Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)
Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.
Correio Braziliense quinta, 07 de julho de 2022
DIA DO MUNDO DO CHOCOLATE: VEJA 10 LUGARES NO DF PARA COMER O *DOCE PRAZER*
Dia do Mundo do Chocolate: veja 10 lugares no DF para comer o "doce do prazer"
Está precisando de uma dose extra de serotonina para aguentar a semana? O Correio preparou uma lista com pratos que levam o doce mais popular do país
DO
Débora Oliveira
postado em 07/07/2022 06:00
Recheada com doce de leite e acompanhada de sorvete de paçoca, a torta de chocolate do Sagrado Mar é de dar água na boca - (crédito: Divulgação )
É fã de chocolate? Sabia que além de trazer diversos benefícios para a saúde, ele também tem uma data mundial dedicada só para ele? O Dia Mundial do Chocolate é celebrado nesta quinta-feira (7/7), considerado um dos mais divinos prazeres da vida, o doce tem suas raízes há mais de 3 mil anos, quando era cultivado pelos astecas e maias, que plantavam sementes do cacaueiro e produziam uma bebida amarga conhecida como xocoaultl, temperada com pimenta e especiarias.
No século XVII o chocolate ficou conhecido mundialmente e a sua rápida popularização pode ter relação direta com as reações químicas que o doce causa, incitando um sabor bem agradável e característico. Fonte de cafeína e teobromina, o chocolate pode funcionar como estimulante, além de aumentar a produção do neurotransmissor serotonina, que é um dos responsáveis por sensações de prazer e bem-estar. Por essas e outras qualidades, Larissa Cerqueira, nutricionista especializada em transtornos alimentares, explica que o alimento pode ser facilmente recomendado como um doce a ser consumido regularmente, contanto que seja de forma moderada.
“Do ponto de vista da qualidade nutricional é bem comum a ideia de que somente os chocolates ricos em cacau, com percentuais acima de 70%, pobres em leite, açúcar e outros ingredientes seriam saudáveis, mas é importante salientar que assim como todo doce, ele merece ser desfrutado com equilíbrio, a partir de quantidades moderadas e pautado no princípio do comer com atenção plena”, explica a nutricionista Larissa.
Assim como no mundo todo, em Brasília, o chocolate é umas das guloseimas mais apreciadas. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), a iguaria teve um crescimento no mercado brasileiro de cerca de 44% em 2021. Para celebrar a data, restaurantes de todos os tipos preparam pratos especiais para adoçar o paladar. E que tal se deliciar com receitas que tem como destaque o produto que a gente tanto ama? O Correio separou algumas opções e vai ser dificil terminar essa lista sem vontade de comer pelo menos um chocolatinho.
Sagrado Mar
No Sagrado Mar, localizado na QI 17 do Lago Sul, a opção é a Torta de Chocolate (R$ 32), recheada com com doce de leite e acompanhada de sorvete de paçoca — confira a imagem no início da matéria.
Surf Bar Mormaii
Sushi de chocolate - Surf Bar Mormaii(foto: Divulgação)
O Surf Bar Mormaii, no Pontão do Lago Sul, às margens do Lago Paranoá, criou uma sobremesa exclusiva para a data: o Sushi de Chocolate (R$ 32,90), preparado com recheio de brownie, calda de chocolate meio amargo e castanha de caju.
Almería
Cacau ao cubo - Almería(foto: Marcus Oliveira)
No Almería, localizado no Clube de Golfe, a sugestão é o Cacau ao Cubo (R$ 36), o prato é preparado com texturas e intensidades diversas de cacau com chantilly de laranja e sorvete de chocolate da casa.
Bla´s Cozinha Criativa
Textura de chocolate - Blas(foto: Divulgação)
O Blas Cozinha de Culturas, localizado na 406 da Asa Norte, oferece o prato texturas de chocolate (R$36,90), preparado com ganache quente, mousse da vovó gelado, nougat de amendoim, marquise de chocolate, frutas vermelhas, crumble de cacau e tuille.
Arena Dudu Camargo
Cheesecake de Brownie - Arena(foto: Agência Flow)
Com referências ao mundo dos esportes e à culinária americana, o Arena Dudu Camargo apresenta o Cheesecake de brownie e morango com sorvete de baunilha (R$ 19,90), uma releitura da clássica torta de queijo, mas com toque de chocolate e o frescor da fruta.
Santé 13 & Santé Lago
Bolo quente - Santé 13(foto: Davi Fernandes)
Localizado na 413 da Asa Norte e na orla da ponte JK, o Santé oferece o Colo Quente (R$ 39), um bolo quente de chocolate com calda de brigadeiro, chantilly salpicado com castanhas de caju e sorvete de creme.
Italianissimo
Panna Cotta - Italianissímo(foto: Divulgação)
No Italianissimo, localizado na 412 da Asa Norte, a dica é a panna cotta de chocolate meio amargo com calda de framboesa (R$ 29,90).
Cantón Peruvian & Chinese Food
Bolo de Chocolate - Cantón(foto: Divulgação)
No Cantón Peruvian & Chinese Food, no Brasília Shopping, a pedida é o Bolo de Chocolate (R$ 29), servido com sorvete de paçoca e praliné de amendoim, a sobremesa serve até duas pessoas.
Blend Boucherie
Panna Cotta - Blend Boucherie(foto: Facundo)
No Blend Boucherie, localizado na 412 da Asa Norte, a dica é a panna cotta de chocolate branco com calda de frutas (R$ 26,90).
Dudu Bar
Amigo da Onça - Dudu Camargo(foto: Lucila Camargo)
Para o Dia do Chocolate, o Dudu Bar, localizado 303 da Asa Sul, apresenta o Amigo da Onça (R$ 29,97), um brownie caseiro acompanhado de sorvete de creme com calda de frutas vermelhas e morango, amora e framboesa, aliando o sabor intenso de chocolate do brownie com o cítrico adocicado das frutas.
Gostou das indicações? Confira abaixo onde encontrar cada uma das delícias da lista.
Sagrado Mar
Endereço: SHIS QI 17, bloco G, sala 201 – Ed. Fashion Park – Lago Sul Contatos: (61) 3202-3256 ou (61) 99197-1287 (whatsapp) Funcionamento: Terça-feira a sábado, almoço e jantar – 12h às 15h30 e 19h às 00h. Domingo apenas almoço – 12h às 15h30
Surf Bar Mormaii
Endereço: SHIS QL 10, Lote 1/30 – Pontão Lago Sul Contatos: 61 3364.0580 - pontão@pontaodolagosul.com.br
Almería
Endereço: Clube de Golfe – Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Lote 02 Funcionamento: Terça-feira a quinta-feira, das 12h às 16h. Das 19h às 23h Sexta-feira e sábado, das 12h às 23h - Domingo, das 12h às 17h Contato: (61) 99337-8338
Bla´s Cozinha Criativa
Endereço: CLN 406 Bloco D Loja 38 Contato: (61) 3879-3430 Funcionamento: Terça a sábado das 12h às 16h; Quarta a sábado das 19h às 23h; e Domingo das 12h às 16h.
Endereço: CLN 413 Bloco A Loja 40 e Orla da ponte JK Contato: (61) 3037-2132 Funcionamento: Segunda a quarta-feira: das 12h às 23h. Quinta-feira: das 12h à 0h - Sexta-feira e sábado: das 12h à 1 - Domingo: das 12h às 17h
Italianíssimo
Endereço:CLN 412 Norte, Bloco B Contato: (61) 3964-4442 Funcionamento: de terça a quinta das 12h às 15h e das 18h30 às 23h / Sexta e Sábado das 12h às 16h e das 18h30 à 0h e domingo das 12h às 16h e das 18h30 às 23h.
Cantón Peruvian & Chinese Food
Endereço: Brasilia Shopping – loja 88 Contato: (61) 3256-8798 Funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 11h45 às 15h30 e das 18h30 às 23h - Sábados, das 11h45 às 23h30 - Domingo, das 11h45 às 22h.
Blend Boucherie
Endereço: CLN 412 Norte, Bloco B Contato: (61) 3544-7444 Funcionamento: de terça a quinta das 12h às 15h e das 18h30 às 23h / Sexta e Sábado das 12h às 16h e das 18h30 à 0h e domingo das 12h às 16h e das 18h30 às 23h.
Dudu Bar
Endereço: SCLS 303 Bloco A Loja 03 - Asa Sul Contato:(61) 99341-0055 (Whatsapp) Funcionamento: Segunda a quarta-feira: 12h às 15h e 18h à 0h - Quinta-feira: 12h às 15h e 18h à 1h - Sexta-feira e sábado: 12h às 2h - Domingo: 12h às 17h.
Correio Braziliense quarta, 06 de julho de 2022
ENTRETENIMENTO: SHOW CAUSOS & VINHOS ACONTECE NA 306 SUL
A mineira de Uberlândia Larissa Vitorino canta e toca violão. Juntamente com Ana Lélia, que começou a carreira artística em São Paulo, elas idealizaram um programa de entretenimento no qual harmonizam música, conversa e vinho. Pela qualidade do trabalho e os elogios recebidos, a dupla recebeu convite da empresária do vinho Silvia Rejane para se apresentar quinta-feira, dia 7 de julho no espaço Más Vino, na 306 Sul.
Intitulado Causos & vinhos, o show terá início às 20h e contará com a participação especial do sommelier Tiago Pereira, que atua no restaurante Trattoria Da Rosario, no Lago Sul, mas nesta noite estará oferecendo seu profundo conhecimento sobre a bebida de Baco na bonita loja de vinhos da Asa Sul, em mais uma degustação musical. Reservas podem ser feitas pelo telefone: 98243-8778.
Correio Braziliense segunda, 04 de julho de 2022
ARTES CÊNICAS: TEATRO DULCINA LANÇA EDITAL PARA ARTISTAS E GRUPOS PARTICIPAREM DE FESTIVAL
Teatro Dulcina lança edital para artistas e grupos participarem de festival
Segunda edição do Festival Dulcina publica edital para fomentar o retorno pós-pandêmico dos grupos de teatro brasileiros
PA
Pedro Almeida*
postado em 04/07/2022 06:00
(crédito: Taís Castro)
O coração de Brasília volta a pulsar arte. O Teatro Dulcina convida, por meio de edital a ser publicado hoje, atores, grupos e espetáculos a dar vida ao palco da segunda edição do Festival Dulcina, previsto para ocorrer em novembro deste ano. As inscrições ficarão abertas até o dia 25 de julho e podem ser realizadas on-line no site www.festivaldulcina.com.br.
Em 4 de fevereiro de 1908, a cidade de Valença, no interior do Rio de Janeiro, recebia um espetáculo. A estrela, Dulcina de Moraes. Ainda no ventre da atriz Conchita de Moraes, a futura dama do teatro decidiu que a subida da mãe ao palco seria a hora oportuna de vir ao mundo. Impedida de atuar e com hospitalidade negada no hotel local, Conchita foi acolhida pela então Condessa de Valença, que a concedeu um casarão abandonado para ser o palco da peça armada pelo vindouro bebê. Em um colchão, rodeada por prestativos moradores, a mãe entrega a criança à luz que, como reza a lenda, chega ovacionada por uma salva de palmas. Nos 88 anos que se seguiriam, o teatro nunca mais seria o mesmo. As palmas, incessantes, prosseguiriam junto.
Com início precoce na arte, Dulcina atuou por grande parte da vida. A atriz, contudo, tinha uma visão holística do teatro que não se prendia somente ao ofício no palco. Em 1955, a Fundação Brasileira de Teatro (FBT) foi fundada no Rio de Janeiro pela artista. Em 1980, Dulcina percebeu que o quadrado no meio do mapa Brasileiro se assemelhava, em seu formato geométrico, a um gigante e inexplorado palco. Aqui, fincou bandeira no centro da cidade com a fundação do Teatro Dulcina de Moraes e a transferência da FBT, que posteriormente se tornaria a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. As cortinas da dama do teatro se fecharam em 1996, quando a artista morreu por complicações de uma diverticulite; o legado, contudo, com todas as glórias e desalentos, segue vivo e se manifesta na segunda edição do Festival Dulcina, marcado para novembro deste ano.
O festival
À frente do festival na posição de diretor geral, Cleber Lopes começou a carreira como aluno na Faculdade Dulcina. Nos idos de 2011, como funcionário da instituição, Lopes começou a desenhar a ideia do que, em 2018, se tornaria a primeira edição do Festival Dulcina: "Quando o Ministério Público tomou a administração da faculdade, eu me tornei presidente do conselho curador e fiquei no cargo de 2017 a 2019. Eu senti que era a hora de fazer o festival e tentei emplacar um projeto de patrocínio privado, que foi bem sucedido". Com o peso da aura de Dulcina pairando sob o festival, a primeira edição, que contou com nove espetáculos, foi exitosa: "Foi surpreendente e emocionante. Todas as pessoas que participaram, ao final do espetáculo, sempre agradeciam a participação e desejavam vida longa ao festival". O novato chegava com ares de veterano. "A gente percebeu que o festival já nasceu com a energia de evento consolidado", completa Cleber.
Inicialmente prevista para 2020, a segunda edição do festival teve de ser cancelada devido à chegada da pandemia de covid. O engavetamento do projeto, a qual Cleber se refere como o desmonte de um sonho, felizmente, chegou ao fim. Previsto para acontecer entre os dias 3 e 13 de novembro, o Festival Dulcina contará com 15 espetáculos, sendo 6 de Brasília e 9 de grupos nacionais. Para contemplar as vagas, um edital de chamamento será publicado hoje. A curadoria, comandada pelo ator e diretor André Amaro e pela atriz Eliana César, priorizará obras que tenham foco na poética corporal da presença física dos atores no palco, que teve ausência tão sentida no isolamento social. Das 15 vagas, uma é dedicada a espetáculos que contenham pessoas com deficiência. Além da celebração do teatro, o festival servirá, também, de vitrine para a Faculdade, que, entre problemas de gestão e desgastes pandêmicos, acabou ferida.
A faculdade
Vítima de uma gestão anterior desastrada, a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes estava financeiramente fragilizada quando, à porta da instituição, bateu a pandemia. O inevitável formato de aula remota, que ajudou o mundo da educação a seguir de forma paliativa, encontra ainda mais dificuldade em traduzir uma arte tão física quanto o teatro. Não havia outro jeito. "O que não tem remédio está remediado", desabafa Fernando Guimarães, professor da instituição. Ainda assim, com a evasão de alunos, o educador resolveu ter a visão otimista de ver o palco meio cheio: "Eu acho que conseguimos realizar grandes projetos no formato on-line". Fernando, bem como o corpo docente que leciona na instituição, assume que doses de amor pelo ideal da faculdade são necessárias para seguir em frente. "Eu sinto que eu tenho uma dívida com a faculdade", declara Guimarães.
"Foi a primeira vez que se falou de um teatro tipicamente brasiliense. Muitas pessoas incríveis passaram pela faculdade, que fica em um lugar de fácil acesso para todos. Vários atores nossos estão na televisão", afirma Fernando, quando perguntado sobre a importância do espaço para a capital. Aprendiz de Dulcina de Moraes, o professor recorre às memórias com a dama do teatro para reafirmar a própria missão: "Eu convivi com ela, fiz o curso com ela, foi minha professora. Ela é a maior influência na formação de quem sou hoje como professor. Muito é do aprendizado com ela". Em um exercício de imaginação, o educador projeta o que ela pensaria sobre a atual conjuntura da arte: "Ela [Dulcina] ficaria muito triste com o Brasil. Para ela, não existia nada fora da arte".
A cena teatral brasiliense, bem como a nova safra de atores locais, dão respaldo para que Fernando mantenha o olhar positivo e perseverante: "Temos inúmeros grupos com talentos muito diferentes. Nós temos aqui em Brasília um micro-organismo do que é o Brasil em questão de cultura". Em tom esperançoso, mas que transparece confiança, o arte-educador finaliza: "Se a gente não tiver uma visão otimista, quem vai ter? Eu estou lá há mais de vinte anos. Já tivemos crises antes e sempre a superamos. Não será diferente desta vez".
*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco.
Correio Braziliense domingo, 03 de julho de 2022
ENSINO SUPERIOR: AS 10 MELHORES CIDADES DO MUNDO ONDE ESTUDAR, SEGUNDO CONSULTORIA BRITÂNICA
As 10 melhores cidades do mundo onde estudar, segundo consultoria britânica; veja posições de SP e RJ
Para ser considerada, cada cidade deve ter uma população superior a 250 mil habitantes e abrigar pelo menos 2 universidades que já constam no ranking de universidades feito pela consultoria
postado em 02/07/2022 08:56 / atualizado em 02/07/2022 08:57
Reuters - Londres lidera o ranking feita por consultoria britânica -
Londres volta a liderar a lista das melhores cidades para estudantes internacionais, segundo a edição 2023 do ranking QS Best Student Cities, elaborado pela consultoria britânica QS.
São Paulo fica em 83º lugar na lista e o Rio de Janeiro apareceu pela primeira vez na publicação, em 121º.
A cidade mais favorável para os estudantes na América Latina é Buenos Aires (Argentina), que ocupa a 23ª posição.
Para ser considerada, cada cidade deve ter uma população superior a 250 mil habitantes e abrigar pelo menos duas universidades que já constam no ranking de universidades feito pela mesma consultoria.
Outros critérios levados em consideração são quantos alunos existem naquela cidade, quantos deles são internacionais e quão inclusiva é a cidade.
Também é avaliado se a cidade é segura, se o custo de vida e moradia é adequado para um estudante, assim como as oportunidades de emprego.
Apesar do alto custo de vida e moradia, a capital do Reino Unido está no topo da lista, diz a consultoria, por ser uma "cidade diversificada e culturalmente rica que oferece aos seus alunos desde museus de renome mundial a deliciosos restaurantes multiculturais".
A cidade abriga algumas das mais prestigiadas instituições acadêmicas do mundo, como o King's College London e a UCL (University College London).
Em segundo lugar fica Munique (Alemanha) e em terceiro, Seul (Coreia do Sul). As três cidades no pódio mantêm a mesma posição da última edição.
As 10 melhores cidades para estudantes, segundo a QS
- Londres, Reino Unido
- Munique, Alemanha
- Seul, Coreia do Sul
- Zurique, Suíça
- Melbourne, Austrália
- Berlim, Alemanha
- Tóquio, Japão
- Paris, França
- Sydney, Austrália
- Edimburgo, Reino Unido
Destaque entre as universidades brasileiras, a USP contribui para a inclusão de São Paulo no ranking
No Brasil
As duas cidades brasileiras que se classificaram ocupam posições na segunda metade do ranking, que tem ao todo 140 cidades.
São Paulo, no 83º lugar, tem seis universidades no ranking de melhores instituições da QS, com a USP (Universidade de São Paulo) sendo a mais bem colocada, em 115º lugar.
Além da USP, também estão no ranking da QS a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e outras três universidades com campi que tecnicamente ficam em outras cidades, mas com distâncias que são consideradas acessíveis pela publicação: Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e Unesp (Universidade Estadual Paulista).
A consultoria aponta que apenas 3% dos estudantes universitários em São Paulo são internacionais, mas que a metrópole é a capital "financeira e cultural do Brasil" e tem uma "oferta generosa" de universidades de qualidade internacional.
Entre os outros critérios que colocam São Paulo na 83ª posição estão:
- o custo de vida e de estudo na capital paulista, baixo em comparação com as outras cidades globais citadas;
- a culinária na cidade, rica tanto em comida de rua como em restaurantes de diversos lugares do mundo;
- a cultura paulistana - a consultoria afirma que não falta joie de vivre (alegria de viver, em francês) na metrópole -, que inclui o Carnaval de rua, a vida noturna, os mais de 100 museus e 300 cinemas e a diversidade etnorracial da população;
- as oportunidades de emprego, com destaque para o número de vagas para pessoas com formação universitária em áreas como TI, comércio, setor financeiro e indústrias automotiva e farmacêutica - a instituição aponta, no entanto, que os estudantes internacionais precisam pelo menos de um pouco do conhecimento de português para a maioria das vagas.
Já o Rio de Janeiro entrou pela primeira vez na lista neste ano, na 121ª posição.
A consultoria aponta que há 4 universidades do seu ranking na cidade, com destaque para a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), na 333ª posição.
Como pontos positivos de estudar na metrópole, diz a consultoria, estão as "praias ensolaradas", a "simpatia dos cariocas" e o clima quente.
Buenos Aires é a cidade mais bem colocada na América Latina
Na América Latina
O ranking inclui 10 cidades latino-americanas, embora com desempenho desigual.
Buenos Aires lidera a lista da América Latina pelo quarto ano consecutivo, embora tenha caído um lugar em relação à edição anterior e ido para a 23ª posição.
A publicação afirma que a capital argentina é uma "cidade dinâmica, com oportunidades de crescimento e a melhor cidade para estudantes de língua espanhola".
Buenos Aires abriga 10 universidades classificadas no ranking das melhores universidades do mundo, segundo a mesma consultoria. Outro ponto é que os alunos formados nestas instituições têm boa reputação entre os empregadores.
Em contrapartida, o ranking aponta que a metrópole "ainda possui áreas muito pobres", o que torna sua nota menor no quesito qualidade de vida - mas a capital também acaba tendo um custo de vida menor.
É preciso descer ao 60º para encontrar a próxima cidade latino-americana no ranking, Santiago (Chile). Isso porque tem uma comunidade de estudantes internacionais relativamente pequena, mas ao mesmo tempo tem muitas oportunidades de pós-graduação.
A próxima da América Latina na lista é a Cidade do México, em 68º lugar. A consultoria afirma que, embora a cidade seja "conhecida e amada" por sua comida de rua, locais históricos e vida noturna diversificada, os alunos que optam por estudar lá devem estar atentos aos altos índices de poluição e criminalidade e se preparar para lidar com essas questões.
Outras cidades latino-americanas que aparecem, além das já citadas São Paulo e Rio, são Monterrey (México) na 96ª posição; Bogotá (Colômbia), na 99ª; e Lima, na 112ª.
Também entraram pela primeira vez no ranking Quito (Equador), em 130º lugar, e Montevidéu (Uruguai), em 135º.
Correio Braziliense sábado, 02 de julho de 2022
EXPOSIÇÃO: CCBB RECEBE EXPOSIÇÃO DE OBRAS DE MARC CHAGALL
Poeta com asas de Pintor: CCBB recebe exposição de obras de Marc Chagall
Exposição com mais de 180 obras do russo Marc Chagall, no CCBB, revitaliza o interesse pelo artista que amou as tradições, o espírito libertário, as diversões e as mulheres
Dos quatro módulos que integram a exposição Marc Chagall: Sonho de amor, uma traz a acurada denominação que condensa todas as qualidades do mestre, morto em 1985, e que, há mais de década, carecia de retrospectiva: Poeta com asas de pintor (como bem pontuou Henry Miller). Em 186 obras, o apanhado lírico do franco-russo, até os 97 anos decisivo para o remodelar da arte moderna, é ressaltado. Obras raras como O avarento que perdeu seu tesouro (1927) se somam a outras que não foram vistas na itinerância da exposição que teve por origem a Itália e, na versão brasileira, ganha o reforço de obras como Primavera (1938-1939), vinda do acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
Poucos artistas teriam estofo para pensar numa autobiografia como Minha vida, escrita por Chagall aos 35 anos. As vertentes de múltiplas técnicas (óleos, têmperas, guaches, litografias e águas-fortes) eram canalizadas a favor de tema permanente: o amor. Mas mesmo esse sentimento, vinha ramificado; e por este veio — dos múltiplos amores —, a mostra no CCBB se viu organizada. "Para Chagall, é o amor a capacidade humana que mais sintoniza o homem e o espaço", pontua texto de Saulo di Tarso, artista e pesquisador destacado no catálogo do projeto, que teve por curadora a espanhola Lola Durán Úcar, historiadora de arte perita nas obras de Picasso, Andy Warhol e Goya. A organização da mostra ficou a cargo da museóloga Cynthia Taboada.
Mesmo um singelo e compacto (27x22 cm) óleo sobre cartão como Retrato de Vava (feito nos anos 1950, para a última esposa, Valentina Brodsky) ganha a magnitude do poeta errante que, na publicação Poèmes (escritos entre 1909 e 1965), decifrou parte da jornada de judeu, em muitas instâncias, perseguido: "Só é meu/ O país que encontro em minha alma". Origens e Tradições Russas é o tema do módulo de acesso ao Chagall exposto no CCBB. Água-forte datada de 1922, Casa em Peskovatik dá singularidade à passagem da mostra no Brasil (já vista no Rio de Janeiro, e que alcançará Belo Horizonte e São Paulo). O grupamento de obras salienta o eterno e recorrente regresso à infância (nas representações), as sinagogas e as casinhas de vilas do artista que, serenamente, recompilou traços culturais judaicos, russos e ocidentais.
São Petersburgo, Paris, Berlim, Moscou e Nova York abrigaram o exilado artista que, tocado pelos cubistas e surrealistas, vivenciou as discriminações na Revolução Russa e nas duas Grandes Guerras. Preenchendo o espaço de parte das obras com justaposições, Chagall foi quem cunhou "O tempo é um rio sem margens". Para além da popularidade nítida no segmento Mundo Sagrado — disposto no piso inferior da galeria, e que versa sobre temas como a Bíblia e a reconfiguração visual de A história do Êxodo, com 24 litografias de chamativo apelo colorido —, Chagall é indissociável do imaginário lúdico, quando o público o identifica como o ilustrador das fábulas eternizadas por Jean de La Fontaine. Cabras, peixes e pombos perspicazes estampam mais de 100 águas-fortes de Chagall que perpetuam narrativas como O galo e a raposa, A raposa e as uvas e A galinha dos ovos de ouro. Num reforço de identidade, em 1931, Chagall parte para uma viagem rumo à Palestina, Egito e Síria, que trouxe por resultado guaches e gravuras com alusão a cenas bíblicas. O impacto, quando se desce as escadas do CCBB, vem da visão do verde e azul que explodem, por exemplo, na acrílica sobre tela O arbusto branco ou duplo autorretrato (1978) ou nos esplendorosos azuis emanados pela litografia Abraão e Sara. O segmento Mundo Sagrado apresenta uma das últimas obras do artista, a têmpera Davi e Golias (1981), contemporânea à fase de investida em vitrais, murais e tapeçarias.
No terceiro bloco da mostra, desponta o amor, num retorno à atmosfera parisiense, em que valorizava a arte circense e confabulava com personalidades como o renitente poeta Paul Éluard. Na galeria, há uma preciosidade extra (para a versão nacional da mostra): 10 litografias apresentadas em três números da revista Derrière Le miroir (1954) celebram a vida entre a Torre Eiffel, a Notre-Dame e o Louvre.
Naturalmente, amoroso
Reconhecido em individual montada em Berlim em 1914, no ano seguinte, Chagall casaria com um dos amores da vida, Bella Rosenfeld (cuja morte, em plena Segunda Guerra, foi amenizada, em 1946, com a ida a Nova York, ao lado de Virginia Haggard). O amor por Bella é dimensionado em trecho de Minha vida (memórias publicadas em 1960): "Nunca termino um quadro ou uma gravura sem lhe pedir um 'sim' ou 'não'". Numa mesma escala de grandeza, o poeta que certa vez disse "Não poderíamos prescindir das flores" exaspera o sentimento do público, no quarto módulo da mostra do CCBB batizado O Amor Desafia a Força da Gravidade.
Honrando a liberdade e sabedoria emanadas pelos bobos e descrita numa crônica de Clarice Lispector dos anos de 1970, que até cita qualidades do "bobo" à la Chagall ("É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca", ela grafa), o poeta, pelas obras, enche a galeria com a vivacidade de flores e registros de comunhão com a natureza, além de casais apaixonados (com destaque para Bella), em obras como Grande buquê vermelho (1975) e O sonho (1980). Sob o peso das tradições russas de Vitebsk (em que Chagall nasceu), mesmo com o alicerce firme numa cultura por vezes rústica, no CCBB, o poeta segue apegado às memórias e à materialidade em suspenso, colocando, em quadros, "vaca no espaço, voando por cima das casas", como ressalta a amável observação simplificada de Lispector.
Correio Braziliense sexta, 01 de julho de 2022
CULTURA MUSICAL: ESTUDANTES DA CEILÂNDIA SE APRESENTAM COB REGÊNCIA DE MAESTRO FRANCÊS
Estudantes de Ceilândia se apresentam sob regência de maestro francês
O concerto Conexão Brasil França será nesta sexta-feira (1º/7), no Teatro da Caixa, e faz parte do Projeto Musical Arte Jovem, que, em seis anos, formou 1,2 mil alunos
IR
Irlam Rocha Lima
postado em 01/07/2022 06:00
Orquestra do Projeto Musical Arte Jovem - (crédito: Nata Kesller/Divulgação)
Uma parceria musical entre projetos desenvolvidos por dois maestros, o brasiliense Edmilson Júnior e o francês Claude Brandel, tem dado oportunidade a crianças e jovens de baixa renda e de estudantes de escolas publicas do Distrito Federal de vislumbrar um futuro promissor como musicista. Eles se conheceram há três anos, e a troca de ideias resultou numa série de ações, que culmina com o concerto Conexão Brasil França, apresentado nesta sexta-feira (1º/7), às 19h, no Teatro da Caixa.
Correio Braziliense quinta, 30 de junho de 2022
GUILHERMINA LIBÂNIO: A ARTE TRANSFORMADORA DA ATRIZ
Depois de viver dilemas de gordofobia na telinha, Guilhermina Libânio volta ao ativismo ambiental em Tudo igual… SQN, série da Disney+ que abordará sexualidade também
A atriz Guilhermina Libânio acredita no poder de transformação da arte. Foi assim com a Úrsula de Malhação – Vidas brasileiras (2018) e com a Cibele de Órfãos da terra (2019) e será assim com a Pri da série Tudo igual…SQN, prevista para estrear este ano na Disney+. “Ela acredita que pode transformar a forma como a gente vive em prol de uma sociedade, um planeta melhor. E começa pelas amigas, para tentar atingir a escola, o bairro, a cidade… Ela é ‘o passarinho que quer apagar o incêndio na floresta com a água que tem no bico’, como bem pontuou o nosso preparador, Fernando Vieira”, afirma a atriz.
A principal bandeira de Pri será a ambiental. A série mostra as pequenas mudanças de hábito podem ser mais fáceis do que a gente imagina e que o resultado delas não tem nada de pequeno. “É claro que, para causar um impacto significativo no mundo, essas transformações têm que partir dos governos, com uma exigência de mercado”, reflete Guilhermina.
A atriz lembra que Cibele de Órfãos da terra também era uma ativista e que teve o cuidado de não dar à personagem a pecha de chata. “Foi fazendo a Cibele que eu entendi que precisaria arranjar uma maneira de discursar sobre assuntos espinhosos e importantes sem que a personagem se tornasse chata justamente pela relevância dos assuntos que ela estava tocando. Trazer o discurso para perto, para a maneira como a gente fala em uma roda de amigos, como a gente fala com a nossa família. Isso ajuda a fazer com que o personagem não se torne panfletário, mas é sempre um desafio fazer discursos de extrema importância caberem na boca em cenas corriqueiras”, comenta.
Ao lado de Vitor Thiré em Órfãos da terra. Foto: Globo/João Miguel Júnior
O assunto levado à tela por Guilhermina a encanta e a leva a reflexões, especialmente a poucos meses de uma eleição majoritária no país. “Não deveríamos esperar os anos eleitorais para debater assuntos que transformam e vão seguir transformando a nossa vida cotidiana de forma tão abrupta. O relógio do clima já começou a contar ao contrário. Quando é que a gente vai perceber que ou a gente exige, do governo e das empresas, uma postura mais sustentável, ou estaremos cavando a extinção da raça humana? O planeta vai seguir aí, se transformando, renascendo, mas a gente não. A gente não vai sobreviver às mudanças climáticas”, defende.
Pri levantará também outra discussão: a descoberta da sexualidade e o respeito à comunidade LGBTQUIA+. “Espero que as pessoas LGBTQIA+ que estão se entendendo sintam que o desejo delas não é errado. Que quem assiste à série se sinta à vontade para abrir conversa com a família, com os amigos ou então para que esses estigmas caiam por terra. Não é aceitável que vivamos em uma sociedade, no século 21, em que a gente não possa ser quem a gente é.”
A luta de Guilhermina Libânio pela inclusão via arte não começou aí e, pelo visto, não vai parar. No blog do Próximo Capítulo você poderá ler sobre a aceitação da Úrsula de Malhação – Vidas brasileiras pelo público e sobre o como a atriz fez para driblar as dificuldades da pandemia. Passa lá!
Entrevista // Guilhermina Libânio
Guilermina como Úrsula. Foto: Globo/Marília Cabral
Como era a relação do público com a Úrsula em Malhação? Eu recebia centenas de mensagens de meninas que me agradeciam só pelo fato de me verem na TV. De enxergar que um corpo como o delas existe e tem valor. Antes mesmo de abordarmos a gordofobia na história, mulheres mais velhas já me paravam na rua para falar que, se elas tivessem visto alguém como eu (durante a adolescência delas) na TV, tudo seria diferente. É aí que está parte da representatividade, legitimar a nossa existência, saber que não estamos sentindo as coisas sozinhos, que tem alguém parecido com a gente passando pelas mesmas questões.
Acha que o fato de Tudo igual… SQN estar fora da TV aberta facilita que o roteiro trate assuntos como esses com mais profundidade? Eu sempre tive a oportunidade de falar sobre diversos tipos de assuntos nos meus trabalhos. Confesso que não senti essa diferença do streaming para a TV aberta. Meus personagens sempre falaram sobre tudo e acho que nessas obras em que participei, o tipo de abordagem, aprofundar os assuntos ou não, foi muito mais uma escolha de roteiro do que uma ausência de liberdade criativa ou algo do tipo.
A Pri é mais nova que você. Isso faz com que você consiga conferir mais veracidade à personagem, já que já passou pela fase que ela está vivendo? A gente consegue acessar memórias do que já vivemos, lembrar de como a gente reagia naquela época. Mas acho que a Pri, especificamente, tem mais das técnicas que eu aprendi fazendo Malhação do que da Guilhermina adolescente porque ela é muito diferente de mim. A Úrsula tinha muito da Guilhermina de 15 anos. A Pri foi bem construída em cima do que eu recebia do texto, do que as meninas me traziam, do CD da Olívia Rodrigo, que é adolescência pura, na veia. Das preparações, de uma voz mais aguda que eu faço, das maquiagens e roupas coloridas, customizadas.
Durante a pandemia, os atores foram uma das classes que mais ficaram sem trabalhar. Isso fez com que você voltasse com mais garra? Com toda certeza. Eu sou movida pelo meu trabalho. Eu me sinto alguém melhor quando estou trabalhando. Me torno mais interessante, mais divertida, alegre, vibrante. Eu e minha analista chegamos à conclusão que ficar sem trabalhar não faz bem para a minha cabeça (risos)! Tenho o privilégio de trabalhar como atriz, de fazer algo que eu amo profundamente, que me movimenta e me dá vontade de levantar na cama todos os dias, mesmo que seja às 4h antes de ir para o set. Desfruto do privilégio de me sustentar com a carreira de atriz, como alguém que um dia não enxergou essa profissão como uma possibilidade porque não se via na tela.
Correio Braziliense quarta, 29 de junho de 2022
FEIRA DE ARTE CONTEMPORÂNEA: VISIBILIDADE PARA GALERIAS DA PERIFERIA
Visibilidade para galerias da periferia na Feira de Arte Contemporânea
Parceria com o Correio amplia a representatividade de galerias localizadas em outras cidades do DF, como A Pilastra (Guará), Risofloras (Ceilândia Norte) e RAXIV (São Sebastião)
RD
Ricardo Daehn
postado em 29/06/2022 06:00
(crédito: Material de divulgação)
Numa medida de valorização das produções artísticas em regiões administrativas da capital do país, que estão fora do circuito abastado, a FBAC investiu numa parceria com o Correio batizada de Projeto Radar. Apresentar projetos curatoriais, num estande repleto de novidades artísticas de três galerias serve de meta. A Pilastra (Guará), Risofloras (Ceilândia Norte) e RAXIV (São Sebastião) foram os núcleos valorizados pela ação.
A galeria Risofloras teve por gênese o intuito de dar visibilidade a novos talentos das artes periféricas. "Muitas vezes, a nossa arte não é reconhecida como tal. Então perdemos muitos artistas jovens periféricos por causa desta falta de reconhecimento. Participar da FBAC é muito simbólico, por estarmos afirmando a questão da produção artística", avalia Rayane Soares, curadora da Risofloras.
Rayane demonstra o entusiasmo de artistas que, primeira vez, participarão de uma feira de arte. "Talvez, um deles venda um produto artístico, e pela primeira vez. Vai ganhar uma renda, por estar produzindo. A feira trará o engajamento, o incentivo e indicativo de novas oportunidades", simplifica.
Gestora da galeria-escola e ecossistema de arte A Pilastra, a curadora e produtora cultural Gisele Lima celebra a adesão do grupo no Projeto Radar, com representatividade de artistas do Guará. "Criado em 2017, o coletivo abraçou artistas em formação, mas sem acesso a galerias. O nosso núcleo é uma reposta indireta às ações afirmativas que partiram das universidades, a partir de um público que se revelou diversificado", avalia a jovem Gisele, formada em teoria crítica e história da arte (UnB).
Na proposta do grupo da galeria A Pilastra, a ocupação de parte do estande na FBAC se dará com a impressão da forte personalidade do grupo. Experimentação e a produção livre notada em corpos dissidentes norteiam o conjunto que traz muitos ex-alunos da UnB. "Apostamos na gama vasta de minorias, entre os quais negros, criadores LGBTQIA , deficientes e encampamos um pioneirismo, com a representação de artistas trans", conta Gisele.
Inicialmente reunidos no Setor de Oficinas (QE 40, Guará 2), na promoção de estúdios, vivências e saraus, os artistas experimentaram a construção de redes profissionais formadas ainda por curadores, produtores culturais e técnicos. "Misturamos as realidades, para intercâmbio e fortalecimento. Lidamos com artistas nem sempre iniciantes, nem sempre periféricos", observa Gisele Lima.
Nessa levada, haverá mescla de artistas com relativa projeção, como Suyan de Matos (envolvida em criações têxteis, pinturas e bordados), vista como "uma artista, mentora, negra e referencial", junto a artistas a caminho da popularidade, casos de Isabele Prado e de Wendela Alves (ambas artistas da fotografia) e Ayô, produtora de desenho mural, arte em tecido e pinturas.
Localizada em frente ao Campo Central e movida por ideais de liberdade e acessibilidade, a RAXIV Galeria traz a difusão, produção e promoção da arte e cultura periférica, fomento do registro e pesquisa da história de São Sebastião. Sob diretoria artística de Ricardo Caldeira, um grupo de artistas residentes contempla a curadora Dani Dumoulin.
Suplantar estereótipos de escassez e marginalidade impulsionam os artistas que comandam exposições sensoriais e espetáculos de vendas de obras, num artifício de sustentação e autonomia para a galeria. Dança, consciência corporal, diversidade sexual, performances, grafites e design gráfico são alguns dos recursos para afirmações de vocabulário, história e memória territorial.
FRASE
"Apostamos na gama vasta de minorias, entre os quais negros, criadores LGBTQIA+, deficientes e encampamos um pioneirismo, com a representação de artistas trans"
Gisele Lima, curadora e produtora cultural
Correio Braziliense terça, 28 de junho de 2022
GASTRONOMIA: DIA DO CEVICHE - SAIBA ONDE EXPERIMENTAR O PRATO PERUANO NO DF
Dia Internacional do Ceviche: saiba onde experimentar o prato peruano no DF
O Correio listou restaurantes da capital federal que servirão o prato típico da culinária sulamericana
DO
Débora Oliveira
postado em 28/06/2022 06:00
Tradicionalmente, a receita é preparada com peixe branco de água salgada cru, marinado em suco de alguma fruta cítrica - (crédito: Studio Duka)
Clássico na gastronomia peruana e sulamericana, o ceviche tornou-se um prato tão popular que ganhou até uma data para chamar de sua, celebrado em 28 de junho. Tradicionalmente, a receita é preparada com peixe branco de água salgada cru, marinado em suco de alguma fruta cítrica.
No território peruano, o ceviche faz parte do Patrimônio Cultural da Nação, como reconhecido pelo Estado. A preparação surgiu no período pré-colombiano, há cerca de dois mil anos. Atualmente, é um dos pratos mais famosos não só na culinária peruana, mas no mundo todo e, para os amantes da iguaria (ou para quem quer expandir o paladar), nada melhor do que comemorar a data se deliciando com o prato em alguns restaurantes da cidade.
O Correio listou alguns dos restaurantes da capital federal que servem diferentes receitas com o prato.
Confira!
Bla´s
Ceviche Bla's(foto: Divulgação)
No Bla´s, localizado na 406 da Asa Norte, o prato é uma das estrelas da casa. Assinado pelo criativo chef Gabriel Bla’s, o Ceviche à moda peruana (R$29,90), é uma das entradas do menu da casa. Com sabor inconfundível, o prato é preparado com peixe branco em cubos, ao molho de limão, laranja e gengibre, que recebe, ainda, um toque final com milho crocante, cebola roxa e batata doce.
Mezanino
Ceviche Mezanino(foto: Guilherme Kapanema)
Localizado no primeiro andar da Torre de TV, o badalado gastrobar Mezanino encanta pelas referências à gastronomia que vem de dentro e fora do Brasil. Exemplo disso é o Ceviche de Peixe Branco (R$ 43), incrementado com ingredientes que adicionam muita brasilidade ao tradicional prato peruano: caju, patola de caranguejo e chips de banana-da-terra. O prato faz parte do cardápio à la carte da casa, desenvolvido pela dupla de chefs Marcos Nery e Matheus Brito.
Contê
No Contê, localizado na 403 Sul, o ceviche faz parte do menu executivo de três etapas (R$ 64,90), sendo uma das opções de entrada, sendo servido tanto no almoço quanto no jantar. O prato é preparado com cebola roxa, filé de peixe branco, limão, sal, salsa, pimenta de cheiro e banhado no azeite doce, para acompanhar, torradinha de alho.
Fuego, Alma e Vino
Apesar de ser conhecido pela variedade de cortes de carnes, o Fuego, Alma e Vino, localizado na 112 da Asa Sul Sul, também apresenta no cardápio uma opção com o prato peruano. É o Ceviche Fuego (R$42), preparado com milho assado na parrilla, chips de batata doce e um toque de azeite de coentro. Quem assina a iguaria é o chef Pepe Sotello, tido como um dos maiores assadores do mundo. No cardápio do Fuego Alma e Vino, Pepe deixa sua assinatura em diferentes pratos, desde entradas aos principais.
Doma Rooftop
Ceviche Doma Rooftop(foto: Divulgação)
Localizado às margens do Lago Paranoá, o Doma Rooftop tem o famoso ceviche (R$ 38,00), em versão clássica, preparado com tilápia, leite de tigre, cebola roxa, coentro, pimenta dedo de moça, manga e chips de batata doce. Além do prato delicioso, o ambiente conta com uma vista perfeita para admirar o lago e ao final da tarde, o pôr do sol.
Mimos para celebrar a data!
Ceviche Taypá(foto: Inove Aceleradora)
No Cantón Peruvian & Chinese Food, localizado no Brasília Shopping, durante todo o dia, os clientes ganharão uma entrada de Trio de Ceviches como cortesia. Já no Taypá, tradicional restaurante peruano localizado na QI 17 do Lago Sul, os clientes que pedirem um Ceviche ganharão uma Cerveja Taypá para harmonizar com o prato.
Serviço
Bla´s Cozinha Criativa Endereço: CLN 406 Bloco D Loja 38 Telefone: (61) 3879-3430 Horário de funcionamento: Terça a sábado das 12h às 16h; Quarta a sábado das 19h às 23h; e Domingo das 12h às 16h
Mezanino Endereço: Primeiro andar da Torre de TV, Eixo Monumental, Brasília Entrada: R$ 15,00 (taxa de manutenção) Contato para reservas: (61) 99167-7812
Restaurante Contê Endereço: Asa Sul Comércio Local Sul 403 BL D Loja 10 - Asa Sul Horas: De terça a domingo, de 11h30 às 15h e de 18h30 as 23h30, domingo de 12h à 16h Telefone: (61) 98319-6540
Fuego, Alma e Vino Endereço: 112 Asa Sul Horário de funcionamento: segunda a sábado, das 12h às 23h30; e domingo, das 12h às 18h.
Cantón Peruvian & Chinese Food Brasília Shopping – loja 88 Reservas: (61) 3256-8798 Horário de funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 11h45 às 15h30 e das 18h30 às 23h Sábados, das 11h45 às 23h30 Domingo, das 11h45 às 22h
Taypá Sabores Del Peru QI 17, Comercial, Bloco G, lojas 208/210 – Fashion Park – Lago Sul Fone: 61 3248.0403 / 3364.0403 Horário de funcionamento: De segunda à sexta para almoço (das 12hs às 15hs) e jantar (de 19hs a 00h). Aos sábados: almoço (das 12hs às 16hs) e jantar (das 19hs à 01h). Domingos: almoço a partir das 12hs. Fechado para jantar.
Doma Rooftop Endereço: SHTN Trecho 1, Lote 9, Cobertura Horário de funcionamento: de terça a domingo, de 12h à meia noite Telefone: (61) 99891-0824
Correio Braziliense segunda, 27 de junho de 2022
CARTÃO-POSTAL DO DF: IGREJINHA DA ASA SUL COMPLETA 64 ANOS NESTA TERÇA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2022
Cartão-postal: Igrejinha da Asa Sul completa 64 anos nesta terça-feira
Igreja Nossa Senhora de Fátima celebra 64 anos neste 28 de junho. Obra de Oscar Niemeyer, tombada pela Unesco, é cartão-postal da cidade
LR
Lorena Rodrigues*
postado em 27/06/2022 05:57 / atualizado em 27/06/2022 07:22
Igrejinha Nossa Senhora de Fátima foi inaugurada em 28 de junho de 1958 - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Aos apaixonados pela história de Brasília, bem como aqueles que seguem a fé católica, a Igreja Nossa Senhora de Fátima, mais conhecida como "Igrejinha de Fátima'', está completando 64 anos desde sua inauguração. A pequena capela foi o primeiro templo em alvenaria a ser erguido na capital e sua construção e inauguração são consideradas um marco para a cidade.
Sob o mandato de Juscelino Kubitschek, a igreja foi construída em cem dias em cumprimento a uma promessa da primeira-dama, Sara Kubitschek, pela cura de sua filha Márcia. A sugestão da promessa foi dada pelo presidente de Portugal, Craveiro Lopes, que estava no Brasil na época e ao saber da situação relembrou à Primeira Dama a história das aparições de Nossa Senhora de Fátima.
Igrejinha da Asa Sul em construçãoArquivo Público do DF
A ideia inicial era a construção de um grande santuário onde atualmente se encontram as Superquadras 307/308 Sul. Porém, os planos mudaram após a necessidade de uma igreja para a cerimônia de casamento da filha do presidente da Novacap, Israel Pinheiro. Logo, o plano inicial da família Kubitschek foi substituído com urgência pelo projeto de uma capela mais simples: a atual Igreja Nossa Senhora de Fátima. A paróquia foi inaugurada antes mesmo de Brasília, no dia 28 de junho de 1958.
Tombado pela Unesco como patrimônio cultural e histórico nacional em 7 de dezembro de 1987, o templo foi projetado por Oscar Niemeyer e é composto por três pilares que sustentam uma laje em referência aos antigos chapéus usados por freiras. A parte externa da parede é revestida por azulejos de Athos Bulcão que simbolizam a descida do Espírito Santo e a Estrela da Natividade. Já no seu interior, o monumento apresenta pinturas de Francisco Galeno, aluno de Alfredo Volpi, artista italiano responsável pela primeira obra artística da igreja.
Segundo informações da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, a primeira pintura realizada por Volpi no interior da igreja apresentava afrescos com bandeirolas e anjos que remetiam a uma quermesse, principalmente as festas juninas. As pinturas modernistas causaram estranhamento em alguns paroquianos que se queixaram da personalização artística e até falta de religiosidade da obra. Dessa forma, a arte chegou a ser coberta de tinta azul quatro anos após a inauguração, mas foi restaurada por Francisco Galeno entre janeiro e junho de 2009, que manteve a inspiração festiva de Volpi de uma forma mais discreta.
Moradores e turistas
Apesar da simplicidade e do espaço reduzido, a igrejinha é considerada um dos maiores símbolos da fé católica em Brasília. O Frei Venildo Trevizan, 83 anos, sacerdote mais antigo da paróquia, afirma que os candangos já faziam da igreja ainda em construção, um lugar de prece e pedidos de milagres. "Ela representa o marco central da atual capital", ressalta. Nesse sentido, a paróquia conquista o coração de muitos moradores de Brasília, turistas e fiéis que ainda a frequentam desde os seus primeiros anos de funcionamento.
A bibliotecária, arquivista e tradutora, Nilza Teixeira Soares, 96, conta que se mudou do Rio de Janeiro para Brasília em outubro de 1960. Assim que chegou na nova capital, ela passou a frequentar as missas e logo se engajou nas atividades da igreja, onde é ativa até hoje. A arquivista, referência no campo da arquivologia brasileira, trabalhou na área de pesquisa para históricos da paróquia, além de ter escrito a biografia do Frei Bernardo Cansi (entusiasta à Liturgia e à implantação da Catequese renovada em todo Brasil, membro da academia de letras de Brasília e fundador da Missa dominical transmitida pela TV Brasília).
Nilza se alegra ao relembrar de como foi uma das primeiras comunhões realizadas no templo, dia 29 de outubro de 1961. Segundo a bibliotecária, as crianças se arrumavam no Bar-restaurante, hoje conhecido como "Xique-Xique'' e atravessavam a rua para chegar na Igrejinha. "Todos saiam vestidos de branco e chamavam atenção das pessoas, que as apelidaram de anjinhos de Fátima", explica.
A bibliotecária conta que também acompanhou a restauração de Galeno na paróquia. Segundo Nilza, a obra ainda causa estranhamento em alguns fiéis, mas ela acredita que as pinturas remetem o amor de Nossa Senhora de Fátima pelos três pastorinhos e a infantilidade. Além de sua história, Nilza conta que tanto a arquitetura quanto as pinturas da paróquia são o que tornam o templo autêntico e significativo. "Me lembro de uma vez estar na missa com uma criança e ela ficou impressionada com a imagem de Nossa Senhora segurando uma pipa. Eu achei aquilo muito interessante!", ressalta.
Memória e tradição
Com sua história, arquitetura e simplicidade, o templo acabou se tornando um símbolo memorável principalmente para os pioneiros da capital. A aposentada Terezinha de Jesus, 83, declara que esteve presente durante a primeira missa da paróquia e se emociona ao relembrar de momentos que presenciou no dia da inauguração.
Segundo Terezinha, a expectativa com a abertura da igreja era tanta, que muitos candangos se alocaram em caminhões para assistirem o evento, pois não havia espaço o suficiente para a multidão ansiosa. "Muitas pessoas, principalmente senhoras, se emocionaram com a bênção realizada no templo e a mensagem do Papa, traduzida pelo Núncio Apostólico D. Armando Lombardi", recorda.
A professora e diretora aposentada, Zelma Capelli, 88, também é uma frequentadora antiga da paróquia. Ela conta que ao chegar de Belo Horizonte em 1963, tudo ainda era muito inédito. "A cidade e a igrejinha já existiam, mas para mim ainda era o começo. Me lembro que naquela região ainda havia muita terra e não tinha nem calçamento. Eu chegava na igrejinha com os pés sujos de barro", relembra. A católica aposentada sempre foi devota de Nossa Senhora de Fátima e vai com frequência às missas, que segundo ela, seguem uma tradição de anos.
E por falar em tradição, muitos fiéis procuram a igrejinha Nossa Senhora de Fátima para a realização de cerimônias religiosas, como o caso de Joseane Prestes, 44, e Rônio Mota, 43, que se casaram na paróquia no dia 23 de maio deste ano. Segundo eles, por possuir uma pequena estrutura, a ideia do casamento na paróquia acabou sendo inicialmente descartada pelo casal. Porém, por se tratar de um lugar tão simbólico, Joseane e Rônio optaram por realizar uma cerimônia menor na igreja. Para eles, apesar da limitação de espaço e convidados, o casamento foi muito marcante para toda a família. "É um local tão agradável, que você acaba se sentindo abraçado.Toda a cerimônia tocou fundo nossos corações", completa.
A igrejinha Nossa Senhora de Fátima se destaca há 64 anos como um dos mais importantes cartões postais de Brasília e para este aniversário a Paróquia organizou uma programação especial em comemoração a data.
*Estagiária sob a supervisão de Samanta Sallum
Correio Braziliense domingo, 26 de junho de 2022
ALTACI CORRÊA RUBIM: A PRIMEIRA PROFESSORA INDÍGENA NA UnB
Altaci Corrêa Rubim: a primeira professora indígena da UnB
A coluna nossos mestres deste mês conta a história da primeira professora indígena da Universidade de Brasília, selecionada em 2018
Mariana Niederauer
postado em 26/06/2022 06:01 / atualizado em 26/06/2022 06:03
(crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
Altaci Corrêa Rubim, 47 anos, é uma sobrevivente. Primeiro, venceu as estatísticas. Mulher, indígena, nascida no interior do Amazonas, a sua própria existência é uma vitória. Superou o preconceito, a pobreza, a violência e os problemas de saúde. Hoje, Santo Antônio do Içá pode se orgulhar de ter sido berço da primeira professora indígena da Universidade de Brasília (UnB).
Tudo começou num rio, chamado Içá, às margens do Solimões. A comunidade indígena Jacurapá, hoje tomada pelas águas, era o lar dos pais de Altaci. "Viviam em beira de rio, como se fala. Sempre estavam na canoa", conta a professora. Aos 10 anos, o pai dela, Francisco Pinto Rubim, do povo Kokama, perdeu a mãe. O avô de Altaci também já havia morrido. Foi quando um barco Salesiano que passava pela região levou o menino e os padres o obrigaram a trabalhar carregando roupa suja e água num internato em Manaus, de onde ele fugiu aos 18 anos.
"Ele aprendeu a ler e a escrever escondido", lembra Altaci. No período em que viveu no internato, passou até fome. Ao encontrar Glorinha Corrêa da Silva, do povo Kaixana, os dois começam a vida juntos e Francisco começa a ir em busca de escola para os primogênitos. "Até que chega a uma comunidade chamada Porto Américo e descobre que tem uma escolinha em Santo Antônio do Içá, muda-se pra uma ponta do rio onde hoje é o Bairro da Independência, e lá nascem o resto dos filhos." Dos 15, 12 estão vivos.
"Lá, fizemos nossa roça, vivíamos como dentro do Jacurapá. Os pais colocavam seus filhos na escola, mas a gente era muito discriminado. Pela língua, pela roupa. Naquela época, o governo não dava fardamento, e a gente não tinha condições de comprar", detalha a docente. "Muitos desistiram, e a gente só não desistiu porque meu pai não deixava. Ele nunca deixou a gente desistir da escola."
Havia apenas uma biblioteca em Santo Antônio. Era lá que Altaci, os irmãos e outras crianças se escondiam, carregando bacias cheias de frutas que vendiam na cidade. "A gente aproveitava, ficava lá com os livros até o horário que tínhamos de sair correndo para voltar a vender as coisas."
Foi quando o povo da professora recebeu a notícia de que a terra onde morava era do prefeito. "Ele disse que ia trazer gado e ia dar muito emprego para quem morasse lá. Para começar, ele contratou todo mundo, inclusive as crianças, para plantar capim. E todas as nossas roças viraram campo de boi", conta. "Quando terminamos de plantar, ele chamou todo mundo, até as crianças, para carregar areia e asfaltar a cidade", completa.
Depois, o prefeito fez o mesmo, dessa vez dando a todos a tarefa de varrer as ruas que haviam ajudado a pavimentar. Altaci sempre acompanhava a mãe nos serviços, para garantir uma renda extra. "Hoje eu sei que era gari, né? Na época eu nem sabia."
Lutando dia a dia pelo próprio território e pela sobrevivência, ela conseguiu terminar a educação básica e o magistério. Se mudou para perto da avó, do povo Ticuna, e foi trabalhar como professora pela primeira vez, na vila Betânia. Passou dois anos na função, até que o prefeito disse que não pagaria mais os docentes. Decidiu, então, se mudar do interior: era o momento de tentar a vida na capital. Convenceu os pais a deixá-la ir, e ainda levou junto uma irmã e quatro parentes Ticuna.
Altaci Corrêa Rubim, primeira professora indígena da UnB. Retrato de seus paisArquivo pessoal
Recomeço na capital amazonense
A chegada a Manaus representou um choque. O primeiro deles foi o barulho. Em seguida, a moradia. Com o dinheiro que levaram, o que deu para alugar foi um quarto em cima de um bueiro. Os parentes Ticuna logo foram embora. "Eu e minha irmã fomos trabalhar de empregadas domésticas. Na casa que minha irmã ficou deram a oportunidade e a matricularam na escola. Na casa onde eu fiquei, não deixavam nem que eu pegasse num livro."
Uma amiga a ajudou a escrever um currículo, emprestou boas roupas e Altaci seguiu para a entrevista de emprego. Não deu outra: foi contratada para dar aula de matemática numa escola e, com a nova renda, alugou um quarto para ela e a irmã.
"Gostavam muito do meu trabalho e me passaram, depois disso, para um contrato de convênio com a Secretaria Municipal de Educação. Meu salário aumentou e eu conseguia mandar dinheiro para a minha mãe e pagar um cursinho pré-vestibular", orgulha-se. Tentou por cinco anos a vaga. Chorava a cada reprovação. Na quinta vez, em 2001, foi aprovada para o curso normal superior (hoje pedagogia) da Universidade Estadual do Amazonas (UEA).
Daí em diante, a carreira no magistério decola, já como prelúdio da brilhante trajetória acadêmica. Antes, porém, viveu a perda precoce do pai, vítima de tétano. Francisco estava consertando uma canoa quando se feriu com um prego. "Foi ao posto (de saúde). Quando chegou lá, não tinha vacina, e quando tinha vacina, não tinha quem aplicasse", lamenta. Ele recebeu a notícia de que a filha havia sido aprovada na graduação e, uma semana depois, não resistiu às complicações da doença.
Altaci com o grupo de contação de histórias Lua Verde; ao lado da mãe, Glorinha; na oficina de cartografia social, na Amazônia (E); e na defesa da tese de doutorado (abaixo)Arquivo Pessoal
Defesa dos povos originários
Tataiya Kokama - seu nome indígena - conta a própria história como quem a lê de um livro, ou sentada em roda compartilhando anedotas. Lembra-se com detalhes de situações, de locais e de datas.
Aprovada no concurso da Secretaria Estadual de Educação de Manaus, fez duas especializações. Era hora, então, de começar o mestrado em antropologia. Sob a orientação de Alfredo Wagner Berno de Almeida, expandiu os horizontes.
"Cresci como pessoa, como pesquisadora indígena, e me tornei militante, porque viajei muito, conheci a realidade de outros povos que passaram situações como as que nós passamos. Acabei me tornando oficineira de mapeamento situacional de povos e comunidades tradicionais da Amazônia, levando formação em direitos indígenas, saúde, educação, elaboração de material didático", elenca.
Uma parceria entre as universidades estadual e federal do Amazonas permitiu que esse trabalho fosse desenvolvido no Alto Solimões e em uma parte do Alto Rio Negro, na Amazônia brasileira e peruana, próximo ao Vale do Javari, onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Philips foram assassinados.
Altaci conta que já viu a própria vida ameaçada em situações de conflito semelhantes às que levaram às mortes dos dois. "Eu vivi isso como espectadora, no período em que eu era criança, e depois como pesquisadora", relata. Mostrar aos indígenas que eles têm direito a remédios, a melhor atendimento de saúde, e muni-los do conhecimento necessário para a demarcação de seus territórios colocou mais de uma vez a professora em risco.
"Por duas duas vezes tentaram nos matar quando estávamos na oficina. Uma vez foi em Santo Antônio, quando falamos de GPS para os indígenas demarcarem seus territórios", conta. "Fizeram uma emboscada quando estávamos dando essa formação, eu e meu amigo", relata a professora. "Não morremos porque um indígena nos desviou do caminho."
"Num outro momento, tínhamos ido ministrar uma oficina em São Paulo de Olivença e chegou um grupo de ribeirinhos muito agressivo com a gente, para falar que a terra era deles", relata. Colocados no centro de uma roda, ela e o amigo conseguiram convencer os habitantes de que existia um processo para que nenhum direito fosse usurpado, "nem de ribeirinho, nem de indígena". "Esse processo no Amazonas é sempre conflituoso, porque são muitas vozes para inibir os direitos de quem mais precisa."
Professora Altaci Corrêa Rubim na defesa de tese de doutorado, 2016.Fotos: Arquivo Pessoal
A chegada ao Planalto Central
Terminado o mestrado, Altaci logo passa na seleção para o doutorado na UnB, em 2012. Nessa época, fazia cinco anos que a mãe estava morando com ela e, um pouco antes de a professora chegar a Brasília, Glorinha morre por complicações de um câncer no fígado. Como se não bastasse o sofrimento pela perda da matriarca, ela descobre um grave problema de saúde, e da maneira mais inesperada. "Cheguei dia 1º de abril aqui. Dia 8, começaram as aulas, e no dia 1º de maio entrei em coma."
De volta a Manaus, Altaci não para. Funda, ao lado do professor Ely Macuxi, morto em decorrência de complicações da covid-19 em 2021, a Gerência de Educação Escolar Indígena. Juntos, criaram as políticas de educação escolar indígena da capital amazonense.
Tsar+wapan: quando a felicidade transborda
O primeiro lugar para o cargo de professora adjunta do curso letras/português do Brasil como segunda língua na UnB, em 2018, selou o esforço de uma vida dedicada à busca de direitos para os povos tradicionais. "Depois disso, minha vida mudou completamente", avalia.
"Nossa, eu fiquei sem saber o que pensar. Ter conseguido chegar a estudar já era um sonho, e alcançar algo além do sonho, que é vir para Brasília como professora adjunta… Lembrei de toda a minha trajetória, do meu pai, da minha mãe, do meu povo, foi uma emoção que não tenho palavras", destaca. A palavra Tsar wapan, em Kokama, define o que ela sentiu. A posposição pan significa a plenitude, cheio, que transborda. "Atrelado à palavra tsar wa, que é alegre, significa a plenitude da alegria", explica. "É uma felicidade que você não consegue explicar. Foi com essa alegria que eu fiquei."
Quando está de férias da UnB, Altaci ainda dá formações em Tefé e em Benjamin Constant, ambos municípios do Amazonas. Durante a pandemia, viu a vida ameaçada mais uma vez pela precariedade dos equipamentos públicos no interior do estado. Depois de vacinada com três doses, contraiu covid-19 no Alto Solimões e ainda assim parou na UTI. "Só não morri porque cheguei a tempo em Manaus, antes da intubação", relata.
"Houve uma baixa muito grande de anciãos no meu povo. Setenta só na primeira onda. Na terceira, meu irmão faleceu", conta. A dor e o sofrimento se transformam em aprendizado na sala de aula. A formação de línguas indígenas continuou por meio do WhatsApp e das mídias sociais. "Com a nossa presença aqui na Universidade de Brasília, os alunos podem vivenciar situações e saberes que eles só veem em filme, no jornal."
Correio Braziliense sábado, 25 de junho de 2022
FESTAS JUNINAS: VIDAS NO COMPASSO DO FORRÓ
Vidas no compasso do forró: histórias de quem mantém a tradição no DF
Atores principais de uma das épocas mais felizes do ano, os quadrilheiros juninos vivem para dançar e expressar as alegrias em suas apresentações no São João da capital federal
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Eduardo Fernandes*
postado em 25/06/2022 06:00
(crédito: Carlos Vieira/CB)
A arte de dançar, vestir roupas a caráter e permitir com que a liberdade através dos ritmos musicais e a felicidade do público os contagie. Os quadrilheiros juninos são peças fundamentais para que os arraiais aconteçam. Mas, não somente isso, eles fazem parte de algo muito maior. Um motivo de vida, que é uma realização. Encarado por muitos com seriedade, porém, sem deixar de enxergar o prazer nas expressões artísticas, que ecoam para muitos como uma maneira de trazer à memória dos brasilienses a importância das festas juninas.
Os tradicionais dançantes comemoram a data destinada a eles nesta segunda-feira: Dia Nacional do Quadrilheiro Junino, comemorado desde 2009. Para a grande maioria, se apresentar e competir é uma chance de se redescobrir, encontrar seu próprio lugar. Mesmo com a rotina desgastante de ensaios e organização, é pelo compasso do forró que eles sustentam uma grande paixão.
Tradição familiar
Uma história de veia nordestina e um amor especial. Desde criança, Tamires Oliveira de Quadros, 32 anos, leva as festas juninas no ritmo dos pés e no compasso do coração. Uma paixão passada pelos pais e impulsionada pelos irmãos que, juntos, fundaram a quadrilha junina Xem Nhem Nhem. "Estou no movimento há 15 anos. Tudo isso acompanhando a minha família. Infelizmente faz 14 anos que meu pai morreu. Ele também fazia parte da produção", conta a moradora de Santa Maria, que também é dançarina, maquiadora e organizadora.
Ao lado dos familiares, a secretária administrativa, que veio do Maranhão, relata que quando mais novos os pais adoravam esta época do ano, marcada pelo forró e a gastronomia de dar água na boca. O sentimento pela dança é tão grande que Tamires se apresentou até mesmo quando estava grávida, dois dias antes do nascimento do primeiro filho, em 2011. Ainda que a rotina seja cansativa e o trabalho de pré-projeto se inicie oito meses antes dos tradicionais arraiais, ela não pensa em deixar de lado a arte que tanto lhe inspira e continua a motivá-lo todos os dias.
Conhecido no cenário junino do DF e um dos melhores coreógrafos do Brasil, Michael Douglas Pereira da Silva, 31, é líder da quadrilha junina Coisa da Roça, fundada em 1993 e já foi eleito o segundo melhor marcador de quadrilhas do Brasil — aquele que fica à frente da equipe animando os brincantes. Um sentimento que surgiu na escola e transcendeu para o bairro em que morava e o levou ao lugar em que se encontra hoje. Um completo apaixonado pela dança. A rotina, que é cansativa, não o abala. Sem tempo para outras atividades, vive os arraiais antes da época e, quando chega o São João, as apresentações são praticamente diárias.
No começo, os pais de Michael não gostavam muito das quadrilhas. Mas, de tanto levá-lo com os irmãos para as danças, eles acabaram se inserindo no meio também. A mãe, inclusive, é a presidente da equipe desde 2002. Na época, o morador do Paranoá ainda não podia se apresentar ao lado dos mais velhos, mas dava os primeiros passos com o grupo mirim. "Em 2004 comecei a dançar com os profissionais, depois de três etapas da liga de dançarinos o então marcador saiu no meio do concurso regional. Sem dançarinos para marcar a quadrilha, acabei assumindo", descreve.
Mesmo com medo, Michael prosseguiu no sonho e desde 2005 nenhuma pessoa conseguiu tirá-lo do posto de marcador da equipe junina. Mas, sempre transitando em posições, o autônomo também foi coreógrafo. Hoje, ele é o principal líder de uma das quadrilhas juninas mais conhecidas do Distrito Federal. Ao falar sobre a felicidade em se apresentar, o morador do Paranoá, com o olhar brilhante, não esconde que deseja continuar levando a alegria da arte para o público que o prestigia pelo resto dos seus dias.
Dançantes
Amante de expressões artísticas e dançarino de vários ritmos, Eduardo Barros, 21, um dos dançarinos da quadrilha junina Coisa da Roça, está no grupo desde 2018. No palco, ao lado da equipe, é o lugar em que ele mais se sente feliz. Mesmo com os dias apertados, o auxiliar administrativo transita entre o trabalho, outras atividades, os ensaios e apresentações. Ainda que as dificuldades persistam, o morador de São Sebastião não se enxerga fazendo mais nada da vida. "A sensação de dançar é animadora. É uma energia muito massa", explica Eduardo.
Quando tinha apenas 14 anos, Hitalo Silva, 20, se redescobriu em um lugar que ele mesmo diz que jamais imaginaria. Dentro de coreografias, passos e o ritmo contagiante do forró. O morador de São Sebastião é dançante da quadrilha junina Coisas da Roça desde 2019. Mesmo sem vínculo familiar, o acaso do destino o levou para as apresentações e o São João brasiliense. "Eu tinha alguns problemas em casa e jamais pensava em dançar. Quando encontrei a quadrilha, foi algo realizador", ressalta.
De dançarino a presidente
O sangue junino ajudou Márcio Nunes, 37, a viver a arte proporcionada pelos arraiais. Os irmãos fundaram o primeiro grupo em que o morador de Ceilândia participou. Com 7 anos, quando via as danças, mas não podia entrar ativamente, gravava no olhar a vida que, para ele, é a que valeria a pena. Depois de atingir a idade necessária, aos 16, deu os primeiros passos rumo às apresentações e o forró aconchegante. Logo depois, começou a se destacar e encarar com cada vez mais seriedade o movimento artístico. Se tornou diretor e, em seguida, presidente de uma quadrilha junina.
Não satisfeito, Márcio queria mais. Começou sua trajetória no movimento junino e se tornou o primeiro presidente mais jovem da liga de quadrilhas juninas da capital federal. "Essa é a paixão que sempre uniu minha família", destaca ele. Hoje, é responsável pela Liga de Quadrilhas Juninas do DF e do Entorno (Linqdfe) e ajuda a organizar o circuito que traz as melhores equipes de Brasília para uma competição distribuída em oito regiões administrativas.
Com a volta das festas, ele se diz assustado com o público pois a presença das pessoas superou todas as expectativas. No dia dos arraiais, as filas para prestigiar as apresentações são comuns. Mesmo com o esforço necessário e todo o trabalho que envolve a pré-produção na organização do evento, Márcio se diz muito feliz. "Temos em torno de oito meses para fazer e escrever o projeto. Corremos atrás de recurso, emenda parlamentar. Conversamos com autoridades das cidades e o secretário de Cultura", ressalta. Tudo isso, segundo ele, para preparar o melhor modelo, que tem como objetivo levar alegria ao quadradinho.
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado
Tamires Oliveira de Quadros, 32 anos, é dançarina e líder do grupo junino Xem Nhem NhemFoto: Arquivo pessoal
24/06/2022. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades - Quadrilheiros Márcio Nunes, presidente da Liga de Quadrilhas Juninas do DFFoto: Fotos: Carlos Vieira/CB
Correio Braziliense sexta, 24 de junho de 2022
ARRAIAL: FSTAS JUNINAS EMBALAM NOITES FRIAS DA CIDADE COM FORRÓ E ANIMAÇÃO
Festas juninas embalam noites frias da cidade com forró e animação
Após dois anos de isolamento devido à crise sanitária, brasilienses buscam na festa junina espaço para curtir música, pratos típicos e socialização em locais seguros e com diversão
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Edis Henrique Peres
AM
Ana Maria Pol
postado em 24/06/2022 06:00 / atualizado em 24/06/2022 09:24
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
As bandeirolas coloridas, o ritmo do forró e as comidas típicas são características do inverno brasiliense, que coincide com os festejos juninos e julinos. As programações divertem a capital e possuem público cativo, que aguarda ansiosamente o momento de calçar a bota e tentar um arrasta-pé.
Uma das comemorações mais esperadas do período é justamente a festa do Centro de Gastronomia e Artesanato do Lago Norte, o Quituart, que ocorre hoje. A diretora administrativa do centro, Maria de Fátima Araújo, conta que, em três décadas de evento, a animação da cooperativa só aumenta. "É sempre maravilhoso. Trazemos as comidas típicas e cada uma das lojas faz questão de participar. A banda Forró & Tal se apresenta e é aquela animação", orgulha-se.
Maria afirma que o brasileiro é um apaixonado pelo gênero musical. "Nós amamos forró, quando chegamos em um lugar e toca Luiz Gonzaga, é aquela alegria. É algo muito típico nosso", defende. Para edição deste ano, a expectativa dos organizadores é receber em torno de 80 a 100 pessoas, público parecido ao que frequentou a edição de 2019. "Temos também muito espaço para dançar, perto do palco separamos um local, com as mesas afastadas. Mas quem não gosta pode ficar sentado aproveitando as iguarias", frisa.
O sanfoneiro Aderson Gomes de Almeida, 73 anos, é um dos integrantes da Forró & Tal que comanda a festa. "Comecei a tocar o instrumento quando tinha uns 15 anos. Considero que esse espaço de junção (de festa junina com forró) é importante pelo prazer de todos estarem felizes, porque é uma alegria muito grande", constata.
Opções em toda parte
Avançando ao sul do Plano Piloto, a 5ª edição do São João do Guará está garantida. A programação, que começou ontem, segue até domingo. O evento é organizado pelos empresários Mayara Franco, Tamara Mansur e Joel Alves. Mayara explica que o grupo está aberto a parcerias e patrocínios para ajudar na realização da festa. "Idosos acima de 60 anos, crianças até 12 anos e pessoas com deficiência não pagam, é uma celebração cultural", explica.
O São João conta com apresentações de quadrilha, shows e forró piseiro. "As quadrilhas animam muito e, em alguns momentos, fazem interação com o público, puxam o pessoal para dançar. O público também participa", diz. A expectativa para quatro dias de programação é receber 40 mil pessoas, entre pagantes e não pagantes.
O Trio Siridó, que completa 50 anos de formação, dá o tom musical da festa. José Torres da Silva, 78, é um dos integrantes do grupo e declara verdadeira felicidade em poder, com a música, levar alegria aos brasilienses por tantos anos. "É muito bom para nós, que nos apresentamos, tocar esse repertório de pé de serra para o público e ver a reação", afirma. José detalha que o trio apresenta músicas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos e outros grandes nomes do forró.
Após as severas restrições impostas pela covid-19, o Complexo Gastronômico de Brasília estreia na quadra junina em seus três pólos. A expectativa é receber 700 pessoas com a programação. A proprietária e organizadora do evento, Lídia Nasser, destaca que a decoração será diferenciada, com música ao vivo e comida típica. "Decidimos fazer a festa junina porque sabemos que o brasiliense gosta muito e justamente por ficar dois anos sem poder aproveitar, quisemos trazer esse diferencial", explica Lídia, afirmando que o espaço tem tradição em promover eventos típicos que são bem aceitos pelo público, como a noite árabe, que ocorre mês.
A proprietária do Complexo Gastronômico acrescenta que o pagamento self-service dos eventos tem feito sucesso. "É um formato que tem funcionado de forma bem legal e acho que vai ser muito bom, o nosso público adora. A dança, nesse momento de festa, é extremamente importante. Começa a escutar o toque da música e não consegue ficar parado. A gente montou um lounge, com bastante espaço pro pessoal pra dançar, curtir e aproveitar junto", acredita.
Para quem curte uma arraial diferente
E para quem gosta de conhecer outras tradições, a Igreja Ortodoxa São Jorge, no Lago Sul, abre espaço para o Arraiá Árabe. O organizador do evento, Thomas Jibrin, conta que, antes da pandemia, a festividade era comum. "Apesar da igreja ser católica ortodoxa, a maioria das pessoas são da colônia árabe, que é muito unida. Nos reunimos todo domingo e a festa é uma forma de fazer algo para arrecadar dinheiro para a igreja. Além das comidas típicas brasileiras, vendemos comidas árabes durante o evento", afirma Jibrin convidando para a festa.
Embora o evento mantenha a mesma organização do modelo da festa junina tradicional, não é só o cardápio que é incrementado. "Em 2019 fizemos uma apresentação de dança árabe. Em geral, os árabes são muito festeiros, então é capaz do pessoal fazer a dança típica, mesmo sem termos nos planejado para isso este ano", anuncia.
Thomas explica que a dança se chama dabke. "Fazemos um círculo, todos de mãos dadas, um vai pegando na mão do outro e vão batendo o pé. Todos vão girando, balançando, pulando, é bem tradicional, mas os brasileiros entram sem pensar duas vezes. É um dos momentos mais legais da festa. É uma dança que une todo mundo, independente da crença", afirma. A expectativa é receber 1.500 pessoas nos dois dias de programação.
Correio Braziliense quinta, 23 de junho de 2022
GASTRONOMIA: PAELLA, CALDOS E QUEIJOS NO MENU DO 1º FESTIVAL JAZZ DO LAGO OESTE
Paella, caldos e queijos no menu do 1º Festival Jazz do Lago Oeste
A região do Lago Oeste receberá nos dias 24 e 25, a partir das 19h, a primeira edição de um festival de jazz, na chácara Cantinho do Céu (Rodovia DF 001, chácara 45), que faz parte da rota turística do local. Além da música, o evento terá um espaço gourmet para o público desfrutar da boa gastronomia da área.
O restaurante Brasis Ateliê Gastronômico servirá paella. Quem quiser fugir do frio, pode optar pelos caldos de carne e vegano, da Cozinha da Eva, ou o caldo de cogumelos, da Cogu Brasiliense, que também terá petiscos em seu menu. A Queijaria Rancharia e o Sitio Vila das Cabras estarão com queijos. Já o Espaço Neve servirá crepes e a Confeitaria da Nany, doces.
Entre as opções de bebidas, o evento terá chope e vinhos, quentão, além das de cervejas artesanais das cervejarias Capivara e E.T. Os ingressos custam R$ 50 (um dia) e R$ 90 (passaporte). À venda no site Sympla. Informações: (61) 99254-1551.
Correio Braziliense quarta, 22 de junho de 2022
DOMINGUINHOS: SANFONEIRO É HOMENAGEADO NA NONA EDIÇÃO DO PROJETO ESTAÇÃO DO CHORO
Dominguinhos é homenageado da nona edição do projeto Estação do Choro
O show, intitulado Dominguinhos Lado B, é um tributo tributo ao criador de clássicos da MPB
IR
Irlam Rocha Lima
postado em 22/06/2022 06:00
(crédito: Renata Samarco/Divulgação)
Dominguinhos, um dos maiores instrumentistas da história da música popular brasileira e brilhante compositor, é o homenageado da nona edição do projeto Estação do Choro, que ocorre nesta sexta-feira (25/6), às 20h, no Teatro Ary Barroso do Sesc, na 904 Sul. O tributo ao criador de clássicos como Só quero um xodó e De volta pro aconchego tem como convidado Rodrigo Zolet.
O show, intitulado Dominguinhos Lado B, é resultado das pesquisas de mestrado do acordeonista brasiliense. "O período de isolamento determinado pela pandemia foi dedicado à minha formação no mestrado, com projeto em que homenageio Dominguinhos, de quem sou admirador da obra. Fiz também um curso de arranjos da Escola de Música de Brasília", conta Zolet.
Nesta apresentação, em que o acordeonista é o solista, ele tem a companhia de Vinicius Vianna (violão 6 cordas), Matheus Donato (cavaquinho) e Pardal do Pandeiro. O repertório traz temas instrumentais de Dominguinhos como Forró em Salgueiro, Homenagem a Jackson do Pandeiro,No tempo do meu pai, Quebra quenga e Velhos tempos.
Criado em 2019, o Estação do Choro, depois de algumas edições, interrompeu a série de shows mensais por conta da covid 19. Antes havia feito algumas apresentações — quase todas no Teatro Ary Barroso — e participado de festivais, sempre sob a coordenação da produtora Marina Oliveira — idealizadora do projeto, ao lado de Gabriel Carneiro, o Pardal do Pandeiro.
Estação do Choro
Show Dominguinhos Lado B, tendo como solista convidado o acordeonista Rodrigo Zolet, sexta-feira, às 20h, no Teatro Ary Barroso do Sesc, na 504 Sul. Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia entrada).
Correio Braziliense terça, 21 de junho de 2022
FEIRA DO LIVRO DE BRASÍLIA: O MUNDO DO SABER AO ALCANDE DE TODOS
Depois de uma pausa de dois anos por causa da pandemia, a tradicional Feira do Livro de Brasília está de volta em um dos cartões postais da cidade e com atrações para o público de todas as idades
Mais de 100 estandes formam a Cidade da Leitura, na 36ª Feira do Livro de Brasília - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Contação de histórias, encontros com escritores, oficinas artísticas e educativas… Parece familiar? A Feira do Livro de Brasília (FeLiB) está de volta e traz consigo o entusiasmo e a curiosidade que o mundo da leitura desperta em crianças, jovens e adultos. Há espaço para todos. O evento, iniciado na última sexta-feira (17/6), ocorre em um dos cartões-postais da cidade, no Complexo Cultural da República, em uma área aberta. A 36ª edição celebra os 40 anos da mostra e tem como tema O Quadradinho, O Quadradinho e a Leitura… Sempre em Frente. A criação da Praça Família Leitora e dos espaços Sesc Vitrine Literária, Quadradinho Autoral, Beco dos Quadradinhos e Espaço Casa do Cordel são algumas das novidades da mostra.
Nesta 36ª edição, o homenageado é o brasiliense Roger Mello, ilustrador e autor de livros infantis, reconhecido por suas obras em tons fortes e quentes, que mesclam dramaticidade e diversão, espírito notadamente brasileiro. Somente da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, recebeu os prêmios Malba Tahan, Luís Jardim, Ofélia Fontes, Melhor Ilustração e 15 prêmios Altamente Recomendável. Conquistou, ainda, o Prêmio Jabuti de Ilustração e de Melhor Livro Juvenil; o Prêmio Especial Adolfo Aizen; o Prêmio Monteiro Lobato; entre muitos outros.
Antônio Miranda, 82 anos, patrono da Feira do Livro, dramaturgo, escritor e ex-diretor da da Biblioteca Nacional.Maria Helena de Carvalho
Mais de 100 estandes formam a Cidade da Leitura, na 36ª Feira do Livro de BrasíliaMarcelo Ferreira/CB/D.A Press
Quem também tem espaço nas homenagens é o artista visual Antônio Miranda, dramaturgo e ex-diretor da Biblioteca Nacional. Membro da Associação Nacional de Escritores, foi colaborador de revistas e suplementos literários, além de professor e ex-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília (UnB). "É uma emoção de estar aqui, 20 anos depois de chegar a Brasília. Fui o primeiro diretor da Biblioteca Nacional. Este lugar tem um significado especial", ressaltou Miranda, 82 anos, patrono da mostra.
A programação da FeLiB foi elaborada pelas professoras Aldanei Menegaz e Sônia Soares e tem como objetivo incentivar e valorizar a leitura, especialmente em idade escolar. Este público, inclusive, deve contabilizar cerca de oito mil estudantes durante todo o evento. Isso porque há também a apresentação de trabalhos desenvolvidos no último ano por dezenas de profissionais em 14 regionais de ensino do Distrito Federal, entre eles professores, contadores de histórias, artistas, escritores e colaboradores do governo e da iniciativa privada.
São mais de 100 estandes, dezenas de expositores — de grandes e médias editoras; das distribuidoras a academias de letras; de autores consagrados aos em início de carreira. Todos juntos e misturados nos corredores da Feria do Livro instalada na Cidade da Leitura.
O Correio está presente no evento com um espaço instagramável e o relançamento de livros de autores locais. A Feira do Livro de Brasília nasceu em 1982 com o propósito de contribuir para a criação de uma comunidade leitora e apaixonada pela literatura no Distrito Federal. Em 2002, foi incluída no Calendário Oficial de Eventos do DF. Nas 35 edições realizadas anteriormente, a FeLiB recebeu renomados escritores, como Jorge Amado, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Thiago de Mello, Ariano Suassuna e Moacyr Scliar.
A FeLiB é uma iniciativa do Instituto de Produção Socioeducativo e Cultural Brasileiro (IPCB), com fomento da Secretaria de Turismo e apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). A entrada é franca e o evento ocorre até o dia 26 de junho. Neste caderno especial, trazemos parte da programação para você não perder nada da mostra.
Correio Braziliense segunda, 20 de junho de 2022
FIM DO OUTONO: NO ÚLTIMO DIA, 20.06, DISTRITO FEDERAL TERÁ UNIDADE DE 30%
No último dia do outono, Distrito Federal terá umidade de 30%
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a queda da umidade relativa do ar vai dar uma aliviada, mas o valor ainda deve deixar os brasilienses em condição de alerta
AM
Ana Maria Pol
postado em 20/06/2022 08:49
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
É chegada a hora de se despedir do outono na capital federal: nesta terça-feira (21/6), começa, oficialmente, o inverno. Mas a climatologia do Distrito Federal não deve mudar ao longo da semana, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): sem previsão de chuvas, o céu permanece com poucas nuvens. Nesta segunda-feira (20/6) a previsão não é diferente. Segundo o órgão, a umidade relativa do ar deve dar uma aliviada e a mínima deve ficar em 30%.
O meteorologista Heráclio Alves diz que o alívio na umidade relativa do ar se justifica pelo clima mais ventoso. “Está ventando mais e isso favorece o alívio do tempo seco. É algo característico da época”, justifica. Apesar da redução, o especialista diz que a mínima já é motivo de preocupação para os brasilienses. “Não é um alívio tão intenso, já estamos na condição de alerta”, diz. A máxima registrada nas primeiras horas do dia foi de 95%.
A temperatura mínima registrada nos termômetros da capital foi de 12ºC no Paranoá, e a máxima pode chegar a 28ºC. Diante do tempo firme com sol e calor, a orientação da Defesa Civil é beber, pelo menos, seis copos d'água por dia, pingar duas gotas de soro fisiológico em cada narina, ter toalhas molhadas e bacias de água nos quartos, usar roupas leves e, se possível, de algodão. Também faz parte das recomendações não fazer exercícios físicos entre 10h e 17h e evitar queima de lixo e entulho. Confira a orientação para cada nível de medição abaixo.
Correio Braziliense domingo, 19 de junho de 2022
ACOLHIMENTO: A IMPORTÂNCIA DO RESPEITO E ACOLHIMENTO FAMILIAR NO MÊS DO ORGULHO LGBTQIA+
Mês do Orgulho LGBTQIA+: a importância do respeito e acolhimento familiar
No Mês do Orgulho LGBTQIA+, contamos a história de pessoas que assumiram sua sexualidade, diferente do "padrão" esperado, e contaram com o amor e o respeito irrestrito dos pais no combate à homofobia
PL
Por Letícia Mouhamad* e Carolina Marcusse*
postado em 19/06/2022 08:00
SAIBA MAIS
(crédito: WOJTEK RADWANSKI/AFP)
Reconhecer a própria sexualidade ou gênero ainda é um desafio em uma sociedade hostil ao que costuma fugir do padrão. E as tentativas de podar, não só demonstrações de amor como a existência de integrantes da comunidade LGBTQIA+, estão comprovadas em dados: ao menos cinco pessoas foram vítimas de homicídio no país a cada semana em 2021, segundo o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+. Muitas vezes, tal violência manifesta-se dentro de casa, ambiente de onde se espera maior proteção; daí a importância das redes de apoio que surgem ora dos grupos de amigos, ora de projetos e instituições.
Mas, afinal, como romper a reprodução de preconceitos que atravessam gerações e educar crianças confiantes e conscientes de seu papel social? As mudanças são urgentes, visto que até pouco tempo — apenas 32 anos — a homossexualidade ainda era classificada como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Durante junho, celebra-se o Mês do Orgulho LGBTQIA+, em alusão à Revolta de Stonewall, resposta do grupo à intolerância praticada por policiais, ocorrida em 28 de junho de 1969, nos Estados Unidos. Pensando nisso, a Revista conversou com especialistas e famílias que, além de acolherem os filhos, engajam-se na luta contra a homofobia e são exemplos de empatia e respeito.
"Ser você mesmo nunca deve ser motivo para pedir desculpas"
Crescer em uma família aberta a outras culturas e marcada por constantes mudanças de endereço — com pai americano e mãe brasileira — fez com que o estudante Azra Blum, 18 anos, despertasse desde cedo curiosidade sobre tudo, todos e si mesmo, sentindo-se confortável para, aos 12 anos, expressar sua identidade e sexualidade para os pais. Hoje, reconhece-se como homem transsexual e bissexual, constatação que, ainda nos primeiros sinais, não lhe causou espanto.
Recorda-se, por exemplo, de, na infância, ser menos "afeminado" que outras meninas e ter interesse por brincadeiras comumente associadas ao masculino. "Claro que essas características não podem determinar o gênero de alguém, mas, para mim, foi um tipo de 'sinal'", revela. Inicialmente, reconheceu-se como bi, depois como não binário e, em seguida, como homem trans. Não houve sentimento de vergonha ou culpa. "Eu sou isso mesmo, nada de mais."
Azra Blum com os pais, Adiane Martins e Avram Blum: apoio incondicional da família(foto: Arquivo pessoal)
Parte dessa segurança se deu pela reação positiva da família, em especial do pai, que a todo momento o acolheu. Com a mãe, o processo foi intrincado e permeado por resistência que, gradativamente, deu lugar a colo e compreensão, tornando-a uma das suas maiores apoiadoras e motivo de orgulho, em vista dessa transformação, para o filho.
Azra considera-se privilegiado por não ter sofrido tão intensamente situações de intolerância na escola — ambiente muitas vezes desafiador para crianças e adolescentes LGBTQIA +. Em alguns momentos, presenciou o que chama de ignorância por parte dos colegas, que teciam comentários, o sexualizando e objetificando. Perceber que esse grupo já não o aceitava motivou o jovem a encontrar outros amigos que realmente lhe apoiaram e com os quais se identificava.
Já na faculdade, o estudante cita uma ocasião em que se sentiu desconfortável com a forma como foi tratado pela professora, que não sabia como se referir a ele e o questionou sobre os pronomes com os quais se apresentava. "De certa forma, eu me senti 'tirado do armário' sem meu consentimento, já que fui o único da turma indagado sobre isso. De toda maneira, quase sempre as intenções são das melhores, mesmo que revelem pouco contato com pessoas transsexuais", explica.
Compreender que está passando por um processo de reconhecimento, muito particular para cada um, é o primeiro passo, conforme aconselha Azra. Ainda que a família e os amigos possam ser uma rede de apoio segura, somente quem vivencia esse contexto sabe o que o fará feliz. "Se os outros não te aceitarem ou te acharem estranho, é erro deles, não seu. Ser você mesmo nunca vai ser motivo para pedir desculpas. Tome coragem, jogue fora o 'desculpa' e apegue-se ao 'dane-se'".
Amor que fortalece
Informar-se sobre o processo de transição de gênero foi uma iniciativa importante para os pais de Azra, a consultora educacional Adiane Martins e o professor universitário Avram Blum. Além disso, investir tempo e energia em terapia, tanto individual quanto em família, foi uma atitude que ajudou a amadurecer as mudanças e juntar forças para compreender o filho.
Para Avram, os indícios sobre a identidade e a sexualidade do jovem foram percebidos desde cedo. "As crianças reconhecem que na sociedade existem certas expectativas para meninos e para meninas. Têm aquelas que 'aceitam' tais normas sociais, como meninas que gostam muito de usar rosa e vestir vestidos, enquanto outras não expressam tão fortemente esses traços associados à feminilidade, como foi o caso de Azra", descreve.
Azra Blum, estudante, e sua mãe, Adiane Martins.(foto: Arquivo pessoal)
Quando se mudaram para Brasília, o filho, então com 10 anos, fez uma forte amizade com uma menina, com a qual queria estar sempre junto. Ali, o pai percebeu que se tratava de um sentimento maior e, aos 12 anos, os adolescentes se assumiram para as mães. Ao saber, o professor, de prontidão, demonstrou apoio e compreensão: o importante era que o filho estivesse feliz. "Tudo bem. É muito bom ter alguém que gostamos em nossa vida", recorda-se de declarar.
O próximo grande passo ocorreu ao se mudarem para os Estados Unidos. Quando os pais tiveram que assinar um documento com o filho, surgiu a questão do nome: Azra não se identificava mais como Ana Sofia e o pedido para ser chamado de outra forma foi acatado pela família. Após passar por um período em que considerava ser não binário, o jovem reconheceu-se como menino, aos 17, comprovando que esse processo pode ser longo e gradativo, o que não significa que seja árduo, já que houve tempo suficiente para compreender cada nova informação.
Com acompanhamento psicológico, Adiane passou a conhecer mais sobre si e sobre o papel essencial que exerce na vida do filho. Ela lembra, ainda, que esses primeiros momentos podem ser desafiantes para o adolescente, mas, se ele souber que em casa há acolhimento, qualquer tipo de sofrimento é reduzido em altíssima proporção. "Eles precisam muito do nosso amor. Nós somos as pessoas mais próximas deles e é tão maravilhoso saberem que têm nosso apoio. Dessa forma, consegui enxergar o orgulho que tenho de ser mãe do Azra", conta.
Para os pais que estão passando por situações semelhantes, Avram recomenda: "Informe-se, conheça e converse". Procurar um espaço neutro, como o da terapia, também pode ser positivo. Além disso, dialogar com amigos ou amigas que são parte da comunidade LGBTQIA + ajuda a esclarecer algumas questões e enxergar outras perspectivas. "Em nenhum momento, eu me senti decepcionado ou achei que ele não estava alcançando as minhas expectativas. Quero que ele esteja bem, em primeiro lugar", finaliza.
Correio Braziliense sábado, 18 de junho de 2022
BEM-ESTAR EMOCIONAL: RUAS VERDES E COLORIDAS FAZEM BEM À SAÚDE, CONSTATA EXPERIMENTO
Ruas verdes e coloridas fazem bem à saúde, constata experimento
Efeito é constatado em experimento de realidade virtual e, segundo pesquisadores franceses, reproduzem os benefícios observados na vida real. Para os autores, o resultado deve ser considerado no trabalho de planejadores urbanos
CB
Correio Braziliense
postado em 18/06/2022 06:00
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Ruas lotadas, barulho e prédios cinzentos podem levar ao estresse e à fadiga. Há estudos comprovando que a vida na cidade pode ser ruim para a saúde e o bem-estar emocional. Um experimento conduzido pela Universidade de Lille, na França, mostra que um antídoto para esses problemas pode estar em incorporar mais padrões coloridos e "manchas verdes" às edificações e às ruas.
"Esse estudo ilustra o potencial de intervenções simples para melhorar a vida dos moradores urbanos, além do poder da realidade virtual para testar tais intervenções", enfatizam, em comunicado, os autores do estudo, liderado pela pesquisadora Yvonne Delevoye-Turrell e divulgado na edição mais recente da revista Frontiers in Virtual Reality.
No experimento, Delevoye-Turrell e a equipe submeteram 36 voluntários adultos a experiências em ambientes urbanos distintos. Foram criados um ambiente urbano imersivo sem vegetação e outro, com plantas. O grupo também colocou padrões coloridos ao longo dos caminhos a serem percorridos.
Usando óculos e um fone de ouvido de realidade virtual, os participantes passaram um tempo explorando os ambientes criados. Durante o experimento, a equipe avaliou a velocidade espontânea de caminhada, o comportamento do olhar, a percepção de mudanças e medidas fisiológicas de estados afetivos dos voluntários.
Para determinar para onde eles estavam olhando e por quanto tempo, cada fone de ouvido incluiu um rastreador ocular. Dessa forma, a equipe detectou, por exemplo, que os adultos passaram menos tempo olhando para o chão e mais tempo observando seus arredores em ambientes com vegetação. Nessas mesmas configurações, os participantes caminharam mais devagar e tiveram frequências cardíacas maiores, indicando, segundo os autores, que passaram por uma experiência mais prazerosa.
Os padrões de cores, por si só, não tiveram o mesmo efeito restaurador que a vegetação, mas estimularam o interesse e o fascínio dos voluntários e atraíram os olhares ao mesmo tempo em que elevaram os batimentos cardíacos, indicando um aumento da excitação fisiológica. "Os resultados sugerem que aumentar a quantidade de vegetação e os desenhos coloridos em ambientes urbanos pode melhorar o bem-estar dos moradores das cidades, dando uma nova interpretação ao termo selva de concreto", destacam os autores.
Novos estudos
Delevoye-Turrell chama a atenção para o fato de a realidade virtual ter ajudado a constatar experiências que acontecem na vida real. "As reações humanas são sensíveis a mudanças ambientais, como clima ou tráfego, e vieses de medição. Consequentemente, usamos a realidade virtual como prova de conceito para medir as reações a essas intervenções em um espaço urbano simulado."
Os efeitos constatados também abrem a possibilidade do uso da ferramenta tecnológica por planejadores urbanos, permitindo que eles testem virtualmente o impacto de possíveis modificações em áreas coletivas e de grande movimento. No futuro, a equipe espera tornar a experiência virtual ainda mais imersiva, o que ajudaria na obtenção de resultados mais precisos. "Odores e sons podem ser o próximo passo para a realidade virtual testar verdadeiramente o impacto das cores no prazer de caminhar", indica Delevoye-Turrell.
ONU pede ação contra a seca
No momento em que cidades de vários países enfrentam ondas de calor incomuns, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu uma "ação imediata" contra a seca e a desertificação para evitar "desastres humanos". "A hora de agir é agora: cada ação conta", disse o secretário executivo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD, na sigla em inglês), Ibrahim Thiaw, em uma conferência mundial em Madri, na Espanha, por ocasião do Dia Mundial da Luta contra a Seca.
Thiaw lembrou que o número crescente de pessoas que têm sido afetadas pela seca não é mais novidade e alertou que as estimativas indicam que "metade da população mundial enfrentará uma grave escassez de água nos próximos oito anos". Por isso, seguiu, "é indispensável implementar sistemas eficazes de alerta precoce e mobilizar fundos duradouros para melhorar a resistência das populações à desertificação".
Países como Estados Unidos, Espanha, Itália e França estão sofrendo ondas de calor extremo fora do verão, com temperaturas acima de 40ºC. "Não há lugar na Terra para se esconder (...) Nenhum país, rico ou pobre, está a salvo", insistiu o representante da UNCCD. Organizada na Espanha, a conferência acontece quase um mês depois da COP15 contra a desertificação, que reuniu 7 mil pessoas em Abidjan, na Costa do Marfim, e teve como resultado o compromisso de recuperar 1 bilhão de hectares de terras degradadas até 2030 para responder à "emergência climática".
Correio Braziliense sexta, 17 de junho de 2022
ELBA RAMALHO: CANTORA CANCELA PRESENÇA NO ARRAIAL DA DONA JUNINA, NESTA SEXTA, POR TER SIDO DIAGNOSTICADA COM COVID-19
Elba Ramalho cancela presença no Arraial da Dona Junina, nesta sexta
Cantora foi diagnosticada com covid-19, sendo impossibilitada de performar; o evento ocorre nesta sexta-feira (17/6)
CB
Correio Braziliense
postado em 17/06/2022 11:36
(crédito: Reprodução)
Elba Ramalho cancelou a participação no show O Grande encontro, programado para esta sexta-feira (17/6) no Arraial da Dona Junina, no Clube ASCADE. A cantora testou positivo para covid-19, e, por isso, não participará do evento.
Em nota, o Arraial da Dona Junina confirmou que, apesar do diagnóstico, a cantora realizou vários outros testes, a fim de acompanhar o ciclo do vírus e conseguir performar, mas continuou testando positivo, sendo impossibilitada de realizar o show.
Embora Elba não possa comparecer, o evento continua confirmado com O Grande Encontro com Alceu Valença & Geraldo Azevedo como a atração principal, além de Rastapé, Bloco Eduardo & Mônica, Trio Balançado, e alguns DJs.
Correio Braziliense quinta, 16 de junho de 2022
CORPUS CHRISTI: CARÓLICOS RENOVAM A FÉ NO CORPO DE CRISTO, NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS
Católicos renovam a fé no Corpus Christi, na Esplanada dos Ministérios
Após dois anos sem a celebração, devido à pandemia, público aguarda o festejo conhecido pela procissão com velas e pelo tapete confeccionado pelos fiéis
AM
Ana Maria Pol
postado em 16/06/2022 06:00 / atualizado em 16/06/2022 09:56
A ultima vez que o movimento Acamps-DF participou da solenidade de Corpus Christi na Esplanada dos Ministérios em 2019 - (crédito: Arquivo Pessoal)
Da serragem que suja a roupa, do corante que pinta as mãos e do pó de café que gruda na pele, surgem imagens de Jesus, do cálice de vinho e da santa hóstia, que moldam um trajeto colorido, no meio do gramado da Esplanada dos Ministérios. Foram dois anos de espera até que as medidas restritivas fossem reduzidas e católicos do Distrito Federal pudessem se reunir novamente para celebrar, na Esplanada dos Ministérios, a tradicional celebração de Corpus Christi. O evento, conhecido pela procissão com velas e pela confecção do tapete feito de serragem, retorna às ruas hoje, com cerca de 500 jovens que amanhecem no centro de Brasília para darem início à preparação do trajeto.
Coordenadora do movimento Acamps-DF, a bancária Juliana Soares de Sousa Prates, 35 anos, conta que o grupo participa da confecção do tapete há cerca de 15 anos, e que a empolgação dos jovens em voltarem ao gramado da Esplanada dos Ministérios na solenidade é altaArquivo Pessoal
Ano passado, o grupo Acamps-DF foi até a Capela São Jorge, no Batalhão da Polícia Militar, em Taguatinga Norte, para a confecção do tapeteArquivo Pessoal
O festejo, celebrado 60 dias após a Páscoa, deve contar com 22 grupos do DF para a montagem do tapete, que se estende por aproximadamente 125m. O trajeto é usado na procissão do Santíssimo Sacramento, após a santa missa, celebrada às 17h. De acordo com o coordenador da montagem do tapete de Corpus Christi, Aloísio Parreiras Rodrigues, serão 25 quadros, com 5m de comprimento e 4m de largura. Ou seja, são 25 desenhos que fazem menção ao sacramento da Santa Eucaristia — o ato de recebimento da hóstia consagrada, o símbolo do corpo de Cristo.
Aloísio explica que a organização para o evento se inicia três meses antes da festa. "Nós chamamos os movimentos e pastorais que trabalham com a juventude nas paróquias do DF e começamos a fazer a seleção dos desenhos que serão moldados", diz. De acordo com o coordenador, os grupos fazem propostas de ilustrações dentro do tema, que é sempre relacionado à Santa Eucaristia. Neste ano, o lema é "O verbo se fez carne e habitou entre nós". "A comissão avalia e aprova, ou não, o desenho. Além disso, cada quadro tem uma frase curta, para que seja uma catequese eucarística. Então são frases relacionadas ao tema também", cita.
Em 2020, como o feriado caiu próximo ao início da quarentena, não houve programação. Ano passado, algumas paróquias realizaram a confecção dos tapetes nos estacionamentos e espaços abertos próximos aos templos, com a participação de poucas pessoas, respeitando o distanciamento social e o uso de máscaras. Por isso, a empolgação e a expectativa dos jovens para se reunirem na Esplanada dos Ministérios é ainda maior. "Foram dois anos sem esse contexto de unidade. A montagem do tapete demonstra que os jovens de diversas localidades do DF também estão servindo na igreja, então é uma inquietação positiva. Ainda estamos na pandemia, mas prevalece a esperança de que com os devidos cuidados teremos uma solenidade especial e bela", cita Aloísio.
Coordenadora do movimento Acamps-DF, a bancária Juliana Soares de Sousa Prates, 35 anos, conta que o grupo participa da confecção do tapete há cerca de 15 anos, e que a empolgação dos jovens em voltarem ao gramado da Esplanada dos Ministérios na solenidade é alta. "É uma oportunidade que temos de conviver juntos. Nosso grupo prioriza muito pelo contato, pelo abraço. Então nos últimos anos, viver essa solenidade sem termos um ao outro, lado a lado, foi impactante", diz. Anualmente, a equipe se organiza para conseguir os materiais para a construção do desenho. Segundo a bancária, neste não será diferente: "Conseguimos a doação da borra de café, e quanto ao resto dos materiais, juntamos o valor para comprar e não ter a dor de cabeça de ficar faltando algo no dia", diz.
Pároco da Catedral Metropolitana de Brasília, Paulo Renato Pereira da Silva explica que a solenidade de Corpus Christi significa "Corpo de Cristo". "Quando Jesus estava com os apóstolos, reunidos, ele instituiu a eucaristia e a partir daquele momento deixou de ser a celebração da páscoa judaica para ser uma nova aliança, onde ele daria a sua carne e sangue", diz. A festa, segundo o sacerdote, passou a ser solenidade anos depois. "Papa Urbano IV foi testemunha de dois milagres, sendo o primeiro com Santa Juliana, que incentivou, através de uma visão, uma festa pública que teria como objetivo aumentar a fé dos fiéis e reparar as ofensas contra o santo sacramento", diz.
PROGRAME-SE
7h
Oração com os jovens, conduzida pelo padre Renato
Início da confecção dos tapetes
8h
Abertura da praça de alimentação (café, lanches e almoço)
15h
Início das confissões
16h
Animação do evento
16h45
Procissão de entrada (saída da Catedral)
17h
Missa Solene
Correio Braziliense quarta, 15 de junho de 2022
CULTURA: ESTAÇÕES DO METRÔ GANHAM PAINÉIS DE MOSAICO EM CELEBRAÇÃO A BRASÍLIA
Estações do Metrô ganham painéis de mosaico em celebração a Brasília
Três estações ganham, nesta quarta-feira (15/6), mosaicos da artista plástica Cida Carvalho. Peças ficarão em exposição permanente
AI
Ana Isabel Mansur
postado em 15/06/2022 06:00 / atualizado em 15/06/2022 06:13
Exposição Arte nos Trilhos, com painéis de mosaico, de Cida Carvalho - (crédito: Vini Bednarzuk/Divulgação)
A partir desta quarta-feira (15/6), as estações Central, 106 Sul e 112 Sul vão receber, cada uma, um mosaico da artista plástica e mosaicista Cida Carvalho, idealizadora da exposição Arte nos Trilhos. A inauguração ocorre hoje, na Estação Central, na Rodoviária do Plano Piloto. Os painéis foram doados ao Metrô-DF e serão exposição permanente. O projeto vai oferecer, sempre na Estação Central, visitação de escolas, até 17 de julho, e rodas de conversas, em 21 de junho.
As obras medem 8m², 12m² e 18m². Os temas vão desde a construção de Brasília à fauna e flora do cerrado. A iniciativa ocorre por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), em parceria com o Metrô-DF, e conta com apoio do Correio Braziliense.
Estrutura
Segundo Cida Carvalho, os objetivos da exposição incluem a doação e a democratização da arte, além de fomentar a cultura e a economia do DF. "Trabalhamos os aspectos culturais e sociais juntos, um não existe sem o outro. O projeto precisa de estrutura, que gera empregos. Um projeto cultural é muito importante por conta disso, dessa logística toda que exige", reflete a artista.
Kelly Venâncio, coordenadora de Marketing e Eventos do Correio, destaca o papel histórico do jornal na valorização de Brasília. "Fazer parte de iniciativas que fomentem a arte e cultura reforça o nosso propósito como grupo de comunicação e traz uma aproximação genuína com a comunidade", avalia Kelly.
Ângela Maria da Silva, 55 anos, foi uma das mulheres que participou da confecção de um dos mosaicos. Coordenadora da Central do Movimento Popular e integrante do Coletivo De Mulheres com Deficiência do DF, a aposentada e outras 20 voluntárias cadeirantes se reuniram, em oito sábados, com Cida Carvalho, para produzir duas peças para a obra que será exibida na Estação 112 Sul. "Aprendemos o primor do mosaico, mesmo em pouco tempo. Eu e as meninas nos sentimos muito honradas. Tomara que tenha mais projetos assim, para incentivar as pessoas a produzirem mais arte", torce Ângela Maria.
Programação
Os mosaicos serão permanentes nas estações. As rodas de conversa integram a exposição e acontecem em junho, com participação gratuita e aberta ao público. Confira:
Rodas de conversa
Local: Estação Central (Rodoviária do Plano Piloto) Dia: 21 de junho (terça-feira) Temas:
8h30: A arte em pedras
10h: Sustentabilidade
14h: Governança e compliance no Brasil
16h30: Arte e Cultura na Capital Federal
Correio Braziliense terça, 14 de junho de 2022
VAN GOGH: EXPOSIÇÃO IMERSIVA BEYOND VAN GOGH CHEGA A BRASÍLIA EM AGOSTO
Exposição imersiva Beyond Van Gogh chega a Brasília em agosto
Visitada por mais de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo, a exposição desembarca na capital após passagem por São Paulo e ingressos podem ser comprados a partir desta quarta-feira (15/6)
CB
Correio Braziliense
postado em 14/06/2022 09:59 / atualizado em 14/06/2022 11:26
Beyond Van Gogh chega à Brasília no dia 4 de agosto e fica até 30 de outubro de 2022 - (crédito: Gayaman Visual/Divulgação)
A maior exposição imersiva do mundo sobre Vincent Van Gogh, Beyond Van Gogh ganhou data para desembarcar em terras brasilienses. Após sucesso em São Paulo, a temporada, ainda em curso, foi prorrogada na cidade para até 3 de julho. Até o momento, a edição paulistana rendeu mais de 300 mil visitantes. Brasília, o próximo local na fila para receber a mostra, precisou ter a data de estreia adiada para 4 de agosto. A experiência imersiva será organizada no estacionamento do Park Shopping e os ingressos começam a ser vendidos nesta quarta-feira (15/6) pelo site www.vangoghbrasil.com.br.
Em um verdadeiro show de luzes, cores, música e formas, Beyond Van Gogh promove uma viagem sensorial extraordinária por meio da tecnologia de projeção de ponta. Cerca de 350 obras do pintor holandês Vincent Van Gogh ganham vida ao redor de toda a instalação, livres de qualquer moldura para fluírem à vontade pelas paredes, chão e teto. A experiência é embalada por uma trilha sonora contemporânea que contém sonhos, pensamentos e palavras do artista, e já encantou cerca de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo.
Agora que chegou a vez de Brasília de sediar a exposição internacional, os organizadores planejam levantar um enorme pavilhão no Park Shopping durante os dois meses de evento. “Estamos ansiosos por receber Beyond Van Gogh. Brasília é uma capital modernista, admirada mundialmente por seus traços, pela sua dinâmica e pelas suas obras expostas a céu aberto. O Park Shopping está a caminho de completar 40 anos na cidade. Como um centro de experiências, fomentador da cultura e da arte, ter as obras de Van Gogh em nosso espaço é um presente para o PKS e para os brasilienses”, conclui Natália Vaz, superintendente do shopping.
A “versão brasileira” de Beyond Van Gogh vem para compor a programação de comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Afinal, dentre as várias influências do período, estavam as obras do holandês: ele foi um dos maiores expoentes do expressionismo, um dos movimentos de vanguarda que impactaram a arte moderna mundial e, por consequência, o modernismo no Brasil.
Por mais que Vincent Van Gogh (1853-1890) tenha acumulado pouco sucesso em vida, o passar do tempo o consagrou como um dos maiores artistas da história, sendo hoje considerado como um verdadeiro patrimônio mundial das artes plásticas. A exposição imersiva foi pensada para celebrar a magnitude do pintor e trazer uma reflexão de como o mesmo continua a influenciar artistas e amantes da arte pelo mundo.
Beyond Van Gogh é idealizada pelo Normal Studio de Montreal, Canadá, e realizada pela Blast Entertainment, empresa da DCSET Group, que conta com o patrocínio oficial da Lenovo e da Intel.
SERVIÇO
Beyond Van Gogh De 4 de agosto a 30 de outubro de 2022, no Estacionamento Privado do ParkShopping (SMAS Trecho 1 - Guará). Visitação de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingos e feriados, das 10h às 20h. Ingressos à venda no site https://www.livepass.com.br/beyond-van-gogh. Classificação Etária Livre. Menores de 12 anos entram acompanhados.
Correio Braziliense segunda, 13 de junho de 2022
RELIGIÃO: DEVOTOS SE REÚNEM PARA CELEBRAR DIA DIA DE SANTO ANTÔNIO
Devotos se reúnem para celebrar o Dia de Santo Antônio
A Paróquia e Santuário de Santo Antônio promove festa e missas, ao longo desta segunda-feira (13/6), em homenagem ao santo
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Júlia Eleutério
postado em 13/06/2022 09:14
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
Muitos devotos se reúnem neste dia 13 de junho na Paróquia e Santuário de Santo Antônio, localizada na 911 Sul, para celebrar o religioso. Conhecido por ser casamenteiro, o frei era muito mais do que isso. Santo Antônio era caridoso e humilde, ajudava os mais necessitados e pregava com devoção.
A ex-atleta Juscilene Garcez, 50 anos, é uma grande devota do santo. "Eu já consegui muitas graças. Minha família inteira é devota do santo. Uma graça muito grande que eu consegui foi a gravidez", comentou a moradora de Vicente Pires, que tem um filho de 11 anos e agradece ao santo pela benção.
Parte da equipe de liturgia da Igreja há dois anos, Juscilene faz questão de participar das atividades da pastoral para ter mais contato com o religioso. "A gente sempre procura estar ajudando e servindo na Igreja, quanto mais eu participo e fico próxima, eu vou conhecendo a grandiosidade do santo. Cada vez, me apaixonando mais", destacou.
Para a ex-atleta, é fundamental essa proximidade com o santo e com a Igreja. "A gente tem que ter essa devoção aos santos que nos aproximam cada vez mais de Deus", concluiu a devota.
A Festa de Santo Antônio termina nesta segunda-feira (13/6). Desde 31 de maio, o local recebe festas, cafés da manhã, almoços e uma trezena solene. A programação para o último dia da festa terá missas distribuídas em vários horários, além da entrega dos pãezinhos abençoados de Santo Antônio pela manhã. A partir das 18h, ocorre a festa social com comidas típicas dessa época do ano.
Confira os horários das missas: 10h, 11h, 12h, 15h, 17h, 18h, 19h e 20h
Correio Braziliense domingo, 12 de junho de 2022
ANÁLISE: O BRASIL NA GEOPOLÍTICA DO ALIMENTO
Análise: O Brasil na geopolítica do alimento
Muitos analistas consideram que há amplas evidências de que uma nova geopolítica está substituindo o projeto de globalização que, sustentado na lógica de um mundo sem fronteiras, ganhou força no pós-Guerra Fria
CB
Correio Braziliense
postado em 12/06/2022 06:00
(crédito: Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES - Pesquisador da Embrapa Agroenergia
O conceito de geopolítica pode adquirir variados matizes, mas é em geral associado ao impacto que a geografia tem nas estratégias e políticas de determinados países ou regiões. Certo nível de poder político pode ser vinculado, por exemplo, a países que controlam vias navegáveis e comércio ou que detêm recursos, como petróleo, gás natural, solos férteis, água. Enquanto no passado a geopolítica centrava-se na luta pelo controle de espaços, recursos e comércio, como forma de poder, mais recentemente o conceito ganha novas facetas e muito mais complexidade.
Muitos analistas consideram que há amplas evidências de que uma nova geopolítica está substituindo o projeto de globalização que, sustentado na lógica de um mundo sem fronteiras, ganhou força no pós-Guerra Fria. Essa nova geopolítica perpassa múltiplos domínios, exigindo mais conhecimento sobre a natureza interconectada dos sistemas naturais, sociais, econômicos, políticos e tecnológicos. Veja se os desafios das mudanças climáticas, pandemia, guerra no leste europeu, inflação e distúrbios nos fluxos globais de insumos e alimentos — ocorrendo ao mesmo tempo, com variados tipos de riscos — alguns antes improváveis, mas que, de repente, se tornam reais.
Insegurança alimentar está entre os riscos geopolíticos mais perigosos, pelos efeitos que tem em todas as dimensões da vida em sociedade. Afinal, acesso ao alimento está na base da estabilidade e da paz no mundo. Antes mesmo das crises concomitantes que vivemos, persistentes sinais de alerta indicavam aprofundamento de assimetrias econômicas e sociais e ameaçador crescimento da fome e da desnutrição no mundo. Situação hoje agravada, com muitos governos perplexos frente ao desafio de prover suas populações com alimentos adequados a custos acessíveis.
A retomada da demanda ao fim de dois anos de pandemia não encontrou eco nas debilitadas cadeias globais de suprimentos, e a guerra Rússia-Ucrânia aviltou os preços do petróleo e do gás natural, provocando sérias rupturas nos fluxos de insumos e alimentos. O resultado é uma crise inflacionária de natureza global, sentida tanto por economias avançadas quanto por mercados emergentes e economias em desenvolvimento. A inflação de alimentos, medida pelo índice de preços da FAO (FFPI), que atingiu em 2021 o nível mais alto em uma década, deve infelizmente crescer ainda mais em 2022.
A atual crise aponta para duas situações que precisam capturar a atenção dos líderes e formuladores de políticas no Brasil, um grande produtor de alimentos e provedor-chave para inúmeros países ao redor do globo. A primeira diz respeito à necessidade — que é também uma oportunidade — de criar condições para que o Brasil produza uma excelente safra de alimentos nesse momento em que o mundo passa por enorme dificuldade. Tanto que uma das maiores lideranças do país, o ex-ministro Roberto Rodrigues, pede para 2022/23 um "plano safra de guerra" pela alimentação, causa humanitária das mais nobres, que poderá melhorar a nossa imagem internacional e, também, injetar recursos valiosos na nossa combalida economia.
A segunda situação diz respeito às mudanças que as atuais crises poderão provocar no futuro, com impactos para a agricultura e para o agronegócio exportador, que gera divisas tão necessárias para o país. Muitos acreditam que capacidade de produzir e prover alimentos pode se transformar em arma geopolítica, como a energia fóssil tem sido por muitos anos. Mas o exemplo excludente e insustentável do petróleo tende a afastar a possibilidade de paradigma semelhante emergir no futuro, ainda mais com alimento, que é recurso ainda mais essencial que energia.
O mais provável é que se intensifiquem esforços para que o mundo disponha de maior diversidade de fornecedores de alimentos no futuro. Por exemplo, ninguém deveria ficar surpreso se China e Rússia buscassem criar um novo cinturão de produção em imensas áreas do hemisfério norte, que passam a ter estações de cultivo viáveis em função do aquecimento global. Mas mudanças ainda mais radicais poderão vir de inovações tecnológicas disruptivas, em especial as que ampliem capacidade produtiva nos países que não possuem terras agricultáveis suficientes.
Em artigo publicado em 2020 pela Academia de Ciências dos Estados Unidos (PNAS Vol. 117:32, 19131-19135), cientistas descrevem a modelagem de uma inusitada fazenda artificial, em estrutura vertical de 10 camadas, equivalente a um hectare de terra, formatada para produzir trigo com temperatura otimizada, luz artificial e altos níveis de CO², injetados como "fertilizante". Estrutura modelada para produzir, anualmente, de 220 a 600 vezes o volume de trigo produzido em fazenda convencional. Tal fazenda artificial usaria espaços diminutos, eliminaria rigores e imprevisibilidades do clima, reutilizaria água e nutrientes e excluiria pragas e doenças.
Ficção científica, muitos dirão. Mas com disponibilidade de fontes renováveis e baratas de energia e aumentos nos preços de alimentos, tal modelo de produção poderá ganhar espaço, funcionando como usinas produtoras de alimento e recicladoras de carbono, operando em grande proximidade e sintonia com as cidades e consumidores cada vez mais exigentes em sustentabilidade. Esse é um exemplo de transformações que poderão acontecer em futuro não muito distante, e o Brasil só conseguirá participar delas se investir mais em ciência e inteligência estratégica.
Correio Braziliense sábado, 11 de junho de 2022
SHOW: PROJETO CABARÉ PROMOVE VERDADEIRO ENCONTRO SERTANEJO NA CAPITAL FEDERAL
Projeto Cabaré promove verdadeiro encontro sertanejo na capital federal
No repertório, o público ouvirá clássico de Leonardo e Bruno & Marrone; show ainda terá abertura de Rick & Renner
IR
Irlam Rocha Lima
postado em 11/06/2022 06:00
(crédito: Instagram/Reprodução)
Quando houve a estreia do show Cabaré, há oito anos, Leonardo tinha a companhia do amigo Eduardo Costa, com quem fez vários shows e, em 2016, lançou o CD e DVD Cabaré Night Club. Após o fim do duo, o cantor e compositor, coautor do clássico sertanejo Pense em mim, se juntou à Bruno & Marrone para dar prosseguimento ao projeto.
Ao lado da dupla, Leonardo gravou um DVD em abril, no Allianz Parque, em São Paulo, e agora dá início por Brasília a uma turnê que os levará a várias cidades brasileiras. Hoje, às 22h, eles se apresentam na Arena BRB do Estádio Mané Garrincha. Antes, sobe ao palco Rick & Renner, que iniciou a carreira em Brasília.
Repertório
Com produção do grupo brasiliense Top 7 Entretenimento, o show é aguardado com muita expectativa pelos fãs dos três artistas goianos, ícones no cenário da música sertaneja. No repertório foram reunidos sucessos do cantor e da dupla e também clássicos do gênero, criados por outros compositores.
O público ouvirá, por exemplo, De igual para igual, Não olhe assim, Temporal de amor, A princesa, Ainda ontem chorei de saudade, Seu amor ainda é tudo, Boate azul, A dama de vermelho e, claro, Dormi na praça e Pense em mim.
Cabaré
Show de Leonardo e Bruno & Marrone, com abertura de Rick & Renner, hoje, às 20h, na Arena BRB do Estádio Mané Garrincha. Ingressos: a partir de R$ 90. Venda pelo site e app do Sympla.
Correio Braziliense sexta, 10 de junho de 2022
MÚSICA CAIPIRA: BRASÍLIA RECEBE A MÚSICA CAIPIRA COM ENCONTRO DE VIOLAS E VIOLEIROS
Brasília recebe a música caipira com Encontro de Violas e Violeiros
A 20ª edição do Encontro de Violeiros e Violeiras de Brasília está de volta e percorrerá cidades como Brazlândia, Ceilândia e Planaltina.
*P
*Evellyn Paola
postado em 10/06/2022 06:00
Zé Mulato e Cassiano
(crédito: Luiz Fernandes)
A 20ª edição do Encontro de Violeiros e Violeiras de Brasília está de volta e ocorre nesta sexta-feira (10/6) e sábado (11/6), após dois anos sem o tradicional evento em decorrência da pandemia. Os shows percorreram cidades como Brazlândia, Ceilândia e Planaltina. Neste ano, a festa será na Praça dos Estados da Candangolândia, trazendo um reencontro entre o público e a promoção de artistas locais e nacionais da música caipira, com shows gratuitos a céu aberto.
Além dos shows, o evento traz exposições e uma feira gastronômica na programação, com a mistura da cultura regional dos rincões do país e de seus artistas. Nesta edição, o encontro adota o estilo híbrido de atividades, com transmissão ao vivo pelo canal oficial do Clube do Violeiro Caipira. O idealizador, produtor do evento e violeiro, Volmi Batista, evidencia a saudade do encontro, e revela que esta edição apresenta novidades que prometem. A intenção é "aproximar o passado, relembrar vivências e referências que guardamos com carinho na memória". Segundo ele, "o encontro tem a responsabilidade de cuidar da cultura caipira de raiz, genuína e viva".
Também violeiro, Volmi Batista destaca que o público pode esperar muita música, canções que representem a cultura popular brasileira. "Teremos uma exposição de elementos da cultura caipira, que a gente vem coletando durante esses quase 30 anos do Clube do Violeiro, serão expostas cerca de 200 a 300 capas de LPs de todos os tempos da música caipira e também uma exposição de pintura naif, uma pintura feita por artistas amadores, que é a primeira vez que participam do encontro", explica o músico.
Este ano, o evento, que recebe recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do GDF, ocorre, excepcionalmente, no mês de junho — tradicionalmente ocorre em julho.
A proposta é promover uma retrospectiva dos encontros realizados anteriormente, trazendo, em sua programação, a participação de artistas considerados patrimônios da cultura e da música caipira, além da cena cultural atual. Hoje, na noite de estreia, o público terá apresentações de Volmi Batista, Jacarandá e Braúna, composta pelos amigos Ismar e Geraldo. A dupla Irmãs Barbosa vem para representar o lado feminino da música.
O encontro ocorre na Praça dos Estados (entrada da Candangolândia). Hoje, o evento começa às 18h, enquanto amanhã, começa a partir das 9h. A entrada é gratuita, com classificação livre, e conta com tradução em libras.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
Correio Braziliense quinta, 09 de junho de 2022
MÚSICA: ÁUREA MARTINS CANTA AS REZADEIRAS E BENZEDEIRAS EM NOVO DISCO
Áurea Martins canta as rezadeiras e benzedeiras em novo disco
Aos 82 anos, Áurea Martins lança 'Senhora das folhas', com músicas de nomes como João Nogueira e Arlindo Cruz
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Irlam Rocha Lima
postado em 09/06/2022 06:38 / atualizado em 09/06/2022 06:39
(crédito: Dan Coleho/Divulgação)
Ao completar 82 anos, Áurea Martins, a grande dama da música carioca, mantém-se em plena atividade, fazendo shows e lançando discos. No momento, ela brilha em Senhora das folhas, álbum no qual faz um mergulho no universo sagrado feminino das rezadeiras e benzedeiras.
Lançamento que resulta de parceria entre a Aquarela Carioca, Natura Musical e Biscoito Fno, o LP que saiu no formato físico e está à disposição nas plataformas digitais, traz um repertório de 11 canções, que vai do canto medieval a composições de João Nogueira, Arlindo Cruz, Roque Ferreira e Projota, entre outros. Os arranjos são de Lui Coimbra e a direção artística é de Renata Grecco. Há a participação de músicos do primeiro time da MPB.
"Falar sobre esse trabalho é uma das coisas que mais tem me dado prazer. Mostrar a história da reza e da cura, musicadas, é uma bênção. A aceitação das pessoas, os palcos que temos percorrido, isso tudo é visto por mim como um presente de 82 anos — que completo no próximo dia 13 de junho", afirma a cantora, em tom de celebração.
O ramo (Socorro Lira) abre os trabalhos. Prece do Ó, a segunda faixa é uma adaptação de Dércio Marques para prece recolhida por Cassiano Ricardo. Na sequência Áurea interpreta A rezadeira (originalmente um rap de Projota), Sem folhas não tem orixás (domínio público), Folha miúda/Menino do Samburá (Roque Ferreira), Ponto das caboclas (Camila Costa) e Araruna (Nehiri Asurini e Marlui Miranda).
Prazeirosamente ouve-se também a bela e privilegiada voz da senhora dos tempos em Me curar de mim (Flaira Ferro), Senhora Santana (origem medieval), e nos sambas clássicos Na paz de Deus (Arlindo Cruz,Sombrinha e Beto Sem Braço) e Banho de manjericão (João Nogueira e Paulo César Pinheiro).
Correio Braziliense quarta, 08 de junho de 2022
EXPLORAÇÃO ESPACIAL: QUATRO *CIVILIZAÇÕES ALIENÍGENAS* PODEM ATACAR A TERRA, ALERTA PESQUISADOR
Quatro "civilizações alienígenas" podem atacar a Terra, alerta pesquisador
O pesquisador disse que o objetivo do trabalho era avisar os cientistas e colocar um número sobre as civilizações que poderiam possivelmente reverter a mensagens enviadas da Terra
HD
Helena Dornelas*
postado em 07/06/2022 19:08 / atualizado em 07/06/2022 19:08
A pesquisa é considerada mais como uma "experiência de pensamento". O artigo intitulado Estimando a Prevalência de Civilizações Extraterrestres Maliciosas, tem como objetivo advertir outros cientistas e colocar um número para as civilizações que poderiam eventualmente reverter às mensagens que são enviadas.
A estimativa é baseada na história mundial de invasões no século passado, as capacidades militares dos países envolvidos e a taxa de crescimento global do consumo de energia. Alberto usou como base o recorte temporal de 1915 até 2022, com expectativa de qual seria a probabilidade da Terra invadir outro planeta.
O estudo foi feito com base na probabilidade estatística. Alberto aplicou o número de invasões que aconteceram na terra, incluindo o Sinal WoW, ao número estimado de exoplanetas na Via Láctea. De acordo com os cálculos, o número de civilizações que poderiam invadir nosso planeta é quatro.
Alberto também alertou os cientistas para terem cautela ao usar a Inteligência Extraterrestre de Mensagens (METI) por medo de que ela pudesse provocar uma invasão.
Caballero explica que fez a pesquisa baseada apenas na vida humana e acrescenta que como não conhece a mente dos extraterrestres as respostas patológicas pesquisadas podem não ser iguais.
Entretanto, o estudo conclui que a probabilidade da Terra sofrer com uma invasão extraterrestre é menor do que a probabilidade da raça humana ser extinta por ser atingida por um asteroide.
Correio Braziliense terça, 07 de junho de 2022
INVEASTICAÇÃO: CONHEÇA O *GOLPE DO CHEIRO*, TENTATIVA DE DOPING POR MOTORISTAS
Conheça o "Golpe do Cheiro", tentativa de doping por motoristas
Usuários de transporte por aplicativo relatam terem sentido fortes odores de produtos químicos durante seus trajetos
CS
Cecília Sóter
postado em 06/06/2022 11:53 / atualizado em 06/06/2022 11:57
(crédito: Dan Gold/Unsplash)
Usuários de transporte por aplicativo vêm compartilhando desde o mês de maio, nas redes sociais, relatos de que sentiram fortes odores de produtos químicos durante os trajetos. Batizado de “golpe do cheiro”, a ação pode ser uma estratégia de dopagem de passageiras usada por criminosos. As informações são da revista Istoé.
Em uma reportagem do Autoesporte divulgada em 29 de maio, uma passageira denunciou o caso de dopagem à Polícia Civil, em São Paulo. Ela conta que estava com o namorado em uma festa e afirmou que o carro por aplicativo que eles pegaram estava com todas as janelas fechadas, exceto a do motorista. Eles sentiram falta de ar e tontura.
Uma outra reportagem, do Ne10, conta o caso de uma passageira que teria passado pela mesma situação neste fim de semana. Mulheres de vários estados do país que usam transporte por aplicativo estão denunciando nas redes sociais, situações em que teriam sido vítimas da armadilha.
A Uber afirmou ao Autoesporte que investiga a situação. "A Uber trata todas as denúncias com a máxima seriedade e avalia cada caso individualmente para tomar as medidas cabíveis, sempre se colocando à disposição das autoridades competentes para colaborar, nos termos da lei."
De acordo com especialistas ouvidos pela Istoé, o efeito do odor forte pode ser causado por éter, clorofórmio ou metanol. Eles podem prejudicar a absorção do oxigênio pelo corpo, levando a tontura, náusea e perda de consciência.
Correio Braziliense segunda, 06 de junho de 2022
FESTA JUNINA: ARRAIAL EM CASA
Arraial em casa: festa junina sob medida para família e amigos faz sucesso
Planejar uma festa junina no aconchego do lar é mais fácil do que parece! Com alguns truques, seu evento pode ficar ainda melhor
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Luna Pontes*
postado em 05/06/2022 09:00 / atualizado em 05/06/2022 12:38
(crédito: Reprodução Pinterest )
Para os religiosos, a festa junina é celebrada em 24 de junho, Dia de São João. Agora, para os amantes de comidas típicas, fogueira e quadrilha, as comemorações começam em maio e terminam apenas em julho. Considerada a segunda maior festa típica brasileira, ficando atrás apenas do carnaval, ela reúne uma quantidade absurda de iguarias à base de milho, servidas com quentão e chocolate quente. Tem coisa melhor do que um lugar que oferece pamonha, canjica, curau, bolo de milho junto com pé-de-moleque, maçã do amor, cachorro-quente, espetinho e pastel?
A trilha sonora também não deixa a desejar — baião, xote e quadrilha são alguns dos gêneros que estão sempre presentes. A típica programação das igrejas, clubes e prefeituras fica ainda mais aconchegante quando feita dentro do conforto de casa. Às vezes, bate aquela insegurança na hora de organizar a própria festa, mas a Revista está aqui para ajudar a planejar um evento sem nenhuma dor de cabeça.
Como a estrela da celebração são os pratos típicos o melhor jeito de começar a organização é pela mesa, visto que ela vai ser o centro das atenções da noite!
Clara Juliana, do @mesadeiradebrasilia, dá várias dicas de como montar uma mesa perfeita para a sua festa junina. Para começar, é sempre bom separar os itens que serão utilizados. Primeiro, o jogo americano, que pode ser de diversos tecidos, cores e texturas. Mesclar modelos diferentes cria volume e contraste de uma forma bem interessante. A meseira, por exemplo, sobrepõe uma base de juta com um crochê amarelo, resultando em uma combinação super no clima da festa e perfeita para foto.
Mesa posta por Clara Juliana: detalhes que fazem a diferença(foto: Luna Veloso/CB/D.A Press)
Outro item essencial é o guardanapo de tecido. Uma dica da meseira é colocá-lo junto com um porta guardanapo temático para acrescentar ainda mais um ponto decorativo na mesa. Com alguns materiais bem simples, eles podem até ser feitos em casa sem gastar quase nada.
Chegou a hora da escolha das louças. Peças neutras são sempre uma ótima pedida. Clara optou pelas brancas. Por serem mais fáceis de combinar com qualquer proposta, é um ótimo investimento para sua casa — elas vão compor muito bem sua mesa junina e todos os seus próximos eventos. Os modelos dependerão muito de quais comidas serão servidas, porém, normalmente, pratos de sobremesa funcionam muito bem. Quando colocados juntos com bowls, xícaras e panelinhas conseguem cumprir perfeitamente a demanda da festa.
2022. Revista. Casa .Festa Junina.(foto: Reprodução Pinterest )
Várias utilidades
Ressignificando a funcionalidade dos objetos e aproveitando tudo que você já tem em sua casa, as xícaras de chá podem virar recipientes para servir curau, canjica e caldos. Chapéus também podem se transformar em ótimas cumbucas para broa ou pipoca, pratos rasos substituem boleiras e um cesto de palha pode ser usado para servir o cachorro-quente. O jogo de talheres também precisa de uma atenção especial. Decoradas ou lisas, todas as peças serão necessárias para a montagem dessa mesa.
Agora que já temos o jogo americano, os pratos, as xícaras, os talheres e os guardanapos, é a hora dos arranjos. As flores sempre dão um charme a mais para qualquer ambiente. Para entrar no clima, Clara sugere colocá-las em cestas ou até montar um jarro temático com palha, espantalhos decorativos e ramos de trigo.
Para sobrar espaço suficiente para as estrelas desse evento, as comidas, outra dica é usar um aparador de suporte. O ambiente fica mais harmônico quando os itens estão bem distribuídos pela casa.
Para entrar ainda mais no tema e ter um resultado impecável, pequenos acessórios podem ser colocados nas próprias comidas. Bandeirinhas nos bolos e chapeuzinhos no canudo dos refrigerantes são algumas das dicas da meseira!
O próximo passo é organizar a casa para, finalmente, receber os convidados. Alguns itens simples, quando bem colocados, podem dar outra cara para o ambiente e deixar todos contaminados com o espírito da festa junina.
2022. Revista. Casa .Festa Junina.(foto: Fotos: Reprodução Pinterest )
Na área externa
Se você curte uma pegada mais elaborada, alguns detalhes podem incrementar o ambiente, trazendo aquele toque de elegância. Dar uma atenção extra para o ambiente externo pode ser o seu diferencial. Na varanda, lounges com almofadas de chita é uma das dicas da decoradora Virgínia D'arc.
Uma fogueira também não pode faltar, assim como arranjos de flores artificiais com acessórios juninos, música ao vivo e até uma pequena quadrilha. Mesas redondas com toalhas coloridas intercaladas com mesas de madeira, jogo de luzes e balões de tecidos juninos são algumas das sugestões da decoradora. Quando combinados, esses detalhes fazem toda a diferença. Com poucos itens, sua festa ganha um ar sofisticado.
2022. Revista. Casa .Festa Junina.(foto: Reprodução Shutterstock )
O planejamento é essencial — comida, bebida, decoração, música… São muitas coisas para se pensar antes que a festa vire realidade. A professora Diva Mascarenhas Borges, porém, aconselha você a respirar, pois o processo passa muito rápido em comparação com a alegria do dia. Há mais de 10 anos, ela oferece festas juninas no seu quintal para amigos e familiares. Essa tradição veio de quando ela era criança. Começou com um pedido dos caseiros do condomínio onde mora, anos depois passou para administração de sua irmã mais velha e agora, depois de casada, chegou oficialmente nela a coroa de anfitriã.
Para ela, o segredo para não ter estresse durante esse processo está na divisão de tarefas. Cada convidado contribui de alguma forma — alguns com os doces, outros com a bebida, alguém prepara o som, outro monta a fogueira... E, assim, ninguém fica sobrecarregado. "Quando todos são meio que donos da festa, todos se esforçam para fazer o melhor", comenta Diva.
2022. Revista. Casa .Festa Junina.(foto: Reprodução Pinterest )
Elementos da celebração
Chapéus de palha e lenços xadrez — São opções muito esperadas na hora de se vestir para o evento, mas já pensou em usá-los para enfeitar os bancos? Essa alternativa é perfeita para aproveitar esses acessórios, muitas vezes esquecidos no armário há anos. Além de ser um detalhe simples e charmoso, compõem muito bem o ambiente com um toque inusitado. Com certeza, vai chamar atenção de todos os convidados!
Painel de fitas — Depois de toda essa produção, você vai querer fazer vários registros para guardar seu evento na memória. Então, o que seria melhor do que uma parede especial para as suas fotos? As fitas podem ser feitas de diversos materiais, como papel crepom, cartolina e cetim. Para montar o painel, também é muito simples: você precisará apenas colar uma tira de fita dupla face na parede para conseguir prender os acessórios. Prontinho, uma parede bem colorida para alegrar sua festa!
Bandeirinhas — Não tem nada que combine mais com festa junina do que bandeirinhas! Essa é a clássica decoração que não pode faltar em nenhum evento. De origem curiosa — as antigas bandeiras eram produzidas em homenagem aos três santos do mês, Santo Antônio, São João e São Pedro, e colocadas em água para simbolizar a lavagem deles — foram transformadas com o passar do tempo nas famosas bandeirinhas coloridas meramente decorativas. De cartolina, papel de seda, EVA ou feltro, elas podem ser confeccionadas ou compradas prontas em qualquer loja neste período de comemorações.
Correio Braziliense domingo, 05 de junho de 2022
TAGUATINGA 64 ANOS: A ESSÊNCIA DA PRAÇA DO RELÓGIO, SÍMBOLO DA REGIÃO
Taguatinga 64 anos: a essência da Praça do Relógio, símbolo da região
Ronaldo Seggiaro mora em Taguatinga desde 1971 e declara o carinho pela cidade. Um de seus locais preferidos é a Praça do Relógio, onde guarda muitas lembranças
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Arthur de Souza
postado em 05/06/2022 07:00
Ronaldo Seggiano: "O grande charme de se viver no DF, era Taguatinga" - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
"Moro em Taguatinga desde 1971 e amo essa cidade." É assim que Ronaldo Seggiaro, 76 anos, descreve o que sente pela região administrativa onde reside há mais de 50 anos. Gaúcho de nascença, ele conta que chegou no Distrito Federal em março daquele ano. "Na época, eu era oficial da Polícia Militar e estávamos criando o 2º Batalhão da PM no Distrito Federal. Tenho uma história de amor muito grande com Taguatinga, porque ela me deu muito", se declara.
"Lembro-me, com muito carinho, de quando Taguatinga era a cidade mais bairrista do DF. As pessoas tinham total orgulho de ser taguatinguense", recorda Ronaldo. Uma de suas principais lembranças da cidade é a vida noturna que ela tinha. "Principalmente na década de 1970. Nessa época, a única atração fora daqui era o Gilberto Salomão, no Plano Piloto", aponta. "O restante da vida social do DF era aqui. Tinha a rua da alegria e alguns restaurantes que eram inesquecíveis", destaca Seggiaro.
O pioneiro também coloca as festas de Taguatinga como um de seus pontos altos. "O carnaval de rua daqui era maravilhoso. Começava pela tarde e ia noite a dentro", observa. "Além disso, as pessoas se reuniam para assistir futebol nos botecos, também tinha o Nenen's Chopp, que servia uma cerveja maravilhosa", atesta Ronaldo. Por causa de tudo isso, ele afirma que a região tinha um apelido carinhoso. "Os antigos chamavam de 'Taguaiorque', pois o grande charme de se viver no DF, era Taguatinga", brinca.
Referência
O local escolhido por Ronaldo para a entrevista foi a Praça do Relógio. E não foi por acaso. Ele afirma que o trecho é um ícone para Taguatinga. "Aqui perto, antigamente, tinha uma caixa d'água que, quando as pessoas a viam, sabiam que estavam chegando em Taguatinga", ressalta. "Acontecia de tudo por aqui, como feiras beneficentes e eventos. Além disso, todos que queriam fazer algo em Taguatinga, usavam a Praça do Relógio para fazer a divulgação", recorda.
Acompanhando Ronaldo, estava sua namorada, Givanilce Gois, 63, que também é pioneira da cidade. "Cheguei em Taguatinga em 1962, quando meu pai veio trabalhar na construção de Brasília", comenta. Apesar de não ter nascido na região, ela afirma que se considera uma "verdadeira taguatinguense". "Me casei e constituí minha família aqui. Só um dos meus filhos não está aqui. O resto, todos são filhos de Taguatinga", aponta.
"Considero aqui a minha 'terra natal', praticamente. Não saio daqui de jeito nenhum", frisa. Sobre o companheiro, Givanilce diz que já o conhecia, antes mesmo de começarem a namorar. "Ronaldo era meu vizinho, Depois que ele ficou viúvo e eu me separei, decidimos começar nosso relacionamento, que já dura sete anos", finaliza a pioneira.
Correio Braziliense sábado, 04 de junho de 2022
MÚSICA: GLORIA GROOVE LEVA O ÁLBUM *LADY LESTE* PARA TURNÊ NA EUROPA EM JULHO
Gloria Groove leva o álbum 'Lady Leste' para turnê na Europa em julho
A série de shows no velho continente vai começar em 2 de julho, em Lisboa (Portugal), e vai passar por países como Espanha, Suíça e Inglaterra
CB
Correio Braziliense
postado em 03/06/2022 19:44
Gloria Groove no clipe de Bonekinha - (crédito: Rodolfo Magalhaes/Divulga??o)
Após os palcos brasileiros, a cantora Gloria Groove vai levar o seu mais recente e exitoso álbum Lady Leste para a Europa. A turnê começa em 2 julho, com primeira parada em Lisboa (Portugal). No dia seguinte, é a vez da capital inglesa receber uma das drag queens mais em evidência do cenário pop musical brasileiro.
Singles de sucesso, como Bonekinha, Vermelho e A queda desembarcam, nos dias 6 e 7 de julho, em Barcelona (Espanha) e Dublin (Irlanda), respectivamente. O show em Genebra (Suíça) ocorre no dia 9 e o público residente da França se encontra com Gloria no dia seguinte, na capital Paris.
Correio Braziliense sexta, 03 de junho de 2022
GASTRONOMIA: DUDU CAMARGO APOSTA EM RECEITAS INSPIRADAS NA CULINÁRIA AMERICANA NO ARENA
Dudu Camargo aposta em receitas inspiradas na culinária americana no Arena
Em suas quase três décadas de profissão, o talentoso chef Dudu Camargo enfrenta pela primeira vez o desafio de criar um cardápio gastronômico esportivo, isto é, voltado para um ambiente que tem no esporte o seu foco. Foi para o restaurante Arena, que leva o seu nome, instalado no segundo andar do Bloco C, Quadra 2, Setor Hoteleiro Norte, onde no térreo e no primeiro andar funciona um clube de pôquer, que o chef desenvolveu receitas inéditas inspiradas na culinária americana. Ou no país vizinho, como é o caso do picante Mata Leão, carne moída com tempero mexicano, creme cheddar flambado no Jack Daniel`s escoltado de guacamole e Doritos (R$ 49,90).
Crédito: Arena Flow/divulgação. Beat
Beat são bastões de queijo empanado e anéis de lula crocante com molho de tomate (R$ 44,90) servidos como entrada, enquanto o Trinca, peito de frango grelhado, molho de queijos com ravióli de muçarela de búfala ao molho de tomate (R$ 44,90) é destaque entre os pratos principais, nos quais tem até um hamburguer com fettuccine verde de brócolis (R$ 49,90). A temática esportiva acompanha o item sobremesa com Apito Final nos donuts recheados com frutas vermelhas e Match Point no cheesecake de brownie e morango com sorvete de baunilha, ambas por R$ 19,90 cada.
Enquanto saboreiam os pratos, os clientes podem assistir a diversos esportes simultaneamente através de telas espalhadas pelo salão, com transmissões ao vivo dos principais torneios e jogos do dia. Telefone: 99340-7295.
Correio Braziliense quinta, 02 de junho de 2022
LITERATURA: ANY COLLIN PARTICIPA DE NOITE DE AUTÓGRAFOS DE NOVO LIVRO NO DF
Any Collin participa de noite de autógrafos de novo livro no DF
'Estilhaços de tempo' é o primeiro livro da escritora francesa radicada no Brasil. A obra reúne contos e crônicas sobre as andanças da autora
PA
Pedro Almeida*
postado em 02/06/2022 06:00
(crédito: Arquivo Pessoal)
A escritora francesa Any Collin participa, nesta quinta-feira (2/6), às 19h, na Livraria da Travessa do Shopping Casa Park, de uma noite de autógrafos para o livro Estilhaços de tempo, lançado neste ano pela Apis Editora.
Na gaveta de Any Collin, contos, poemas e crônicas repousaram por muito tempo à espera da oportunidade de se lançarem ao mundo. O tempo, implacável, fez com que a artista encontrasse, à beira dos 80 anos de idade, o desejo de torná-los públicos. Assim nasceu Estilhaços de tempo, uma compilação de contos e crônicas que relatam as andanças de uma escritora pelos mundos reais e da imaginação.
As andanças de Any não são poucas. Nascida em Paris, na França, em 1943, a artista passou os primeiros 25 anos de vida na cidade. Transcorrido o quarto de século nas ruas parisienses, o mundo tornou-se pequeno. Any caiu na estrada no afã de explorar o mundo e a si mesma. As diversas viagens, enfim, encontraram descanso em São Paulo, onde a artista foi morar com a família. Na maior cidade da América Latina, ela se encontrou em um grande caldeirão cultural e se deixou envolver à medida que sentia o amor pelo país avançar de forma galopante. O delírio tropical, contudo, foi interrompido por um infortúnio que a levou de volta a Paris. Por lá, Any não conseguiu chacoalhar o desejo de estar no Brasil e focou-se em produzir sobre o país. Entre os projetos, ajudou na divulgação de artistas brasileiros residentes na França, produziu dois programas de rádio e assinou uma coluna em um jornal local sobre a cultura brasileira.
De volta ao Brasil, Any conheceu outro país ao pousar em locais como o Sul e o Nordeste. Nas aulas de escultura com o mestre Antônio Pedro dos Santos, a quem ela agradece no livro pela "injeção de Brasil na veia", a escritora ouviu histórias incríveis que contavam sobre uma nação desconhecida por ela até então. Muitas delas tornaram-se inspiração direta para contos do livro. Any fincou bandeira no Rio de Janeiro, onde mora até hoje. O português, aos poucos, ganhou o posto de língua oficial na mente de Any; o Brasil, o posto de nação.
Munida de vivências, histórias e estórias, Any, enfim, abriu a gaveta que abrigava tantos textos. Recortes de tempo, ou, nas palavras da autora, estilhaços de tempo, se reuniram para formar um espelho que refletia, de certa forma, o rosto de Any. Os 20 textos que ocupam as 161 páginas do livro imprimem, sobretudo, o prazer de pertencer a um país acolhedor. E ela não pretende parar por aí. Um novo livro de poesias está pronto e traz o anúncio de que a gaveta não tem a intenção de se empoeirar outra vez.
Correio Braziliense quarta, 01 de junho de 2022
MÚSICA: JOÃO DONATO, ÍCONE DA BOSSA NOVA, FAZ SHOW NO CLUBE DO CHORO
João Donato, ícone da bossa nova, faz show no Clube do Choro
O pianista apresenta, nesta quarta-feira (1º/6) sucessos como ‘A rã’, ‘Bananeira’ e ‘Amazonas’. Ao Correio, falou sobre a relação de amor com Brasília, "do céu lindo, dos gramados"...
JC
José Carlos Vieira
postado em 01/06/2022 06:00
(crédito: DiogoSilveira/Divulgaco)
João Donato tem um sorriso que ilumina toda a área em que ele se encontra. Um menino genial de 87 anos, que gosta de falar de música e curtir a vida. Nesta entrevista ao Correio, o instrumentista, que se apresenta hoje no Clube do Choro, fala da trajetória, da relação de amor com Brasília e da grandeza do amigo e xará João Gilberto.
Como é voltar a tocar em Brasília depois de uma pandemia traumática que ainda hoje preocupa?
É uma felicidade muito grande, pelo carinho que eu recebo do Reco do Bandolim (Henrique Santos Filho), pelo público do Clube do Choro... Eu recebi há poucos dias a segunda dose de reforço da vacina contra a covid-19 e estou me sentindo bastante seguro. Espero que a galera também tenha se vacinado, para a gente estar na mesma sintonia.
Você morou em Brasília por algum tempo, de que sente saudades? Quais locais gostava de frequentar?
Eu sinto saudade daquela paz de Brasília, do céu lindo, dos gramados. Sinto falta do tacacá da dona Jacirema, daquela gente animada que curte a minha música no Clube do Choro. Brasília tem um significado muito especial na minha vida: há 23 anos eu me apaixonei pela Ivone (Belém), nos casamos na Primeira Igreja Batista, moramos na Asa Norte e estamos juntos até hoje.
O Clube do Choro tem uma relação bacana com você, como é reabrir a casa para receber amigos?
Eu e o meu conjunto fizemos quase 20 temporadas no Clube, desde quando ele funcionava no subsolo, o Donatinho (meu filho) ainda era adolescente. Nos meus 80 anos, em 2014, ganhei do Reco uma homenagem: cheguei e lá estava eu em um desenho ocupando a fachada do Clube. Eu me sinto muito querido pela família do Reco e pela rapaziada que trabalha no Clube do Choro. E, claro, também pelo público que gosta de música instrumental, escuta em silêncio e aplaude que é uma beleza.
Na sua longa carreira, qual perrengue, situação difícil, que teve de encarar e qual momento mágico que você gosta de relembrar?
Na época da ditadura, década de 1970, eu estava me apresentando como pianista com a Gal Costa em Maceió e, por causa de uma reclamação no hotel, eu e a minha mulher à época, Ana Maria, fomos presos. Naquele tempo não se podia reclamar nem de um sabonete. Ainda bem que esse tempo passou. Numa dessas apresentações que eu venho fazendo no Clube, contei a história da minha primeira composição, "Nini", feita em homenagem à minha primeira paixão, aos 7 anos de idade. Quando eu termino de tocar a música, a Nini me aparece na plateia, quase 80 anos depois, percebi o meu coração batendo muito forte por causa de uma namorada.
A sua amizade com João Gilberto atravessou décadas de sucessos e noitadas no Brasil e nos Estados Unidos, pode contar um pouco dessa relação musical?
Eu costumo dizer que se a bossa nova tem um rei, o João Gilberto, com aquela voz suave, aquele violão econômico e aquele jeito de desaparecer e reaparecer, feito uma tartaruga ninja. Sim, tem o Tom (Jobim), compositor e instrumentista sensível. Mas o João era além de tudo um amigo leal: sempre que eu me encontrava em perigo, ele aparecia do nada com uma plantinha ou mandava me entregar um envelope com alguns dólares. A gente se entendia andando lado a lado, nem precisava se olhar. Quando nos encontramos pela primeira vez, foi aquela sintonia, ao ponto de ele vestir as minhas camisas. Sabe como é, eu morava com meus pais, aquela vida boa, e ele veio da Bahia sozinho.
Você tem um sorriso e uma luz também fora dos palcos, o que te tira do sério? O que gosta de fazer quando não está diante de um piano?
Eu gosto de sentir as coisas da natureza: ouvir os sons dos passarinhos, andar por um bosque depois de uma chuva fina, sentir aquele cheiro da terra, os sabores da minha infância no Acre: cupuaçu, taperebá, manga; tomar um bom tacacá, uma tigela de açaí. Gosto de dormir. Gosto de escutar música, dormir e acordar escutando música. O Paulo Moura vinha aqui em casa, agora o João Bosco e outros amigos vêm e ficamos estirados horas escutando música. Ninguém fala nada. Há quem ache isso estranho (risos), mas o Zuza Homem de Mello contava que foi a Nova York estudar música na renomada escola Julliard e que a primeira coisa que ensinaram na escola foi escutar música. Errado não estavam. O que me tira do sério, deixa eu pensar... pressa para fazer qualquer coisa. Eu sou aquela tartaruguinha que chega por último.
Por que a bossa nova conquistou ouvidos e corações de americanos, europeus e japoneses?
Porque ela traz uma mensagem melódica para cima, um frescor juvenil, uma paz de espírito. É uma música que qualquer japonês sabe que trata de amor, de sorriso, de flor, mesmo sem conhecer o idioma.
Você tem algum arrependimento? O que falta para você?
Não, nenhum. No elevador sempre tem um espelho, não é? Eu vejo a minha imagem refletida e, para diversão da Ivone, de quem está do meu lado, eu brinco: "Ninguém diz que eu vou fazer 100 anos". Eu pratico a gargalhoterapia e isso acho que ajuda.
Você já definiu o repertório para o Clube do Choro?
Sim, vai ser como um reencontro daqueles de namorados que não se veem há meses: um pouco de clássicos para matar a saudade (A rã, Bananeira e Amazonas), uns temas mais recentes que saíram no disco que lançamos com o Jards Macalé, um carimbó que compus com a Dona Onete e outras que a gente não lembra na hora e que o público faz a gente recordar: Doralinda, Simples Carinho.
Brasília 60 Anos de Choro
Show de João Donato e Trio hoje e amanhã, às 20h30, no Espaço Cultural do Choro (Eixo Monumental). Ingressos R$ 60 (inteira) e e R$ 30 (meia entrada). Classificação indicativa livre. Informações: 99956-7369 (Whatsapp).
Correio Braziliense terça, 31 de maio de 2022
SÉRIES: JODIE FOSTER SERÁ UMA DAS NOVAS PROTAGONISTAS DE *TRUE DETECTIVE*
Jodie Foster será uma das novas protagonistas de ‘True detective’
Vencedora do Oscar de Melhor atriz interpretará Liz Danvers na quarta temporada da série antológica; ainda não há data prevista para estreia
CB
Correio Braziliense
postado em 31/05/2022 09:54
Jodie Foster vai viver uma das investigadoras da série - (crédito: JOHN MACDOUGALL)
Vencedora do Oscar de Melhor atriz por Silêncio dos inocentes, Jodie Foster será a protagonista da quarta temporada de True detective, segundo o portal Deadline. A artista interpretará uma detetive chamada Liz Danvers.
No novo ano da série, Danvers e a colega Evangeline Navarro investigam um caso de desaparecimento de seis homens que operam uma estação de pesquisa no Ártico, a Tsalal Arctic Research Station.
Foster integrará, ainda, a equipe de produção executiva junto a Issa López, Barry Jenkins, Alan Page Arriaga, Mark Ceryak, Matthew McConaughey, Woody Harrelson, Adele Romanski, Mari Jo Winkler, Cary Joji Fukunaga e Nic Pizzolatto.
True detective é uma série antológica, que já foi protagonizada por Mahershala Ali e Stephen Dorff, na última temporada, e também teve participação de Colin Farrel, Taylor Kitsch, Rachel McAdams e Vince Vaughn. McConaughey e Harrelson estiveram no primeiro ano do seriado. Os episódios estão disponíveis no catálogo da HBO Max, mas a quarta temporada ainda não tem data de lançamento definida.
Correio Braziliense segunda, 30 de maio de 2022
IGREJA CATÓLICA: PAPA FRANCISCO ANUNCIOU 21 NOVOS CARDEAIS - *A EMOÇÃO FOI GRANDE. MISSÃO DE DEUS*, DIZ ARCEBISPO DE BRASÍLIA
"A emoção foi grande. Missão de Deus", diz arcebispo de Brasília
O papa Francisco anunciou, ontem, 21 novos cardeais. Entre os escolhidos, estão dois brasileiros. Dom Paulo Cezar Costa, da Arquidiocese local, e Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus
GF
Giovanna Fischborn
postado em 30/05/2022 06:00
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
O papa Francisco anunciou ontem os nomes de 21 novos cardeais da Igreja Católica. Entre eles, há dois brasileiros. Foram escolhidos Dom Paulo Cezar Costa, da Arquidiocese de Brasília, e Dom Leonardo Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus. Agora, o Brasil terá nove representantes no colégio cardinalício. Apenas a Itália, os Estados Unidos e a Espanha têm mais membros.
Atualmente, o Vaticano tem 208 cardeais. Com a atualização, passa a 229. Os cardeais são escolhidos diretamente pelo Santo Padre para serem os assessores direto do pontífice. Para ser cardeal, é obrigatório ser bispo ou arcebispo. Aqueles que tiverem menos de 80 anos podem votar para eleger o próximo Papa. Por esse motivo, dos nove integrantes brasileiros no Colégio dos Cardeais, só seis votariam num eventual conclave, que ocorre após a renúncia ou morte de um papa. Da lista anunciada, 16 religiosos estariam aptos a votar.
"Oremos pelos novos cardeais e para que eles, confirmando sua adesão a Cristo, me ajudem em meu ministério como bispo de Roma pelo bem de todo o santo povo fiel de Deus", disse o líder do Vaticano. Também da América do Sul, foram nomeados o paraguaio Adalberto Martínez Flores, arcebispo de Assunção, e o colombiano Jorge Enrique Jiménez Carvajal, arcebispo emérito de Cartagena. A Itália, hoje com 44 nomes, ganhará mais cinco cardeais. Os Estados Unidos, mais um. Foram escolhidos ainda um inglês, um sul-coreano, um francês, um nigeriano, dois indianos, um timorense, um ganense, um singapurense e um arcebispo belga.
A cerimônia oficial para os novos cardeais será dia 27 de agosto. O Consistório reúne todos os cardeais, inclusive os recém-escolhidos, para assistir o Papa em decisões administrativas e econômicas.
Dom Paulo Cezar Costa, representante de Brasília, disse ter ficado surpreso com a nomeação e agradeceu o reconhecimento do trabalho que é feito no Brasil e nas igrejas brasilienses. "Estava assistindo à RAI Vaticano, como gosto de fazer aos domingos pela manhã, quando o papa falou sobre a convocação do Consistório. Disse o nome de Dom Leonardo e, depois, chamou o meu. A emoção foi grande", contou em entrevista coletiva. A RAI é o veículo de rádio e TV da Itália, que exibe conteúdos sobre a Igreja. Mesmo com o comunicado, Dom Paulo Cezar manteve a agenda do dia e da semana.
O arcebispo disse que permanecerá na Arquidiocese e reforçou a missão do ministério enquanto serviço. "Um cardeal tem a missão de servir ao povo de Deus, ajudando o papa no governo da Igreja. Buscarei fazer com alegria tudo o que o Santo Padre pedir", completou. Paulo Cezar Costa, que é bispo há 11 anos. Foi nomeado arcebispo de Brasília em dezembro de 2020.
Aos 54 anos, torna-se, então, o cardeal mais novo entre o Colégio, posto antes ocupado por Dieudonné Nzapalainga, da República Centro-Africana, de 55. Vale lembrar que o cardeal Dom Sérgio da Rocha, anunciado pelo Papa Francisco em 2016, também cumpriu serviços na Arquidiocese de Brasília como arcebispo.
Dom Leonardo, de Manaus, é mais um cardeal que tem sua história ligada à capital. O religioso já foi bispo auxiliar em Brasília, função lembrada com carinho por Dom Paulo Cezar: "É um homem que desejamos todo o bem e que temos muita estima", disse em nome da igreja. Leonardo nasceu em Forquilhinha, Santa Catarina, e tem 71 anos. Estudou filosofia e teologia nos Franciscanos de Petrópolis. Formado em filosofia e pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena (UNISAL), foi ordenado sacerdote em 1978. Tomou posse como arcebispo de Manaus em janeiro de 2020 e será o primeiro cardeal da Amazônia brasileira.
Trajetória
Dom Paulo Cezar é natural de Valença, no Rio de Janeiro. Graduado em Teologia pelo Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do estado, foi ordenado sacerdote em 1992, aos 25 anos. Foi pároco, reitor do seminário e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio).
Mais tarde, em 2010, foi escolhido, pelo papa Bento XVI, para ser bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião, também no Rio de Janeiro, e, no ano seguinte, foi ordenado pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Lá, foi articulador e organizador da Jornada Mundial da Juventude de 2013. Em 2016, o Papa Francisco o nomeou como o 7º Bispo da Diocese de São Carlos, em São Paulo. Depois, deu sequência aos trabalhos como bispo da Arquidiocese de Brasília.
Atualmente, Dom Paulo Cezar é responsável pelo Setor Universidades da Igreja no Brasil, da Comissão Episcopal Pastoral para Educação e Cultura, é membro do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e membro do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). No Vaticano, Dom Paulo Cezar integra a Pontifícia Comissão para América Latina e o Pontifício Conselho para Unidade dos Cristãos.
Veja a lista dos cardeais brasileiros no Vaticano
Atualmente, a Igreja tem 208 cardeais. Com a atualização, serão 229. Os nove brasileiros que compõem, agora, o Colégio de Cardeais são:
Nomeados pelo Papa João Paulo II, em 2001
- Cláudio Hummes (87 anos)
- Geraldo Majella Agnelo (88 anos)
Nomeados pelo Papa Bento XVI
Em 2007
- Odilo Pedro Scherer (72 anos)
Em 2010
- Raymundo Damasceno Assis (85 anos)
Em 2012
- João Braz de Aviz (75 anos)
Nomeados pelo Papa Francisco
Em 2014
- Orani João Tempesta (72 anos)
Em 2016
- Sérgio da Rocha (62 anos)
Em 2022
- Leonardo Steiner (71 anos)
- Paulo Cezar Costa (54 anos)
Correio Braziliense domingo, 29 de maio de 2022
RELIGIÃO: TAGUAPARQUE VOLTA A REUNIR EM CELEBRAÇÃO DE PENTECOSTES
Taguaparque volta a reunir em celebração de Pentecostes
Na sua 23ª edição, o maior evento católico da capital, deve contar com um público de mais de 1 milhão de pessoas, entre 3 e 5 de junho, para a benção das velas
AM
Ana Maria Pol
postado em 29/05/2022 06:00 / atualizado em 29/05/2022 10:03
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
Louvores, orações e pregações. Foram dois anos de espera até que as medidas restritivas em decorrência da covid-19 fossem reduzidas e os católicos do Distrito Federal pudessem se reunir novamente para os momentos de fé e adoração que acontecem na tradicional Festa de Pentecostes. Na sua 23ª edição, o maior evento católico da capital, deve contar com um público de 1,3 milhão de pessoas, entre 3 e 5 de junho, quando os fiéis se reúnem no Taguaparque, em Taguatinga, para a benção das velas. De acordo com a organização do evento, a expectativa é 30% maior do que a última edição, ocorrida em 2019.
Sob liderança do padre Moacir Anastácio, as celebrações começam hoje, na sede do Centro de Evangelização Renascidos de Pentecostes, no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, em Ceilândia, sendo finalizada com o tríduo de Pentecostes e a bênção das velas, no Taguaparque. A expectativa de pessoas que devem comparecer é feita de acordo com a área quadrada do espaço, conforme explica o coordenador geral do evento, Wberthyer Costa de Araújo. "Nos últimos dois anos não tivemos esse evento no Taguaparque, ele aconteceu só pelas redes sociais. E até 2019, ano anterior à pandemia, o evento sempre crescia cerca de 10% por ano. Então, para 2022, esperamos um aumento de 30%", reitera.
Nos últimos dois anos, o coordenador diz que o evento ocorreu de forma reduzida. "Foi diferente porque tínhamos um decreto que proibia a aproximação de pessoas. Então em 2020, vivemos a semana de Pentecostes através das redes sociais, e não houve a benção das velas. Em 2021, ainda estávamos com o decreto, mas organizamos o evento no Centro de Evangelização e cerca de 20 mil pessoas compareceram no local", recorda. Para este ano, a estrutura será a mesma de 2019. "Teremos telas, tendas, sete praças de alimentação, cinco espaços de lojas de artigos religiosos, 14 pontos de vendas de água. E tudo isso já está sendo preparado", reitera.
Ainda segundo Araújo, o evento conta com o apoio do Governo do Distrito Federal na organização. Uma reunião foi feita, há cerca de 15 dias, com órgãos do GDF para alinhar estratégias de segurança e mobilidade, por exemplo. "A limpeza do parque é feita, melhoramento dos estacionamentos, poda de árvores, e cada órgão monta uma estratégia. Contamos, ainda, com a ajuda da Polícia Militar do DF, Polícia Civil,Serviço de Limpeza Urbano, Metrô, Samu, para garantir a organização do evento", garante.
No último domingo, ocorreu o retiro em preparação para a Semana de Pentecostes, com cerca de 1,5 mil voluntários que vão servir na organização do evento. "Temos várias equipes, de alimentação, vendas de artigos religiosos, liturgia, ministros da eucaristia, venda de água. Eles se inscrevem e fazemos um treinamento para mostrar como é o evento e temos um dia de oração e espiritualização", cita.
Momento de devoção
Anualmente, a celebração é encerrada com a benção das velas, momento principal do evento. A cada dia, os fiéis podem levar uma vela, que será abençoada e consagrada à Santíssima Trindade: sexta ao Pai, sábado ao Filho e domingo ao Espírito Santo. As velas, que representam luz e esperança para os momentos difíceis, costumam ser acesas pelos fiéis quando aguardam por algum milagre. Para a dona de casa Leidimar Ferreira, 55 anos, o momento é marcante. Ela conta que a primeira vez que participou da benção das velas foi em 2007 e, de acordo com ela, foi dessa forma que conseguiu a graça tão alcançada.
O testemunho de Leidimar perpassa pela história de sua família. Ela conta que o marido tinha problemas com álcool, o filho não se envolvia com boas pessoas, e a filha sonhava em fazer faculdade, mas a família não tinha condições de pagar pelos estudos. Foi convidada pela cunhada, em 2006, para ir às missas de cura e libertação na Paróquia São Pedro. "Foi lá que ouvi falar sobre a semana de Pentecostes e decidi ir. Quando eu cheguei, sonhava em reestruturar minha família. Meu esposo era alcoólatra, meu filho andava com pessoas que não eram de boa índole. Minha casa estava no chão. Foi quando descobri essa devoção e a bênção das velas", diz.
Agarrada à fé, Leidimar passou a ir, anualmente, abençoar suas velas. Ela conta que a cada momento de dificuldade, em que precisou de ajuda, acendeu uma vela e recebeu uma graça. "Meu esposo abandonou a bebida, meu filho hoje é advogado criminalista, minha filha concluiu a faculdade de educação física. Então, só tenho a agradecer. Tudo que estava desmoronando foi transformado pelas mãos da Trindade Santa", diz. Para a dona de casa, é essa fé que torna o evento de Pentecostes tão especial. "Todos estão ali com um só propósito, à procura de Deus. E quando estamos reunidos, nossa espiritualidade aumenta, parece que recebemos um sopro de vida", completa.
Ao Correio, padre Moacir falou sobre a festa e a devoção às velas de Pentecostes. "A Semana de Pentecostes passou de milhares para milhões de pessoas e essas pessoas têm testemunhado em todos os lugares que na hora extrema da dor, acenderam essas velas e receberam a resposta para seus problemas. Contra fatos não há argumentos. O fato é que esses milhões de pessoas poderão testemunhar que a revelação era verdadeira", pondera. De acordo com o sacerdote, a cada ano, os cristãos tomam consciência da necessidade de viver a espiritualidade de Pentecostes. "Com a Igreja renovada, os fiéis são consolados e tantas vezes curados e libertos e se sentem muito perto de Deus", afirma.
Segundo Moacir, a festa de Pentecostes não é importante só para o Distrito Federal, mas para o Brasil e para o mundo. "Precisamos de um novo Pentecostes que nos tire da dormência, da frieza e do impacto negativo que o mundo nos oferece todos os dias. Este mundo depressivo, de novas doenças, novas guerras e novas desilusões. Pentecostes nos anima a não perder a esperança em um novo mundo, onde haja paz, alegria e justiça para todos", completa. Para os fiéis que pretendem participar do momento, o sacerdote deixa o convite: "Depois de dois anos de tristeza, incerteza, de notícias de mortes e, só de mortes, queremos celebrar a vida que se renova a cada dia na presença de Deus, que é fonte de água viva".
Evento histórico
A festa de Pentecostes em Taguatinga Sul começou em 1999, na Paróquia São Pedro. Em 2000, com o aumento do número de fiéis, foi preciso transferir o evento para o antigo Pistão Park Show; em seguida, para o Parque Leão, no Recanto das Emas; e, finalmente, para o Taguaparque. A cirurgiã-dentista Juliana de Queiroz Miziara, 41 anos, acompanhou o evento ao longo dos anos, e conta que participa da celebração, anualmente, há 23 anos. "Pude ver a evolução e o crescimento da devoção. Começou na Paróquia São Pedro, com apenas os servos, após o padre perceber que após a solenidade da Assunção do Senhor, todos deveriam permanecer em oração até a vinda do Espírito Santo em Pentecostes. No ano seguinte veio a revelação das velas de Pentecostes, uma na sexta, consagrada ao Pai; uma no sábado, consagrada ao Filho e uma no Domingo, consagrada ao Espírito Santo", explica.
De acordo com ela, a tradição e devoção foi passada pela mãe, que era serva na Paróquia São Pedro, local de origem da festa. Atualmente, Juliana também serve no evento. "Eu iniciei a devoção com o objetivo de reavivar a minha fé, de renovar minha esperança em Jesus Cristo, buscando a presença de Deus em minha vida. Participando como fiel, aos poucos percebi que era necessário servir. Eu precisava retribuir tudo que havia recebido", pontua. A servidora conta que serviu durante quatro anos no caixa da praça de alimentação e, no último Pentecostes, em 2019, serviu na liturgia. Depois disso, iniciou a caminhada vocacional para ser membro da Comunidade Renascidos em Pentecostes, colocar em prática o carisma e viver essa espiritualidade.
"Pentecostes é o avivamento da fé católica. É o momento em que nos reunimos em oração na espera da vinda do Espírito Santo. Assim como os discípulos se reuniram após a ascensão de Jesus Cristo, ficaram em oração, estavam assustados, com medo. Mas não perderam a esperança nas palavras de Jesus Cristo", pondera Juliana. Para este ano, a servidora acredita que as pessoas estão sedentas pela graça de Deus. "Verdadeiramente acredito que vamos nos surpreender com a quantidade de pessoas. Apesar de muitos acharem que por estarmos saindo de uma pandemia podemos ter um baixo quantitativo, eu penso o contrário. Todos nós, que estamos aqui hoje, somos milagre. Será o maior Pentecostes de todos os tempos", completa.
Saiba mais: o que é Pentecostes?
"Pentecostes é uma antiga festa judaica que se celebrava todos os anos para agradecer pela colheita. Acontece 50 dias depois da Ressurreição e oito dias depois da Ascensão do Senhor. As últimas palavras de Jesus Cristo para os Apóstolos é um pedido: "Não vos afasteis de Jerusalém, esperai o cumprimento da promessa, recebereis o Espírito Santo e sereis as minhas testemunhas". É exatamente neste dia que nasceu a Igreja. É de grande importância para todos os cristãos e, principalmente, para os católicos, porque neste dia celebramos o nascimento da Igreja. É um renovar da fé e da esperança, é receber um novo vigor e, principalmente, uma nova efusão no Espírito Santo".
Cronograma
29 de maio (domingo): Abertura da semana de Pentecostes
14h - Rosário 15h - Abertura do evento: história da semana de Pentecostes 16h - Missa de libertação
30 de maio (segunda) a 2 de junho (quinta)
6h30 - Missa 8h às 12 - Adoração 12h às 13h30 - Terço dos Renascidos 13h30 às 15h - Pregação com oração 15h - Missa da Misericórdia 17h - Missa de Nossa Senhora da Primavera 18h- Animação com banda 19h - Missa de Cura e Libertação
3 de junho (sexta): Benção das Velas (Pai) no Taguaparque
8h - Cenáculo 10h30 - Louvor da Comunidade 11h - Animação 12h - Terço da Batalha com oração de Libertação 13h - Pregação 14h - Terço dos Renascidos com oração de cura e libertação 15h - Adoração no palco e missa para servos no Anfiteatro 16h30 - Louvor 17h45 -Animação 18h - Terço de Nossa Senhora da Primavera (pela internet) e preparação para a Santa Missa 19h - Missa de Libertação
4 de junho (sábado): Benção das Velas (Filho) no Taguaparque
8h - Cenáculo 10h30 - Louvor da Comunidade 11h - Animação 12h - Terço da Batalha com oração de Libertação 13h - Pregação 14h - Terço dos Renascidos com oração de cura e libertação 15h - Adoração no palco e missa para servos no Anfiteatro 16h30 - Louvor 17h45 -Animação 18h - Terço de Nossa Senhora da Primavera (pela internet) e preparação para a Santa Missa 19h - Missa de Cura
5 de junho (domingo): Benção das Velas (Espírito Santo) no Taguaparque
8h - Cenáculo 10h - Louvor da Comunidade 11h - Animação 11h30 - Terço da Batalha com oração de Libertação 12h30 - Pregação 13h30 - Terço dos Renascidos com oração de cura e libertação 14h30 - Momento Comunidade - Vocacional 15h30 - Preparação para a Santa Missa 16h - Missa de Libertação
Correio Braziliense sábado, 28 de maio de 2022
HORA DO ARRAIÁ!: CONFIRA O CALENDÁRIO DE FESTAS JUNINAS NO DF
Hora do arraiá! Confira o calendário de festas juninas no DF
Depois de dois anos com restrições pela pandemia, a celebração de São João volta com tudo no quadradinho. Veja as datas e locais
AR
Arthur Ribeiro*
postado em 27/05/2022 15:40
(crédito: Dan Queiroz/CB/D.A Press)
Elas voltaram! As festas juninas chegaram e o período de arraial toma conta da agenda do Distrito Federal para as próximas semanas. Com muita quadrilha, comidas típicas e o frio tradicional dessa época do ano, as celebrações já começaram em maio, seguem durante todo o mês de junho e se estendem até julho. Confira mais abaixo o calendário das festas juninas espalhadas por todo o DF.
A folia retorna sem restrições após dois anos de adaptações em razão da pandemia. Agora, clubes, igrejas, parques, quadras e estabelecimentos abrem as portas para receber quem estava com saudade de curtir um quentão, uma canjica, um caldo e muito mais.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
Veja a seguir a lista com as festas juninas no Distrito Federal, em ordem cronológica:
Arraiá de Águas Claras Data: sexta (27/5), sábado (28/5) e domingo (29/5) Horário: 19h à 0h (sexta e domingo) e 19h às 2h (sábado) Local: estacionamento da Faculdade Uniplan
Paróquia Nossa Senhora de Fátima Data: sábado (28/5) e domingo (29/5) Horário: 19h (sábado) e 18h (domingo) Local: Paróquia Nossa Senhora de Fátima
Barraquinhas Marianas 2022 Data: sexta (27/5), sábado (28/5) e domingo (29/5) Horário: 19h Local: Paróquia Nossa Senhora Do Rosário De Fátima
Festa Junina na Fazenda Churrascada Brasília Data: quinta (2/6) Horário: 17h Local: Setor de Clubes Sul, Tr. 2 (dentro do Clube de Golfe)
Festa Junina da Paróquia Santo Antônio Data: de quinta (2/6) a domingo (5/6), e de 9 a 13 de junho Horário: 18h Local: Paróquia Santo Antônio
Festa Junina do Clube do Exército
Data: sexta-feira (3/6) e sábado (4/6) Horário: 18h Local: Clube do Exército
Arraiá do Parque Data: sexta-feira (3/6) e sábado (4/6) Horário: 18h Local: Parque da Cidade
Arraiá da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe Data: sexta-feira (3/6), sábado (4/6) e domingo (5/6) Horário: 18h na sexta-feira e sábado, e domingo a partir das 16h Local: Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe
Farraiá da Márcia Data: 3 a 5 de junho, 10 a 12 de junho, 17 a 19 de junho e 24 a 26 de junho Horário: 17h30 Local: CAUB 1 – Império Verde Celeiro, perto do viaduto do Gama, sentido Catetinho
Arraiá Legis 2022 Data: sexta-feira (10/6) Horário: 19h Local: Clube da Ascade
Festa Junina do Iate Clube de Brasília Data: quinta (9/6), sexta (10/6) e sábado (11/6) Horário: 19h Local: Iate Clube de Brasília – Setor de Clubes Norte
Festa Junina da Paróquia São João Paulo II Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 18h Local: Paróquia São João Paulo II
Paróquia Nossa Senhora do Rosário
Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 19h Local: Paróquia Nossa Senhora do Rosário
Arraiá da Paróquia Senhor Bom Jesus Data: sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 19h Local: Paróquia Senhor Bom Jesus
Arraiá da Paróquia São Pio de Pietrelcina Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 18h Local: Paróquia São Pio de Pietrelcina
Festa Junina da Paróquia Santíssima Trindade Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 19h Local: Paróquia Santíssima Trindade
Grupo Escoteiro Salgado Filho
Data: sexta-feira (10/6) e sábado (11/6) Horário: 19h Local: SHIS -QI 3 entre os conjuntos 3 e 4 - Área especial, Lago sul
Festa Junina do Iate Clube de Brasília Data: quinta-feira (9/6), sexta-feira (10/6) e sábado (11/6) Horário: 19h Local: Iate Clube de Brasília
Festa Junina da Paróquia São Pedro de Alcântara Data: sexta-feira (10/6) e sábado (11/6) Horário: 19h Local: Paróquia São Pedro de Alcântara
Arraia do Brasília Country Club Data: sexta-feira (10/6) e sábado(11/6) Horário: 19h Local: Country Club
Arraiá da Paróquia do Verbo Divino Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 18h Local: Paróquia do Verbo Divino
Festa Junina da Paróquia Nossa Senhora Aparecida Data: sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: a partir das 19h Local: Pátio da Paróquia Nossa Senhora Aparecida
Festa Junina da Paróquia Imaculado Coração de Maria Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 18h Local: Paróquia Imaculado Coração de Maria
Festa Junina da Paróquia Nossa Senhora do Carmo
Data: sexta-feira (10/6), sábado (11/6) e domingo (12/6) Horário: 20h Local: Paróquia Nossa Senhora do Carmo
Festa Junina da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias Data: sábado (11/6), às 19h, e domingo (12/6) Horário: 17h Local: Paróquia Nossa Senhora das Vitórias
Arraial da Dona Junina Data: sexta (17/6) Horário: 18h às 4h Local: ASCADE (St. de Clubes Esportivos Sul Trecho 2 Conjunto 10, Lote 18 - Asa Sul)
Arraiá do Santuário do Santíssimo Sacramento Data: sexta-feira (17/6) e sábado (18/6) Horário: 18h à 0h Local: Santuário do Santíssimo Sacramento
Festa Junina da Paróquia Santa Cruz e Santa Edwiges.
Data: sexta-feira (17/6), sábado (18/6) e domingo (19/6) Horário: 18h Local: Paróquia Santa Cruz e Santa Edwiges
Arraial Dona Junina com show do Grande Encontro - Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo Data: sexta-feira (17/6) Horário: 18h Local: Clube Ascade
5º São João do Guará Data: quinta-feira (23/6) a domingo (26/6) Horário: 17h Local: EQ 19/34 - em frente ao edifício Consei - Guará
Festa Junina da Paróquia Sagrado Mercês Data: sexta (24/6) a domingo (26/6) Horário: 19h Local: Paróquia Sagrado Mercês
Festa Junina do Santuário São Francisco de Assis
Data: sexta (24/6) e sábado (25/6) Horário: 18h Local: Santuário São Francisco de Assis
Paróquia Nossa Senhora da Saúde Data: sábado (25/6) e domingo (26/6) Horário: 18h às 22h Local: Paróquia Nossa Senhora da Saúde
Com cardápio enxuto de apenas meia dúzia de deliciosos pratos de bacalhau, uma lula grelhada na brasa e uma sugestão de arroz de pato, o restaurateur Antonio Machado Barrigana inaugurou semana passada, no CasaPark, a loja física de sua grife O Tuga, nascida à beira da pista da Ponte JK, que serviu menu lusitano somente nos fins de semana e feriados. A casa dispõe de 74 lugares espalhados em dois ambientes com a cozinha no centro, de onde saem ainda a entrada de linguiça portuguesa e burrata e o menu kids de picanha grelhada.
Crédito: Antônio Barrigana/Divulgação
Destaque é o clássico bacalhau à lagareiro (R$ 168), feito com o lombo do gadhus morhua assado escoltado de batatas ao murro, ovo cozido e brócolis temperado com ervas e finalizado com alho e azeite extravirgem português. O empresário Marcelo Baroni divide com Barrigana o comando da casa que funciona todos os dias, de terça a domingo para almoço e jantar e segunda, só almoço. Telefone: 98403-1122.
Correio Braziliense quinta, 26 de maio de 2022
SOLIDARIEDADE: HOSPITAL DA CRIANÇA PROMOVE SEMANA DE BRINCADEIRAS PARA PACIENTES
Hospital da Criança promove semana de brincadeiras para pacientes
O Hospital da Criança de Brasília (HCB) promove, até sexta-feira (27/5), uma série de atividades lúdicas para pacientes da unidade de saúde
TM
Thaís Moura
postado em 26/05/2022 06:00
Semana do Brincar teve sarau com direito a contação de histórias para os pequenos pacientes do HCB - (crédito: Ed Alves/CB)
As brincadeiras são elementos importantes para desenvolver a criatividade, a comunicação, e para garantir o bem-estar dos pequenos. Por isso, o Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB) promove, até sexta-feira (27/5), a "Semana do Brincar". A programação, que se iniciou em 23 de maio, em comemoração ao Dia Internacional do Brincar, celebrado mundialmente no próximo sábado (28/5), prevê a realização de atividades lúdicas para entreter e acolher os pacientes da unidade hospitalar. Nos últimos dois anos, o evento foi suspenso devido às medidas de distanciamento e restrições da pandemia de covid-19.
Teatros de fantoches, pinturas, contação de histórias, jogos variados e a apresentação de músicas do folclore brasileiro são algumas das atividades organizadas no HCB por voluntários da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace). Para marcar o encerramento do evento, o HCB promove, às 10h de sexta-feira, um webinar com a presidente da Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBri) e doutora em psicologia escolar e do desenvolvimento humano, Maria Célia Malta Campos. A palestra, sobre o papel do brincar na hospitalização de crianças e adolescentes, será no auditório Dr. Oscar Moren, no Setor Noroeste, e estará aberta ao público externo, com transmissão ao vivo pela plataforma Zoom.
25/05/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Cidades. Hospital da Criança, promove Sarau Bincante - Semana do Brincar.Ed Alves/CB
Ontem, as crianças e os adolescentes hospitalizadas e que aguardavam atendimento no HCB participaram do Sarau Brincante, uma das atrações da programação. Na ocasião, a voluntária da Abrace Lilian Neves, 64 anos, contou histórias que encantaram os pequenos. "A contação de histórias alivia e ameniza o sofrimento causado por um período de internação, e isso já foi demonstrado por diversas pesquisas e estudos científicos. Mas claro que existem histórias mais adequadas para os pacientes, não é como contar uma história qualquer para seu filho ou neto, por exemplo", explica Lilian, que atua há cerca de 10 anos como voluntária na instituição.
O Sinfonia da Saúde, grupo musical de voluntários filiados à Abrace, também se apresentou no Sarau Brincante. Segundo a coordenadora do grupo, a voluntária Lilian Zorzetti, 42 anos, a música tem poder terapêutico e traz benefícios para as crianças e para os pais. "Na UTI, por exemplo, que é um lugar onde fazemos muitas apresentações, muitas mães ficam semanas sem ter contato com a parte externa do mundo, então levamos uns 10 minutos de música por dia a elas, e isso faz com que saiam da realidade tensa e pesada da internação hospitalar", conta a voluntária.
O evento de ontem também teve a participação do pequeno Caleb, 3 anos, que dividiu o palco com a Sinfonia da Saúde. Paciente do HCB desde 2020, quando foi diagnosticado com um câncer de mediastino (região entre o coração e o pulmão), o menino retirou o tumor no ano passado, após 12 sessões de quimioterapia e 25 de radioterapia. Hoje, ele faz apresentações de canto em igrejas e frequenta o hospital para acompanhamento médico.
A mãe de Caleb, Marília Nunes, 24 anos, diz que o contato com instrumentos o ajudou a recuperar os ânimos após o câncer. "Ele sempre amou a música. Desde cedo, quando íamos à Igreja, ficava fascinado com os instrumentos. Essa é a primeira vez que participamos da Semana do Brincar, e ele passou a semana inteira falando que iria cantar no hospital, ficou muito feliz com o convite", conta.
A unidade faz 500 a 600 atendimentos por dia no ambulatório e, em média, 700 internações por mês. Atualmente, o hospital conta com 85 voluntários. Quem tiver interesse em se tornar voluntário no local deve se cadastrar pelo site da Abrace — https://abrace.com.br/ — e, depois, passar por um período de preparação.
Correio Braziliense quarta, 25 de maio de 2022
TRADIÇÃO RELIGIOSA: FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO EM PIRENÓPOLIS VOLTA A SER CELEBRADA
Pirenópolis: Festa do Divino Espírito Santo volta a ser celebrada
Depois de dois anos suspensa, Festa do Divino Espírito Santo volta a ser celebrada por pirenopolinos
RN
Renata Nagashima
postado em 25/05/2022 06:00
As cavalhadas são um dos símbolos culturais da cidade - (crédito: Luis Nova/Esp. CB/D.A Press)
Depois de 2 anos de pandemia, pirenopolinos poderão, finalmente, celebrar a festa do Divino Espírito Santo, considerada a maior manifestação popular e cultural de Pirenópolis (GO) — cidade a 150km do Distrito Federal. Tombada como patrimônio cultural brasileiro, a mais esperada celebração do ano mescla variadas demonstrações religiosas em uma profusão de folclores tão rica que contagia, tanto o leigo como o erudito, o profano e o religioso, servindo a todos em todas as suas formas e línguas.
O Secretário de Cultura de Pirenópolis, Ronaldo Felix, explica a importância do evento, que mobiliza grande parte dos moradores locais. "É uma festa feita pelo povo e para o povo. Desde a origem do município as pessoas se unem desde a preparação, até a novena, folias e, até, a festa em si. É um evento que une a festa religiosa e a profana, une as pessoas. Toda a festa tem uma movimentação muito grande e a população faz com gosto, é algo que passa de geração em geração", afirma Felix.
Celebração ao Divino Espírito Santo é celebrada no município desde 1819 e faz parte da tradição localArquivo pessoal
Evento movimenta a economia e a cultura localLuis Nova/Esp. CB/D.A Press
As cavalhadas são um dos símbolos culturais da cidadeLuis Nova/Esp. CB/D.A Press
Após dois anos sem a celebração, a expectativa é grande e a comunidade segue participando ativamente. "As pessoas têm um carinho muito grande. Já havíamos percebido um anseio antes, agora que já estão acontecendo as primeiras programações, é possível ver no rosto das pessoas o quanto estão contentes com essa retomada", completa o secretário.
História
Ainda na antiguidade, israelitas cultuavam o Espírito Santo nas festividades de Pentecostes. Na baixa idade média, essa devoção foi levada para a Europa e na Alemanha tomou a forma de uma festa. Em Portugal, a folia foi instituída pela Rainha Isabel, no século XIII. Durante a celebração, era coroado um rei menino que distribuía alimentos e soltava presos políticos, como uma espécie de profecia significando que, quando o Espírito Santo cair sobre todos, haverá um monarca bom e puro como um menino e a terra estará repleta de fartura e perdão.
No Brasil, a celebração foi trazida pelos portugueses logo no começo da colonização e foi em Pirenópolis o primeiro registro, em 1819, da Festa do Divino, como uma iniciativa do Coronel Joaquim da Costa Teixeira, o primeiro consagrado como Imperador do Divino. A ele cabe a responsabilidade de promover e cuidar para que tudo se realize com ordem, incentivando, angariando fundos e mobilizando a população nos afazeres do evento.
Alguns anos depois, em 1826, o festeiro, como também é chamado o organizador, Padre Manuel Amâncio da Luz, introduziu as Cavalhadas e mandou confeccionar uma coroa de pura prata, a Coroa do Divino, oferecendo-a à Igreja Matriz. Amâncio distribuiu, de casa em casa, pãezinhos e alfenins, docinhos feitos de açúcar puro chamados de Verônicas, à população. A prática virou tradição e até hoje é reproduzida.
15 anos de espera
Após cada festa, no Domingo do Divino, um novo Imperador é eleito por meio de um sorteio, os candidatos geralmente pertencem à Irmandade do Santíssimo Sacramento. Neste ano, o escolhido foi o promotor de justiça Heráclito D'Abadia Camargo, 53, que esperou 12 anos até ser sorteado. Mas, por causa da pandemia, ele teve que esperar mais três.
"É um grande privilégio e, depois de tantos anos, me sinto realizado. Essa festa somos nós, e nós somos essa festa. A figura a do imperador centraliza e organiza tudo. Eu estou na expectativa há três anos, desde que fui sorteado, e nos anos que não pudemos realizar a festa por causa da pandemia", disse o Festeiro de 2022.
Cavalhada
Encerrando a comemoração religiosa, um grupo, a cavalo e com armaduras, encena, em um grande palco medieval a céu aberto, a guerra do século VIII, travada entre os mouros e os cristãos. O espetáculo é uma reprodução do reinado de Carlos Magno e seu exército, que tinham a missão de catequizar todos os que não eram fiéis à igreja católica.
O espetáculo conta com lanças afiadas, garruchas de pólvora, texto teatral e músicas instrumentais. Num grande campo de batalha: de um lado, 12 cavaleiros cristãos vestidos de azul, e do outro, 12 cavaleiros mouros, vestidos de vermelho. O teatro das Cavalhadas dura três dias. No fim, os mouros perdem a guerra, são catequizados e batizados pelos cristãos.
A programação completa pode ser conferida na página do evento no Instagram: @festadodivino2022
Correio Braziliense terça, 24 de maio de 2022
VOZES DE OURO: THE TEN TENORS, PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASIL, SE APRESENTA EM BRASÍLIA NESTA TERÇA
Pela primeira vez no Brasil, The Ten Tenors se apresenta em Brasília nesta terça
Pela primeira vez no Brasil, The Ten Tenors promete apresentar um repertório diversificado na turnê que estreia em Brasília
RD
Ricardo Daehn
postado em 24/05/2022 06:00 / atualizado em 24/05/2022 10:49
(crédito: Dylan Evans)
"Sou apenas 10% do grupo", entrega o tenor australiano Boyd Owen, modesto para quem já apresentou Carmina Burana, no prestigioso Carnegie Hall (Nova York), e que chega a Brasília, com a turnê Love is in the air, com direito à passagem por quatro outras capitais. Junto com nove amigos, com quem forma a primeira turnê do grupo The Ten Tenors pelo Brasil, depois de mais de 2,5 mil apresentações mundo afora, com venda superior a 3,5 milhões de ingressos, Boyd Owen antecipa muito do fator surpresa do show que alinha releitura do cancioneiro romântico internacional: "Não se espera que estes caras de smoking e gravatas avermelhadas sejam capazes de relaxar, no palco".
Aos moldes de um time de futebol, o Ten Tenors, pelo que enfatiza Owen, traz integrantes diferentes, a cada formação: "É algo natural, uma vez que estamos juntos há mais de 27 anos. Iniciamos, aos meados dos anos de 1990, justo quando o trio Pavarotti, Domingo e Carreras explorava algo absolutamente novo. A música clássica, à época, era mantida nas casas de ópera e por lá ficava, com um limitado grupo de admiradores. Mas, os três sabiam que o erudito podia muito bem ser apreciado por um maior público. Nós começamos, de modo muito informal, e eles foram uma inspiração".
Nessa linha, depois de apresentações com Rod Stewart e Alanis Morissette, e da gravação de 15 álbuns e 4 DVDs (entre os quais Amigos para siempre), Owen e os parceiros Cameron Barclay, Daniel Belle, Michael Edwards, Keane Fletcher, Nigel Huckle, Nathan Lay, JD Smith, Sam Ward e James Watkinson apresentarão músicas como Life is perfect, A thousand years e All of me. Never enough e ainda árias como Una furtiva lagrima (de Donizetti) e Nessun dorma (Puccini) não fogem do repertório a ser apresentado, hoje, às 21h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Pequenos pontos (colocados nos ouvidos), no palco, ajudam no checar de vozes e na comunicação com a equipe técnica, em complexa afinação. "No mais, ensaiamos, ensaiamos e ensaiamos, até o mais próximo da possível perfeição. Trabalhamos duro, absolutamente todos os dias. Ainda que tenhamos ensaios regulares, a cada apresentação, tomamos ao menos uma hora para aperfeiçoamentos e ajustes. Buscamos um som único e especial com momentos poderosos, desde a integração das vozes no palco até os momentos de holofote e brilho para uma única voz peculiar ganhar projeção. A constância dos ensaios é que resultou na harmoniosa experiência. Não podemos ainda deixar de observar a escolha afunilada de repertório", entrega o cantor.
Ao ressaltar que tenores não se limitam à identidade junto ao clássico, Owen lembra de Freddie Mercury (do Queen) e John Longmuir. "Eu tendo a soar como cantor clássico, mas alguns (do The Ten Tenors) vêm com a afivelada tonalidade de rock. Levamos o público para uma jornada de sons muito diversos. Nós realmente gostamos de surpreender", comenta. Celebrar o amor e as primeiras danças de noivos, a cada casamento, formulou o conceito de Love is in the air. A espera pela apresentação no Brasil está engasgada, há dois anos, quando tudo se viu modificado pela pandemia.
"Finalmente, podemos nos apresentar. É o que em mim toca, ao apresentar Love is in the air: ficar sem cantar, por dois anos, me fez sentir como se uma parte de mim estivesse ausente. Me levanto, pela manhã para isso: para entregar a música. Os últimos dois anos nos deixaram em frangalhos. Em duas horas de apresentação, espero que haja transcendência. A música toca nosso coração, e acentua a nossa interação. Queremos, de verdade, exercer uma mudança, como numa forma de cura. Quero que todos se sintam vivos novamente — contactar o que existe de pulsante na vida, algo perdido nos últimos anos", observa Boyd Owen.
Num patamar técnico e que dimensiona o grupo, vale lembrar que um dos álbuns foi gravado em Praga com a Orquestra Filarmônica Tcheca, mas, em Brasília poucos instrumentistas estarão no palco. "Às vezes, compactamos o som da orquestra num computador", brinca o artista. Na reta final de uma longa jornada, depois de enorme aceitação pela Europa e Américas do Sul e do Norte, Owen conta da intimidade com o relacionamento mantido com públicos diversos com alemães, australianos, italianos e chineses. E, do Brasil, como ouvinte, do que gosta Owen? "Adoro samba, e que é, claro, marca brasileira. Gosto de Gilberto Gil, mas, no momento, adoro as músicas de Ivete Sangalo, ainda que minha favorita seja Maria Rita. Com a música brasileira não há quem fique triste", observa. Ciente do entendimento do que apeteça o público, Owen é catedrático: "Nosso atual show é dos que mais me orgulha, trata-se de um dos melhores. Fazemos trocas culturais, e temos Mas que nada (Jorge Ben). Injetamos o inesperado, com medleys e twists, e nunca deixaremos de fora Bohemian rhapsody. É um show animado, e, no encerramento, é muito bacana ver todo mundo dançando, e sentindo", conclui Boyd Owen.
Correio Braziliense segunda, 23 de maio de 2022
CARTÃO POSTAL: FLORAÇÃO DE GIRASSÓIS VIRA PARADA OBRIGATÓRIA NA ESTRADA QUE LEVA A UNAÍ
Floração de girassóis vira parada obrigatória na estrada que leva a Unaí
Brasilienses aproveitam a floração em espaço aberto no caminho de Unaí, a cerca de 70 km do centro da capital do país
EH
Edis Henrique Peres
postado em 23/05/2022 06:00 / atualizado em 23/05/2022 11:22
A família Costa colocou um lembrete no celular para não perder o momento certo da florada - (crédito: Fotos: Ed Alves/CB/D. A Press)
Considerado um ponto de parada obrigatório de quem trafega entre as proximidades do KM-5 da BR-251 e eleito um cartão postal da feira AgroBrasília, os campos de girassóis chamam a atenção por sua beleza. À medida que as pétalas vão se abrindo e a corola vai se erguendo, mais pessoas se reúnem para tirar fotos, filmar ou viver um momento de integração entre as flores. A família Costa não se intimidou, nem mesmo com a distância, e foi atrás dos campos para conseguir as belas imagens, um compromisso marcado no calendário um ano atrás.
"Ano passado, minha amiga veio na segunda semana de julho, quando eles já estavam mais murchos, e fez imagens muito bonitas. Ela me disse que em maio é o período em que eles estão mais bonitos e eu marquei no calendário para não esquecer. Quando chegou essa semana, o celular avisou", revela Eduardo Fellipe Costa, 31 anos e contador. Eduardo convidou a mãe e a irmã e juntos deixaram Sobradinho para um percurso de cerca de 1h30, rumo ao Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF).
Mãe de Eduardo, Genize Costa, 56 anos e instrutora de ioga, detalha que, além das imagens, há a beleza do momento. "Sinceramente, o fato de estar aqui, você com você mesmo, é uma coisa de Deus. É um estado de contemplação, uma alegria de poder ver essa beleza. É um momento único e compensa a distância", garante.
A filha de Genize, Mayara Simonelly, 33 anos, bióloga e empresária de moda, aproveitou o momento para promover também as roupas que vende em sua loja on-line. "Preparei para aproveitar e divulgar a minha loja de roupa feminina, a Marble Oficial. Sem falar que não tem como perder a chance de ver tudo florido, é um momento mágico", assegura.
Produção de óleos
Para estarem floridos nesta época do ano, os girassóis precisam ter o plantio calculado para que o momento mais vicejante das flores coincida com os dias em que acontece a Feira AgroBrasília. Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Renato Amabile destaca, no entanto, que o Distrito Federal não tem produção de girassol significativa para a indústria. "A semente é muito leve para transporte, então, para o produtor, não compensa em questão de logística, a não ser que o plantio seja realizado em volta da indústria. Onde temos plantações de girassóis para produção de óleos é em Ipameri, Rio Verde, Cristalina e Itumbiara, por exemplo", afirma.
O destaque apresentado pelo especialista é a BRS 323, produzido pela Embrapa. "Trata-se de uma inovação, pois o BRS 323 é adaptado ao Cerrado, uma opção para a segunda safra, assim como o sorgo e o feijão", aponta. Outro diferencial, ainda não desenvolvido em nenhum outro país, de acordo com Renato, é que a "variante híbrida tem resistência ao nematoide de galhas, uma doença que atinge o girassol". "A tecnologia da Embrapa se antecipou e já conseguiu desenvolver essa tecnologia que ajuda o produtor", diz. Atualmente, a produção da planta em Goiás ultrapassa pouco mais de 25 hectares, Minas Gerais chega a 6 mil hectares e Mato Grosso supera pouco mais de mil hectares.
Ponto de parada
Muito além da beleza, os girassóis voltados para o oriente e vibrantes nos tons amarelos são considerados um ponto de parada obrigatória. Essa é a avaliação de Thayná Mota, 29 anos, assistente de atendimento ao cliente e moradora de Formosa. "Venho quase todos os anos aqui e acho que o girassol já virou um cartão-postal da AgroBrasília. Agora não tem jeito, todo ano volto e tenho guardado, inclusive, as fotos de anos anteriores", destaca. Na edição da última semana da AgroBrasília, Thayná levou a amiga, Carla de Souza, 25 anos e estudante, para conhecer a beleza dos campos floridos. "É realmente muito lindo. A gente programou a nossa folga para ter ao menos um dia para aproveitar e vim até aqui", detalhou Carla.
Enquanto estava na feira, no estande de cactos e suculentas, Yumi Koike Watanuki, 51 anos, aproveitou os 10 minutos que teve de intervalo para passear entre as corolas dos girassóis e ser fotografada. "O campo está lindo, a AgroBrasília está sendo maravilhosa para a gente. Parece que todo ano os girassóis ficam mais bonitos", opinou. A amiga de Yumi, Francisca Freitas, de 46 anos e artesã, garantiu: "É uma beleza que vale muito a pena".
Em outro grupo de amigos, Suelem Landim, de 33 anos, confessou ser impossível passar pela feira sem parar nos campos de girassol. Enquanto isso, sua amiga Joyce Dias, 40 anos, assistente administrativa e moradora do Ocidental, não perdeu tempo. "Está tudo lindo e a foto que tirei já é o meu perfil nas redes sociais", contou.
Significado das flores
O girassol, de nome científico Helianthus annuus, é uma planta originária da América do Norte e possui a particularidade de ser heliotrópica, ou seja, gira o caule posicionando a flor na direção do sol durante a fase de amadurecimento. Quando o talo da planta deixa de crescer, o girassol fica parado em direção ao oriente. A flor significa felicidade e sua cor amarela ou os tons cor de laranja das pétalas podem simbolizar calor, entusiasmo, vitalidade e lealdade, refletindo a energia positiva que emana do sol.
Correio Braziliense domingo, 22 de maio de 2022
ARTES CÊNICAS: MIQUEIAS PAZ, MÍMICO, CELEBRA 40 ANOS DE CARREIRA COM ESPETÁCULO COMOVENTE
Mímico Miqueias Paz celebra 40 anos de carreira com espetáculo comovente
Os sons emitidos pelo mímico durante a encenação acabaram por render uma homenagem na Escola Nacional de Mímica de Cuba
NM
Nahima Maciel
postado em 22/05/2022 06:00
(crédito: Abder Paz/Divulgacao)
Ao longo das quatro décadas de carreira, o mímico Miqueias Paz nunca recebeu uma verba do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) para um projeto individual. São quatro décadas de carreira e centenas de espetáculos nos quais a mímica é a linguagem central. Para o artista, há uma percepção de que os mímicos fazem subarte e, por isso, a técnica acaba um pouco alijada na cena dramatúrgica.
Ao mesmo tempo, há um processo de recuperação da mímica em alguns setores do teatro e é essa iniciativa que Miqueias gosta de celebrar. É com essa técnica que ele construiu toda uma carreira e é com ela que celebra os 40 anos de trajetória com Mimicando, em cartaz no Teatro Paulo Autran, no Sesc Taguatinga.
O espetáculo é composto de cinco cenas que revisitam vários momentos da trajetória do artista. "Às vezes, a gente se empolga e tem mais", avisa. A mulher trabalhadora e a dupla jornada tão comum entre mães de família é o tema de O balão, e o Brasil trabalhador está em Brasil brasileiro, que retrata um dia na vida de um trabalhador. "Utilizo uma percussão vocal que acaba criando um texto imaginário. O personagem não fala, mas emite uma sonoridade", avisa o artista.
Os sons emitidos pelo mímico durante a encenação acabaram por render uma homenagem na Escola Nacional de Mímica de Cuba. "Eles consideraram que meu trabalho tem uma identidade", diz Miqueias, que também incluiu no espetáculo a cena O assalto, uma brincadeira que explora o universo clownesco para captar a atenção do público. Para a cena final, ele promete uma surpresa. "É um fecho comemorativo", avisa.
Miqueias já fez 38 apresentações do espetáculo. Passou por várias escolas e por cidades como Gama e Planaltina. "A gente fez o máximo de lugares que, ao longo da vida, ajudaram a formatar o trabalho. A ideia foi fazer uma revisitação não só de lugares, mas de mim mesmo. Chega um momento que você quer rever o que fez", conta. O momento foi também de se reconectar com o teatro e com o público.
O ator perdeu a mulher, um cunhado e uma cunhada durante a pandemia. Foi um período sofrido, de luto e afastamento da profissão. "Um processo muito complicado para todo mundo, não foi exclusividade minha e, na arte, estamos em processo de recuperação", explica. "A represa abriu e várias coisas estão acontecendo ao mesmo tempo. Fiquei dois anos sem fazer uma apresentação. Os artistas foram os primeiros a entrarem na pandemia e os últimos a saírem, porque arte é público, e público significa aglomeração."
A mímica ajudou. Para Miqueias, é uma arte sem barreiras, sem lacunas de comunicação que impeçam a compreensão. No espetáculo, ele tenta fazer um retrato de até onde pode ir com a técnica. Emprega desde soluções muito clássicas, baseadas no silêncio e no gesto ilustrativo, até a quebra de paradigmas. A imagem clássica do francês Marcel Marceau com a cara pintada de branco, a calça justa e uma movimentação no limite entre o balé e o teatro tornou-se uma referência.
"Mas essa é apenas uma das referências da mímica", avisa Miqueias. "O que é ser mímico? Estabelecer o gestual como uma grande referência de comunicação cênica. O mímico é aquele que faz do corpo o grande instrumento de comunicação com a plateia sob uma ótica dramatúrgica. Tento brincar com essas duas coisas, tanto com a clássica, que tem uma atmosfera infantil no sentido da pureza, como também com cenas densas, pesadas, que emocionam. É um passeio entre o tradicional e o contemporâneo."
O ator acredita que a mímica perdeu espaço cênico e deixou de ser vista como uma técnica dramatúrgica quando começou a ser exibicionista. "E quando o ator fica preocupado com a técnica, deixa de fazer teatro", acredita. E, para ele, o bacana da mímica é que ela pode ser universal, não tem uma linguagem única. Pode até trazer algumas particularidades do gesto casual mas, no geral, tem poder de comunicação independente do idioma.
Mimicando
Com Miquéias Paz e Carol Lira. Hoje, às 20h, no Sesc Paulo Autran (Taguatinga Norte). Entrada gratuita. Classificação indicativa livre
Correio Braziliense sábado, 21 de maio de 2022
EXPOSIÇÃO: FESTIVAL BRASÍLIA SOBRE RODAS COMEÇA NESTE SÁBADO E É GRATUITO
Festival Brasília Sobre Rodas começa neste sábado e é gratuito
Festiva Brasília Sobre Rodas traz 400 veículos clássicos e especiais para amantes do automobilismo. Evento será sábado (21/5) e domingo (22/5), no Parque da Cidade, e oferece atrações para crianças, além de música e gastronomia
EF
Eduardo Fernandes*
postado em 21/05/2022 06:00
O empresário e colecionador Daniel Freitas mostra dois xodós dele: a Lambretta LI 1966 e o Fusca 1962. Ele é um dos expositores do Festival Brasília Sobre Rodas - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Cerca de 400 automóveis clássicos, além de motos, bicicletas, skates, karts e patins fazem parta da exposição do Festival Brasília Sobre Rodas. Segundo a organização do evento, um dos diferenciais desta edição é a união de grandes clubes de carros da capital federal. No total, são mais de 35 grupos entusiastas da cultura automobilística inscritas. Sábado (21/5) e domingo (22/5), a estimativa de público é de 20 mil pessoas.
Daniel Freitas, 46 anos, é um aficionado pelo "antigomobilismo" e será um dos expositores no Festival Brasília Sobre Rodas. O morador da Asa Norte levará uma Lambretta LI 1966 e uma Kombi Cliper 1987. Para ele, eventos são uma forma de preservar a história. Com cinco veículos, o colecionador confessa ter um que é o predileto. "O ícone que eu tenho é o Fusca 1962, com a quilometragem em 12 mil rodados. Hoje, sou o segundo dono. Demorei 8 anos para conseguir comprá-lo", afirma Daniel, que também demonstra muito carinho pelo Opala 1990 que, segundo ele, serviu à Presidência da República.
Todo esse afeto fez com que Daniel se tornasse empresário e criasse a fuscamiseteria, em 2014. O estabelecimento é uma loja móvel. Inicialmente funcionava em um fusca, mas, hoje, atende na Kombi Cliper 1987. Entre os principais produtos vendidos estão camisetas personalizadas, canecas, cabides, apetrechos e uma variedade de itens para os amantes de carros.
Apaixonados por automobilismo poderão conferir modelos antigos(foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
História de cinema
Leonardo Linhares, 42, se dedica a restaurar veículos que não estão em boas condições. Segundo ele, o gosto por automóveis é tradição de família — avô era mecânico em Porto Alegre, e o pai ajudava na oficina. Para o advogado, o festival é um oportunidade de mostrar o trabalho de recuperação de verdadeiras raridades. "Depois de dois anos sem grandes eventos, é importante apoiar e favorecer a troca de experiências e o reencontro dos amigos", conta.
Colecionador de veículos da linha Dodge da década de 1970, o morador do Park Way tem uma caminhonete azul que estrelou o filme Eduardo e Mônica. Acionado pela produção técnica do longa, ele cedeu o carrão com muito orgulho e fez a restauração para o veículo ser o mais fiel à época em que se passa a história inspirada na música de mesmo nome de Renato Russo. Leonardo é vice-presidente do Mopar Clube Brasília, organização com vários entusiastas do automobilismo, que reúne e promove encontros de carros na capital federal.
Estrutura
O Festival Brasília Sobre Rodas ocorre no Parque da Cidade em um espaço de 160 mil metros quadrados. A terceira edição do evento conta com atrações para o público infantil, música, gastronomia, praça de alimentação, praça de chope e feira. A entrada é gratuita.
O projeto tem apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) e da Secretaria de Turismo (Setur). De acordo com João Coqueiro, idealizador do festival, a finalidade da data é a fomentação do antigomobilismo na capital federal. "Vamos juntar os apaixonados por carros e tudo sobre rodas", destaca.
O estande de karts deve ser uma atração a parte. As associações Askart e Vintage Kart vão apresentar, ao menos, seis modelos para o público. Um dos objetivos, segundo Moisés Neto, 55, Askart, é divulgar o campeonato oficial da modalidade no Distrito Federal, que acontecerá no Guará, em 28 de maio e a campanha do maio amarelo — em combate a mortes decorrentes de acidentes de trânsito. Para ele, "é melhor correr no kartódromo ou no autódromo do que na rua".
*Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho
Correio Braziliense sexta, 20 de maio de 2022
GASTRONOMIA: SABOR JUNINO TODA SECTA-FEIRA NO BUFÊ GRAN BIER, NO PONTÃO
Sabor junino toda sexta-feira no bufê do Gran Bier, no Pontão
Curau, canjica, pipoca, arroz doce, milho, arroz carreteiro, galinhada, bolo de mandioca, bolo de milho e quentão são as receitas do bufê de almoço do restaurante Gran Bier, no Pontão do Lago Sul, durante a temporada junina. As iguarias farão parte do cardápio todas as sextas-feiras até o mês de julho pelo valor de R$ 65. Para completar o clima junino, o local ganha ainda decoração típica e apresentação musical do cantor Bruno Zanine.
Correio Braziliense quinta, 19 de maio de 2022
CLIMA: SENSAÇÃO TÉRMICA NO DF CAI ABAIXO DE 0°C; MÍNIMA FOI DE 1,4°C
Sensação térmica no DF cai abaixo de 0°C; mínima foi de 1,4ºC
Até esta sexta-feira (20/5), o DF continua sob alerta laranja devido a onda de frio. Temperatura deve subir gradativamente a partir do fim de semana
EH
Edis Henrique Peres
postado em 19/05/2022 09:03
(crédito: Ed Alves/CB)
A onda de frio que atinge o Distrito Federal trouxe um recorde de temperatura mínima de 1,4°C, com sensação térmica de menos de 0°C. O alerta laranja emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) segue até esta sexta-feira (20/5), com expectativa de aumento gradativo das temperaturas no fim de semana.
Sobre a sensação térmica, a meteorologista do Inmet, Naiane Araújo explica: "é uma coisa muito particular de cada pessoa, o que contribui para isso são os ventos muito gelados. O que acontece é que áreas com muito vento tendem a roubar o calor do corpo humano, mas a influencia que isso terá na sensação térmica varia de qual o calor do corpo. De forma geral, chegamos à sensação térmica abaixo de 0°C".
Durante a tarde, a especialista explica que a temperatura máxima deve chegar a 20°C, com umidade relativa do ar entre 95% e 25%. "A característica dessa onda de ar é ser fria e seca, com pouca umidade", pontua.
Confira os locais com temperaturas mais baixas nesta quinta:
Gama: 1,4 °C Águas Emendadas (Planaltina): 3,3 °C Plano Piloto: 5,1 °C
Correio Braziliense quarta, 18 de maio de 2022
CIDADANIA: COM O ARTISTA CARLOS BRACHER, DEFICIENTES FAZEM OFICINA DE PINTURA
Com o artista Carlos Bracher, deficientes fazem oficina de pintura
O renomado mineiro Carlos Bracher participou, ontem, de uma oficina de pintura inclusiva com estudantes deficientes visuais e auditivos de escolas públicas do DF. Iniciativa foi na escola Kingdom School
NM
Nahima Maciel
EF
Eduardo Fernandes*
postado em 18/05/2022 06:00
O artista plástico Carlos Bracher ressalta que participar da iniciativa é uma oportunidade de trocas valiosas de experiências - (crédito: Carlos Vieira/CB)
A arte é uma das formas de traduzir o mundo e refletir sobre a existência. Cerca de 80 alunos brasilienses cegos e surdos participaram, com o premiado pintor e artista plástico Carlos Bracher, de oficina de pintura e criaram suas próprias obras. Na manhã de ontem, os aprendizes homenagearam os 200 anos da Independência do Brasil em um quadro. À tarde, a reverência foi para a capital federal, em comemoração aos 62 anos de inauguração da cidade. O projeto contou com a colaboração da secretária de Educação do DF (SEEDF), professora Hélvia Paranaguá; da diretora da escola Kingdom School, Alice Simão; e do apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-DF).
Uma interação que inclui, ensina e traz conexão a todos que estão ao redor. Assim, é o pensamento do pintor mineiro Carlos Bracher, 82 anos, sobre a oficina de ontem. Apesar das passar por diversos países, ele garante que esse encontro foi um dos mais marcantes da carreira. "Um dos maiores momentos da minha vida é estar aqui. Estar com essas pessoas maravilhosas e fantásticas para aprendermos com elas", comenta.
Tatiane Miranda tem preferência por criar mosaicos e pinta há 3 anosFotos: Carlos Vieira/CB/D.A Press
Paulo Dutra, 54, mudou a relação com a arte após a oficinaCarlos Vieira/CB
17/05/2022. Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF Cidades - Oficina de pintura com alunos portadores deficiência visual e auditiva e presensa do artista plástico Carlos Bracher no Colégio Kingdon School. Na foto: Paulo DutraCarlos Vieira/CB
O artista plástico Carlos Bracher ressalta que participar da iniciativa é uma oportunidade de trocas valiosas de experiênciasCarlos Vieira/CB
O artista garante que a troca de experiências com cada um dos aprendizes é especial. Em um mundo ferido pelo ego e falta de empatia, ele repete diversas vezes o quão fundamental é levar o amor e a expressão artística como forma de integração e acessibilidade, além de promover a cultura para aqueles que não tiveram oportunidade. Amar a própria arte, para Bracher, é a maior revolução e a melhor forma de inclusão. Por isso, continuar levando as várias formas expressão para as escolas.
Essa alegria é sentida pelo Vitório Pereira, 59, que tem baixa visão. O estudante do Centro de Ensino Especial de Deficiências Visuais (CEEDV) comenta que a pintura é algo que pratica nas aulas e se tornou uma paixão. "Além de pintar, gosto de música", destaca Vitório, que deseja mais momentos como esse, para continuar demonstrando o amor pelo que faz.
Importância do trabalho
Subsecretária de Educação Inclusiva e Integral do DF, Vera Barros avalia que dar protagonismo aos estudantes portadores de alguma deficiência é um elemento fundamental para que o debate sobre políticas nacionais de inclusão tenha mais relevância. "A Legislação nós temos, o que precisamos é cumprir ela ao lado da sociedade", complementa.
A seleção dos 80 estudantes ocorreu por meio do Centro de Escola Bilíngue de Taguatinga, voltada para surdez, e do CEEDV, onde cerca de 40 alunos foram escolhidos. Discentes deficientes auditivos de uma escola de Ceilândia também participaram da oficina.
A diretora da Kingdom School, Alice Simão, responsável por ceder o espaço para a iniciativa, ressalta a necessidade de levar arte e amor, bem como incluir pessoas com algum tipo de deficiência no contexto cultural. "Para eles, é um momento ainda mais forte e especial, porque são pessoas com uma vida social limitada. Quem dirá artístico, quem dirá cultural", destaca. Para a escola, ela reafirma a alegria em disponibilizar o ambiente para projetos como este, que educam e dão esperança e motivos para continuar.
Deficiente auditiva e visual, Tatiane Miranda, 41, comenta alegre que faz artes plásticas há cerca de três anos. "Gosto de pintar mosaicos, lá na escola, eu estou fazendo as nuvens e a lua", conta a moradora de Sobradinho. Paulo Dutra, 54, é deficiente visual desde 2015, mas consegue enxergar algumas coisas, como tons de cores em determinados objetos. Apesar das dificuldades, o morador de Taguatinga revela que não tinha o costume de se envolver com artes. Agora, depois da oficina, o interesse mudou. "Pintei o Congresso Nacional de azul, verde e amarelo. Me senti muito feliz", confessa.
Homenagem
Carlos Bracher concebeu esculturas para homenagear amigos, como o escritor Affonso Romano Sant'Anna, mas nunca havia se dedicado a uma figura histórica. Agora, após uma conversa com o jornalista Silvestre Gorgulho, ele decidiu criar uma obra em homenagem ao engenheiro e calculista Joaquim Cardozo. A entrega do projeto será realizada hoje, mas Bracher prefere ainda não revelar os detalhes da obra. Será uma escultura, certamente. Possivelmente em bronze.
Para o artista mineiro, a homenagem é mais do que justa. "Não há uma homenagem ao Joaquim Cardozo e, sem ele, não existiria a obra física do Niemeyer", repara Bracher. "O Niemeyer era um louco maravilhoso e fazia obras impossíveis de serem construídas, daí chega esse pernambucano, poeta, escritor, dramaturgo e engenheiro e fez cálculos dificílimos de concreto."
O artista lembra que obras monumentais como as cúpulas do Congresso Nacional e as colunatas do Palácio do Alvorada tornaram-se símbolos da arquitetura moderna e de Brasília. "O sujeito que faz aquelas colunatas do Alvorada, aquilo tem 10 toneladas e vem apoiada num ponto. Joaquim Cardozo deu sustentabilidade técnica à obra do Niemeyer", garante.
Ainda não sabe se realizará uma escultura de corpo inteiro para homenagear o engenheiro ou se a obra terá outra forma. "Imaginei essa escultura nos últimos dias", diz. "A gente vai estudar ainda onde vai ser. Inicialmente, pensei em algo de corpo inteiro, mas evoluí a ideia para não ser de corpo inteiro." Ele lembra que Brasília tem, pelo menos, quatro esculturas públicas em homenagem a Juscelino Kubitschek, mas nenhuma dedicada a Oscar Niemeyer, Lucio Costa ou Israel Pinheiro. "É outro projeto que tenho, de homenagear os pioneiros", avisa.
Correio Braziliense terça, 17 de maio de 2022
TEATRO: FERCAL E SÃO SEBASTIÃO RECEBEM A MOSTRA ITINERANTE DE TEATRO ODU - CELEBRAÇÃO DA NEGRITUDE
Celebração da negritude: Fercal e São Sebastião recebem a Mostra Itinerante de Teatro Odu
Iniciativa do coletivo ODU, a mostra tem o intuito de celebrar a vida, a força da história e da cultura negras pela arte
NG
Naum Giló*
postado em 17/05/2022 06:00
A montagem Gigante pela própria natureza é dirigida por Pedro Ribeiro e estrelado Anna Júlia Carvalho - (crédito: Thiago Sabino)
A Mostra Itinerante de Teatro Odu, que estreou no fim de semana no Varjão, com apresentações gratuitas, será atração em outras duas cidades do Distrito Federal: Fercal e São Sebastião. Iniciativa do coletivo ODU, a mostra tem o intuito de celebrar a vida, a força da história e da cultura negras pela arte e promover espaços de visibilidade para temáticas raciais. Todas as peças são sucedidas por um debate mediado por uma equipe de profissionais de artes cênicas e educação.
A próxima cidade a ser contemplada pelo projeto é a Fercal. O ator Marcos Davi sobe ao palco no Centro Comunitário do Queima Lençol para apresentar a montagem Livro do desassossego, uma adaptação teatral do livro homônimo escrito por Bernardo Soares, heterônimo recluso e solitário de Fernando Pessoa. A peça será apresentada no sábado (21/5), às 19h30. No dia seguinte, no mesmo local, o mímico Miqueia Paz traz o espetáculo Mimicando, composto por quadros que retratam, com irreverência e bom humor, situações do cotidiano dos brasileiros, às 16h.
Em São Sebastião, a mostra vai levar o teatro para a comunidade escolar do Centro Educacional São Francisco, conhecido como Chicão. Em 25 de maio, o turno da manhã da instituição poderá prestigiar Gigante pela própria natureza, montagem composta por personagens estudantes de uma escola pública, que contam histórias que retratam vivências negras na sociedade, às 9h. A direção é de Pedro Ribeiro.
Encerrando a mostra, também no Chicão, em 26 de maio, a dupla Naiara Lira e Maboh apresenta o Duo Camboatá, projeto musical performático estreado em 2015, no Brazilian day de Sydney (Austrália), apresentando canto, dança, poesia e contação de história, com início às 14h. O diretor-geral da mostra itinerante, Victor Hugo Leite (VHafro) ressalta: "São produtos, bens e serviços culturais que vão sendo entregues para comunidades de áreas de periferia, onde o público é majoritariamente negro, com espetáculos teatrais que abordam temáticas que tocam profundamente a realidade dessas pessoas", explica o diretor.
Mostra Itinerante de Teatro Odu
Centro Comunitário do Queima Lençol (Fercal), nos dias 21 e 22 de maio, e Centro Educacional São Francisco, (Chicão, em São Sebastião), nos dias 25 e 26 de maio. Entrada gratuita.
Correio Braziliense segunda, 16 de maio de 2022
CLIMA: COM MÍNIMA DE 5ºC, BRASILIENSE ENFRENTARÁ FRENTE FRIA A PARTIR DO FIM DESTA SEMANA
Com mínima de 5ºC, brasiliense enfrentará frente fria a partir do fim desta semana
As temperaturas do Distrito Federal devem cair bruscamente, ficando entre 5º e 20º C, segundo Inmet
CB
Correio Braziliense
postado em 15/05/2022 19:26 / atualizado em 15/05/2022 19:34
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
O brasiliense vai precisar tirar o casaco do armário para encarar o frio que deve chegar à capital federal ao fim desta semana. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que as temperaturas sofram uma queda brusca entre quinta (19/5) e sexta-feira (20).
De acordo com o meteorologista Cleber Souza, entre segunda e quarta-feira, a previsão é de chuva fraca em áreas isoladas. Algumas regiões do Distrito Federal, como São Sebastião e Park Way registraram precipitações neste domingo (15/5).
“No início desta semana, só há possibilidade de chuva. Contudo, começa a entrar pelo Sul do país uma massa de ar polar fria e seca, oriunda do Polo Sul, que deve chegar ao Centro-Oeste a partir de quarta-feira, ocasionando a queda na temperatura”, explica.
Segundo o especialista, as temperaturas devem ficar entre 5º C e 20º C entre quinta-feira e sexta-feira.
“Isso ocorre por conta da intensidade dessa massa de ar. Mas por ser uma frente fria e seca, não permite a formação de nuvens e chuva. Então, para estes dias, não há possibilidade de precipitações”, acrescenta Cleber Souza.
Correio Braziliense domingo, 15 de maio de 2022
MÚSICA: MÚSICOS CONHECIDOS POR SEREM FILHOS DE FAMOSOS ENCONTRAM A PRÓPRIA IDENTIDADE
Músicos conhecidos por serem filhos de famosos encontram a própria identidade
A forma de fazer as pazes com essa cobrança é buscar dar os primeiros passos criando uma identidade artística própria, que pode até beber das referências dos pais, mas vai para um novo lugar
PI
Pedro Ibarra
postado em 15/05/2022 06:00
(crédito: Leo Aversa/Divulgação)
Os pais são exemplos, são pessoas que, na maioria das vezes, marcam a vida e deixam ensinamentos importantes. Porém, pais famosos podem ser uma responsabilidade para os filhos que querem seguir a carreira da arte. As comparações são inevitáveis e o que sempre foi um exemplo passa a parecer um peso.
A forma de fazer as pazes com essa cobrança é buscar dar os primeiros passos criando uma identidade artística própria, que pode até beber das referências dos pais, mas vai para um novo lugar. A ideia é se diferenciar, sem se perder da própria origem. São artistas que fazem parte de uma nova geração e que ainda levam um sobrenome conhecido para frente.
A cantora Flor é uma das que tem tentado a vida a partir do próprio nome. Ela é filha de Seu Jorge e embarcou, recentemente, em uma carreira de cantora, tendo lançado três singles: Macumbeira; Sapiens, com participação de Arthur Verocai; e Pra melhorar, que conta com Marisa Monte e o próprio Seu Jorge colaborando. "Eu estou um pouquinho em choque de começar a minha carreira, porque estou esperando por isso a minha vida inteira. Estou praticando, aprendendo, observando meu pai e as pessoas em volta dele", conta a artista.
"Como todo o adolescente passa por uma fase, eu passei por aquele período de: 'não quero mais fazer música, porque todo mundo vai olhar para mim só como filha do Seu Jorge'", lembra. "Porém, quem é Seu Jorge? Um cara que saiu do nada e construiu uma carreira honesta, conquistou o respeito do país dele e ainda o respeito internacional. Eu quero ter as respeito das pessoas assim como ele", reflete a musicista.
Cantora Flor, filha do compositor Seu Jorge(foto: Rafael Ramos/Divulgação)
Flor vive com a mãe, Mariana Jorge, em Los Angeles, nos Estados Unidos, desde os 10 anos. Portanto, foi criada em uma cultura diferente e, também, com certa distância do pai, que trabalhava sempre viajando muito. O fato, contudo, não impediu que os dois nutrissem uma relação muito próxima e conectada pela música. "Ele sempre vê o processo da música, me passa a crítica dele e eu tento ser um pouquinho rebelde, mas toda a opinião dele eu levo muito a sério", afirma Flor, que confessa que o pai é coruja. "Eu passo vergonha com ele mostrando as minhas músicas para todos os amigos. Ele também fica no meu pé falando que eu tenho que lançar as minhas músicas e me dá muito suporte", adiciona.
Outra artista que tem no pai a entrada na música é Tília, filha do Dj e produtor de funk Dennis. A cantora do pop iniciou a trajetória após fazer sucesso na plataforma TikTok reagindo a músicas antigas do pai. Com forte investimento no desenvolvimento da carreira, ela lançou o álbum de estreia, 2003, trabalho que tem expectativas altas. "Eu quero que as pessoas consigam esquecer dos problemas e se conectar na música e se divertir. Que interpretem a letra, porque eu gosto muito de fazer letras feministas, empoderando a mulher. Quero que, quando uma mulher ouça a minha música, se sinta poderosa, livre, alegre e aproveite", almeja a cantora.
A cantora aponta que um dos melhores benefícios de ter escolhido essa carreira é saber que o auxílio do pai vem do fato que ele já viveu as situações. "Fazer música em família é uma delícia. Passar tempo com meu pai, ali no estúdio, eu amo. E é muito bom que meu pai consegue entender tudo que eu falo, tudo que eu quero", conta Tília. "Não tenho muita técnica, às vezes falando, e eu faço os barulhos com a boca e ele consegue entender e vai me ajudando e ensinando", complementa.
Tília, contudo, não quer ser lembrada apenas como filha de Dennis. A artista inclusive tem uma música no disco toda sobre o assunto, Venda casada, em que pede: "me deixa trabalhar, pô" e lista formas que é chamada por ser filha do famoso produtor, termos como "mimada" e "venda casada" são alguns deles. "Eu quero mostrar que eu sou muito mais que filha de alguém. Eu quero mostrar minha história, fazer a minha história. Falar sobre as minhas dores e conquistas. Cada um nasce para fazer sua história, além de ser alguma coisa de outra pessoa", comenta.
Em um momento parecido da carreira, Theo Bial, filho do jornalista Pedro Bial e da atriz Giulia Gam, lançou um álbum recentemente. Intitulado Vertigem, o disco foi apresentado ao público em 6 de maio e mostra a forma como o músico quer expressar a própria arte."Gostaria de levar paz para as pessoas. Reflexão, questionamentos... Amor ao próximo, amor à natureza", afirma o cantor. Pretendo levar um pouco disso tudo para as pessoas e sei que o tempo é cada vez mais valioso. A vida está acelerada, é tudo muito rápido. Então, se eu puder proporcionar algum momento bom para alguém, estarei realizado", completa o cantor, que tem focado na carreira desde 2017.
Cantora Tília, filha do DJ e produtor de funk Dennis(foto: Felipe Braga/Divulgação)
"Ser artista requer muito esforço e, para que eu tenha reconhecimento, as pessoas precisam gostar do meu trabalho. Ninguém vai gostar da minha música só por causa do meu sobrenome", acredita Theo. Entretanto, ele sabe a importância que a criação no meio artístico teve para a escolha de vida que decidiu seguir. Um bom exemplo vem da mãe, foi Giulia Gam que indicou que tocasse violão e, desde então, o instrumento nunca mais o deixou se sentir sozinho. "O violão é sempre um companheiro. Ele me dá calma e muitas vezes clareia meus pensamentos. Acho que a solidão não depende muito de estarmos ou não com alguém. Depende muito de como estamos com nós mesmos. O violão me ajuda a ficar melhor comigo mesmo reflete.
Ele vê os próprios passos e acredita que tem um legado deixar. No entanto, sabe de onde veio e o que carrega dos pais. "Acredito que minha relação com o palco vem muito da convivência com minha mãe. Desde pequeno ela me levava nas peças e nas filmagens. É um lugar pra mim onde tudo faz sentido. Do meu pai acredito que herdei uma certa curiosidade jornalística. Gosto muito de estar com pessoas diferentes, conversar sobre assuntos da vida, entender as questões dos outros, ler, pesquisar", conta Bial.
Correio Braziliense sábado, 14 de maio de 2022
ESPIRITUALIDADE: VESAK, A CELEBRAÇÃO DO NASCIMENTO DE BUDA, OCORRE NESTE DOMINGO
Vesak, a celebração do nascimento de Buda, ocorre neste domingo
De volta, após dois anos suspenso devido à pandemia, o Vesak celebra o nascimento de Buda, rendendo homenagem à histórica personalidade asiática. Evento ocorre neste domingo (15/5), na Asa Norte, em parceria com a Embaixada do Nepal
PM
Paulo Martins*
postado em 14/05/2022 06:00
A última edição do Vesak, em 2019, contou com a parceria da Embaixada da Índia - (crédito: Maria Eutenir Braga/Divulgação)
Em reverência ao nascimento de Buda, o Vesak terá sua primeira edição desde o início pandemia, este ano, neste domingo (15/5), às 16h, na Praça da Harmonia Universal, na Asa Norte. O evento é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e terá a participação da Embaixada do Nepal no Brasil e do Grão-Mestre Moo Shong Woo, que assumiu o posto em 1974.
Colaboradora do Templo Shin-Budista de Brasília e curadora, desde a criação do evento em 2016, Maria Eutenir Custódio Braga, 78 anos, é responsável pelo Vesak. Integrante do templo a partir de 2000, ela passou por problemas de saúde na infância e se tornou adepta do budismo há mais de 60 anos. "Queria saber porque eu estava doente. Eu já fazia ioga, quando tinha sete anos. E isso é porque sou filha de camponeses, não tinha tanta instrução, mas com o tempo fui me aguçando. Perguntei para o universo qual era a minha missão no mundo. Fui respondida que deveria acreditar no que desejo, na proposta de vida e que deveria cuidar bem da saúde. Deixei de comer carne de porco e derivados de suínos. Não tive mais problemas de saúde. Desde então, procuro seguir esse caminho", relata.
O convite a essa homenagem está na representação de Buda, de acordo com a curadora. "Buda representa a recuperação das coisas, para reconhecer no outro e em si o melhor para atingir a paz e a harmonia. Temos certeza que as pessoas presentes vão se sentir bem porque estão dispostas a ser recebidas. Buda, desde criança, preferiu a simplicidade à nobreza. A proposta é estar sempre acolhendo as pessoas e esse acolhimento é o que queremos fazer", declara.
Correio Braziliense sexta, 13 de maio de 2022
SUPERSTIÇÃO: SEXTA-FEIRA 13 - O MILIONÁRIO AMERICANO QUE POPULARIZOU O *TEMOR* PELA DATA
Sexta-feira 13: o milionário americano que popularizou o 'temor' pela data
'Friday the 13th', de Lawson, conta a história de um corretor da bolsa de valores que escolhe esse dia para acabar com Wall Street
BBC Geral
postado em 13/05/2022 08:43
(crédito: Getty Images)
Você sofre do medo de sexta-feira 13? Pois parte da culpa é de um financista americano do século 19 chamado Thomas W. Lawson.
Embora a superstição seja muito antiga, creditam a ele o feito de ter fixado a data na consciência moderna com seu romance Sexta-feira 13, que conta a história sombria de um corretor de Wall Street que manipula o valor de ações para se vingar de seus inimigos, deixando-os na miséria.
Sexta-feira e o número 13 já eram associados ao azar por si só, segundo Steve Roud, autor do guia da editora Penguin Superstições da Grã-Bretanha e Irlanda.
"Porque sexta-feira foi o dia da crucificação (de Jesus Cristo), as sextas-feiras sempre foram vistas como um dia de penitência e abstinência", diz ele.
"A crença religiosa virou uma aversão generalizada a começar algo ou fazer qualquer coisa importante em uma sexta-feira."
Por volta de 1690, começou a circular uma lenda urbana dizendo que ter 13 pessoas em um grupo ou em torno de uma mesa dava azar, explica Roud.
As teorias por trás da associação de azar com o número 13 incluem o número de pessoas presentes na Última Ceia e o número de bruxas em um clã.
Até que esses dois elementos, a sexta-feira e o número 13, que já causavam receio isoladamente, acabaram se unindo - justamente com o livro de Thomas W. Lawson.
Mas a associação da data com Lawson não para por aí. Diz a lenda que alguns meses depois de publicar seu romance, mais precisamente na sexta-feira 13 de dezembro de 1907, um enorme barco que ele havia mandado construir e que levava o seu nome afundou.
O naufrágio aconteceu, na verdade, nas primeiras horas do sábado, dia 14, mas em Boston, onde Lawson vivia, ainda era sexta-feira 13.
O navio era o maior veleiro já construído sem uma máquina de propulsão. Ele transportava cerca de 60 mil barris de óleo leve quando afundou e o vazamento que causou é considerado o primeiro grande desastre ecológico do tipo.
Maquete da embarcação Thomas W. Lawson, que afundou em 1907, cinco anos depois de ter sido construída
A ligação de Lawson com a sexta-feira 13 foi apenas um dos motivos que o tornaram inesquecível. Outro é que ele nasceu e morreu na pobreza, depois de ter sido, no meio do caminho, um dos homens mais ricos dos Estados Unidos.
Manipulador financeiro
Lawson nasceu em 1857 em Charlestown, Massachusetts, e quando criança, perdeu o pai, um veterano da Guerra Civil que morreu em decorrência de ferimentos que havia sofrido.
Aos 12 anos ele se viu forçado a trabalhar e conquistou uma vaga como mensageiro em um banco em Boston. Lá, começou a nutrir a ambição de se tornar rico.
Ainda muito jovem ele se especializou na compra e venda de ações, e historiadores contam que ele tinha um talento excepcional para escolher os títulos que mais se valorizariam.
Mas sua fortuna seria construída de maneira questionável: usando seus conhecimentos para manipular os mercados financeiros.
Lawson em seu escritório, cercado por algumas de suas paixões: livros, cavalos e flores frescas
Lawson se especializou em mineração, especialmente no mercado de cobre, já que Boston era o centro financeiro dessa indústria.
O boom do cobre no final do século 19 o ajudou a se tornar multimilionário.
Mas enquanto ele ficava rico, muitos dos clientes a quem assessorava perdiam enormes somas de dinheiro, o que fez dele um dos mais controversos "barões ladrões" da chamada Era Dourada.
'Amalgamated Copper Company'
Um de seus primeiros fiascos foi a orientação de investir nas minas de ferro de Grand Rivers, em Kentucky, que acabaram sendo um fracasso.
Mas seu negócio mais questionado - e o então mais lucrativo - foi sua participação na criação da Amalgamated Copper Mining Company, um conglomerado que supostamente monopolizaria a indústria do cobre, assim como a Standard Oil, dos irmãos Rockefeller, havia monopolizado o petróleo.
Lawson elaborou o acordo junto com William Rockefeller e Henry Rogers, diretor da Standard Oil.
A compra da mineradora Anaconda Copper foi o negócio mais questionado - e alguns diriam o mais astuto - em que Lawson se envolveu
Em 1899, a Amalgamated Copper comprou a Anaconda Copper Company, uma próspera mineradora de cobre, através de uma operação que alguns especialistas consideram "o melhor negócio na história de Wall Street" - e um dos "menos honestos", segundo alguns.
Os acionistas, ansiosos por participações na empresa promovida por grandes barões do mundo do business, pagaram uma fortuna pelos títulos, sem imaginar que se tratava de uma empresa fantasma (a Amalgamated Copper nem sequer tinha diretores reais, eram empregados da Standard Oil ).
No final, descobriu-se que a holding havia sido criada como parte de um engenhoso plano para adquirir a Anaconda Copper Company, que acabaria sendo uma das mineradoras mais importantes do mundo durante o século 20.
A Amalgamated Copper nunca monopolizou a indústria do cobre e suas ações inflacionadas perderam o valor.
De especulador a reformista
Não contente com a má fama que havia ganhado, Lawson fez novos inimigos quando, em 1906, publicou uma série de artigos sob o título "Finanças frenéticas: A história da Amalgamated", em que revelou os negócios obscuros que realizou junto com seus sócios Rockefeller e Rogers.
O material também foi publicado em formato de livro.
O multimilionário, que no início do século 20 tinha começado a sofrer grandes perdas econômicas, confessou uma série de crimes e transgressões, de suborno de membros do Legislativo a "malabarismos" com o dinheiro do povo.
Um dos capítulos do livro também denunciava "como as manipulações de Wall Street afetam o país".
Dreamworld, a enorme propriedade que Lawson construiu na cidade de Sciutate, em Massachusetts
Lawson havia se tornado um reformista. Ele publicou mais denúncias sobre os males do que chamou de "o sistema", incluindo seu romance Sexta-feira 13, de 1907.
No entanto, nem o público que ele havia enganado nem seus pares, que o deixaram excluído, estavam interessados ??em ouvir suas ideias sobre como tornar o mercado financeiro mais justo.
Declínio
A excêntrica vida pessoal do magnata, que construiu um enorme complexo chamado Dreamworld (Mundo dos Sonhos) na cidade de Sciutate, além de embarcações caras, como o Thomas W. Lawson, foi dilapidando sua fortuna.
Na década de 1920, suas dívidas eram tantas que ele teve que leiloar seus bens.
Ele morreu em 1925, pobre e marginalizado.
No entanto, seu legado foi mantido. Alguns ainda destacam seu brilhantismo para os negócios (em 2007, o escritor Ken Fisher o incluiu em sua lista das "100 mentes que fizeram o mercado").
Outros elogiam suas tentativas de reformar Wall Street, algo em que investiu muito dinheiro e esforço - e em que tinha faturado bastante dinheiro, antes de ver sua sorte mudar.
E há aqueles que, sem saber, desfrutam de outras genialidades saídas da mente prolífica deste financista, transformado em justiceiro e escritor.
Lawson não se sentia à vontade com as poltronas vitorianas da sua época e encomendou um sofá que ainda hoje leva seu nome
Por exemplo, se você está lendo este texto na sala de estar de sua casa, sentada ou sentado no seu sofá, é possível que você deva seu conforto a Lawson, que mandou projetar um dos modelos de sofá mais populares dos EUA, que ainda leva o seu nome.
Correio Braziliense quinta, 12 de maio de 2022
LITERATURA: PRIMEIRO CLUBE DO LIVRO DE BRASÍLIA REÚNE MAIS DE 40 ANOS DE HISTÓRIAS
Primeiro clube do livro de Brasília reúne mais de 40 anos de histórias
Formado por 24 mulheres, primeiro clube do livro oficial de Brasília nasceu em 1980. De lá para cá, as integrantes do projeto leram mais de 330 obras. Grupo tem estatuto registrado em cartório e promove encontros mensais para debate dos títulos
EH
Edis Henrique Peres
postado em 12/05/2022 05:46 / atualizado em 12/05/2022 05:47
Desde a década de 1980, grupo reúne 24 participantes selecionadas por indicação ou sorteio - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Apaixonadas por livros, 24 mulheres que se encontraram por acaso em um curso de atualização feminina na área de humanidades, em 1980, na Universidade de Brasília (UnB), mantêm viva até hoje a assiduidade com a leitura e com uma amizade que ultrapassa encontros mensais. O grupo fundou o primeiro e mais antigo clube do livro da capital federal, que surgiu da necessidade da manutenção do contato com um hobby e entre si mesmas.
À época, diversas ideias passaram pela cabeça das fundadoras, mas a que prevaleceu foi a de Amélia Couto. A iniciativa teve inspiração em projetos semelhantes que ela conheceu em viagem ao Peru. Mesmo após morrer, há cerca de uma década, o legado da idealizadora prevaleceu.
Nascido em 17 de março de 1980, o Clube do Livro nº 1 de Brasília tem estatuto registrado em cartório, diretoria eleita por biênio e o compromisso firme das integrantes com os encontros mensais. "Toda terceira segunda-feira do mês, nós nos encontramos. Chegamos com a leitura do próximo mês definida e, geralmente, às 14h30, conversamos sobre assuntos necessários do clube — como a arrecadação do dinheiro para a compra da obra seguinte — e estruturamos nossa ata. O convidado costuma aparecer às 15h, e o debate ocorre tarde adentro, até umas 17h ou mais", detalha a tesoureira do clube, Maria Pereira, 66 anos.
Amélia Couto, fundadora do clube, em um dos primeiros encontros do grupo, na década de 1980Arquivo Pessoal
Beatriz Maia Pinto, 87, ajudou a fundar o clube e explica como tudo começou. "Somos sempre 24 mulheres, e a entrada de uma nova sócia é condicionada à saída de alguma integrante. Essa quantidade permite um número bom de pessoas para os debates", explica a moradora do Lago Sul.
Maria Ignez Andrade, 93, chegou ao grupo no quinto encontro, no primeiro ano de fundação do clube, e reconhece a ligação que cresceu dali. "Há uma amizade não só de reuniões, aniversários ou festas, mas algo sólido, construído por causa dos nossos encontros. Algumas (participantes) têm afinidade maior, e esse vínculo se faz presente em todos os momentos. Uma vez, perdi uma parente e estava no Rio de Janeiro. Foi incrível o apoio que eu recebi daqui (de Brasília), de longe. Inclusive, elas conseguiram agendar a missa do sétimo dia para mim. Então, é um clube em que estamos juntas muito além dos momentos felizes", detalha Maria Ignez.
Organização
Quarenta e dois anos depois, o clube leu 335 livros. Marilene Martins de Oliveira, 64, conta que as integrantes só interromperam os encontros nos dois primeiros anos da crise sanitária. "Quando nos preparávamos para comemorar quatro décadas de fundação, em 2020, decretaram a interrupção de todas as atividades. Tínhamos tudo planejado — convite e bufê —, mas a pandemia chegou e atrapalhou nossos planos. Agora, vamos comemorar o aniversário do clube em junho, com Brasília como tema especial", antecipa.
Além dos debates que ocorrem entre as próprias leitoras, eventualmente, convidados aparecem para enriquecer as discussões sobre as obras. "Tivemos a presença de vários escritores daqui do DF, como José Almeida Júnior (autor de O homem que odiava Machado de Assis), Maurício Gomyde (autor de Todo o tempo do mundo) além de psicólogos, médicos e professores de literatura, por exemplo", destaca Neide Mossri, 87. A escolha do tema da próxima reunião fica a cargo da sócia que recebe o grupo como anfitriã do mês.
Os gêneros variam, mas as participantes evitam obras de poemas e contos, devido à amplitude dos temas nas coleções desse tipo. A arrecadação dos valores para compra dos livros, bem como a negociação de descontos e prazos com as livrarias é responsabilidade da tesoureira. "Entrei porque minha sogra participava do grupo, e eu sempre ficava junto, escutando os debates. Ela sempre me indicava o que estava lendo. Um dia, surgiu a vaga, e ela me indicou. Geralmente, fazemos sorteio de nomes (de candidatas) sugeridos pelas sócias, mas, naquele dia, não havia outra concorrente. Então, comecei minha história com o clube", relembra Maria Pereira.
Memória
A paixão pelos livros e o desejo de compartilhar histórias une as integrantes do clube. Nenhuma delas é obrigada a participar dos debates, mas raramente há ausências ou obras com leitura inacabada. Esta semana, elas se debruçaram sobre Violeta, de Isabel Allende. No próximo mês, será a vez de Torto arado, de Itamar Vieira Junior. Entre os títulos que marcaram a trajetória do projeto e agradaram quase que unanimemente estão: A casa dos espíritos; Os catadores de concha; e A casa da água.
Além das experiências proporcionadas pelas páginas dos livros, há aquelas vividas pelo grupo, unido mesmo diante das adversidades. Enquanto leem as obras e costuram uma colcha de narrativas, as 24 integrantes eternizam histórias fictícias e verídicas, de personagens, de si próprias e em memória das pessoas queridas.
Correio Braziliense quarta, 11 de maio de 2022
CHAPADA DOS GUIMARÃES: SANTUÁRIO DE ELEFANTES BRASIL, EM MT, RECEBE DUAS ELEFANTAS ASIÁTICAS
Santuário de Elefantes Brasil, em MT, recebe duas elefantas asiáticas
Pocha e Guillermina entraram no Brasil por via terrestre, nesta terça-feira (10), em Foz do Iguaçu, no Paraná
AB
Agência Brasil
postado em 11/05/2022 08:36
(crédito: Reprodução/SEB)
O Santuário de Elefantes Brasil, em Mato Grosso, está prestes a receber mais duas elefantas asiáticas. Pocha e Guillermina são mãe e filha, e estavam vivendo em um ecoparque de Mendoza, na Argentina.
Pocha, a mãe, tem 55 anos e vivia no ecoparque desde 1968. A filha dela, Guillermina, tem 22 anos e nasceu no local. As instalações em que elas viviam em Mendoza era em um recinto de concreto subterrâneo — um ambiente confinado e artificial, longe do ideal para o segundo maior mamífero terrestre do planeta, que fica atrás apenas do elefante africano.
Pocha e Guillermina entraram no Brasil por via terrestre, nesta terça-feira (10), em Foz do Iguaçu, no Paraná. Elas estão sendo transportadas em contêineres especiais, carregados por caminhões e com escolta de viaturas da Polícia Rodoviária Federal.
A previsão é de que as duas elefantas asiáticas cheguem no Santuário de Elefantes Brasil na próxima quinta-feira. O local fica no município de Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso — a cerca de 67 quilômetros de Cuiabá.
Na nova moradia, Pocha e Guillermina vão poder viver soltas e livres na natureza, na companhia de outros cinco elefantes da mesma espécie que já vivem no santuário.
Associação Santuário de Elefantes Brasil é uma organização sem fins lucrativos que se instalou em Mato Grosso em setembro de 2016. Quem tiver interesse em conhecer mais detalhes sobre o trabalho da instituição pode acessar o site elefantesbrasil.org.br.
Correio Braziliense terça, 10 de maio de 2022
PRECONCEITO! CONMEBOL ENDURECE PULIÇÕES PARA CASOS DE RACISMO E HOMOFOBIA NOS ESTÁDIOS
Conmebol endurece punições para casos de racismo e homofobia em estádios
A organização da competição aumentou multa e pode fechar portões de partidas em casos de discriminação racial
CB
Correio Braziliense
postado em 09/05/2022 23:14
(crédito: Gilvan de Souza/Flamengo)
A Copa Libertadores da América, oficialmente Conmebol Libertadores, anunciou, nesta segunda-feira (9/5), mudanças importantes no Código Disciplinar. A entidade, por meio de documento enviado às associações nacionais, confirmou a implementação de punições mais severas em caso de racismo e discriminação por orientação sexual, idioma, crença ou origem.
A mudança feita envolve o artigo 17 do Código Disciplinar da Confederação e se estende para clubes, funcionários, jogadores e torcedores. Entre as novas medidas estão a possibilidade de suspensão de jogos oficiais por até cinco partidas ou dois meses de isolamento dos compromissos em competições da Conmebol, até a aplicação de multa de 100 mil dólares, aproximadamente R$ 515 mil pela cotação atual.
O nível da punição varia de acordo com a origem da discriminação. Se um torcedor cometer racismo, por exemplo, o clube para o qual ele torce pode ser multado. Caso o ato criminoso parte de um jogador, a sanção será a suspensão temporária das partidas oficiais.
Casos recorrentes de racismo nas partidas da Libertadores
A decisão de alterar as punições surgiu após sete registros de racismo presenciados durante os jogos da terceira e quarta rodadas das Copas Libertadores e Sul-Americana.
Torcedores do Palmeiras, em jogo contra o Emelec; do Corinthians contra o Boca Juniors; do Fortaleza contra o River Plate; do Red Bull Bragantino contra o Estudiantes; do Flamengo em partida contra o Universidad Católica e do Fluminense contra o Olimpia e Millonarios, foram alvos de racismo. Esses casos ocorreram todos no período de uma semana e, na grande maioria, os oponentes sul-americanos imitavam macacos em direção à torcida brasileira.
Há cerca de duas semanas, em 27 de abril, um torcedor do Boca Juniors foi preso depois de fazer atos racistas para a torcida do Corinthians, imitando um macaco. Ele foi levado à 24ª Delegacia de Polícia de São Paulo e solto após pagar fiança. Agora, a Conmebol, com essas punições, visa evitar que situações semelhantes fiquem impunes.
A entidade afirmou ainda, por meio do comunicado, que observou todos esses episódios com "com preocupação o número de infrações cometidas por torcedores em relação à discriminação, especificamente o racismo". Além disso, declararam repúdio a qualquer tipo de comportamento discriminatório e reafirmaram o propósito de estabelecer espaços livres de violência.
Correio Braziliense segunda, 09 de maio de 2022
SAÚDE: SANTA LÚCIA FOI O PRIMEIRO HOSPITAL DA REDE PRIVADA DA CAPITAL
Santa Lúcia foi o primeiro hospital da rede privada da capital
Inaugurado em 1966, o primeiro hospital particular de Brasília é, hoje, o maior do Centro-Oeste, sendo referência em tecnologia avançada e tratamentos de alta complexidade
Apresentado por
postado em 20/04/2022 18:53 / atualizado em 20/04/2022 19:56
(crédito: Acervo Grupo Santa)
Em 21 de abril de 1960, o presidente Juscelino Kubitschek inaugurava Brasília, a nova capital do Brasil. Com isso, começaram a surgir escolas, comércios e empreendimentos pela região. Como toda metrópole, veio a necessidade da criação de hospitais e, em 1963, acreditando no potencial que aquela recém cidade apresentava, um grupo de jovens médicos com espírito inovador planejou o primeiro hospital da rede privada de Brasília.
Em três anos, o sonho foi tomando formas concretas: na presença do presidente da época, o marechal Castelo Branco; e do governador, Plínio Catanhede, o projeto do arquiteto Nilton Ramos foi inaugurado e, em 8 de dezembro de 1966, na Asa Sul, nasceu o hospital Santa Lúcia. Na época, o empreendimento precisou passar por uma revisão no projeto em decorrência do rápido crescimento de Brasília e da enorme demanda de atendimentos.
Atualmente, o Grupo Santa representa a maior rede hospitalar privada do mercado e se configura como o terceiro maior grupo hospitalar do Brasil. Em 2010, iniciou o processo de consolidação como holding e, atualmente, é composto por seis instituições no DF atuando na área de saúde suplementar: quatro hospitais Santa Lúcia Sul (Asa Sul, Asa Norte, Gama e Taguatinga) e duas clínicas radiológicas - Centro Radiológico do Gama (CRG) e Centro Radiológico de Brasília (CRB). Segundo Gustavo Fiuza, CEO do Grupo Santa, são mais de quatro mil colaboradores diretos e três mil indiretos trabalhando nas unidades do grupo. “Nossos números têm crescido ano a ano com a expansão da rede. Em 2021, o grupo atendeu cerca de 700 mil pacientes na região Centro-Oeste", explica Fiuza.
Investimento em tecnologia para atendimento na capital
O maior hospital do Grupo, o Santa Lúcia Sul, vem recebendo grandes investimentos em tecnologia ao longo das mais de cinco décadas em que acompanha o crescimento da capital federal.
O mais recente investimento em tecnologia no Santa Lúcia Sul é o seu novo Centro de Cirurgia Robótica, que vai contar com três robôs cirúrgicos de diferentes especialidades, trazendo o que há de mais moderno no mundo em tecnologia robótica para áreas como Urologia, Ginecologia, Aparelho Digestivo, Torácica, Ortopedia e Neurocirurgia.
Matéria escrita pela jornalista Suzanny Costa.
Correio Braziliense domingo, 08 de maio de 2022
DIA DAS MÃES: ARTE E MATERNIDADE INDIVISÍVEIS - HISTÓRIAS DO CORAÇÃO DE MÃE DE ARTISTA
Arte e maternidade indivisíveis: histórias do coração de mãe artista
No dia delas, o Correio ouviu personagens da cidade para falar da interação com os filhos quando arte e vida não se separam
IR
Irlam Rocha Lima
RD
Ricardo Dahen
postado em 08/05/2022 06:00
Eliana e Naira Carneiro em cena na companhia Os Buriti - (crédito: Jane Pini/Divulgação)
Os filhos de mães artistas sentem a pulsação da arte desde desde a gestação na barriga materna. E, quando existe vocação, a arte e a vida se abraçam de maneira indivisível. Na passagem do Dia das Mães, o Correio ouviu mães e filhas sobre essa rica interação, sem excluir as que questionam a idealização da figura feminina.
O despertar das artes nas atrizes e irmãs Eliana Carneiro e Felicia Johansson ocorreu naturalmente no convívio com a mãe, a bailarina clássica Lila Cajsa. E, de maneira semelhante, elas repassaram o legado para cada uma das filhas, respectivamente, Naira e Clarisse. "Minha mãe é uma mestra que me inseriu no meu caminho. Generosa, me deixou muito à vontade em cena, sempre me estimulou a me expressar. Devo muito à ela: me abraçou, em cena e na vida, me orientando e guiando", destaca Naira. Aos 33 anos, filha de cenógrafo e parente de atrizes, Naira percebeu que "vida e arte se misturam".
Em 1995, o espetáculo Os Buriti dançam bamboo estreitou laços entre Naira e Eliana. À época, aos seis anos, numa compra de tecidos para um espetáculo, Eliana foi surpreendida pelo rompante da filha: "Me meti no meio, e defini meu figurino", diverte-se Naira, ao relembrar da traquinagem. Sempre nutrida por arte, "na barriga da mãe, ou mesmo, sendo amamentada", Naira destaca, na obra conjunta, espetáculos como O marajá sonhador, no repertório da jornada pelos palcos, fortalecida pela presença de Guian, filho de Eliana.
No aprimoramento da eterna busca pela arte, com questionamentos, adesão a poéticas, subversão e interpretações da realidade, Eliana Carneiro se viu lapidada pela vivência. "O que alimenta a arte é a dignidade, são as trocas nos afetos e no que vêm dos encontros", pontua Eliana.
Até chegar à parceria igualitária e de muita sintonia com os filhos, a diretora, atriz e dançarina Eliana moldou e redimensionou projetos artísticos. "Além do desenvolvimento de uma linguagem e de uma pesquisa, com os filhos tão maravilhosos que tenho, percebi que me ensinaram tanta coisa, fui agraciada. Vivi uma transformação artística, a partir do momento em que minha filha, aos seis anos, decidiu entrar em cena: comecei a contar histórias para ela e para todas as crianças. Ela foi minha grande inspiração, junto com meu filho, que tem um talento incrível", explica Eliana.
Depois de muitos espetáculos solo, nas décadas de 1980 e 1990, Felícia Johansson, que sempre se afirmou uma "autora atriz", com ampla pesquisa de linguagem em textos performáticos, equilibrou "orgulho e preocupação", quando do mergulho nas artes, feito pela filha Clarisse. Há seis anos, Clarisse é atriz do Teatro Oficina, liderado por José Celso Martinez Corrêa. O receio da mãe foi o de ver Clarisse atuante "num país que não aposta nada em arte".
Assim como "fazia parte da educação" (ao lado da irmã Eliana, em criança), Felicia percebeu a filha, desde criança, interessada nos bastidores, na lida com maquiagem e afins. Professora de teatro da UnB, Felicia, que, nos anos 1980, brilhou ao lado de Hugo Rodas, celebra os ciclos da vida, ao ter sido espectadora da filha em obras como Punaré e Baraúna (também com Rodas). "Numa parceria, é a forma de ficar perto." Felicia conta da aposta no audiovisual, com projetos como a série Planetelle, de ficção científica. Além de prêmio no Webfest Rio, Planetelle foi destaque no Canadá e na Coreia do Sul.
Com percepção dos atributos da mãe, Clarisse não poupa elogios ao encaminhamento recebido por Felicia, sempre atenta, em especial, ao quesito humor. "Ela é minha parceira e mestra, na vida e na arte, me ensinando a viver e a trabalhar com integridade, leveza e humor. Grande coração de mãe", conta.
Em ritmo de samba
Edênia Lucas de Paiva, a Tia Edênia, carioca radicada em Ceilândia, 57 anos, é compositora há três décadas, ligada ao samba. Autora de sambas gravados pelo cantor Milsinho, entre os quais Novo jardim e Meu dilema; e pelo grupo Amor Maior e registrado no álbum-coletânea Sementes de Brasília II, ela compôs também samba-enredo para a escola Capela Imperial. "Acredito que o fato de eu ser compositora influiu para que meu filho tenha se tornado sambista. Ele é baixista do grupo Deu Vibe, no qual atua também como produtor."
Enquanto isso, Janette Dornelas atua em outra vertente da música. É uma cantora que pertence à geração do rock de Brasília, contemporânea e amiga de Cássia Eller, com que participou do coro da ópera Porgy and bess, de George Gershwin e do musical Veja você Brasília, de Oswaldo Montenegro. No momento, atua como cantora lírica em montagens de óperas e faz shows como intérprete de MPB, por rock e jazz. "Fiquei feliz quando percebi o interesse das minhas filhas pela música. Hoje, me orgulho das duas. A Sophia Dornellas, que é cantora lírica, está radicada no Rio de Janeiro; enquanto a Bruna Torre optou pelo rock, como vocalista da banda Mirante."
Cassia Portugal, carioca radicada em Brasília, é cantora de MPB há 25 anos. Se apresenta no circuito de casas noturnas brasilienses e em eventos particulares. Recentemente, participou do programa televisivo The Voice Brasil. Tem um disco lançado e está gravando outro. "Minha filha Rebeca Abdo atua no mercado do teatro musical, já tendo trabalhado com Deto Montenegro e Túlio Guimarães. Atualmente, mora em Toronto, no Canadá. Me vejo como uma autêntica mãe-coruja".
As mães artistas estão presentes também no chorinho. Gabriela Tunes é flautista de choro há 10 anos. Costuma se apresentar em duo com o filho, o bandolinista Tiago Tunes, de quem foi a grande incentivadora e com quem gravou vídeos disponíveis nas plataformas digitais."Tiago é líder de um trio e de um quinteto, com o qual gravou um EP. Com esses grupos, ele toca no Clube do Choro, Feitiço das Artes e em outros bares do circuito das casas noturnas", conta.
Maternidade tematizada
A pintora Clarice Gonçalves sempre teve sua arte atravessada pela socialização e sexualidade femininas, bem como os papéis de gênero. Mãe há oito anos, nove se for contado o período da gravidez, a maternidade vem sendo algo trabalhado na sua arte. Em 2019, ela fez uma exposição no Museu Nacional da República, chamada Matriz, só com obras que falam da maternidade. "Agora meu trabalho está fluindo para uma outra vertente, mas que também vem desse lugar da maternidade e acho que sempre virá. Ser mãe é para sempre", pontua a artista. "Para mim, ser mãe deveria ser um marcador social, assim como raça, classe e gênero, porque é um fator de empobrecimento, depressão e exaustão e acaba sendo uma forma de tirar a mulher do meio social e político".
Apesar da romantização da maternidade, a qual a artista considera nociva num contexto em que a mulher mãe passa por tantas dificuldades, a melhor parte de ser mãe, para ela, é observar o cerne do ser humano e como se dá o desenvolvimento social de uma pessoa. "A criança não nasce machista, preconceituosa ou odiando. Com trabalho árduo e contínuo de tentar explicar esse mundo que não faz o menor sentido para uma criança, você vê que é possível desenvolver pessoas com mentalidades diferentes, com abertura, com consciência diferente dessa baseada no medo religioso e no ódio ao diferente. Eu me sinto no topo da revolução." Clarice também ressalta que é impossível controlar o que o filho vai ser, por causa da convivência com a sociedade, embora ela dê e ensine o melhor para ele.
Correio Braziliense sexta, 06 de maio de 2022
ALIMENTAÇÃO: COMER BEM E EM HORÁRIOS REGULARES É A RECEITA PARA VIVER MAIS, DIZ PESQUISA
Comer bem e em horários regulares é a receita para viver mais, diz pesquisa
Essa é a combinação que, em ratos, resulta em aumento da longevidade em 35%, mostra pesquisa dos Estados Unidos. Nos testes, as cobaias seguem uma dieta pobre em calorias e se alimentam à noite, quando estão mais ativas
VS
Vilhena Soares
postado em 06/05/2022 06:00]
(crédito: Ana Rayssa/Esp. CB)
A receita para viver mais pode ser bem simples: comer menos e em horários regulares, segundo pesquisadores estadunidenses. Em um estudo feito com ratos, os especialistas observaram que os animais que ingeriram uma dieta de calorias reduzidas, com refeições feitas no período do dia em que eram mais ativos, tiveram uma vida mais longa e saudável. Detalhes do trabalho foram apresentados na última edição da revista Science.
No estudo, os autores relatam que, nos últimos anos, surgiram muitos planos populares de emagrecimento baseados no jejum intermitente, em que é necessário ficar sem comer durante longos períodos diários (de seis a oito horas) ou em dias alternados. A equipe resolveu estudar essa estratégia, mas, em vez de focar na perda de peso, avaliou os efeitos em relação à longevidade. "Resolvemos desvendar os efeitos do consumo de calorias em um horário controlado e avaliar se ele influenciava na quantidade de tempo vivido pelas cobaias. Por isso, realizamos um estudo aprofundado, que durou quatro anos", detalha, em comunicado à imprensa, Joseph Takahashi, pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes.
No experimento, Takahashi e colegas alimentaram centenas de ratos por meio de máquinas eletrônicas. Os equipamentos controlaram o horário e a quantidade de ração fornecida durante toda a vida útil das cobaias, que foram divididas em três grupos. Uma parte podia comer o quanto quisesse, outra parcela tinha as calorias restritas em 30% a 40% e uma terceira comeu refeições menos calóricas apenas durante à noite, período em que os roedores eram mais ativos. Nesse último caso, houve um intervalo de pelo menos 12 horas entre as refeições.
Os cientistas constataram que apenas uma dieta reduzida em calorias prolongou a vida dos animais em 10%, mas alimentá-los apenas à noite prolongou a vida em 35%. "Essa combinação — dieta de calorias reduzidas com horário noturno de alimentação — acrescentou nove meses extras à vida média típica dos animais, que é de dois anos", enfatizam os autores. O artigo mostra, ainda, que a alimentação restrita a períodos noturnos melhorou algumas alterações genéticas relacionadas à idade, impedindo expressões gênicas associadas à inflamação.
Não houve mudança no peso corporal entre o grupo de camundongos que se alimentou em horários regulares e as cobaias que ingeriram os alimentos sem restrição de tempo. "No entanto, encontramos essas diferenças profundas na expectativa de vida", frisa Takahashi. Para os cientistas, os dados obtidos reforçam resultados de estudos que avaliaram os efeitos do jejum intermitente em relação à perda de peso. "Esses planos de regime podem não acelerar a perda de peso em humanos, como relataram pesquisas recentes, mas podem trazer benefícios à saúde que se somam a uma vida útil mais longa", avalia.
Correio Braziliense quinta, 05 de maio de 2022
DIA DAS MÃES: COMERCIANTES ESTÃO OTIMISTAS
Comerciantes estão otimistas com as vendas para o Dia das Mães
Consumidores devem gastar 50% a mais neste período."A cadeia produtiva está funcionando 100%", afirma Sebastião Abritta, presidente do Sindivarejista
RN
Renata Nagashima
postado em 05/05/2022 05:48 / atualizado em 05/05/2022 05:49
Isabel Rodrigues, Rafaela Turquye e Margonete: dia de presentes - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
A expectativa do comércio é que as vendas cresçam até 19%, o que representa um aumento de 5% em relação ao ano de 2021, de acordo com um levantamento feito pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista). "A cadeia produtiva, ao contrário do ano passado, agora está funcionando 100% e o pior da pandemia já passou, não há mais lockdown e as pessoas estão podendo sair sem máscara e isso deixa o consumidor mais otimista para sair às compras", explicou Sebastião Abritta, presidente do Sindivarejista.
Se alguns preferem surpreender a mãe, a militar Mariana de Lima Esteves, 24 anos, fez o movimento oposto. Levou a mãe Rosângela Soares Lima, 52, para lanchar e, em seguida, para escolher o presente exatamente como queria. "Vimos sapatos e escova de cabelo, coisas que ela realmente vai usar. Nada de panela!", brincou. "Eu quero ficar bonita", completou a mãe.
Apesar de gostar de fazer surpresa, a jovem esse ano optou por comprar o presente com a mãe para a escolha certeira. "Compra surpresa, às vezes, não é o que agrada tanto. Então, como ela merece o melhor, nada mais juntos que ela mesma escolher", afirmou Mariana. O segredo para conseguir um bom presente, e em conta, para a militar é pesquisar. "Olhei bastante antes, vi várias coisas e achei promoções muito boas."
Apesar da inflação, mas com crescimento registrado nas vendas da Páscoa, cerca de 57% dos lojistas entrevistados pela Fecomércio acreditam que as vendas para o Dia das Mães este ano serão melhores do que no ano passado e apostam em um aumento efetivo nas vendas de 26% em relação a 2021. Em termos de faturamento, a data só perde para o Natal.
A funcionária pública Eduarda Santos Bernardes, 27, neste ano vai homenagear a avó, afinal, mãe é quem cria. "Mesmo tendo minha mãe, mas foi minha avó que me criou desde pequena. Ela é o meu referencial em tudo", disse. Na hora de escolher o presente de Dia das Mães e de aniversário, já que as datas são próximas, ela optou por algo que fosse útil e que a avó estivesse precisando. "Eu comprei uma sandália confortável, pois ela tem problema no pé. Acho que vai gostar bastante", contou.
Criatividade
Economista do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), William Baghdassarian reforça que o segredo é ter consciência na hora de comprar um presente compatível com a sua renda. "O grande problema é que as pessoas, às vezes, querem dar um presente, que a mãe certamente merece, mas o presente é incompatível com o que essa pessoa ganha. Aí acaba ficando apertada o ano todo. Então, a maior dica é dar um presente que seja compatível com o que você ganha, porque não adianta também se apertar demais e depois ficar prejudicado com isso", explicou.
Baghdassarian aconselha que uma boa saída é ser criativo na hora de presentear. "Uma demonstração de amor ou uma presença maior na vida da mãe é muito mais importante que o presente", afirmou. Por isso, para o economista, nesse momento de inflação alta, é uma boa oportunidade para que as pessoas repensem o que seria mais significativo para as mães, além de coisas materiais. "Às vezes, a pessoa pode fazer algo que a mãe gosta, como um prato ou um ato de carinho. Eu acho que o gesto é muito mais importante do que o valor do presente", completou.
Apesar de terem preparado uma surpresa para o Dia das Mães, as estudantes Isabel Rodrigues, 25, e Rafaele Turque, 17, decidiram mimar a mãe Margonete Rodrigues, 49, mais um pouco. "Ela disse que queria roupa, então trouxemos ela para escolher. Mas eu comprei um presente surpresa para o dia mesmo. Minha mãe ama receber presente e eu amo vê-la feliz", disse Isabel. "Eu gostei de vir, porque eu escolhi o que gosto, já experimentei. E quis algo bem básico mesmo", afirmou a advogada.
Margonete é a típica mãe que ama agradar os filhos e dá a cada momento simples, motivo para se fazer uma festa. Agora, é a vez de as filhas homenagearem a mãe. "Ela gosta de comemoração. É aquela pessoa que para tudo e todo mundo arruma uma mesa especial. Tudo é festa com ela. Então é legal, nessa data, a gente poder fazer por ela também", acrescentou Rafaele.
Correio Braziliense quarta, 04 de maio de 2022
POVOS INDÍGENAS: MEMORIAL DOS POVOS INDÍGENAS RECEBE EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA BRASIL KRAHÔ
Memorial dos Povos Indígenas recebe exposição fotográfica ‘Brasil Krahô
DC
Davi Cruz*
postado em 04/05/2022 06:00
(crédito: Leopoldo Silva/Divulgação)
A partir de amanhã, o Memorial dos Povos Indígenas recebe a exposição fotográfica Brasil Krahô — Filhos do Cerrado, do fotojornalista Leopoldo Silva. A mostra reúne mais de 70 fotografias inéditas dos povos Krahô, tiradas entre os anos de 2010 e 2018, com intuito de trazer elementos da cultura indígena e proporcionar visibilidade a esses povos.
Leopoldo Silva acompanhou de perto a comunidade Krahô, que vive no nordeste do estado do Tocantins, na terra indígena Kraholândia, uma área de cerrado preservada. Com uma população que gira em torno de 3 mil habitantes, distribuídos em 25 aldeias, praticantes do extrativismo, agricultura familiar e, principalmente, do enaltecimento da própria cultura. As fotos de Leopoldo remetem ao dia a dia, a celebrações, a tradições culturais e aos traços de personalidades desse povo. Leopoldo descreve a sua motivação em realizar a exposição. "A ideia central é mostrar e dar visibilidade a esses povos", acrescenta, "São nossos antepassados que viveram e lutaram para preservar sua cultura." O fotógrafo afirma que as pessoas podem esperar uma exposição fotográfica enriquecedora, em que expõe a beleza e simplicidade do povo Krahô. "Terão uma visão muito positiva sobre a questão indígena, quem não tiver conhecimento, vai se impressionar", completa.
"Sou fotógrafo a vida inteira, então minha paixão é a fotografia", lembra Leopoldo, que adiciona a importância que confere ao povo Krahô. "Quando os conheci, uniu essas duas paixões", acrescenta.
Correio Braziliense terça, 03 de maio de 2022
DIREITO DO CONSUMIDOR: PROCON-DF SUSPENDE VENDA DO WHOPPER COSTELA PELO BURGR KING
Procon-DF suspende venda do Whopper Costela pelo Burger King
A decisão foi tomada após as notícias envolvendo a falta da carne suína na composição do hambúrguer. Na semana passada, Procon-DF proibiu a venda do McPicanha, do McDonald's
CG
Camilla Germano
postado em 02/05/2022 17:05 / atualizado em 02/05/2022 17:10
Segundo o Procon, foi constatado que houve a adição de aromatizante no preparo do hambúrguer, mas não há a presença da carne de costela em si.
Ainda segundo o órgão, a informação sobre a composição do lanche não é clara na publicidade e pode induzir o consumidor ao erro, podendo se caracterizar como publicidade enganosa.
Para Marcelo Nascimento, diretor-geral do Procon, se a informação não está clara para o consumidor ela pode ser considerada uma publicidade enganosa. "Mais uma vez, vemos uma grande rede cometendo infração grave na publicidade de seus produtos. No caso do Burger King, a forma como o nome ‘costela’ é utilizado e como é feita a publicidade do sanduíche levam o consumidor a entender se tratar de sanduíche feito de costela, e não que contém apenas aroma de costela. Se não está claro para o consumidor, é publicidade enganosa”, defendeu.
Com a medida, o Burger King não poderá vender o hambúrguer até a correção da publicidade e pode sobre pena de sanções e multa, além da apreensão dos produtos ou interdição do funcionamento das lojas da rede.
Vale lembrar que o órgão também proibiu a venda do McPicanha, do McDonald’s, na quinta-feira (28/4), após uma denúncia um consumidor "que alegava que o produto anunciado não teria o corte de carne — no caso, picanha —, em sua composição".
Ao Correio, o Burger King comentou o caso e informou que o lançamento do Whopper Costela sempre trouxe com clareza a composição do hambúrguer presente no sanduíche. Até a última atualização desta matéria, ainda não foi feito nenhum pronunciamento oficial sobre a decisão do Procon-DF.
Veja o posicionamento do Burguer King na íntegra:
“A transparência para com os nossos clientes é um valor fundamental e inegociável para o Burger King. Nesse sentido, em relação ao Whopper Costela, a rede ressalta que o produto, feito de paleta suína, leva em sua composição aroma de costela 100% natural sem qualquer ingrediente artificial. Além disso, reforça que desde o lançamento do produto sempre trouxe com clareza em sua comunicação e em todos os materiais e peças publicitárias, cardápios e materiais oficiais de marca a composição do hambúrguer presente no sanduiche - feito com carne de porco (paleta suína) e sabor de costela.
A marca ainda reforça que alinhado aos seus compromissos de sustentabilidade assumidos o produto Whopper Costela é 100% livre de quaisquer corantes, conservantes e aromatizantes artificiais.
A marca se mantém à disposição de seus clientes por meio de seus canais de contato para tirar dúvidas e prestar esclarecimentos sobre esse e quaisquer outros produtos de seu portfólio.”
Correio Braziliense segunda, 02 de maio de 2022
CULTURA: EXPOSIÇÃO DO CORREIO NO CCBB EMOCIONA PÚBLICO COM VIAGEM PELA HISTÓRIA
Exposição do Correio no CCBB emociona público com viagem pela história
A exposição multimídia "Brasília 61 + 1 anos de história" apresenta a transformação da capital do país ao longo dos anos por meio das capas do jornal Correio Braziliense. Mostra encanta quem passa pelo CCBB
SP
Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 02/05/2022 06:00
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Os brasilienses podem experimentar uma bela viagem pelo tempo na história da capital do país, e ver as inúmeras conquistas e mudanças de Brasília desde a inauguração, em 21 de abril de 1960. Na exposição "Brasília 61 1 anos de história", a transformação da cidade é contada por meio das capas publicadas no Correio Braziliense ao longo dos aniversários da cidade. Uma experiência única, surpreendente e saudosista que pode ser conferida no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Em meio aos painéis da exposição, o servidor público Julio Cesar Pinheiro, de 63 anos, observou a capa de 21 de abril de 1968 com emoção no olhar. Trata-se do ano em que o morador do Park Way deixou Ribeirão Preto (SP) juntamente com a família para encontrar na capital federal um novo lar.
"Vim ao CCBB apenas para ver a exposição, relembrar o passado e conhecer a história de Brasília contada pelo Correio Braziliense. Ao ver as capas, me senti conectado à cidade e às minhas lembranças. Senti-me extremamente saudosista ao procurar capas marcantes em minha vida, como o ano da minha chegada", explica Julio Cesar.
O servidor apreciou a exposição acompanhado da namorada, Claudia Moraes, 48. Nascida e criada em Brasília, ela também reviveu memórias afetivas com a capital do país. "Para mim, é um momento especial, pois consigo olhar cada capa e ver como a cidade mudou ao longo dos anos. E eu vivi parte dessa mudança", salienta.
Durante a exposição, o casal fez questão de procurar a capa de 2022 do aniversário de Brasília, quando oficializaram o namoro. Julio conta o itinerário do passeio: "queríamos ver a capa de quando cheguei, a do aniversário da minha namorada e, claro, a do nosso aniversário de relacionamento. Tiramos fotos em cada uma delas."
O administrador Aluísio Nonato, 83, também decidiu ver a exposição para recordar quando trocou o Rio de Janeiro (RJ) pela nova capital. "À época, em 1985, vim com um amigo para apresentarmos um projeto de trabalho. Apaixonei-me pela cidade e pelos traços que a fazem única. Quando terminamos o período do serviço, fui convidado para cuidar de uma gráfica, e não pensei duas vezes. Fiquei, e aqui estou até hoje. É um sentimento muito bom de pertencimento, assim como de nostalgia", relata o morador da Granja do Torto.
A moradora do Cruzeiro Kenia Aguiar, 45, descreve o mesmo sentimento de nostalgia ao "viajar" pela história de Brasília e relembrar as mudanças da cidade ao longo dos anos. "A capas me trazem um sentimento muito forte de nostalgia, pois revivo toda a minha infância e adolescência. Passa um filme na memória das mudanças arquitetônicas e a expansão de Brasília", relata a brasiliense Kenia, que foi acompanhada da filha, a estudante Geovana Machado, 19.
Visite
Exposição Brasília 61 + 1 anos de história
No CCBB Brasília, de 21 de abril a 20 de maio de 2022
» De terça-feira a domingo, das 9h às 21h
» Endereço: SCES, Trecho 2, Lote 22, Brasília, DF
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Correio Braziliense domingo, 01 de maio de 2022
MATERNIDADE: POR QUE OS BEBÊS CHORAM? ENTENDA E APRENDA A RECONHECDR OS MOTIVOS
Por que os bebês choram? Entenda e aprenda a reconhecer os motivos
A musicista (e mãe) australiana Priscilla Dunstan desenvolveu um método que classifica o choro do bebê em cinco tipos, tendo como base os reflexos da criança
JA
Jéssica Andrade
postado em 30/04/2022 13:59 / atualizado em 30/04/2022 17:07
(crédito: Arquivo Pessoal)
"Porque os bebês choram tanto?” Se você é pai, mãe - ou já viajou de avião com crianças - certamente já se fez essa pergunta. O choro de um bebê pode ser desesperador. Principalmente quando não se sabe a causa ou como ajudar a criança. O resultado é uma família inteira estressada e frustrada.
No entanto, a musicista (e mãe) australiana Priscilla Dunstan desenvolveu um método que classifica o choro do bebê em cinco tipos, utilizando como base os reflexos da criança. Ela percebeu que, independentemente do país em que os bebês estivessem, eles choravam com o mesmo "som".
Dayane dos Anjos, consultora em amamentação e idealizadora do canal Manual do Recém-Nascido, explica que o choro é a única forma de comunicação do bebê e pode ter diversas causas. "O bebê pode chorar por vários motivos: fome, sede, sono, calor, frio, refluxo, fralda suja, posição desconfortável, e até por necessidades fisiológicas como gases, vontade de fazer cocô ou precisar arrotar", diz Dayane.
Segundo a consultora de amamentação, para entender a demanda do bebê, é preciso observar como o ele está chorando: o som que ele faz, a movimentação da boca, o jeito que ele se comporta.
'No início, pode parecer que todos os choros são iguais e fica difícil diferenciá-los, mas tudo bem. Com o tempo vamos conhecendo o nosso bebê e tendo mais facilidade para interpretá-lo", afirma Dayane.
Mãe de segunda viagem, a empresária Flávia Cecílio achou que, com a experiência adquirida com o filho mais velho, Lucca Braga, de 12 anos, saberia lidar melhor com as demandas do novo bebê, Noah, de 4 meses.
A empresária Flávia Cecílio e os filhos Lucca, de 12 anos, e Noah, de 4 meses.(foto: Rafael Medeiros/ Reprodução)
"Sei que fatores naturais e ambientais como fome, frio, calor, fralda e barulho talvez sejam incômodos para o bebê. E a reação é o choro”, diz Cecílio, ao contar que gosta de ler e buscar informações sobre os temas que envolvem a prole.
Para a especialista em amamentação, Flávia está certa. "Um exemplo prático é quando o bebê está com fome, ele chora apontando a linguinha para o céu da boca, e emite o som 'nhé'. Ele faz assim porque são sinais do reflexo de sucção. Mas junto com isso também tem a expressão corporal: o recém-nascido procura o seio da mãe com a boca e até suga as mãos”, explica Dayane.
De acordo com a fonoaudióloga Adriana Assunção, desde o nascimento os bebês apresentam o choro como uma reação biológica à dor ou à fome. E, a partir dos dois ou três meses, esse choro começa a se diferenciar, permitindo ao cuidador entender o que a criança quer.
"O choro é um ato comunicativo e não deve ser ignorado. A criança usa para se comunicar. É normal que, após atendida, a criança cesse o choro. Não é normal o choro intermitente. Caso a criança seja atendida e continue chorando, é importante buscar ajuda para verificar se não há outras causas", alerta a fonoaudióloga.
Atualmente Flávia já começa a entender as demandas de Noah, pois, aos 4 meses, mãe e filho já interagem bem. “Porém, confesso que ainda estamos no processo de conhecimento”, diz a empresária.
A mãe de Lucca e Noah conta que já se desesperou em alguns momentos, depois de tentar todas as alternativas que conhecia, sem sucesso. “Senti-me impotente e desesperada por vê-lo chorar e nada que eu fazia, resolvia”, desabafa.
Por vezes, em momentos de choro aparentemente sem explicação, o que Flávia faz é observar o bebê e os sinais que ele mesmo dá à mãe. E quando todas as demandas fisiológicas são atendidas, o segredo da família Cecílio é simples e poderoso: colo, leite materno e muito amor.
Os cinco tipos de choro, segundo Priscilla Dunstan:
Causa
Comportamento
Som
Fome
Baseado no reflexo da sucção. O bebê encosta a língua no céu da boca
“Neh”
Gases
O bebê comprime a caixa torácica e o abdome como se estivesse a expulsar algo fora do corpo
“Eh” ou “awh”
Desconforto
Um choro mais frequente e constante. Pode ser fralda suja, calor, frio, posição desconfortável, ambiente irritante, anseio pelo colo
“heh”
Sono
A boca do bebê fica com um aspecto oval, como se fosse um bocejo
“awh” ou “owh”
Dor ou cólica
Um choro mais forte, mais irritado, mais agudo e demonstra nas expressões do bebê sofrimento
“eairh”
Correio Braziliense sábado, 30 de abril de 2022
MEMPORIA: MARIANNE PERETTI, A MULHER QUE TROUXE O CÉU PARA A CATEDRAL DE BRASÍLIA, SE ENCANTOU
CONSUMIDOR: PROCON PROÍBE VENDA DE McPICANHA NO DISTRITO FEDERAL; ENTENDA O CASO
Procon proíbe venda de McPicanha no Distrito Federal; entenda o caso
A decisão foi tomada após uma denúncia de um consumidor, que alegava que o produto anunciado não teria o corte de carne — no caso, picanha —, em sua composição
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Talita de Souza
PG
Pablo Giovanni*
postado em 28/04/2022 18:33 / atualizado em 28/04/2022 18:46
A denúncia foi recebida em 18 de abril e a fiscalização do órgão entendeu que não há, nas publicidades veiculadas nos canais oficiais da empresa alimentícia, a informação clara de que a carne do hambúrguer é feita de picanha.
"Na publicidade não há informação clara de que o hambúrguer contém qualquer porcentagem do corte bovino picanha. Então, a forma como o McDonald’s usa o nome 'picanha' em seu produto e na divulgação da campanha publicitária do sanduíche induzem ao entendimento de um produto composto pelo corte de carne picanha”, explica o diretor-geral do Procon, Marcelo Nascimento, em comunicado publicado nesta tarde.
"Isso induz o consumidor ao erro e se caracteriza como publicidade enganosa", acrescenta o diretor. Para o órgão, a atitude do McDonald’s caracteriza publicidade enganosa, proibida pelo artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor.
De acordo com o inciso 1 do referido artigo, "é enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços".
A decisão do Procon-DF é válida até que a empresa faça a "correção total da publicidade" e, caso a exigência seja desrespeitada, o McDonald’s poderá sofrer multa, apreensão dos produtos ou interdição do funcionamento das unidades do Distrito Federal.
Em nota, a Arcos Dourados Comércio de Alimentos, razão social do McDonald’s no Brasil, informou que trabalha para realizar os pedidos do Procon. "A empresa já está trabalhando para esclarecer os questionamentos levantados pelo Procon, dentro do prazo concedido", escreveram.
McDonald’s admite que sanduíches da linha não são feitos de picanha
O McDonald’s admitiu, nesta quarta (27/4), que o hambúrguer dos sanduíches são "produzidos com diferentes cortes de carne bovina", após a página no Instagram Coma com os Olhosameaçar a empresa de processo no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) por propaganda enganosa.
O McDonald’s publicou uma nota em que afirma que a linha se chama dessa forma por trazer "a novidade do exclusivo molho sabor picanha (com aroma natural de picanha) e uma nova apresentação". A empresa disse que a carne utilizada é "um hambúrguer diferente em composição e em tamanho (100% carne bovina, produzido com um blend de cortes selecionados e no maior tamanho oferecido pela rede atualmente".
A empresa ainda diz lamentar "que a comunicação criada sobre os novos produtos possa ter gerado dúvidas" e informou que "haverá novas peças destacando a composição dos sanduíches de maneira mais clara". O sanduíche custa R$ 37,90.
A rede de fast food McDonald’s foi notificada, nesta quinta-feira (28/4), pelo Procon de São Paulo após a empresa admitir que a nova linha da marca, a McPicanha, não é feita de picanha.
O órgão de defesa ao consumidor afirma, em comunicado, que a Arcos Dourados Comércio de Alimentos, razão social do McDonald’s no Brasil, deverá, até a próxima segunda-feira (2/5), "apresentar a tabela nutricional dos sanduíches, atestando a composição de cada um dos ingredientes (carne, molhos, aditivos, dentre outros)".
Além disso, a empresa deverá mostrar documentos que comprovem os testes de qualidade realizados no produto, “demonstrando o processo de manipulação, acondicionamento e tempo indicado para consumo”. O Procon-SP também quer analisar a qualidade das embalagens para verificar a eficiência em condicionar os produtos.
Denúncia foi feita a partir de informações de funcionários
A primeira denúncia pública feita pelo caso foi feita pelo blog Comer com os Olhos, em 19 de abril. Em uma publicação no perfil do Instagram do canal, um memorando interno compartilhado por funcionários da rede foi exposto, no qual os colaboradores são orientados sobre a nova linha, que é um relançamento de uma antiga, a Picanha do Méqui.
No documento, os funcionários são avisados de que "os sanduíches Novos Picanhas utilizarão carne de Tasty". “Esse sanduíche passará a utilizar carne 3.1. Finalize os estoques de carne PIC antes de usar a carne 3:1”, diz um trecho do memorando.
“De forma estratégica, deixaram uma informação extremamente relevante fora dessa divulgação. A tal carne de Picanha, internamente chamada de Carne Pic, foi descontinuada. E desde o dia 5/4/2022, todos os restaurantes da rede foram notificados pela matriz que deveriam passar a usar a carne 3.1, ou seja, a carne da linha Tasty”, escreveu o blog na denúncia.
Correio Braziliense quinta, 28 de abril de 2022
DESTAQUE DA UnB: CONHEÇA A PRIMEIRA INDÍGENA DOUTORA EM ANTROPOLOGIA
Destaques da UnB: conheça a primeira indígena doutora em antropologia
Conheça a história da professora Eliane Boroponepa Monzilar, 43 anos, que lutou para resgatar a cultura do seu povo, da etnia Umutina, e hoje tem o doutorado em antropologia pela UnB. É uma referência no país sobre comunidades indígenas
AM
Ana Maria Pol
postado em 28/04/2022 06:00
(crédito: Arquivo Pessoal)
Os obstáculos enfrentados pelas mulheres na luta pela igualdade de oportunidades são uma realidade, mas que é combatida com vigor em diferentes segmentos sociais e profissionais. O acesso às universidades é um exemplo dessa batalha, em que foram conquistadas importantes vitórias. Em 60 anos, a Universidade de Brasília (UnB) acompanha o avanço do protagonismo feminino. Espaços, que antes eram tradicionalmente dominados pelos homens, passaram a ter mulheres em posições de destaque. Entre os técnicos administrativos da instituição, 51% são mulheres, e com alto grau de qualificação. Na graduação, elas respondem por 50% da ocupação das vagas de estudantes, sendo que dos 131 cursos, 72 têm como maioria alunas.
2022. Crédito: UnB/Divulgação. Cidades. UnB 60 anos. Mulheres na UnB. A professora Eliane Boroponepa Monzilar, 43 anos, lutou para devolver o orgulho da cultura do seu povo através dos estudos e tornou-se a primeira mulher indígena a ter o título de doutorado em Antropologia pela UnB.UnB/Divulgação
Desde a infância, Eliane Boroponepa, 43 anos, sentia falta de ver a cultura indígena abordada na escola. Decidida a dar voz ao seu povo, ela seguiu o caminho acadêmico e hoje dá aulas em uma escola na comunidade de UmutinaUnB/Divulgação
Correio foi conhecer a trajetória de mulheres destemidas que fizeram história na UnB e se tornaram referência acadêmica no Brasil e no mundo. Na edição de hoje, conversamos com a indígena Eliane Boroponepa Monzilar, 43 anos, que lutou para devolver o orgulho da cultura do seu povo por meio dos estudos.
De etnia Umutina, Eliane cresceu próximo à cidade de Barra dos Bugres, no estado de Mato Grosso, sem acesso às escolas indígenas. A falta de referências do seu povo na educação formal da região fez com que, aos 22 anos, ela deixasse sua terra natal em busca de qualificação e ingressasse na graduação. Em julho de 2019, Eliane se tornou a primeira mulher indígena a ter o título de doutorado em Antropologia pela UnB. "Foi uma oportunidade de colocar em pauta a importância dos saberes e da ciência dos povos indígenas, uma forma de trazer novos autores indígenas para dentro do espaço acadêmico, quebrando paradigmas", defende.
A caminhada foi longa. Antes, Eliane cursou licenciatura em ciências sociais na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e fez especialização em Educação Escolar Indígena. Em 2011, ela tomou ciência do processo seletivo para o mestrado profissional em sustentabilidade junto a povos e terras tradicionais da UnB, decidiu se inscrever na seleção e foi aprovada. A experiência rendeu uma dissertação que transformou-se em um livro, publicado em 2018. Em 2014, ela ingressou — graças ao sistema de cotas para indígenas — no doutorado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UnB, que resultou na tese: "Aprender o conhecimento a partir da convivência: uma etnografia indígena da educação e da escola do povo Balatiponé-Umutina".
Conquista coletiva
A pesquisa trata da importância da educação pautada nos saberes dos povos tradicionais como instrumento para fortalecer essa cultura, que tem sido vilipendiada desde os primeiros contatos com não indígenas, no século 20 (veja em Saiba Mais). "Eu vejo minha pesquisa, experiência e trajetória como referência. Vejo que foi um processo de conquista, não somente pessoal, mas também coletiva. Por trás da Eliane, existe toda uma comunidade indígena que luta pela sua cultura. A minha tese mostra isso, esse diálogo de parceria entre os povos indígenas e o mundo acadêmico", explica.
Para além da tese, Eliane utilizou de seu conhecimento para contribuir com a manutenção da cultura de seu povo: atualmente, ela é professora em uma escola na comunidade de Umutina. Finalmente ela pode ser a referência que gostaria de ter conhecido na infância. "Sair da aldeia, de um contexto que sempre vivi, onde estão meus parentes e familiares é um desconforto. Ao sair, dei de cara um um novo mundo. E, dentro da universidade, tem a dificuldade pedagógica, dos estudos. É um ritmo diferente", avalia.
Ela garante que mesmo difícil, a jornada foi importante para o seu crescimento como professora. "Vivi encantos ao interagir, conhecer novas culturas e pude me aperfeiçoar pessoalmente, profissionalmente e academicamente. Me aperfeiçoei em vários aspectos, ao conhecer essa diversidade cultural", destaca.
A oportunidade de transitar por diferentes lugares e culturas, durante suas vivências acadêmicas, fez com que Eliane tivesse ainda mais certeza da importância de defender uma educação inclusiva. "Sou a primeira mulher indígena a me tornar doutora e isso é fruto de lutas que colocam em prática as políticas públicas", ressalta. De acordo com a professora, sua formação serve de exemplo, não apenas para os povos indígenas, mas para todos aqueles que são "invisíveis perante a sociedade". "Hoje, vivemos um momento em que nossos direitos e conquistas são violados, mas acredito acredito que as universidades têm feito seu papel. Precisamos reformular, para que esse autores de comunidades como indígenas, quilombolas ou tradicionais possam ter acesso de qualidade ao ensino, assim como eu tive", completa.
Correio Braziliense quarta, 27 de abril de 2022
MEMÓRIA: LEVINO DE ALCÂNTARA, SAUDOSO CRIADOR DA ESCOLA DE MÚSICA DE BRASÍLIA, COMPLETA 100 ANOS
Brasília comemora centenário do criador da Escola de Música de Brasília
Passagem do centenário de Levino de Alcântara, o criador da Escola de Música de Brasília, será celebrado, na sexta e no sábado, com uma programação intensa
CB
Correio Braziliense
postado em 27/04/2022 06:00 / atualizado em 27/04/2022 10:07
(crédito: Ayrton Pisco/Divulgação)
A cidade celebrará, no fim de semana, o centenário do maestro Levino de Alcântara, um dos responsáveis por transformá-la num dos polos musicais do país, ao criar a Escola de Música de Brasília (EMB). A instituição, desde a década de 1960, tem formado instrumentistas que se destacam no cenário nacional, com trabalho solo ou como integrantes de grupos e bandas.
A Brapo, Brasília Popular Orquestra, é uma das atrações da festa(foto: Arquivo da Orquestra)
Para comemorar a data, uma extensa programação gratuita será desenvolvida na sexta-feira e sábado, em três palcos da EMB, localizada na 602 Sul, o projeto Levino, Mil Vozes, que inclui shows, recitais e concertos, com a participação de alunos, professores, ex-alunos e ex-professores, que, sob a coordenação da produtora cultural Naná Maris, se juntaram com entusiasmo, para reverenciar o mestre. Haverá, ainda, a exibição do documentário Levino, dirigido por David Alves Mattos Gui Campos.
Na sexta-feira, às 20h, ocorrerá a abertura no Teatro Levino de Alcântara, com a apresentação do Trio de Música Medieval, Duo2x4, Wilzi Carioca e Moema Craveiro Campos, Paulo André Tavares & Oswaldo Amorim e o grupo Logo Ritmo. Sábado, a partir das 8h30, o Teatro Carlos Galvão receberá recital de música de câmara, show de jazz e de cantores de música popular brasileira e orquestra.
O encerramento, às 20h, no Pátio Brasília, terá como atração a Brasília Popular Orquestra. Manoel Carvalho, fundador e maestro da Brapo, lembra que, ao chegar a Brasília, vindo de Pernambuco, recebeu ótima acolhida de Alcântara, ao tornar-se professor da Escola de Música. "Com o incentivo dele criei na EMB um quarteto de clarineta e um grupo de chorinho; e, posteriormente, a Brasília Popular Orquestra, uma jazz band, que mantenho até hoje."
Maria Barros, com formação em canto erudito, aposentou-se na EMB como mestra e coordenadora de música popular. Ela conta que, por 10 anos, entre 1982 e 1992, fez parte do Madrigal de Brasília, criado por Alcântara. Maria participará das comemorações, e lembra: "Eu era muito jovem quando me casei com o violista Lénin Lima, e não tínhamos recursos para alugar um lugar para morar. O maestro, que era atento a tudo, nos alojou em duas salas do auditório, que seria uma espécie de camarim."
Quem também tomará parte da homenagem ao maestro é Jaime Ernest Dias, que se apresentou como professor de violão da escola. Ele entrou para a instituição como aluno e diz que guarda na memória o quanto Levino de Alcântara, como diretor, se dedicava à instituição. "Me recordo que ele permanecia na escola da manhã à noite, cuidando para que tudo funcionasse bem".
Reverência ao maestro
Davson de Sousa, atual diretor da Escola de Música, revela que está ligado à entidade desde 1980."Filho de Nivaldo de Souza, que, à época, era professor de flauta transversal, entrei para a escola ainda jovem como aluno. Meu pai sempre falava do maestro Levino com grande admiração, pela maneira como ele exercia o cargo de diretor, sempre enérgico, mas com sensibilidade em relação ao funcionamento de todos os setores da EMB". Ele acrescenta: "Desde o começo do mês estamos realizando uma série de eventos para celebrar o centenário do eterno maestro, que culmina com o Levino Mil Vozes, no próximo fim de semana".
Tido como visionário, Levino de Alcântara, passando pela 602 Sul, no final dos anos 1960 observou um terreno sem nenhuma edificação e achou que ali poderia instalar a Escola de Música de Brasília. Ocupou o local, plantou pés de pitanga, para delimitar a área e depois entrou em contato com órgãos da Prefeitura do Distrito Federal, que concordaram que ali fosse instalada a Escola de Música de Brasília, cuja sede ficou pronta em 1974.
Pernambucano de Recife, Alcântara foi descoberto pelo legendário Eleasar de Carvalho, então maestro da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, que o levou para aquela cidade. A Brasília, ele chegou em 1960 e logo foi aprovado em concurso para a Fundação Educacional do Distrito Federal. Em 1963, criou um coral no Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab). Com aqueles coralistas e os do Elefante Banco, no Plano Piloto, surgiu o Madrigal de Brasília, já no âmbito da Escola de Música.
Quando se aposentou na EMB em 1985, mudou-se para o Pará, onde criou uma escola de música em Conceição do Araguaia. Já fragilizado por um câncer, esteve em Brasília em 2013 para ser homenageado no cinquentenário do Madrigal. Morreu no ano seguinte.
Correio Braziliense terça, 26 de abril de 2022
TELEVISÃO: SILVIO SANTOS VOLTA AO BRASIL E PODE GRAVAR PROGRAMAS INÉDITOS
Silvio Santos volta ao Brasil e pode gravar programas inéditos
Apresentador Silvio Santos estava nos EUA e já foi retocar o visual no salão de beleza
CB
Correio Braziliense
postado em 26/04/2022 10:16
O apresentador Silvio Santos está de volta ao Brasil. Isso quer dizer que ele pode voltar ao comando de programas inéditos a partir da semana que vem. A ideia é que ele volte aos estúdios, mas o SBT não confirmou a data ainda. O apresentador está longe do auditório há cerca de 8 meses por causa da pandemia de covid-19.
Se depender do visual, a volta de Silvio está garantida. Cabeleireiro do apresentador há décadas, Jassa postou o reencontro dos dois nas redes sociais. O apresentador já abandonou os fios brancos adotados na pandemia e retomou a mesma cor de sempre.
"Meu amigo voltou!", comemorou Jassa na mensagem que teve curtidas e comentários de famosos como Lívia Andrade, Patrícia Abravanel e Sônia Abrão.
Correio Braziliense segunda, 25 de abril de 2022
CINEMA: MADAME TEIA, FILME DERIVADO DE HOMEM-ARANHA, GANHA DATA DE ESTREIA
Filme derivado de Homem-Aranha ganha data de estreia; confira
"Madame Teia" será dirigido por S.J Clarkson e estrelado por Dakota Johnson e Sydney Sweeney. Personagem foi introduzida no universo dos quadrinhos do Homem Aranha em 1980
CB
Correio Braziliense
postado em 25/04/2022 10:24 / atualizado em 25/04/2022 10:28
(crédito: Reprodução)
A Sony Pictures Entertainment revelou que Madame teia, o novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel, está previsto para ser lançado no dia 7 de junho de 2023. A produção será dirigida por S.J Clarkson (Os defensores), e será estrelada por Sydney Sweeney (Euphoria) e Dakota Johnson (50 Tons de Cinza).
A personagem Madame Teia foi apresentada nos quadrinhos da Marvel em 1980 como alter ego de Cassandra Webb, uma mulher mais velha com poderes de vidência. Ela tinha uma doença neuromuscular que a obrigava a usar um equipamento de suporte de vida parecido com uma teia de aranha.
Ao longo dos anos, ela auxiliou o Aranha em conflitos contra o Duende Macabro, Stegron, Doutor Octopus e a terceira Mulher-Aranha, sua neta Charlotte Witter. Ainda não se sabe qual versão da personagem será vista no filme.
Correio Braziliense sábado, 23 de abril de 2022
ELIMINATÓRIAS: FIFA REMARCA BRASIL X ARGENTINA PARA SETEMBRO, 22
Fifa remarca Brasil x , pelas Eliminatórias, para setembroArgentina
A partida válida pela sexta rodada foi interrompida pela Anvisa porque 4 jogadores argentinos haviam desrespeitado as regras sanitárias brasileiras contra a covid-19
AE
Agência Estado
postado em 22/04/2022 20:50 / atualizado em 22/04/2022 21:02
(crédito: Nelson Almeida/AFP)
Chamado de "clássico da Anvisa", o duelo entre Brasil e Argentina pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022 tem, enfim, uma data. A Fifa decidiu que a partida, que havia sido suspensa em 5 de setembro do ano passado, será realizada no dia 22 de setembro. Falta, ainda, escolher horário e local do confronto, o que ficará a cargo da CBF.
Colin Smith, Chefe de Competições e Eventos da Fifa, informou por email a CBF e a AFA sobre a data escolhida para o clássico. A entidade máxima do futebol avisou que a CBF tem até o dia 22 de junho para decidir em que estádio será realizado o jogo. Em em contato com o Estadão, a CBF afirmou que recebeu o documentou da Fifa hoje e vai "discutir internamente os próximos passos".
Os cinco minutos daquela partida em setembro do ano passado foram disputados na Neo Química Arena, em São Paulo. Mas não há nada que obrigue a CBF a manter o estádio do Corinthians como palco do duelo.
Os quatro jogadores da seleção argentina envolvidos na polêmica, Emiliano Buendía, Emiliano Martínez, Giovani Lo Celso e Cristian Romero, foram suspensos por dois jogos por não cumprirem o Protocolo Internacional de Retorno ao Futebol da Fifa.
O jogo tem pouca importância em relação à tabela de classificação, já que a seleção brasileira ostenta a melhor campanha da história neste formato das Eliminatórias, com 45 pontos, e não pode ser alcançada pela Argentina, que tem seis pontos a menos. Ambos fecharam de forma invicta o torneio classificatório.
No entanto, a partida tem relevância pelo fator esportivo, para completar a tabela da classificatória e também porque trata-se de um dos maiores clássicos do futebol mundial. Na ausência de jogos contra rivais europeus, a Argentina é vista como o adversário mais forte para os brasileiros antes da Copa.
Brasil e Argentina jogarão uma outra vez antes de se enfrentarem em setembro. Os rivais fazem um amistoso no dia 11 de junho, na Austrália. O time de Tite também tem amistosos agendados contra Coreia do Sul e Japão, em Junho, e México, em setembro.
A seleção deve se apresentar para a preparação para a Copa do Mundo do Catar no dia 14 de novembro. Os primeiros treinamentos serão na Europa. Depois, a delegação viaja a Doha. A estreia no Mundial será contra a Sérvia, dia 24 de novembro.
Correio Braziliense sexta, 22 de abril de 2022
CULTURA: PAIXÃO PELA CULTURA GERA AMIGOS DE LUTA E DE POESIA NA CENA ARTÍSTICA DO DF
Paixão pela cultura gera amigos de luta e de poesia na cena artística do DF
Uma afinidade que começou devido à mesma paixão pela cultura. Renato Matos, Lúcia Leão e Vicente Sá, além de amigos, lutam pela cena artística na capital
Edis Henrique Peres
Vicente Sá (E) e Renato Matos, são amigos e compartilham entre si músicas brasilienses | Foto: Edis Henrique Peres/CB/D.A. Press
Unidos pelo amor à arte, artistas plásticos, poetas e produtores culturais encontraram no companheirismo não apenas um vínculo de amizade sólida, mas também um laço familiar. “Uma relação que foi se construindo e se fortalecendo ao longo do tempo e que hoje faz com que sejamos mais que amigos, somos praticamente irmãos”, define Lúcia Leão, 66 anos, coordenadora do Espaço Cultural Leão da Serra. A amazonense deixou o estado natal para ir estudar no Rio de Janeiro, mas em 1977 se mudou da cidade carioca e veio construir a vida em Brasília. Produtora cultural, ela conta que logo que chegou à capital conheceu o artista plástico Renato Matos, 70, que nos anos seguintes se tornaria um grande amigo. O também cantor e compositor lembra do começo dessa parceria com orgulho: “Foi ela (Lúcia) que produziu meu primeiro disco. Uma história antiga, mas uma história maravilhosa”.
As idas e vindas dessa amizade uniu um terceiro artista ao grupo: o marido de Lúcia, o poeta Vicente Sá, 65. “Eu conhecia Renato de vista, mas ainda muito pouco. Depois produzimos alguns projetos juntos e, por causa da Lúcia, nossa relação foi se estreitando. Então aconteceu que há cerca de nove anos ele precisava de um local para montar seu ateliê e tínhamos um espaço na propriedade. Agora ele é nosso vizinho”, relata. “Como não é muito longe uma casa da outra, a gente costuma se encontrar para conversar no meio do caminho”, brinca Vicente.
A afinidade garante, inclusive, colaborações em trabalhos artísticos. “Temos músicas que escrevemos juntos, eu e o Renato. É um trabalho que fazemos constantemente. De vez em quando, outros amigos vêm até aqui, de 15 em 15 dias, para compormos algo, em um exercício de produção. Tem dia que dá certo, outros que não tem resultado. Mas com essa prática já temos umas dez músicas escritas. Outras vezes, eu também vou ao ateliê do Renato ver os quadros em que ele está trabalhando. Somos grandes parceiros do trabalho um do outro”, garante Vicente.
Luta pela cultura
Natural de Pedreira, Maranhão, Vicente Sá chegou em Brasília aos 11 anos de idade, em 1968. “Ainda era ditadura. Meus pais vieram para cá porque meu irmão mais velho passou na UnB (Universidade de Brasília) então todo mundo veio junto. Sou o mais novo de 19 irmãos. No fim, Brasília influencia muito o que produzo, porque praticamente me criei aqui, morei em várias regiões administrativas e semanalmente publico crônicas em minhas redes sociais sobre a cidade”, cita.
Lúcia conta que por muito tempo disse que Brasília era uma cidade sem avós. “As pessoas vinham para cá separadas da família, sem ter os parentes mais próximos morando aqui. Então quando você precisava de alguma coisa, que seriam situações que geralmente pedimos ajuda para a nossa mãe, irmã, ou algum familiar, aqui em Brasília contávamos com nossos amigos. Então são esses amigos que vão se tornando essas pessoas com laços profundos, de relações muito sólidas. Os amigos tem que contar com os outros para criar essa rede de solidariedade, e não somente porque somos artistas e enfrentamos desafios parecidos, mas porque somos gente”, defende.
“Uma relação que foi se construindo e se fortalecendo ao longo do tempo e que hoje faz com que sejamos mais que amigos, somos praticamente irmãos”
Lúcia Leão, coordenadora do Espaço Cultural Leão da Serra
Correio Braziliense quinta, 21 de abril de 2022
HOMENAGEM: 21 DE ABRIL - BRASÍLIA E CORREIO COMEMORAM 62 ANOS COM EXPOSIÇÃO NO CCBB
21 de abril: Brasília e Correio comemoram 62 anos com exposição no CCBB
Em exibição até maio, mostra no Centro Cultural Banco do Brasil detalha como se desenvolveram as histórias de Brasília e do Correio, primeiro periódico da cidade. Trajetórias dos dois aniversariantes se entrelaçam e formam, até hoje, uma relação indissociável
AI
Ana Isabel Mansur
postado em 21/04/2022 06:00
Mostra gratuita fica disponível ao público na área externa do Centro Cultural Banco do Brasil - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Quantas letras cabem em uma cidade? Com quantos papéis se escreve uma história? No caso de Brasília, a resposta passa longe dos oito caracteres que compõem o nome da capital federal. Em relação ao Correio Braziliense, a solução da charada supera, e muito, as capas que contam a trajetória da irmã siamesa do jornal. Em 21 de abril de 1960, nasciam dois protagonistas da história do país que, a partir daquela data, caminhariam lado a lado. Esse emaranhado de memórias será relembrado a partir desta quinta-feira (21/4), na exposição Brasília e Correio Braziliense: 61 + 1 anos de história, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
2008 Por ocasião do lançamento do novo site do CorreioCorreio Braziliense/Reprodução
Com uma exibição de todas as capas de 21 de abril desde 1960, os aniversariantes se homenageiam e são homenageados, revezando-se no papel de narradores-personagens. A mostra começa nesta quinta-feira (21/4) e segue até 20 de maio, com 62 painéis recheados de conteúdos multimídia e acessíveis por QR codes. "A relação entre o Correio e a cidade é simbiótica", define Guilherme Machado, vice-presidente executivo do jornal. "Foi um compromisso do (jornalista) Assis Chateaubriand com o presidente Juscelino Kubitschek de que a nova capital teria uma estação de televisão (TV Brasília) e um jornal assim que fosse fundada. A promessa foi cumprida, e a ligação é de toda a vida. Tentamos fazer a comemoração aos 60 e 61 anos, mas não foi possível. Agora, aos 62, prestamos essa homenagem."
Diretora de Redação do Correio, Ana Dubeux descreve o jornal como "a primeira página de Brasília" e elenca pontos marcantes da história da capital federal. "A coragem de JK, os gênios de Lucio e de Oscar, o nascimento da UnB (Universidade de Brasília), a formação das cidades do Distrito Federal, a explosão do rock, a ousadia do festival de cinema, a campanha Paz no Trânsito, os escândalos da política, as alegrias e tristezas do brasiliense. Para ver Brasília na intimidade, para entender e amar essa cidade moderna, vibrante e eterna, comece pelo início. Comece pela primeira página do Correio", arremata.
Pelos totens da exposição, será possível viajar no tempo para recordar momentos de celebração — como na volta do regime democrático, em 1985 — e lembrar, para não repetir, as fases sombrias — como o episódio do espancamento de estudantes da UnB que protestavam contra a Guerra do Vietnã, em 1967, além do brutal e chocante assassinato do indígena Pataxó Galdino Jesus dos Santos, em 1997. Feito um casamento bem-sucedido, Brasília e o Correio enfrentaram — e enfrentam — momentos de alegria e tristeza; saúde e doença; conquistas e perdas, sem deixar a relação ser abalada.
Pandemia
A ideia de expor as capas do jornal no aniversário da cidade era planejada para a comemoração dos 60 anos, em 2020, quando o mundo foi pego de surpresa e precisou se readaptar, por causa da pandemia da covid-19. Com a mostra, não foi diferente: a crise sanitária deixou o projeto em suspenso. "Está acontecendo no momento certo. Na pandemia, talvez, não tivesse o efeito que podemos ter agora", reflete Francisco de Sousa Lima Filho, do Centro de Documentação do Correio (Cedoc).
Chiquinho do Cedoc — como é carinhosamente conhecido nos corredores do jornal — comemora o retorno das celebrações presenciais: "As pessoas querem voltar a participar da vida e ver coisas diferentes. (A exposição) é uma espécie de álbum de família, para compartilhar com as novas gerações. Isso mostra a força da tradição do Correio". Idealizador da iniciativa, ele destaca que a exposição é inédita. "Nunca apresentamos tantas capas em só um evento", completa.
O trabalho de montagem da mostra ocorreu por meio de parceria entre o Cedoc, que reuniu todas as páginas apresentadas no projeto, e a área comercial do jornal, que organizou a parte logística. "A ideia é reforçar para o brasiliense que o Correio nasceu com a cidade", comenta Gabriela Prado, analista de projetos de marketing. "Muitas pessoas não sabem que a primeira capa saiu no dia da inauguração de Brasília. É impossível falar da capital sem falar do Correio. É, realmente, uma jornada, inclusive do Brasil e das marcas", reflete.
Atividades
Além dos painéis, a exposição disponibiliza uma cabine com as capas dos cadernos especiais dos aniversários de Brasília. O cenário é propício para tirar fotos com imagens históricas para as mídias sociais e estará à disposição do público. Em uma redação-mirim, montada na área externa do CCBB, as crianças vão ouvir histórias da construção de Brasília. Cada uma receberá uma réplica da primeira página do jornal, em branco, para criar as próprias matérias e fazer desenhos. Mais de 10 mil pessoas são esperadas na abertura.
Nesta quinta-feira ocorre, também, a 10ª edição do PicniK Brasília, de volta ao CCBB após dois anos fora do calendário devido à pandemia. O festival será ao ar livre, das 13h às 23h. Entre as atividades, haverá apresentações musicais e exposições gastronômicas. O Correio é parceiro da feira e vai disponibilizar um espaço de descanso para os visitantes, com pufes e exemplares do jornal. Nada melhor do que comemorar os 62 anos de Brasília na companhia do melhor amigo da cidade.
Correio Braziliense quarta, 20 de abril de 2022
CONCURSOS: CONCURSO PARA O CORPO DE BOMBEIROS DO DF É AUTORIZADO, COM 356 VAGAS
Concurso para o Corpo de Bombeiros do DF é autorizado com 356 vagas
O Secretário de Estado de Economia do Distrito Federal divulgou, no Diário Oficial desta quarta-feira (20/4), portaria que autoriza novo concurso público para o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. De acordo com o documento, as vagas serão para militares de diversos quadros e qualificações, relativos a oficiais e praças.
O quantitativo autorizado será distribuído da seguinte forma:
23 oficiais combatentes,
10 oficiais médicos
3 oficiais cirurgiões dentistas
10 oficiais complementares
310 praças dos quadros do CBMDF.
O provimento dos cargos indicados fica condicionado à disponibilidade orçamentária e financeira no exercício em que se der o ingresso. Todos os procedimentos, informações e atos relativos à gestão do concurso passam a ser de responsabilidade do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, inclusive após a homologação do resultado final do certame.
O último concurso dos Bombeiros do DF foi realizado em 2016 e foram ofertadas 779 vagas, sendo 448 serão para soldados, 115 para oficiais combatentes, 112 para soldados condutores e operadores de viaturas, 55 soldados de manutenção de equipamentos e veículos, 20 oficiais complementares, 24 oficiais médicos, cinco soldados para manutenção de equipamentos e aeronaves e quatro oficiais cirurgiões-dentistas.
As remunerações variaram de R$ 5.108,08 a R$ 11.654,95 e o certame foi organizado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistência Social (Idecan).
Outras autorizações para o DF
Iprev-DF
O Secretário de Estado de Economia do Distrito Federal também divulgou autorização para instituir grupo de trabalho com a finalidade de realizar estudos técnicos, objetivando a contratação de banca organizadora, para o concurso público da Previdência dos Servidores do Distrito Federal (Iprev). O certame prevê oferta de 85 vagas para o cargo de analista previdenciário.
O grupo será responsável pelo planejamento, organização e execução do concurso público para o cargo que é da Carreira de Atividades Previdenciárias e será composto por servidores devidamente designados pelo Secretário de Economia.
Do total de vagas, 65 serão imediatas e 20 para a formação de um cadastro de reserva. A carreira conta com três especialidades, sendo elas especialista previdenciário; especialista em investimentos; e especialista em atuária. Agora, com a autorização para formação da comissão, os próximo passos são a escolha da banca e a publicação do edital.
Para concorrer ao cargo de especialista previdenciário será preciso ter nível superior completo em qualquer área de formação mais o seu respectivo registro, quando exigido.
Já para o especialista em investimentos serão aceitos diplomas em administração, ciências econômicas, ciências contábeis, comércio exterior ou matemática, além da certificação profissional e do respectivo registro na área, quando exigido. Por fim, o especialista em atuária deverá ter concluído a graduação em ciências atuariais e apresentar o registro no respectivo órgão de classe.
A corporação também tem autorização para a realização de um novo concurso público para delegados. Também serão 50 vagas para o cargo, além de 100 vagas para formação do cadastro reserva. Ainda não há mais detalhes sobre previsão de lançamento do edital.
Além dessas autorizações, a PCDF também já anunciou que vai oferecer uma nova seleção para a área administrativa. Ao todo, serão oferecidas 740 vagas, sendo 260 imediatas e 480 para a formação de cadastro de reserva. As chances serão para gestores de apoio e analistas de apoio.
As oportunidades serão distribuídas entre nível médio e superior, sendo 60 vagas para gestor e 200 para analista. Já as demais 480 vagas serão em cadastro de reserva. Confira aqui as dicas com especialista.
PARCERIA: PAÍES ÁRABES ESTÃO GARANTINDO GRANDE PARTE DOS FERTILIZANTES USADOS NO BRASIL
Países árabes estão garantindo grande parte dos fertilizantes usados no Brasil
Segundo o embaixador Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, há um amplo caminho para o aumento do comércio entre o Brasil e os 22 países da Liga Árabe
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Vicente Nunes
postado em 19/04/2022 05:59 / atualizado em 19/04/2022 06:01
(crédito: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Os países árabes estão garantindo boa parte dos fertilizantes usados pela agricultura brasileira, em meio à escassez desses produtos provocada pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Juntos, os árabes, liderados por Marrocos, Jordânia e Catar, garantiram, somente no ano passado, US$ 4,2 bilhões em adubos ao Brasil, volume muito superior aos US$ 3 bilhões fornecidos pelos russos. A perspectiva é de que as nações árabes ocupem cada vez mais espaço nesse mercado.
Segundo o embaixador Osmar Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, há um amplo caminho para o aumento do comércio entre o Brasil e os 22 países da Liga Árabe. Hoje, a corrente de comércio entre os dois lados soma pouco mais de US$ 24 bilhões, com saldo positivo para o Brasil entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões ao ano. A tendência é de que as transações cresçam entre 10% e 15% nos próximos anos.
Chohfi ressalta que o Brasil é responsável por garantir a segurança alimentar dos países árabes, grandes consumidores de proteína animal (carnes bovina e de frango), soja, milho e açúcar. Em contrapartida, o país importa do Oriente Médio, além de fertilizantes, produtos petroquímicos e alumínio. “Há um bom espaço para ampliar as trocas comerciais. O Brasil, inclusive, precisa exportar produtos de maior valor agregado, como aviões e automóveis. Não podemos esquecer que o país já foi grande fornecedor de carros para os árabes”, afirma.
As oportunidades vão além, diz o embaixador. Os árabes são potenciais investidores em áreas importantes como infraestrutura, petroquímica, agricultura e turismo. “São trilhões de dólares disponíveis para bons negócios. Não custa lembrar que, dos 10 maiores fundos soberanos no mundo, cinco são árabes”, enfatiza. Ele ressalta, porém, que os investidores do Oriente Médio são muito cuidadosos na escolha de projetos, sempre se preocupando com a segurança jurídica dos contratos e a previsibilidade da economia.
Correio Braziliense segunda, 18 de abril de 2022
GASTRONOMIA: ESTUDOS COMPROVAM BENEFÍCIOS DO CONSUMO DE CHOCOLATE PELOS IDOSOS
Estudos comprovam benefícios do consumo de chocolate pelos idosos
Estudos comprovam que ele proporciona uma melhora na memória e no raciocínio dos idosos, já que seu consumo age diretamente no cérebro
JV
Juraciara Vieira Cardoso e José Milton Cardoso Junior- Estado de Minas
postado em 18/04/2022 10:22
(crédito: Reprodução)
Não foram poucos os que acordaram hoje mais preocupados em razão dos excessos cometidos na Páscoa, então resolvemos ajudar a aliviar o sentimento de culpa. Se é certo que o consumo excessivo de açúcar e outros carboidratos pelos idosos pode atrapalhar na alterar a absorção de cálcio predispor ao diabetes ou trazer descompensações no seu controle metabólico e até termos já, o conhecimento, que a hiperglicemia (excesso de glicose) pode ser fator de risco para o desenvolvimento de Doença de Alzheirmer e à obesidade e suas complicações, além de elevar o riso de Acidente Vascular Cerebral (AVC), não podemos deixar de mencionar que o chocolate também pode ser um importante aliado no processo de envelhecimento.
Estudos comprovam que o chocolate proporciona uma melhora na memória e no raciocínio dos idosos, já que seu consumo age diretamente no cérebro, fortalecendo os neurônios, o que facilita o fluxo sanguíneo cerebral e ativa o sistema cognitivo, muitas vezes, comprometido nos idosos. A Universidade de Colúmbia publicou no The New England Journal of Medicine, uma das publicações científicas mais renomadas do mundo, que o consumo do chocolate melhora as funções cognitivas não apenas de indivíduos, mas de populações inteiras. A presença de Triptofano na composição de chocolate, além de outros antioxidantes tem propriedades muito benéficas aos seus consumidores.
O estudo anteriormente citado partiu do pressuposto de que o número de prêmio Nobel per capita deveria se refletir na proporção de habitantes com funções cognitivas elevadas. Assim, os pesquisadores compararam o consumo nacional de chocolate com a proporção de pessoas que receberam o Prêmio Nobel. Vinte e três países foram pesquisados e o resultado, surpreendentemente, demonstrou que há uma relação entre o consumo per capita de chocolate e o número de ganhadores, na proporção de 10 milhões de habitantes, o que, segundo os estudiosos, demonstraria que, quanto maior é o consumo de chocolate de um país, maior é o número de ganhadores de prêmio Nobel. De acordo com os pesquisadores é preciso um consumo de 2 quilos de chocolate por ano para se ter um novo Prêmio Nobel o que, obviamente, não é o único requisito necessário para ser laureado com tão alta comenda.
Uma outra pesquisa, essa publicada pela respeitadíssima revista científica American Heart Association, concluiu que idosos maiores de 70 anos podem ser beneficiados com o consumo diário de uma porção de 30 gramas de chocolate com alto teor de cacau, principalmente objetivando evitar doenças como o Alzheimer e a Demência. Tal fato se explica pela quantidade de antioxidantes contidos no cacau.
Os estudos demonstraram, ainda, que os flavonoides, encontrados em maior quantidade nos chocolates amargos, podem trazer benefícios para a saúde cardiovascular dos idosos. Isto acontece porque há uma melhora no fluxo arterial, com a diminuição adesividade das plaquetas, que podem levar à obstrução dos vasos sanguíneos, diminuindo, inclusive, os níveis de LDL, o chamado colesterol ruim. Esta conjuntura de processos bioquímicos, associados com redução de outros fatores de risco cardiovascular reduzem o a chance de eventos tromboembólicos.
Os pesquisadores também concluíram que os flavonoides auxiliam na diminuição do processo inflamatório do corpo; e até mesmo que pode haver uma ligação, ainda não completamente esclarecida, de seu uso com a proteção contra o câncer. Nestes campos, muito há que ser pesquisado, porém a grande maioria do conhecimento advindo do consumo deste delicioso alimento pesa em seu benefício.
Ainda sobre as vantagens do uso do chocolate, a Universidade do Noroeste de Chicago, apresentou um estudo no qual concluiu que o hábito de tomar chocolate quente pode auxiliar para que pessoas acima dos 60 anos diminuam as chances de desenvolver alguma debilidade motora. Segundo os pesquisadores, isto ocorre porque o uso do chocolate auxilia na circulação do sangue e promove melhora da motricidade.
Não bastasse, em tempos nos quais o mau humor anda imperando, o chocolate ainda pode auxiliar na manutenção do bom humor. Isto acontece porque seu uso libera serotonina, chamado popularmente de hormônio da felicidade, pois ocasiona uma sensação de bem-estar e alegria.
Mas para você que se animou e já se preparava para pegar sua barrinha de chocolate, é preciso ficar atento, pois não é qualquer tipo de chocolate que traz os benefícios elencados. Devemos deixar de lado os ao leite e os brancos, dando preferência aos amargos, que tenham, no mínimo, 50% de massa de cacau em sua receita, mas, principalmente, para aqueles que tenham teor de cacau superior a 70% e, claro, é preciso atenção à quantidade, que não deve passar de 30 gramas.
Concluímos que você, que está tão arrasado de sua libação e abuso do chocolate ocorridos nesta pascoa e em outras situações podem trazer um pouquinho de ganho de peso, porém a manutenção de um ritual tão enriquecedor na troca de ovos entre os familiares e amigos, os ganhos energéticos e nutricionais do chocolates, aliado com o imenso prazer que ele proporciona pode trazer um pequeno alento às nossas consciências.
Doravante, fazer um pouco de dieta, muita atividade física e esperemos a próxima Páscoa para nos deleitarmos com este alimento tão delicioso.
Desejamos uma semana DOCE para todos.
Correio Braziliense domingo, 17 de abril de 2022
SAÚDE: AS SEQUELAS PERIGOSAS DO CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL
As sequelas perigosas do consumo excessivo de álcool
As sequelas do alcoolismo podem ser duradouras, mesmo quando o vício é interrompido. Além do fígado, pele, cérebro e coração são afetados
LM
Letícia Mouhamad*
postado em 17/04/2022 10:00
(crédito: Pixabay/Reprodução)
Em 2021, a Organização Pan-Americana da Saúde, órgão da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), publicou um estudo com dados alarmantes sobre a ingestão abusiva de álcool nas Américas: entre 2013 e 2015, cerca de 85 mil mortes a cada ano foram 100% atribuídas ao seu consumo.
Na pandemia, inclusive, essa ingestão se agravou. Entre os 55% da população brasileira que têm o hábito de beber, 17,2% declararam aumento, em vista de quadros de ansiedade por conta do isolamento social, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig). Compreender as diferenças entre a ingestão moderada e a dependência é fundamental para tratar condições que se desenvolvam em decorrência do alcoolismo.
A psiquiatra, professora e especialista em dependência química Helena Moura esclarece que considerar apenas a quantidade e a frequência de uso não é suficiente para o diagnóstico da doença. Levar em conta o quanto o consumo tem interferido nas relações interpessoais, no trabalho, nos estudos e no cuidado de si mesmo é essencial.
Além disso, outro ponto pertinente é a ingestão compulsiva, que ocorre quando a pessoa bebe sempre em maior quantidade e por mais tempo que o planejado, e há dificuldade em parar, apesar de perceber os prejuízos. Por isso, a importância de atentar-se aos sinais, já que os efeitos nocivos do álcool podem ser duradouros, mesmo quando o vício é interrompido.
alcoolismo(foto: valdo virgo)
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
Correio Braziliense sábado, 16 de abril de 2022
SEMANA SANTA: CONFIRA COMO FOI A VIA SACRA NO MORRO DA CAPELINHA
Via Sacra em imagens: confira como foi o espetáculo no Morro da Capelinha
Movimentação começou com a chegada de fiéis pagadores de promessa ainda pela manhã. Espetáculo da Paixão de Cristo durou cerca de quatro horas
CB
Correio Braziliense
postado em 16/04/2022 06:00
15/04/2022 Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Cidades. Via Sacra 2022 no Morro da Capelinha, em Planaltina. - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
Fé, lágrimas e agradecimento. Assim pode ser resumido o espetáculo da Via Sacra, ocorrido nesta sexta-feira (15/4), em Planaltina. Pagadores de promessa de várias regiões do Distrito Federal e Entorno chegaram ao Morro da Capelinha ainda nas primeiras horas da manhã.
Com as pernas machucadas após subir o trajeto de cerca de 1km de joelhos, o estudante Guilherme Rocha, 19 anos, contou que a fé não o fez desistir no caminho. "É gratificante. O percurso é difícil, mas eu mantive a fé em Deus. Em nenhum momento eu pensei em me entregar", celebrou o morador de Planaltina, que demorou cerca de três horas para concluir o percurso.
Enquanto isso, nos bastidores, os atores se preparavam para a encenação religiosa. O espetáculo da Paixão de Cristo começou por volta das 16h, e nem a chuva desanimou os fiéis, que acompanharam todas as passagens da Via Sacra. Confira nas fotos de Marcelo Ferreira e Carlos Vieira os momentos do espetáculo.
Correio Braziliense sexta, 15 de abril de 2022
GASTRONOMIA: FAZENDA CHURRASCADA
Especializado em parrilla, Fazenda Churrascada tem opções para sexta-feira santa
Não será por estar banido o consumo de carne pelos fiéis, como reza a tradição deste dia, que você deixará de conhecer um lugar fascinante num endereço campestre, que apesar de muito próximo da Praça dos Três Poderes, se chama Fazenda Churrascada. Nela também serão servidos frutos do mar e pescado. São duas opções: filé de namorado grelhado na parrilla com crosta de castanha de caju e ervas frescas (300g), finalizado no forno a carvão por R$ 99.
Prato de peixe Namorado grelhado na parrilla com crosta de castanha de caju ideal para sexta-feira santa. Crédito: Fernando Pires/Divulgação
A outra sugestão da casa, instalada no Clube de Golfe, onde era o restaurante Oliver, é um polvo também de 300g grelhado na parrilla, acompanhado de molhos aioli e chimichurri, segundo receita própria, por R$ 132. Para guarnecer os pratos há mais de 10 sugestões, mas as que se encaixam num menu sem carne são a beterraba assada na brasa com molho de creme azedo e iogurte e a batata doce assada e finalizada na brasa com manteiga de ervas e sour cream, ambas por R$ 16 cada.
Embora a grife tenha vindo de São Paulo, onde ocupa uma verdadeira casa de fazenda no Morumbi, desde agosto de 2020, o conceito já é conhecido do brasiliense. Há cinco anos, o Brasília Palace Hotel foi palco do 1º Congresso Nacional de Carnes e Churrasco – Capital MEATing, que buscava popularizar e difundir as técnicas de preparo da carne, desde a escolha do corte até o tempero passando pelos segredos da brasa, com a participação de mais de 20 mestres churrasqueiros do país. É esse conjunto que ganhou o nome de churrascada.
Além da brasa
.Polvo grelhado na parrilla Crédito: Fernando Pires/Divulgação
Se você ainda não esteve lá, amanhã e domingo de Páscoa poderão oferecer a chance de degustar os bons cortes preparados na grande parrilla de nove metros, como bife Ancho (R$ 99), bife de chorizo (R$ 88); flat iron (R$ 84); denver steak (R$ 79), bombom de alcatra (R$ 69), short rib (R$ 149), prime rib suíno Duroc (R$ 59) e galeto inteiro (R$ 49). Todas as opções tem a escolta do vinagrete da casa, feito com maçã verde, tomate verde, cebola roxa, pimenta dedo-de-moça e ervas frescas. Outra técnica é a defumação feita no pit smoker, de onde pode sair o brisquet, depois de 12 horas; a costelinha suína, o cupim defumado e a picanha finalizada na parrilla (R$ 119).
O que surpreende o frequentador de restaurante na Churrascada é a existência de um açougue, o 481 onde você pode escolher o corte e acompanhar o preparo ou levar a carne para casa, inclusive a mais cara do mundo, que é o wagyu com alto grau de marmoreio, encontrado em apenas 1% dos bois criados no Japão. Nesta experiência, o cliente pode assar o corte em sua própria mesa, em uma pequena churrasqueira. Um luxo! Funciona de terça a quinta, das 12h às 23h; sexta e sábado, das 12h à zero hora e domingo, das 12h às 23h. Reservas pelo 99290-2675 (whatsapp).
Correio Braziliense quinta, 14 de abril de 2022
GASTRONOMIA: SOBREMESA FÁCIL PARA A PÁSCOA? APOSTE NA PALHA ITALIANA TAMANHO FAMÍLIA
Sobremesa fácil para a Páscoa? Aposte na palha italiana tamanho família
Com apenas cinco ingredientes, essa receita prática e rápida de sobremesa promete agradar a família toda no almoço de Páscoa
CS
Cecília Sóter
postado em 14/04/2022 06:00
Palha italiana tamanho família: uma sobremesa fácil de fazer na Páscoa - (crédito: Divulgação/Mistura que Agrada)
Os amantes de doce vão concordar que a sobremesa é a hora mais esperada do almoço de Páscoa. E nada como uma receita fácil e rápida para adoçar esse momento em família. O Correio foi direto na fonte para achar um preparo que promete agradar a todos. A chef Luana Gagliardi do 'Mistura que Agrada' trabalha no ramo de doces desde 2010 e começou com seus brigadeiros de diferentes sabores e a famosa palha italiana. E é essa receita que ela compartilhou com a gente. Anota aí!
Receita da palha italiana do 'Mistura que Agrada' tamanho família:
Ingredientes:
Duas latas de leite condensado integral
Uma caixinha de creme de leite (com 17 a 20% de gordura)
50g de cacau ou achocolatado (o que preferir)
Uma barra de chocolate de 80g a 90g de sua preferência
Um pacote de biscoito de maisena (a chef sugere da marca Piraquê)
Modo de preparo:
Em uma panela, misture o cacau ou achocolatado e o leite condensado. Depois adicione o creme de leite e a barra de chocolate já com o fogo ligado. Mexa até chegar ao ponto Moisés (que é o ponto do brigadeiro para enrolar). Dica: passe a colher no meio da panela e divida a massa do brigadeiro em duas partes. Ela precisa demorar a voltar, deixando visível o fundo da panela.
Após preparar o brigadeiro até dar o ponto de enrolar, reserve-o. Em uma vasilha, pique os biscoitos maisena.
Em uma forma de fundo falso — ou na travessa que tiver em casa — coloque um acetato ou filme plástico nas laterais. Caso queira remover para deixar exposto na mesa, unte.
Vá intercalando o brigadeiro ainda morno com o biscoito. Deixe esfriar ou leve a geladeira. Depois é só desenformar e aproveitar!
Essa receita rende em média 1 quilo de palha italiana e serve de 5 a 6 pessoas. Para uma porção maior, basta dobrar a receita.
Correio Braziliense quarta, 13 de abril de 2022
GASTRONOMIA: BACALHAU DE PÁSCOA - ENTENDA QUAL O CORTE IDEAL PARA CADA PREPARO
Bacalhau de Páscoa: Entenda qual o corte ideal para cada preparo
O chef Bruno Barboza explica quais são as categorias do peixe e os preparos ideias para cada peça
CS
Cecília Sóter
postado em 13/04/2022 06:00
Já quer ficar com água na boca? Então olha essa posta de bacalhau à moda portuguesa com batata ao murro - (crédito: Zuri Buffet)
A sexta-feira Santa está bem próxima e o tradicional almoço — que tem como prato principal o bacalhau — já permeia a mente dos apreciadores de uma boa gastronomia. Com diferentes tipos de cortes, o peixe traz uma grande variedade de preparo. E para te ajudar na hora de escolher qual peça comprar, o Correio conversou com o chef Bruno Barboza do Zuri Buffet, para explicar qual o melhor corte para cada tipo de preparo.
O chef ensina que o bacalhau pode ser feito de vários peixes diferentes, entre eles os mais comuns são o Gadus Morhua, Saithe e Gadus Macrocephalus. “Cada espécie é encontrada em um oceano diferente”, detalha.
Dentro dessa divisão de espécies, o peixe também é dividido em partes, como o lombo alto, postas — que são um pouco menores ou maiores dependendo da qualidade —, e as lascas ou desfiados.
Bruno ressalta que o Gadus Morhua é considerado o melhor porque consegue lombos mais altos e macios, ideais para serem feitos confitados (cozinhados em baixas temperaturas, sem fritar) no azeite de oliva, assados na brasa ou até mesmo no forno.
“Os lombos altos dessa espécie tem uma apresentação muito bonita, tanto pela coloração mais clara como pela altura das peças”, pontua o chef. Em questão de valores, essa é a espécie que custa mais caro, justamente pelas suas características. Atualmente sai, em média, R$ 150 o quilo de lombo.
O Saithe é uma espécie mais comum no Brasil, pois pode ser pescado no oceano Atlântico. Contudo, possui uma coloração mais escura, um sabor mais acentuado e é um pouco mais baixo que os demais. Por não ter a nobreza das espécies Gadus, é a mais barata, sendo uma das mais consumidas pelos brasileiros, mas não se encontra muito lombo, somente postas ou desfiado. Pode variar de R$ 90 a R$ 120 o quilo. “Ele possui uma carne mais seca sendo melhor feita em bolinhos, escondidinhos e coisas do tipo”, sugere Barboza.
Já o Gadus Macrocephalus é semelhante ao Gadus Morhua, principalmente na coloração, porém a textura da carne é um pouco mais dura, ideal para ensopados e cozimentos longos. “Ele é bom fazer até uma moqueca de bacalhau ou confitado no azeite”, sugere o chef. Custa em média R$ 130 o quilo. D EP
Correio Braziliense terça, 12 de abril de 2022
GASTRONOMIA: PÁSCOA 2022 - 5 RESTAURANTES COM CARDÁPIO ESPECIAL PARA A SEMANA SANTA
Páscoa 2022: 5 restaurantes com cardápio especial para a Semana Santa
Para quem preferir, separamos também restaurantes que estão aceitando encomendas para desfrutas dos pratos sem sair de casa
CS
Cecília Sóter
postado em 12/04/2022 06:00
Olha um exemplo de dar água na boca: Lombo de Bacalhau confitado com alho, azeitona, cebola roxa, pimentão vermelho, tremoços e salsinha. Acompanha arroz cremoso com brócolis e palha de alho-poró - (crédito: Divulgação/Cantucci Osteria)
A Semana Santa está chegando e para celebrar, muitas famílias se reúnem em volta da mesa para uma refeição especial. Para quem já está se preocupando com os comes e bebes do feriado, o Correio separou algumas opções de restaurantes que vão oferecer menus especiais para a data, tanto para comer no local quanto para encomendas. Basta escolher e lamber os dedos!
Cantucci Osteria (CLN 403)
O restaurante terá um menu especial disponível nos dias 15, 16 e 17/04. Quem optar por degustar os pratos em casa, as encomendas podem ser feitas até o dia 14/04, via whatsapp (61 3328-5242).
Entradas
Brioche de Lula Empanada com aioli mediterrâneo e picles de cebola roxa — R$ 32;
Casquinha de Bacalhau desfiado gratinada com creme de mandioca e cebola caramelizada — R$ 16;
Salada de Grão de Bico — R$ 29.
Pratos Principais
Lombo de Bacalhau confitado com alho, azeitona, cebola roxa, pimentão vermelho, tremoços e salsinha. Acompanha arroz cremoso com brócolis e palha de alho-poró — R$ 89 / 178 (serve 2 pessoas);
Pescada Amarela grelhada ao molho de manteiga noisette com camarões, amêndoas, alcaparras e ciboulette. Acompanha batatinhas assadas ao alecrim e tomate recheado de ricota — R$64 / 128 (serve 2 pessoas);
Lasanha de Três Queijos com cebola caramelizada e amêndoas — R$ 54;
Grano & Oliva Pizzeria (CLN 403)
A casa criou uma pizza especial que estará disponível durante todo o mês de abril, feita com peixe alici, pomodoro pelatti italiano, alho confitado, straciatella e manjericão. A pizza individual custa R$ 43 e a média R$ 68.
Dona Cleide (Águas Claras)
O restaurante programou um buffet para o almoço da sexta-feira Santa repleto de peixes, como o tradicional bacalhau, salmão, tilápia e moqueca, por R$ 79,90 o quilo
O restaurante preparou receitas especiais para a data e estão disponíveis exclusivamente para encomendas feitas até o dia 13 de abril, às 23h, por meio do WhatsApp: (61) 99666-7913 ou no próprio restaurante.
Bacalhau desfiado e gratinado na nata (R$ 350 — 1kg);
Bacalhoada (R$ 550 — 1kg);
Bacalhau a lagareiro com batatas ao murro (R$ 590 — 1kg);
Peixada cearense com pescada amarela e pirão 1 kg (R$ 350 — 1kg);
Camarão Seridó (R$ 320 — 1kg): camarão puxado na manteiga de garrafa e molho bechamel, gratinado com arroz de leite e queijo de coalho;
Arroz de bacalhau (R$ 230 — 1kg).
Dom Francisco (ASBAC e 402 Sul)
O tradicional restaurante do Chef Francisco, especialista em bacalhau, está com pratos especiais para a data. Os pratos servem duas pessoas. Encomendas podem ser feitas pelos telefones 3226-2005 ou 99416-5548 (ASBAC); 3224-1634 ou 99197-8172 (402 Sul)
Bacalhau em natas: Bacalhau em lascas refogado com natas frescas, cebola, alho e noz moscada. Depois é levado ao forno sobre cama fina de batatas e gratinado com queijo parmesão, acompanhado de arroz com brócolis — R$ 155
Bacalhau desfiado à Portuguesa: Bacalhau em lascas sobre cama de batata, cebola, pimentão verde e azeitona preta. Coberto por tomates e levado ao forno com azeite extra virgem. Ao final do preparo, acrescido de ovo cozido, acompanhado de arroz com brócolis — R$ 155
Bacalhau aromático: Bacalhau em lascas refogado com cebola pérola, bulbo de erva doce, alho poró e azeite extra virgem. Finalizado no forno sobre cama fina de batatas cozidas, acompanhado de arroz com brócolis — R$ 155
Bacalhau em postas finas: Bacalhau em postas finas, sobre cama de batata, cebola, pimentão verde e azeitona preta. Coberto por tomates e levado ao forno com azeite extra virgem, com ovos cozidos adicionados ao fim do preparo e acompanhado de arroz com brócolis — R$ 185
Bolinho de bacalhau 70 g — R$ 8 (unid)
Correio Braziliense segunda, 11 de abril de 2022
SEMANA SANTA: PEIXARIAS ESPERAM MOVIMENTO ATÉ 60% MAIOR QUE NO ANO PASSADO
Peixarias esperam movimento até 60% maior do que no ano passado
Setor de piscicultura do DF espera vender, para o feriadão, 60% a mais do que no ano passado. Expectativa é de que sejam comercializados, apenas por uma cooperativa, cerca de 13 toneladas. Comércio geral prevê aumento de 18%, comparado à 2021
AI
Ana Isabel Mansur
postado em 11/04/2022 05:54 / atualizado em 11/04/2022 05:55
Na Peixaria Ueda, na Feira do Guará, os favoritos dos clientes são tilápia, salmão, surubim e bacalhau - (crédito: Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
Os comerciantes do Distrito Federal estão confiantes de terem bons resultados nesta Semana Santa. As vendas devem subir até 18,08% em relação ao ano passado, segundo o Instituto Fecomércio-DF. Para 42,91% dos lojistas, a Páscoa será melhor em 2022 se comparada com 2021. Quem segue a tradição de não consumir carne vermelha mantém em alta o comércio de peixes no período. E a previsão dos comerciantes de pescados do DF para a data é de vender, ao menos, 62,5% a mais em 2022 do que em 2021. "A expectativa para este ano está boa demais, e devemos fechar o período da Semana Santa com volume de vendas entre 12 e 13 toneladas", adianta Luciano Andrade, presidente da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar, do Meio Ambiente e da Cultura do Brasil (Coopindaiá), responsável pelo Mercado do Peixe, na Central de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa), desde outubro de 2020.
O resultado do mesmo período de 2021 ficou entre sete e oito toneladas, de acordo com a Coopindaiá. "O movimento começou a crescer na segunda-feira da semana passada e, agora, está bacana. Na Quaresma, o pessoal estava mais tímido", observa o presidente da cooperativa. Os peixes da Coopindaiá são cultivados no DF e no Entorno. Entre as espécies mais comercializadas, Luciano Andrade destaca a tilápia. "É a campeã de vendas. Sempre foi assim, a tilápia não tem crise e vende bastante, em postas, filé e inteira. Hoje, o salmão sai mais do que o bacalhau, por conta do preço e da dificuldade de importação", continua. Tambaqui, pescada amarela, robalo, pescada branca, camarão e surubim também estão na lista dos mais vendidos.
Diretor da área de pescados do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e Plantas do Distrito Federal (Sindigêneros-DF), Renato César Guimarães ressalta que o brasiliense vem incluindo com mais frequência o peixe no cardápio do dia a dia. As espécies mais consumidas na capital do país são cultivadas — tambaqui, tilápia, pintado e salmão. Dessas, apenas o salmão não é criado no DF, por conta da temperatura da água, e vem do Chile. "Temos, atualmente, aqui no Distrito Federal, o terceiro maior consumo per capita de pescados do Brasil (14kg por habitante por ano) — atrás do Rio de Janeiro e de São Paulo. As pessoas estão comendo mais peixes no dia a dia, hoje, do que há 15 ou 20 anos", analisa Renato. A média nacional de consumo é de 9,5kg por pessoa anualmente. A previsão de arrecadação é positiva para 2022 mesmo com o aumento dos custos. "O combustível pesa muito no preço dos produtos, que estão cerca de 20% mais caros este ano do que em 2021", afirma.
Expectativa
Entre os comerciantes, o clima é de animação. Franck de Souza, gerente da Peixaria Ueda da Feira do Guará, espera vender até 8 toneladas de tilápia durante a Semana Santa deste ano, mesma quantidade de 2021 e 2020. "É o peixe que mais vende, seguido de salmão e peixes de couro, como o surubim. O bacalhau sai bem também, está entre os cinco mais vendidos. O movimento começou tímido, mas, desde hoje (ontem), está dentro do resultado esperado. Estamos tendo de correr atrás de mercadorias", comemora.
Franck acredita que o fluxo melhore ao longo da semana. "Acreditamos que vamos superar (o ano passado). Esperamos que o movimento aumente bastante a partir de quarta-feira, mas nosso estoque já está esvaziando", revela o gerente, que oferece condições especiais para atrair mais clientes. "Dou descontos a depender da forma de pagamento. Com Pix e dinheiro, o desconto é maior; no cartão de débito, é médio; e no crédito não consigo dar desconto, mas parcelo a compra", detalha.
Lumma Olivé, proprietária da rede A Peixaria, conta que o movimento nesta Semana Santa começou na segunda-feira passada. Apesar do atraso em relação aos períodos anteriores, o valor arrecadado cresceu, mas a saída de produtos foi a mesma de 2021. Mesmo assim, a empresária espera que, até a Páscoa, as vendas cresçam 20% na comparação com 2021.
Para atrair os clientes, Lumma coloca produtos diferentes em promoção diariamente. "Na semana retrasada, o bacalhau estava em oferta, mas vendeu apenas 18% na comparação com o mesmo período de 2021. A venda da pescada amarela nesta semana, com o preço reduzido, equiparou-se ao dado do ano passado", observa a proprietária.
A maior parte dos clientes da rede costuma comprar bacalhau para consumir no Domingo de Páscoa. "O público acaba sendo mais seletivo para os outros dias da semana. Muitos compram merluza em vez do bacalhau, que é quatro vezes mais caro, e adaptam receitas", relata Lumma, que começou a divulgar receitas com peixes alternativos para a Páscoa, como o tambaqui, nas redes sociais da empresa.
Opções
Variar as receitas é uma das alternativas que o economista Riezo Almeida recomenda para economizar na hora da compra dos pescados. "Fazer o peixe como recheio de uma torta ou empanado, por exemplo, para juntar mais ingredientes, e o prato render mais. É a economia criativa", sugere. A tendência na Semana Santa é de os preços estarem mais altos. "Os peixes são mais produzidos nesta época, então os produtores aproveitam a oferta maior para lucrar mais, porque a média não é tão alta no restante do ano", explica o especialista.
Além disso, os valores dos produtos cresceram por conta do aumento dos custos. "A ração do peixe está mais cara, porque o preço da soja e outros grãos subiu, por conta do mercado internacional. Fertilizantes estão em falta no mundo todo devido à guerra. Os combustíveis também subiram de valor. A ração e o frete podem chegar à metade dos custos da produção de peixes", enumera Riezo Almeida.
A gastrônoma Solange da Silva, 59 anos, sentiu o aumento dos preços na hora das compras para a Sexta-Feira da Paixão e a Páscoa. Mesmo assim, não deixou de lado o costume de ter os pescados à mesa. A moradora do Núcleo Bandeirante comprou 1kg de tilápia para comer durante a Semana Santa. "Os preços estão muito salgados, e a tilápia é um peixe fácil de fazer", justifica. "Comprei tudo que precisava logo hoje (ontem) para não precisar voltar. É uma tradição familiar não comer carne vermelha quinta e sexta-feira da Semana Santa. Não como desde que me entendo por gente", brinca Solange.
Mais pedidos
Preço médio (kg)
>> Pescada amarela: R$ 50
>> Surubim: R$ 50
>> Filé de tilápia: R$ 45
>> Tambaqui: R$ 20
>> Salmão: R$ 80
Correio Braziliense domingo, 10 de abril de 2022
TURISMO: SEMANA SANTA ANIMA O TURISMO DO DISTRITO FEDERAL E DOS ARREDORES
Semana Santa anima o turismo do Distrito Federal e dos arredores
Após dois anos, um dos setores mais afetados pela pandemia observa melhora no movimento. Um dos indicativos é a arrecadação do ISS pago pelo segmento, que subiu 10% em janeiro e fevereiro, apesar de a alíquota do tributo ter diminuído de 5% para 2%
AI
Ana Isabel Mansur
postado em 10/04/2022 06:00 / atualizado em 10/04/2022 07:21
O dado de fevereiro de 2019 foi superior ao deste ano, mas as informações de 2022 passaram 2020 e 2021. A perspectiva de melhora havia sido anunciada em janeiro, quando o índice ficou 56,8% maior do que o mesmo mês de 2018, e 26,5% acima dos primeiros 31 dias de 2019. O balanço é do Observatório do Turismo, plataforma que conta com informações da Secretaria de Economia do DF e é mantida pela Secretaria de Turismo do DF (Setur).
Avanço do turismo no DF(foto: Lucas Pacífico/CB/D.A Press)
Responsável pelo observatório, Marcos Vinicius de Sousa explica que os números são relativos às empresas registradas no Cadastro de Pessoas Físicas e Jurídicas do Setor Turístico (Cadastur) e engloba agências de viagens, transportes e guias turísticos. "Brasília está recebendo mais turistas. Os resultados mostram que mais serviços foram prestados e que, portanto, a arrecadação subiu, mesmo com a redução da alíquota", detalha Marcos. Em junho do ano passado, por meio de uma lei distrital, o ISS cobrado do setor, desde 1º de janeiro de 2022, caiu de 5% para 2%.
Henrique Severien, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (Abih), confirma o cenário positivo. O preço das diárias, neste ano, está de 15% a 20% menor do que em 2019, segundo a Abih. "Como tivemos aumento na demanda, a receita também cresceu. Mas a inflação impactou bastante. A energia elétrica e a parte de alimentação, cujos preços cresceram exponencialmente, são muito relevantes na composição do valor da diária. Mas não é o momento de fazer reajustes, ainda que sejam justificáveis", pondera.
Descanso
O presidente da Abih destaca que os brasilienses costumam aproveitar os feriados em locais próximos ao DF. É o caso da bancária Simone Togawa, 42 anos, que vai curtir os dias de folga e levar os filhos, de 8 e 9 anos, para acampar pela primeira vez, no Ecoparque Barra do Dia, em Padre Bernardo (GO), a 80 km da área central do Plano Piloto.
Cachoeira Lydia, diversas quedas d'água para aproveitar a exuberância da natureza, próximo ao DF(foto: Arquivo pessoal)
A moradora do Setor Habitacional Tororó costuma ir para locais nos arredores do DF em feriados, como Cavalcante (GO) e Pirenópolis (GO), mas não viaja desde 2020, por conta da pandemia. "Eu acampava muito quando era adolescente, sempre gostei, mas parei depois que casei e tive filhos, porque é mais confortável ficar em hotel", admite Simone. "Eu e meu marido sempre quisemos levar as crianças para acampar. Vamos curtir e explorar a natureza e vamos levar lanterna e vara de pescar. Tem anos que não acampo, minha expectativa está grande", revela a bancária.
Uma das atrações na Fazenda Barra do Dia, onde fica o ecoparque, é a Cachoeira Lydia. O administrador desse espaço de trilhas e quedas d'água, Ricardo Moreira, conta que 98% dos visitantes são do DF. O local, que oferece opções para passar o dia e pacotes para o camping de sexta a domingo, está lotado. No entanto, Ricardo afirma que a procura para a Semana Santa foi menor do que a registrada em 2021. "No ano passado, as pessoas estavam com dinheiro e doidas para sair. Agora, estamos em crise, e o pessoal está sem dinheiro. Intensifiquei a divulgação no Instagram, contratando uma pessoa para cuidar do marketing digital", conta Ricardo, morador do Lago Sul.
Proximidades
Nos municípios goianos mais procurados pelos brasilienses — como Pirenópolis e as cidades que ficam na Chapada dos Veadeiros — os cenários são parecidos. Empresários da região esperam que os lucros do feriado fiquem próximos aos percebidos em 2019. Vitor Giuberti e Denise Polla alugam casas por temporada na Vila de São Jorge, em Alto Paraíso, no espaço Rio da Lua. "É um formato que, depois da pandemia, as pessoas passaram a preferir. Casas inteiras disponíveis para o hóspede são mais confortáveis e não há aglomeração", argumenta Denise. Cerca de 70% dos hóspedes são de Brasília. O casal está com todas as unidades ocupadas para o feriado.
Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros, é um dos locais mais visitados por viajantes e moradores da região(foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)
Denise explica que o movimento em 2021 foi muito superior ao dos anos anteriores. "Foi completamente atípico para o turismo. Todos estavam desesperados para sair de casa, então, a procura foi grande", relembra a empresária. Ela acredita que, dificilmente, os resultados deste ano vão superar os do ano passado, mas crê que 2022 vai ficar perto do cenário observado antes da pandemia. "As pessoas se organizam de 45 a 60 dias antes do feriado e, normalmente, reservam a hospedagem para a Semana Santa em fevereiro. A procura ficou dentro desse intervalo, neste ano", completa.
Ao Correio, a Secretaria Municipal de Turismo de Pirenópolis informou que a expectativa para a data é positiva. "A procura por pousadas e pesquisas sobre atrativos têm sido frequentes em nosso Centro de Atendimento ao Turista. Esperamos ter uma ocupação satisfatória durante esses dias. Os períodos de Semana Santa de 2020 e 2021 foram bastante marcados pela pandemia. Portanto, tendo em vista o atual cenário de flexibilização e atenuação da covid-19, esperamos ter um movimento melhor em 2022. O público predominante de Pirenópolis continua sendo o originário de Brasília", escreveu a secretaria, em nota.
Correio Braziliense sábado, 09 de abril de 2022
ENSINO: ESCOLAS PÚBLICAS COMEMORAM RECORDE DE ALUNOS APROVADOS NA UnB
Escolas públicas comemoram recorde de alunos aprovados na UnB
Escolas públicas do Distrito Federal emplacam grande número de estudantes em cursos de graduação da Universidade de Brasília (UnB) por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS)
AV
Arthur Vieira*
MA
Mariana Andrade*
postado em 09/04/2022 00:01 / atualizado em 09/04/2022 12:29
Alunos do Cemab, de Taguatinga, comemoram o bom desempenho no PAS - (crédito: Ed Alves/CB)
Estudantes de escolas públicas aprovados na Universidade de Brasília (UnB) por meio do Programa de Avaliação Seriada (PAS), assim como os professores deles, comemoram o que consideram a grande conquista de suas vidas. A sensação do dever cumprido e a certeza de dias melhores em um futuro próximo são experimentadas, agora, por 10 entre 10 alunos. Escolas públicas de Santa Maria, Ceilândia e Taguatinga registraram aprovação recorde na primeira chamada do programa. Mais da metade dos calouros aprovados para o primeiro semestre de 2022 são oriundos de escolas públicas (826) ou estudantes que se declararam negros (88), de acordo com dados da Reitoria da instituição de ensino superior.
O caminho trilhado pelos candidatos do PAS foi marcado por diversas dificuldades provocadas pela pandemia, pois as provas ocorreram no auge do contágio. Os estudantes foram obrigados a encarar as aulas remotas e grande parte deles sequer tinha acesso à internet, o que levou muitas escolas da rede pública a se reinventar, na busca por uma base sólida de aprendizado.
"Aulões" beneficiam 32 alunos
Em Santa Maria, o Centro de Ensino Médio 404 registrou a aprovação de 32 alunos. Entre as iniciativas para alcançar o bom desempenho, destaca-se o projeto Mais 1 no PAS, idealizado pelo professor Ricardo Rocha. Iniciado em outubro, o programa, criado para auxiliar os estudantes da cidade, consiste em uma série de "aulões" mensais gratuitos, sempre aos sábados. A equipe é formada por professores voluntários, que planejam desde a orientação da inscrição no exame até o conteúdo curricular cobrado — inclusive as obras da matriz do Programa de Avaliação Seriada —, além de oferecer suporte psicológico.
A logística para os "aulões" requer financiamento coletivo, tanto para compra de materiais acadêmicos e equipamentos, quanto para a alimentação. Rocha avalia que o projeto pode resultar em maior inserção de jovens da rede pública da região em instituições de ensino superior de qualidade. Segundo ele, a ordem é exterminar o estigma negativo de Santa Maria, introduzindo uma nova perspectiva profissional para os jovens locais. "Esperamos que em, pelo menos, dois anos, as pessoas olhem para a cidade com mais positividade e compreendam que, aqui, não existe apenas criminalidade. (Queremos) mostrar que temos várias coisas legais também", diz ele.
Aprovadas na Universidade de Brasília, as gêmeas Mariana e Manuela Veras, 18 anos, foram beneficiadas pelo Mais 1 no PAS. Mariana alcançou nota máxima na redação e atribui boa parte da realização ao projeto. "Pelo menos 70% do meu desempenho nas provas foi graças ao que aprendi nos 'aulões'. Se não fosse por essas aulas, não teria conseguido alcançar meu objetivo", relata Mariana. Ela conta que, para frequentar os simulados, foi preciso conciliar trabalho e estudo. "Mesmo com a agenda lotada, sempre arranjávamos um tempinho à noite para estudar juntas", lembra.
Mariana acrescenta que, ao saber que alcançou nota máxima na redação, a sensação foi de surpresa e incredulidade. "Pensava que tinha zerado. Foi um choque. Estava muito nervosa, mas, depois, caiu a ficha. A redação estava mesmo impecável", reconhece.
Sonhos que se transformam em realidade
O Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga, aprovou 36 estudantes em diferentes cursos da Universidade de Brasília. A diretora da escola, Suzane Martins, emocionou-se com o feito. "É o resultado de um excelente trabalho em equipe desenvolvido durante a pandemia. Estamos muito felizes", comemora.
Ela destaca que o esforço foi recompensado pela participação ativa dos alunos nas aulas remotas. "Nossos estudantes são verdadeiros guerreiros, pois vivenciaram todo o ensino médio a distância", diz. Segundo ela, a escola também desenvolveu um projeto de "aulões" preparatórios mensais para os estudantes, que foi adaptado para o modelo virtual.
Dois estudantes do colégio, com histórias de vida diferentes, optaram por seguir carreiras na área de engenharia. Arthur Ramos, 17, foi aprovado no programa em engenharia mecânica e vai estudar no câmpus Darcy Ribeiro, no Plano Piloto, no próximo semestre. "Parece um sonho. Até hoje, estou comemorando. Só vou acreditar quando entrar na sala de aula", afirma.
O jovem, filho de professora, contou com a ajuda do irmão para se preparar para o processo de seleção, chegando a montar um cronograma, pelo qual estudavam duas matérias por dia, durante cerca de quatro horas. Ele conta que optou pelo curso por apreciar o universo do automobilismo e das máquinas pesadas. "Desde criança, eu me interesso por carros e sempre quis entender como as engrenagens funcionavam", lembra.
Já Gabriel Castro, 18, escolheu o curso de engenharia química e considerou a aprovação uma grata surpresa, pois enfrentou dois anos de aulas remotas. Ele revela que a pandemia foi um fator determinante para a mudança de escola, pois o comércio da mãe fechou, levando-o a buscar refúgio nos estudos. "A ansiedade foi o maior dos problemas. Eu me senti superdesmotivado durante os dois anos de distanciamento", afirma. Além disso, ele reconhece que as escolas da rede pública sofreram muito para se adaptar nos picos da covid-19.
Ceilândia vibra com resultado
Quem também teve alunos aprovados na área de engenharia foi o Centro de Enino Médio 2 de Ceilândia, que emplacou 16 aprovações. Lá, os estudantes vibraram com a realização de ingressar na Universidade de Brasília (UnB). "Ainda estou sem acreditar. Foram três anos de muita dedicação e luta", relata Jéssica Eveline, 18 anos, que optou por engenharia de softwares. A jovem foi aprovada em letras pelo vestibular. Contudo, assim que saiu o resultado do Programa de Avaliação Seriada, optou pelo diploma de engenheira.
Além do incentivo da família — principalmente da mãe, que se formou recentemente e é educadora —, Jéssica frequentou cursinhos preparatórios oferecidos por movimentos sociais do Distrito Federal, que a ajudaram a se manter firme nos estudos: "Eles me motivaram a ter a consciência de que meu lugar é na universidade, que teria como ser aprovada. Hoje, consegui isso", diz. Ela se orgulha de ser a primeira da família aprovada na UnB.
Jéssica comenta que a ansiedade foi um dos obstáculos na preparação para os vestibulares: "Acredito que ela atacou todo mundo nesse período". E, para a jovem, ao mesmo tempo em que o modelo remoto foi desesperador, quando foi necessário que a escola se reinventasse, os alunos desenvolveram a habilidade de estudar por conta própria. "Isso trouxe uma certa maturidade", relata.
Gabriel Henrique Rodrigues, 18, também optou por engenharia de software e, graças a muita persistência, obteve a tão sonhada aprovação. "Fiquei sem acreditar o resto do dia. É uma sensação incrível saber que você estudou tanto e foi recompensado", disse. O jovem conta que investiu cerca de oito horas diárias para se preparar, com ajuda da irmã, educadora, que o auxiliou a compreender a dinâmica das provas e o motivou a seguir o sonho dele.
O recém-aprovado se alegra pelo fato de, agora, poder estudar presencialmente na UnB, pois não obteve boas experiências com aulas a distância nestes últimos dois anos. "A ansiedade bateu lá em cima, porque não tinha ninguém para interagir e conversar. Foi um processo traumático", conta. Ele revela ter optado por engenharia de software na expectativa de ingressar mais rapidamente no mercado de trabalho.
Os calouros podem se preparar para o próximo semestre. Segundo o calendário da UnB, as aulas retornam ao modelo presencial em 6 de junho. Em caso de não preenchimento das vagas, a universidade pode publicar novas chamadas ao longo do ano.
Correio Braziliense sexta, 08 de abril de 2022
UNIÃO: TRINTA CASAIS PARTICIPAM DA SEGUNDA EDIÇÃO DO CASAMENTO COMUNITÁRIO
Trinta casais participam da segunda edição do casamento comunitário
Para assegurar que os participantes estejam impecáveis no evento, que ocorrerá no domingo (10/4), a Sejus promoveu o último ensaio geral com os noivos
CB
Correio Braziliense
postado em 08/04/2022 10:22
Cerimônia será no Museu Nacional da República, no domingo (10/4) - (crédito: Ed Alves/CB)
Para assegurar que os participantes estejam impecáveis no grande dia, a Sejus promoveu, nesta quinta-feira (7/4), o último ensaio geral com os noivos. Na ocasião, puderam tirar dúvidas sobre horários para a chegada das noivas, noivos, parentes, posicionamentos durante a cerimônia, dicas para as fotografias e todos os detalhes sobre a organização do evento.
O Casamento Comunitário é uma política pública de garantia de direitos e fortalecimento da família, promovido com o apoio de empresas parceiras e voluntários. Os casais têm acesso a vestidos, ternos, maquiagem, penteado e buquês, além da isenção das taxas cartoriais. A decoração, iluminação e a música também são garantidos no local da cerimônia para completar o dia especial.
Correio Braziliense quinta, 07 de abril de 2022
INFRAESTRUTURA: INAUGURAÇÃO DE CORUMBÁ IV É APOSTA CONTRA NOVO RACIONAMENTO
Inauguração de Corumbá IV é a aposta contra novo racionamento
Com construção iniciada em 2011 e custo total de R$ 440 milhões, sistema de captação e tratamento de água entrou em funcionamento nessa quarta-feira (6/4). Atendimento deve alcançar 1,3 milhão de pessoas, em oito cidades do DF e do Entorno
PM
Pedro Marra; Jéssica Eufrásio
postado em 07/04/2022 05:55 / atualizado em 07/04/2022 05:56
Megaestrutura entrou em atividade nessa quarta-feira (6/4), em Valparaíso (GO) - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Com previsão de funcionar por 10 anos, no mínimo, o Sistema Produtor Corumbá IV teve as obras concluídas. A construção do sistema, que abastecerá áreas da região Sul do Distrito Federal e do Entorno, começou em 2011. De lá para cá, continuou ao longo de diferentes gestões até ser inaugurado nessa quarta-feira (6/4), pelos governadores do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e de Goiás, Ronaldo Caiado (UB). A promessa é de que a megaestrutura para captação de água impeça a capital do país de enfrentar, por enquanto, outra crise hídrica, como a vivida pelos brasilienses entre 2016 e 2018.
A obra de R$ 440 milhões se deu por meio de parceria entre as companhias de Saneamento Ambiental de Brasília (Caesb) e de Saneamento de Goiás (Saneago). O sistema tem capacidade de vazão de 2,8 mil litros por segundo de água tratada, para cerca de 1,3 milhão de moradores. Para efeito de comparação, a média na Estação de Tratamento do Rio Descoberto, a principal a atender o DF, era de 4 mil l/s em 2020. Com um modelo de vazão em duas fases, o volume máximo de abastecimento pelo Corumbá IV pode chegar a 5,6 mil l/s, e cada unidade federativa receberá metade do total gerado.
A estrutura inclui uma estação de tratamento e uma elevatória de água bruta, adutoras, linhas de transmissão e subestações elétricas de 138 mil volts. A expectativa é de que o excedente da produção desafogue o Sistema Produtor Descoberto, o que beneficiaria moradores de Águas Lindas (GO) e da parte Oeste do DF.
Etapas de operação do sistema Corumbá IV(foto: Thiago Fagundes/CB/D.A Press e Renato Alves/Agência Brasília)
Apesar de terem trocado ofensas em ocasiões anteriores, Ibaneis e Caiado mudaram o tom no palanque, nessa quarta-feira (6/4), no evento de lançamento do Corumbá IV, em Valparaíso (GO). Desta vez, com discursos mais sintonizados, os governantes comemoraram o resultado da cooperação entre estatais das duas unidades federativas. "Este momento é de muita alegria, porque mostra que vale a pena trabalhar com uma parceria que vai beneficiar 1,3 milhão de pessoas", declarou o chefe do Palácio do Buriti.
O responsável pelo Poder Executivo goiano acrescentou que o sistema levará segurança hídrica para moradores das regiões atendidas. "Tenho certeza de que nós dois (os governadores) entramos para a história dessa população, e isso será lembrado por muitos e muitos anos, porque estamos dando o que a população mais merece: saneamento, água de qualidade e a certeza de que poderão se desenvolver, tanto na área habitacional quanto na área industrial", completou Caiado.
Governadores Ronaldo Caiado (C) e Ibaneis Rocha (D) em inauguração(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Histórico
Presidente da Saneago, Ricardo Soavinski comentou que o sistema está pronto para pleno funcionamento. "Teremos um volume maior de oferta de água, com mais qualidade, menos intermitências e possibilitando desenvolver essas cidades em uma década, com uma possível bifurcação", disse, em referência a uma nova unidade para captação de água. A licitação para construção de outra adutora, com previsão de sair no segundo semestre deste ano, permitiria abastecer mais regiões administrativas do DF, como São Sebastião e Jardim Botânico.
Pedro Cardoso, presidente da Caesb, lembrou que a inclusão dessas cidades faz parte do projeto original de Corumbá IV. "Para Brasília, a implantação do sistema favorece a segurança hídrica e (a captação gerada) será inserida nos nossos dois grandes centros (de abastecimento): Santa Maria-Torto e Descoberto", antecipou.
Apesar de a primeira etapa de construção do sistema ter começado há mais de uma década, a conclusão da empreitada se transformou em uma das principais metas de governo enquanto o DF passava por 514 dias de racionamento hídrico. Após três anos parados, os trabalhos foram retomados em 2017. Naquele ano, os volumes dos reservatórios de água da capital federal chegaram aos níveis mais baixos da história: 5,3%, no Descoberto, e 12,2% (Santa Maria).
O projeto foi anunciado nos anos 2000, na gestão de Joaquim Roriz. No entanto, ao longo do tempo, enfrentou entraves, como suspeitas de superfaturamento, desistência de empresas contratadas e atrasos por questões fundiárias. Há três anos, a promessa era de que o sistema atenderia mais de 2,5 milhões de pessoas de 13 cidades e que garantiria o fornecimento de água por 30 anos.
Outra questão polêmica teve relação com a falta de fiscalização quanto à preservação das nascentes que abastecem o reservatório de Luziânia. Em 2016, segundo relatório do projeto Água Viva, produzido pela Corumbá Concessões — responsável pela Usina Hidrelétrica de Corumbá IV —, apenas três de 40 delas estavam preservadas, sem problemas como ocupação irregular do solo, desmatamento e descarte de lixo, segundo detalhado pelo Correio em reportagem publicada à época.
Professor de engenharia civil e ambiental na Universidade de Brasília (UnB), Sérgio Koide destacou que a construção envolveu grande soma de dinheiro público e acredita que as despesas operacionais também serão elevadas. "Essa é uma excelente solução para a região do Entorno, mas, para o DF, seria melhor se tivéssemos pegado uma estrutura mais próxima. Teríamos menos gastos com bombeamento, por exemplo, que é um dos maiores custos na produção de água potável", avaliou. "Para os municípios vizinhos, esse bombeamento será relativamente pequeno. Mas, até chegar ao sul do DF, o custo de energia ficará maior."
Correio Braziliense quarta, 06 de abril de 2022
MEIO AMBIENTE: ALERTA PARA O RISCO DE QUEIMADAS FLORESTAIS NO DF
Alerta para risco de queimadas florestais no Distrito Federal
A fim de reduzir os riscos de incêndios de grandes proporções, Corpo de Bombeiros e Ibram intensificam ações preventivas, como instalação de aceiros e realização de queimas controladas, antes da fase crítica da seca
AM
Ana Maria Pol
postado em 06/04/2022 06:00
(crédito: Divulgação/Ibram)
O outono traz o alerta para as temporadas de queimadas no Distrito Federal. Para reduzir os riscos, organizações e entidades ambientais intensificam ações preventivas até que o período de seca atinja níveis críticos, em agosto e setembro. De acordo com o levantamento do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), em 2021, foram registrados cerca de dez mil acionamentos de incêndio na capital do país. Neste ano, até o fim de março, foram 186 — índice considerado dentro dos parâmetros normais pela corporação.
O major do Corpo de Bombeiros João Henrique Corrêa Pinto explica que, nesta estação, iniciada no último dia 20, a vegetação passa por um processo de desidratação, que favorece o surgimento de focos de fogo. No entanto, o militar ressalta que a maioria das ocorrências é devido à ação humana. "Precisamos focar na prevenção. O intuito é para que não haja dificuldade no tempo de resposta, por exemplo, quando tivermos muitos acionamentos seguidos, como ocorre em agosto, setembro e outubro", detalha. O major frisa que as regiões mais afetadas são áreas rurais, em São Sebastião, Paranoá, Planaltina, Brazlândia e Gama.
O Corpo de Bombeiros trabalha com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a fim de evitar incêndios e mapear locais de queimadas. Meteorologista do Inmet, Nayane Araújo lembra que não é somente a falta de chuvas que contribuem para a formação de labaredas. As altas temperaturas e a baixa umidade do ar são fatores determinantes também. "É bom que a população fique em alerta daqui para frente, porque vamos ter intervalos de umidade baixa, tempo seco e quente, propícios para o surgimento das queimadas", assegura.
Antecipação
O professor de biologia do Ceub Fabrício Escarlate destaca a importância das queimadas controladas, no outono, para manutenção do cerrado e unidades de conservação. O método reduz a disponibilidade de matérias combustíveis na natureza e o objetivo de mitigar as chances de incêndios tomar grandes proporções. "O fogo durante a seca vai ter maior intensidade. As chamas serão mais quentes. Portanto, será mais difícil de serem controladas e, consequentemente, vai gerar algum tipo de dano às espécies que ali vivem, sejam animais ou vegetais", descreve. Outro instrumento para evitar que as labaredas avancem sobre o solo é a criação de aceiros — faixas de terra onde a vegetação é completamente eliminada para prevenir a passagem do fogo —, ainda no fim do período chuvoso.
Brigadistas realizaram ações de queima controlada no Parque Nacional de Brasília — monitorado pelo do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) — e no Parque Ecológico do Riacho Fundo — gerido pelo Ibram. "Geralmente, fazemos uma queima e, no outro dia, ficamos na vigilância, monitorando o local. Só depois, executamos outro tipo de queima em outra área", ressalta o diretor de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Ibram, Pedro Paulo Cardoso.
A Estação Ecológica de Águas Emendadas, o Parque do Tororó, a Área de Preservação Ambiental Gama Cabeça de Veado e a Floresta Nacional (Flona) ainda devem passar pelo processo. "Tudo deve ser feito com antecedência. No caso das queimas controladas, é preciso fazer agora, porque se esperarmos o mato secar, o fogo fica mais intenso e pode causar mais danos. No período mais crítico, ficamos exclusivamente por conta de combate", adianta Pedro Cardoso.
Engenheira florestal, Roberta Maria Costa e Lima destaca a importância do acesso à informações pelas comunidades, sobretudo quando se trata de incêndios, uma vez que produtores rurais recorrem à queima controlada com objetivo de limpar o pasto. "Para a queimada não se transformar em incêndio, é sempre importante promover a educação ambiental, alertando a população dos riscos e consequências", defende.
Cuidados
>> Não atear fogo para limpeza de terrenos, lixo ou resto de podas de árvores. Procure centros de coleta do Serviço De Limpeza Urbano para descarte;
>> Após fumar, apagar o cigarro e descartá-lo em local adequado;
>> Ao identificar um incêndio, procurar um local seguro, distante do fogo e da fumaça. Ligar para o 193 e indicar o local exato do incêndio, se possível, com pontos de referência.
Correio Braziliense terça, 05 de abril de 2022
MÚSICA: ÁLBUM TRAZ A VERSÃO SINFÔNICA DOS GRANDES SUCESSOS DE NANDO REIS
Após turnê, álbum traz a versão sinfônica dos grandes sucessos de Nando Reis
Com produção de Felipe Cambraia e Cristiano Alves, na sede do grupo, na capital carioca, o CD foi mixado no estúdio Cia dos Técnicos, por Arthur Luna
CB
Correio Braziliense
postado em 05/04/2022 06:00
(crédito: Carol Siqueira/Divulgação)
Parceria iniciada em 2017, a da Orquestra Petrobras Sinfônica com Nando Reis, que a princípio seria restrita a um concerto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky, se transformou numa turnê que contemplou seis capitais brasileiras. O encontro teve outro desdobramento e resultou num disco, lançado recentemente.
Intitulado Orquestra Petrobras Sinfônica e Nando Reis, o álbum reúne oito músicas do cantor e compositor paulistano, com arranjos orquestrados — fato inédito na carreira do artista. Com produção de Felipe Cambraia e Cristiano Alves, na sede do grupo, na capital carioca, o CD foi mixado no estúdio Cia dos Técnicos, por Arthur Luna.
O repertório traz na abertura a canção Cegos do Castelo (da época dos Titãs), que se junta aos clássicos do pop nacional Luz dos olhos, Sei, Só posso dizer, Só posso dizer, All Star, Sei, Espatódea, Pra você guardei e Por onde andei. Todas estão disponíveis em plataformas digitais como Deezer, Spotify e YouTube.
"A trajetória que percorri com Nando Reis, entre turnê, concertos, e gravações, me trouxe muita alegria e um senso de musicalidade e plenitude. Nando não é apenas um excelente cantor. É um intérprete que assume a função de um poeta, daquele que é consciente do poder da palavra", ressalta Karabtchevsky. Já Nando Reis considera um marco a gravação do disco. "Tocar com a Petrobras Sinfônica é como dar um pulo no céu e flutuar com os anjos. Os arranjos acrescentaram às canções camadas dramáticas. Tudo ficou muito lindo."
Correio Braziliense segunda, 04 de abril de 2022
LITERATURA: LIVRO TRAZ TRAJETÓRIA DE GRAFITEIRO QUE DEIXOU O TRÁFICO PELAS ARTES
Livro traz a trajetória de grafiteiro que deixou o tráfico pelas artes
Grafiteiro da cidade, Carlos Astro, 45 anos, lança livro sobre as gírias, a rotina e o tratamento durante o tempo que cumpriu pena no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP) por tráfico de drogas
PM
Pedro Marra
postado em 04/04/2022 06:00
O grafiteiro Carlos Astro encontrou na literatura e arte um caminho para reintegração social - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Conhecida pela cena cultural de movimentos artísticos de rua, como o hip hop, Ceilândia recebe, no período de comemoração dos seus 51 anos, um presente simbólico: o livro O ressocializado — no mundo da lua, atrás das grades, do grafiteiro Carlos Washington Chagas Corrêa, 45 anos, mais conhecido como Carlos Astro. Na obra, o integrante do grupo de grafite 1V2M — Uma Vida, Dois Mundos — relata as memórias dos seis anos que esteve no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP), preso por traficar oito quilos de cocaína.
Carlos transporta o leitor para um mundo à margem do convívio social, entre gírias e um código de conduta próprio, durante o tempo de reclusão. Além dos seis, ele ainda cumpriu mais quatro anos em regime semiaberto, totalizando dez anos de condenação.
Detido pela Polícia Civil do DF (PCDF), juntamente com outros cinco amigos de uma gangue de Ceilândia Norte, que produziam a droga em um laboratório, Astro criou o hábito de anotar o dia a dia da prisão em papéis de processos de ex-presidiários, que se transformaram nos rascunhos do livro. A mãe do escritor, Marilene Chagas, 68, buscava os escritos quando visitava o filho, a cada 15 dias. "Eu morava em Valparaíso de Goiás, e ia cedo para lá (Papuda), às 4h, pegava dois ônibus para visitar o meu filho", relembra.
A obra conta com 450 páginas e 30 capítulos. O primeiro, intitulado A casa caiu, inicia com o momento em que a polícia invadiu a fábrica clandestina e toda trajetória de Astro na penitenciária inicia. "Fiquei muito triste e, ao mesmo tempo, muito feliz, porque eu sabia que tinha errado e iria conseguir fazer o livro", afirma o autor.
O nome Astro surgiu em uma aula de astrologia na escola. A origem é explicada em uma parte do livro com páginas do alfabeto de A a Z, contendo gírias sobre o vocabulário do dialeto prisional.
A mãe de Astro reconhece que o filho deu uma reviravolta na vida. "Acho que todos nós podemos errar um dia e, no caso dele, errou, mas é trabalhador", fala de peito aberto. Marilene recorda que desde pequeno, Carlos Astro desenha. "Aos 12 anos, ele começou a desenhar brinquedos e fotos das pessoas". Apesar dos percalços, ela elogia a obra literária do filho. "Acho que ele vai ser cada dia melhor, porque tenho certeza que meu filho vai ser feliz".
O livro conta com duas artes elaboradas pelo desenhista Edmar Cosmo de Brito, 46, o Simpson, do 1V2M, criadas dentro da Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF1), conhecida como Cascavel, um dos presídios que integram a Papuda. O primeiro desenho, no começo da obra, mostra presos em uma cela com o subtítulo do livro acima: "No mundo da lua: atrás das grades"; e a frase "Retrato Carcerário".
23/03/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Caderno aniversário de Ceilândia. Pollyanna Souza, coordenadora da Biblioteca Pública Carlos Drummond de Andrade em Ceilândia.Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press
Livro "O Ressocializado" conta a rotina de Carlos Astro e outros cinco presos na PapudaEditora Viseu/Divulgação
Na trajetória de ressocialização de Astro, ele comenta o peso das palavras emprego, profissão e educação para quem pretende não voltar para o crime. "Eu me sinto honrado, pois vão estar sendo expostos alguns trabalhos meus e eternizados em um livro muito bom", emociona-se o artista, que agradece as colaborações que recebeu para publicar o livro. "São muitos anos de parceria, amizade e trabalho", afirma.
A Biblioteca Pública de Ceilândia Carlos Drummond de Andrade exibe o livro. A coordenadora pedagógica do espaço, Pollyanna Souza, 40, diz que se sente lisonjeada em receber a obra do artista, que considera uma raridade entre os detentos. "Para a nossa equipe é uma alegria ter um leitor e morador da comunidade local como escritor, e sua obra traz um novo significado para a sua história", opina. "Um frequentador da biblioteca que é exemplo de superação", alegra-se a gestora.
Pollyanna adianta que pretende fazer um evento com roda literária ou palestra de Astro para jovens da comunidade local. "Uma história como essa temos que disseminar, em que ele mostra a sua mudança de vida por meio da leitura e escrita", comenta a educadora. Experiência para ministrar projetos sociais é o que o grafiteiro mais adquiriu ao sair da prisão. Em 2006, ele participou do Clube da Ceilândia, juntamente com os rappers de São Paulo, Ndee Naldinho e Mano Brown, na ONG Rebelião Cultural, do grupo 1V2M. "Reformamos as piscinas, demos aulas de capoeira, futebol, e eu dava aula de dança e arte urbana para 150 alunos de manhã e 150 à tarde", recorda Astro, que se diz 100% ressocializado. "A minha ressocialização é diária", diz. O grafiteiro critica a falta de investimento do governo federal em um programa para reinserir os presos na sociedade. "Nesse dinheiro todo, não temos nenhum valor voltado para a ressocialização", finaliza.
Um dos amigos de Astro na Papuda que conseguiu se reinserir na sociedade é o motoboy Janilson Amaral, 36. O morador do Sol Nascente saiu da prisão em 2010, mas foi preso novamente por tráfico de drogas cinco anos depois. "Quando a gente saiu, ele (Astro) ficou escrevendo o livro, e em fevereiro de 2021, quando saí de novo da penitenciária, ele já estava com o livro pronto", relata.
Janilson se recorda dos momentos que via de perto o processo de produção do livro de Astro dentro do Complexo Penitenciário. "Somos personagens desse livro, e foi um prazer saber que ele conseguiu essa vitória, porque acompanhei ele escrevendo em várias noites, quando chegava na cela e dizia que 'hoje aconteceu isso e aquilo'", detalha o amigo do escritor.
A consultora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Isabel Figueiredo, acredita que a ressocialização vale para qualquer um, apesar da Política Nacional de Atenção às Pessoas Egressas do Sistema Prisional ser falha. "Consigo dizer que, de fato, a ressocialização não tem a importância que deveria ter na política criminal brasileira, porque temos uma lógica cruel, em que tudo que não gostamos transformamos em crime penal", analisa.
Para Isabel, que foi Secretária-adjunta de Segurança Pública da Paz Social do DF, entre 2015 e 2016, está no ser humano a capacidade de superação. "Criminalizando condutas a torto e a direita, acabamos tendo uma lógica que leva a essa situação de superencarceramento, em que colocamos na mesma cela o ladrão de galinha e o criminoso internacional", contextualiza a especialista do FBSP.
Correio Braziliense domingo, 03 de abril de 2022
GASTRONOMIA: POR QUE AS COMIDAS FERMENTADAS, COMO O CHUCRUTE, FAZEM VEM AO NOSSO INTESTINO
Por que as comidas fermentadas como o chucrute fazem bem ao nosso intestino
Vários grupos de pesquisa proeminentes sugerem que os alimentos fermentados podem oferecer diversos benefícios à saúde, estimular a perda de peso e reduzir o risco de algumas doenças
Manal Mohammed - The Conversation*
postado em 02/04/2022 15:47 / atualizado em 02/04/2022 18:02
Getty Images -
Ao longo de décadas, a fermentação foi usada para preservar alimentos, aumentar sua validade e melhorar seu sabor. Mas muitas pessoas não conhecem os benefícios para a saúde dos alimentos fermentados.
Os alimentos fermentados são geralmente definidos como "alimentos ou bebidas produzidos por meio do crescimento microbiano controlado e da conversão de componentes alimentares por meio da ação enzimática".
Pode ser o repolho em conserva (chucrute), a bebida de iogurte kefir, o pão com fermentação natural (sourdough) e alguns picles (apenas os lactofermentados).
Os alimentos fermentados são ricos em micróbios benéficos e metabólitos úteis (substâncias produzidas durante a fermentação por bactérias e que propiciam um intestino saudável).
Vários grupos de pesquisa proeminentes sugerem que os alimentos fermentados podem oferecer diversos benefícios à saúde, estimular a perda de peso e reduzir o risco de algumas doenças.
Organizações e grupos relacionados à alimentação, como a Associação de Nutricionistas do Reino Unido, agora recomendam consumir alimentos fermentados com mais frequência.
Por exemplo, leite e iogurte fermentado agora estão sendo oferecidos a crianças a partir dos seis meses de idade para ajudar a fornecer um bom equilíbrio de nutrientes, prevenir a deficiência de ferro em populações que usam leite de vaca e reduzir infecções gastrointestinais.
Outro estudo mostrou que o consumo regular de alimentos fermentados pode ser especialmente importante para comunidades de baixa renda, com grandes carências, que são desproporcionalmente suscetíveis a infecções gastrointestinais por bactérias como E. coli e Listeria.
Por que os alimentos fermentados funcionam?
Durante a fermentação, as bactérias podem produzir vitaminas e metabólitos úteis.
Os alimentos fermentados contêm potencialmente micro-organismos probióticos, como bactérias ácido-lácticas.
E, apesar do pouco tempo que estas bactérias passam no intestino, elas ajudam na digestão dos alimentos e fortalecem nosso sistema imunológico.
O kefir é uma bebida fermentada a partir do leite que remonta aos pastores das montanhas do Cáucaso
Os probióticos nos alimentos fermentados também fortalecem as paredes intestinais para evitar que seu conteúdo vaze para o sangue, de modo que os alimentos fermentados podem contribuir para a prevenção da síndrome do intestino permeável.
Também foi descoberto que contribui para a prevenção e tratamento de doenças como alergias e eczema.
O consumo de kimchi e outros vegetais fermentados pode reduzir a asma e a dermatite atópica.
Outros estudos mostram o efeito de alimentos fermentados na redução do risco de diabetes tipo 2 e pressão alta. E o consumo de produtos lácteos fermentados reduziu o risco de câncer de bexiga.
Dietas ricas em iogurte apresentaram um risco reduzido de síndrome metabólica em adultos mais velhos do Mediterrâneo, na qual um conjunto de condições se manifesta junto (incluindo aumento da pressão arterial, nível elevado de açúcar no sangue e excesso de gordura corporal).
Os probióticos em alimentos fermentados apresentam propriedades que promovem a saúde, como reduzir o colesterol; um estudo demonstrou que várias cepas de bactérias ácido-lácticas possuem propriedades para reduzir o colesterol no sangue.
Parece haver outros benefícios possíveis, mas são necessárias mais pesquisas.
Uma revisão de estudos recente demonstrou as propriedades anticancerígenas das bactérias ácido-lácticas presentes em alimentos fermentados em uma variedade de células tumorais do intestino, fígado e mama, pois modulam o desenvolvimento de tumores.
Uma dieta composta por alimentos ricos em ácido linoleico conjugado, particularmente queijo, pode proteger contra o câncer de mama em mulheres na pós-menopausa.
No entanto, nem todos os estudos concordam, e um estudo piloto em camundongos sugeriu até mesmo um aumento no crescimento tumoral.
Melhora o humor e o sono
Os alimentos fermentados também demonstraram melhorar o humor e o sono.
Os prebióticos, encontrados em alimentos fermentados, são ingredientes não digeríveis que estimulam seletivamente o crescimento e a atividade de bactérias benéficas em nosso intestino (não confundir com os probióticos, que são os organismos vivos).
Consumir alimentos fermentados pode fazer você se sentir mais feliz, à medida que os prebióticos nos alimentos fermentados aumentam a saúde do intestino e promovem o crescimento de vários tipos de bactérias benéficas.
Isso resulta em níveis saudáveis ??do hormônio serotonina, que ajuda a estabilizar o humor, regular sentimentos de bem-estar e felicidade, regular a ansiedade e controlar o sono.
As substâncias químicas enriquecidas pela fermentação também estão ligadas à uma saúde mental positiva.
Para dormir bem, você precisa ser gentil com seu intestino — comer alimentos fermentados, como iogurte, chucrute ou kimchi antes da hora de ir para a cama pode ajudar a vencer a insônia.
Durante a fermentação, as bactérias ácido-lácticas produzem ácidos linoleicos conjugados que demonstraram ter um efeito de redução da pressão arterial.
Se a pessoa tem hipertensão, é mais provável que apresente mais problemas de humor (como ansiedade e depressão) do que uma pessoa com pressão arterial normal.
Apesar dos vários benefícios à saúde dos alimentos fermentados listados, algumas pessoas podem sentir efeitos colaterais.
A reação mais comum é um aumento temporário de gases e inchaço.
Este é o resultado do excesso de gás produzido após os probióticos matarem bactérias e fungos intestinais nocivos.
Infelizmente, outras pessoas podem sentir dor de cabeça ou enxaqueca, provocadas pela ingestão de chucrute ou kimchi, e isso pode estar relacionado às histaminas encontradas em grande quantidade em alimentos fermentados.
Embora os sintomas de intolerância à histamina possam variar, algumas reações comuns incluem dor de cabeça ou enxaqueca, congestão nasal ou problemas de sinusite, náusea e até vômito (mas isto é relativamente raro).
Ao longo dos séculos, muita gente consumiu alimentos fermentados por conveniência, sem saber seus benefícios à saúde.
Felizmente, muitos alimentos fermentados são baratos e simples de fazer, nos oferecendo uma maneira fácil de melhorar nossa saúde e bem-estar.
* Manal Mohammed é professora de microbiologia médica na Universidade de Westminster, em Londres.
Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).
Correio Braziliense sábado, 02 de abril de 2022
VIA SACRA EM PLANALTINA: DE VOLTA AO MORRO DA CAPELINHA, GRUPO VIA SACRA AO VIVO ENSAIA A PAIXÃO DE CRISTO
De volta ao Morro da Capelinha, grupo Via Sacra ao Vivo ensaia a Paixão de Cristo
Via Sacra, prevista para acontecer dia 15, conta com a participação de 1.400 pessoas, que devem se reunir no domingo (03/4), às 8h, para realizar o último ensaio geral antes das apresentações
AM
Ana Maria Pol
postado em 02/04/2022 06:00
Fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. - (crédito: Divulgação/Diego JP)
Após dois anos sem ensaios e apresentações, o Grupo Via Sacra ao Vivo, que organiza a encenação da vida, da crucificação e da ressurreição de Jesus Cristo, em Planaltina, prepara os ajustes finais para realizar o evento artístico e religioso. O ato, previsto para acontecer dia 15, conta com a participação de 1.400 pessoas, entre figurantes, atores, auxiliares, cenógrafos e muito mais, que devem se reunir no próximo domingo (03/4), às 8h, no Morro da Capelinha, para realizar o último ensaio geral antes da performance. O evento será aberto ao público.
Coordenador do grupo, o ator Preto Rezende, 63 anos, conta que a preparação para a apresentação ocorre desde outubro, e tem sido intensa. Além dos ensaios gerais, que acontecem todo domingo, os subgrupos envolvidos no evento se reúnem, todos os dias, em diferentes locais do Distrito Federal para praticar as cenas do espetáculo. "A última Via Sacra aconteceu em 2019. Nesse intervalo de mais de dois anos, tínhamos uma grande vontade de nos reunirmos, mas não era possível devido à questão sanitária. Neste ano, com a maioria dos envolvidos e seus familiares vacinados, decidimos iniciar as reuniões de preparação", conta.
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculo. Para o evento deste ano, Preto diz que foram necessárias algumas alterações. "Normalmente, o evento começa no sábado da Semana Santa, e vai até o domingo da Páscoa. Faremos shows de abertura, a procissão de Domingo de Ramos, a santa ceia e o momento da prisão de Jesus. Mas, para este ano, vamos focar somente no ato do morro, que ocorre o julgamento, paixão, morte e ressurreição", diz.
Para os ensaios, o coordenador explica que são utilizados o mini teatro Lieta de Ló e o Complexo Cultural de Planaltina. Dos 1.400 participantes do ato, 1.000 são atores e atrizes, e 400 trabalham por detrás do palco. "Estamos com muita saudade de tudo. Esse ano será a 47ª edição, com o tema Filipenses, capítulo um, versículo 8, que diz que Deus é testemunha da saudade que sinto de todos. O tema tem nos movido", diz. "No próximo ano, celebraremos 50 anos de existência, e queremos fazer algo especial. Voltar aos palcos após dois anos, às vésperas de uma celebração tão importante como essa, nos motiva ainda mais", garante.
Expectativa
Após dois anos longe dos palcos, o advogado Marcelo Augusto Ramos, 34, garante que o momento é de comoção. Ele conta que interpreta Jesus Cristo na Via Sacra há cerca de nove anos, e que a expectativa está alta. "O fato de termos parado durante esses dois anos causa um despreparo maior. Eu costumo brincar que minha academia era os ensaios da Via Sacra, então tinha dois anos que não vou para a academia", brinca.
Católico, Marcelo explica que interpretar Jesus Cristo na peça tem sido uma honra ao longo dos anos. "Ele é o símbolo da nossa fé. Quando iniciei minha participação, imaginava o peso que era interpretar essa figura. Sempre fui muito participativo na igreja, e acho que isso foi algo que motivou as pessoas a me escolherem. Eu não tinha qualquer expectativa ou pretensão, mas fazer esse papel tem me ensinado muito, espiritualmente", garante.
Para aqueles que desejam assistir o espetáculo, o advogado deixa o convite: "Ainda vivemos um momento delicado na humanidade, e essa busca por Deus se faz necessária. Para aqueles que se sentem preparados e à vontade para participarem do evento, fazemos o convite. Será um espetáculo bonito, principalmente pela espera que vivemos. Todos os envolvidos têm tido uma entrega efetiva e se dedicado, cada dia mais.
História
A Via Sacra ao vivo, também conhecida como Via Sacra do Morro da Capelinha, é um evento cultural religioso brasileiro, em Planaltina, no Distrito Federal. O evento celebra, por meio do teatro, toda a cronologia que marca a vida de Jesus Cristo: iniciando pelo julgamento e crucificação, até a ressurreição do filho de Deus. Consagrado como uma das maiores produções católicas da unidade federativa, o evento é considerado um patrimônio cultural imaterial desde março de 2008, quando o governador José Roberto Arruda editou um decreto. A celebração fazia parte do calendário oficial do Distrito Federal desde abril de 1987.
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diego JP
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diego JP
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diego JP
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diego JP
Anualmente, milhares de fiéis comparecem para acompanhar a encenação das 15 estações vividas por Jesus Cristo, desde a condenação à ressurreição. Na última edição da Via Sacra, em 2019, cerca de 15 mil pessoas prestigiaram o espetáculoFoto: Divulgação/Diogo JP
Serviço
Serviço
Último ensaio Via Sacra de Planaltina-DF Aberto ao público Local: Morro da Capelinha Data: domingo (3 de abril) Horário: de 8h às 13h
Encenação no Morro da Capelinha Aberto ao público Local: Morro da Capelinha Data: 15 de abril Horário: 14h
Correio Braziliense sexta, 01 de abril de 2022
AGRICULTURA: FEIRA DA GOIABA COMEÇA NESTA SEXTA-FEIRA, EM BRAZLÂNDIA
Com novidades, Feira da Goiaba começa nesta sexta-feira, em Brazlândia
A 7ª edição da Feira da Goiaba, em Brazlândia, celebra a época de colheita da fruta. Pela primeira vez, ocorre o colha e pague, em que os visitantes têm a oportunidade de consumir o produto direto do pé
Ad
Arthur de Souza
postado em 01/04/2022 06:00
Os produtores Edson e Vanusca estão felizes por terem sido escolhidos para o evento de colheita - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A goiaba será o centro das atenções em dois finais de semana no Distrito Federal. Ela tem a maior produção entre as frutas em Brasília, com 9,1 mil toneladas colhidas em 2021; seguida pelo abacate, com 5,8 mil toneladas; e o limão, com 5 mil toneladas. Os dados são da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). A partir de hoje, moradores da capital do país poderão se deliciar na 7ª edição da Feira da Goiaba, em Brazlândia, que celebra a época da colheita. Pela primeira vez, no evento, ocorrerá o colha e pague — em que será possível pegar a fruta direto da goiabeira para consumo.
Gerente local da Emater-DF de Brazlândia, Hélio Lopes conta que a ideia de oferecer o colha e pague para a Feira da Goiaba estava sendo avaliada há alguns anos. "Nós fizemos outros eventos como esse na Festa do Morango. Como tem sido um sucesso, resolvemos trazer a experiência para a Feira da Goiaba e, este ano, conseguimos encontrar uma propriedade adequada e um produtor que se interessou em participar", detalha.
Hélio explica que tudo teve início em 2016, depois que equipes da Emater-DF fizeram uma visita técnica na Flórida (EUA). "Lá, existe uma pequena comunidade que montou uma produção de alguns frutos e vegetais, onde a população colhia e pagava — chamada de you pick and pay (você pega e paga, em tradução livre). Com isso, resolvemos tentar trazer esse modelo, adaptado para as nossas condições", lembra o gerente. Ele explica que o objetivo do projeto é fomentar uma forma de turismo associado à produção rural. "Não é só o fruto que vai estar em pauta, mas aquela satisfação da pessoa poder sair do perímetro urbano, sair com a família para passear, poder visitar, tirar fotos, colher e consumir a fruta no próprio pé", convida.
31/03/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Colha &Pague, que vai ocorrer durante a 7ª Feira da Goiaba, em Brazlândia. Hélio Lopes, gerente da Emater - DF.(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Felicidade
Os produtores escolhidos foram Edson Corrêa, 50 anos, e sua mulher, Vanusca Marques, 44. Eles plantam goiabeiras há 15 anos, entre outros vegetais. A fruta é responsável por cerca de 40% da renda familiar — que vem totalmente da agricultura. "Isso, porque conseguimos cultivar quase o ano inteiro, geralmente, até agosto", relata Edson. Segundo Vanusca, a decisão de diversificar o pomar aconteceu pelo fato de o marido conhecer a cultura. "Ele já mexia com a goiaba antes, em uma propriedade da família. Por isso, nós resolvemos dar continuidade à produção, aqui, na nossa terra", revela.
Sobre a produção, o casal conta que, na época considerada boa — de fevereiro a maio — chegam a cerca de 750 caixas (20kg, por recipiente) por mês, em uma área que totaliza 4 hectares. "Nós tentamos utilizar o mínimo possível de fertilizantes e agrotóxicos, tanto para o cultivo da goiaba quanto para nossas outras culturas", garante Vanusca. Os agricultores se sentem prestigiados por a propriedade ter sido escolhida como sede do colha e pague. "Acredito que outros produtores gostariam de ter a oportunidade de participar e acabou que nós tivemos essa chance. Então, a gente fica contente por isso. Se for possível, gostaríamos de participar todos os anos", brinca o casal.
Programe-se
A Feira da Goiaba ocorre em 1º, 2, 3 e 7, 8, 9 e 10 de abril, na Associação Rural e Cultural de Alexandre de Gusmão (Arcag), com entrada franca. O colha e pague será em 3 e 10 de abril, na Chácara Bom Jesus, Assentamento Betinho (Brazlândia). O ingresso custa R$ 50. Crianças de 10 a 12 anos pagam meia. Para quem tiver até nove anos, a entrada é gratuita. Mais informações no site: dfrural.emater.df.gov.br.
Correio Braziliense quinta, 31 de março de 2022
CULTURA: BRASÍLIA RECEBE ORQUESTRA DE OURO PRETO COM ESPETÁCULOS THE BEATLES
Brasília recebe a Orquestra Ouro Preto com espetáculos The Beatles
Apresentação da Orquestra Ouro Preto, em Brasília, promete abranger todas as fases da carreira da banda, um desafio tendo em conta o vasto repertório
AM
Ândrea Malcher*
postado em 31/03/2022 06:00 / atualizado em 31/03/2022 10:47
A Orquestra Ouro Preto apresenta o concerto The Beatles no Teatro da Unip - (crédito: Nathalia Torres)
A Orquestra Ouro Preto se apresenta em Brasília, nesta quinta-feira, trazendo uma inusitada mistura musical: orquestra de cordas e banda de rock juntas no palco dando vida às letras e melodias criadas pela banda britânica The Beatles.
Sob o comando do Rodrigo Toffolo, o concerto se divide em dois espetáculos: The Beatles Vol.1. e The Beatles Vol.2. Ao Correio, o maestro falou sobre a origem do espetáculo, em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), na tentativa de aproximar estudantes da Casa da ópera de Ouro Preto (MG), o teatro mais antigo das Américas em funcionamento.
"Achamos que a mistura de orquestra com banda de rock chamaria a atenção desses alunos. A gente fez o primeiro concerto e, até hoje, Beatles é um grande sucesso. Sempre temos os amantes da orquestra e os amantes da banda de rock, que vão ver o concerto então a gente consegue atingir esses dois públicos", complementa Toffolo.
A apresentação promete abranger todas as fases da carreira da banda, um desafio tendo em conta o vasto repertório. Toffolo, no entanto, garante que o público não se decepcionará. Clássicas canções como Let it be, Hey Jude e While my guitar gently weeps serão tocadas de forma única.
"A escolha do repertório é muito complexa, com uma produção gigantesca, referência para gerações até hoje. Então tentamos manter aquelas obras que não poderiam faltar de jeito nenhum, os clássicos que todo mundo quer e gosta de ouvir sempre, com algumas peças que ficariam muito bem se orquestrada".
A experiência de união do erudito com o popular, segundo o maestro, é particularmente interessante por distribuir entre os dois estilos a flexibilidade do rock com a atenção às formas da orquestra.
"Quando você junta esses dois mundos, precisa ter uma intersecção para tornar a orquestra um pouco mais livre e a banda de rock mais presa às formas e voltas. Como músico, é uma experiência muito boa, você acaba surfando duas ondas diferentes: um pouco na música erudita, um pouco na popular, e essa junção para que o concerto possa acontecer, no fim das contas, faz muito bem para a formação do músico e a plateia sente essa união também."
As duas sessões do show, que acontecem no Teatro da Unip, marcam o retorno da Orquestra Ouro Preto à cidade após seis anos. Toffolo realça a importância de trazer um espetáculo como este à uma cidade tão envolvida com o rock como Brasília.
"Fazer rock em Brasília é muito simbólico. Uma cidade que tem uma contribuição incrível para o rock nacional, grandes bandas nasceram aqui e ganharam o Brasil todo. Então todos [orquestra e banda] estão muito animados para estas duas sessões que acontecem na quinta", finaliza Fábio.
Correio Braziliense quarta, 30 de março de 2022
COPA DO MUNDO 2022: APÓS VITÓRIAS, CR7, LEWA E MANÉ CON FIRMAM PRESENÇA
Após vitórias, CR7, Lewa e Mané confirmam presença na Copa
Na Europa, somente uma vaga para a Copa do Mundo fica pendente. Classificado para a decisão da repescagem, País de Gales aguarda o vencedor de Escócia ou Ucrânia
DQ
Danilo Queiroz
postado em 30/03/2022 06:00
(crédito: Instagram/ reprodução )
A Copa do Mundo do Catar está cada vez mais estrelada. Na terça-feira (29/3), mais três grandes nomes do futebol carimbaram o passaporte para a disputa do torneio mais importante de seleções em 2022. Portugal despachou a Macedônia do Norte, por 2 x 0, e garantiu a quinta participação de Cristiano Ronaldo no torneio. Atual melhor do mundo, Robert Lewandowski estará na disputa após ajudar a Polônia a vencer a Suécia pelo mesmo placar. Com Sadio Mané, Senegal eliminou o Egito ao ganhar por 1 x 0.
CR7 não precisou brilhar para colocar Portugal no Catar. Protagonista da partida no Estádio do Dragão, Bruno Fernandes. O companheiro de Cristiano marcou duas vezes e garantiu ao astro a oportunidade de jogar uma Copa aos 37 anos. Na era dele, inclusive, os lusos jamais ficaram fora de um torneio de grande escalão e chegaram a ganhar a Euro-2016.
Ao garantir a vaga da Polônia marcando um gol — o outro da partida foi de Zielinski —, Lewandowski manteve a tradição de o dono do posto de melhor do mundo estar no Mundial. O feito, porém, frustrou o sonho de outra estrela. Eliminado com a Suécia, Zlatan Ibrahimovic não estará, mais uma vez, presente no principal torneio de seleções do planeta. A chance era, possivelmente, a última do atacante de 40 anos, presente nas Copas de 2002 e 2006.
Mané teve um confronto ainda mais pessoal contra o Egito. Do outro lado, estava Mohamed Salah, com quem brilha vestindo a camisa do Liverpool. Após cada seleção vencer uma partida por 1 x 0, o destino foi selado nos pênaltis. O senegalês fez a parte dele e converteu sua cobrança na vitória na marca da cal por 4 x 2. O egípcio, porém, isolou a bola e a chance de disputar o quarto Mundial na história.
Uma vaga pendente
Na Europa, somente uma vaga para a Copa do Mundo fica pendente. Classificado para a decisão da repescagem, País de Gales aguarda o vencedor de Escócia ou Ucrânia. Devido à guerra no país do Leste Europeu, o jogo foi adiado para 10 de junho. Na ocasião, as seleções irão brigar pelo lugar no Catar sabendo em qual grupo estarão, pois o sorteio das chaves será feito pela Fifa na sexta-feira. Nas Eliminatórias da África, Camarões, Gana, Marrocos e Tunísia também carimbaram o passaporte para a competição.
Correio Braziliense terça, 29 de março de 2022
SAÚDE: ALOPECIA - ENTENDA A DOENÇA ESTOPIM DA AGRESSÃO DE WILL SMITH NO OSCAR
Alopecia: entenda a doença estopim da agressão de Will Smith no Oscar
Doença autoimune que afeta a mulher do ator Will Smith deixa a pessoa sem pelos nas áreas arredondadas e ovais do corpo humano. Mas tem tratamento, inclusive pela rede pública federal
GC
Gabriela Chabalgoity*
postado em 29/03/2022 06:00
(crédito: Reprodução/Instagram @jadapinkettsmith)
Uma doença autoimune foi a causa de uma polêmica na cerimônia do Oscar 2022, no último domingo. O ganhador da estatueta de melhor ator, Will Smith, se revoltou com uma piada que o apresentador da premiação, o humorista Chris Rock, fez com sua mulher, a também atriz Jada Pinkett Smith — que sofre da doença, cuja principal característica é ficar com a cabeça totalmente sem pelos. A imagem da surpreendente agressão foi um dos assuntos mais comentados ontem.
A alopecia areata, porém, não chega a ser uma doença difícil de ser vista. Acomete aproximadamente 2% dos brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde — que, aliás, oferece tratamento na rede pública. É uma condição caracterizada pela perda de pelos em áreas arredondadas e ovais do couro cabeludo ou em outras partes do corpo — como nos cílios, sobrancelhas e barba. A enfermidade afeta ambos os sexos, todas as etnias e pode surgir em qualquer idade, embora em 60% dos casos os portadores da enfermidade tenham menos de 20 anos.
A tricologista Valine de Oliveira explicou que a alopecia se desenvolve quando as defesas do corpo humano interpretam o cabelo como um "invasor" e começa a atacá-lo. "A queda pode acontecer do dia para a noite", disse. Ela salienta que também existe um outro tipo da doença, a androgenética — que deriva de um quadro hormonal.
"O cabelo começa a ser miniaturizado, ou seja, diminui de tamanho e espessura, de forma gradativa. Vai caindo e afinando ao longo do tempo", observou.
De acordo com a especialista, a alopecia areata pode ser causada por disfunções no organismo — como, por exemplo, síndrome do intestino permeável —, mas também pode ser intensificada por fatores emocionais. "É uma doença que afeta muito as emoções e a autoestima. E não é uma alopecia feminina como estão falando. Homens e crianças também podem sofrer com esse tipo", esclareceu.
SAIBA MAIS
Atendimento
O Ministério da Saúde explicou que outras possíveis causas relacionadas à perda de pelos podem ser infecções provocadas por fungos ou bactérias; traumas na região capilar; hábitos compulsivos de arrancar os próprios fios de uma determinada área; excesso de oleosidade, que provoca a dermatite seborreica; aplicação exagerada de produtos químicos; má alimentação e carência de vitaminas; medicamentos ou estresse.
"Independentemente da causa, se é transitória ou definitiva, seja em homens ou mulheres, casos leves, moderados ou graves, o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com estrutura e profissionais especializados para atender, de forma integral e gratuita, a alopecia. O tratamento pode ser iniciado na atenção primária, por meio de uma das unidades básicas de saúde, mas o paciente pode ser encaminhado para a atenção especializada, com atendimento por parte de um dermatologista, se houver necessidade", salienta a pasta.
A dermatologista Adriana Isaac ressaltou que a doença é hereditária — ou seja, se já existem casos na família, as probabilidades de uma pessoa ser acometida pela enfermidade é maior. Além disso, ela ressaltou que a alopecia areata é uma doença crônica, não tem cura. Entre os tratamentos disponíveis para o controle estão o uso de corticoides tópicos e orais para regredir a inflamação e o uso de produtos que estimulem a circulação local, como o minoxidil.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi
Correio Braziliense segunda, 28 de março de 2022
PAULISTÃO: PALMEIRAS CLASSIFICADO PARA A FINAL
Classificação do Palmeiras para final consolida ainda mais o fim da festa do interior nas finais do Paulistão
A classificação do Palmeiras para a final do Campeonato Paulista consolida o fim da festa do interior no estadual mais disputado do país. A contar de 2001, o torneio teve sete finalistas pequenos infiltrados na decisão do título: Botafogo de Ribeirão Preto, São Caetano, Paulista, Ponte Preta, Santo André, Ituano e Audax. Uma das decisões nem gigante teve. A batalha pelo título de 2004, por exemplo, opôs São Caetano e Paulista.
A chave do Paulistão virou. Com o triunfo do Palmeiras por 2 x 1 sobre o Red Bull Bragantino neste sábado, no Allianz Parque, a decisão do títulos será pela quinta edição consecutiva entre clubes gigantes. O Alviverde terá pela frente São Paulo ou Corinthians na disputa pela taça. O Majestoso deste domingo, às 16h, definirá o rival da trupe de Abel Ferreira.
O Palmeiras tem uma vantagem sobre os concorrentes a essa altura da temporada. O teve de atingir o ponto de competitividade mais cedo devido ao Mundial de Clubes da Fifa. Enquanto os demais times tratavam o estadual como período de adaptação, Abel Ferreira encarava o torneio como simulado para os duelos contra o Al Ahly na semifinal e o Chelsea na decisão.
Quando retornou ao Brasil, o Palmeiras estava voando baixo. A prova final foi a série de três vitórias consecutivas nos clássicos contra Santos, São Paulo e Corinthians. Os arquirrivais faziam ajuste e a engrenagem do atual bicampeão da Libertadores funcionava a todo vapor.
Últimas finais do Estadual
Pequenos não chegam na decisão desde o vice da Ponte Preta, em 2017
2022 – Palmeiras x Corinthians ou São Paulo
2021 – São Paulo x Palmeiras
2020 – Palmeiras x Corinthians
2019 – Corinthians x São Paulo
2018 – Corinthians x Palmeiras
Além do ritmo de jogo intenso desde o início da temporada devido ao Mundial de Clubes, o Palmeiras em um trabalho estável e em evolução. Abel Ferreira procura outras formas de jogo. Ele sente falta de um centroavante para ter mais variações, mas enquanto o novo não chega, ele cria novos repertórios. Basta prestar atenção, por exemplo, nas jogadas ensaiadas e na tentativa de construir os lances lá de trás, a partir do sistema defensivo. Assim saiu o gol anulado de Gustavo Scarpa, por exemplo. Marcos Rocha tabelou com Rony e o atacante acionou Dudu em velocidade na direita. Scarpa estava um pouquinho à frente.
A bola parada é outro veneno alviverde. A cobrança de falta de Scarpa encontrou Gustavo Gómez na entrada da pequena área do Bragantino, mas o beque estava impedido. As alternâncias de jogadas pelas pontas também são atalhos quase infalíveis para o gol. Assim saiu o segundo gol alviverde marcado por Rony. Antes, o zagueiro Murilo havia aberto o placar depois de uma trama entre Marcos Rocha e Scarpa na direita e cruzamento para a área.
O Palmeiras está claramente em outra rotação em relação aos concorrentes. Resta saber até quando o time suportará essa intensidade precoce provocada pela necessidade de chegar na ponta dos cascos ao duelo com o Chelsea. A temporada encurtada pelo início da Copa do Mundo, em novembro, cobrará caro até mesmo de elencos sortidos como os de Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras. O títulos paulista está cada vez mais perto da Academia, mas este elenco conseguirá suportar a rotina de jogos às quartas e domingos depois de abrir o ano a todo gás mirando a final contra o Chelsea? A resposta será dada nos próximos meses…
Correio Braziliense domingo, 27 de março de 2022
SAÚDE: COM IOGURTE E VINHO, COMBO ALIMENTAR É APOSTA DE MÉDICOS CONTRA DIABETES
Com iogurte e vinho, combo alimentar é aposta de médicos contra diabetes
Estudos recentes indicam a possibilidade de se proteger do distúrbio metabólico ajustando a dieta e mudando a flora intestinal
VS
Vilhena Soares
postado em 27/03/2022 06:00
(crédito: AFP / FRANCK FIFE)
O consumo de determinados alimentos pode ajudar a blindar o corpo do diabetes tipo 2, revelam estudos científicos recentes. Pesquisadores observaram efeitos protetores associados ao consumo de vinho e iogurte e que mudanças na microbiota intestinal — bactérias presentes no órgão cuja composição é alterada pela dieta — podem indicar precocemente o problema.
"Uma estratégia viável é identificar os primeiros sinais do diabetes tipo 2 para tomar medidas preventivas, como modificar o estilo de vida", afirma, em comunicado, Matti Ruuskanen, pesquisador da Universidade de Turku, na Finlândia. Com esse objetivo, Ruuskanen e colegas resolveram estudar se esses sinais precoces poderiam vir da microbiota humana. A equipe avaliou os registros de saúde de mais de 5 mil pessoas e analisou, periodicamente, amostras fecais dos participantes durante quase 16 anos.
Assim, identificaram seis grupos bacterianos, todos pertencentes à família Lachnospiraceae, associados a um risco maior de desenvolvimento da doença. Os grupos bacterianos haviam sido ligados a diabetes em investigações de outras enfermidades metabólicas, como a doença hepática.
Para o grupo finlandês, as informações de agora podem ajudar a identificar o desenvolvimento da doença logo em seus primeiros sinais, permitindo, assim, uma mudança comportamental como estratégia preventiva.
André Marette avaliou efeitos do iogurte depois de 10 semanas(foto: Michel Paque/Divulgação)
"Trabalhos anteriores identificaram vários fatores de risco para o diabetes tipo 2, como genética, estilo de vida e fatores ambientais. Além disso, mudanças na composição do microbioma intestinal foram associadas a essa enfermidade. Mas esses trabalhos relataram apenas diferenças entre voluntários saudáveis e aqueles já diagnosticados com a doença. Pela primeira vez, temos alterações que podem predizer a enfermidade", explica Ruuskanen.
Simone Leite, endocrinologista do Hospital Santa Marta, em Brasília, conta que a análise da microbiota tem sido um segmento de pesquisa importante para entender várias patologias, com um aumento expressivo de projetos nessa área nos últimos anos. "Além do diabetes, sabemos da relação das bactérias intestinais com a obesidade. Estudos já mostraram que um indivíduo magro tem uma microbiota diferente da de um obeso", ilustra.
A médica concorda com a possibilidade de os dados obtidos pela equipe finlandesa abrirem as portas para novas terapias. "Já fazemos o implante de conteúdo fecal, que é extraído de um grupo populacional saudável para outro que tem predisposição a doenças metabólicas a fim de reverter esse quadro. Possivelmente, teremos um cenário diferente no futuro. Acredito que vamos conseguir determinar se a microbiota de um indivíduo apresenta riscos maiores de determinadas doenças, como o diabetes, por meio de sua etnia. Isso vai ser uma análise mais de grupo, não individual, já que essa avaliação personalizada é algo muito trabalhoso, explorada mais em análises científicas mesmo", opina.
Metabólitos
Uma equipe do Canadá decidiu apostar em uma suspeita médica mais antiga para também evitar a doença metabólica. "Profissionais da área sabem, há alguns anos, que comer iogurte está associado a um risco reduzido de diabetes, mas as razões por trás desse efeito de defesa não são bem claras", escreveram os autores do estudo, divulgado na Nature communications.
Em busca de respostas, a equipe alimentou um grupo de ratos com uma dieta rica em açúcares e gorduras e, para metade dos animais, também forneceu duas pequenas porções diárias de iogurte. Após 10 semanas, constatou-se que os roedores que ingeriram o alimento lácteo apresentaram melhor controle de açúcar no sangue, resistência à insulina e função hepática.
Na segunda parte do estudo, os cientistas analisaram todos os metabólitos presentes no fígado das cobaias e encontraram uma quantidade maior de hidroxiácidos de cadeia ramificada (BCHA) naquelas que comeram iogurte regularmente.
"No grupo que não recebeu esse alimento, a quantidade desses metabólitos na corrente sanguínea e no fígado diminuiu com o ganho de peso. No grupo que consumiu, a quantidade foi parcialmente mantida", relata, em comunicado, André Marette, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Laval e um dos autores do estudo.
Também coautora, Hana Koutnikova explica que os BCHA são encontrados em produtos lácteos fermentados e são particularmente abundantes em iogurte. "Nosso corpo os produz naturalmente, mas o ganho de peso parece afetar o processo", diz. A aposta do grupo é de que esse metabólito tenha alguma ligação com o efeito protetivo ao diabetes.
Agostinho Moreira, médico especialista em longevidade saudável da clínica Viva Mais, em Brasília, considera os dados da pesquisa interessantes e pondera que devem ser levados em conta outros dados antes de considerar o iogurte um alimento que protege o organismo contra a doença metabólica.
"Essa melhora no metabolismo estaria associada ao consumo diário do iogurte devido ao perfil nutricional rico desse alimento. Mas cabe lembrar que grande parte dos iogurtes encontrados em supermercados não tem bactérias diversificadas, e, sim, compostos repletos de produtos químicos para melhora de textura, sabor e conservação", justifica.