ritmo de fuga), O primeiro homem recria momentos repletos de tensão, ao abordar a inaugural investida do homem rumo à Lua. “Se alguma pessoa falhasse, o projeto fracassaria”, sublinhou em material de divulgação do filme Marty Bowen (o mesmo da saga Crepúsculo), produtor alinhado, em função, a Wyck Godfrey (do sucesso A culpa é das estrelas). Até a consumação da missão Apollo 11, os espectadores do filme não deparam apenas com obstáculos tecnológicos. O primeiro homem abraça muitos dramas pessoais experimentados por Neil Armstrong ao lado da mulher dele, Janet (interpretada por Claire Foy, presente na série The crown).
 
Historiador dos ramos da ciência e da tecnologia, James R. Hansen foi outro nome a estruturar a transposição para as telas de oito anos essenciais na trajetória de Neil Armstrong, que culminaram no feito máximo de chegar à Lua, em 1969. Antes da morte do astronauta, em 25 de agosto de 2012, o autor Hansen quebrou a reticência do recluso personagem da história mundial, que permitiu e colaborou para a escrita de uma biografia. O primeiro homem chega aos cinemas sob a cuidadosa tutoria indireta de Mark e Rick, filhos de Armstrong, capazes de talharem uma imagem menos endeusada do pai, mas, nem por isso, desatenta da capacidade de ele enfrentar obstáculos.
 
“As cápsulas espaciais eram frágeis e muito apertadas: imperava uma tecnologia primitiva”, simplificou o ator Ryan Gosling à imprensa estrangeira, ao falar dos desafios reais de Armstrong. Sob viés, por momentos, documental, o longa chega aos cinemas, com a declarada pretensão de Damien Chazelle de “enfatizar o quanto era assustador viajar para o espaço”. No campo técnico, O primeiro homem reúne nomes como Linus Sandgren (de A trapaça), diretor de fotografia, e Tom Cross (Joy: o nome do sucesso), responsável pela edição.
 
Tranquilidade, em face ao risco, e um foco ilimitado no trabalho estão entre as qualidades ressaltadas pelo produtor Wyck Godfrey, quando ele divaga sobre a figura central de O primeiro homem. “Ele ocupava a cabine de comando e tomava decisões instantâneas”, já demarcou Godfrey, ao contar da capacidade de Armstrong suplantar adversidades, especialmente aquelas de escala privada. O roteiro do filme foi criado por Josh Singer, mestre de intrigas e tensões presentes em filmes como Spotlight — Segredos revelados e The Post — A guerra secreta.
 
A vida doméstica de Neil Armstrong também ocupa muito da tela, com a presença da esposa dele, Janet (papel de Claire Foy) (Jessica Quinalha /NBCUniversal
)  
A vida doméstica de Neil Armstrong também ocupa muito da tela, com a presença da esposa dele, Janet (papel de Claire Foy)
 
Pés na Lua e na cozinha
 
Com acesso a mais de 700 páginas de pesquisas para a elaboração do livro assinado por James R. Hansen, Ryan Gosling abriu na equipe a frente de caminho entre “a cozinha (numa referência da vida doméstica de Armstrong) e Lua”, alvos para a certeira caracterização do protagonista. Se a missão que encerrava “loucura e perigo” (nas palavras de Ryan) foi cumprida, Damien Chazelle dissecou em filme os programas da Nasa atrelados à base do Cabo Canaveral, sem perder de vista o impacto emocional do ineditismo de cada missão (fosse da fase da Gemini ou da Apollo), dando ênfase às “batidas de coração” inerentes aos feitos nunca experimentados.
 
Para além da unidade de trabalho entre ator e diretor (incrementada na dinâmica de improvisos no roteiro), a recriação da vida de Armstrong, por Gosling, esbarrou em semelhanças notadas pelo escritor no próprio ator: “Ryan é introspectivo, metódico, quieto e modesto”, comentou a publicações internacionais. Representados em cena, os astronautas Buzz Aldrin (segundo homem a pisar na Lua, e interpretado por Corey Stoll) e Mike Collins (Lukas Haas, de A testemunha) não ganham demasiada relevância, mesmo tendo sido colegas de voo de Armstrong.
 
Dono de destino trágico, Ed White (personagem pioneiro, feito por Jason Clarke) ganha destaque, junto com o piloto espacial Roger Chaffee (Corey Mitchel Smith) e o terceiro homem a pisar na Lua, Pete Conrad (Ethan Embry). Interessante também é notar a inclusão na produção de duas peças musicais: Lunar Rhapsody (uma das favoritas do astronauta em pauta) e Egelloc, um musical que ele mesmo criou, nos tempos da juventude. O premiado compositor Justin Hurwitz (de La la land) assina a trilha sonora da fita.
 
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Correio Braziliense quarta, 17 de outubro de 2018

JUSTIÇA ELEITORAL: GUERRA PERDIDA CONTRA AS FAKE NEWS

 

Guerra perdida contra as fake news
 
Justiça Eleitoral não consegue impedir a propagação de notícias falsas, principalmente, pelo WhatsApp, aplicativo em que é quase impossível acessar conteúdos. Até a presidente do TSE foi alvo de mensagem intimidatória

 

» Renato Souza
» Lucas Valença
Especial para o Correio

Publicação: 17/10/2018 04:00

Polícia Federal vai investigar mensagem de tom intimidatório encaminhada por internauta à ministra Rosa Weber (Evaristo Sá/AFP)  
Polícia Federal vai investigar mensagem de tom intimidatório encaminhada por internauta à ministra Rosa Weber


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não conseguiu segurar a onda de notícias falsas nas eleições deste ano. A avaliação interna dos ministros da Corte é que a guerra contra as fake news foi perdida. Esse cenário ficou evidente com a quantidade de notícias inverídicas que circularam no último dia 7, quando 117 milhões de brasileiros foram às urnas no primeio turno de votação. Uma videoconferência realizada ontem com representantes do WhatsApp revelou que a situação é ainda mais séria, pois os dirigentes do aplicativo disseram que não é possível controlar as mensagens que circulam entre os usuários.

A boataria que se espalha na rede atingiu até a presidente do Tribunal, ministra Rosa Weber. Em uma mensagem enviada à Corte por meio de uma rede social, um internauta afirma que o candidato “Jair Bolsonaro já está eleito” e que haverá reações se isso não se confirmar no resultado da apuração. “Espero que a senhora fique de olho. E só um aviso, com todo respeito”, diz um trecho da mensagem. A Polícia Federal vai abrir inquérito para investigar o caso.

Essa é a primeira vez que a ministra Rosa Weber é citada diretamente em uma mensagem intimidatória enviada ao TSE. Inicialmente, a PF vai avaliar se o perfil do internauta que mandou o texto descreve um cidadão real ou se as informações foram inventadas para confundir as autoridades. Notícias falsas relacionadas a uma suposta paralisação dos caminhoneiros em reação ao resultado da votação tem se espalhando com intensidades nas redes sociais. Os casos revelam o fracasso da Corte e das autoridades em combater as chamadas fake news, que se espalham com mais força durante o período eleitoral.     

O aplicativo WhatsApp é o preferido de quem cria ou repassa informações inverídicas relacionadas à política. Ontem, após a videoconferência entre integrantes do Conselho Consultivo do TSE e representantes da empresa, o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Medeiros, falou da impossibilidade de combater, principalmente, as informações compartilhadas pelo aplicativo. “Eles se propuseram a oferecer para o TSE algumas ferramentas que não estão disponíveis ao usuário. Mas disseram que o sigilo das mensagens compartilhadas entre os usuários é tão sagrado que nem mesmo eles têm acesso. A própria configuração do WhatsApp torna difícil implantar outras ferramentas usadas em outras redes sociais, como a checagem dos fatos”, disse.    

Professor e pesquisador em comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina, Nilson Lage diz que o fenômeno das fake news tem afetado todos os países. Aconteceu na eleição americana, que elegeu Donald Trump, e na votação do Brexit, que levou a Inglaterra a deixar a União Europeia. No Brasil, houve a criação e o fortalecimento da chamada indústria da falsificação da informação. “Tornou-se mesmo uma indústria, importada dos EUA, e que gera muito dinheiro”, explica.

Lage, no entanto, acredita que o Judiciário brasileiro tem sido omisso no combate às notícias falsas. Para ele, quando interfere, o TSE atua no sentido de retirar conteúdo de todos os lados para se mostrar imparcial. “O TSE havia anunciado uma campanha contra as fake news, mas não fez nada. Tem se mantido omisso. A interferência dele, quando ocorre, é pontual”, critica o estudioso.

Para o professor, há uma cumplicidade em lidar com as notícias falsas de toda a sociedade. Assim, parece que o Estado não sabe como lidar com a situação. “Isso é algo que sempre existiu, mas que atinge agora uma dimensão inimaginável, pelos mecanismos que temos hoje”.


Remoção 

O TSE determinou a exclusão das redes sociais de  postagens que atingiam o candidato Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT.  No caso do chamado “kit gay”, amplamente criticado por Bolsonaro, o ministro Carlos Horbach considerou que o conteúdo não pode ser ligado a Haddad, pois jnão chegou a ser distribuído nas escolas. Bolsonaro, por sua vez, foi acusado de ter votado contra a Lei Brasileira de Inclusão, mas o projeto foi aprovado por unanimidade no Congresso 


YouTube sai do ar

Usuários de várias partes do mundo tiveram problemas com a rede de compartilhamento de vídeos YouTube na noite de ontem. Por conta do problema, o nome do site chegou a figurar na lista dos assuntos mais comentados do mundo no Twitter. Ao tentar entrar no site, o internauta se deparava com o plano de fundo padrão, mas não conseguia selecionar ou pesquisar nenhum vídeo. Alguns usuários relataram que tiveram a reprodução suspensa enquanto assistiam a vídeos. Pelo Twitter, a equipe pediu desculpas pelo inconveniente.
 
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Correio Braziliense terça, 16 de outubro de 2018

EQUIPE DE TEMER QUER FICAR COM BOLSONARO

 

Equipe de Temer quer ficar com Bolsonaro
 
 
Integrantes do time econômico atual vêm discutindo com representantes do candidato do PSL, que lidera as pesquisas de intenção de voto, a possibilidade de ficarem no novo governo. Alguns são nomes dados como certos

 

» VICENTE NUNES
» PAULO SILVA PINTO

Publicação: 16/10/2018 04:00

Dyogo Oliveira deve permanecer no BNDES pelo menos um ano. O que pesa contra ele é já ter trabalhado em governos petistas (Ed Alves/CB/D.A Press - 18/6/18)  
Dyogo Oliveira deve permanecer no BNDES pelo menos um ano. O que pesa contra ele é já ter trabalhado em governos petistas


Quem espera mudanças nos rumos da política econômica ou nos personagens que a conduzem a partir de janeiro pode acabar frustrado. Vários integrantes da equipe do presidente Michel Temer tendem a continuar exatamente onde estão caso vença a eleição Jair Bolsonaro (PSL), que, no momento, lidera as pesquisas de intenção de voto com folga. Alguns desses técnicos são muito bem-vindos e não vão precisar fazer muito esforço para isso. Outros estão empreendendo uma verdadeira guerra para garantir um lugar ao sol no próximo governo.

Paulo Guedes, o guru econômico do capitão reformado do Exército, já falou do desejo de deixar no cargo o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn — nesse caso, a aprovação da permanência é unanimidade no mercado. Guedes já demonstrou simpatia pública também pelo secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida. Mas a lista de nomes é bem mais ampla. Segundo um analista de mercado, o responsável pela área econômica da campanha de Bolsonaro “já avisou que quer que praticamente a turma toda fique”.

Cafarelli, presidente do BB, é um dos que querem se manter e colaborar (Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press - 15/8/17)  
Cafarelli, presidente do BB, é um dos que querem se manter e colaborar

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, é um dos que querem permanecer. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, já sabe que deve ficar pelo menos um ano no cargo. Guedes o visitou na sede da instituição, no Rio. Caffarelli e Oliveira já ocuparam cargos importantes nas administrações petistas, o que atrapalha um pouco a escolha.

Caffarelli foi secretário executivo do Ministério da Fazenda na gestão de Guido Mantega. Oliveira foi secretário executivo adjunto antes, quando o cargo era ocupado por Nelson Barbosa, que mais tarde deixou o governo e voltou como ministro. Mansueto leva vantagem nesse caso: ele assessorou o PSDB em 2014 quando Aécio Neves disputou a Presidência e só passou a integrar o governo com Temer. Não trabalhou com os petistas.

Memória


O assessor econômico da Fazenda Marcos Mendes vem fazendo várias gestões para ser incluído na lista dos que ficam, mas nesse caso não há avaliação ainda da equipe do PSL quanto à conveniência da escolha. Já o nome da atual secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, é altamente bem-visto por Guedes, no cargo atual ou em outro. Ela esteve no Ministério da Fazenda entre 1997 e 2007, nos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, em cargo de terceiro escalão. Depois, foi para o governo do Espírito Santo. Só voltou para a Fazenda com Temer.

Vescovi pode ser fundamental para ajudar a equipe a superar um dos maiores desafios: tomar pé da situação do país e da máquina pública novamente, de modo a ter controle da situação rapidamente e começar a formular novas políticas públicas. Algo que tende a tornar essa tarefa bem mais complexa é o fato de que o candidato do PSL pretende, se eleito, fundir as pastas da Fazenda e do Planejamento, algo que foi feito anteriormente no governo de Fernando Collor de Mello, no início dos anos 1990.

Mansueto Almeida, do Tesouro, leva vantagem. Esteve com o PSDB (Carlos Moura/CB/D.A Press - 19/10/16)  
Mansueto Almeida, do Tesouro, leva vantagem. Esteve com o PSDB

Até mesmo o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles é lembrado. Se Guedes se desentender com Bolsonaro, pode valer o “Chama o Meirelles”, slogan da campanha do presidenciável do MDB, derrotado no primeiro turno.

As conversas e disputas não incluem apenas a administração das contas públicas. O secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, gostaria de continuar no cargo. As chances dele aumentaram depois que surgiram dúvidas em relação a um nome que era considerado quase certo para a vaga: Luiz Antônio Nabhan, presidente da União Democrática Ruralista (UDR) e bolsonarista de primeira hora. O problema é que outros integrantes do agronegócio também reivindicam o cargo. Para não desagradar um ou outro, a solução pode ser escolher Novacki.

Para o economista Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do BC, a manutenção de nomes da equipe econômica é altamente positiva. “Só não seria se fossem pessoas que já estivessem há muito tempo nos cargos, o que não é o caso”, explica. Na avaliação do economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, a equipe econômica atual “é uma das melhores que já passou por Brasília”, o que justifica que fiquem no novo governo. “Além da competência, é muito importante o fato de que eles têm memória”, o que faz com que não seja necessário começar a discutir propostas do zero. “O mais importante é a reforma da Previdência, que precisa ser aprovada logo pelo Congresso”, destaca.
 
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Correio Braziliense segunda, 15 de outubro de 2018

DIA DO PROFESSOR: A VOCAÇÃO DE ENSINAR


DIA DO PROFESSOR

 
A vocação de ensinar
 
Correio traça uma radiografia da situação dos professores no mercado de trabalho e mostra a importância da valorização da carreira

 

» Camilla Venosa
» Ingrid Soares 
Especiais para o Correio

Publicação: 15/10/2018 04:00

Denise dá aulas no mesmo local onde estudou quando criança, a Escola Classe 106 Norte: orgulho (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Denise dá aulas no mesmo local onde estudou quando criança, a Escola Classe 106 Norte: orgulho
 
A paixão por ensinar e a vontade de transmitir o conhecimento são o que impulsionam a escolha em seguir a carreira de mestre, comemorada hoje. Receber os alunos de braços abertos não é algo tão simples, é vocação. Vontade de fazer a diferença, influenciar a vida do ser humano desde pequeno, fazer parte do desenvolvimento da sociedade e ajudar na formação de caráter são algumas das razões que motivam os professores em acreditar na profissão e enfrentar os desafios diários.
 
Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que são mais de 2,2 milhões de professores dando aula na educação básica brasileira. Mas o cenário da educação no país não é homogêneo. E, por isso, cada professor sabe bem os triunfos e fracassos do seu dia a dia. Além da velha discrepância entre ensino público e privado, cada região brasileira apresenta particularidades, o que faz desses mestres heróis da sua própria realidade.
 
Segundo pesquisa do Ibope que traça um perfil dos educadores no Brasil, dois terços deles são do sexo feminino, com uma média de idade de 43 anos e 17 de carreira. É semelhante ao da professora Denise Montandon. Com 41 anos de idade e 20 de carreira, ela leciona no mesmo local onde estudou quando criança, a Escola Classe 106 Norte. A professora, que dá aulas para alunos do 4º e 5º anos do ensino fundamental, diz que não se arrepende de ter escolhido a profissão e lembra o que a levou a seguir a carreira. “Eu escolhi por idealismo, por vontade de fazer algo bom pelo mundo, por sentir que algo bom poderia ser ensinado aos seres humanos desde pequenos. Eu sempre pensei que as crianças precisavam ser bem formadas. E quando eu percebi isso dentro de mim, tive toda a motivação do mundo para ser professora”, conta Montandon.
 
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Conhecimento
 
Já para o professor de biologia de uma escola particular Sílvio Augusto Miranda, o caminho foi um pouco diferente. Miranda, que dá aulas para o 2º e 3º anos do ensino médio, começou a graduação estudando veterinária na Universidade de Brasília (UnB). E foi justamente na faculdade que ele encontrou sua vocação. “Durante o curso, eu fui participando das monitorias e, no fim da graduação, eu decidi que, além de atuar na área, queria dar aulas, e fiz a licenciatura em biologia. Foi o gosto de ajudar outros colegas na faculdade e de compartilhar conhecimento que me trouxe a vontade de ser professor”, relembra.
 
A vontade de lecionar também pode pulsar no sangue de várias gerações. Professora há quase 30 anos, Cristiane Foly de Freitas, 47, é filha de pedagoga e se emociona ao falar do filho, que também decidiu seguir a profissão. “Ele é formado em estatística. Mas, um dia, ele falou para mim que queria ser professor. No início, eu me espantei, porque a gente sabe que a nossa profissão é muito difícil, mas eu fiquei tão feliz. Jamais deixaria de recomendar minha profissão, ainda mais ao meu filho”, diz.
 
A coordenadora de educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, afirma que o professor faz parte da base do cenário educacional, por isso, tem extrema importância social. “Ele é uma figura central da qualidade educacional. Se o professor não está presente, não há educação. Esses profissionais viram verdadeiros heróis, porque enfrentam situações complexas, muitas vezes, sem apoio”, comenta Otero.
 
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Correio Braziliense domingo, 14 de outubro de 2018

TRICICLO FISIOTERÁPICO

 

Triciclo fisioterápicoEngenheiro brasiliense desenvolve um veículo, destinado à reabilitação de pessoas com paraplegia, que estimula os músculos das pernas para que o paciente consiga pedalar. O exercício físico evita problemas relacionados à paralisia dos membros e aumenta a qualidade de vida

 

Vilhena Soares

Publicação: 14/10/2018 04:00

O advogado e paratleta Estevão Lopes, primeiro a testar o triciclo, se surpreendeu:  
O advogado e paratleta Estevão Lopes, primeiro a testar o triciclo, se surpreendeu: "As coisas foram acontecendo de uma maneira espetacular"
Uma das áreas que mais vêm se beneficiando com os avanços da tecnologia é a saúde. Vacinas, exames detalhados e próteses 3D são alguns dos inúmeros resultados conquistados pelas inovações nessa área. Entretanto, esses recursos não existiriam sem pessoas dedicadas a transformar essas pequenas revoluções em auxílio ao próximo. Antonio Lanari Bo é uma dessas pessoas. O cientista brasiliense utilizou seus conhecimentos em engenharia para desenvolver um triciclo voltado para a reabilitação de pacientes com traumas motores nos membros inferiores. O projeto, que utiliza a eletroestimulação como base de funcionamento, tem como objetivo levar ganhos físicos e melhoria da autoestima para pessoas paraplégicas.
 
A ideia do professor de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) surgiu com base na própria experiência de vida, da época em que foi competidor de triatlo de longa distância. “Esse foi, sem sombra de dúvidas, um fator que me aproximou do projeto. O fato de estar próximo do esporte me inspirou profundamente, foi o pontapé inicial da pesquisa”, declarou ao Correio Lanari, que também é membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), fundado nos Estados Unidos.
 
O pesquisador uniu sua afinidade com o esporte às suas pesquisas em desenvolvimento de sistemas de eletroestimulação e decidiu construir um triciclo que pudesse ser utilizado por pessoas com paraplegia. “Isso aconteceu em 2014, quando, por coincidência, foi divulgada uma competição internacional para pessoas com deficiência que podem usar tecnologia assistiva biônica, chamado Cybathlon (veja Para saber mais). A partir disso, realizamos nosso protótipo”, detalhou Lanari, que conta com ajuda de um grupo de engenheiros e fisioterapeutas no projeto.
 
O brasiliense explicou que o princípio básico do triciclo, batizado de EMA Trike (Empowering Mobility and Autonomy, em inglês), é a eletricidade. Segundo ele, uma pequena corrente elétrica passa próxima ao nervo dos músculos da perna, o que faz com que o membro recupere o movimento perdido. “É uma quantidade baixa de energia, aplicada por meio de eletrodos que são autocolantes. Essa é uma vantagem importante, pois eles não precisam ser implantados, como ocorre em projetos semelhantes”, detalhou o cientista.
 
Lanari destacou que diferentemente da fisioterapia padrão, o triciclo exige mais precisão para ser usado, porém gera ganhos maiores. “Temos vários aspectos interessantes, o reestabelecimento da massa muscular, ou seja, o aumento do músculo, e a melhoria da pele. O paciente paraplégico pode sofrer com as chamadas escaras, que são feridas geradas quando a perna não se movimenta”, ressaltou.
 
Advogado e paratleta, Estevão Lopes, 40 anos, é um dos membros do projeto EMA Trike. Primeiro piloto do aparelho, ele ficou surpreso quando sentiu o efeito gerado pelo triciclo durante os treinos realizados. “No começo, eu não acreditei que o triciclo poderia proporcionar resultados, pois existiam muitos projetos com a mesma proposta. Eu não coloquei muita fé. Para minha grata surpresa, as coisas foram acontecendo de uma maneira espetacular”, relatou.
 
Lopes, que perdeu o movimento das pernas após ser vítima de uma bala perdida, ressaltou que sentiu uma grande diferença após algumas semanas de treinamento com o EMA Trike. “Melhorou muito a minha vida. O ganho muscular, por exemplo, foi um dos efeitos que mais senti. Tive um aumento de quase 15 centímetros na coxa, além da qualidade da pele, na qual vi ganhos. Antes, eu não mexia nem um dedo, jamais imaginaria que conseguiria pedalar”, completou o atleta, também é praticante de vela adaptada, canoagem e halterofilismo.
 
Criador do EMA Trike, Antonio Lanari iniciou o projeto, que tem como princípio a eletricidade, em 2014  
Criador do EMA Trike, Antonio Lanari iniciou o projeto, que tem como princípio a eletricidade, em 2014
Parceria
 
O triciclo ainda vai passar por aprimoramentos. Lanari adiantou ainda que pretende aplicar a tecnologia desenvolvida em outros veículos. “Queremos usar o sistema em um barco e trabalhar com o remo, mas de uma forma que o paciente possa locomover os braços e os pés”, informou. O cientista, porém, disse acreditar que esses avanços só poderão ser conquistados com a ajuda dos pacientes. “Precisamos escutar diretamente o que a pessoa quer e também o que os profissionais de saúde têm a dizer. Só dessa maneira, em um trabalho em conjunto, podemos estabelecer um projeto que renda resultados positivos”, frisou.
 
Para Edmo Oliveira, Ortopedista e Traumatologista do Instituto Castro e Santos (ICS), em Brasília, o triciclo é uma opção extremamente positiva para pacientes que sofrem com paralisia. “O projeto é notável. Infelizmente, a comunidade científica ainda não descobriu como trazer a funcionalidade total dos membros inferiores para pessoas com paraplegia, principalmente, para os casos decorrentes de lesões medulares. Sendo assim, todas as terapias que evidenciem qualquer avanço nessa área são de fundamental importância, destacando-se a eletroestimulação”, avaliou.
 
Na opinião do especialista, aliar o projeto ao esporte merece ainda mais destaque, pois ajuda a deixar a atividade mais atraente aos pacientes, uma vez que o incentivo de atividades fisioterápicas é um ponto de grande relevância para quem sofre com problemas de locomoção. “Associar essa terapia à prática de uma atividade física prazerosa e autônoma é o que torna esse projeto mais interessante”, opinou, acrescentando: “O uso da tecnologia tem tido grande importância em todas as terapias de reabilitação, porque tem melhorado consideravelmente os resultados, refletindo num grande avanço da atualidade”.
 
Competições
 
O EMA Trike rendeu resultados extremamente positivos em sua estreia em competições. A equipe de Estevão e Lanari conseguiu chegar às oitavas de final do Cybathlon, realizado em 2016, apenas com poucos meses de implementação do sistema. “A competição foi ótima, uma mistura de tensão com uma sensação de superação. Chegamos lá e encontramos universidades e empresas com muito mais experiência na área, e ainda assim conseguimos essa conquista”, assinalou o professor da UnB.
 
A equipe se prepara para participar da próxima edição do evento, que será realizada em 2020. O triciclo também participou de outros eventos, como a campus party, feira de tecnologia que acontece em diversas cidades do globo, e nas últimas paraolimpíadas, realizadas no Rio de Janeiro.
 
Apesar do uso em competições, a equipe destaca que o EMA Trike não é um projeto voltado apenas para atletas. E que também pode ajudar pessoas que sofrem com outros problemas de saúde. “Além do Estevão, já trabalhamos com outras pessoas que sofreram lesões medulares. Mas esse tipo de tecnologia pode trazer benefícios para quem tem outros problemas de saúde que acarretam em danos motores, como paralisia cerebral e casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, explicou o criador do triciclo.
 
Lanari ressaltou que o uso da tecnologia para tratamentos de pacientes paraplégicos é um tema que tem sido explorado internacionalmente. “Outros países têm voltado os seus olhos para a tecnologia dentro da área de fisioterapia, como um auxílio mais eficaz para os pacientes. Eles sabem que esse tipo de ajuda empodera. Muitas pessoas que conhecem o projeto nos dizem que, em vez de uma cadeira de rodas, o paciente deveria receber um sistema como o nosso durante o tratamento”, ressaltou o cientista.
 
Estevão Lopes contou que uma das suas motivações para investir no projeto foi ajudar a outras pessoas a terem os mesmos ganhos sentidos por ele com o uso da tecnologia. “Eu sou um atleta de alto rendimento, mas o mais importante desse triciclo é que ele é direcionado para pessoas normais, para uma dona de casa ou um pedreiro que sofreu um acidente. Nós criamos uma família com esse projeto e nosso objetivo é ajudar o máximo de pessoas que pudermos. Eu me dedico para o seu aprimoramento com essa esperança”, frisou.
 
Técnica ampla
A neuroestimulação consiste no uso da eletricidade para tratar pacientes que não conseguiram resultados com outros tratamentos. Além de pessoas com problemas motores, onde a energia é aplicada na espinha, a técnica é usado em pacientes com problemas neurológicos como a depressão severa, o transtorno bipolar, a epilepsia e também alucinações auditivas, um dos sintomas da esquizofrenia. Nesses casos, a eletricidade é aplicada por meio de eletrodos na cabeça. A terapia tem sido testada ainda em pacientes com Alzheimer, problema de saúde, progressivo e incurável, que afeta a memória e outras funções mentais importantes.
 
Para saber mais
Cybathlon
O primeiro evento ocorreu em 8 de outubro de 2016, em Zurique, na Suíça. A competição, também chamada de olimpíadas biônicas, é o único evento em que esportistas com deficiência física podem usar próteses biônicas e outros recursos tecnológicos — a utilização desses aparelhos é proibida nos jogos paralímpicos. Em uma das modalidades, chamada de corrida de interface cérebro-máquina, os atletas disputam uma corrida virtual, em que seus personagens são controlados pelo poder da mente. Já na corrida de cadeira de rodas motorizada, os participantes usam veículos inteligentes para ultrapassar obstáculos inspirados na vida real.  A próxima edição da Cybathlon está prevista para ocorrer em 2020, também na cidade suíça.
 
Palavra de especialista
Alto impacto
“O EMA trike apresenta grande impacto e relevância para os pacientes em processo de reabilitação e para a fisioterapia como um todo, pois é caracterizado pela equilibrada interação entre homem e máquina. Em todas as vertentes da reabilitação é de suma importância que essa interação se faça cada vez mais presente, pois beneficia tanto os profissionais quanto os pacientes. É a utilização da bioengenharia em favor da reabilitação e da qualidade de vida do indivíduo”
Rafael Siqueira, Coordenador do Serviço de Fisioterapia do Hospital Brasília
 
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Correio Braziliense sexta, 12 de outubro de 2018

JAIR BOLSONARO JÁ ANUNCIA MINISTROS

 

Jair Bolsonaro já anuncia ministros
 
Além de Paulo Guedes na Economia, candidato quer o deputado Onyx Lorenzoni na Casa Civil e o general Augusto Heleno na pasta da Defesa

» MURILO FAGUNDES*

Publicação: 12/10/2018 04:00

Candidato do PSL admitiu que pode faltar a debates na tevê por questão de estratégia eleitoral (Mauro Pimentel/AFP)  
Candidato do PSL admitiu que pode faltar a debates na tevê por questão de estratégia eleitoral



Reunido com deputados eleitos do PSL, ontem, no Rio de Janeiro, o presidenciável Jair Bolsonaro bateu o martelo em relação às indicações para três ministérios de seu governo caso seja eleito. Como era esperado, o deputado Onyx Lorenzoni, do DEM, foi anunciado por Bolsonaro para ocupar a vaga de ministro-chefe da Casa Civil. Além dele, general Augusto Heleno, do PRP, foi confirmado em um futuro comando do Ministério da Defesa, e Paulo Guedes, o guru econômico da campanha, no Ministério da Economia.

Segundo informações obtidas pelo Correio, a confirmação de Heleno no pelotão de frente da equipe de Bolsonaro foi estratégica para a campanha de Bolsonaro. O objetivo é barrar futuras pressões e fazer frente às declarações polêmicas de Hamilton Mourão, vice na chapa, que também é militar. Augusto Heleno significa, para Bolsonaro, um nome categórico. Sinal disso foi o aceno ao general para compor a chapa com o presidenciável do PSL.

Augusto Heleno foi chefe da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, e costuma ser procurado pelo capitão para discutir pautas relacionadas à segurança e às relações exteriores. Também foi comandante militar da Amazônia e chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército. É filiado ao PRP, partido que negou a formação de chapa com o PSL de Bolsonaro. O general comandou a Escola Preparatória de Cadetes em Campinas, foi adido militar na França e na Bélgica e está na reserva desde 2011.

Definido como nome mais adequado para assumir a Casa Civil caso o capitão reformado chegue à Presidência, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), reeleito com 183.518 votos, foi grande aliado do deputado carioca na Câmara e, juntos, atuaram principalmente contra os governos petistas. “Cumprirei o papel que o presidente me der”, afirmou.  “Se ele me disser: ‘Vá lá para Câmara, é o que eu vou fazer’”. O parlamentar gaúcho caminha para o quinto mandato na Câmara dos Deputados. Já foi filiado ao PL e ao PFL antes de integrar o DEM.

Bolsonaro evitou identificar outras pessoas que cogita levar para o governo, caso seja eleito. “Ainda não temos nome para outros ministérios, até porque temos de esperar com prudência o dia 28 de outubro, quando poderemos ter a certeza de anunciar os indicados”, afirmou.

Agenda movimentada

Apesar de não ter sido liberado para ir aos debates que ocorreriam amanhã, na Tevê Bandeirantes, e na segunda-feira, na Rede TV!, Bolsonaro concedeu entrevista coletiva e participou da reunião com parlamentares no Rio de Janeiro. Na entrevista, o presidenciável sinalizou que pode faltar a debates por questão de estratégia. “Existe a possibilidade, sim, estratégica (de faltar aos debates)”, disse. Questionado sobre seu opositor, Fernando Haddad, o capitão indagou: “Eu vou debater com o Haddad ou com o Lula? Qual é a autenticidade do Haddad?”

À noite, em entrevista à RedeTV!, Bolsonaro falou em reduzir o número de ministérios e assegurou não ter negociado com legendas para chegar aos nomes escolhidos. “Nunca negociei com nenhum partido, no critério toma lá dá cá. Pretendemos ter 15 ministérios, e o critério de escolha será técnico”, disse. Além disso, prometeu reduzir a carga tributária, defender a imprensa livre e fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.

*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo
 
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Correio Braziliense quinta, 11 de outubro de 2018

SEM MANDATO, PERILLO É PRESO

 


Sem mandato, Perillo é preso
 
Ex-governador de Goiás é detido ao prestar depoimento na Polícia Federal sobre acusações apresentadas por delatores da Odebrecht, segundo as quais ele recebeu propina em campanhas eleitorais de 2010 e 2014

 

» MURILO FAGUNDES*

Publicação: 11/10/2018 04:00

Marconi Perillo, que ficou em quinto lugar na eleição para senador, teve decretada prisão preventiva. Defesa tenta habeas corpus (Helio Montferre/Esp. CB/D.A Press - 11/8/16)  
Marconi Perillo, que ficou em quinto lugar na eleição para senador, teve decretada prisão preventiva. Defesa tenta habeas corpus



Derrotado na disputa pelo Senado Federal por Goiás, o ex-governador do estado Marconi Perillo, do PSDB, foi preso na tarde de ontem sob suspeita de recebimento  de propina nas campanhas eleitorais de 2010 e 2014. O tucano foi detido enquanto prestava depoimento na sede da Polícia Federal (PF) em Goiânia sobre as acusações apresentadas pelos delatores da Odebrecht Fernando Reis e Alexandre Barradas. Os dois acusaram Perillo, que agora não conta com prerrogativa de foro especial, de receber repasses milionários indevidos da Odebrecht nos pleitos em que foi eleito e reeleito governador do estado. Ele é investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O mandado é de prisão preventiva, que não tem prazo.

Desde o fim de setembro, Marconi Perillo enfrenta barreiras na vida política. A operação Cash Delivery (entrega em dinheiro, em português) executou 14 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele e cinco mandados de prisão temporária, um deles contra Jayme Rincón, coordenador de campanha do governador José Eliton (PSDB). Perillo trabalhou para que o governador, eleito como seu vice, fosse confirmado no cargo pelas urnas, mas ele acabou ficando em terceiro lugar. Fernando Reis e Alexandre Barradas, delatores da Odebrecht, citaram repasses ilegais de cerca de R$ 10 milhões às campanhas de Perillo — R$ 2 milhões em 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

Os mandados miraram o ex-governador que, depois de três décadas em cargos públicos, acabou derrotado no pleito deste ano, ficando em quinto lugar nos votos do eleitorado goiano para o Senado Federal. Perillo seguia na liderança das pesquisas, mas a deflagração da operação Cash Delivery, da Polícia Federal, que veio à tona no dia 28 de setembro, o deixou mais distante da vitória. Foram eleitos Vanderlan Cardoso, do PP, com 31,35%, e Jorge Kajuru, do PRP, com 28,23%. O tucano obteve apenas 7,55% dos votos válidos, atrás de estreantes como Kajuru. Nesse cenário, o ex-governador de Goiás, que atua na política desde 1991, ficou pela primeira vez sem mandato.

Primeira instância

A advogada criminalista Lissa Moreira explica que, com a perda do foro privilegiado, Marconi ficou submetido ao julgamento de um juiz de primeira instância. “Quando o político não tem mais prerrogativa de foro, todos os atos são apreciados por um juiz de primeira instância. Por não haver denúncia, e o Ministério Público não formar convicção sobre os fatos, o governador não teve direito ainda ao contraditório”, analisa. O caso estava antes no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Passou à primeira instância em abril, quando Perillo deixou de ser governador.

Até o fechamento desta edição, Perillo continuava preso, mas a defesa, representada pelo advogado Antônio Carlos Almeida, o Kakay, já havia impetrado pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal 1 (TRF-1). Desde o momento da prisão, a equipe de Kakay se posicionou contra o decreto de prisão e a tratou com “completa indignação”. Ainda segundo a equipe do advogado, “uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham contemporaneidade”.

A prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado, é decretada, entre outras motivações, com a finalidade de assegurar a aplicação da pena. Mas, segundo Lissa Moreira, baseando-se no que acompanhou sobre o caso, os objetivos pareceram não se efetivar integralmente. “A prisão, também chamada cautelar, busca dar segurança para um processo investigativo e pode ser decretada para assegurar a aplicação da lei. Nesse caso do ex-governador, parece-me que nenhum dos pré-requisitos estavam presentes. Não havia fato novo”, sustentou a advogada, baseada no artigo 312 do Código de Processo Penal.

Com a prisão de Marconi Perillo, o PSDB enfrenta mais uma derrota. A legenda, que pela primeira vez desde 1994 ficou fora do segundo turno presidencial, passa por um racha interno entre novos e antigos nomes, caso de Geraldo Alckmin e João Doria, que concorre com Márcio França (PSB) ao governo de São Paulo. Na Câmara dos Deputados, o partido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também sofreu derrota expressiva. Passou de terceira maior bancada eleita, em 2014, para nona, a partir de 2019.

Para o cientista político Max Stabile, doutor pela Universidade de Brasília (UnB), a prisão de Marconi Perillo revela, além do mau momento pelo qual os “partidos que estiveram na cadeira por muito tempo passam”, uma marca negativa para a legenda tucana. “Sem sombra de dúvidas, os governadores do PSDB, além de Perillo, Beto Richa e Reinaldo Azambuja, foram indiciados bem próximo ao pleito. Isso com certeza influenciou na campanha”, argumenta. 

* Estagiário sob supervisão de Paulo Silva Pinto


Perfil

Quatro
décadas

Detentor de quatro mandatos no Palácio das Esmeraldas, na capital goiana, Marconi Perillo, do PSDB, começou a vida política em 1980, quando foi presidente da Juventude do então PMDB. Nascido em Goiânia, em 1963, Marconi é casado, tem duas filhas e é formado em direito pela Universidade Católica de Goiás. Antes de chegar ao partido do qual faz parte, foi membro de outros quatro: MDB, PST, PP e PPB.

Em 1990, foi eleito deputado estadual e, em 1994, elegeu-se deputado federal pelo PP.  Em 1998, ganhou a eleição para o governo e foi reeleito em 2002. Quatro anos depois, conquistou uma vaga como senador. Voltou ao governo goiano em 2010 e, em 2014, conseguiu a reeleição mais uma vez. Renunciou em abril deste ano para disputar o Senado Federal.

Com trajetória ascendente nas eleições que disputou, o tucano travou historicamente uma disputa direta com Iris Rezende, do PMDB. Nas três vezes em que competiram pelo eleitorado goiano, Perillo saiu vitorioso. Contudo, nas eleições de 2018, o percurso de Perillo foi interrompido por escândalos de corrupção e pela ascensão de Ronaldo Caiado, do DEM, no estado. O ruralista levou a disputa no primeiro turno, com quase 60% dos votos, e apoiou Jorge Kajuru (PRP) e Vanderlan Cardoso (PP) para as vagas do Senado. Eles conquistaram, com ampla margem, o eleitorado.

Marconi Perillo havia se envolvido em outro caso suspeito, quando assumiu o governo em 2010. Segundo a Polícia Federal, o ex-governador havia vendido uma casa a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, por valor maior que o declarado. Depois disso, com a compra de imóveis e com cotas de participação em uma empresa, o tucano conseguiu dobrar seu patrimônio.

No ano passado, Perillo foi denunciado pelo crime de corrupção passiva pelo Ministério Público, que suspeitou de recebimento de vantagens indevidas durante o terceiro mandato do tucano. Mas o processo que apurava possíveis improbidades administrativas em relação ao suposto envolvimento de Perillo com Cachoeira foi arquivado. (MF e CV)
 
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Correio Braziliense quarta, 10 de outubro de 2018

HAMILTON DE HOLANDA: HOMENAGEM AO BANDOLIM

 


Homenagem ao bandolim
 
 
Hamilton de Holanda lança caixa com quatro discos para comemorar o centenário de nascimento de Jacob do Bandolim, e promove show beneficente em prol da Abrace

» Irlam Rocha Lima

Publicação: 10/10/2018 04:00

Em sentido horário, Hamilton de Holanda; o pai, José Américo;  o filho Gabriel; o sobrinho Bento; e o irmão, Fernando César (Thiago Milreu /Divulgação -  Arquivo Pessoal - Reprodução)  
Em sentido horário, Hamilton de Holanda; o pai, José Américo; o filho Gabriel; o sobrinho Bento; e o irmão, Fernando César
 
Jacob Pick Bittencourt, o Jacob do Bandolim, é o compositor com maior presença no repertório de Hamilton de Holanda, desde que ele iniciou a carreira — ainda criança — em 1981. À época, ao lado do irmão e violonista Fernando César, com quem formava o duo Dois de Ouro, fez o show de estreia no Clube do Choro, e uma das músicas que tocaram foi Doce do coco, do saudoso Chorão.
 
Neste ano, quando se comemora o centenário de Jacob, o bandolinista que, no começo da infância veio com a família morar em Brasília, quis homenageá-lo. Inicialmente, pensou em gravar um álbum, mas, depois, em conversa com João Augusto, diretor do selo Deck Disck, lhe foi sugerido preparar uma caixa com quatro CDs, para exaltar o preciosismo da obra do mestre.
 
Hamilton vê o ídolo como o responsável pela existência de uma identidade brasileira no bandolim. Em parceria com seu empresário e sócio Marcos Portinari, se pôs a produzir a série, em que propõe uma múltipla recriação do legado jacobiano, tirando-a da zona de conforto original, colocando-a com diferentes linguagens, timbres e universo.

Jacob do Bandolim completaria 100 anos em 2018 (Arquivo Pessoal)  
Jacob do Bandolim completaria 100 anos em 2018


Concerto
 
De volta à cidade, Hamilton retoma o projeto Bandolim Solidário, interrompido em 2017. Amanhã, às 20h, ele comanda um grande espetáculo, no Teatro dos Bancários, com a participação de familiares e de convidados especiais — músicos brasilienses de diferentes gerações. Todos empenhados em dar sua parcela de contribuição à Abrace, instituição que oferece assistência social para crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas.
 
O concerto beneficente chega à 16ª edição e desta vez conta com a parceria do Projeto Cultura e Cidadania, iniciativa do Instituto Alvorada Brasil, e do Sindicato dos Bancários. O objetivo é reforçar os pilares da cidadania e imprimir um novo rumo na política de ocupação do Teatro dos Bancários, importante equipamento cultural da Capital Federal.
 
Além da presença do pai, José Américo (violão), do irmão Fernando César (violão 7 cordas), do sobrinho Bento Tibúrcio Mendes (baixo) e dos filhos Gabriel e Rafaela Holanda, Hamilton vai contar, no Bandolim Solidário, com a participação de Pedro Martins (guitarra), Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Victor Angeleas (bandolim), Márcio Marinho (cavaquinho), Valerinho Xavier (percussão), Leander Motta (bateria), Tiago Tunes (bandolim), Matheus Donato (bandolim), Larissa Umaytá (percussão) e Genevieve Artadi (voz).


Entrevista / Hamilton de Holanda

Qual foi o seu critério para a escolha das composições de 
Jacob do Bandolim incluídas no repertório dos quatro 
discos da caixa?
Toco Jacob do Bandolim desde o início da minha carreira. A primeira composição dele que tirei, ainda na escaleta, o primeiro instrumento que toquei, foi Doce do coco. Depois, ao longo de minha trajetória, fui incorporando várias outras ao meu repertório. O certo é que hoje tem algo em torno de 50 músicas dele que costumo tocar. Muitas delas estão registradas nos discos das caixas. Mas há também a inédita Jardim; Naquela mesa, que Sérgio Bitencourt fez inspirado no pai, logo depois da morte dele; e Jacob Black e Serenata Jacarepaguá, que compus para homenageá-lo.
 
Em cada um dos CDs você usa um tipo de linguagem para 
interpretar os choros de Jacob. Eles permitem essa releitura?
Quis fazer um painel da obra de Jacob e busquei tirar suas composições da zona de conforto original, o gueto do choro, colocando-a em diálogo com diferentes linguagens, timbres e universos. Quis criar uma estética diferente para cada disco, ao criar arranjos, instrumentações e maneiras de tocar diversas. Mas tudo baseado nas melodias de Jacob.
 
Em Jacob 10ZZ prevalece o improviso próprio da levada jazzística. 
Há 
semelhança entre a linguagem do choro e a do jazz?
O jazz e o choro surgiram na mesma época e são primos, considerados irmãos. Em ambos os gêneros, o improviso é elemento comum. Nesse disco, que gravei com Guto Wirti e Thiago da Serrinha, músicos do meu trio, incluí Assanhado, Remeleixo, Naquela mesa (Sérgo Bitencourt) e Serenata Jacarepeaguá, que fiz em homenagem ao mestre.
 
O balanço da bossa nova permeia o Jacob Bossa. 
O compositor tinha 
alguma relação com esse estilo musical?
O Jacob, poucos sabem, pensou em gravar um disco com clássicos da bossa nova, da obra de Tom e Vinicius, um pouco antes de morrer. Tem uma gravação dele no Museu da Imagem e do Som, em que ele falava sobre essa possibilidade. Vibrações, Carícia, Receita de samba, Diabinho maluco são algumas das faixas do Jacob Bossa, em que tenho a companhia de Guto Wirti e do pianista Marcelo Caldi. Ah!, sim, eu canto Jamais, gravada por Elizeth Cardoso, no LP que Jacob gravou no Teatro João Caetano com o Época de Ouro e o Zimbo Trio.
 
O que o levou a promover a fusão do choro 
com ritmos afro-brasileiros 
no Jacob Black?
Quis mostrar essa possibilidade oferecida com certas composições do Jacob, como, por exemplo, A ginga do Mané, Bola Preta, Sereno e Primas e bordões. Incluí Jacob Black, de minha autoria. Rafael dos Anjos, grande violonista brasiliense, e os percussionistas Thiago da Serrinha e Luiz Augusto estão comigo nesse disco.
 
Por que Jacob Baby? 
Quis trazer para esse projeto a maneira como eu tocava choros do Jacob na infância, quando iniciei a carreira. Usei nas gravações um bandolim do Jacob que pertencia ao acervo da Casa do Choro, no Rio de Janeiro, que me foi presenteado. Reuni no repertório, entre outras, Benzinho, Cabuloso, Doc de do coco, Noites cariocas e Santa Morena.
 
No roteiro do Bandolim solidário há músicas 
de Hamilton de Holanda toca Jacob do Bandolim?
Possivelmente. Mas vão ter músicas minhas, como Miss Teba, que compus para minha mãe; e de músicos que vão participar do show, como Pedrinho Vasconcellos e Victor Angeleas. No final, meu pai, César, Bento, Gabriel e Rafaela e eu vamos fazer Minha festa, de Nelson Cavaquinho, que viralizou na internet, numa gravação caseira nossa.


Hamilton e Holanda – Bandolim Solidário
Show com o músico e convidados amanhã, às 20h, no Teatro dos Bancários (Entrequadra 314/315 Sul). Ingressos: R$ 80 e R$ 40 (meia-entrada estendida para quem doar 1 kg de alimento). Informações: 99141-4252. Classificação indicativa livre.


 (Reprodução)  

Hamilton de Holanda toca Jacob do Bandolim 
Caixa com quatro discos. Lançamento da Deck Disck. Preço sugerido: R$ 139,90
 
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Correio Braziliense terça, 09 de outubro de 2018

O RISCO DA BANALIZAÇÃO DOS DRONES

 

O risco da banalização dos drones
 
Quantidade de aeronaves no Distrito Federal cresceu substancialmente em apenas um ano, mas proprietários devem se conscientizar quanto ao espaço de utilização do equipamento, que não é brinquedo

 

AUGUSTO FERNANDES
ESPECIAL PARA O CORREIO

Publicação: 09/10/2018 04:00

Everton Oliveira:  
Everton Oliveira: "O drone não é um brinquedo. Nas mãos das pessoas erradas, ele pode representar um perigo"



Os drones viraram febre na capital federal, e cada vez mais pessoas compraram o equipamento. Mas, ainda que os recursos tecnológicos da aeronave possam servir para diferentes finalidades, os proprietários do objeto precisam estar atentos aos riscos que a utilização indevida da aeronave podem causar. Pilotar o aparelho sem respeitar orientações básicas de segurança é uma conduta passível de multa e até prisão. Entretanto, em que pese haver normas de instrução estabelecidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), não há uma fiscalização ostensiva, o que contribui para que os donos de drones usem o equipamento em lugares não recomendados e coloquem a vida de outras pessoas em risco.

Pela regra geral, os drones com mais de 250 gramas só podem voar perto de terceiros caso eles concordem previamente. Além disso, quem opera a aeronave deve respeitar uma distância mínima de 30 metros das demais pessoas. Com exceção dos drones de órgãos de segurança pública, de vigilância sanitária, de defesa civil, do Corpo de Bombeiros e das polícias, o proprietário de qualquer outro tipo de aparelho que não seguir a regra pode ser autuado por violar a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de outra pessoa.

O Código Penal prevê pena de reclusão de três meses a um ano (ou mais se o crime for considerado grave) nos casos em que a vida ou a saúde de pessoas são colocadas em perigo direto devido à má utilização da aeronave. Pela Lei das Contravenções Penais, pilotar um drone sem o devido registro pode gerar pena de prisão simples (quinze dias a três meses) e pagamento de multa, mesma punição para quem praticar acrobacias ou fazer voos baixos fora da zona permitida em lei.

Utilizar o objeto próximo a instalações, edificações, áreas de segurança (como presídios e instalações militares), ou sobre infraestruturas críticas, como usinas termelétricas e estações de distribuição de energia, e aeroportos e helipontos também é proibido.

Para evitar os transtornos, a recomendação é que os drones sejam operados apenas em locais destinados para aeromodelismo. “Os voos ilícitos colocam em risco não só o hobby, mas um setor inteiro, por meio do qual inúmeros empregos estão sendo gerados”, disse o chefe da Divisão de Coordenação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, tenente-coronel Jorge Vargas.

Controle
Em um ano, a Anac cadastrou mais de 32 mil drones em todo o Brasil. Entre julho de 2017 e julho de 2018, o número de aeronaves não tripuladas registradas pelo órgão passou de 16.567 para 48.752. Um dos maiores crescimentos aconteceu no Distrito Federal. De acordo com dados da Anac, existem pelo menos 1.651 dessas aeronaves em Brasília — em 2017, eram apenas 548. Atualmente, o DF está atrás de Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo na quantidade de drones.

No ano passado, a Anac implementou o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial, específico para o manuseio de drones. Tanto os donos de aeromodelos (usados para recreação) quanto os de aeronaves remotamente pilotadas (com finalidade comercial, corporativa e experimental) precisam seguir a legislação.

Dentre as principais regras, é necessário ter idade mínima de 18 anos para pilotar e todos os voos de aeronaves com peso superior a 25kg devem ser registrados na Anac. Independentemente do peso do drone, pilotos que pretendem voar acima de 400 pés (121 metros) precisam emitir licença e habilitação junto ao órgão. “A regulamentação do uso de drones no Brasil trouxe ganhos para o desenvolvimento da aviação civil e maior segurança de voo”, respondeu a Anac, por nota.

No entanto, a inspeção de rotina cabe aos órgãos de segurança pública. Na avaliação do professor e pesquisador em geoprocessamento ambiental da Universidade de Brasília (UnB) Alexandre Ferreira, especialista em drones, a fiscalização deveria ser mais rigorosa. “Colocar agentes em campo seria inviável, mas o governo poderia criar mecanismos juntos às fabricantes de drones para acompanhar os voos através de um banco de dados. A partir do momento em que o proprietário de uma aeronave utilizasse o aparelho em um ambiente proibido, rapidamente ele seria descoberto. Isso evitaria problemas de invasão de privacidade ou de espaço aéreo tripulado, além de acidentes”, apontou.

O engenheiro da computação Everton Oliveira, 40, é dono de uma loja especializada na venda e manutenção de drones em Brasília. Ele alertou sobre a falta de experiência de muitos proprietários de aeronaves. “Cerca de 95% dos drones que eu conserto foram danificados por algum deslize do piloto. Muita gente ainda olha para o drone como um brinquedo. Mas, nas mãos das pessoas erradas, ele pode representar um perigo”, observou.

Everton diz aos interessados pelos aparelhos que não tentem ferir a legislação. Além disso, ele ressalta que é importante que cada proprietário de uma aeronave aprofunde os conhecimentos da ferramenta. “É como uma pessoa que não sabe dirigir, mas, mesmo assim, tenta conduzir um carro. Quem tem um drone precisa saber que pode machucar alguém tanto pela pancada da aeronave quanto pelas hélices dela, que cortam muito. É importante que elas busquem um curso de pilotagem e usem o drone nos locais adequados”, indicou.
 
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Correio Braziliense segunda, 08 de outubro de 2018

A FESTA DA DEMOCRACIA

 

A festa da democracia
 
Mesmo sem serem obrigados a votar, muitos idosos fizeram questão de ir às urnas no Distrito Federal. Pais levaram os filhos para se familiarizarem com a cidadania e aprenderem, desde cedo, a importância do pleito

 

Augusto Fernandes 
Caroline Cintra 
Mariana Machado 
Especiais para o correio
Isa Stacciarini
Ailim Cabral
Thiago Melo*

Publicação: 08/10/2018 04:00

Ana Paula e Marcelino Alves levaram as filhas Mariana e Manuela para a votação: lição sobre democracia (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Ana Paula e Marcelino Alves levaram as filhas Mariana e Manuela para a votação: lição sobre democracia
O sonho de Patrícia de Sousa é que os filhos, Nathan e Layla, possam estudar em escola pública (Wallace Martins/Esp. CB/D.A Press)  
O sonho de Patrícia de Sousa é que os filhos, Nathan e Layla, possam estudar em escola pública
“Quero que os eleitos façam um bom governo e olhem para a educação, porque, sem ela, não se faz nada. Até a saúde depende da educação.” Foram o sentimento de esperança no futuro e o senso de responsabilidade cidadã que moveram a professora aposentada Neide Cesar Bussacos, 86 anos, a participar do pleito de ontem.
 
Mesmo sem a obrigatoriedade do voto, ela foi uma dos quase 1,7 milhão de eleitores que compareceram às urnas no Distrito Federal. Eles escolheram 24 deputados distritais, oito deputados federais e dois senadores, além dos dois candidatos que disputam o governo do Distrito Federal no segundo turno das eleições, marcado para 28 de outubro.
 
Neide votou na Escola Francesa François Mitterand acompanhada das duas filhas e do genro. Moradora de Brasília há 40 anos, nunca perdeu uma eleição desde o pleito presidencial de 1989, o primeiro após o fim da ditadura. “É um dever do cidadão e, como educadora, é uma obrigação maior ainda”, frisou.
 
Assim como Neide, o aposentado Francisco Bandeira de Sousa, 84 anos, nunca deixou de votar e garantiu que a idade nunca o impediu de exercer seu papel de cidadão. “Se a gente está em casa, se tem boa saúde e tem condições, vamos votar, sim”, declarou.
 
Na Escola Classe 28 em Ceilândia, sentado num banco, observava o movimento das pessoas, enquanto recuperava o fôlego para ir embora. Ele se mostrou otimista, desejando melhorias e uma maior atenção aos mais necessitados. “Neste momento, o pobre não ganha nada, é preciso mudar. Por isso, o voto é importante, é uma obrigação que nós temos, escolher um candidato que ajude os mais pobres.”O aposentado mora em Águas Lindas no Goiás, mas nunca quis transferir o título para o estado vizinho. Em todas as eleições, levanta bem cedo e costuma ser um dos primeiros a chegar à zona eleitoral onde vota, em Ceilândia. Afirma que o caminho vale muito a pena.
 
A primeira eleitora do colégio Ciman, na Octogonal, foi a aposentada Wang Rufino, 79. Mesmo sem a obrigação de votar, ela fez questão de ir à urna. “Pela situação que eu vejo o país, resolvi votar. Pesquisei muito e fui atrás de currículos para tomar minha decisão”, disse a moradora do Sudoeste.
 
O aposentado Messias Moreira Borges, 74, teve a mesma motivação para votar. “A gente tem que exercer a democracia. Tenho um netinho de poucos meses e quero que o futuro do país seja melhor para ele e todo mundo, com melhor distribuição de renda e justiça social”, relatou.
 
 
"É um dever do cidadão e, como educadora, é uma obrigação maior ainda" Neide Cesar Bussacos, 86 anos
Em família
 
Além dos muitos idosos que optaram por votar com a esperança de um país melhor, diversos pais e mães levaram as crianças para acompanhar o processo eleitoral.
 
A empresária Ana Paula Alves, 31, e o comerciante Marcelino Alves, 42, levaram as filhas Mariana e Manuela Sousa Alves, 8 e 2 anos, para o local de votação. A mais velha quis entrar com o pai na cabine, mas não pôde. “Queria saber como era apertar o botão. A gente estuda sobre eleição na escola. A professora disse que a partir dos 16 anos pode votar, e eu vou querer, mesmo não sendo obrigatório ainda. Também aprendi sobre direitos e deveres dos cidadãos, contou.
 
Marcelino reforçou a angústia com o futuro das filhas. “Vim escolher o meu candidato para ajudar no futuro delas. É a esperança de algo melhor. Vamos acompanhar a apuração dos votos com a ansiedade de a nossa escolha vencer”, destacou o comerciante.
 
A vendedora Patrícia de Sousa, 38, tem como maior desejo uma melhor educação no país. Atualmente, os filhos estudam em uma escola particular, mas o seu desejo era de que eles estivessem matriculados no Centro Educacional 7 do Gama, escola pública em que ela estudou.
 
“Antigamente, o ensino aqui era maravilhoso, mas, agora, é totalmente diferente. Todo pai se preocupa com a educação do filho, portanto, nós não vamos deixá-los em qualquer escola. O meu voto de hoje (ontem) foi um apelo para que os governantes do país olhem com mais carinho para os colégios públicos”, disse.
 
Durante a votação de ontem, os filhos de Patrícia, Nathan Ahmad, 10, e Layla Ibrahim, 3, estiveram ao seu lado. Assim como a mãe, o garoto sente que a educação do país poderia receber mais incentivos. Segundo ele, isso ajudaria as pessoas a não fazerem escolhas ruins. “Só assim teremos um Brasil melhor”, disse Nathan.

 
"Pesquisei muito e fui atrás de currículos para tomar minha decisão" Wang Rufino, 79 anos


Descrença
 
Apesar do sentimento de esperança de tantos eleitores, alguns afirmaram estar totalmente descrentes de uma mudança real na política brasileira. O assistente administrativo Gerson Guimarães, 43, anulou todos os votos. Para ele, a política nunca vai mudar. “Vão se passar 500 anos e tudo continuará do mesmo jeito. As ideologias dos candidatos são todas as mesmas”, afirmou.
 
Ele votou no Centro de Ensino 203, no Recanto das Emas, acompanhado da filha Ana Beatriz Guimarães, 8, e, apesar de estar descrente na política do país, incentiva a filha a conhecer e a entender a importância do voto. “Eu queria votar. Mesmo pequena, sei como tudo funciona. Sei que tem que escolher um candidato e vai aparecer o nome e o número dele. Se você quiser, é só aceitar; se não, cancelar tudo”, ensina a criança.
 
*Estagiário sob supervisão de Sibele Negromonte
 
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Correio Braziliense sábado, 06 de outubro de 2018

DISTRITO FEDERAL - ELEIÇÕES - NA RETA FINAL

 

LEIÇÕES 2018 »Na reta fina
 
lOs principais candidatos ao Buriti apostam em caminhadas e panfletagens nos maiores colégios eleitorais para conquistar eleitores no último dia de campanha na rua e na internet

 

» ALEXANDRE DE PAULA
» ANA VIRIATO
» PEDRO GRIGORI
Especial para o Correio
» Colaboraram Augusto Fernandes, Marcus Lacerda, Victor Gammaro e Walder Galvão (especiais para o Correio)

Publicação: 06/10/2018 04:00

Último dia para elencar promessas e defender planos de governo. Horas finais para panfletagens, caminhadas e carreatas. A fim de conquistar uma vaga em um eventual segundo turno, os candidatos ao Palácio do Buriti líderes em pesquisas saem às ruas, hoje, com a missão de convencer os indecisos de que são a melhor opção para a capital pelos próximos quatro anos. Na mira, cidades de grande contingente populacional, como Ceilândia e Taguatinga. Entre as peregrinações, cada segundo será aproveitado — algumas agendas começam ao raiar do sol e terminam apenas ao fim da noite.
 
As andanças do governador e candidato à reeleição, Rodrigo Rollemberg (PSB), começam às 8h, no Parque de Águas Claras — zona eleitoral com o maior número aptos a votar inscritos. Depois disso, ele segue, às 9h, para a Feira Guará e, por volta das 12h,  visita a Praia Norte, às margens do Lago Paranoá, inaugurada ontem pelo alto escalão do Executivo local. À tarde, Rollemberg vai ao Sol Nascente, em Ceilândia, onde tem caminhada agendada para as 15h. Região mais carente do maior colégio eleitoral do DF, o local recebeu milhões em investimentos em infraestrutura na atual gestão. Para encerrar a agenda,  à noite, retorna a Águas Claras.
 
O deputado federal licenciado Rogério Rosso (PSD) pretende passar a maior parte do dia em Ceilândia, onde atuou como administrador. O pontapé inicial ocorre com uma carreata, com concentração na Estação Guariroba. À tarde, o parlamentar deve almoçar no centro da cidade e visitar as feiras locais, que reúnem milhares de trabalhadores e ambulantes nas imediações. Às 16h, Rosso passará pela Feira dos Importados, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).
 
Conforme previsão da agenda pública de Alberto Fraga (DEM), o democrata terá somente um compromisso no dia: caminhada na Feira do Produtor e Atacadista, em Ceilândia. O comércio conta com 700 associados diretos, gera mais de 5 mil empregos e vende cerca de 30 mil toneladas de produtos mensalmente. 
 
O advogado Ibaneis Rocha (MDB) planeja almoçar na Quituart, no Lago Norte. O local reúne dezenas de quiosques e restaurantes. Eliana Pedrosa (Pros) dedicará o dia a uma caminhada em Brazlândia, às 10h30. Também fará reuniões em Ceilândia e outras cidades. 
 
Ibaneis, líder e destaque on-line
Hoje é também o último dia para postagens e impulsionamento nas redes sociais. Nesta semana, os principais concorrentes intensificaram a campanha on-line a fim de conquistar o eleitorado na reta final. Ibaneis Rocha, líder das pesquisas de intenções de voto no DF, aposta no audiovisual para convencer o eleitorado das redes sociais. Ele fez 26 publicações na internet nesta semana, alternando vídeos mais curtos com alguns de maior duração. Em um deles, o advogado aborda detalhes da infância no Piauí, com depoimentos de amigos e familiares da região. A posição de liderança nos levantamentos mais recentes também é explorada nas redes do candidato ao Buriti.
 
O governador Rollemberg destacou feitos do mandato em grande parte das 52 postagens no Facebook nos últimos cinco dias. O fechamento do Lixão da Estrutural e a desobstrução da orla do Lago Paranoá aparecem entre os feitos. O candidato à reeleição publicou fotos de agendas em campanhas e deu destaque à parceria com Leila do Vôlei (PSB), que lidera a corrida pelo Senado.
 
Alberto Fraga fez 25 publicações no Facebook desde segunda-feira. Em algumas, o parlamentar tenta colar a imagem a do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). No DF, no entanto, o capitão apoia a campanha de Paulo Chagas (PRP).
 
Rogério Rosso disparou 44 publicações no Facebook. Nos posts de ontem, o candidato listou promessas ao Corpo de Bombeiros e à Polícia Militar. Ainda assegurou melhorias nas áreas de saúde e transporte público. Ao longo da semana, Rosso mostrou participações em debates, destacou frases em defesa da família e registrou vídeos das propagandas eleitorais na tevê. Nas redes, ele também mostra hobbies, como música e ciclismo.
 
A ex-distrital Eliana Pedrosa (Pros) foca as publicações no Facebook no público feminino. A candidata fez 42 postagens na última semana e, em grande parte, ressalta que poderá ser a primeira governadora eleita do DF. Eliana evita confrontos e não faz acusações diretas aos oponentes.
 
Para o cientista político Creomar de Souza, os candidatos podem, neste último dia de campanha, conquistar eleitores indecisos ou que ainda não estão totalmente seguros em relação a quem votar. “Parte considerável forma a opinião nas últimas 72h. Muitos deixam para a última hora, sobretudo porque há o comportamento daqueles que não querem votar em quem vai perder”, explica.



Corpo a corpo


Rodrigo Rollemberg visitou Ceilândia

 

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) aproveitou a sexta-feira para fazer uma caminhada pela Avenida Hélio Prates, em Ceilândia, e garantir melhorias para a saúde, com a construção de um hospital, e o transporte público, com a expansão do metrô e a implementação do BRT na cidade. “Ceilândia terá atenção especial no nosso segundo governo e será muito melhor nos próximos quatro anos”, disse. “Confio no nosso sprint para a reta final.”



Alberto Fraga fez caminhada na Candangolândia

 

Em visita à Candangolândia, Alberto Fraga (DEM) prometeu melhorias na saúde e segurança. Também afirmou que a paridade salarial será feita para todas as forças de segurança. Ele ainda atacou Ibaneis Rocha. “Ibaneis se diz dono do Poder Judiciário”, afirmou Fraga. Para ele, o concorrente deveria responder por crime eleitoral, pois teria comprado votos ao prometer construir, com o próprio dinheiro, casas derrubadas pela Agefis.



Ibaneis Rocha esteve na Vila Planalto

 

Na liderança das pesquisas de intenção de voto, Ibaneis Rocha (MDB) cumpriu uma das agendas de ontem na Vila Planalto, onde prometeu transformar o local no maior polo gastronômico do Distrito Federal. Ele também reagiu às críticas dos concorrentes. “Se eles quiserem se unir todos contra mim, eu vou ficar muito mais feliz”, provocou. Quanto a Fraga, disse: “Ele trata mal os magistrados e tem um problema sério com o Judiciário, porque pratica corrupção e está sendo condenado”.



Sol Nascente recebeu Rogério Rosso 

 

Rogério Rosso (PSD) fez campanha no Sol Nascente, também em Ceilândia. Assim como Rollemberg, prometeu construir outro hospital em Ceilândia, caso vença as eleições. “É uma urgência absoluta, pois a cidade tem 600 mil habitantes e só o Hospital Regional de Ceilândia à disposição”. Ele também disse que inaugurará uma Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) na cidade, além de realizar concursos públicos para aumentar os efetivos das forças de segurança.



Eliana Pedrosa passou por Taguatinga

 

Candidata que aparece em segundo lugar nas intenções de voto, Eliana Pedrosa (Pros) passou a manhã na Feira dos Goianos, em Taguatinga. No corpo a corpo com os eleitores, disse que voltará com o atendimento pleno do Hospital Regional de Taguatinga, contratando médicos e equipe de enfermagem. Eliana também garantiu que investirá em feiras. “No segundo turno, os tempos de propaganda na tevê são iguais. No primeiro, só tive 40s. É muito pouco”, afirmou.
 
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Correio Braziliense sexta, 05 de outubro de 2018

VILA PLANALTO: A PRAÇA DA ALEGRIA E DA AMIZADE

 


A praça da alegria e da amizade
 
 
Amigos de longa data se reúnem em espaço comunitário da Vila Planalto para colocar a conversa em dia e também se exercitar

 

» Sarah Paes*
» Isabela Guimarães*

Publicação: 05/10/2018 04:00

Espaço de convivência: Ieda Coelho e Marco Antônio se encontram na PEC para uma boa prosa (Sarah Paes/Esp. CB/D.A Press)  
Espaço de convivência: Ieda Coelho e Marco Antônio se encontram na PEC para uma boa prosa
 
Quando o sol vai dando o adeus por volta das 17h... Quando o dia começa a se acalmar.... O movimento no Ponto de Encontro Comunitário (PEC), na entrada da Vila Planalto, aumenta. O espaço é uma das opções de atividade para os idosos da região. Ieda Coelho Bezerra, 77 anos, aposentada da Secretaria de Saúde, e Marco Antônio Leal da Silva, 51 anos, militar da reserva, gostam de colocar o papo em dia sentados em um dos bancos da praça. A senhora simpática e comunicativa contou que a praça virou um point onde amigos e vizinhos se encontram quase todos os dias. No local, eles fazem exercícios físicos e compartilham um pouco do cotidiano de suas vidas. Ouvem e são ouvidos.
 
Alguns dos vizinhos se conhecem há mais de 40 anos. “A gente se reúne, faz uns exercícios, e também rola uma fofoca daqui e outra dali, ri. É sempre muito divertido. Venho aqui de três a quatro vezes na semana. Às vezes, eu tenho preguiça e não venho, mas aqui é ótimo para me movimentar e encontrar os amigos. Faço exercício nos aparelhos”, conta Ieda. Ela chegou, na Vila Planalto, na época da construção de Brasília. Morou primeiro na casa da irmã em Sobradinho. Em 1962, se mudou para a cidade para viver na casa de uma amiga, e não saiu mais da região.
 
Depois de tantos anos, caracteriza o local como uma cidade de idosos e aposentados. “Antes, a gente se encontrava em uma praça que fica dentro da Vila, mas lá começou a ser frequentado por moradores de rua. Depois que a PEC foi construída, passamos a nos reunir aqui. A Vila virou uma cidade de idosos. Temos até uma casa para esse perfil de pessoas, a Associação Renascer dos Pioneiros Vila Planalto. Eu já fui até a presidente”, conta a moradora que é popular entre os habitantes da cidade.

Maria de Lourdes e Ieda: exercícios e boa conversa (Sarah Paes/Esp. CB/D.A Press)  
Maria de Lourdes e Ieda: exercícios e boa conversa


Geraldo Alves:  
Geraldo Alves: "Eu até ajudo a preservar os equipamentos"
 
No grupo de amigos de Ieda, muitos deles fizeram parte da construção e estruturação da Vila Planalto e da própria capital. Alguns deles foram líderes comunitários e lutaram pela construção de locais, como o PEC e outros pontos de encontro da região.
 
Frequentador ativo do PEC, o aposentado Geraldo Alves Torres, de 69 anos, nascido em Mariana (MG), distante 116km de Belo Horizonte, veio para Brasília em 1969. Ele morou primeiro na quadra 315 Sul e em 1976 mudou-se para a Vila Planalto. A prática de exercícios físicos e os momentos de descontração com os vizinhos de longa data são rotina na vida do mineiro.
 
Além de se exercitar, ele também ajuda na manutenção dos aparelhos. “Fui um dos que lutou por essa praça. É muito bom aqui, não precisa mais que isso não. Eu até ajudo a preservar os equipamentos, mesmo sendo usuário eu aperto os parafusos sempre”, destaca.
 
A aposentada Maria de Lourdes Carvalho, 68 anos, costuma ir ao ponto de encontro pela manhã e à tarde. Às vezes, vai acompanhada das duas filhas. “Depois do meu problema no joelho, não consigo ir muito longe, mas, como a praça é aqui do lado de casa, é um ótimo lugar pra eu sair. Daí, eu chego aqui e encontro o pessoal e é essa festa que você está vendo. Acho apenas que tinha que criar pelo menos um parquinho ou uma quadra de esportes aqui para as crianças,” destaca.
 
*Estagiárias sob supervisão de José Carlos Vieira


O que diz a especialista
 
Socialização e qualidade de vida
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) são considerados idosos pessoas acima dos 60 anos de idade. Segundo a geriatra Priscilla Mussi, as atividades em grupo são fundamentais para a qualidade de vida deles. “Eles têm dificuldade em fazer novos amigos e quando há a socialização é muito bom para eles poderem conversar sobre os mesmos assuntos, por terem a mesma cultura”, explica. Os benefícios da conveniência englobam pontos positivos tanto para a saúde física quanto para a mental. “Quando eles conversam com outros idosos, conseguem desfocar dos problemas e diminui o risco de demência. Os encontros em praças também são bons para aumentar a vitamina D do corpo”, destaca.


Como colaborar
A Associação Renascer dos Pioneiros da Vila Planalto recebe doações para o bazar, que é a única fonte de renda para o local. Para a biblioteca, livros podem ser entregues nos supermercados Armazém do Geraldo e no MM, todos na Vila Planalto.
 
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Correio Braziliense quinta, 04 de outubro de 2018

ATAQUE E DEFESA NO MOMENTO DECISIVO

 

Ataque e defesa em momento decisivo
 
Debate promovido pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília colocou frente a frente, pela última vez no primeiro turno, candidatos ao Palácio do Buriti. Ataques, propostas e denúncias marcaram o evento realizado a cinco dias das eleições

 

» ALEXANDRE DE PAULA

Publicação: 04/10/2018 04:00

 (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  

Sete candidatos ao Palácio do Buriti se enfrentaram cara a cara pela última vez no primeiro turno ontem. Às vésperas da votação de domingo, o debate, promovido pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília, marca um dos momentos mais quentes da corrida eleitoral de 2018. Durante 2h20, os candidatos responderam a questionamentos espinhosos, atacaram e apresentaram propostas para a população, que teve a oportunidade de conhecer mais detalhadamente as posições de cada concorrente ao GDF. A hashtag #DebateCorreio ocupou o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados em Brasília no Twitter em quase toda a transmissão.
 
Alberto Fraga (DEM), Eliana Pedrosa (Pros), Fátima Sousa (PSol), Ibaneis Rocha (MDB), Júlio Miragaya (PT), Rodrigo Rollemberg (PSB) e Rogério Rosso (PSD) participaram do debate. O Correio convidou para o encontro os candidatos ao Palácio do Buriti filiados a partidos que tenham ao menos cinco representantes no Congresso Nacional — como obriga a legislação eleitoral.
 
A saúde foi um dos temas mais abordados no encontro. Foram diversas críticas ao Instituto Hospital de Base e à gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB). O próprio governador chegou a reconhecer que a saúde era, de fato, um dos maiores problemas do DF. Denúncias e condenações também se destacaram ao longo da transmissão. Candidatos trocaram acusações em diversos momentos. Assuntos relevantes, como educação e segurança pública, ficaram de lado.
 
No início do debate, o deputado federal Alberto Fraga protagonizou um momento embaraçoso. Ao cumprimentar Ibaneis Rocha, o parlamentar derrubou um microfone, que teve de ser trocado. Os dois reagiram com bom humor. Ibaneis, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no DF, foi o principal alvo dos adversários. De todos os lados, sobraram farpas para o candidato do MDB, acusado de abuso de poder econômico e compra de votos durante a campanha. De Fraga a Fátima Sousa, todos miraram no advogado. Ibaneis registrou crescimento expressivo e lidera as mais recentes pesquisas de opinião.
 
Eliana Pedrosa e Ibaneis foram responsáveis por um dos momentos mais quentes do debate. A ex-distrital questionou o advogado sobre um vídeo em circulação nas redes sociais em que Ibaneis promete, caso seja eleito, construir casas derrubadas pela Agefis com o próprio dinheiro. O concorrente pelo MDB reagiu. Respondeu que Eliana está ao lado do que há de mais podre na política de Brasília e que se envergonhava de ter sido amigo dela em outros momentos. A ex-distrital pediu direito de resposta, mas teve a solicitação negada pela produção do debate. Rogério Rosso fez referência ao embate em outro momento e disse que jamais um postulante ao GDF poderia tratar uma mulher como Ibaneis fez com a adversária.
 
Dobradinhas
Alguns candidatos preferiram evitar os ataques mútuos e trocaram afagos e elogios durante questionamentos e comentários. Rogério Rosso e Eliana Pedrosa permaneceram em clima amistoso durante todo o debate e aproveitaram momentos juntos para apresentar propostas e ressaltar qualidades. Júlio Miragaya (PT) e Fátima Sousa (PSol) adotaram o mesmo tom.
 
A dobradinha mais inusitada, no entanto, ficou a cargo do petista Miragaya e Alberto Fraga. O democrata não poupou elogios ao petista ao responder pergunta sobre desemprego e renda. Fraga acabou sendo usado também para defender o ex-presidente Lula quando Miragaya criticou o Judiciário por quebrar o sigilo da delação do ex-ministro Antonio Palocci dias antes da votação do primeiro turno.
 
Anteriormente, Fraga havia criticado a Justiça ao comentar a condenação a 4 anos e 2 meses de prisão em regime semiaberto por receber suposta propina de R$ 350 mil quando era secretário de Transporte do governo de José Roberto Arruda (PR). Fraga disse que o juiz responsável pela decisão era ativista LGBT. O deputado negou ser preconceituoso e declarou que “pré-condenar é que é preconceito”. A temática LGBTI voltou à tona depois quando Rosso foi questionado se a defesa dos valores da família tradicional cristã não atrapalhavam o desempenho na campanha. O quinto e último bloco terminou às 19h30 com as considerações finais de cada concorrente.
 
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Correio Braziliense quarta, 03 de outubro de 2018

AUTOESTIMA E CABEÇA ERGUIDA

 

Autoestima e cabeça erguida

 

» Caroline Cintra
Especial para o Correio

Publicação: 03/10/2018 04:00

 (Guilherme Tonelli e Bárbara Martins/Divulgação)  

 (Guilherme Tonelli e Bárbara Martins/Divulgação)  

 (Guilherme Tonelli e Bárbara Martins/Divulgação)  
 
“Quando você foi feliz pela primeira vez?”. Foi essa simples pergunta que arrancou muitos sorrisos de 11 mulheres que passam por um tratamento de câncer de mama no Hospital Universitário de Brasília (HUB). As reações, que deveriam remeter ao primeiro momento feliz que elas viveram após serem diagnosticadas com o câncer, foram fotografadas e se tornarão uma exposição no HUB, a partir desta sexta-feira.
 
A ideia de registrar a reação das mulheres respondendo à pergunta surgiu de uma parceria entre duas médicas do HUB, a oncologista Ludmila Thommen e a médica residente em mastologia Thereza Racquel Moura Baptista. Ambas tinham o desejo de fazer uma homenagem diferente para o Outubro Rosa e, de uma forma especial, também elevar a autoestima das pacientes.
 
“Costumam achar que uma pessoa com câncer só vive triste. E queremos mostrar para quem vê de fora que essa pessoa também vive bons momentos. Além disso, a gente queria dar um dia de alegria para que as pacientes se sentissem melhor com elas mesmas e mais bonitas”, conta Thereza Racquel.
 
Ludmila Thommen destaca que trabalhar a autoestima da mulher é fundamental no período de tratamento de um câncer, principalmente por envolver a queda de cabelo. Ela ressalta que não é porque a mulher está doente que ela não vai se maquiar ou colocar uma roupa bonita. “Por isso, oferecer momentos assim, para que elas se sintam mais bonitas, é importante. Se estar arrumada é primordial para elas, elas devem fazer isso sempre. Afinal, são exemplos de superação”, disse a oncologista.

 (Guilherme Tonelli e Bárbara Martins/Divulgação)  

 (Guilherme Tonelli e Bárbara Martins/Divulgação)  

 (Guilherme Tonelli e Bárbara Martins/Divulgação)  


Emoção
 
A sessão de fotos foi realizada em 15 de setembro, no Parque da Cidade. E o fotógrafo Guilherme Tonelli confessa que, apesar de ter trabalhado em outros projetos sociais, ele e a colega de trabalho Bárbara Paiva não conseguiram conter a emoção desse ensaio, que, para ele, foi muito especial. “Impossível não se emocionar com cada depoimento. Enquanto a gente fazia todo o processo, chorávamos e ríamos com elas”, relata. Guilherme ainda revela que esse foi um trabalho bastante desafiador. Depois da primeira risada de cada uma, foi libertador pra gente”.
 
A massoteraupeuta e modelo plus size Cláudia Belchior, 54 anos, foi uma das pacientes fotografadas para o projeto. Ela descobriu o câncer de mama há pouco mais de um ano, e, de lá para cá, tem lutado para não deixar a doença abalar a autoestima. Tanto não deixa abalar que continua trabalhando como modelo. Inclusive, em junho, ganhou o concurso Soberana Plus Size Internacional das Américas 2018, e representará o Brasil em Cancún, em 2019, na categoria “maturidade”.
 
“Eu perdi a mama esquerda, mas ganhei a vida. Deus me deu a oportunidade de estar viva. Não deixo de ser mulher por causa da doença”, afirma, emocionada. “Independentemente da doença, podemos estar sempre bonitas, com roupas bacanas. O importante é nunca deixar a doença tirar a autoestima”, ressalta.
 
Cláudia também dá palestras para quem tem ou teve câncer de mama. Ela acredita que sua experiência com a doença pode ajudar diversas mulheres a superar a difícil fase. “Além da minha vivência com o câncer, eu levo fé, força e garra para quem me assiste”.
 
Outubro Rosa
 
A massoterapeuta conta que descobriu o câncer de mama enquanto se autoexaminava durante o banho e reforça que as mulheres devem se cuidar sempre, não apenas durante o Outubro Rosa. “Este mês serve mais como um alerta e um incentivo para que as mulheres visitem sempre o médico. Mas nós temos que nos cuidar durante o ano todo, se tocando sempre e, assim que perceber algo diferente, já ir ao médico”, acrescenta.
 
O resultado das fotos feitas com as 11 pacientes em tratamento do câncer de mama estará exposto no HUB, até 26 de outubro, de segunda a sexta, das 9h às 17h. A exposição é aberta ao público.


Exposição “Quando você foi feliz pela primeira vez?”
 
Quando: 5 a 26 de outubro
Hora: 9h às 17h
Onde: Hospital Universitário de Brasília —  HUB (604/605 - L2 Norte)
 

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Correio Braziliense domingo, 30 de setembro de 2018

FLORES QUE TRANSFORMAM

 

Flores que transformam
 
 
Brindamos a chegada da primavera com histórias de pessoas que mudaram as vidas graças às plantas

 

Por Renata Rusky

Publicação: 30/09/2018 04:00

Embora seja um bioma rústico, o cerrado surpreende com a floração em meio a árvores tortuosas. A primavera começou oficialmente no último dia 23 e um olhar atencioso à capital é capaz de perceber as flores presentes por toda a cidade.
 
Sem estações do ano tão bem definidas, há até quem diga que, na capital, é primavera quase o ano todo. A professora Carmen Regina Mendes de Araújo Correia, do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB), explica que, quando se fala na flora da capital, deve-se pensar nas plantas nativas do cerrado e nas plantadas, trazidas de fora. “As nativas florescem durante a seca, a partir de maio, até novembro. As de fora costumam florir principalmente na primavera”, explica.
 
O botânico José Antônio Paschi explica que, a partir de maio, o ipê-roxo começa a florescer e dura até o fim de julho. Em agosto, é a vez do amarelo, cuja floração vai até outubro. Enquanto o último segue decorando as paisagens brasilienses por mais tempo, duas outras cores aparecem e vão embora: a do ipê-branco, que acaba em setembro e dá lugar ao ipê-rosa, que desaparece em outubro com o amarelo.
 
Embora os ipês sejam alguns dos grandes símbolos da capital, não são os únicos. E o fim da floração deles não significa ausência total de flores. Em outubro, eles dão lugar à floração de flamboyant, que deixa Brasília mais alaranjada. Com a chegada das chuvas fortes, no fim do ano, as flores, então, dão uma brecha para voltar com tudo a embelezar a cidade no ano seguinte.
 
E, se aqui há flores o ano inteiro, há quem faça da própria vida uma primavera constante, sempre cercado por flores, cuidando das plantas e tentando alegrar os outros por meio delas. A Revista mostra histórias de quem tem uma relação especial com a flora, não abre mão da energia boa de tê-las em casa e também de quem ainda está descobrindo aos poucos esse universo.
 
Bruna Pelegio (e) fechou parceria com Sâmia Silveira: flores e decoração de mãos dadas (Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)  
Bruna Pelegio (e) fechou parceria com Sâmia Silveira: flores e decoração de mãos dadas
Carreiras desabrochadas
 
Há cerca de quatro anos, a florista Bruna Maria Pelegio, 31 anos, transformou a própria vida, trocando de carreira. Formada em contabilidade, com um emprego bem técnico e no qual sentia que não usava criatividade para nada, acabou trabalhando com flores meio por acaso. “Era um ambiente muito formal, tradicional, machista”, reclama.
 
Uma amiga casaria no cartório, e Bruna se comprometeu a presenteá-la com um buquê. “Quando viram o resultado, foi uma comoção, porque acharam lindo. Então, ela pediu pra eu fazer o da cerimônia religiosa também.”
 
O que era para ser só uma demonstração de carinho para uma amiga, rendeu-lhe encomendas. “Muita gente sabia que eu estava insatisfeita com o emprego. Acharam que eu estava fazendo buquês profissionalmente e começaram a passar meu contato. Fui aceitando os pedidos”, conta. Tornou-se “a moça do buquê”.
 
Mais do que uma mudança de carreira, para Bruna, foi uma transformação no estilo de vida. “Trabalhar com flores, conversar com as noivas, ser criativa: tudo isso é energizante”, justifica. Bruna sempre gostou de plantas e teve muito contato com elas. Ela se recorda de que a avó se gabava de que as flores dela desabrochavam duas vezes por ano.
 
Parceria
 
Nascida na fronteira entre o Brasil e o Uruguai, os avós plantavam quase tudo o que a família comia. “Na época da abóbora, comíamos abóbora. No inverno, ficávamos cheios de compota. Eu aprendi muita coisa com eles.” Mesmo assim, ela não se contentou com o ensino adquirido dos parentes e estudou muito, fez muitos cursos. “Como me sentia insegura por estar numa nova carreira, eu me esforcei ainda mais.”
 
No processo de trocar de trabalho, Bruna percebeu que era muito mais inventiva do que pensava. Até os 26 anos, tinha certeza de que criatividade era uma habilidade com a qual não havia nascido, portanto, começar a trabalhar com flores foi também uma experiência de autoconhecimento.
 
Um dos maiores desafios para Bruna foi quando as noivas começaram a pedir que ela fizesse não só os buquês, mas toda a decoração das cerimônias. Ficou com receio: “Não era mais só flor. Exigiria mais”. Foi quando decidiu que precisava de alguém com quem dividir as responsabilidades, que tivesse essa parte do expertise.
 
Por coincidência, a mulher de um amigo de infância do marido de Bruna estava decidida a se dedicar a decorações de festa. E comentou despretensiosamente em um jantar dos dois casais. Arquiteta, Sâmia Ferreira Silveira, 33, era quem Bruna procurava. Ela não tinha o conhecimento das flores, mas tinha de decoração. As duas se uniram e mais uma “moça do buquê” entrava em cena.
 
Sâmia conta que, desde que começou a trabalhar com flores, passou a se conectar mais com a natureza. “Meu olhar mudou. Aonde eu vou, reparo nas plantas, nas flores. Hoje, nenhuma viagem é como antigamente. No meu percurso para casa, eu presto atenção em toda flor. É um estudo constante.”
 
Além disso, ela percebe que não tem comparação trabalhar em um ambiente cercado de plantas, como é o ateliê delas, e em um escritório. “Tanto na arquitetura quanto em eventos, as plantas humanizam, oxigenam, transformam a energia do lugar”, afirma Sâmia.
 
Mas nem tudo são flores. O trabalho é pesado. Ficam em pé durante muito tempo, carregam peso pra lá e pra cá. “É claro que tem o glamour da flor, símbolo de beleza, de fertilidade, e é uma bênção trabalhar com elas, mas não deixa de ser um trabalho”, admite Bruna.
 
 (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)  
 
 
As flores também mudaram a carreira de Roxane Ayres (foto), 37. Psicóloga de formação, mudou-se de Fortaleza para Brasília por conta do marido, funcionário do governo. Ambos sempre pensaram em abrir um negócio. Decidiram, então, trazer uma franquia da floricultura Luxo Natural para a capital do país. Para Roxane, fazia sentido trabalhar com algo de que sempre gostou: flores.
 
Ela relembra que, quando era criança, o pai tinha um catálogo de fotos com flores de Holambra. “Eu pegava aquele livro e ficava admirando, tentando aprender um pouco mais sobre cada flor”, conta. Quando saía para comprar pão, o pai também sempre voltava com um ramo de flor resedá para lhe dar. “Ele pedia a uma mulher, em uma casa no caminho”, conta.
 
Por influência do pai, passou a ter um carinho especial pelas flores. A casa dela, inclusive, estava sempre florida, mesmo antes de ser dona da floricultura. Talvez, também por conta da influência do patriarca, ela tenta desmistificar a ideia de que só mulheres devem ganhar flores. Os presentes que dava a amigas e amigos todo mundo já sabia antecipadamente: flores. Ela garante que sempre surpreendia por conta da variedade de espécies, dos arranjos diferentes.
 
A loja de Roxane trabalha com arranjos que vêm acompanhados de alguma mensagem, que pode ser personalizada. “Vender flores é um desafio, porque precisamos entender o que aquela pessoa quer dizer para quem vai ser presenteado”, afirma Roxane.
 
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Correio Braziliense sábado, 29 de setembro de 2018

RORIZ: BRASÍLIA SE DESPEDE DO EX-GOVERNADOR

 

JOAQUIM RORIZ »Brasília se despede do ex-governador
 
Cerca de 5 mil pessoas acompanharam o sepultamento do ex-governador Joaquim Roriz no Cemitério Campo da Esperança. Flores e balões azuis, além de música e jingles de antigas campanhas eleitorais, marcaram a cerimônia

 

» ALEXANDRE DE PAULA
» ANA VIRIATO
» LUIZ CALCAGNO

» CÉZAR FEITOZA
» TARCILA REZENDE
» VICTOR GAMARRO
Especiais para o Correio

Publicação: 29/09/2018 04:00

O corpo de Joaquim Roriz deixou o Memorial JK em um caminhão do Corpo de Bombeiros, que passou pela Esplanada dos Ministérios e pela L4 antes de alcançar a Asa Sul (Valerio Ayres/CB/D.A Press)  
O corpo de Joaquim Roriz deixou o Memorial JK em um caminhão do Corpo de Bombeiros, que passou pela Esplanada dos Ministérios e pela L4 antes de alcançar a Asa Sul


 (Valerio Ayres/CB/D.A Press)  


 (Valerio Ayres/CB/D.A Press)  
 
Ao governador que comandou Brasília por quatro vezes, um adeus marcado pela devoção de familiares, autoridades e simpatizantes. Com flores e balões azuis, faixas de agradecimento, bandeiras, botons e jingles, cerca de 5 mil pessoas prestaram, ontem, as últimas homenagens a Joaquim Roriz. Em meio à cerimônia fúnebre, entre sorrisos e lágrimas, narraram histórias construídas com o ex-governador ao longo de cinco décadas de vida política. Despediram-se do homem que redesenhou o Distrito Federal e ressaltaram: “o legado permanece vivo”.

O ex-governador morreu, aos 82 anos, na manhã de quinta-feira, após três paradas cardíacas e mais de um mês internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília. Roriz conviveu por mais de uma década com um quadro grave de insuficiência renal. O patriarca da família deixa a viúva, Weslian, com quem era casado havia 58 anos, três filhas — Wesliane, Jaqueline e Liliane — e quatro netos.

Sob comoção, o velório de Roriz estendeu-se da tarde de quinta-feira à manhã de ontem. Em uma das entradas do Memorial JK, onde ocorreu a cerimônia, foram deixadas mais de 60 coroas de flores. No culto ecumênico, iniciado às 9h, dom José Freire Falcão, cardeal e arcebispo emérito de Brasília, exaltou o histórico do ex-governador. “Roriz, como cidadão, político, esposo, cristão e gestor público, se abrirá eternamente às pessoas, mesmo àquelas que não foram contigo na vida terrena”, disse.

Responsável pela primeira leitura, Jaqueline Roriz não conteve a emoção. Ao fim, um dos presentes gritou: “Samambaia te ama”, em referência a uma das cidades criadas pelo ex-governador. Joaquim Roriz Neto escolheu a música Raridade, de Anderson Freire, para homenagear o avô. Em discurso, lembrou as palavras do senador e ex-presidente da República José Sarney sobre o patriarca da família: “Quem construiu Brasília foi JK, mas quem a consolidou como cidade moderna foi Joaquim Roriz.”
 
Andorinhas
 
O trajeto do cortejo teve início por volta das 10h. Após a realização da missa, um caminhão do Corpo de Bombeiros transportou o corpo do ex-governador. Ao deixar o Memorial JK, seguiu pela Esplanada dos Ministérios até o Palácio do Planalto, virou na L4 Sul e, pelo Setor Policial Sul, alcançou o Campo da Esperança, no fim da Asa Sul. A todo instante, o veículo recebia buzinas em sinal de apoio. Ao som de uma das músicas preferidas de Roriz, Andorinhas, do Trio Parada Dura, admiradores aguardavam a chegada do caminhão ao Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Uma das responsáveis pela caixa de som, a autônoma Geralda Rodrigues, 48 anos, disse que o tempo não é de choro, mas “de lembrar, felizes, o que ele fez pela cidade”.

No local, uma salva de palmas recepcionou Roriz à Ala dos Pioneiros. Muitos entoavam o nome do ex-governador e destacavam agradecimentos. Com um vestido caracterizado pelo pano da faixa da campanha de Weslian Roriz ao GDF, em 2010, e uma foto com Liliane Roriz, caçula do clã, guardada na bolsa, a aposentada Luzinete Maria de Oliveira, 67, tinha dificuldade de conter as lágrimas. “Moro em Samambaia. Cheguei ao Distrito Federal solteira, com cinco filhas para cuidar. Ele nos deu moradia, pão, leite, cesta básica, dinheiro do gás e um emprego”, conta.

As filhas cresceram e estão casadas. Duas moram em casas erguidas no lote da mãe. “Na derradeira campanha dele, eu ganhei uma faixa com o nome da dona Weslian. Paguei R$ 30 para uma costureira transformar em vestido e pedi que fosse feito com zíper, e não com botões. Queria uma coisa bem-feita”, relata. “Quando as minhas filhas souberam que ele tinha morrido, ficaram preocupadas com a minha saúde. Roriz ajudou a minha família toda. Teve gente que ganhou um lote para morar e outro para comércio”, recorda.

A comoção de Luzinete refletia-se nos olhos de centenas de outros admiradores. “Roriz morreu”, refletiu, em voz alta, o aposentado Carlos Alberto Batista, 67, de Samambaia. Vítima de dois acidentes vasculares cerebrais e com dificuldades na fala, ele se esforçou para pronunciar corretamente as palavras, que saíram com dor, entre lágrimas. “Para o meu pai, era o enterro de um parente. Trabalhamos em várias campanhas dele, éramos recebidos na casa do ex-governador. Não fomos beneficiados por nenhum programa do governo. Simplesmente, acreditamos nele”, explicou a filha, a autônoma Delaine Silva, 27. “O meu pai queria ter ido ao velório, mas, por causa da saúde dele, preferimos vir para o enterro”, acrescentou.

Ao chegar ao Campo da Esperança, a multidão recebeu o ex-governador com uma salva de palmas (Valerio Ayres/CB/D.A Press)  
Ao chegar ao Campo da Esperança, a multidão recebeu o ex-governador com uma salva de palmas


Exemplo e luta
 
No momento do sepultamento, formou-se um cordão humano para proteger a família Roriz. Mais afastado da multidão, o servente de pedreiro José Vieira, 52, deixou de comparecer ao trabalho para prestar homenagem a Roriz. Ele também mora em Samambaia. “É Deus lá em cima, e Roriz aqui embaixo. Esse homem é um exemplo para os políticos que estão aí”, disse.

Dezenas de flores brancas cobriram o túmulo. Após a saída de familiares, os simpatizantes se aproximaram e entoaram o jingle da campanha de 2002 de Roriz, época em que o político venceu Geraldo Magela nas urnas. “Roriz é um trabalhador de braços dados com a luta do meu povo”, cantaram, por minutos, até o esvaziamento do local.
 
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Correio Braziliense sexta, 28 de setembro de 2018

RORIZ: ADEUS AO ÍCONE DA POLÍTICA NO DISTRITO FEDERAL

 

Adeus ao ícone da política no DF
 
 
Uma multidão se despede desde ontem do ex-governador, que morreu aos 82 anos, após uma década com um grave quadro renal

 

» HELENA MADER

Publicação: 28/09/2018 04:00

 
"Agradeço à população de Brasília, que sempre confiou em mim e me deu condições de fazer tudo o que fiz" 

Joaquim Roriz, em sua última aparição pública, em 4 de agosto de 2015

Quando o assunto é Joaquim Domingos Roriz, não existe meio termo. O político mais importante da história do Distrito Federal era adorado por alguns com devoção quase religiosa. Por outros, era chamado de populista e demagogo. Entre as duas correntes, um consenso: nenhum brasiliense é indiferente à história do ex-governador, que comandou a capital por quatro vezes e se orgulhava de nunca ter perdido uma eleição.
 
Joaquim Roriz morreu ontem, aos 82 anos, depois de conviver por uma década com um quadro grave de insuficiência renal. O patriarca da família deixa a viúva, Weslian, com quem era casado há 58 anos, três filhas, Wesliane, Jaqueline e Liliane, e quatro netos. Também deixou órfãos milhares de candangos, especialmente moradores de cidades criadas por ele, que o chamam carinhosamente de “pai Roriz”. O enterro será hoje, às 11h, no Cemitério Campo da Esperança.
 
Depois de três paradas cardíacas e de uma traqueostomia, o coração do ex-governador parou de bater às 7h50 do Dia de São Vicente de Paulo, conhecido como guardião dos pobres. O corpo foi velado no Memorial JK, em uma cerimônia que traduziu sua ligação próxima com o povo da capital federal e mostrou sua força política.
 
Cobertas por bandeiras azuis de campanhas passadas, estampadas com o nome de Roriz, ou com fotos do ídolo nas mãos, milhares de pessoas esperaram sob o sol forte a vez de dizer adeus. Pelo menos duas mulheres passaram mal e desmaiaram, uma delas ao lado do caixão. Entre orações, lágrimas e lamentos, anônimos cruzaram o corredor do Memorial para a última homenagem.
 
Tristeza
A disposição do desempregado Sebastião Barbosa, 61 anos, traduzia a devoção popular com relação ao político. Ele não se satisfez com apenas um adeus e enfrentou a fila duas vezes para ver o corpo de Joaquim Roriz. “Eu Já perdi a minha mãe e o meu pai. Mas a tristeza hoje é diferente”, explicou. Sebastião chegou à capital em 1962, e teve a adolescência marcada por invasões. “Até que o Roriz me deu uma casa. Depois disso, independentemente do partido, eu sempre estava nos comícios dele, porque ele era um cara humilde, ajudava os pobres”.
 
Familiares
O homem que marcou a história política do Distrito Federal — e que apreciava percorrer as ruas das cidades em busca de votos — morreu a apenas 10 dias das eleições. Sete candidatos ao governo compareceram à despedida, além de parlamentares, antigos colaboradores, amigos e familiares. Vestidos de preto, filhas e netos permaneceram ao lado do caixão durante quase todo o velório.
 
Dona Weslian, devastada pela perda do companheiro de quase seis décadas, só chegou ao local depois das 17h e precisou de amparo. Liliane Roriz, a caçula do patriarca, traduziu o sentimento da família. “Não tem político que cuidou mais de Brasília do que meu pai. Então, quero convidar Brasília para se despedir de Roriz, esse homem tão querido e que tanto fez pela cidade. Será uma despedida difícil, mas espero que Brasília nunca o esqueça.”
 
 
 
Vida política
 
» Vereador de Luziânia:  1962 a 1965 
» Deputado estadual de Goiás: 1979 a 1982 
» Deputado federal por Goiás: 1983 a 1986
» Prefeito interventor de Goiânia: 1987 
» Vice-governador de Goiás: 1987 a 1988 
» Ministro da Agricultura:  (15/3/1990 a 30/3/1990)
» Governador indicado por Sarney: 1988 a 1990
» Governador do DF: 1991 a 1994 DF (eleito)
» Governador do DF: 1999 a 2002 DF (eleito)
» Governador do DF: 2003 a 2006 DF (eleito)
» Senador: 2007
» Candidato ao governo: 2010
» Desistência da candidatura e lançamento de Dona Weslian: 2010 
 
 
Vida pessoal
 
»  Nascimento: 4 de agosto de 1936
»  Local de nascimento: Luziânia
»  Pais: Lucena Roriz e Jerzuleta de Aguiar Roriz
»  Casado com Weslian do Perpetuo Socorro Peles Roriz desde 1960
»  Filhos: Wesliane, Jaqueline e Liliane
»  Netos: Bárbara Maria, Juliano, Rodrigo e Joaquim Neto
 
Jornal Impresso
 

Correio Braziliense quinta, 27 de setembro de 2018

MORRE JOAQUIM RORIZ, AOS 82 ANOS

 

Morre, aos 82 anos, Joaquim Roriz, ex-governador do Distrito Federal

Doente renal crônico e diabético, Roriz estava internado desde 24 de agosto. Governador do DF por três mandatos, ele ficou 14 anos à frente do Palácio do Buriti e foi símbolo de admiração e polêmicas ao longo da trajetória política

O ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz morreu nesta quinta-feira (27/9), em Brasília, aos 82 anos. O político passou os últimos momentos de vida ao lado das filhas e da esposa, Weslian Roriz. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Brasília desde 24 de agosto. Na quarta-feira, seu estado de saúde se tornou crítico devido a uma infecção pulmonar.

“Estamos devastados, mas tenho certeza de que não é só nossa família que sente essa perda. É Brasília toda. Ele foi uma pessoa muito boa para Brasília, que merece todo o carinho do mundo e está descansando agora”, afirmou o neto do ex-governador Joaquim Roriz Neto.

Em nota, o governador Rodrigo Rollemberg informou que decretou luto oficial de três dias no DF e afirmou que a morte de Roriz “abala a todos brasilienses que o acolheram e que receberam dele em troca muito trabalho e realizações de toda a ordem”. “À Dona Weslian, suas filhas Liliane, Jaqueline e Wesliane, aos netos e aos milhões de brasilienses que sempre tiveram muito apreço e respeito ao ex governador meus pêsames, minhas orações e as de Marcia, para que consigam superar esse momento difícil”, afirmou.

O quadro clínico do ex-governador Roriz vinha se agravando dia após dia, desde meados de 2013. Há um ano, em 26 de agosto do ano passado, o político goiano foi submetido à amputação da perna direita, abaixo do joelho, e de dedos do pé esquerdo. Quatro dias depois, voltou a ser hospitalizado no Hospital do Coração do Brasil, na Asa Sul. Apesar de ser um procedimento agressivo, o ex-governador nem sequer percebeu que havia perdido parte do corpo, segundo Dona Weslian.

A decisão pela amputação foi tomada pela equipe médica que cuida de Roriz, para evitar necrose dos membros com o comprometimento da circulação dele, que tem diabetes. Em junho do mesmo ano, o ex-governador passou por um procedimento para melhorar a circulação e a saúde dele chegou a melhorar com a implantação de um stent, para desobstruir as artérias.

Em 1º de fevereiro último, o Correio publicou a reportagem que caiu como uma bomba no cenário político local. Um laudo do Instituto de Medicina Legal, da Polícia Civil do DF, ao qual a coluna Eixo Capital teve acesso com exclusividade, apontou que Roriz havia sido diagnosticado com “síndrome demencial, de etiologia mista, Alzheimer e vascular (CID10 F00.2 e F01.09), em estágio grave, com intensa repercussão sobre sua autonomia”. O exame consta de processo criminal em curso na 2ª Vara Criminal de Brasília. Trata-se de um incidente de sanidade mental, realizado para avaliar se o ex-governador tem compreensão da denúncia de corrupção que pesa contra ele. A resposta foi: não.

Doente renal crônico há mais de uma década, Roriz tinha de se submeter a sessões diárias de hemodiálise para filtrar o sangue. Entrou na fila por um transplante de rim em 2013, mas não pôde ser submetido ao procedimento porque não tinha condições físicas para resistir à operação. Em 2015, ele passou mal em casa. Os médicos diagnosticaram uma isquemia cardíaca, o que levou à necessidade de um cateterismo no Hospital do Coração, onde ele ficou internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Além disso, cinco anos atrás ele fez uma cirurgia para implante de três pontes de safena.

Trajetória

Joaquim Domingos Roriz nasceu em Luziânia (GO), distante 66km da capital federal. Foi governador do Distrito Federal por três mandatos. Ao todo, ficou 14 anos à frente do Palácio do Buriti. Em 1986, venceu a eleição para o cargo de vice-governador de Goiás. Seu primeiro mandato para comandar o DF veio pelas mãos do ex-presidente da República José Sarney em 1988 — à época, a capital não elegia seus gestores, o que ocorreu com a promulgação da Constituição Federal em outubro do mesmo ano.

Roriz integrou o ministério do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1990. O goiano foi ministro da Agricultura e Reforma Agrária por 14 dias. Renunciou ao cargo para concorrer ao Palácio do Buriti. Ganhou a eleição e chefiou o Executivo local entre 1991 e 1995. Ficou conhecido pela política habitacional de distribuição de lotes em áreas públicas, criando cidades como Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, entre outras.

O terceiro mandato de Roriz começou em 1999 e durou até março de 2006, quando renunciou em favor de sua vice, Maria de Lourdes Abadia, para lançar-se candidato ao Senado. Sua sucessora disputou a reeleição para permanecer no cargo até 2010, mas foi derrotada no primeiro turno por José Roberto Arruda. Roriz renunciou ao cargo em julho do mesmo ano, quando foi descoberto um esquema de propina envolvendo o banco BR, escapando do processo de cassação do mandato que poderia deixar 8 anos inelegível.

Antes de iniciar a vida política em Brasília, Roriz também foi eleito deputado estadual (1978), deputado federal (1982) e vice-governador do estado de Goiás (1986). Além disso, foi prefeito de Goiânia, como interventor, entre 1987 e 1988. O político deixa a mulher Weslian Roriz e três filhas, Wesliane, Liliane e Jaqueline Roriz. Esposa e filhas também fazem parte do cenário político do DF.

Aclamado e odiado

Roriz começou a vida política no Partido dos Trabalhadores (PT) em Goiás, mas a admiração pela sigla, onde só havia pessoas “com ódio no coração”, segundo ele,  virou passado renegado. Aclamado pelo eleitorado, principalmente o das regiões mais carentes do DF, Roriz fazia discursos carregados de emoção, choro e apelos de forma humilde. Abraços, beijos e cochichos ao pé do ouvido de eleitores eram o estilo do ex-governador no corpo-a-corpo nas ruas.

Acumulou vitórias em mais de 30 anos de carreira política, com tropeços no português e o visível desconforto em cerimônias oficiais com autoridades. O governo dele no DF foi marcado pela remoção de favelas para assentamentos, conquistando seu eleitorado com a doação de lotes. As políticas direcionadas ao eleitor carente fazia com que a popularidade o colocassem sempre na liderança de pesquisas de intenção de voto.

No meio político, ele também ficou marcado pelo destempero e pelo envolvimento em muitas polêmicas. Foi alvo de inquéritos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Precisou se defender de denúncias de racismo, improbidade administrativa, falsidade ideológica e crimes contra a fé pública. Em 1994, diante dos eleitores, xingou a tucana Maria de Lourdes Abadia enquanto fazia campanha para o aliado Valmir Campelo. A ofensa fez com que o PSDB migrasse o apoio para o PT, no segundo turno, em 1994, ajudando Cristovam Buarque (PT) a se eleger governador.

Ao assumir o terceiro mandato como governador do DF, em 1999, Roriz e equipe dele foram alvo de escândalos, com denúncias como as de desvios de verba do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), compra de merenda superfaturada e acordos de campanha com o bicheiro Manoel Dorso.

Relembre a trajetória da vida política de Joaquim Roriz

1962 a 1965: foi vereador de Luziânia, cidade no Entorno do DF 
1979 a 1982: exerceu o cargo de deputado estadual de Goiás 
1983 a 1986: exerceu o cargo de deputado federal por Goiás 
1987: eleito prefeito interventor de Goiânia (GO) 
1987 a 1988: foi vice-governador de Goiás 
15/3/1990 a 30/3/1990: exerceu cargo de ministro da Agricultura 
1988 a 1990: foi governador indicado por José Sarney 
1991 a 1994: segundo mandato de governador do DF 
1999 a 2002: terceiro mandato de governador do DF 
2003 a 2006: quarto mandato de governador do DF 
2007: foi eleito senador 
2010: candidatou-se ao governo do DF, mas desistiu da candidatura e lançou a mulher Weslian Roriz 
2015: recebe o título de Cidadão Honorário de Brasília

 

   

Correio Braziliense quarta, 26 de setembro de 2018

ARMAS CONTRA O CÂNCER

 

Armas contra o câncer
 
No Correio Debate, especialistas discutem técnicas, drogas e tratamentos revolucionários no enfrentamento da enfermidade. O mal tem capacidade de, nos próximos anos, se tornar a principal causa de mortes, superando as doenças cardiovasculares

» OTÁVIO AUGUSTO
» MARÍLIA SENA*
» INGRID SOARES
Especial para o Correio

Publicação: 26/09/2018 04:00

O ministro Adeilson Loureiro Cavalcanti durante debate no jornal: em 2017, governo repassou R$ 4,6 bilhões ao SUS para tratamento da doença (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
O ministro Adeilson Loureiro Cavalcanti durante debate no jornal: em 2017, governo repassou R$ 4,6 bilhões ao SUS para tratamento da doença
Especialistas são unânimes: nos próximos anos, o câncer tomará o lugar das doenças cardiovasculares e se tornará a principal causa de morte. Com a mesma velocidade da incidência da enfermidade, pesquisadores, cientistas e médicos desenvolvem técnicas, drogas e tratamentos revolucionários para conter o avanço do mal. A lista de desafios é extensa: baratear tratamentos, facilitar acesso à assistência clínica, identificar precocemente doentes e difundir o conhecimento científico.

As autoridades brasileiras admitem a complexidade do tema. “À medida que vivemos mais, estaremos predispostos a doenças. O câncer é uma delas. Temos de estar preparados para esse enfrentamento”, admitiu o ministro em exercício da Saúde, Adeilson Loureiro Cavalcanti, durante o Correio Debate: “Oncologia no Brasil — Inovação no Tratamento e no Diagnóstico do Câncer”, realizado ontem, na sede do jornal, com patrocínio do Hospital Sírio-Libanês. Especialistas de diversas frentes participaram do evento, que foi transmitido em tempo real pelo site e pelas redes sociais do Correio.

O Sistema Único de Saúde (SUS) mais que dobrou os investimentos no setor. Em 2010, o governo federal destinou R$ 2,2 bilhões para tratamento. O valor passou para R$ 4,6 bilhões no ano passado. A rede oferece assistência integral aos doentes desde o diagnóstico até os procedimentos paliativos. Em 2017, foram realizados 11,5 milhões de sessões de radioterapia na rede pública.

Identificar precocemente o câncer e cuidar rapidamente aumentam a chance de sobrevida e diminuem os custos do tratamento, segundo Renata Oliveira dos Santos, técnica da Divisão de Detecção Precoce e da Organização de Rede de Atenção Oncológica do Instituto Nacional do Câncer (Inca). No tumor de mama, por exemplo, a detecção precoce salva 95% das pacientes.

Exames de rotina são grandes aliados nesse aspecto. “Há cânceres que evoluem de forma lenta. Outros, crescem de forma rápida e agressiva. Os exames de rotina são essenciais para identificar cada um deles e definir se é viável usar os sistemas de rastreamento e pesar riscos e benefícios. Nem todo tipo de câncer é possível rastrear”, afirma.
 
Prevenção
Polyana Medeiros, da Diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia, alerta que 85% das pacientes com câncer de mama que identificam a doença em estágio inicial não precisam de quimioterapia. “Esse dado é importante,  porque a gente oferece quimioterapia só para quem realmente precisa, e diminuiu os custos do Sistema Único de Saúde”, emenda.

O oncologista do Sírio-Libanês Rodrigo Medeiros também ressalta a importância da descoberta da doença ainda na fase inicial. O médico alerta que obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo exagerado de álcool aumentam os riscos de aparecimento da doença. “Não é azar ter câncer. É uma questão de estilo de vida. A maior chance é quando faz o diagnóstico precoce. Quando está em estágio avançado, são, em sua maioria, incuráveis”, diz. “A prevenção é a principal arma contra o câncer, e isso depende de cada um e das adoções de políticas públicas. O diagnóstico precoce também diminui os custos de gastos na saúde.”
 
*Estagiária sob a supervisão de Cida Barbosa

 Jornal Impresso


Correio Braziliense terça, 25 de setembro de 2018

MARTA, A DONA DA BOLA

 

A dona da bola
 
Atacante brasileira supera rivais, ganha prêmio de melhor do mundo pela sexta vez e bate recorde. Cristiano Ronaldo e Messi faltam à cerimônia que premia Luka Modric na disputa masculina

 

Publicação: 25/09/2018 04:00

Marta se emocionou ao receber o prêmio e agradeceu o apoio de fãs e profissionais com quem trabalha (Ben Stansall/AFP
)  
Marta se emocionou ao receber o prêmio e agradeceu o apoio de fãs e profissionais com quem trabalha
Marta voltou ao topo do mundo. A atacante brasileira foi eleita ontem a melhor jogadora do planeta pela sexta vez, um recorde entre mulheres e homens, em cerimônia realizada pela Fifa, em Londres. A jogadora do Orlando Pride, dos Estados Unidos, desbancou a norueguesa Ada Hegerberg e a húngara Dzsenifer Marozsán, ambas do Lyon, da França.
 
A brasileira não levantava o troféu desde 2010. Vencera também em 2006, 2007, 2008 e 2009. “Realmente estou sem palavras. É um momento fantástico. As pessoas falam para mim assim: você já esteve nesta posição muitas vezes. Todas as vezes você se emociona. Realmente, eu me emociono porque isso representa muito para mim”, disse Marta, sem esconder as lágrimas.
 
“Desde o primeiro momento em que eu enxerguei que a melhor coisa que eu fazia na vida era jogar futebol, um esporte tão fantástico, eu só tenho a agradecer. Primeiro a Deus, por me dar saúde constantemente para poder buscar os meus objetivos. Não podia deixar de agradecer as minhas companheiras do clube e da Seleção. As pessoas que estão comigo constantemente me dando suporte. E aos fãs e jornalistas. Isso é fantástico. É um momento mágico”, celebrou a jogadora de 32 anos.
 
Marta havia sido indicada pela 14ª vez ao prêmio por conta das boas performances tanto pelo Orlando Pride quanto pela Seleção Brasileira. Pelo time norte-americano, foi a vice-artilheira da National Women’s Soccer League (NWSL) no ano de 2017, com 13 gols, e ajudou a levar a equipe até as semifinais. Neste ano, Marta fez quatro gols e registrou o mesmo número de assistências em 17 partidas disputadas. Pela Seleção, liderou a equipe na conquista da Copa América, em abril, no Chile.
 
A maior rival da brasileira na disputa era Ada Hegerberg, de apenas 23 anos. A jogadora chegou à final do prêmio por liderar o Lyon na conquista do título da Liga dos Campeões da Europa. Ela já havia sido eleita a melhor jogadora da Europa em 2016. A outra finalista, Dzsenifer Marozsán, foi companheira de Ada na conquista europeia com a camisa do Lyon.
 
13 gols
Performance de Marta na National Women’s Soccer League em 2017
 
"Desde o primeiro momento em que eu enxerguei que a melhor coisa que eu fazia na vida era jogar futebol, um esporte tão fantástico, eu só tenho a agradecer. É um momento mágico”
 
Marta, atacante da Seleção Brasileira e do Orlando Pride
 
 
 

Correio Braziliense segunda, 24 de setembro de 2018

51º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO - PREMIAÇÃO

 


E o Saruê vai para a diversidade
 
 
A celebração do cenário audiovisual do DF chega ao fim com destaque para o filme Bixa travesty, que levou para casa o prêmio do Correio

 

Da equipe do Correio

Publicação: 24/09/2018 04:00

Equipe de Cultura entrega troféu (E); as homenageadas são as cantoras Linn da Quebrada e Jup do Bairro (D) (Matheus Dantas/CB/D.A Press)  
Equipe de Cultura entrega troféu (E); as homenageadas são as cantoras Linn da Quebrada e Jup do Bairro (D)


 (Matheus Dantas/CB/D.A Press)  
 
 
 
Depois de agitar a cena audiovisual brasiliense durante 10 dias, a 51ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro terminou em clima de festa e premiação. A cerimônia do “Óscar” da capital federal foi na noite de ontem com a participação do Correio Braziliense, responsável pela entrega do troféu Saruê, oferecido em homenagem à produção, ao profissional ou ao momento de maior destaque da edição do festival. A condecoração foi criada em 1996 e é concedida pela equipe de Cultura do jornal. Nesta edição, a estatueta, com design do artista plástico Francisco Galeno, foi para o longa-metragem Bixa travesty (de Kiko Goifman e Claudia Priscilla).
 
Bastante celebrado na sessão de sábado (22), o filme projeta mensagem de representatividade de gênero por meio de músicas e da biografia da contestadora performer Linn da Quebrada. O Saruê também ressaltou a participação da cantora  Jup do Bairro. A obra faturou ainda o troféu Candango de melhor trilha sonora e foi considerado o melhor filme pelo júri popular. O conteúdo chamou atenção num momento de extremismos e intolerância no Brasil e no mundo. No ano passado, o prêmio Saruê foi para o curta-metragem Afronte, de Bruno Victor e Marcus Azevedo.
 
Outros homenageados
 
Já quem ganhou o coração do júri oficial do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na categoria longa-metragem foi Temporada, filme de andamento sereno que mostra o dia a dia de uma trabalhadora de Minas Gerais. Considerado melhor longa-metragem pelo júri oficial, o filme do mineiro André Novais Oliveira levou outros quatro prêmios candangos. Além das interpretações de Grace Passô (melhor atriz) e do coadjuvante Russo BDR, ambos premiados, o filme se destacou pela fotografia e pela direção de arte. Em outras edições do festival de que participou, Novais também voltou para casa premiado por filmes como o curta Quintal (2015) e o longa Ela volta na quinta (2013). Filmes de realizadoras que tiveram boa representatividade nesta edição também foram premiados na cerimônia de encerramento ontem à noite no Cine Brasília (EQS 106/107).
 
Beatriz Seigner, do longa Los silencios, venceu como melhor diretora, com um filme que trata da difícil rotina de imigrantes latino-americanos. Outra obra dirigida por uma mulher, Gabriela Amaral Almeida, A sombra do pai, também se destacou com troféus de melhor som, melhor montagem e melhor atriz coadjuvante (Luciana Paes, habitual colaboradora de Gabriela). Diretores valorizados no ano passado no Festival de Brasília, Glenda Nicácio e Ary Rosa, responderam por mais sucesso no politizado evento da capital. Com o filme Ilha, a dupla formada na Bahia levou o prêmio de melhor roteiro (escrito por ambos) e ainda comemorou a valorização do trabalho de Aldri Anunciação, que teve a performance premiada levando para casa o título de melhor ator.
 
Outro filme que causou burburinho no evento, o documentário Torre das donzelas foi celebrado com prêmio especial do júri oficial, pelo “sensível, firme e inadiável encontro com nossa história”. Muito prestigiada pelo público, a mostra Brasília concentrou prêmios para as produções O outro lado da memória e New life S.A.. O primeiro obteve prêmios de melhor direção de arte, trilha sonora, melhor direção (André Luiz Oliveira) e melhor longa (pelo júri popular), enquanto New life S.A. conquistou os de melhor ator (Murilo Grossi) e de melhor longa-metragem.
 
 
 
PRÊMIOS OFICIAIS
 
Troféu Candango — Longa-metragem:
Melhor longa-metragem (Prêmio DOT Cine): Temporada
 
Melhor longa-metragem júri popular (prêmio Petrobras e prêmio técnico Canal Curta!): Bixa travesty
 
Melhor direção: Beatriz Seigner, por Los silencios 
 
Melhor ator: Aldri Anunciação, por Ilha
 
Melhor atriz: Grace Passô, por Temporada
 
Melhor ator coadjuvante: Russão, por Temporada
 
Melhor atriz coadjuvante: Luciana Paes, por A sombra do pai 
 
Melhor roteiro: Ary Rosa e Glenda Nicácio, por Ilha 
 
Melhor fotografia: Wilsa Esser, por Temporada
 
Melhor direção de arte: Temporada
 
Melhor trilha sonora: Bixa travesty
 
Melhor som: Gabriela Cunha, por A sombra do pai 
 
Melhor montagem: Karen Akerman, por A sombra do pai
 
Prêmio especial do júri: Torre das donzelas
 
Menção honrosa: Bixa travesty
 
 
Troféu Candango — Curta-metragem:
Melhor curta-metragem (prêmio técnico DOT Cine): Conte isso àquelas que dizem que fomos derrotados
 
Melhor curta-metragem júri popular (prêmio técnico CiaRio/Naymar): Eu, minha mãe e Wallace
 
Melhor direção: Nara Normande, por Guaxuma 
 
Melhor ator: Fábio Leal, por Reforma
 
Melhor atriz: Maria Leite, por Mesmo com tanta agonia
 
Melhor ator coadjuvante: Uirá dos Reis, por Plano controle
 
Melhor atriz coadjuvante: Noemia Oliveira, por Eu, minha mãe e Wallace
 
Menção honrosa de atriz coadjuvante: Rillary Rihanna Guedes, por Mesmo com tanta agonia
 
Melhor roteiro: Fábio Leal, por Reforma
 
Melhor fotografia: Anna Santos, por Mesmo com tanta agonia
 
Melhor direção de arte: Nara Normande, por Guaxuma
 
Melhor trilha sonora: Normand Roger, por Guaxuma
 
Melhor som: Nicolau Domingues, por Conte isso àqueles que dizem que fomos derrotados 
 
Melhor montagem: Gabriel Martins e Luisa Lana, por Plano controle
 
Prêmio especial do júri: Liberdade
 
MOSTRA BRASÍLIA - 23º TROFÉU CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
 
Prêmios do júri oficial
Melhor longa-metragem (R$ 100 mil e prêmio CiaRio/Naymar): New life S.A.
 
Melhor longa-metragem júri popular (prêmio Petrobras e prêmio Estúdio Plug In): O outro lado da memória
 
Melhor curta-metragem (R$ 30 mil e prêmio Aquisição Prime Box): Entre parentes
 
Melhor curta-metragem júri popular (prêmio técnico CiaRio/Naymar): Terras brasileiras
 
Melhor direção (R$ 12 mil): André Luiz Oliveira, por O outro lado da memória
 
Melhor ator (R$ 6 mil): Murilo Grossi, por New life S.A.
 
Melhor atriz (R$ 6 mil): as presidiárias, por Presos que menstruam, representadas por Naiara Lima
 
Melhor roteiro (R$ 6 mil): Wesley Gondim, por Pra minha gata Mieze
 
Melhor fotografia (R$ 6 mil): Alan Schvarsberg, por Entre parentes
 
Melhor montagem (R$ 6 mil): Zefel Coff, por A praga do cinema brasileiro
 
Melhor direção de arte (R$ 6 mil): Moacyr Gramado, por O outro lado da memória
 
Melhor edição de som (R$ 6 mil): Olívia Hernandez, por Riscados pela memória
 
Melhor trilha sonora (R$ 6 mil): Vinícius Jibhajan, por O outro lado da memória
 
Prêmios do júri popular
 
Melhor longa-metragem (R$ 40 mil): O outro lado da memória
 
Melhor curta-metragem (R$ 10 mil): Terras brasileiras
 
Prêmio Petrobras de Cinema e prêmio Plug.in para o melhor longa-metragem: O outro lado da memória
 
Prêmio CiaRio/Naymar para melhor curta-metragem: Terras brasileiras
 
Prêmio CiaRio/Naymar para melhor longa-metragem: New life S.A.
 
Prêmio Prime Box Brazil para melhor curta-metragem: Entre parentes
 
 
FESTUNIBRASÍLA — 2º FESTIVAL UNIVERSITÁRIO DE CINEMA DE BRASÍLIA
Melhor direção: Flores, por Valdo Vergara e Henrique Bruch (PUC/RS)
 
Júri popular: A casa de Ana, de Clara Ferrer e Marcella C. De Finis (Universidade Federal Fluminense)
 
Melhor filme: Capitais, de Kamilla Medeiros e Arthur Gadelha
 
Menção honrosa: Um lugar ao sul, de Gianluca Cozza (Universidade Federal de Pelotas), e De vez em quando, quando eu morro, eu choro, de R.B. Lima (Universidade Federal da Paraíba)
 
 
OUTROS PRÊMIOS
Prêmio Saruê: para a participação de Linn da Quebrada e Jup do Bairro, no longa Bixa travesty
 
Prêmio Marco Antônio Guimarães: O outro lado da memória, de André Luiz Oliveira
 
Prêmio Conterrâneos de melhor documentário: O outro lado da memória, de André Luiz Oliveira
 
Prêmio Técnico Canal Brasil de melhor curta-metragem: Mesmo com tanta agonia, de Alice Andrade Drummond
 
Prêmio Abraccine de melhor filme de curta-metragem: Mesmo com tanta agonia, de Alice Andrade Drummond
 
Prêmio Abraccine de melhor filme de longa-metragem: Los silencios, de Beatriz Seigner
 
Prêmio Zózimo Bulbul — Fest Film Fest Uni: Impermeável pavio curto
 
Prêmio Zózimo Bulbul de melhor filme curta-metragem: Eu, minha mãe e Wallace
 
Prêmio Zózimo Bulbul de melhor filme longa-metragem: Ilha
 
MOSTRA CALEIDOSCÓPIO
Melhor filme prêmio oficial — prêmio técnico VOD Tamanduá e prêmio Aquisição Prime Box Brasil: Os sonâmbulos
 
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense domingo, 23 de setembro de 2018

FAKE NEWS: A VERDADE SOB ATAQUE

 


FAKE NEWS, A VERDADE SOB ATAQUE
 
Território aberto para a farsaAs investidas das máfias das notícias falsas se intensificam. Basta abrir as mensagens do celular e os conteúdos nas redes sociais. Vai piorar a partir desta semana, em escala exponencial de uma guerra de guerrilha até o dia da eleição. Entrevistas com policiais, pesquisadores, marqueteiros, oficiais de inteligência, militares e políticos ao Correio revelam o que nos espera.
 

 LEONARDO CAVALCANTI

Publicação: 23/09/2018 04:00

 


Noventa horas. Entre os primeiros minutos da quinta-feira, 4 de outubro, e o último voto computado no domingo, dia 7, os produtores de fake news encontrarão um território aberto e sem lei. Será o período do vale-tudo eleitoral, quando os últimos programas de rádio e televisão estarão fechados, e a Justiça não conseguirá responder a tempo as ações das vítimas. Ao longo da última semana, o Correio entrevistou investigadores, magistrados, policiais, marqueteiros, acadêmicos, militares, agentes de inteligência e políticos. 

Em comum, uma resposta: ninguém sabe a dimensão dos estragos, mas a profusão de notícias falsas será inédita e servirá de marco para regulações. Se o período crítico está definido, os ataques se intensificaram, como já é possível verificar nas mensagens de WhatsApp e nos conteúdos das redes sociais. Deve aumentar o uso de robôs, algo que sinaliza a disseminação de informações suspeitas.

As máfias atuam de todos os lados, sem preferência partidária ou mesmo ideológica. Os maiores produtores de fake news trabalham perifericamente às campanhas oficiais, criando de simples sátiras até estratégias de disseminação de conteúdos inverídicos, feitas para enganar o eleitor, num ataque direto à democracia. “Os ataques aumentarão num ritmo crescente nestas duas semanas, mas nada será comparado aos três dias finais”, disse um marqueteiro. As campanhas têm treinado equipes para tentar neutralizar os ataques, num trabalho de defesa. “Nos últimos dias, não haverá canais tradicionais para defesa, e será impossível confiar na resposta dos juízes. Não vai dar tempo”, afirmou o homem, contratado por um candidato a governador e um deputado federal que tenta a reeleição.

Em entrevista ao Correio na noite da última quinta-feira, Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Laboratório sobre Imagem e Cibercultura (Labic), disse que a ação de plataformas como o Twitter e o Facebook derrubando páginas com material fraudulento ao longo dos últimos meses deve diminuir as fake news com formato noticioso. “São aquelas escritas com técnica jornalística, que parecem uma notícia real, alojadas em sites. Não é que elas não vão continuar, vão surgir em menor número”, afirmou Malini. Só em  setembro, o Facebook removeu 196 páginas e 87 perfis acusados de espalhar notícias falsas. A estratégia foi uma tentativa de neutralizar redes coordenadas de fake news a partir de contas falsas.

Malini acredita que os maiores ataques serão feitos por meio de vídeos e áudios falsos. “Isso, sim, vai se tornar viral a partir de agora”, disse o professor, um dos maiores pesquisadores de padrões de dados nas redes sociais brasileiras. Um dos áudios falsos foi divulgado na semana passada e envolvia o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que supostamente gritava e chamava palavrões dentro do hospital. A família do político e o Hospital Albert Einstein se apressaram em negar o fato. A voz era a de um bom imitador do capitão reformado. Entre os integrantes de uma equipe de produtores de fake news, há artistas, dubladores, ex-jornalistas investigativos, técnicos em informática e até policiais, como lembrou um produtor de notícias falsas entrevistado pelo Correio ao longo da série de reportagens especiais sobre o tema. “Não é qualquer policial, tem de ser um oficial da PM para garantir a segurança do bunker. Caso ocorra alguma denúncia, ele precisa matar a investigação no início”, afirmou ele, que à época atuava em Goiás.

Outro caso recente e emblemático foi disseminado pelo vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho de Jair Bolsonaro. Enquanto o pai questiona a segurança das urnas eletrônicas — uma estratégia para deslegitimar o processo eleitoral caso seja derrotado —, Carlos tuitou uma fake news que indicaria o envio de códigos de segurança das urnas brasileiras para a Venezuela. Desta vez, quem desmentiu a informação foi o general Hamilton Mourão, vice na chapa do capitão reformado. Durante uma palestra em São Paulo, ao ser questionado sobre a farsa, Mourão foi veemente: “Isso é fake news, lógico. Minha gente, pelo amor de Deus”. Ao longo da semana, respondendo às próprias conjecturas de Jair Bolsonaro, os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, fizeram a defesa das urnas e do processo eleitoral.

No gabinete no 9º andar no prédio principal e suntuoso do TSE, o secretário-geral Estêvão Cardoso Waterloo se ajeita na cadeira, faz uma pausa e responde: “A tratativa das notícias falsas para fins de propaganda é uma coisa grave, mas quando se ataca a urna com notícias falsas, quando a credibilidade da Justiça Eleitoral é atacada, a instituição é atacada. E precisa se defender”, disse ele. Um dos primeiros integrantes do Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições, criado ainda em dezembro de 2017, Waterloo acompanhou todos os debates sobre fake news feitos na Corte ao longo dos últimos meses. “O problema é você ter ataques às vésperas das eleições. Se estamos tranquilos, fizemos um excelente trabalho. Mas temos consciência de tudo que está acontecendo neste momento”, disse ele. “Acho que é uma ideia de liberdade de expressão muito forte. É uma linha muito tênue, tendo os limites que a própria Constituição impõe.” A discussão sobre limites e liberdade está em todo o debate sobre fake news.

Em conversa com o Correio, oficiais do Centro de Defesa Cibernética, que integra o conselho consultivo do TSE, se mostram preocupados com a disseminação de fake news e acreditam que a sociedade será testada. “A grande questão é a quem poderemos atribuir os crimes. Mas é importante também a reponsabilidade de cada cidadão”, afimou o general Guido Amin Naves, comandante do centro, durante entrevista ao Correio. A responsabilidade pela investigação das fake news na disputa presidenciável é da Polícia Federal, deixando as Forças Armadas com atribuições relacionadas à defesa do Estado contra, pelo menos neste momento, ataques improváveis de outras nações. 

Robôs

À medida que as eleições se aproximam, as ações robotizadas aumentam. Levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da FGV revelou que perfis ligados a Bolsonaro e a Fernando Haddad (PT) apresentam os maiores percentuais de robôs que interagem com apoiadores, respectivamente 43% e 28% das cerca de três mil contas suspeitas. Há três semanas, um dos levantamentos da FGV — que tratava do atentado a Bolsonaro — foi alterado nas redes por supostos simpatizantes do candidato. Como lembra Mailini, os dados iniciais sobre a facada apontavam mais dúvida do que solidariedade entre internautas, porém, a viralização fake acabou mostrando o contrário.

Waterloo, do TSE, é prático sobre a defesa em relação aos próximos passos das fake news: “Neste momento, não dá para ficarmos fazendo estudos sobre determinado fenômeno. Neste momento, o juiz tem que decidir.” O maior de todos os testes da democracia está para começar.
 
 
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Correio Braziliense sábado, 22 de setembro de 2018

TAGUATINGA: PRAÇA DO RELÓGIO RENASCE COM ARTE

 

Praça do Relógio renasce com arte
 
Artistas de segmento animam, uma vez por mês, o público é símbolo de Taguatinga. Iniciado uma ajuda à antiga feira de artesanato, antes esvaziada pela violência

 

MARIANA MACHADO
Especial para o Correio

Publicação:  22/09/2018 04:00

Tereza, organizadora da feira de artesanato:  
Tereza, organizadora da feira de artesanato: "Uma música e a poesia trazem alegria, uma outra vida"
Principal ponto de referência de Taguatinga, a Praça do Relógio é frequentada diariamente por uma multidão apressada, moradores de rua, comerciantes e curiosos. Mas, na última década, os usuários de drogas, prostitutas e criminosos dominaram uma área. Pensamento em reivindicar o espaço público e promover o contato da população com a praça, foi criada uma Cesta Cultural, evento mensal que leva a esse nome por artistas e artistas, normalmente em uma sexta-feira.
 
Uma ideia surgiu do passado, de algumas pessoas, como o médico Júlio Carneiro, de 62 anos, do grupo Oficina pelas Cidades Fraternas, e o poeta Ronaldo Mousinho, de 66 anos, dos coordenadores do Celeiro Literário Brasiliense. Inicialmente, o encontro foi realizado na Praça 5 de Junho, mais conhecida como Praça do Coreto, no Pistão Norte. “No aniversário de 59 anos de Taguatinga, ela se foi por revitalização e nós não queremos deixar cair no abandono”, lembra Júlio.
 
Em cada Cesta Cultural na Praça do Coreto, havia uma atração diferente. Poetas, artistas plásticos, músicos e dançarinos que se manifestam durante toda a tarde. O mês de setembro foi o aniversário de 60 anos da cidade, em Administração Regional de Taguatinga convidou os organizadores a levar o evento à Praça do Relógio. Está à procura de uma bebida que é o tamanho de um espaço. A cultura é um instrumento de aproximação ”, defende Júlio.
 
Artesanato
 
Não há outro local, a Feira de Artesanato, que há oito anos ocupa a Praça do Relógio. Para uma organização da feira, Tereza de Jesus Pereira, 76, o lugar ganhou uma nova vida com uma Cesta Cultural. Estou muito orgulhosa. Melhorou 70% da praça, que era antes do terror. Há dois dias de feira, com oito artes, por causa do medo, conta Tereza, que trabalha como artes há 19 anos.
 
Voltamos a abraço da praça e eu sonhava com isso. Agora vem muita gente. Elas param, olham, compram. O pessoal da droga se afastou. Uma música e a poesia trazem alegria, uma outra vida ”, completa a feirante. Em segundo lugar, cerca de 45 colegas exibem os produtos, que são roupas, bonecas, acessórios, entre outros artigos.
 
Neste ano, houve três encontros na praça que é o coração de Taguatinga. O próximo está marcado para a tarde de 5 de outubro. O evento é gratuito e procura abordar temas diferentes a cada edição. Na próxima, uma temática será a criança. Em edições passadas, escolas foram convidadas e alunos do ensino fundamental foram diversificadas. A lista de performances de outubro ainda será confirmada.
 
Júlio Carneiro, Eloy Barbosa e Ronaldo Mousinho: os moradores do projeto Cesta Cultural  
Júlio Carneiro, Eloy Barbosa e Ronaldo Mousinho: os moradores do projeto Cesta Cultural
A melhor idade presente
 
Entre os mais empolgados na hora de mostrar talento está na comunidade de idosos de Taguatinga. Quem encontra e visita os artistas é o engenheiro aposentado Eloy Barbosa, 72 anos. Morador da cidade desde 1971, ele conta que conhece todos. “Nós temos os códigos, declamamos poemas, instrumentistas e um coral”, ressalta.
 
Eloy, all the data show all the data and had a fila for waiting to as datas vindima. Ele faz parte do coral regido pelo maestro Célio de Oliveira. “O que está faltando para nós é um lugar para ensaiar. O nosso maior sonho foi trazer para Taguatinga uma orquestra nacional para se observar conosco ”, contou o aposentado que está animado em cantar como músicas de Villa-Lobos.
 
Os idosos também fazem parte do Celeiro, que conta com mais de 100 artistas, entre poetas, cordelistas e artistas plásticos. “Mesmo com esse nome, toda uma comunidade pode ser parte do coletivo, estamos sempre abertos”, explicou Ronaldo Mousinho.
 
Para ele, um Cesta Cultural tem sido uma grande experiência de troca com uma comunidade, onde os artistas podem expor seus trabalhos e um pouco de conseguir participar e interagir. “A Praça do Relógio tem tradição, sempre foi um ponto de referência e um encontro da população, mas infelizmente está cheio de pessoas que não têm o mundo das drogas. Queremos colaborar com uma arte, porque ela pode nos libertar ”, destaca o poeta.
 
"A Praça do Relógio tem tradição, sempre foi um ponto de referência e um encontro da população (...) Queremos colaborar com uma arte, porque ela pode nos libertar"
Ronaldo Mousinho,  poeta

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Correio Braziliense sexta, 21 de setembro de 2018

CAMPANHA MILIONÁRIA PARA DEPUTADO FEDERAL NO DF

 

Os cinco milionários da corrida à Câmara Federal
 
 
Cinco candidatos do DF para uma vaga na Câmara dos Deputados contam com mais de R$ 1 milhão em recursos para investir na campanha. Com R$ 2,4 milhões, Flávia Arruda, mulher do ex-governador José Roberto Arruda, lidera o ranking
 

 

» ANA MARIA CAMPOS
» ANA VIRIATO
» ALEXANDRE DE PAULA

Publicação: 21/09/2018 04:00

Flávia Arruda recebeu quase o limite legal de gasto, de R$ 2,5 milhões (Ed Alves/CB/D.A Press)  
Flávia Arruda recebeu quase o limite legal de gasto, de R$ 2,5 milhões


Do total de R$ 1,854 milhão, Celina Leão recebeu 97% do partido (Reprodução da TV Brasília)  
Do total de R$ 1,854 milhão, Celina Leão recebeu 97% do partido


Paula Belmonte é mulher de um dos principais financiadores deste pleito (Luis Nova/Esp. CB/D.A Press)  
Paula Belmonte é mulher de um dos principais financiadores deste pleito


Laerte Bessa é correligionário de Flávia e aparece na segunda colocação (Ed Alves/CB/D.A Press)  
Laerte Bessa é correligionário de Flávia e aparece na segunda colocação


Filippelli é presidente licenciado do MDB e aparece em quinto na lista  (Antonio Cunha/CB/D.A Press - 23/5/14)  
Filippelli é presidente licenciado do MDB e aparece em quinto na lista



 
Dos 191 candidatos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a disputa pela Câmara dos Deputados pelo DF, cinco declararam arrecadação superior a R$ 1 milhão. Mulher do ex-governador José Roberto Arruda (PR), Flávia Arruda (PR) lidera a lista dos mais ricos, com R$ 2,4 milhões recebidos por meio de doações. O valor acumulado pela ex-primeira-dama é maior do que o embolsado por oito dos 10 concorrentes ao Palácio do Buriti — a empresária perde apenas para Rodrigo Rollemberg (PSB) e Alberto Fraga (DEM), cabeça de chapa da qual ela faz parte, formada por DEM, PR, PSDB e DC.

O limite legal de gastos na campanha pela Câmara dos Deputados é de R$ 2,5 milhões. Assim, Flávia está próxima ao teto. Todo o montante arrecadado, de acordo com o portal da Justiça Eleitoral, provém dos cofres do PR. A empresária é a principal aposta da legenda na disputa. Em 2014, ela chegou a concorrer à Vice-Governadoria na chapa de Jofran Frejat (PR). À época, o marido da ex-primeira-dama deixou a disputa às vésperas da eleição, mas reorganizou o grupo, colocando o médico na corrida pelo Buriti e a mulher como número dois da chapa.

Correligionário de Flávia, Laerte Bessa, que tenta a reeleição, recebeu, no total, R$ 2.002.300 — do montante, R$ 2 milhões foram doados pela legenda. Policial aposentado, ele conquistou 32.843 votos em 2014 e ficou com uma vaga no Legislativo federal, puxado pelo quociente da chapa, que contava com Alberto Fraga, deputado federal do DF mais votado naquele ano.
Na terceira colocação, aparece a distrital Celina Leão (PP), com R$ 1,854 milhão em arrecadação para a campanha. Prioridade do partido na disputa pela cadeira, a parlamentar recebeu R$ 1,8 milhão da direção nacional da sigla, o que representa 97% do total. À época da filiação e da negociação de coligações, Celina ganhou do presidente nacional da agremiação, Ciro Nogueira, a garantia de que não seria sacrificada para viabilizar acordos. O compromisso foi fator decisivo na escolha do PP por apoiar Ibaneis Rocha (MDB) e, não, Fraga ou Eliana Pedrosa (Pros) na disputa pelo Executivo local. Correligionário da deputada, Olair Francisco acumula R$ 614 mil, sendo R$ 600 mil de origem partidária.

Mulher de Luis Felipe Belmonte, um dos principais financiadores de campanha neste pleito, Paula Belmonte (PPS) investiu na própria candidatura R$ 1,451 milhão. Não constam, nos registros do TSE, recebimentos dos cofres da sigla. Paula e o marido estão em lados diferentes na eleição. Primeiro suplente do candidato ao Senado Izalci Lucas (PSDB), ele integra a chapa de Fraga. A empresária concorre na coligação de Rogério Rosso (PSD).

O ex-vice-governador e presidente licenciado do MDB, Tadeu Filippelli, ocupa a quinta posição, com R$ 1,055 milhão. Do total, R$ 1 milhão provém da direção nacional da legenda e outros R$ 53 mil do diretório regional. O emedebista concorre na mesma chapa de Celina Leão. Nas contas da coligação, os dois seriam eleitos. Integrante da coalizão que tem Ibaneis como candidato ao Buriti, Filippelli é o responsável pela articulação que levou o advogado à legenda.
 
Abaixo de R$ 1 mi
 
Na chapa de Rosso, destaca-se o distrital Julio Cesar (PRB), pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. O parlamentar conta com R$ 516.343,47. Do montante, R$ 465 mil vem da legenda. Outros R$ 30 mil foram doados pelo aspirante ao Senado Fernando Marques (SD), o mais rico entre os candidatos do DF, conforme declaração de bens ao TSE. O PSD também desembolsou verba para o pastor: R$ 20,7 mil.

Neto do ex-governador Joaquim Roriz (sem partido), Joaquim Roriz Neto (Pros) concorre pela segunda vez à Câmara dos Deputados — nas urnas, usará o mesmo nome do avô. Em 2014, com uma campanha curta, conquistou 29.481 votos. Desta vez, com a peregrinação iniciada mais cedo, espera conquistar a vaga. No total, o candidato arrecadou R$ 489.090,01. Todo o valor saiu da direção nacional do partido.

Correligionário de Joaquim Roriz Neto, o senador Hélio José detém R$ 629.775 — montante investido pelo Pros em sua candidatura. O parlamentar, que ocupava a 1ª suplência de Rollemberg, chegou ao Congresso Nacional quando o socialista venceu as eleições para o Buriti, em 2014. Pelo mesmo partido, concorrerá Zé Edmar, que dispõe de R$ 150 mil, verba também doada pela sigla.

Na coligação que dá suporte à candidatura de Rollemberg, a ex-governadora Maria Abadia (PSB) acumula a maior cifra: 
 R$ 701 mil. Em seguida, aparece o correligionário e ex-secretário de Cidades, Marcos Dantas, com R$ 500 mil. Professor Israel, que concorre pelo PV, acumula 463.066.
 
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Correio Braziliense quinta, 20 de setembro de 2018

CRUZEIRO PREJUDICADO PELA VIDEOTRAPALHADA: UMA VERGONHA CONTINENTAL

 

Uma vergonha continental
 
Juiz paraguaio expulsa Dedé injustamente, com direito a consulta ao Árbitro de Vídeo (VAR), e prejudica o Cruzeiro. O time mineiro jogava mal, perdia por 1 x 0, e sofreu o segundo depois do cartão vermelho

 

Publicação: 20/09/2018 04:00

Dedé tenta explicar que não teve a intenção de agredir o goleiro Andrada (Eitan Abramovich/AFP
)  
Dedé tenta explicar que não teve a intenção de agredir o goleiro Andrada



Tiago Mattar
Enviado especial


Buenos Aires — O Cruzeiro não suportou a pressão do caldeirão da Bombonera e acabou derrotado pelo Boca Juniors por 2 x 0, ontem, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores. Além do futebol burocrático, abaixo da crítica e sem força ofensiva, o time celeste foi bastante prejudicado pela arbitragem.

O paraguaio Eber Aquino, responsável pelo apito, expulsou Dedé injustamente em função de um lance acidental envolvendo o defensor cruzeirense e o goleiro argentino Andrada. Curiosamente, o juiz consultou o recurso de vídeo para confirmar a decisão. Mesmo com as imagens mostrando que Dedé visava apenas a bola quando atingiu o rosto de Andrada, Aquino não titubeou ao dar vermelho, respaldado pelo árbitro de vídeo Mario Diaz de Vivar. O clube xeneize abriu o placar com Zárate, aos 35 minutos do primeiro tempo. Aos 36, ampliou em finalização de Pablo Pérez, após falha grotesca do lateral-direito Edilson. Vale ressaltar que o Cruzeiro estava sem Dedé no instante em que sofreu o segundo gol.

Agora, o Cruzeiro terá uma tarefa muito difícil no confronto de volta, marcado para a quinta-feira, 4 de outubro, às 21h45, no Mineirão. Em função do revés por 2 x 0 na Bombonera, será obrigatório vencer por três gols de diferença para garantir a classificação no tempo normal. Se a Raposa triunfar por 2 x 0, a classificação será decidida nos pênaltis. O Boca poderá perder até por dois gols de diferença, desde que marque ao menos uma vez. Isso porque na Copa Libertadores existe o regulamento do gol qualificado como visitante.

Na saída do gramado, os companheiros defenderam Dedé. “É um choque, mas não é agressão, não é intencional, não é para vermelho. O árbitro foi rigoroso demais, foi lá, olhou a imagem, mas não é assim que funcionam as coisas também. O jogador foi cabecear a bola, fecha os olhos, não vê o que está na frente. Claro que o choque foi forte, mas foi exagerado o vermelho”, comentou o volante e capitão Henrique.

Responsável pela falha no lance do segundo gol do Boca Juniors, o lateral-direito Edílson também falou sobre o lance. “Eu não vi o lance, mas é difícil comentar. Houve o choque, mas não sei se teve intenção do Dedé, isso comprometeu muito, porque com um a menos ficou muito difícil”, comentou o jogador.
 
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Correio Braziliense quarta, 19 de setembro de 2018

MADURO: BANQUETE POLÊMICO

 

Banquete polêmico
 
Oposição venezuelana reage com fúria e indignação a vídeos que mostram o presidente Nicolás Maduro e a primeira-dama comendo carnes em um dos restaurantes mais caros do mundo, em Istambul, enquanto o país vive uma das piores crises humanitárias da história

 

RODRIGO CRAVEIRO

Publicação: 19/09/2018 04:00

 

Em rede nacional de televisão, o presidente prometeu retornar a Istambul: %u201CAgora, me chamam de sultão%u201D (Federico Parra/AFP

)  
Em rede nacional de televisão, o presidente prometeu retornar a Istambul: %u201CAgora, me chamam de sultão%u201D

 

 

 

O chef turco Salt Bae corta pedaços suculentos de chuleta de cordeiro...
 (Youtube/Reprodução)  
O chef turco Salt Bae corta pedaços suculentos de chuleta de cordeiro...

 

 

 

...e serve Maduro, que fuma charutos retirados de caixa com seu nome
 (Youtube/Reprodução)  
...e serve Maduro, que fuma charutos retirados de caixa com seu nome

 

 

 

Seguranças armados com fuzis mantêm guarda na porta da churrascaria (Youtube/Reprodução)  
Seguranças armados com fuzis mantêm guarda na porta da churrascaria

 

 

Cerca de 18 milhões de venezuelanos — 61% da população — vivem na extrema pobreza e perderam, em média, 11,7kg no ano passado. Presidiários têm se alimentado de ratazanas para driblar a fome. Em 2017, apenas 39,9% das famílias conseguiram comprar carne. A crise econômica e humanitária sem precedentes no país levou à fuga massiva para nações vizinhas. Em meio a esse contexto, dois vídeos gravados recentemente no restaurante Nusret-Et, em Istambul, mostram o presidente Nicolás Maduro se deliciando em um banquete regado a chuletas de cordeiro e fumando charutos. “Cilia, isso é somente uma vez na vida. Verdade?”, brinca Maduro, enquanto Nusret Gökçe (ou Salt Bae), chef turco e proprietário da churrascaria, corta pedaços da carne diante do chefe de Estado e de Cilia Flores, a primeira-dama. Em outra gravação, Maduro fuma charutos retirados de uma caixa estilizada com o seu nome e admira uma camiseta com a caricatura de Salt Bae.

As imagens semearam revolta na Venezuela e obrigaram o chef a retirar do Instagram vídeos, além de fotos nas quais posava com Maduro. Deputado da Assembleia Nacional Venezuelana e líder opositor acusado pelo Palácio de Miraflores de participação em um atentado contra o presidente, Julio Borges divulgou a gravação, em sua página no Twitter. “Enquanto os venezuelanos sofrem e morrem de fome, Nicolás Maduro e Cilia Flores desfrutam de um dos restaurantes mais caros do mundo, todo isso às custas do dinheiro roubado do povo venezuelano”, escreveu.

O partido Voluntad Popular, do também dirigente da oposição Leopoldo López (em prisão domiciliar), também externou sua indignação e exibiu um vídeo em que confronta as imagens de Maduro na Turquia e a situação de penúria na Venezuela. “Enquanto Maduro oferece a si mesmo banquetes e leva uma vida de luxo, comendo carne nos restaurantes mais caros do mundo, nós, venezuelanos, fazemos milagre para comer. Não há comida, não há medicamentos e #Madurosefartacomteudinheiro”, afirma a legenda no Twitter, ao replicar uma hashtag que viralizou.

Saudações
Na noite de segunda-feira, em pronunciamento no Palácio de Miraflores, Maduro confirmou que, ao retornar da visita oficial à China, fez uma “parada técnica” em Istambul. “Eu atendi a um convite para visitar o Centro Histórico de Istambul e almoçar com autoridades. (…) Nós compartilhamos de um restaurante famoso, o Nusret. Envio uma saudação ao Nusret. (…) Um homem muito simpático, ama a Venezuela.”

Ele voltou a abordar a passagem pela Turquia, ontem, em rede nacional de televisão. “Logo retornarei a Istambul. Fiz um tour em um museu lá e me sentei na cadeira de um sultão. Agora, eles me chamam de sultão Maduro”, brincou. Ele revelou que avalia se comparecerá à Assembleia Geral da ONU, no fim do mês, por temer planos para matá-lo. Também denunciou que um general reformado da Força Armada venezuelana conspira dos EUA e da República Dominicana. 

Por telefone, o médico Juan Guillermo Requesens Gruber, pai do deputado e preso político Juan Requesens, classificou de “escárnio total” o gesto de Maduro. “Aqui, não se consegue carne. Quando se pode obtê-la, é preciso arcar com preços elevadíssimos. Esses senhores se fartam em banquete com o dinheiro público, enquanto o povo passa penúria, sem acesso à alimentação adequada e sem medicamentos”, lamentou ao Correio. Ele contou que não vê o filho desde 7 de agosto, quando Juan foi detido. “Há 42 dias, não sabemos de Juan. Também não permitiram que advogados o visitassem. O regime é responsável pelo que ocorrer ao meu filho, que cumpre um regime dietético especial”, avisou.

Em Madri, onde se encontra exilado, o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma disse à reportagem que o impacto das imagens de Maduro é “demolidor”. “O povo não tem comida, nem remédios. Enquanto isso, Maduro passeia em jatinhos, desfruta de banquetes e é protegido por dezenas de guarda-costas. As pessoas entendem que a desgraça enfrentada por elas é consequência das arbitrariedades do poder. Existe uma catástrofe que justifica a ativação do princípio de intervenção humanitária”, reclamou. “Maduro não repara na dor de uma mãe ao ver o filho minguar, sem um bocado de comida no estômago.”

 

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Correio Braziliense terça, 18 de setembro de 2018

HOSPITAL REGIONAL DE TAGUATINGA: 40 ANOS DE UM GESTO DE AMOR

 


40 anos de um gesto de amor

 

LUIZ CALCAGNO

Publicação: 18/09/2018 04:00

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
“Apesar de ter sido mobilizado todo esforço médico, 15 crianças nascidas no Hospital Regional de Taguatinga, no mês passado, não tiveram defesa para resistir ao estado de subnutrição em que se encontravam as suas mães.” É assim que começa a matéria do Correio Braziliense de 20 de setembro de 1978, que anunciava a criação do banco de leite humano da unidade de saúde. O primeiro do Distrito Federal e de todo o Centro-Oeste. À época, o quinto do país. Hoje, perto de completar 40 anos de existência, o equipamento público é referência técnica internacional para o trabalho de coleta e distribuição do alimento que salva vidas de bebês todos os dias.

No ano da fundação, mais de 90 recém-nascidos perderam a vida por doenças e infecções diversas. Enfermidades que o leite humano poderia prevenir. A quantidade de mortes caiu de lá para cá, mostrando a importância do banco. Passou de 20 para 10 a cada  mil nascidos vivos. Hoje, um bebê que nasce com menos de 1kg tem muito mais chances de se desenvolver e levar uma vida normal do que na década de 1970.
Wilson, Áurea, Cidalina, José, Iracema e Romilda: profissionais e doadoras que  fazem parte da história do banco ( Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Wilson, Áurea, Cidalina, José, Iracema e Romilda: profissionais e doadoras que fazem parte da história do banco
Naquela época, o trabalho era de trincheira. Funcionários precisavam procurar materiais que ainda não eram utilizados no HRT. Também não dava para guardar o leite, que era levado para os bebês assim que as mães entregavam o alimento. Como era um serviço que não existia, foi preciso incentivar a amamentação para que, a partir daí, as mulheres doassem. Uma Kombi rodava pelas ruas de Taguatinga coletando os frascos. Fundador do banco do HRT, o pediatra Wilson Marra, hoje com 69 anos e aposentado da rede pública, recorda a batalha para fundar o espaço.

Criado em Taguatinga, ele se formou na Universidade de Brasília (UnB), fazia especialização em pediatria e tinha 29 anos. “Conhecia bem a cidade. Víamos os problemas que tínhamos com doenças e mortes de crianças internadas, principalmente recém-nascidos. Nessa época, entrei no Rotary Club de Taguatinga Norte. Foi quando surgiu a ideia de associar a entidade com o trabalho no hospital”, conta. De acordo com Wilson, foi necessário estudar, mergulhar em livros, experiências nacionais e internacionais, além de muitas estatísticas para criar o equipamento público do zero.

O resultado, segundo ele, foi a queda de cerca de 30% da mortalidade de bebês, principalmente recém-nascidos na unidade de saúde. Ele não esconde a emoção ao falar do projeto. “Junto com o banco, começamos um trabalho de estímulo ao aleitamento, e o Rotary ajudava economicamente. Muitas mães doadoras eram de baixo nível socioeconômico e ganhavam cestas básicas. Realmente, foi uma vitória. O leite é um remédio. Você consegue maior contato da mãe com o filho e a imunidade da criança que recebe o leite materno é muito maior”, destaca.

Militância pela vida
Fundadores do Rotary Clube de Taguatinga Norte, José Córdoba Solano, 89, e a mulher, Cidalina Martins Córdoba, 80, estiveram na linha de frente para a criação do banco. “O Wilson (Marra) estava muito preocupado. Começou a pensar em soluções para a mortalidade infantil e apresentou a ideia para o Rotary. Conversamos com a direção do hospital, mas ninguém tinha experiência, conhecimento”, recorda José. “Saíamos de Kombi chamando as pessoas. Havia muitas doadoras que eram de baixa renda, e chegamos a oferecer cestas básicas para elas”, completa Cidalina. O casal é conhecido por funcionários do HRT como os “avós do banco de leite”.
Auxiliar de operações de serviços do banco, Romilda Maria de Fraia, 54, é a funcionária mais antiga do local e coleciona amizades e histórias. “Tinha uma bebezinha que chamávamos de glamour por causa do jeito dela quando saiu. Ela chegou quase em pele e osso, bem magrinha. A mãe estava em tratamento de câncer quando engravidou e, depois que a filha nasceu, tinha dificuldades em amamentar.”

Amor
Maria Áurea dos Santos, 54, dona de casa e mãe crecheira, foi uma das doadoras do banco. Agora, a filha dela, Silvana dos Santos Chaves, 32, também é doadora. “Já tinha uma filha, mas comecei a doar leite em 1986, quando nasceu a Silvana. Depois, tive outras duas filhas e fiz doações em cada uma das gestações”, lembra. Áurea se emociona ao lembrar da época. “Era um gesto de amor. Estávamos salvando vidas. Minha filha herdou isso de mim”, relata, sem conter o choro.

Amiga de Áurea, Iracema Maria de Souza, 57, a conheceu no banco de leite humano ainda em 1986. As amigas não se separaram mais. “Doar é uma satisfação muito grande para a mãe. Eu tinha muito prazer nisso. Há muitas mães com o filho desnutrido, doente, precisando desse leite. Só a satisfação é recompensa para o que fiz”, declara.

Referência
Coordenadora das ações de aleitamento materno do banco de leite humano da Secretaria de Saúde, Miriam Oliveira dos Santos esteve à frente do ponto de doações do HRT entre 2004 e 2008. Ela destaca a importância nacional da criação do equipamento, que é referência na América Latina e nos países africanos de língua portuguesa. “A criação teve grande impacto na redução de doenças e da mortalidade. A rede de saúde do DF foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) por uma das estratégias que mais contribuiu para a redução da mortalidade infantil neonatal, e o HRT fez parte disso”, lembra.

Dentro do hospital, o banco mudou algumas vezes de lugar. Hoje, fica no ambulatório, perto da pediatria. “À época da criação do banco, existia um no Rio de Janeiro, dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul. Fomos o quinto. Não havia Secretaria de Saúde, e sim a Fundação Hospitalar. Hoje, o DF é destaque no Brasil e no mundo pela coleta de leite materno. Isso é graças a uma história de muitos funcionários militantes da causa do aleitamento materno espalhados pela capital e também de quatro gerações que acreditam na solidariedade e doam leite”, completa a gestora.
 
Para doar 
Interessadas em doar leite materno têm várias opções no Distrito Federal. Por telefone, basta ligar no 160, opção 4. Na internet, o site amamentabrasilia.saude.df.gov.br tem várias informações e orientações para lactantes. Além do site, mães também podem baixar o aplicativo Amamenta Brasília no celular. 
 
Fluxo constante
A demanda pelo leite humano nunca acaba nos hospitais. Para se ter uma ideia, no ano passado, o HRT recebeu e distribuiu 2.666 litros. Este ano, até agosto, foram 2.236l.
 
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Correio Braziliense segunda, 17 de setembro de 2018

MENINAS BOAS DE MATEMÁTICA

 


Elas participam dos cálculos
 
Projeto Menina que calculava aproxima estudantes do ensino fundamental da área de exatas. Trabalho voluntário ensina às alunas conteúdos mais avanços da matemática

 

LUIZ CALCAGNO

Publicação: 17/09/2018 04:00

Alunas da Escola Classe 407 Norte integram o projeto, que alcança outras três escolas públicas do DF (Minervino Junior/CB/D.A Press)  
Alunas da Escola Classe 407 Norte integram o projeto, que alcança outras três escolas públicas do DF
 
“Acho que todo mundo merece as mesmas chances de aprender e de ser feliz”, reivindica a estudante do 4º ano do ensino fundamental Ana Yasmin Santos, 9 anos. Ela e outras colegas da Escola Classe 407 Norte integram o projeto Menina que calculava, com o objetivo de promover, no futuro, a inclusão de mulheres em profissões da área de exatas, ainda predominantemente ocupadas por homens.
 
De livro na mão, a colega Vitória Passos, 10, concorda com Ana Yasmin. A menina conta que sofreu críticas por gostar de calcular, mas ela deu risada. “É minha matéria preferida. A raiz quadrada me completa”, sorri. E, no embalo dos números, das contas e das descobertas, até a compreensão de outros conteúdos melhorou, de acordo com Isabela Braga, 11 anos, que está no 5º ano. “Estou entendendo melhor a matemática, mas também outras matérias. Tudo que eu levar comigo me ajudará no futuro.” O projeto também atende alunos do Centro de Ensino Fundamental 316 de Santa Maria, da Escola Classe 5 do Paranoá e da Escola Classe 403 Norte.
 
A coordenadora da iniciativa, Lilah Fialho de Lima Simões, 26 anos, doutoranda em física da Universidade de Brasília (UnB), conta que o projeto começou em março do ano passado. “Temos 40 monitoras e 24 alunas por semana. O trabalho é voluntário e nosso objetivo é fazê-las se sentirem confortáveis na área de exatas. Queremos essas meninas questionando decisões, contas, a lógica usada para fazer um determinado cálculo. Que tenham a noção que errar não é problema. Que ninguém é burro por pensar diferente e que é possível estar certo mesmo assim. Faz sentido questionar para descobrir”, explica.
 
Inclusão
 
Outro exemplo de projeto da rede pública de ensino do DF voltado para a inclusão de jovens do sexo feminino na área de exatas é o meninas.com, que trabalha programação de computador no Centro de Ensino Médio Paulo Freire, na Asa Norte, no Centro Educacional Lago Norte, no Varjão, no Centro Educacional 7 de Taguatinga e no Centro de Ensino Fundamental 15 do Gama. Os trabalhos começaram em 2013, no Paulo Freire, e, hoje, a iniciativa conta com diversas estudantes que se formaram e cursam ciências da computação na UnB.
 
A primeira integrante do meninas.com a ingressar em uma universidade pública foi Kailany Rocha, que cursa o terceiro semestre em uma turma com 35 homens e quatro mulheres. “Sem o projeto, eu não teria optado por esse futuro. Temos que estimular as meninas a se aproximarem das exatas. Existe uma gama de profissões que a maioria das meninas não conhece. No boom do computador, nos anos 1990, a maioria das propagandas eram voltadas para os homens, mas mulheres desenvolvem códigos de programação desde o início”, observa.
 
Uma das idealizadoras do programa, a professora do Departamento de Ciência Computação da UnB Aleteia Patrícia Favacho de Araújo, explica que a exclusão das mulheres da área de exatas começa na infância e dentro de casa. “As meninas que escolhem computação têm o apoio familiar do pai, mãe, tio que trabalha na área. Há uma falta de apoio da família e da sociedade. Para as meninas, você dá boneca, louça, não dá um lego, um brinquedo de montar, que você dá para um filho”, avalia.
 
A professora destaca que o envolvimento das meninas nas exatas tem o poder de transformar essas ciências. “As meninas são diferentes dos meninos na forma de perceber a solução de um problema. Propõem saídas diferentes. Os meninos querem resolver um código, as meninas querem otimizar. As grandes empresas, Apple, IBM, Facebook, têm necessidade de contar com esses dois pontos de vista, para haver um equilíbrio. E mais, hoje, as mulheres consomem tecnologia desenvolvida por homens. Mas e se pudessem consumir produtos feitos por elas?”, questiona.
 
Incentivo
 
A diretora de Políticas e Programas de Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Sônia da Costa destaca que a pasta lançou, junto com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o edital Meninas nas ciências exatas, que vai liberar verba para escolas públicas com iniciativas semelhantes ao Menina que calculava e ao meninas.com. “Incentivamos que estudantes universitárias interajam com alunas do ensino fundamental e médio e despertem o interesse pelas ciências exatas nessas meninas. As escolas podem pleitear participação até 5 de outubro”, conta.
 
O projeto prevê liberação de até R$ 90 mil para grupos de escolas que cumprirem os requisitos do programa. “Propiciamos bolsas de iniciação científica para alunas do ensino médio e verba para criação de grupos de estudo, clubes de ciência e pesquisas de problemas locais com viés nas ciências exatas”, detalha.
 
A subsecretária de Educação Básica da Secretaria de Educação do DF, Luciana Oliveira, destaca a importância dos projetos. “Na história do surgimento das profissões, tínhamos grupos majoritários masculinos e femininos. Antigamente, ou a mulher ia para o magistério, ou não tinha profissão. Isso cria um preconceito. Precisamos fomentar a mudança dessa realidade, trazer a igualdade de oportunidades”, ressalta.


Participe
O edital número 31/2018 do CNPq foi publicado no Diário Oficial da União em 20 de agosto. Escolas interessadas em participar do projeto Meninas nas ciências exatas têm até 5 de outubro para se inscrever. O proponente responsável por apresentar a proposta precisa ter o currículo cadastrado e atualizado na Plataforma Lattes, ter título de mestre e coordenar o projeto apresentado. Também é preciso um documento que comprove o vínculo da escola e do autor do projeto. Interessados podem tirar dúvidas no seguinte número: 3211-4000.
 
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Correio Braziliense domingo, 16 de setembro de 2018

BRASILEIRO QUER FARTURA E NÃO LIGA PARA O DESPERDÍCIO

 

Brasileiro quer fartura e não liga para desperdício
 
 
Brasileiros consideram importante despensa cheia e mesa farta e pouco se preocupam com planejamento de refeições ou técnicas de preparo, e têm pouco engajamento no combate a perdas. Arroz e carne são os produtos que mais vão para o lixo

SIMONE KAFRUNI

Publicação: 16/09/2018 04:00

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  

"Tenho receitas para aproveitar o produto até o fim. Das cascas do abacaxi, por exemplo, faço chá”
Daniela Andrade, servidora pública



Ogosto do brasileiro por fartura e sabor é o principal responsável pelo desperdício de alimentos na mesa, da qual carnes e arroz são os itens que mais saem direto para o lixo. É o que revela pesquisa inédita no país, realizada pelo projeto Diálogos Setoriais União Europeia — Brasil, divulgada com exclusividade pelo Correio. No último dia da série Do lixo à mesa, a reportagem mostra o quanto a mudança no comportamento do consumidor, as inovações tecnológicas e as iniciativas dos elos finais da cadeia alimentar são relevantes para o combate às perdas, que chegam a 1,3 bilhão de toneladas por ano em termos globais e podem saltar para 2,1 bilhões de toneladas em 2030 se nada for feito para estancar a sangria.

O analista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Gustavo Porpino, líder do projeto sobre desperdício nos Diálogos Setoriais UE — Brasil, ressalta que 68% dos entrevistados consideram importante que a despensa esteja cheia. “É um traço cultural presente, principalmente, na classe média, em função da compra dos alimentos ser a prioridade do orçamento familiar”, avalia. A pesquisa também mostra que 59% não dão importância se houver comida demais. “O gosto pela fartura é característico da cultura latina e aumenta a propensão ao desperdício, ainda mais que as sobras são consideradas ‘comida dormida’ e descartadas”, assinala.

Mais de 60% das famílias priorizam uma grande compra mensal de alimentos. “Quando a compra farta é combinada ao baixo planejamento das refeições eleva-se a probabilidade de desperdício”, argumenta. O estudo aponta ainda uma contradição: apesar dos dados, os consumidores não admitem o desperdício. “Para mudarmos o comportamento das pessoas, é preciso conseguir envolvê-las como parte do problema”, resume Porpino.

Realizada em três fases, a pesquisa, inicialmente, apurou o comportamento dos consumidores nos pontos de venda, mercados e feiras livres. “As pessoas dizem que fazem compras uma vez por semana, enquanto estão levando alimentos para duas, três semanas. O brasileiro compra mais do que consome”, explica o pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) Carlos Eduardo Lourenço, especialista em comportamento do consumidor e analista do levantamento.

Na segunda parte da pesquisa, 1.764 pessoas foram questionadas sobre hábitos de preparo e alimentação, das quais 638 foram fiscalizadas durante uma semana. “Esse estudo corroborou que brasileiro não pode ter a menor sensação de que vai faltar comida. O desejo de fartura está alinhado à busca de sabor”, analisa Lourenço. Sem avaliar a geladeira ou a despensa, apenas o preparo e o consumo, a pesquisa revela que o arroz é o item mais desperdiçado: pelo menos 25% vai fora. “O que impressiona é que a carne, item agregado de maior valor, é tão desperdiçado quanto o arroz. E o comportamento não muda conforme classe social”, diz.


Fernanda Rocha vai mais vezes ao supermercado para comprar perecíveis e combater o desperdício (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  
Fernanda Rocha vai mais vezes ao supermercado para comprar perecíveis e combater o desperdício



Hábitos
Na terceira fase do trabalho, houve uma varredura na internet para mapear hábitos de consumo. “Nos surpreendeu que 75% do debate sobre combate às perdas é feito por organizações. As pessoas não se engajam. Há uma primeira onda de atuação de empresas e instituições e não reverbera entre as pessoas. Não viraliza”, lamenta. Na opinião do pesquisador, os brasileiros têm vergonha de falar sobre desperdício e serem recriminados. “Precisamos trazer à luz essa consciência”, afirma.

Quando confrontados, os consumidores garantem controlar as perdas. A dona de casa Fernanda Rocha, 35 anos, diz que mudou os hábitos e agora vai duas a três vezes no supermercado para comprar os alimentos mais perecíveis, como legumes. “Ou opto pelo picado e embalado que já vem em porções menores”, conta. A servidora pública Daniela Andrade, 49, afirma fazer compras pequenas, ir duas vezes por semana ao mercado e utilizar integralmente os alimentos. “Tenho receitas para aproveitar o produto até o fim. Das cascas do abacaxi, por exemplo, faço chá”, pontua.

O aproveitamento integral dos alimentos é o ponto central dos cursos de gastronomia, ressalta Rafael Dantas, chef e professor do Instituto de Gastronomia das Américas (IGA), rede de escolas com 118 unidades em seis países, presente no Brasil há 10 anos com 46 unidades. “O Brasil começa a experimentar agora a diferença entre a culinária e a gastronomia, que é um conceito mais amplo, que aplica metodologia à cozinha”, esclarece.

Adotar padrões, pesos e medidas e estudar os alimentos evitam perdas e desperdício, ensina o chef. “Quando o aluno chega até nós tem apenas um conhecimento empírico. Em seis meses, pode-se dizer que joga fora apenas a embalagem”, diz. Só no mise em place, processo de separação e preparação, e no corte apropriado das carnes, com uso das partes menos atrativas em caldos e molhos, é possível economizar 60% do que se perderia e desperdiçaria, garante Dantas, que é especialista em buffets. “Uma vez que o que foi exposto não pode sequer ser doado, é necessário fazer cálculos precisos para não ter desperdício muito grande, sobretudo em restaurantes a quilo”, orienta.

O gerenciamento e o controle garantiram uma redução no desperdício de 44%, em três meses, no restaurante Don Romano, que serve entre 150 e 400 refeições por dia. Sócia desde 2017 do estabelecimento, Mariana Miranda conta que a produção diária de lixo era de 120 quilos de sobras orgânicas. Depois de um trabalho minucioso de gestão, implementado pelo auxiliar administrativo Daniel Silva, o volume caiu para 80 quilos, que são doados para três pessoas que se revezam em recolher o descarte durante a semana para fazer compostagem. “Se alguém não vem buscar, temos um freezer específico para armazenar as sobras”, conta Silva.

Com 50 funcionários, Mariana ressalta que os alimentos que não foram expostos e ficaram armazenados na cozinha são aproveitados para alimentação da equipe no turno seguinte. “Vamos repondo aos poucos no buffet, para não ter desperdício. Além disso, treinamos todo o nosso pessoal para seguir à risca todo o projeto de gerenciamento”, acrescenta a empresária.
 
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Correio Braziliense sábado, 15 de setembro de 2018

FESTIVAL DE BRASÍLIA EM GRANDE ESTILO

 


Festival de Brasília em grande estilo
 
 
51ª edição do mais tradicional evento do cinema brasileiro começa com a marca da contemporaneidade e reafirma a vocação cultural da capital do país

 

» Robson G. Rodrigues*

Publicação: 15/09/2018 04:00

Festival traz curadoria refinada e  contemporaneidade  nos mais de 140 títulos exibidos nos próximos 10 dias   (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
Festival traz curadoria refinada e contemporaneidade nos mais de 140 títulos exibidos nos próximos 10 dias
 
Sem grandes celebridades, mas com uma curadoria refinada e contemporânea, o 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro mantém a pegada como o mais tradicional evento de audiovisual do país.

“A expectativa é a melhor possível para todo o festival, conseguimos reunir uma praça (de convivência) que agrega. É um grande ponto de encontro da sociedade. Estamos reafirmando nosso compromisso com a cultura. Forças conservadoras dizem que não é nossa prioridade, mas, aqui reafirmamos que estamos no caminho certo. Que a cultura melhora e revela sempre o melhor da gente”, disse o governador Rodrigo Rollemberg. Para o cineasta Vladimir Carvalho, o festival mantém a tradição de estar conectado com a realidade política brasileira. “Essa inciativa de selecionar filmes é saudável, pois tem a ver com o momento do país. A gente tem de se felicitar por ter um festival desse porte”, celebra. O diretor André Luiz Oliveira também elogiou a estrutura do evento, principalmente a nova praça de convivência. “O festival vem mudando de paradigma nos últimos anos. Não tem mais aquele glamour do tapete vermelho e isso tudo é muito bom, pois dá uma arejada, com a nova praça de convivência, assim como a curadoria do festival, que está mais atual”. O cineasta dirigiu o Meteorango Kid – O herói intergaláctico, vencedor do prêmio concedido pelo público no Festival de Brasília em 1969.


 (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  

Espaço para interação com o Correio
O stand do Correio conta com um lounge. Um espaço de convivência e entrevistas com as estrelas da festa. É nele que atrizes, atores e diretores revelam bastidores das produções exibidas nas telas. 
 
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Correio Braziliense sexta, 14 de setembro de 2018

TOFFOLI PREGA UNIÃO ENTRE PODERES

 

Toffoli prega união entre os poderes
 
Novo presidente do STF, ministro é tido como aberto ao diálogo e com grande capacidade de gestão. No discurso da posse, sugere uma agenda conjunta "em prol da nação"

 

» Leonardo Cavalcanti
» Renato Souza

Publicação: 14/09/2018 04:00

Dias Toffoli substitui Cármen Lúcia na presidência da Corte: o mandato é de dois anos (Carlos Moura/SCO/STF)  
Dias Toffoli substitui Cármen Lúcia na presidência da Corte: o mandato é de dois anos



José Antonio Dias Toffoli assume o comando do Supremo Tribunal Federal (STF) com uma certeza e uma dúvida, pelo menos aos olhos de quem acompanha as cortes superiores em Brasília. A metade infalível está relacionada ao diálogo e à capacidade de gestão. “Ele não tem raiva da política, pois sabe que os problemas de um povo só se resolvem dentro desse campo, além disso tem organização e trabalha pesado”, disse um ministro da Corte, que agora passa a ser presidida pelo colega nascido em Marília (SP). A parte indefinida se refere a quais serão os assuntos pautados a partir de agora: “A insegurança é saber como vai se posicionar sobre temas envolvendo políticos”, afirmou um membro do Ministério Público Federal, um dos órgãos com mais desconfiança em relação à tarefa de Toffoli.

Com dois anos de mandato, a expectativa é de que pautas, como prisão em segunda instância, fiquem para 2019, lá para março. “Têm eleições até novembro, então, qualquer movimento do Supremo em temas políticos poderá criar uma confusão desnecessária logo no início do mandato”, disse um ministro da Corte que preferiu não se identificar.

Aos 50 anos, Toffoli será o mais novo presidente do Supremo, mas o trabalho ao longo de uma década na Corte — antecedido pela chefia da Advocacia-Geral da União (AGU) — tornou-o conhecido, entre magistrados e advogados, como alguém capaz de apresentar resultados. Os números do acervo acumulado no gabinete, por exemplo, são favoráveis ao ministro, levando-o a ocupar o primeiro lugar na redução da quantidade de pendências processuais.

“Toffoli monta equipes multidisciplinares, utilizando tecnologia e inteligência de gestão”, disse Antonio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Os dois se conheceram em 1995, quando o hoje ministro chegou a Brasília para trabalhar como assessor da liderança do PT na Câmara dos Deputados. Para Queiroz, o diálogo com os outros poderes aumentará. “A gestão dele, talvez, possa ser comparada à de Nelson Jobim (presidente do Supremo entre 2004 e 2006), que tinha um diálogo aberto com todos.” O mandato de Toffoli vai coincidir com o de José Múcio à frente do Tribunal de Contas da União (TCU), abrindo facilmente, segundo observadores, mais uma janela de diálogo.

Atuação

A expectativa, entretanto, é de que a atuação de Toffoli seja mais efetiva fora do Supremo, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “O STF é mais amarrado devido às circunstâncias cotidianas. No CNJ, ele exercerá materialmente a presidência do Judiciário”, frisou um ministro do STF. Um dos trabalhos mais importantes do conselho é a inspeção nos tribunais brasileiros. Para isso, Toffoli deve dar maior estrutura para Carlos Von Adamek, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. Uma outra área sensível é o sistema eletrônico das cortes, que sofre resistência de juízes na implantação definitiva, apesar do dinheiro investido. O novo presidente do STF deu sinais de que vai encarar a tarefa. Outros dois focos estão no sistema de projetos na área penitenciária e na política de combate à violência contra a mulher, esta última tratada de perto pela ministra Cármen Lúcia.

“Acho que é o homem certo na hora certa, pois frequenta todos os ambientes, com respeito ao jogo democrático, e não vai querer que o Supremo substitua a política”, emendou outro ministro do STF. As dúvidas, entretanto, passam justamente pelos aspectos políticos. “Ministros estão arquivando inquéritos contra políticos sem ouvir o Ministério Público, o titular da ação”, afirmou um procurador. “Há nos últimos tempos um desprestígio à Constituição Federal. O problema é se ele começar a pautar temas como esse no plenário, levando juízes em todas as instâncias a arquivar inquéritos sem ouvir os promotores.”

Em sua carreira como ministro, Toffoli atuou em diversos casos controversos e entrou em contradição com colegas de plenário. Assim que ingressou na Corte, participou do julgamento que resultou na libertação do ex-ativista italiano Cesare Battisti.
 
 
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Correio Braziliense quinta, 13 de setembro de 2018

FILME O PACIENTE - BIOGRAFIA DOS ÚLTIMOS DIAS DE TANCREDO NEVES

 



Othon Bastos dá vida a Tancredo Neves no longa nacional O paciente
 (Reprodução/Internet)  
Othon Bastos dá vida a Tancredo Neves no longa nacional O paciente


Brasil
 
O cinema nacional também está entre os destaques das estreias nas salas retratando na telona períodos marcantes na história do Brasil. Com direção de Sergio Rezende, o filme O paciente — O caso Tancredo Neves é uma biografia dos últimos dias de vida do primeiro presidente civil eleito pelo Congresso Nacional após a ditadura militar. O papel fica a cargo de Othon Bastos.
 
O longa promete desvendar alguns mistérios em torno da morte do político, recorrendo a registros médicos e com base no livro homônimo escrito pelo pesquisador Luís Mr., que investigou os prontuários de Tancredo Neves. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o diretor garantiu que até os momentos mais estranhos são verdade no filme. “Tudo o que você achar que é mentira no filme é verdade”, afirmou.
 
O outro filme brasileiro que chega às telonas é O banquete, da cineasta Daniela Thomas. Com elenco de peso formado por nomes como Drica Moraes, Caco Ciocler, Mariana Lima, Chay Suede e Bruna Linzmeyer, o longa-metragem se passa no fim da década de 1980, num contexto em que o Brasil, apesar de ter retornado à democracia, ainda vivia um período de instabilidade política e incerteza. Dentro desse cenário, um jornalista descobre podres sobre o presidente do país. A história é inspirada em eventos reais, como o envio de uma carta aberta publicada pelo jornalista Otavio Frias Filho nos anos 1990 ao presidente da República Fernando Collor.
 
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Correio Braziliense quarta, 12 de setembro de 2018

UNIVERSITÁRIO E TRAFICANTE

 

Universitário e traficante
 
Em um mês, a polícia prendeu seis estudantes de ensino superior por venda de drogas no Distrito Federal. Na 208 Norte, um personal trainer de 28 anos aproveitava a proximidade com a UnB para negociar skunk e haxixe com alunos

 

THIAGO MELO*
WALDER GALVÃO
Especial para o Correio

Publicação: 12/09/2018 04:00

No imóvel do personal trainer, a polícia apreendeu, além de drogas, R$ 2,5 mil em dinheiro e anabolizantes (PCDF/Divulgação)  
No imóvel do personal trainer, a polícia apreendeu, além de drogas, R$ 2,5 mil em dinheiro e anabolizantes
A Polícia Civil prendeu, nos últimos 30 dias, seis universitários por tráfico de drogas no Distrito Federal. O caso mais recente é o de um jovem de 28 anos surpreendido no apartamento onde mora, na 208 Norte. No imóvel alugado, os agentes encontraram porções de skunk (maconha potencializada), haxixe e uma droga não identificada. Também havia no local uma balança de precisão, cinco ampolas de um anabolizante clandestino e R$ 2,5 mil em dinheiro.

Segundo o diretor da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), Luiz Henrique Dourado, o acusado traficava os entorpecentes no próprio apartamento. Como ele morava próximo à Universidade de Brasília (UnB), a principal clientela dele era estudantes de classe média e alta. Segundo a apuração policial, denúncias anônimas levaram os investigadores ao suspeito. Em seguida, os agentes passaram a monitorar a movimentação de usuários. No entanto, de acordo com o delegado, como as drogas eram negociadas dentro do imóvel, houve dificuldade para comprovar o crime. “A suspeita é de que ele comercializava as drogas, consideradas de alto valor, principalmente entre a comunidade universitária de Brasília”, afirmou Luiz Henrique.

De acordo com o investigador, o jovem trabalhava como personal trainer e estudava em uma instituição de ensino superior; por isso, o acusado alegou que os anabolizantes encontrados pela polícia eram para uso pessoal. “A quantidade pequena desse produto não pode ser caracterizada como tráfico, mas, em relação aos entorpecentes, não há dúvida quanto ao crime”, ressaltou Luiz Henrique.

O delegado alertou que um novo tipo de comércio de drogas surge no Plano Piloto e em outras áreas de classe média e média alta do DF. Nesses locais, os traficantes negociam novos entorpecentes, mais potentes e perigosos. “A gente tem verificado que eles costumam vender drogas diferentes, algumas sintéticas e outras que são desenvolvidas a partir de substâncias conhecidas e que, normalmente, são muito mais fortes que as originais”, detalhou o diretor da Cord.

No celular do suspeito preso na 208 Norte, os investigadores encontraram listas de transmissão. De acordo com os agentes, ele usava aplicativos para divulgar a prática. O jovem, que não teve o nome divulgado, foi autuado por tráfico de drogas. Se condenado, pode receber pena que varia de 3 a 10 anos de prisão. Suspeita-se que as substâncias traficadas por ele tenham vindo de Belém, no Pará.
 
Renda
O sociólogo e especialista em segurança pública da UnB Antônio Flávio Testa explicou que o tráfico e o consumo de drogas no meio universitário é histórico no Brasil. Segundo ele, em muitos casos, os traficantes começam como usuários, repassam para os colegas e enxergam nisso uma forma de fazer renda. “Eles começam a vender poucas quantidades e ficam corajosos. Com o tempo, percebem que é um negócio rentável e encaram como uma espécie de emprego”, disse.

Memória
2018
30 de agosto
Agentes da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia) prenderam um homem de 32 anos suspeito de tráfico de drogas. Segundo os investigadores, ele cursava direito. Com ele, a polícia encontrou 3kg de cocaína e R$ 45 mil em dinheiro. Além disso, na casa do acusado, os agentes recolheram balanças de precisão, coleções de relógios de luxo e uma caminhonete.
 
26 de junho
Policiais civis prenderam um estudante do curso de agronomia da UnB por tráfico de drogas. Ele usava um espaço interno do Centro de Excelência para o Turismo (CET) para armazenar e vender entorpecentes. O suspeito Victor Ferreira Machado, 25 anos, escondia a droga em um escaninho, em uma sala restrita do centro. Com ele, os agentes apreenderam 8kg de skunk. Também apreenderam porções de maconha, haxixe, cogumelo desidratado, sementes de Argyreia nervosa (que provoca efeitos semelhantes ao LSD) e microsselos de LSD. 
 
* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer
 
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Correio Braziliense terça, 11 de setembro de 2018

É DIA DE FEIRA! DE TUDO UM POUCO!

 


De tudo um pouco!
 
De verduras, artesanatos e roupas de qualidade, conheça algumas das feiras mais importantes do Distrito Federal

 

» Isabela Guimarães*
Letícia Takada*

Publicação: 11/09/2018 04:00

 

Jandira de Lourdes conta emocionada a paixão pelo trabalho:  
Jandira de Lourdes conta emocionada a paixão pelo trabalho: "A feira pra mim é tudo"


Muita gente reunida, vendedores competindo para atrair o freguês, bancas cheias de novidades, sacolas nas mãos... É assim uma feira, seja de roupas, de verduras ou de artesanatos. O Distrito Federal possui 65 pontos desse tipo — entre mercados livres, permanentes e de shopping. Algumas mais tradicionais que outras, mas todas com grande diversidade. Entre bancas e barracas, atuam 15 mil feirantes, cerca 6 mil homens e 9 mil mulheres.

Sozinhos ou com a família e amigos, os clientes costumam frequentar esses espaços todas as semanas, principalmente os que vendem frutas, verduras, carnes e outras comidas fresquinhas. Além disso, é possível encontrar roupas, brinquedos e produtos feitos à mão. No fim, para completar o passeio, ainda tem o tradicional pastel com caldo de cana.

As feiras são também espaços de convivência e interação social. Muitas histórias circulam pelos corredores. A Central Flores, por exemplo, é local certo para clientes que desejam comprar decorações de eventos, como é o caso de Kassia Roberta Cyriaco, 28 anos, que vai ao local quando organiza festas. “O preço é mais barato que nos outros locais e tem muitas opções, sempre que consigo, dou um pulinho aqui para ver as novidades”, comenta. Tem também quem procura comprar um agrado para os amigos e para enfeitar a casa, como a aposentada Lúcia Miranda Brito, 73 anos. Vai ao local no mínimo uma vez por mês. “Venho sempre, gosto de comprar plantas, flores e mudas, para minha casa e amigos”, comenta.

“A feira pra mim é tudo”. É assim que Jandira de Lourdes Andrade, 70 anos, define o local em que trabalha. Feirante desde 1968, ela montou a própria banca no Núcleo Bandeirante e lembra emocionada do início difícil. “Eu tinha dois filhos e meu marido, que era muito doente, tinha perdido o emprego. Começamos comprando as balanças a prestação” relembra.

Delícias Mineiras 

Natural de Caratinga (MG), o feirante Sebastião José de Melo, mais conhecido como Tininho, 61 anos, chegou a Brasília na década de 1970. Ele trabalha há 26 anos na Feira de Samambaia, na QN 202, onde vende de castanhas a biscoitos. Como um bom mineiro, comercializa o queijo fresco vindo do estado natal.

Ele conta que sua rotina diária é corrida. “Levanto, geralmente, às 5h da manhã, 7h estou aqui na feira e fico até as 18h. A loja fica aberta, eu saio para fazer compras, vendo, atendo, faço o que precisar”, afirma Tininho. Ele lembra o início precário da feira, em 1989. “Isso aqui era um Deus nos acuda, muita poeira e muita lama. Não tínhamos a loja, era só com a barraca”, comenta. Com o passar do tempo, a feira se tornou permanente, melhorou a estrutura e acumulou clientes fiéis. “A feira bomba no fim de semana, cheia de gente trazendo alegria”, finalizou Sebastião com um sorriso no rosto.

*Estagiárias sob supervisão de José Carlos Vieira



 (Zuleika de Souza/CB/D.A Press - 14/10/15 )  

Feira do Guará
Quem busca peixes frescos variados, restaurantes com omidas típicas nordestinas ou roupas da moda, a Feira do uará é o lugar certo. Com 645 bancas e funcionamento de quarta-feira a domingo, das 8h às 18h, o local oferece lojas de temperos, frutas, erduras, castanhas, queijos e muitas outras opções. O espaço possui estacionamento amplo. Ir de metrô também é uma boa opção. estação Feira fica próxima ao galpão com as bancas.


 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 7/12/10)  

Feira dos Goianos 

Elegante é pagar pouco, e na Feira dos Goianos isso é possível. As bancas oferecem moda praia, acessórios, roupas adulto e infantil de todos os tamanhos e para todos os gostos. O local conta com um complexo de nove galpões com inúmeras bancas. Segundo frequentadores, o melhor dia para comprar é na segunda-feira, porque todas as lojas estão abertas e as mercadorias são repostas. Distante 26,2 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto, os galpões funcionam de segunda-feira a domingo de 8h às 18h. Atenção! As bancas funcionam em dias e horários independentes.


 (Leticia Takada/Esp. CB/D.A Press)  

Feira do Núcleo Bandeirante
Com uma praça de alimentação farta, ostureiras experientes, cachaça e pimenta, a eira do Núcleo Bandeirante faz sucesso tanto om moradores da região quanto com quem vive m outras cidades. As opções oferecidas são variadas atendem a todos os gostos. Há um amplo stacionamento no local.


 (Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press - 4/2/05)  

Feira de Samambaia 

O local oferece bancas de temperos, limentos, queijos, biscoitos, frutas, erduras, eletroeletrônicos e até salão de beleza. As lojas abrem de terça-feira a domingo, as 8h às 18h. Para os visitantes que forem até o ocal de carro, há um amplo estacionamento.


 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 22/6/14)  

Feira da Torre de TV 
Na área central do Plano Piloto, a Torre de TV, além de oferecer mezanino e mirante, também possui a famosa feira de artesanato. Nela é possível encontrar roupas, bijuterias, móveis, lembranças da capital, bolsas e brinquedos, a maioria feitas à mão. Comidas típicas também são destaque, e tudo por preços acessíveis. A feira funciona aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 18h, e de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h, com apenas uma parte operando.


 (Mariana Machado/Esp. CB/D.A Press)  

Feira do Bicalho 
Típica. É assim que a feira livre localizada na Praça do Bicalho é conhecida. Aos domingos, em meio a barraquinhas e muito agito, moradores de todo o DF fazem compras.  tradicional espaço de Taguatinga Norte chama a tenção pela diversidade e preço baixo. feira dominical funciona das 8h às 14h.


 (Minervino Junior/CB/D.A Press - 11/1/18 )  

Feira Central de Ceilândia 
Inaugurada em 1984, a Feira de Ceilândia em cerca de 450 boxes, com calçados, roupas, erduras, legumes, animais e mais! om grande diversidade e pequenos preços,  espaço localizado na CNM 2 pode ser frequentado e quarta-feira a domingo, das 8h às 18h.


 (Daniel Alves/CB/D.A Press - 13/6/15 )  

Feira do Produtor

Em Vicente Pires, a Feira do Produtor o lugar ideal para encontrar produtos frescos, omo verduras, legumes, frutos, grãos, lém de doces, queijos, ovos e carnes.  tradicional feira funciona de segunda a exta-feira, das 7h às 18h, e aos sábados e omingos, das 7h às 15h.


 (Iano Andrade/CB/D.A Press - 28/7/05)  

Central Flores 
Aniversários, festas de casamentos, chás, seja qual for a comemoração, a Central Flores é o lugar ideal. Usadas para nfeitar e presentear, flores e plantas podem ser adquiridas o local. Entre as opções, mudas, vasos decorativos e insumos ara jardinagem. Localizado no Sia Trecho 10, o local funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e sábado, das 8h às 15h.


 (Wallace Martins/Esp. CB/D.A Press - 23/12/17 )  

Feira dos Importados 
Mais conhecida como Feira do Paraguai,  local fundado em 1997 é ideal para achar de tudo m pouco. Produtos de beleza, eletroeletrônicos, ticas, malas, roupas e tabacaria são apenas algumas opções.  espaço fica localizado no Sia Trecho 7 e funciona e terça-feira a domingo, das 9h às 18h.


 (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press - 26/5/18 )  

Feira do Cruzeiro 
Em um galpão, a Feira Permanente do Cruzeiro ontém o necessário. Entre queijos, frutas, erduras, doces e roupas, moradores da região desfrutam do comércio local. Localizada ntre os Cruzeiros Novo e Velho, funciona de erça-feira a domingo, das 8h às 18h.

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Correio Braziliense segunda, 10 de setembro de 2018

BARROSO VAI PARA CIMA DO PROGRAMA PETISTA

 

Barroso vai para cima do programa petista
 
 
Vice-presidente do TSE ameaça suspender campanha do partido caso o nome de Lula continue a ser usado como candidato. O argumento é o de que as peças publicitárias induzem o eleitor ao erro. Haddad deve ser oficializado hoje

 

» Alessandra Azevedo

Publicação: 10/09/2018 04:00

Barroso reiterou que o ex-presidente Lula não pode ser mencionado como candidato. Caso a ordem seja desobedecida, programa pode ser suspenso (Monique Renne/CB)  
Barroso reiterou que o ex-presidente Lula não pode ser mencionado como candidato. Caso a ordem seja desobedecida, programa pode ser suspenso
 
 
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) subiu o tom contra o PT e os partidos da coligação, PCdoB e Pros, que continuam usando, nas propagandas eleitorais, o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à Presidência da República, mesmo após o registro dele ter sido barrado pela Corte, em 1º de setembro. Por entender que essa postura desrespeita a decisão do tribunal, o vice-presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, reiterou ontem que o petista não pode ser mencionado como candidato nas peças eleitorais e avisou que, caso a ordem seja desobedecida, as propagandas no rádio e na televisão serão suspensas.
 
Com base em pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE), Barroso proibiu não apenas que a coligação insista em apresentar Lula como presidenciável, mas também que os candidatos usem expressões como “estamos com Lula”, “vamos com Lula” e até “Lula-Haddad”, por entender que elas induzem o eleitor ao erro. Essa situação pode afetar a transferência de votos para o atual vice da chapa, Fernando Haddad, quando ele substituir o ex-presidente como candidato do PT — o que deve acontecer até amanhã, prazo limite estipulado pelo TSE para que o partido troque o nome, devido à inelegibilidade de Lula, enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
 
Embora Barroso não tenha detalhado quais peças especificamente considerou ilegais, se for levado em consideração o pedido do MPE, citado na decisão, Haddad não poderá ter o nome associado a Lula em nenhum “jogo de palavras publicitariamente voltado a alimentar a ideia de continuidade da candidatura indeferida” quando assumir a cabeça de chapa. O entendimento do Ministério Público é que isso poderia ser considerado propaganda enganosa, “capaz de induzir em erro o eleitor quanto a candidatura presidencial inexistente”. Nem Haddad nem a campanha de Lula se manifestaram oficialmente sobre o assunto.
 
Como a principal estratégia para transferência de votos do PT é justamente mostrar para o eleitor que “Haddad é Lula, Lula é Haddad”, a decisão de ontem piora a situação do partido, embora o TSE não tenha proibido totalmente a aparição do ex-presidente na campanha. Pelas regras eleitorais, o PT poderá usar Lula na propaganda na condição de apoiador de Haddad. Mas, nesse caso, a participação do ex-presidente deve ficar dentro da cota de 25% do espaço da propaganda da legenda.
Na decisão de ontem, Barroso lembrou que o plenário do TSE atendeu a um pedido do advogado Luiz Fernando Casagrande Pereira, um dos defensores de Lula, para permitir a continuidade da propaganda eleitoral da chapa, desde que ele não aparecesse como candidato. No entanto, o ministro concluiu que “as sucessivas veiculações de propaganda eleitoral em desconformidade com o decidido revelam que a atuação da coligação se distanciou dos compromissos por ela assumidos, a exigir uma atuação em caráter mais abrangente”.
 
Ministério Público
 
O MPE alega, no pedido, que, mesmo passada uma semana da decisão do TSE, as propagandas eleitorais da coligação continuam a apresentar Lula como candidato, “tanto de forma direta quanto indireta”. Nessa linha, aponta a insistência “sistêmica e generalizada de um candidato inelegível (...) de se fazer presente, das mais variadas e insistentes formas, na propaganda eleitoral paga pelo contribuinte em expediente que se presta a desorientar o eleitorado quanto àquilo que já foi decidido pela Justiça Eleitoral”. Por isso, pediu que a coligação se abstenha “de apresentar qualquer expressão — escrita, oral, pictográfica ou gráfica — de apoiamento ao ex-candidato Luiz Inácio Lula da Silva, eis que na propaganda eleitoral não se pode apoiar quem não seja candidato”.
 
Repercussão
 
Nas redes sociais, a notícia se espalhou rápido. Parlamentares e militantes do PT comentaram o assunto, dizendo que “não pode na tevê, mas na internet pode”, usando as hashtags com as expressões proibidas pela Justiça Eleitoral, como #EuSouLula e #VamosComLula. O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), candidato à reeleição, publicou vídeo do ex-presidente no Twitter e afirmou que a decisão do TSE significa “mais censura”.
 
Os petistas também repudiaram um comentário do comandante das Forças Armadas, general Eduardo Villas Bôas, no Twitter. Ele disse, ontem, que “o pior cenário é termos alguém sub judice, afrontando tanto a Constituição quanto a Lei da Ficha Limpa, tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira”.
 
Mais tempo
 
A defesa de Lula pediu, no último sábado, que o TSE dê mais seis dias para a troca do nome do candidato do PT à Presidência. Assim, em vez de substituí-lo até amanhã, a legenda poderia tomar a decisão até a próxima segunda-feira, dia 17, a 20 dias antes do primeiro turno, prazo final para mudanças nas chapas. A defesa quer esse tempo a mais antes de uma alteração definitiva de Lula por Haddad para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise o recurso contra a decisão do TSE que negou o registro da candidatura.
 
Os advogados consideram que uma decisão definitiva sem análise do Supremo seria uma “injustiça” e afirmam que o STF deve tomar a decisão a partir de quarta-feira, dia 12. “Um dia não pode enterrar viva (sub judice) uma candidatura que tem 40% das intenções de votos nas pesquisas”, dizem os advogados Luiz Fernando Casagrande Pereira, Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro e Fernando Gaspar Neisser. Caso o TSE não aceite o pedido, e a troca não seja feita até amanhã, a coligação petista ficará fora da disputa presidencial.
 
Faltam 27 dias
 
» Noronha e a 2ª instância
O novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, disse ver com ressalvas uma eventual mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. “A jurisprudência está pacificada, não pode o Supremo mudar isso todo mês”, disse ele, para completar: “Não basta perder para recorrer, tem de demonstrar violação da lei federal e, o mais importante, no recurso especial, não há reexame da prova”. Sobre o reajuste de 16,38% a ministros do STF e do STJ quando há 13 milhões de desempregados, Noronha disse que “todo segmento da sociedade teve aumento, apenas um deve ficar de fora?” Segundo ele, “o momento é difícil, vamos ter muita dificuldade para enquadrar isso no orçamento, mas é delicado você explicar para o juiz que em cinco anos os únicos que não sofreram reajuste foram os magistrados. Isso não é um contrassenso? (Mas), vou ser sincero. Eu não faria nada disso agora”.
 
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Correio Braziliense quinta, 06 de setembro de 2018

PARA CURTIR NO FERIADÃO

 


Para curtir!
 
Feriado prolongado agita a programação cultural de Brasília, que tem de Wesley Safadão a Pabllo Vittar

 

Adriana Izel

Publicação: 06/09/2018 04:00

Wesley Safadão é a grande atração de hoje no projeto Na Praia (WS/Divulgação)  
Wesley Safadão é a grande atração de hoje no projeto Na Praia
 
 
 
Apesar do Dia da Independência do Brasil ser comemorado só na sexta-feira, a cidade começa a se agitar ainda hoje com o clima de fim de semana adiantado. Wesley Safadão, Aldair Playboy, Mart’nália, Serginho Meriti, Tati Zaqui, MC TH, Fernando & Sorocaba e Pabllo Vittar são alguns dos nomes que estarão na capital federal entre hoje e amanhã na programação do feriado prolongado.
 
Em sua última semana, o projeto Na Praia recebe hoje, a partir das 18h, o cantor Wesley Safadão. Um dos grandes nomes da música atual do país, o artista cearense retorna a Brasília, onde já gravou um DVD, com um show repleto de sucessos da carreira, como Romance com safadeza, Sonhei que tava me casando e o novo hit Sortudo, que integra o repertório do projeto WS mais uma vez, que será lançado neste mês.
 
“A galera pode esperar um show com a energia lá em cima, os hits que eles mais gostam, será uma grande festa”, garante Safadão em entrevista ao Correio. Sobre a volta a Brasília, o cantor completa: “Sempre que me apresento por aqui sou recebido com um enorme carinho e isso é muito gratificante. A gravação do DVD no estacionamento do Mané Garrincha, sem dúvidas, é um dos momentos mais marcantes da minha trajetória”.
 
Quem também gosta da mistura de forró e sertanejo pode curtir o som do cantor paraibano Aldair Playboy, que estourou neste ano no cenário musical com a faixa Amor falso. Ele se apresenta amanhã na boate Shed Western Bar e traz o novo hit Ainda te amo. Na abertura da noite, o som fica por conta da cantora Thalita Rangel.
 
O pré-feriado marca a volta de um dos eventos mais tradicionais de Brasília, a Granja, no Parque de Exposições da Granja do Torto. Com programação dedicada à música sertaneja, a festa recebe hoje a dupla Fernando & Sorocaba, com repertório do disco Sou do interior (2017), enquanto amanhã são as duplas brasilienses Bonni & Belluco, Roniel & Rafael e Jhonny & Rahony que sobem ao palco. A programação segue até domingo.


Pabllo Vittar estará em Brasília para mais uma edição da Micarê da Farra
 (Mauro Pimentel/AFP - 13/2/18)  
Pabllo Vittar estará em Brasília para mais uma edição da Micarê da Farra


Som eclético
 
Os admiradores do cenário funk, eletrônico e pop brasileiro também têm opções no feriado prolongado. A cantora Pabllo Vittar retorna à cidade para comandar a terceira edição da Micarê da Farra, amanhã, no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. A cantora desembarca na capital aproveitando o sucesso do novo hit, Problema seu, canção que tem tudo a ver com o clima de micarê por ter uma batida de pagode baiano.
 
No Outro Calaf, hoje é a vez da cantora Tati Zaqui, conhecida pela canção Parará tibum, comandar o Baile do Pretinho. No repertório, os sucessos autorais, como Água na boca e La noche, além de sucessos do estilo musical consagrado nas vozes de outros artistas. Se no Calaf é o funk paulista que dá as caras, na festa Pink Holliday, também hoje, na Pink Elephant, é o funk carioca que agita a pista de dança com apresentação de MC TH, dono de sucessos como Apaga a luz e toma e Clima quente.
 
As festas de música eletrônica e black My House e Mistura Fina unem forças para celebrar os aniversários de 10 e 11 anos, respectivamente, com edição amanhã, às 23h, no ClubeCoat. A balada terá atrações locais, como Chicco Aquino e as integrantes do coletivo M.A.N.A.S., além dos convidados, como o australiano Fisher, o mineiro Nedu Lopes e os cariocas do duo Flow & Zeo. Outra opção para os fãs dessa mistura é a balada Parque Sonora também amanhã, no Setor Comercial Sul, com duas pistas de dança em que se revezam vários DJs.


Serginho Meriti é o convidado do Samba urgente hoje no Setor Comercial Sul
 (Reprodução da Internet)  
Serginho Meriti é o convidado do Samba urgente hoje no Setor Comercial Sul


Diversidade
 
O samba é outro estilo musical que terá destaque durante o feriado prolongado, com mais uma edição do Samba urgente, hoje no Setor Comercial Sul. Dessa vez com participação de Serginho Meriti, carioca, que está radicado em Brasília, e é compositor de vários sucessos do gênero, como Quando em cantar (Iaíá) e Deixa a vida me levar, ambos gravados por Zeca Pagodinho. No Bar Brahma hoje também é dia de roda de samba, com o Tributo ao samba comandado pelo cantor Alexandre Équi.
 
A banda brasiliense Talo de Mamona, em parceria com a rapper Thabata Lorena, promove um show hoje repleto de convidadas especiais, na Cervejaria Criolina, a partir das 22h. O time é composto por Kashi Mello, Letícia Fialho, Emília Monteiro, Ana Beatriz, Malu Engel, Loba e Ana Lu, Ju Cardoso e Tatá Weber. “São cantoras que têm uma identidade”, explica Vanderlei Costa, performer da banda. “Elas têm uma identidade estética compatível com a nossa, conhecem o trabalho da banda e atuam na cena musical da cidade”, completa.
 
Thabata Lorena é figura forte no Distrito Federal e ressalta a importância de uma programação cheia de nomes femininos. “A gente precisa alternar as narrativas”, explica. “Quanto mais mulheres na linha de frente como jornalistas, cineastas, tantas outras que ajudam a dar mais visibilidade, melhor”, conta.
 
De hoje até domingo, no Teatro da Caixa Cultural, Mart’nália chega a Brasília com show que tem como base o disco +Misturado, em que interpreta canções de grandes nomes da música. Os sucessos da carreira da cantora também são aguardados, como Cabide.
 
Colaborou Mariah Aquino, estagiária sob supervisão de Igor Silveira
 
 A funkeira Tati Zaqui comanda apresentação no Outro Calaf
 (Facebook/Reprodução da Internet )  
A funkeira Tati Zaqui comanda apresentação no Outro Calaf
 
Programação
 
 
Aldair Playboy
• Shed Wester Bar (SCES, Tc. 2). Hoje, às 23h. Com show de Aldair Playboy e Thalita Rangel. Entrada a partir de R$ 50 (meia). Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Granja 2018
• Parque de Exposições Agropecuárias da Granja do Torto. Hoje, a partir das 22h. Com show de Fernando & Sorocaba e Danilo & Daniel. Entrada a R$ 10 (meia-entrada). Classificação indicativa livre. Amanhã, a partir das 20h. Com show de Só Pra Xamegar, Bonni & Belluco, Roniel & Rafael e Jhonny & Rahony. Entrada a R$ 10 (meia-entrada). Classificação indicativa livre.
 
 
Mart’nália
• Teatro da Caixa Cultural (SBS, Qd. 4). Hoje e amanhã, às 20h. Show da cantora Mart’nália. Entrada a R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira). Não recomendado para menores de 14 anos.
 
 
Micarê da Farra com Pabllo Vittar
• Estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha (Eixo Monumental). Amanhã, às 16h. Com show de Pabllo Vittar. Entradas a R$ 55 (yukê), R$ 75 (sua cara, com acesso ao after na Vic e copo exclusivo) e R$ 95 (queen, copo exclusiva, acesso ao after na Vic sem fila e pulseira dos camarotes pop e house no after da Vic). Valores de meia-entrada e quarto lote. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
My House Mistura Fina
• ClubeCoat (SCES, Tc. 2). Amanhã, a partir das 23h. Festa com DJs Fisher (AUS), Gustavo Mota (SP), Nedu Lopes (MG), Fancy Inc. (RS), Hippocoon (SC), Flow & Zeo (RJ), Chicco Aquino, Aquila, Drezin, Camila Jun e Paula Torelly (M.A.N.A.S). Ingressos a R$ 75 (meia e primeiro lote). À venda em www.mobprodutora.com.br. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Na Praia
• Complexo Na Praia (SHTN, atrás da Concha Acústica). Hoje, às 18h. Festa Kuta com Wesley Safadão e Jetlag. Entrada a R$ 301 (meia) e R$ 601 (inteira). Não recomendado para menores de 18 anos. Amanhã, às 17h. Dia de praia com DJs Shark e Bárbara Labres. Entrada a R$ 26 (meia, até as 12h), R$ 76 (meia, com consumo de R$ 50) e R$ 101 (inteira, válido o dia todo e com consumo de R$ 50). Classificação indicativa livre.
 
 
Outro Calaf
• (SBS, Qd. 2). Hoje, às 22h. Festa Baile do Pretinho com Tati Zaqui e DJs Thiago May e Bruno Antun. Entrada a R$ 20 (100 primeiros), R$ 30 (até as 23h) e R$ 40 (após), com nome na lista; e R$ 40 (até as 23h), sem nome na lista. O valor, que é de meia-entrada, é sujeito a alteração após esse horário. Não recomendado para menores de 18 anos. Amanhã, às 21h. Festa Sarra — O baile da independência com DJs Athena, Patrícia Gontijo, Bruno Antun e Dudu Troca Tapa. Entrada a R$ 10 (até as 23h), R$ 20 (até a 0h) e R$ 30 (após), com nome na lista. Sem nome na lista, ingressos a R$ 30. Valores de meia-entrada. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Parque Sonoro
• Setor Comercial Sul (Beco da CAL, Qd. 4). Hoje, a partir das 18h. Com Timelock Live, Owl Live, Muni Live, Deep Creation, Dannmage, Gautama, Azalujah, Zattera, Atomic Henzai, Rapadura Xique-Chico, Kaster, Lethal, Fat FS, MC Afroragga, Broken, Donna, Janna, Baghda Live, Babilous e Heitor Valente. Entrada a R$ 30 (meia e primeiro lote). Não recomendado para menores de 18 anos.

Aldair Playboy está de volta a Brasília com mais uma música entre as mais tocadas (Shed Western Bar/Divulgação)  
Aldair Playboy está de volta a Brasília com mais uma música entre as mais tocadas
 
Pink Holiday
• Pink Elephant Brasília (SCES, Tc. 2). Hoje, às 23h. Com show de MC TH. Entrada a R$ 50 (mulheres) e R$ 70 (homens). Valores de meia-entrada e sujeitos a alteração. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
Samba urgente convida Serginho Meriti
• Setor Comercial Sul, em frente ao Canteiro Central. Hoje, às 21h. Roda de samba com participação de Serginho Meriti. Entrada franca. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Talo de Mamona
• Cervejaria Criolina (SOF, Qd. 1). Hoje, às 22h. Show de Talo de Mamona com participações especiais. Couvert aR$ 20. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
 
Tributo ao samba do Brasil com Alexandre Équi
• Bar Brahma (201 Sul). Hoje, das 19h às 22h.. Com show de Alexandre Équi. Couvert a R$ 10. Não recomendado para menores de 18 anos.
 
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Correio Braziliense quarta, 05 de setembro de 2018

PT BATE CABEÇA

 

PT bate cabeça
 
Sem definição pelo partido se será candidato a presidente ou não, Fernando Haddad enfrenta mais uma denúncia do Ministério Público de São Paulo. Defesa de Lula recorre ao Supremo para que ele continue na campanha

» PAULO SILVA PINTO
» ALESSANDRA AZEVEDO

Publicação: 05/09/2018 04:00

Denúncias contra Haddad são baseadas na delação de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC (Wilson Dias/Agencia Brasil - 15/9/15)  
Denúncias contra Haddad são baseadas na delação de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC



A defesa de Lula entrou com novo recurso. Desta vez, quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) se curve uma decisão liminar de dois integrantes de um comitê — composto por 18 membros — das Nações Unidas e permita que o petista, preso em Curitiba, seja candidato ao Palácio do Planalto. Na última sexta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu barrar a candidatura do ex-presidente porque ele foi condenado em segunda instância e, portanto, está inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Dentro do PT, há divisão sobre a melhor estratégia a ser seguida. Um grupo acha que a insistência em Lula já passou do limite e deveria ser dada a chance de Fernando Haddad ser efetivado como o candidato do partido. O ex-prefeito, aliás, voltou a sofrer novo revés: foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A acusação é de que Haddad recebeu, em 2013, primeiro ano no mandato como prefeito de São Paulo, R$ 2,6 milhões da construtora UTC para pagar dívidas de campanha. Ele nega. Um dos principais argumentos da defesa está no fato de que o relato do pagamento está na delação do ex-presidente da empresa, Ricardo Pessoa, que teria sido anulada. 

Segundo o promotor Marcelo Mendroni, o pedido de dinheiro foi feito pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, condenado e preso em Curitiba no âmbito da Operação Lava-Jato. “Vaccari falava em nome de Haddad, que foi beneficiário final do pagamento da dívida”, afirmou Mendroni. Vaccari também foi denunciado, assim como o doleiro Alberto Youssef e outras três pessoas. Haddad já é réu em um processo na Justiça de São Paulo, mas no âmbito civil, não criminal, em um processo por improbidade administrativa na construção de ciclovias quando era prefeito. A denúncia veio em 21 de agosto.

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, minimizou os efeitos da nova denúncia e classificou a motivação do Ministério Público de eleitoreira. “Se denúncia atrapalhasse, nós não estaríamos em primeiro lugar nas pesquisas. O Ministério Público de São Paulo está a serviço da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). O promotor é o mesmo que já fez denúncia contra o presidente Lula. Estamos tomando providências em relação a ele no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público)”, afirmou a senadora.

A assessoria de Haddad publicou nota sobre a denúncia, tentando desacreditar as delações de Pessoa e afirmando que o ex-prefeito contrariou interesses do empresário. “Surpreende que no período eleitoral, uma narrativa do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, sem qualquer prova, fundamente três ações propostas pelo Ministério Público de São Paulo, contra o ex-prefeito e candidato a vice-presidente da República, Fernando Haddad”, diz o documento.

Haddad não corre riscos de se tornar inelegível, explicou o advogado Flavio Unes, especialista em direito eleitoral e professor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). “A lei da Ficha Limpa é bem clara ao determinar que só se torna inelegível quem for condenado em decisão colegiada”, afirmou. Também não há tempo para que Haddad seja julgado e condenado em duas instâncias no processo em que é réu.

Supremo acionado

É o que aconteceu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na sexta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu indeferir sua candidatura à Presidência, exatamente com base na Ficha Limpa, concedendo prazo até 11 de setembro para que seja apresentado um substituto. Assim, Haddad está em uma espécie de limbo: é candidato a vice-presidente, aparecendo na propaganda de rádio e tevê, mas não tem um candidato a presidente na chapa.

Ontem, porém, a defesa de Lula apresentou uma tutela de urgência ao STF para manter a candidatura até uma decisão final do tribunal. “Protocolamos hoje (ontem) perante o Supremo Tribunal Federal pedido de tutela de urgência para que, com base na decisão liminar proferida pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU (...), seja afastado qualquer óbice à candidatura”, diz a nota assinada por advogados do petista. “Na mesma petição, demonstramos a urgência na apreciação do pedido diante das determinações do TSE no último dia 31 de agosto”, acrescentam os defensores.

O tema sobre a insistência na candidatura de Lula é controverso no PT. Governadores do partido defendem que a substituição seja feita logo, o que poderia favorecer a transferência de votos de Lula para Haddad, algo que, por enquanto, não tem animado os eleitores lulistas. Outra corrente, liderada por Gleisi, defende que se desconsidere essa possibilidade para aumentar as chances de uma decisão da Justiça.

Pelo voto de papel

O TSE recebeu ontem um requerimento de Cabo Daciolo, candidato à Presidência da República pelo Patriotas, para a adoção do voto em cédulas nas eleições de 2018. O próprio concorrente, ao lado de sua postulante a vice, Suelene Balduino, esteve no tribunal para protocolar o pedido. O documento está embasado na Lei nº 9504/1997, que estabelece que o TSE pode, em casos excepcionais, determinar a votação pelo mecanismo das cédulas em detrimento da votação eletrônica. Segundo Daciolo, há incerteza sobre a segurança do sistema.
 
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Correio Braziliense segunda, 03 de setembro de 2018

PARA FICAR NA MEMÓRIA - PROJETO VAI RESGATAR PATRIMÔNIO DE VÁRIAS REGIÕES DE BRASÍLIA

 


Para ficar na memória
 
Projeto Reconhecendo meu território, descobrindo possibilidades, do Museu da Educação do DF, em parceria com o Museu Vivo da Memória Candanga, vai resgatar patrimônios de diversas regiões de Brasília por meio de relatos de moradores. As inscrições estão abertas

» RENATA NAGASHIMA*
» SARAH PAES*

Publicação: 03/09/2018 04:00

A cineasta Patrícia Dantas, a museóloga Jade Morais e Luciana Ricardo, responsável pelo setor de educação patrimonial do Mude, participarão da iniciativa (Bárbara Cabral/ESp.CB/D.A Press)  

A cineasta Patrícia Dantas, a museóloga Jade Morais e Luciana Ricardo,

responsável pelo setor de educação patrimonial do Mude, participarão da iniciativa

 
Já pensou em produzir um filme gratuitamente e ainda mostrar para outras comunidades as riquezas da sua cidade? Graças ao projeto Reconhecendo meu território, descobrindo possibilidades, oferecido pelo Museu da Educação do DF (Mude), em parceria com o Museu Vivo da Memória Candanga, isso será possível. Duas turmas, com 25 alunos cada, serão responsáveis por descobrir locais, eventos, festividades e pessoas importantes em uma comunidade.
 
Responsável pelo setor de educação patrimonial do Mude, Luciana de Maya Ricardo conta que, inicialmente, o curso era voltado para moradores da Candangolândia, local onde o museu será erguido, porém, pessoas de outras regiões demonstraram interesse. “Vai acrescentar riquezas culturais ao projeto, com mais histórias de cada cidade, já que temos matriculados alunos de diversas regiões, como Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas e Planaltina.”
 
Segundo ela, o principal objetivo do curso é mostrar para as pessoas que os patrimônios de uma comunidade não são apenas coisas institucionalizadas, podem também ser simples, como o samba do fim de semana, aquela praça de que os moradores cuidam, um evento ou até mesmo uma pessoa que a comunidade respeita. “Queremos que os participantes se identifiquem com essas pessoas e esses lugares e produzam um filme para que outras sejam influenciadas e consigam identificar o patrimônio histórico da comunidade delas também”, destaca.
 
Quando concluído o filme, a ideia é que uma devolutiva seja feita para a comunidade, entre 17 e 18 de dezembro, nos locais onde foram gravadas as imagens. “Como vamos explorar muito esses patrimônios imateriais, dos quais as pessoas desconhecem o valor, como costumes, tradições, queremos apresentar para elas depois”, afirma Luciana. “Queremos que elas percebam que essas coisas do dia a dia delas também têm valor.”
 
Ao todo, serão 16 encontros, divididos em três etapas, sendo a primeira uma coleta de dados de cada local e a produção de um inventário. Em seguida, com essas informações, será montado um roteiro e definido o formato do projeto, se será documentário ou filme, por exemplo, e, por último, filmagens e edição do projeto. “Eu quero ensiná-los, principalmente, como podem se expressar por meio da linguagem audiovisual, para que eles possam apresentar as riquezas de cada local de forma sensível”, explica a cineasta Patrícia Dantas.
 
Jade Gabriela de Deus Morais, museóloga que auxiliará na composição dos inventários, afirma que, apesar de ministrar as aulas, também aprenderá com as histórias de cada aluno. “O mais interessante é que eu vou poder ver o que os outros têm para apresentar. Eles vão trazer a vivência deles, o que é importante no local onde moram. Isso é muito tocante.”
 
Pioneiro
 
Yussef Jorge Sarkis, 63, morador de Águas Claras e presidente da Associação dos Candangos Pioneiros de Brasília, é um dos milhares de candangos que chegaram à cidade durante a construção da capital. Seu pai e seu tio vieram para a cidade participar diretamente do processo de formação de Brasília. O pai de Yussef, José Paulo Sarkis, foi o dono da primeira loja de materiais de construção da cidade, localizada na 2ª Avenida da Cidade Livre, atualmente Núcleo Bandeirante. Local também do seu primeiro endereço na cidade, em uma casa nos fundos da loja.
 
Com o pai visionário, cresceu se mudando, morou no Núcleo Bandeirante, na Asa Norte, na Asa Sul e em muitos outros lugares. “O primeiro prédio da W3 Sul foi construído pelo meu pai, uma loja. Segundo minha mãe, parecíamos uma família de ciganos. Nós nos mudamos mais de 20 vezes”, afirma Yussef. Ele cresceu vendo a cidade do coração se transformar e ganhar as características de metrópole. “Brasília nasceu para ser cosmopolita, aqui é uma síntese do que é o Brasil”, acrescenta.
 
Para ele, iniciativas como a do curso oferecido pelo Mude, em parceria com o Museu Vivo da Memória Candanga, são fundamentais para a cidade. “Temos experimentado um crescimento rápido. Brasília é uma cidade jovem e, para qualquer lugar que olhamos, tem uma construção”, observa. “Essas histórias têm de ser contadas”, enfatiza o pioneiro.
 
* Estagiárias sob supervisão de Mariana Niederauer
 
 
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Correio Braziliense domingo, 02 de setembro de 2018

VOCÊ DOMINA A ESCUTATÓRIA

 

Você domina a escutatória

Publicação: 02/09/2018 04:00

 

A malharia onde a estilista Beatriz (de verde) trabalha passou por mudanças na comunicação interna: todos têm de ouvir e falar com todos, do mais alto ao mais baixo escalão (Marilia Lima/Esp. CB/D.A Press)  
A malharia onde a estilista Beatriz (de verde) trabalha passou por mudanças na comunicação interna: todos têm de ouvir e falar com todos, do mais alto ao mais baixo escalão


Saber ouvir, sem prejulgamentos, é capacidade cada vez mais valorizada em trabalhadores e, 
principalmente, gestores. Hoje em dia, saber se comunicar bem não quer dizer apenas ter boa oralidade 
ou conseguir persuadir o outro: envolve também estar apto a acolher sugestões e opiniões de outr 

 


Correio Braziliense sexta, 31 de agosto de 2018

FUTEBOL AMERICANO: JOGUE COM ESTAS MULHERES

 


FUTEBOL AMERICANO
 
Jogue como essas mulheres
 
Brasília Pilots supera dificuldades estruturais e busca vaga nas semifinais do Campeonato Brasileiro contra o Sinop-MT

 

Ester Cezar*
Renata Nagashima*

Publicação: 31/08/2018 04:00

Raquel Araújo e Paula Chiarotti (D) estão confiantes na vitória sobre as atuais campeãs nacionais (Carlos Vieira/CB/D.A Press - 23/8/18
)  
Raquel Araújo e Paula Chiarotti (D) estão confiantes na vitória sobre as atuais campeãs nacionais



O desafio começou bem antes da partida. Para chegar ao estado do Mato Grosso, o Brasília Pilots, time feminino de futebol americano, precisou alugar um ônibus e tirar dinheiro do próprio bolso para custear a participação no Campeonato Brasileiro da modalidade. Após uma corrida contra o tempo para sanar questões burocráticas e lesões de atletas, a equipe encarou um trajeto com duração de 24 horas e, amanhã, enfrenta o Sinop Coyotes, atual detentor do título nacional, em busca de uma vaga nas semifinais da competição.

A equipe brasiliense viu de perto o risco de encerrar precocemente as atividades na temporada. Segundo o regulamento do campeonato, se um time não comparecer a um jogo marcado, a punição por walkover (WO) é desclassificação automática. Todas as partidas ficariam com a pontuação de 49 x 0, inclusive as previamente vencidas, e a agremiação receberia uma multa de R$ 6.000, além do impedimento de participar de qualquer competição oficial pelo período de um ano.

Vencidos os desafios iniciais, a expectativa para o confronto contra as atuais campeãs brasileiras é de elevado otimismo. Antes de integrar o Brasília Pilots, Paula Chiarotti e Raquel Araújo vestiam a camisa do Vasco Patriotas e venceram o Sinop Coyote por 18 x 13, com três touchdowns. E essa não foi a única vitória da dupla sobre as mato-grossenses. “Será um jogo difícil. Elas são duras e bem fisicamente, mas ninguém do Pilots nunca perdeu para elas”, comenta Raquel, apostando, em tom de provocação, no placar de 38 x 0. Mais realista, Paula prevê resultado favorável às brasilienses por 30 x 20, com dois touchdowns de diferença.

Em 2017, foi a primeira vez que o time de Brasília participou do Campeonato Brasileiro, que existe há 10 anos. Na temporada de estreia, as atletas da capital conseguiram classificação para os playoffs e conquistaram o terceiro lugar geral. Atualmente, a equipe é formada por 30 atletas ativas, com idades de 16 aos 42 anos.



Como participar 

Os treinos do Brasília Pilots são abertos. Qualquer interessada em conhecer o esporte e aprender pode contatar o time, indo aos treinos ou por meio da internet. “Basta chegar e falar com um dos treinadores. A candidata será testada em várias posições e, então, encaminhada para o setor adequado. Treinamos no gramado da Funarte, nas quintas-feiras, às 19h30, e na Esplanada dos Ministérios, nos sábados, às 9h30. Podemos nos contatar também pelas nossas redes sociais no Facebook e no Instagram”, explica  Paula Chiarotti, presidente e jogadora do Brasília Pilots.
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense quinta, 30 de agosto de 2018

CÉU DE BRASÍLIA, TRAÇO DO ARQUITETO

 

Céu de Brasília, traço do arquiteto
 
Capital do país volta a receber o Campeonato Brasileiro e Internacional de Asa Delta, com pousos até sábado na Esplanada

 

Emanuelly Fernandes*

Publicação: 30/08/2018 04:00

Competidores brasileiros estão de olho na classificação geral: os seis melhores garantem vaga no Mundial (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

)  
Competidores brasileiros estão de olho na classificação geral: os seis melhores garantem vaga no Mundial
 


Considerada o ‘Havaí do Voo Livre’, Brasília recebe a segunda etapa do Campeonato Brasileiro e Internacional de Asa Delta. A competição, iniciada no domingo passado e que reúne alguns dos principais pilotos do mundo, será encerrada no sábado. No total, são 84 competidores de 11 países.  Um dos destaques é o australiano Johnny Duran, vencedor da prova de abertura e campeão mundial em 2016. O gaúcho André Wolf, que defende o título, ficou em terceiro.

Os atletas decolam da rampa do Vale do Paranã, em Formosa-GO, por volta das 11h. Com altitude de aproximadamente 1.000 metros acima do nível do mar, o ponto é usado para decolagens há mais de 30 anos e fica a cerca de 87km de Brasília. Os pousos ocorrem no gramado da Esplanada dos Ministérios, geralmente a partir das 15h. As provas previstas para segunda e terça-feira acabaram não acontecendo por causa dos ventos que alcançaram 40km/h, impossibilitando decolagens seguras.

O organizador do evento e instrutor de voo Ricardo Ortega conta que as duas provas canceladas não atrapalham o resultado do campeonato e não muda o dia do encerramento. “Os dias que não voamos será contabilizado com nota 0 para todos os inscritos. Usaremos os resultados dos outros dias. Olhamos as previsões do tempo e não terá problema nas provas que serão realizadas na sexta-feira e no fim de semana”, explica.

A competição é dividida em duas categorias: sports (grupo de acesso), que precisa completar um percurso de 95km, e a elite, com uma distância de 130km. Tudo é registrado por um GPS que os pilotos carregam durante o voo. Para quem não se inscreveu e quer apenas se divertir, há a opção do free fly, que realiza um voo mais rápido e sem restrições de percursos. Abel Vitorazzi, do Rio Grande do Sul, é um dos pilotos que está voando sem compromisso. “Eu perdi o prazo de inscrições e estou aqui para curtir o céu de Brasília. A cidade é um dos melhores lugares em que já voei. Existem 20 pilotos que estão na mesma situação que a minha”, conta.
 
Jornal Impresso

Correio Braziliense domingo, 26 de agosto de 2018

BRASÍLIA: UM CÉU DE POSSIBILIDADES

 


Um céu de possibilidades
 
Saiba quais são os melhores pontos da cidade para curtir o pôr do sol

 

Sarah Paes*
Renata Nagashima*

Publicação: 26/08/2018 04:00

Daniele Medeiros e o namorado, Wilckerson Ganda, no Pontão do Lago Sul (Sarah Paes/Esp. CB/D.A Press)  
Daniele Medeiros e o namorado, Wilckerson Ganda, no Pontão do Lago Sul
 
 
 
 
Uma atração que não sai de cartaz e é acessível. As janelas de casa, do trabalho ou do carro viram moldura para o crepúsculo. Há quem encontre posição ainda mais privilegiada e, em Brasília, isso não é difícil. A combinação do famoso céu da capital com os raios solares se pondo proporciona aos habitantes e visitantes da cidade um espetáculo a céu aberto no fim de quase todas as tardes.
 
Para Daniele Medeiros e o namorado, Wilckerson Ganda, ambos de 26 anos, parar e assistir ao pôr do sol representa um momento incomum, especial. “No dia a dia, a gente se distrai com outras atividades e acaba passando despercebido. Sentar para ver o pôr do sol é um momento raro, aproveitamos muito, ainda mais quando estamos juntos”, conta a moradora de Taguatinga, enquanto curte o momento com o companheiro no Pontão do Lago Sul.
 
O Correio preparou um roteiro reunindo 14 locais onde é possível viver uma experiência privilegiada ao assistir ao pôr do sol. Segundo a Polícia Militar do DF, em todos os pontos, são realizados patrulhamentos durante todo o dia e intensificados em horários de maior circulação de pessoas. Quanto à iluminação, a CEB informou que o acionamento é automático, por fotocélulas. Nos pontos relacionados, há iluminação pública na parte externa do Pontão do Lago Sul, na Ermida Dom Bosco, no Deck Norte, no Parque Asa Delta, na Plataforma Superior da Rodoviária, na Torre de TV e  na Praça do Cruzeiro. Confira a lista e aproveite!
 
*Estagiárias sob supervisão de Mariana Niederauer
 
 
 (Sarah Paes/Esp. CB/D.A Press)  
 
Pontão do Lago Sul
Com um cenário digno de cartão-postal, o Pontão é parada obrigatória para moradores e turistas que desejam contemplar o pôr do sol à beira do Lago Paranoá. Próximo à Ponte Honestino Guimarães, o local conta com decks, bancos e área com grama para contemplar os últimos minutos de sol do dia. O local é procurado também por oferecer uma estrutura com bares e restaurantes para quem deseja relaxar. Funciona todos os dias e os horários variam entre as 7h e as 2h. Informações: 3364-0580.
O que tem lá: 6 restaurantes / 4 quiosques / Pier / Anfiteatro ao ar livre / Sanitários de apoio com funcionários / Jardins / Bancos para sentar
 
 
 (Breno Fortes/CB/D.A Press - 1/6/06 )  
 
Orla e Ponte JK
A Ponte JK ou Terceira Ponte, inaugurada em dezembro de 2002, liga o Lago Sul, Paranoá e São Sebastião à parte central de Brasília. Desde a inauguração, tornou-se um dos cartões-postais para observar o sol que reflete nas águas do lago. Dica: a ponte conta com passagem para pedestres. Assista ao fim da tarde na parte que fica no Lago Sul e, depois, siga para uma caminhada no mirante, localizado no Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2.
O que tem lá: Parquinho de areia para crianças / Restaurantes / Bancos de concreto / Fonte (inativa) / Vendedores ambulantes
 
 
 (Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press - 18/2/16)  
 
Torre de TV
Cartão-postal de Brasília, a Torre de TV fica na área central do Plano Piloto e, a partir do mirante, é possível observar, a 75m de altura, o sol se pôr atrás do Memorial JK, além de ser um local com vista privilegiada para ver o cair da tarde na Esplanada dos Ministérios. A visitação ao mirante está temporariamente suspensa em razão do cronograma de revitalização, mas ainda sim é possível observar dos pés da torre e de suas escadas. Informações: 3224-3351 ou atendimento@setur.df.gov.br.
O que tem lá: Ciclovia / Bancos /Quiosques / Vendedores ambulantes/Estacionamento amplo
 
 
 (Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press - 7/4/16 )  
 
Ermida Dom Bosco
Considerada um dos patrimônios históricos da cidade, a Ermida Dom Bosco, inaugurada em 1957, é um ótimo lugar para observar os últimos raios de luz do dia e para a prática de vários esportes. O lugar é frequentado por famílias que desejam fazer um programa diferente, além de fotógrafos que buscam um bom cenário e luz natural. O Parque Ecológico Ermida Dom Bosco fica aberto diariamente, das 7h às 19h. Endereço: Estrada Parque Dom Bosco, QI 29, Lago Sul. Telefone: 3367-2000.
O que tem lá: Pier / Quiosques / Bicicletário
 
 
 (Minervino Junior/CB/D.A Press - 29/8/215)  
 
Parque Asa Delta
O Parque do Anfiteatro Natural do Lago Sul, também conhecido como Parque Asa Delta, tem um morro artificial de 17 metros e proporciona aos visitantes um bom ponto para observação do pôr do sol. O parque ainda conta com um píer e ciclovia. Fica no Lago Sul, entre a QI 12 e  a QI 14, em frente ao comércio do Deck Brasil.
O que tem lá: Píer / Gramado / Ciclovia / Área arborizada
 
 
 (Carlos Vieira/CB/D.A Press - 21/6/16)  
 
Torre de TV Digital
Um dos pontos mais altos do Distrito Federal, o mirante garante aos espectadores uma vista 360°. Embora a visitação também esteja provisoriamente interrompida, ainda é um lugar que vale a pena conferir para contemplar o fim do dia e assistir ao pôr do sol, pois a vista do estacionamento do monumento é privilegiada. A torre foi inaugurada em 2012, projetada por Oscar Niemeyer. Informações:  3224-3351 ou atendimento@setur.df.gov.br.
O que tem lá: Estacionamento amplo
 
 
 (Zuleika de Souza/CB/D.A Press - 21/4/14 )  
 
Deck Norte
O Calçadão da Asa Norte fica no fim da L4 Norte, próximo à entrada do Lago Norte. O deck de madeira foi inaugurado em 2011 e, desde então, é usado para caminhadas, pescarias e piqueniques. No local, há estacionamento e banheiro público, além de vendedores ambulantes. É possível alugar caiaques e pranchas de stand up paddle (SUP) para apreciar ainda mais o fim da tarde.
O que tem lá: Pier / Bancos para sentar / Caiaque e Stand Up Paddle / Ponto de Encontro Comunitário (PEC) / Parquinho / Estacionamentos / Ocasionalmente, ambulantes
 
 
 (Minervino Junior/CB/D.A Press - 3/8/17 )  
 
Plataforma Superior da Rodoviária
A plataforma superior da Rodoviária é o ponto ideal para quem está na correria do dia a dia, voltando do trabalho ou esperando o ônibus. No local, é possível ver o sol se pôr atrás de um dos pontos turísticos centrais de Brasília, a Torre de TV.
O que tem lá: Vendedores Ambulantes / Estacionamento amplo
 
 
 (Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press - 30/7/18 )  
 
Praça do Cruzeiro
Localizada na área central de Brasília, a Praça do Cruzeiro proporciona uma bela vista, já que não há muitas construções em volta. O espectador tem uma visão aberta do fim do dia, com o sol se pondo na linha do horizonte. Em alguns dias da semana, food trucks animam a noite. Fica na Zona Cívico-Administrativa de Brasília, ao lado do Memorial JK.
O que tem lá: Estacionamento amplo / Food trucks (em dias alternados)
 







Correio Braziliense domingo, 19 de agosto de 2018

ELEITORES COBRAM EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA

Jornal Impresso



Correio Braziliense sexta, 17 de agosto de 2018

LULA SOFRE DUAS DERROTAS NA JUSTIÇA

 

Fora do debate e com recurso anulado:

Lula sofre duas derrotas na Justiça

Petista não poderá participar do debate presidencial de hoje e teve recurso

que poderia anular a condenação negado pelo STJ. Ministro Luís Roberto

Barroso foi confirmado como relator do registro de candidatura no TSE


 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará de fora do debate da RedeTV, às 22h de hoje. Um pedido apresentado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para que Lula participasse do evento foi rejeitado pelo ministro Sérgio Silveira Banhos, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não foi o único revés do petista na Justiça. A ministra Rosa Weber, presidente do órgão, decidiu que a relatoria do pedido de registro de candidatura dele na Corte Eleitoral ficará mesmo com o ministro Luís Roberto Barroso. Ao mesmo tempo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso da defesa que poderia resultar na anulação da condenação do petista e suspender a inelegibilidade.

Lula, preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, enfrenta até o momento sete pedidos para que candidatura seja indeferida pela Justiça Eleitoral. Uma dessas solicitações foi apresentada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, representando o Ministério Público Eleitoral. A procuradora, assim como os demais autores, lembra que o petista foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e não pode concorrer por não se enquadrar na Lei da Ficha Limpa. As ações relacionadas ao registro do ex-presidente receberam, inicialmente, dois relatores — o ministro Luís Roberto Barroso, que ficou responsável, inicialmente, pelo pedido de registro em si e por duas ações de impugnação (contestação) — e o ministro Admar Gonzaga.
 

Rosa não afastou Admar da relatoria das ações. A defesa de Lula questionou a participação de dois magistrados no caso. Barroso, então, solicitou que Rosa Weber decidisse se ele seria mantido como julgador. A ministra avaliou que ele deveria continuar na relatoria, o que não agrada ao PT.

No STJ, a 5ª Turma da Corte negou embargos de declaração apresentados pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula. Ele questionava uma decisão do tribunal que negou a suspensão da condenação que o cliente sofreu no TRF-4. O defensor pedia a realização de um novo julgamento, com a finalidade de colocar o petista em liberdade. As alegações eram de que os defensores não foram ouvidos durante o julgamento do recurso apresentado anteriormente.

Participação negada

Em mais um fracasso na Justiça, o TSE negou o pedido da defesa de Lula para que ele participe do segundo debate na televisão. Apesar de condenado a 12 anos de prisão, em segunda instância, e inelegível pela Lei da Ficha Limpa, o PT afirma que o ex-presidente goza de “todos os direitos inerentes aos candidatos ao cargo de Presidente da República, não podendo ser prejudicado no exercício de tais direitos, em razão da execução antecipada da pena, situação excepcional, e que tolhe sua liberdade de ir e vir”. O registro da candidatura de Lula foi pedido na quarta-feira no TSE.

Ao analisar o caso, o ministro Sérgio Banhos alegou que a situação de Lula está ligada à esfera criminal, e que o TSE não tem competência para deliberar nem mesmo “sobre o direito de ir e vir do requerente”. O magistrado escreveu que “carece esta Justiça especializada de atribuição constitucional e legal para intervir em ambiente carcerário, no qual em curso o cumprimento, ainda que provisório, de sanção penal, dispondo sobre a eventual utilização intramuros de aparato tecnológico que possibilite, para além de todas as demais questões jurídicas certamente envolvidas, a participação do segundo requerente (...)”.

O deputado Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República, é autor de uma das impugnações (contestações) da candidatura de Lula. A ação, em nome dele e do PSL, veio na tarde de ontem. O parlamentar afirma que “é de conhecimento geral que o candidato está inelegível, por ter sido condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e pelo juiz Sérgio Moro”. Por isso, deve ter o pedido de registro de candidatura negado. Também ontem, o Partido Novo fez a mesma solicitação, pedindo que PT seja impedido de fazer campanha para o ex-presidente.

Dodge pede retomada de pena

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu, ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que o deputado João Rodrigues (PSD-SC) retome o cumprimento da pena. A medida foi suspensa há dois dias por decisão liminar do ministro Rogério Schietti, do STJ. O parlamentar foi condenado por fraude e, desde fevereiro de 2018, cumpria pena em regime semiaberto na Papuda. A prisão foi determinada após o político ter condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).



Correio Braziliense quinta, 16 de agosto de 2018

BOLSONARO É O PREFERIDO DOS BRASILIENSES

 

 
 
 
O candidato à Presidência Jair Bolsonaro, do PSL, lidera as intenções de voto dos brasilienses, tanto na pesquisa espontânea quanto no levantamento estimulado. O capitão reformado do Exército aparece à frente dos adversários em dois cenários: com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa e também na simulação em que o petista é substituído pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
 
 
Na pesquisa estimulada em que houve a inclusão do ex-presidente, Jair Bolsonaro está à frente com 27% das intenções de voto. Lula aparece em seguida, com a preferência de 19,8% dos eleitores, e Marina Silva, da Rede, ocupa a terceira colocação, com 11,7% dos votos dos eleitores moradores do Distrito Federal.
 
Em quarto lugar, está o candidato do PDT, Ciro Gomes, que figura na pesquisa com 7,4% das intenções de voto. O pedetista é seguido por Geraldo Alckmin (PSDB) que, segundo a pesquisa do Instituto Opinião Política, encomendada pelo Correio Braziliense, teria 6,3% dos votos, se a eleição fosse hoje.
 
O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, candidato do MDB, é o preferido de 1,9% dos eleitores de Brasília e Álvaro Dias (Podemos) foi citado por 1,8% dos entrevistados da pesquisa.
 
 
João Amôedo, representante do Partido Novo na corrida pelo Palácio do Planalto, tem 1,6% das intenções de voto. Já o deputado federal Cabo Daciolo, do Patriota, recebeu a preferência de 0,8% do eleitorado.
 
O candidato do PSol à Presidência da República, Guilherme Boulos, aparece no levantamento com 0,6% das intenções de voto, seguido por João Goulart Filho, do PPL, com 0,5%. Completam a lista a representante do PSTU na disputa, Vera Lúcia, com 0,4%, e José Maria Eymael (DC), com 0,3%. No total, 5,9% dos eleitores consultados pelo instituto não souberam avaliar qual o candidato de sua preferência. Os votos brancos e nulos somaram 14,0%.
 
 
Jornal Impresso



Correio Braziliense segunda, 13 de agosto de 2018

SAIDÃO REVOLTA FAMÍLIAS DE VÍTIMAS E PREOCUPA A POLÍCIA

 

Saidão revolta famílias de vítimas e preocupa a polícia

 

Assaltante que fez mãe e filho reféns, roubou um carro e provocou o acidente que matou duas pessoas na Asa Sul cumpria pena por roubo, mas foi liberado para passar o Dia dos Pais em casa

"Pior ainda é saber que, nos próximos feriados, isso pode acontecer novamente, com outras famílias. Não foi a primeira nem será a última vez%u201D, desabafou Pedro Luís Pereira. Ele é cunhado de Gizelda da Silva Mota, de 39 anos, que morreu, no sábado, num grave acidente. O motorista da Kombi em que Gizelda estava, Márcio Barbosa de Oliveira, 52, também faleceu. O acidente foi causado por Paulo Brás de Oliveira Júnior, 23. Condenado a 8 anos e 5 meses de prisão, Paulo cumpria pena em regime semiaberto e foi beneficiado no Saidão do Dia dos Pais. Voltou a cometer crimes: assaltou na Asa Sul e tomou uma mulher e o filho dela como reféns, fugindo no carro das vítimas, uma Pajero. Perseguido pela PM, o veículo bateu num Ecosport %u2014  cinco pessoas que estavam no carro ficaram feridas, uma em estado grave %u2014 que atingiu a Kombi. A tragédia expôs a fragilidade da concessão desse tipo de privilégio a presos. Diretor do Departamento de Polícia Circunscricional da Polícia Civil do DF, Jeferson Lisboa diz que o caso é preocupante. %u201CO fato é que, quando ocorre essa espécie de saidão, aumenta-se o índice da criminalidade de uma maneira geral%u201D, diz o delegado.  ( Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)

 

Assaltante que fez mãe e filho reféns, roubou um carro e provocou o acidente que matou duas pessoas na Asa Sul cumpria pena por roubo, mas foi liberado para passar o Dia dos Pais em casa "Pior ainda é saber que, nos próximos feriados, isso pode acontecer novamente, com outras famílias. Não foi a primeira nem será a última vez%u201D, desabafou Pedro Luís Pereira. Ele é cunhado de Gizelda da Silva Mota, de 39 anos, que morreu, no sábado, num grave acidente. O motorista da Kombi em que Gizelda estava, Márcio Barbosa de Oliveira, 52, também faleceu. O acidente foi causado por Paulo Brás de Oliveira Júnior, 23. Condenado a 8 anos e 5 meses de prisão, Paulo cumpria pena em regime semiaberto e foi beneficiado no Saidão do Dia dos Pais. Voltou a cometer crimes: assaltou na Asa Sul e tomou uma mulher e o filho dela como reféns, fugindo no carro das vítimas, uma Pajero. Perseguido pela PM, o veículo bateu num Ecosport %u2014 cinco pessoas que estavam no carro ficaram feridas, uma em estado grave %u2014 que atingiu a Kombi. A tragédia expôs a fragilidade da concessão desse tipo de privilégio a presos. Diretor do Departamento de Polícia Circunscricional da Polícia Civil do DF, Jeferson Lisboa diz que o caso é preocupante. %u201CO fato é que, quando ocorre essa espécie de saidão, aumenta-se o índice da criminalidade de uma maneira geral, diz o delegado.

 

Jornal Impresso

 








Correio Braziliense sexta, 03 de agosto de 2018

PAPA FRANCISCO INTRODUZ NO CATECISMO QUE A PENA DE MORTE É INADMISSÍVEL

 

Papa introduz no catecismo que a pena

de morte é 'inadmissível'

Em anúncio, o papa afirmou que a Igreja ensina, à luz do Evangelho,

que a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a

inviolabilidade e a dignidade da pessoa


AF Agência France-Presse
postado em 02/08/2018 08:42 / atualizado em 02/08/2018 09:07
 
(foto: Andreas Solaro/AFP)
 
Cidade do Vaticano, Santa Sé - O papa Francisco adotou uma medida histórica ao modificar o catecismo da Igreja Católica para declarar "inadmissível" a pena de morte e incluir um compromisso de lutar contra a mesma em todo o mundo.
 
 
Jornal Impresso

 

 




Correio Braziliense terça, 31 de julho de 2018

MORRE O JORNALISTA ARI CUNHA, VICE-PRESIDENTE DO CORREIO BRAZILIENSE

 

Morre o jornalista Ari Cunha, vice-presidente institucional do Correio

Pioneiro da notícia, Ari Cunha, 91 anos, acompanhou a rotina e lutou por uma capital melhor por 58 anos na coluna Visto, Lido e Ouvido

CB Correio Braziliense

postado em 31/07/2018 07:54 / atualizado em 31/07/2018 08:55

Ari Cunha, 91 anos: vida dedicada ao jornalismo(foto: Iano Andrade/CB/D.A Press - 17/5/13)


O jornalista e vice-presidente institucional do Correio Braziliense Ari Cunha morreu durante a madrugada desta terça-feira (31/7), aos 91 anos. Segundo uma das filhas do jornalista, Circe, Ari Cunha faleceu em casa após sofrer falência múltipla de órgãos devido à idade e às condições de saúde dele. O velório está previsto para a manhã desta quarta-feira (1°/8) e o sepultamento, para às 17h, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.

Pioneiro da notícia, Ari Cunha acompanhou a rotina e lutou por uma capital melhor por 58 anos na coluna Visto, Lido e Ouvido, primeiramente no jornal impresso e depois em um blog na internet. É provavelmente, a coluna mais longeva da imprensa brasileira. Ao longo dos anos, o instrumento serviu para defender, provocar e inspirar moradores e governantes da capital brasileira.

 Ver galeria . 10 FotosBanner de homenagem ao vice-presidente do Correio Braziliense Ari Cunha(foto: Paula Carvalho/Esp. CB/D.A Press )



Filho de Eva e Raimundo Gomes de Pontes Cunha, José de Arimathéa Gomes Cunha nasceu em 22 de julho de 1927, na cidade cearense de Mondubim. Ele descobriu ainda criança a habilidade para a escrita e a para a notícia. Aos 16 anos, em 1944, foi contratado como revisor da Gazeta de Notícias, de Fortaleza, e, depois, trabalhou no jornal Estado.

 A bordo de um navio, deixou a Região Nordeste em 1948 em direção ao Rio de Janeiro, onde começou carreira no Bureau Interestadual de Imprensa e no International News Service. Por muito tempo, escreveu a crônica política para vários jornais representados pelo escritório. Trabalhou com Carlos Lacerda, Joel Silveira, Heráclito Sales, Paula Job, Prudente de Moraes Neto, Etiene Arregui Filho, Irineu Sousa e outros destacados jornalistas da época.

Missão com o Correio Braziliense

A experiência na cobertura também valeu a convivência com políticos de peso, como João Mangabeira, Luiz Viana Filho, Café Filho, José Bonifácio de Andrada, Bias Fortes, Israel Pinheiro, Juscelino Kubitschek. Contratado pela New Press, chefiou a redação em São Paulo durante 10 anos, antes de se transferir para o Última Hora, ao lado de Josimar Moreira de Melo e Samuel Wainer, onde desenvolveu o conhecimento da parte técnica de jornais. Em julho de 1959, passou a fazer parte dos Diários Associados, ajudado pelo amigo Paulo Cabral e contratado por Edilson Cid Varela, gerente do periódico O Jornal. A Ari Cunha foi confiada a reforma da Folha de Goiaz, em Goiânia, onde permaneceu até setembro.

Uma vez na Região Centro-Oeste, a ele foi incumbida a missão de vir a Brasília para estabelecer na nova capital o Correio Braziliense e a TV Brasília. Em 1981, Ari Cunha foi eleito condômino dos Diários Associados. Além da vida intensa na imprensa, ele investiu na vida pública. Em 1961, presidiu a Comissão de Incentivo à Iniciativa Privada, ligada diretamente ao gabinete do então prefeito de Brasília, Paulo de Tarso Santos, ao tempo de Jânio Quadros na Presidência da República. 

Entre 1986 e 1987, atuou como vice e presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), durante o governo de José Aparecido de Oliveira. Em 1990, assumiu o cargo de vice-presidente dos Diários Associados, cargo que ocupava até hoje. Do casamento com a professora de enfermagem Maria de Lourdes Lopes Cunha, o jornalista teve quatro filhos: Ari, Eliana, Raimundo e Circe.




Correio Braziliense sábado, 28 de julho de 2018

CRIANÇAS E ADOLESCENTES VENEZUELANOS REFUGIADOS NO DF VÃO PARA A ESCOLA

 

Crianças e adolescentes venezuelanos refugiados no DF vão para a escola

Doze famílias que deixaram o país sul-americano, mudaram-se para Roraima e foram transferidas a Brasília na terça-feira

 
 
 postado em 28/07/2018 08:00 / atualizado em 27/07/2018 22:52
Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press

 

Treze das 22 crianças e adolescentes do grupo de venezuelanos refugiados em Brasília conseguiram vagas na rede pública do Distrito Federal e começarão a estudar a partir de segunda-feira. A notícia foi anunciada na manhã de ontem, pela Secretaria de Educação, às 12 famílias que deixaram o país sul-americano, mudaram-se para Roraima e foram transferidas a Brasília na terça-feira. Esses 50 imigrantes ficarão abrigados em quatro casas da entidade Aldeias Infantis SOS, na Asa Norte, pelo menos até o fim do ano.
 
 
Fora esses 13 jovens, nove crianças menores de 3 anos ainda não terão os estudos garantidos na capital federal. Elas entrarão na fila para uma das 14.559 vagas nos 108 Centros de Educação da Primeira Infância (CEPIs) e nas unidades parceiras conveniadas que recebem bebês nessa faixa etária. Quase a metade dessas instituições têm condição para receber apenas oito crianças por sala. Os pequenos permanecem nas creches durante 10 horas e recebem cinco refeições por dia.
 
Além de conseguir emprego, a preocupação das mães e pais é garantir o acesso à educação para os filhos. Para a recreadora Jormary Escalona, 21 anos, a vaga garantida à filha de 4 anos resultou em alívio. Em Roraima, a criança não estudava, porque não tinha documentação. “Na Venezuela já era bem difícil. Minha filha estudava em uma escola pública que não tinha comida. Ficava das 7h às 16h e não davam nada. Os pais precisavam levar materiais e alimentos”, comenta. A expectativa de Jormary, agora, é de arranjar um emprego o quanto antes. “Deixei meus avós e pais lá e vim para dar um jeito de ajudá-los. As pessoas estão ganhando bem pouco. Por isso, quero seguir trabalhando aqui.”
 
Ontem, funcionários da Secretaria de Educação estiveram na Aldeias Infantis SOS para conversar com as famílias, tabular dados e descobrir o nível educacional das crianças e adolescentes. Segundo o secretário de Educação, Júlio Gregório Filho, mesmo que a disponibilidade de vagas seja maior na regional do Plano Piloto e Cruzeiro, existe a possibilidade de que crianças com menos de 3 anos não consigam matrículas imediatamente. “É a primeira vez que temos um grupo de estrangeiros que requer adaptações em termos de idioma e do sistema de ensino. Não temos condições de assegurar as inscrições de imediato, porque não podemos criar uma situação de privilégio”, afirma. “O que vamos tentar fazer é otimizar o atendimento deles, até pela questão do deslocamento e do pertencimento. Para que eles reconheçam alguns pares dentro da unidade escolar, vamos tentar distribuí-los entre três escolas, no máximo”, completa.
 

Dificuldades

Em entrevista ao Correio na quarta-feira, Gimelsón José Corsega, 42, e a mulher, Rosimar Yanet Marin, 38, demonstraram preocupação quanto à educação dos filhos, de 15 e 3 anos. O mais velho faz parte do grupo que começa a estudar na segunda-feira. O adolescente cursava o 3º ano do segundo grau na Venezuela e o menor frequentava o maternal no país vizinho. Nenhum dos dois chegou a estudar em Roraima.
 
Mesmo com as dificuldades do idioma, o pai, que trabalhava em uma indústria petroleira na Venezuela, acredita que os filhos se adaptarão bem ao novo país. “O mais velho fala e entende bastante a língua portuguesa. Ele conversava com militares que trabalhavam nos abrigos e falavam português e espanhol. O pequeno fala algumas coisas, mas também entende bem. Acho que, interagindo na escola, ele aprenderá mais.” 
 
Gilmelsón acrescenta que algumas das famílias estão se adaptando para cuidar das crianças que não conseguirem entrar na escola por enquanto. “Entramos em acordo e, quando alguém conseguir emprego, os demais cuidarão dos filhos da pessoa”, detalha.
 

Para saber mais

Critérios de prioridade
Para garantir uma vaga nas creches vinculadas à Secretaria de Educação do Distrito Federal, os pais das crianças de até 3 anos precisam cadastrá-las na fila de espera. O atendimento leva em consideração critérios de prioridade, e não a ordem de chegada. As famílias ganham pontuação de acordo com cada um deles. O pai ou responsável que ganha até um salário-mínimo, por exemplo, registra 25 pontos, enquanto aquele com rendimento superior a quatro salários tem 10. Famílias beneficiárias de programas sociais, crianças em situação de vulnerabilidade ou em condição de risco nutricional marcam 20 pontos. Outros critérios, como tempo na fila de espera, também são avaliados.

Correio Braziliense quinta, 26 de julho de 2018

NEYMAR TEM DESEMPENHO SUPERIOR A INDICADOS PARA MELHORES DO MUNDO

MELHORES DO MUNDO

Neymar tem desempenho superior a indicados ao prêmio de melhor do mundo

Fora da lista dos 10 melhores do mundo, Neymar paga o preço pela Copa ruim e por ter virado piada após simular faltas

 Victor Gammaro /Correio Braziliense

 postado em 25/07/2018 10:42 / atualizado em 25/07/2018 14:52

   
AFP/Benjamin Cremel

 

Após cinco anos, o Brasil não tem nenhum representante na lista dos 10 melhores jogadores do mundo da Fifa. Neymar — camisa 10 da Seleção Brasileira e principal craque do país no momento — ficou fora da relação. Porém, nas estatísticas da temporada dos clubes, o atacante do Paris Saint-Germain se destacou mais do que alguns finalistas divulgados pela entidade máxima do futebol.
 
 
A Copa do Mundo, claro, teve um peso preponderante na ausência de Neymar. O atacante, além do desempenho abaixo do esperado no torneio, virou chacota internacional por simular faltas. De quebra, o Brasil acabou eliminado nas quartas de final pela Bélgica. Na lista da Fifa, foram priorizados nomes que deixaram melhor impressão na Rússia.
 
Na temporada 2017/2018, o brasileiro disputou apenas 30 jogos pelo Paris Saint-Germain. O número baixo se deu pela lesão sofrida no quinto metatarso do pé direito, em fevereiro, que deixou o craque longe dos gramados até junho.
 
Quando esteve em campo, Neymar foi decisivo para o time parisiense. Nas 30 oportunidades, marcou 28 gols e distribuiu 16 assistências para companheiros. Mbappé, por exemplo, jogou mais 16 vezes e fez “apenas” 21 gols, além de 15 toques para gols de outros atletas do PSG.
 
Juntos, eles foram campeões franceses e das duas Copas nacionais. Pesou para o jovem europeu o desempenho na Copa do Mundo, com o título e com a escolha de melhor jogador jovem do torneio, além da exibição de gala diante da Argentina, nas oitavas de final.

Inconsistência

De acordo com os números na temporada com a equipe francesa, Neymar participou diretamente de 44 gols do time. Além de superar Mbappé, o retrospecto do brasileiro é superior ao de Kevin De Bruyne (33 participações em 52 jogos), Eden Hazard (30/52) e Modric (10/43) e se iguala ao de Griezmann, sendo que o jogador do Atlético de Madri jogou 19 partidas a mais que Neymar.
 
Apesar de não estar tão cotado como nos últimos anos, Lionel Messi foi quem mais participou de gols pelo seu clube entre os 10 selecionados da Fifa. O argentino esteve diretamente envolvido em 63 tentos anotados pelo Barcelona na temporada, tudo isso nas 54 vezes em que esteve em campo.
 
Em termos de títulos, também há inconsistência na ausência de Neymar na relação divulgada pela Fifa. Basta notar que Harry Kane não conquistou nada com o Tottenham na temporada. Ele, porém, foi artilheiro da Copa do Mundo, com seis gols. Eden Hazard, caso permaneça no Chelsea, nem sequer participará da próxima Liga dos Campeões, no entanto, colecionou boas atuações na Rússia, levando a Bélgica ao terceiro lugar inédito.
 
Vencedor da Liga dos Campeões e da Copa no mesmo ano, Raphael Varane aparece como azarão entre os escolhidos. O zagueiro tenta repetir Fabio Cannavaro, em 2006, que conquistou a honraria individual após levantar a taça de campeão do mundo com a Itália.

 


Correio Braziliense quarta, 25 de julho de 2018

MARTA É INDICADA A PRÊMIO DA FIFA E BUSCA O SEXTO TROFÉU DE MELHOR DO MUNDO

Marta é indicada a prêmio da Fifa e busca sexto troféu de melhor do mundo

Pela 14ª vez na carreira, brasileira está entre finalistas ao prêmio

 Estadão Conteúdo

 postado em 24/07/2018 10:44 / atualizado em 24/07/2018 11:20

Orlando Pride/Divulgação
 
Atualmente no Orlando Pride, dos EUA, Marta está entre dez finalistas ao prêmio da Fifa
 
 

A brasileira Marta foi indicada nesta terça-feira pela Fifa à lista das dez finalistas ao prêmio de melhor jogadora do mundo. Atualmente no Orlando Pride, dos Estados Unidos, a camisa 10 do Brasil foi selecionada ao prêmio pela 14ª vez e tentará faturar seu sexto troféu.
 
A cerimônia de premiação acontecerá em 24 de setembro, em Londres, e terá um nome diferente em relação aos dois últimos anos. Isso porque nem a vencedora de 2017, a holandesa Lieke Martens, nem detentora do troféu de 2016, a norte-americana Carli Lloyd, estão entre as dez finalistas.

Uma das favoritas ao troféu é a dinamarquesa Pernille Harder, que atua pelo Wolfsburg. Ela já venceu por duas vezes o prêmio de melhor jogadora da Uefa, mas nunca levou o troféu da principal entidade do futebol.

O Lyon domina a lista de nomes indicados com cinco jogadoras. O time francês é o atual detentor do título da Liga dos Campeões - bateu o Wolfsburg por 4 a 1 na final deste ano. Da melhor equipe europeia na atualidade foram selecionadas a norueguesa Ada Hegerberg, a japonesa Saki Kumagai, a alemã Dzsenifer Marozsan, além das francesas Amandine Henry e Wendie Renard. 

A lista das selecionadas foi definida por especialistas definidos pela Fifa. A votação para a escolha do melhor jogadora começará nesta terça-feira e vai até 10 de agosto. Os torcedores podem votar pelo site da principal entidade do futebol.

Ainda haverá outros três grupos de votantes: jornalistas escolhidos pela Fifa, além dos técnicos das seleções e seus respectivos capitães. O período analisado das jogadoras vai de 7 de agosto de 2017 até 24 de maio de 2018, data em que foi realizada a final da Liga dos Campeões. A indicação dos três finalistas será feita no início de setembro.

Correio Braziliense terça, 24 de julho de 2018

COTAS DIFERENCIAM GÊMEAS NO VESTIBULAR DA UnB

 

Cotas diferenciam gêmeas no vestibular da UnB

Carina Bastos não se enquadrou nas vagas previstas a estudantes de escola pública, enquanto Marina, irmã que estudou no mesmo colégio, foi aprovada. Juiz determinou a matrícula da candidata, mas Cebraspe alega falta de documentação

MarÍlia Lima/Esp. CB/D.A Press

 

Duas irmãs gêmeas brasilienses alegam incoerência no processo de aprovação e matrícula no curso de medicina veterinária na Universidade de Brasília (UnB). Carina Bastos da Costa Soares e Marina Bastos da Costa, 21 anos, buscaram vagas na universidade para o segundo semestre de 2018, por meio do vestibular tradicional da UnB. Ambas pretendiam usar o sistema de cotas, em função de terem estudado durante todo o ensino médio em escola pública — o Colégio Militar de Brasília. Marina foi enquadrada no sistema específico de cotas, mas a irmã terminou no sistema universal.
 


Por meio da cota, Marina Bastos foi aprovada em segunda chamada para o curso que pretendia e foi devidamente inscrita ontem, último dia de registro. Carina Bastos, por sua vez, ainda que tenha obtido notas melhores do que a irmã, não conseguiu a vaga para o mesmo curso. Somadas as provas de conhecimento, Carina teve 111.164 pontos. A irmã, 28.473.

A família entrou com uma liminar na 17ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do DF, deferida pelo juiz Rodrigo Parente Paiva em 12 de julho, que determinou a matrícula de Carina. “Não há argumentos jurídicos no caso, tendo em vista que, consoante aos autos, é possível observar que sua irmã idêntica restou enquadrada como cotista, enquanto a impetrante ficou de fora de tal lista”, atestou o juiz na sentença. Para ele, houve comportamento contraditório da comissão avaliadora.


Impedimentos

Ainda assim, a Universidade de Brasília estaria criando dificuldades para a matrícula da jovem, segundo a família. “A UnB está promovendo vários empecilhos. Estamos reportando ao juiz a falta de cumprimento da determinação”, diz Dacy dos Santos Ribeiro, funcionária pública mãe das gêmeas.

O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) afirma não ter recebido a comprovação de conclusão do ensino médio de Carina Bastos, documento que atestaria que ela, assim como a irmã, estudou em colégio público. Desse modo, fica impedida a matrícula da aluna. Em nota, o Cebraspe garante que a “candidata Carina Bastos não apresentou documentação exigida para concorrer no Sistema de Cotas para Escolas Públicas conforme regras do edital do Vestibular da Universidade de Brasília (UnB) e, por isso, o indeferimento para essa condição”. “Sua irmã, Marina Bastos, enviou a documentação e obteve a homologação desta no Vestibular de 2016 da UnB e, conforme item 4.3.3 do edital de 2018, teve sua condição para concorrer no sistema de cotas para escolas públicas neste ano automaticamente aceita”, informou o texto.

Dacy dos Santos sustenta que a documentação foi entregue na mesma ocasião pelas duas estudantes, quando elas prestaram o vestibular de 2016 da instituição. O item citado pelo Cebraspe garante que, nos casos em que a condição de cotista do candidato foi homologada em vestibular anterior, não há a necessidade de nova comprovação.

“Eu me sinto muito mal por toda a situação, acho que tenho o direito de entrar na UnB. Eu tenho nota para isso”, lamenta Carina Bastos. “O Cespe precisa esclarecer por que uma filha está inscrita dentro do sistema de cotas e outra, não. Procuramos o Cespe, mas ninguém nos esclarece a situação”, diz a mãe da jovem. Para Dacy, é inadmissível a diferença, dado que são idênticas e vieram das mesmas condições sociais.

Fernanda Alves Pereira, advogada da estudante no caso, sustenta que os critérios e procedimentos da universidade são confusos. “Carina fez a inscrição na categoria de cotas para estudantes de escola pública, na qual ela se encaixava, e mostrou a devida documentação. O nosso posicionamento é de que a UnB fica completamente inerte à situação, não sendo clara no processo e não liberando a matricula”, afirma.


Correio Braziliense domingo, 22 de julho de 2018

NEYMAR REBATE CRÍTICAS: TENHO MAIS MOTIVOS PARA ESTAR FELIZ DO QUE TRISTE

 

Neymar rebate críticas: "Tenho mais motivos para estar feliz do que triste"

Na segunda aparição após a Copa do Mundo, Neymar fala sobre a eliminação para a Bélgica e diz ter costas largas para aguentar as crísticas

 Maria Eduarda Cardim - Especial para o Correio

 postado em 21/07/2018 18:43 / atualizado em 21/07/2018 19:29

   
Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool

 

Praia Grande-SP - Na segunda aparição após a eliminação na Copa do Mundo de 2018, o atacante Neymar Jr. se pronunciou sobre as críticas que recebeu na atuação pelo Mundial da Rússia. O atacante se diz acostumado com o julgamento e reafirmou que tem "as costas largas" para aguentar o peso dos comentários. 
 
"O mundo não acaba, eu tenho de seguir, tenho meu filho, tenho minha família e eu não posso ficar triste, porque eles podem me ver assim. Tenho muito mais motivos para estar feliz do que triste", respondeu ao Correio, na zona mista, após o evento Neymar Jr's Five, neste sábado (21/7), em Praia Grande-SP. 
 
Sobre a eliminação para a Bélgica por 2 x 1 na Copa do Mundo, o atacante disse estar triste. "Claro que tenho motivos para estar triste; é um sonho que se acabou e que está distante, porque é daqui a quatro anos", declarou o atacante, que também ressaltou ter motivos para ser feliz. 
 
Neymar, que só falou com a imprensa uma vez durante a Copa do Mundo, ressaltou que enfrenta críticas desde o ínicio da carreira. "Eu não comecei a jogar futebol ontem. Estou acostumado com tudo isso. Sei que quando se perde as coisas caem nas minhas costas", afirmou. Depois aproveitou para destacar que chegou longe e está feliz com isso. "Tudo que eu fiz até agora, não acho que está errado", avaliou.














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