Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 17 de julho de 2020

DEMI MOORE APARECE LOURA PARA NOVA SÉRIE

 

Demi Moore aparece loura para nova série

A adaptação de 'Admirável Mundo Novo' já estreou fora do país
 
Demi muda o visual para nova personagem Foto: Instagram
Demi muda o visual para nova personagem Foto: Instagram
 

Curtas ou longas, Demi Moore é conhecida por suas madeixas escuras. Mas com a estreia de 'Admirável Mundo Novo', série da USA Network, ela pôde mostrar o novo visual com cabelo platinado em seu Instagram. A atriz não esclareceu se pintou o cabelo de loiro ou estava usando uma peruca, mas os fãs e familiares acharam que estava irreconhecível de qualquer maneira.

 
 
 
Linda em Admirável Mundo Novo Foto: Peacock / NBCU Photo Bank via Getty Images
Linda em Admirável Mundo Novo Foto: Peacock / NBCU Photo Bank via Getty Images

Confira: Demi Moore e Rumer Willis: quem é a mãe quem é a filha?

A série, baseada no livro homônimo, é uma distopia onde a sociedade atingiu paz e tranquilidade abrindo mão da monogamia, privacidade, dinheiro, família e história. Além de Moore, que interpreta a personagem Linda, outros nomes confirmados no elenco são Kylie Bunbury, Hannah John-Kamen, Sen Mitsuji, Joseph Morgan e Nina Sosanya.

O visual clássico de Demi Moore Foto: Victor Boyko / Getty Images
O visual clássico de Demi Moore Foto: Victor Boyko / Getty Images

 


O Globo quinta, 16 de julho de 2020

EM NOVO LIVRO, NEI LOPES REVISITA ORÁCULO DOS ORIXÁS

 

Em novo livro, Nei Lopes revisita oráculo dos orixás: 'O mundo deve muito à África'

Enquanto vibra com ebulição antirracista em vários países, pesquisador lança obra sobre culto ao oráculo de Ifá, cuja prática vem sendo resgatada no Brasil
 
Em seu 40º livro, Nei Lopes resgata o culto de Ifá, presente em manifestações do canbomblé, no Brasil, e na santería de Cuba Foto: Jefferson Mello
Em seu 40º livro, Nei Lopes resgata o culto de Ifá, presente em manifestações do canbomblé, no Brasil, e na santería de Cuba
Foto: Jefferson Mello
 
 

RIO — Nei Lopes conta que, quando adolescente, na mesa de jantar de sua casa no Irajá, Zona Norte do Rio, não se podia falar sobre racismo. “Tá querendo imitar americano?”: esta era a resposta que ele ouvia, em referência ao despertar do Movimento pelos Direitos Civis nos EUA, nos anos 1950.

— Não sei nada sobre minha ancestralidade — conta ele, que perdeu o pai aos 17 anos.

Se o passado é nebuloso, Nei recorre justamente à ancestralidade africana para olhar para o futuro. Da sabedoria do continente de seus antepassados vem Ifá, um oráculo do povo iorubá e tema do novo livro do pesquisador e notório sambista de 78 anos, “Ifá Lucumí — O resgate da tradição” (Pallas Editora). Nele, apresenta pesquisa aprofundada sobre um rito do candomblé ligado ao orixá do destino, Orunmilá, e de uso exclusivo dos babalaôs.

No livro, Nei disseca a relevância que o culto a Ifá tem em Cuba, onde tal vertente religiosa é muito forte como parte da tradição lucumí. Já no Brasil, sua prática perdeu força no começo do século XX, com o rito oracular do babalaô sendo substituído pelo jogo de búzios das ialorixás e babalorixás. Mas, conta ele, felizmente os anos recentes têm registrado um aumento de interesse em reavivá-lo.

‘Babalaô acadêmico’

Nei conseguiu se debruçar sobre a pesquisa de Ifá em 2017, quando levou de presente ao padrinho de candomblé um exemplar do seu “Dicionário de História da África”. Em troca, recebeu um pedido para resgatar o rito. Mas suas primeiras incursões no assunto, na verdade, remontam há quase 30 anos.

— O Ifá é um sistema que reúne análise combinatória, filosofia e arte. É um manual de vida, feito para se tomar as melhores decisões e sair de situações adversas.

 
Ilustração do livro 'Ifá Lucumí - O resgate da tradição' Foto: Pedro Rafael
Ilustração do livro 'Ifá Lucumí - O resgate da tradição' Foto: Pedro Rafael

Porém, Nei ressalta que seu livro não tem a intenção de ensinar ninguém a praticar o culto a Ifá. Esta é uma função restrita aos babalaôs. Ele, aliás, foi consagrado como tal há quatro anos, mas prefere se manter como um “babalaô acadêmico”, por assim dizer. Papel importante na defesa de uma tradição que, em 2008, se tornou, pelas mãos da Unesco, Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Apesar desta valorização institucional do culto a Ifá, Nei enxergava a necessidade de expor ainda mais ao mundo, e sob seu olhar, o singelo pedido feito pelo seu padrinho há três anos.

— Quero mostrar que existe muita filosofia dentro desse conjunto de contribuições culturais africanas ao Brasil — diz o autor, que com este chega ao 40º livro (em dezembro, lançou “Afro-Brasil reluzente: 100 personalidades notáveis do século XX”).

E a atuação de Nei vem sendo travada em um triste cenário de perseguição a religiões de matriz africana. Apenas no Rio, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa contabilizou 201 casos de agressões e ameaças em 2019, mais que o dobro de 2018 (92).

Um panorama que dialoga diretamente com o debate racial, tão efervescido em 2020 com os desdobramentos do assassinato de George Floyd, nos EUA, o movimento #VidasNegrasImportam, os protestos antirracistas ao redor do mundo. E a derrubada de estátuas como a do mercador de escravos Edward Colston, em Bristol, na Inglaterra, substituída ontem por outra, de uma manifestante negra.

 

— Toda esta ebulição é prenúncio de um novo tempo. Dá a impressão que é modismo, mas não é. Não há grandes transformações sem componentes de violência — destaca Nei, referindo-se à destruição de monumentos. — Estas estátuas deveriam estar em museus ou qualquer outro lugar de memória, mas não nas ruas. Fica parecendo uma afronta, um achincalhe, um desrespeito a quem sofreu nas mãos destas pessoas. São figuras históricas, mas marcadas por crimes.

‘Carnaval, só com vacina’

Capa de 'Ifá Lucumí - O resgate da tradição' Foto: Divulgação
Capa de 'Ifá Lucumí - O resgate da tradição' Foto: Divulgação

Para Nei Lores, a conscientização que se vê hoje “é bacana”. Bem diferente dos tempos em que levava pito por falar de racismo durante o jantar.

— É preciso que todos saibam o quanto o mundo deve à África. Modos de vida foram destruídos pelos europeus, e um dia terá de haver uma compensação.

Em relação ao panorama cultural do país, Nei demonstra preocupação. Para ele, o país passa por um processo de desmonte institucional.

'Nada digo de ti, que em ti não veja'Eliana Alves da Cruz traça paralelo entre o Brasil do século XVIII e o atual em novo livro

— Para essa gente, o popular é considerado algo menor, folclórico. Mas não há de ser nada, o poder é transitório, mas nosso trabalho fica para a posteridade — diz o mestre, em quarentena e sem muito otimismo sobre o futuro da folia. — Carnaval, nem pensar, né? Só com vacina. Mas tudo bem, o samba não é episódico. Ele não vai morrer porque jamais agonizou, está sempre se reinventando. Inclusive, já tenho observado algumas movimentações nesse sentido, mas fica para um papo quando estiver lançando um novo livro.


O Globo terça, 14 de julho de 2020

CANTORES LATINOS COMPÕEM INSPIRADOS PELA PANDEMIA DE COVID-19

 

Da Argentina ao México, cantores latinos compõem inspirados pela pandemia de Covid-19

Grupo de Diários da América (GDA) seleciona canções feitas durante a quarentena; Adriana Calcanhotto é a indicada do Brasil
 
Anna Carina Copello, Carlos Rivera, Adriana Calcanhotto e Jorge Drexler Foto: Divulgação e Leo Aversa
Anna Carina Copello, Carlos Rivera, Adriana Calcanhotto e Jorge Drexler Foto: Divulgação e Leo Aversa
 
 

O isolamento imposto a boa parte do mundo calou fundo nos compositores da região. Dez jornais do Grupo de Diários América (GDA), do qual o GLOBO faz parte, selecionam canções de artistas de seus países feitas sob impacto do isolamento causado pela Covid-19. "O que temos", feita por Adriana Calcanhotto para o álbum ‘Só’, todo gravado no confinamento, foi a indicada do Brasil. Conheça as outras nove abaixo.

Carlos Rivera viu sua carreira decolar com a participação no reality show "La Academia". Tempos depois, foi escalado para protagonizar o musical "O rei leão" na Espanha e no México, no papel de Simba. Foi apresentador dos programas de televisão "La Voz México" e "Quién es la máscara", ambos do canal Televisa, e gravou cinco discos.

No fim de maio, lançou "Ya pasará". Ele explica: "Começamos esta canção faz dois anos, mas não havíamos terminado. Passou o tempo, e enquanto estava na quarentena me dei conta de que uma das frases mais repetimos é ‘ahora que pase' (que passe logo); aí me lembrei de que a frase estava nesta canção e corri para conclui-la. Um dos comentários no vídeo conta que os médicos colocavam esta canção para motivar os pacientes de Covid".

Colômbia. Marta Gómez, 41 anos

Formada na tradicional escola de música de Berklee, em Boston (EUA), Marta já foi indicada algumas vezes ao Grammy Latino, vencendo em 2014 a categoria de álbum infantil. Ela conta com uma discografia de 17 álbuns.Atualmente, ela vive em Barcelona, mas mantém forte vínculo com a música colombiana e com a matriz latino-americana" que se nutre de múltiplas influências de Argentina, Paraguai, Brasil e Peru.

 

Ao longo da carreira, a cantautora conseguiu atrair um grupo extenso de seguidores, mesmo sem chegar a emissoras de televisão e rádio. Seus shows são intimistas mas costumam ter casa cheia, graças ao boca a boca e às redes sociais. Agora, tem conseguido atrair milhares de pessoas com seu olhar esperançoso diante da pandemia. Na capital da Catalúnia ela criou e gravou duas canções durante a quarentena, "Emergência" e "Por hoy". Sobre esta última, ela explica: "Surgiu da nostalgia e do medo... E de pensar em quanto sinto falta dos cafés, dos ensaios e dos shows" junto com sua banda. 

Argentina. Andrés Ciro Martínez, 52 anos

Andrés Ciro ficou conhecido como vocalista da banda Los Piojos, uma das mais populares da cena roqueira argentina dos anos 90. Com o fim do grupo, em 2009, formou um novo conjunto, Ciro y Los Persas, em atividade até hoje. Agora, durante a quarentena, os Persas gravaram, cada um de sua casa, um hit antigo dos Piojos com nome bem sugestivo, "Todo pasa".

Mas o cantor de 52 anos, que toca gaita e guitarra em suas apresentações, fez uma canção nova inspirado na pandemia. Em "Moby Dick", traça um paralelo entre a luta travada pela tripulação contra a baleia, da história clássica de Herman Melville, com os esforços coletivos que a população está fazendo para superar a Covid-19. Em suas redes, Ciro avisou que a renda gerada pela reprodução da canção será destinada à Cruz Vermelha argentina.

Brasil. Adriana Calcanhotto, 54 anos

Uma das grandes compositoras do país, Adriana Calcanhotto já teve canções gravadas por nomes como Maria Bethânia, Gal Costa, Marisa Monte e Ney Matogrosso, além de lançar 15 discos autorais. Por conta da pandemia, a cantora se viu impossibilitada de voltar a Portugal, onde daria pelo terceiro ano um curso na Universidade de Coimbra. Recolhida em sua casa no Rio de Janeiro, passou a compor todos os dias. Em junho, ela lançou no Brasil seu último trabalho, "Só", com nove canções criadas e gravadas num período de 43 dias de isolamento social. Uma delas é "O que temos", com versos como "O que temos são janelas" e "Nós estamos amontoados e sós".

"Essa canção sintetiza as coisas que estão no álbum. A compus pensando nas pessoas em suas casas. Pensando nas pessoas sozinhas. Pensando nessa ideia da solidão urbana, e sobre como temos que agir. Como (o poeta) Ferreira Gullar dizia: "A vida é a gente que inventa". Então "O que temos" tem essa noção. E ela é bem imagética: Eu ouço ela e vejo um lugar como o Copan (famoso edifício em São Paulo) com pessoas empilhadas, porém sozinhas."

Uruguai. Jorge Drexler, 55 anos

Maior expoente da música uruguaia no mundo, Jorge Drexler vive na Espanha há mais de 20 anos. Vencedor do Oscar de melhor canção por ""Al otro lado del río", da trilha sonora do filme "Diários de motocicleta", o cantor e compositor tem uma carreira internacional com proposta artística que, apesar de personalíssima, bebe na raiz do folclore e da escola de violão dos principais mestres uruguaios.

 

Em março, dias antes de o Uruguai anunciar o primeiro caso positivo de coronavírus, mas com a Espanha já colapsada pela pandemia, Drexler surpreendeu com uma composição minimalista fiel a seu estilo, chamada "Codo con codo" ("cotovelo com cotovelo") e inspirada, justamente, na impossibilidade de beijar e abraçar os outros. "Enfrento essas angústias escrevendo e empunhando o violão. Tentando entender esta época em que a maneira de mostrar afeto por outra pessoa passa por não lhe dar a mão, para que o vírus não se propague", explica ele.

Peru. Anna Carina Copello, 38 anos

Cantora e compositora pop, a peruana Anna Carina participou de campanhas solidárias em diversos momentos da carreira. Com diversos discos lançados, como "Algo personal" (2002), "Espiral" (2005) e "Sola y bien acompañada" (2015), Anna venceu a categoria Melhor artista latino-americano" do Prêmio MTV EMA 2013. Em junho, ela revelou em suas redes sociais ter contraído Covid-10, apesar de ter respeitado o isolamento social. Em abril, ela lançou "Unidos", canção que tem a colaboração do rapper Jaze.

"'Unidos' é uma canção inspirada na crise sanitária mundial que estamos vivendo atualmente e nos ensinamentos que nos deixam esses tempos complicados", diz ela. "Ter contraído Covid-19 e superado a doença me deixou um grande ensinamento: que os momentos de crise são aqueles em que mais temos que manter a fé e ter a fortaleza de seguir adiante apesar da adversidade". 

Costa Rica. Tapón, 40 anos

Com mais de 25 anos de trajetória artística na Costa Rica, Tapón é um dos representantes mais fortes do gênero urbano do país. Criado em um bairro humilde da capital San José, logo demonstrou facilidade e talento para o rap, gênero com que se firmou na indústria musical local. Atualmente segue cantando, mas se destaca também como produtor.

Em maio, lançou a canção "Heroes", com clipe que celebra os profissionais de saúde e conta com a participação de personalidades do país, como apresentadores, atores e jogados de futebol. "A motivação vem do agradecimento. Sabemos que há milhares de pessoas pelo mundo, sobretudo os trabalhadores da sáude, que apesar de serem anônimos merecem toda a gratidão", explicou o artista. "Eles precisam saber que não estão sozinhos."

Chile. Andrés de León, 45 anos

Conhecido desde a infância no Chile, por ter sido ator-mirim do "Clan Infantil" do programa "Sábados Gigantes", Andrés se tornou um cantor e compositor romântico consagrado no país. Hoje, ele celebra 25 anos de carreira, uma história em que combinou seu trabalho como intérprete e autor de temas para outros artistas, além de gravar com nomes como Albert Hammond e Toni Braxton.

No fim de junho, ele lançou o clipe de "Abrazarte Otra Vez", que contou com a participação de personalidades locais como o ex-jogador de futebol Marcelo Barticciotto e a comediante Maitén Montenegro.

 

"Comecei a escrever a canção no início de maio, quando a curva de contágio estava crescendo muito rápido em Chile", conta ele. "Sinto que um dos temas mais honestos que fiz, quando canto 'Desespero, vontade de gritar, esta saudade e este confinamento se fazem eternos', que aborda o que sentimos, mas logo foca na esperança de que poderemos voltar a nos abraçar em breve, quando tudo isso passar.

Venezuela. Franco De Vita, 66 anos

O veterano compositor, multiinstrumentista e produtor musical nasceu em Caracas em 1954 e vive na Espanha há décadas. De Vita vendeu mais de 25 milhões de discos, venceu várias categorias do Grammy Latino e tem vídeos de perfomances ao vivo na lista dos mais vistos no YouTube. Um dos grandes expoentes do pop venezuelano dos anos 80, ele também é o autor de hits nas vozes de Ricky Martin e Luis Fonsi.

Em junho, ele compôs e lançou "Frágiles" para refletir sobre a pandemia. Dedicou a obra "aos que estão na linha de frente". "Nunca pensei que um abraço me faria tanta falta como agora", diz o primeiro verso da canção, referindo-se ao isolamento social imposto em todo o mundo.

El Salvador. Prueba de Sonido, "Pueblo de fe"

"Los Prueba", como carinhosamente são chamados pelo público, tem 25 anos de trajetória e um hit que alcançou sucesso internacional: "Hacer nuestro el universo". Agora, na pandemia, o vocalista Alex Oviedo e seus companheiros gravaram juntos a canção "Pueblo de fe".

 

Foram surpreendidos com a notícia de que a canção seria tocada na rádio do Vaticano. E chegaram a dar entrevista para o site da emissora. "Para mim significou muito. Estando amarrados e sem poder tocar em palcos físicos, nos esquecemos de que a música tem esse poder de transcender fronteiras, doenças, problemas. Quisemos mostrar que com um pouco de fé podemos chegar a muitos corações com uma mensagem positiva", disse Oviedo.


O Globo segunda, 13 de julho de 2020

KELLY PRESTON SE ENCANTOU: ATRIZ, MULHER DE JOHN TRAVOLTA, MORRE AOS 57 ANOS, VÍTIMA DE CÂNCER

 

Atriz Kelly Preston, mulher de John Travolta, morre aos 57 anos, vítima de câncer

Notícia foi dada pelo prórprio marido
 
John Travolta e Kelly Preston no Festival de Cannes, em 2018 Foto: Eric Gaillard / REUTERS
John Travolta e Kelly Preston no Festival de Cannes, em 2018 Foto: Eric Gaillard / REUTERS
 
 

A atriz americana Kelly Preston, que trabalhou em filmes como "Jerry Maguire", faleceu aos 57 anos, vítima de câncer de mama, anunciou seu marido, o ator John Travolta. Ela se casou com Travolta em 1991. O casal teve três filhos — o mais velho deles faleceu em 2009 aos 16 anos.

Um representante da família informou à revista People que Preston faleceu na manhã de domingo. "Ela optou por manter sua luta de maneira privada, estava em tratamento médico há algum tempo, apoiada por sua família mais próxima e amigos", afirmou o representante, citado pela revista.

Nascida em 13 de outubro de 1962 no Havaí, Preston estudou arte dramática na Universidade do Sul da Califórnia. A atriz se tornou conhecida por seu papel no filme "Irmãos Gêmeos" em 1988, ao lado de Arnold Schwarzenegger e Danny DeVito.

Trabalhou em dezenas de filmes e séries durante a carreira. Na comédia romântica "Jerry Maguire" (1996), Preston interpretou a ex-namorada do personagem de Tom Cruise.


O Globo domingo, 12 de julho de 2020

CENTENÁRIO DE ELIZETH CARDOSO: COMEMORAÇÕES

 

Centenário de Elizeth Cardoso é comemorado com relançamento de discos, lives e shows virtuais

Clássicos como 'Elizeth sobe o morro' e 'Todo o sentimento' chegam pela primeira vez às plataformas de streaming
 
A cantora Elizeth Cardoso, cujo centenário é comemorado no dia 16 de julho de 2020 Foto: Acervo de família
A cantora Elizeth Cardoso, cujo centenário é comemorado no dia 16 de julho de 2020 Foto: Acervo de família
 
 

RIO — Antes de ser conhecida como “Enluarada”, “Magnífica” ou “Divina”, Elizeth Cardoso (1920-1990) trabalhou como cabeleireira, balconista, operária e dançarina, entre outras atividades. De sua estreia no rádio, em 1936, até o fim da vida, a artista gravou e trabalhou intensamente, consagrada como uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, formando gerações de intérpretes que até hoje reverenciam o seu legado.

 Na semana de seu centenário, lives, espetáculos on-line e a reedição de 27 discos, que chegam pela primeira vez às plataformas de streaming, celebram a vasta obra e carreira da artista, que atravessou seis décadas.

— Pode-se afirmar que Elizeth continua sendo a mais moderna das modernas cantoras brasileiras. Seu lugar na história está garantido, e sua dignidade será sempre lembrada — afirma o compositor Hermínio Bello de Carvalho, que foi amigo íntimo e produtor de diversos LP’s de Elizeth. — Quem não sabe a importância dela, precisa conhecer.

Entre a série de tributos programados, um dos mais aguardados é o lançamento digital de 26 álbuns do acervo da cantora na Copacabana, que a Universal Music, detentora do arquivo da extinta gravadora, disponibiliza na internet a partir de quinta-feira, quando serão comemorados os 100 anos da carioca. Serão 17 discos de carreira, além de um projeto coletivo, um EP de raridades e sete compilações. Entre as pérolas, “Elizeth sobe o morro” (1965), no qual ela canta Nelson Cavaquinho, Zé Keti, Cartola e a então revelação Paulinho da Viola. Outros jovens cantados no disco foram Elton Medeiros e Hermínio, que contribuíram com a parceria “Folhas no ar”.

— Lembro da Elizeth, depois de assistir à estreia de "Rosa de Ouro” (espetáculo idealizado por Hermínio em 1965). À porta do teatro, falou comigo : "Você vai produzir meu próximo disco". Minha carreira de produtor começava ali — relembra.

 

Outro clássico que chega ao streaming é o póstumo “Todo o sentimento”, com o violonista Raphael Rabello (1962-1995), que ganha nova edição da Biscoito Fino.

— Esse álbum todo é uma aula — resume a cavaquinista Luciana Rabello, irmã de Raphael, que tocou com Elizeth, entre idas e vindas, de 1979 a 1988. — Ela se tornou uma amiga, uma referência feminina, de dignidade, de comportamento, de artista. Ela juntava delicadeza, firmeza e elegância. Era uma dama.

Precursora da bossa nova

Elizeth nasceu no bairro de São Francisco Xavier, próximo ao Morro da Mangueira. Quando era adolescente, Jacob do Bandolim a ouviu cantando num sarau realizado por seus pais, e a levou para um teste na Rádio Guanabara, em 1936. Ela foi aprovada, mas o sucesso demoraria a chegar. Entre a estreia nas ondas do rádio até seu primeiro êxito, “Canção de amor” (Chocolate/Elano de Paula), foram 14 anos.

No final da década de 1950, quando já era considerada uma das grandes divas do rádio, do samba-canção e das principais boates, ela gravou “Canção do amor demais”, disco que lançava a parceria entre Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Em duas faixas, “Chega de saudade” e “Outra vez”, havia os primeiros registros da batida diferente do violão de um tal João Gilberto. Era o pontapé inicial da bossa nova.

 

— É um de seus discos mais cultuados, mas teve uma venda ínfima na época de seu lançamento. E olhe que era um repertório da maior qualidade, era a obra de Tom e Vinicius, num disco até hoje atualíssimo — diz Hermínio.

O LP marca também uma das maiores características de Elizeth: a inquietação que a levaria a atualizar constantemente seu repertório, passeando por diversos gêneros, lançando novos compositores e se mantendo sempre contemporânea e atual.

— Não se pode falar de música brasileira sem falar de “Canção do amor demais” — afirma Haroldo Costa, responsável pelo epíteto de “Divina”. — Foi uma casualidade. O Sergio Porto me pediu para atuar como interino de sua coluna no jornal “Última hora”. E eu escrevi que ela foi divina na estreia de um show em São Paulo. E pegou.

E foi fácil de pegar. Sua voz grave, de timbre raro e repleta de emoção, influenciou dezenas de intérpretes.

'História de filme americano'

Alguns de seus discípulos foram Alaíde Costa, Ayrton Montarroyos, Claudette Soares, Eliana Pittman, Leci Brandão e Zezé Motta. Todos estão em “Elizeth Cardoso — 100 anos”, disco que a Biscoito Fino lança nas plataformas no dia 31.

 

— Ela marca a história da música brasileira como a ponte entre a música tradicional e a moderna — avalia Thiago Marques Luiz, produtor do projeto. — A história dela é linda, tem todos os ingredientes de um filme.

Se chegasse aos cinemas, os roteiristas teriam trabalho com tantas reviravoltas. Até alcançar o reconhecimento artístico, Elizeth também trabalhou em cabarés, clubes noturnos, circos do subúrbio carioca, onde se apresentava com Grande Otelo — um dos muitos pretendentes rejeitados por ela, assim como Vinicius e Ary Barroso —, e como taxi girl (dançarina).

— No Dancing Avenida, ela trabalhava basicamente para conseguir um prato de comida, porque não a chamavam para dançar. Seu único casamento durou poucos meses (com Ari Valdez, em 1939). Eles se separaram quando ela estava grávida do meu pai. Se hoje ainda é difícil, imagina naquela época? Foi muito duro — comenta Paulo Valdez Jr., neto de Elizeth.

A trajetória de vida da cantora foi contada pelo jornalista Sérgio Cabral na biografia “Elisete Cardoso, uma vida” (Lumiar, 1994). E ela entendia o que expressava em suas canções sobre dor de cotovelo. Além do casamento meteórico, um namorado, o compositor Evaldo Ruy, teria lhe telefonado antes de cometer suicídio, em 1955. Na época do lançamento do livro, Cabral falou ao GLOBO que “ela foi infeliz no amor, gostava de ser dona de casa e nasceu para casar. É história de filme americano.”

 

— O Vinicius me deu “Apelo”, que ele fez com o Baden Powell. Por causa de um contrato, demorou para sair, e a Elizeth gravou antes. Quando me encontrou, ele falou: “Tá vendo? Era ela mesma quem devia ter gravado, a Elizeth já passou por muita coisa na vida” — conta Claudette Soares .

Admiradores internacionais

Em 1964, a cantora derrubou o preconceito quando arrebatou a plateia de um Teatro Municipal lotado para interpretar as "Bachianas brasileiras nº5", de Villa-Lobos. Outro momento marcante ocorreu em 1968, no Teatro João Caetano, quando Elizeth fez um show histórico ao lado de Jacob do Bandolim e do Zimbo Trio, unindo o choro ao jazz. Produtor do espetáculo, Hermínio lembra que teve dificuldades com o genial descobridor da cantora:

— Lembro de Jacob meio aterrorizado com aquela experiência nova de gravar ao vivo. Estava intratável, cabreiro e nervoso, veja só!

Apesar de muitas vezes negligenciada pelas gravadoras, Elizeth seguiu até o fim da vida produzindo muito e com a mesma simplicidade e elegância. E seguiu angariando fãs ao redor do mundo. Entre eles, Louis Armstrong, Nat King Cole e Quincy Jones. Sempre humilde, contudo, ela demorou para ficar confortável no papel de “Divina”.

 

— Vale ressaltar também a admiração que Sarah Vaughan nutria por Elizeth. Aliás, Sarah a aconselhou que nunca rejeitasse o título de Divina, título que ela, Sarah, também ostentava: "The Divine one" — comenta Hermínio.

Amiga de Elizeth, Áurea Martins lembra da generosidade da estrela:

— Ela foi uma madrinha para mim. Como me achava muito magra, um dia me convidou para a casa dela para tomar Sustagen — conta, gargalhando. — Ela tinha muito bom gosto, sabia que seu repertório passaria atual durante décadas. E ela vai atravessar épocas também.

Lives para Elizeth Cardoso

Museu da Imagem e do Som

Terça (14/7), às 18h, no Facebook (/mis.rj), o MIS promove bate-papo sobre o centenário de Elizeth Cardoso, com Haroldo Costa, Paulo Valdez, seu neto, e Pedro Ernesto Marinho.

Teatro Rival Refit

Com produção de Marcus Fernando, a casa realiza uma maratona de quatro horas, com canções e conversas. Participam nomes como Áurea Martins, Joyce Moreno e Simone. Quinta (16/7), às 16h, no Instagram (@teatro.rival.refit).

Nina Wirtti

A companhada por João Camarero (violão), Guto Wirtti (baixo) e Luis Barcelos (bandolim, )a cantora celebra a Divina. Dia 20, às 17h, no YouTube (/ninawirtti).

 

Mônica Salmaso

Até o final do mês, a cantora disponibiliza show dedicado a Elizeth, em pré-estreia da plataforma on-line da Casa do Choro, onde ela faria duas apresentações em homenagem à Divina, canceladas pela pandemia.

Dez LP's essenciais que chegam ao streaming

Discípulas celebram a Divina

Claudette Soares: “Ela tinha uma visão musical muito moderna. Foi uma diva, a estrela maior dos Anos Dourados”

Áurea Martins: “O sentimento dela, como ela encarnava o texto... A Elizeth vivia para a música”

Ilessi: “Elizeth é um divisor de águas na música brasileira, dona de um timbre inconfundível"

Juliana Linhares: “Quando penso nas grandes cantoras, a memória vibra os vibratos de Elizeth”

Mônica Salmaso: “A Elizeth é a professora, a cantora-mãe. Ela tinha uma intuição musical brilhante, tudo está lá”

Nina Wirtti: “A voz, a técnica apurada, uma pessoa maior. É divina, mesmo. É imortal, segue viva”

Simone: “Eu a conheci ainda criança. Elizeth era uma dama, tinha postura de rainha, sempre foi a Divina"

Simone Mazzer: "Não vejo como ser cantora sem passar pela Elizeth Cardoso"

Ayrton Montarroyos: "Ela soube se renovar, acompanhar a dinâmica da música de todas as épocas"


O Globo sábado, 11 de julho de 2020

CONMEBOL APROVA A VOLTA DA LIBERTADORES EM SETEMBRO

 

Conmebol aprova volta da Libertadores em setembro e final em janeiro; Eliminatórias vão para outubro

Entidade prevê calendário também da Sul-Americana até início de 2021
 
Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol Foto: Divulgação/Conmebol
Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol Foto: Divulgação/Conmebol
 
 
O GLOBO apurou ainda que a retomada da Sul-Americana, por sua vez, será na semana de 27 de outubro. A decisão também será em janeiro de 2021.

MAIS:Como a CBF pretende montar o calendário brasileiro até a Copa de 2022

Na conversa desta sexta, os dirigentes da Conmebol não discutiram se o Maracanã está mantido ou não para a final única da atual edição do torneio. Por ora, o planejamento a respeito da sede continua o mesmo.

A Libertadores foi interrompida após a segunda rodada da fase de grupos. Assim, contando com a final única, a competição terá ainda 11 datas até o encerramento. Até por conta desse cenário a Conmebol engrossou o coro nesta semana, em reunião com a Fifa, a respeito da necessidade de adiamento do Mundial de Clubes 2020, o que é inevitável.

LEIA:ENTREVISTA COMPLETA COM O PRESIDENTE DA CBF SOBRE CALENDÁRIO

As Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar também foram alteradas para outubro. Com isso, a Conmebol usará datas de janeiro de 2022 para compensar os jogos que seriam, inicialmente, em 3 de setembro. Desta forma, a estreia da seleção brasileira contra a Bolívia fica adiada mais uma vez, por mais que a Fifa já tivesse anunciado os jogos do continente sul-americano em setembro. O trâmite burocrático prevê aprovação futura da Fifa, que confirmou a aprovação por parte da Conmebol nesta sexta.

 

Como a data Fifa de setembro ficou disponível, o entendimento na Conmebol é que as seleções podem marcar amistosos.

A confirmação da volta da Libertadores amplia o cenário para os clubes brasileiros sobre o futuro. A Série A do Brasileirão começará em 9 de agosto.

O espaço no calendário brasileiro

O calendário divulgado pela CBF nesta semana já tinha dado um indicativo sobre o encaixe da Libertadores em setembro, já que a entidade brasileira montou o cronograma em consonância com a Conmebol.

Em setembro, há espaço para a Libertadores em três meios de semana (16, 23 e 30). Em outubro, há um meio de semana, o do dia 27.

Novembro será um mês congestionado. A Copa do Brasil chegará às oitavas de final. É nessa fase que entram os clubes brasileiros que disputam a Libertadores. Só está disponível o meio de semana do dia 25. Por essa projeção, seria nesta data que as oitavas de final começariam.

Dezembro, por outro lado, tem muito espaço para inserção dos jogos da Libertadores. São três meios de semana liberados, nos quais caberiam jogos até a conclusão das quartas de final.

As semifinais seriam jogadas a partir de janeiro 2021. Conforme decisão do Conselho, a final única também será no primeiro mês do ano que vem.


O Globo sexta, 10 de julho de 2020

DIA DA PIZZA - RECEITAS FÁCEIS DE MASSAS E SUGESTÕES DE MOLHOS E RECHEIOS

 

No Dia da Pizza, receitas fáceis de massas e sugestões de molhos e recheios

Veja dicas e truques compartilhados por chefs e pizzaiolos
 
Artesanos Bakery: pizza zucchini, com molho de tomate, mozzarella, abobrinha em tiras finas, gorgonzola e amêndoas laminadas Foto: Divulgação/Gabriel Ávilla
Artesanos Bakery: pizza zucchini, com molho de tomate, mozzarella, abobrinha em tiras finas, gorgonzola e amêndoas laminadas
Foto: Divulgação/Gabriel Ávilla
 
 

Todo dia é dia de pizza, diriam os fãs da redonda. Mas o 10 de julho é, oficialmente, o Dia da Pizza  no Brasil. E o país está  entre os maiores consumidores do planeta. Segundo dados da Associação de Pizzarias Unidas de São Paulo, diariamente os brasileiros consomem cerca de 1,7 milhão de pizzas. Para quem quer aprender a fazer em casa, compartilhamos receitas fáceis de massas, molhos e recheios, além de truques e dicas de chefs e pizzaiolos.

— O que indico é ter no máximo quatro ingredientes, o molho, o queijo e mais dois, para não ficar um cheesetudo na pizza. Esse é o momento de soltar a criatividade — diz o chef Pedro Siqueira, da Ella Pizzaria.

Se for assar em forno convencional, sugere a turma da Artesanos, é recomendado utilizar uma pedra refratária para manter a temperatura elevada por mais tempo e a pizza assar bem.

— O ideal é assar em forno acima de 350 graus. Caso não tenha um, pré-aqueça o forno de casa por uma hora na temperatura máxima. Coloque a pizza e deixe assar por igual — indica a padeira Mariana Massena.

A qualidade da farinha de trigo influencia diretamente no resultado final.

— É ela que vai conferir a crocância e a leveza da massa — explica o chef Jorge Mariano, da Madá Pizza e Vinho,  em Curitiba (PR).

 

Massa de pizza

Pedro Siqueira (Ella Pizzaria e do Massa + Ella)

Massa de pizza, do chef Pedro Siqueira (Ella Pizzaria e do Massa + Ella) Foto: Divulgação/Júlia Amin
Massa de pizza, do chef Pedro Siqueira (Ella Pizzaria e do Massa + Ella) Foto: Divulgação/Júlia Amin

 

Ingredientes

  • 1kg de farinha
  • 15g de sal
  • 5g de açúcar
  • 5ml de óleo ou azeite
  • 6g de fermento
  • 600 ml de água

* rende oito porções de 250g .

Preparo

Misture farinha, sal, açúcar e fermento. Em um outro recipiente, misture a água e o azeite. Vá colocando aos poucos a mistura líquida na sólida e sovando na mão até ficar bem homogênea. Corte a massa com cortador ou faca e faça bolinhas. Deixe-as descansar numa assadeira para que possam fermentar. Depois de uma ou duas horas, elas irão crescer e ficar bem macias. Abra as massas numa pedra com farinha, na mão ou no rolo. Coloque os recheios que mais lhe agradam e asse.

Sugestão exclusiva do Dia da Pizza: Tartufi leva nosso molho de tomate, cogumelos frescos, ovo estalado, crocante de Parma e azeite trufado (R$ 49). Tanto a brotinho quanto a Tartufi estarão disponíveis apenas na loja da Ella Pizzaria (3559-0102).

Pizza de fermentação natural

Mariana Massena e Ricardo Rocha (Artesanos Bakery)

Ingredientes

  • 500g de farinha
  • 200g de levain (se não tiver, substitua por 10g de fermento para pão)
  • 350ml de água mineral
  • 15g de sal
  • 30ml de azeite

Aprenda a fazer seu próprio levain

Preparo

Misture a farinha e 300ml de água até obter uma massa homogênea, e deixe descansar por uma hora. Esse processo se chama autólise e ajuda a farinha a absorver a água. Misture o levain nos 50ml de água restantes, adicione-a à massa e, em seguida, junte o azeite e o sal, mexendo sempre. Polvilhe a bancada com farinha e coloque a massa da pizza, sovando-a por cerca de dez minutos. Devido a alta hidratação da massa, ela grudará um pouco na bancada. Tenha paciência nessa hora e não coloque muita farinha para torná-la mais fácil de ser manipulada.

 

— A alta hidratação tem suas vantagens, vai gerar mais gás carbônico na fermentação, aumentando os alvéolos (buracos) na massa, deixando-a mais leve — diz Mariana Massena.

Logo após a sova,  deixe a massa fermentar por seis a oito horas. Para não ressecar, coloque em cima um pouco de azeite e cubra com plástico filme. Depois desse período, divida a massa em quatro bolas. Esse processo se chama bolear e, nesse momento, a massa vai para a segunda fermentação por mais seis a oito horas.

Após essa etapa, abra a massa da forma como são feitas as pizzas clássicas, sem usar rolo. Coloque azeite na mão e com as pontas dos dedos vá abrindo o meio da massa, deixando as bordas com ar ainda, sem mexer. Monte sua pizza a gosto.

— Uma sugestão é a nossa pizza Clássica Zucchini. Utilizamos molho de tomate pelati, mozzarella, abobrinhas cortadas em Julienne, queijo gorgonzola e amêndoas em lâminas tostadas para finalizar — sugere Ricardo Rocha. 

Pizza de calabresa com cogumelos frescos

Jorge Mariano (Madá Pizza e Vinho)

Pizza de calabresa com cogumelos frescos - Chef Jorge Mariano - Madá Pizza e Vinho Foto: Divulgação
Pizza de calabresa com cogumelos frescos - Chef Jorge Mariano - Madá Pizza e Vinho Foto: Divulgação

 

Ingredientes

... a massa

  • 1kg de farinha de trigo
  • 600g de água
  • 20g de sal
  • 1g de fermento biológico seco

... o molho

  • 500g de tomates pelados
  • 10g de sal

... o recheio

  • 500g de mozzarella
  • 300g de cogumelos Paris frescos
  • 300g de calabresa fatiada
  • Azeite de oliva extra virgem
  • Pimenta-do-reino
  • Salsinha fresca

Preparo

Massa: aqueça levemente a água (não deixe passar de 30 graus), coloque em uma bacia, adicione o fermento e aguarde 15 minutos. Acrescente a farinha, o sal e misture com as mãos. Quando estiver toda incorporada à água, coloque em uma superfície limpa e sove até obter uma massa lisa e homogênea. Deixe a massa crescer por 2h a 4h em temperatura ambiente, até dobrar de tamanho. Divida a massa em bolinhas de 200g, coloque cada bolinha em um recipiente com tampa e levemente untado com azeite e leve à geladeira por 18h a 24h.

 

Molho: misture os tomates e o sal e amasse com as mãos até obter um molho com pedaços bem pequenos de tomate. O molho tradicional para pizzas italianas não deve ser cozido.

Recheio: pré-aqueça o forno na temperatura máxima por pelo menos 30 minutos. Se tiver uma pedra de pizza, aqueça junto com o forno. Abra a massa e cubra com o molho de tomates. Adicionar a mozzarella picada grosseiramente, a calabresa fatiada e os cogumelos também fatiados. Levar ao forno por três a oito minutos (depende da potência do seu forno), girando a pizza caso necessário. Tirar do forno, finalizar com azeite extra virgem, pimenta-do-reino e salsinha fresca.

Pizza vegana ao pesto

Armando Freitas (Trattoria Carioca)

Trattoria Carioca: leggero Foto: Divulgação/Bernardo Britto
Trattoria Carioca: leggero Foto: Divulgação/Bernardo Britto

 

Ingredientes

... a massa

  • 1kg de farinha de trigo
  • 2,5g de fermento biológico fresco
  • 2 ½ colheres de sopa de azeite de oliva 
  • 20g de sal
  • 2 ½ xícaras de água mineral gelada

... o molho pesto

  • 200g manjericão
  • 15g flor de sal
  • 200ml de azeite
  • 30g de queijo grana padano
  • 15g alho
  • 75g castanha de caju

... o recheio

  • 410g de massa para pizza
  • 50g de molho pesto 
  • 150g de abobrinha em rodelas
  • 5ml de azeite
  • 1g de sal
  • 1g de pimenta do reino
  • 60d de alho-poró
  • 50g de tomate cereja
  • 60g de cebola roxa
  • 10g de alho fatiado
  • 1g de orégano

Preparo

Massa: em um bowl, misture a farinha e o sal. Em outro recipiente misture o fermento, a água gelada e o azeite. Depois misture todos os ingredientes e amasse fazendo movimentos circulares até que a massa comece a desgrudar das mãos. Caso perceba que a massa ainda está grudando, acrescente um pouco mais de farinha. Divida a massa em quatro partes iguais e faça bolas. Disponha as bolas de massa em um tabuleiro, cubra com papel filme e coloque na geladeira para descansar por 24 horas. Depois de 24 horas, retire a massa da geladeira e deixe descansar por mais duas horas. Logo depois dessas duas horas, pode começar as fazer as pizzas.

 

Molho: colocar todos os ingrediente no liquidificador e bata até ficarem triturados exceto o manjericão. Depois acrescente ao poucos o manjericão. Cuidado para não virar uma pasta.

Recheio: abrir a massa até atingir 35cm, tomando cuidado para deixar a borda alta. Coloque o molho pesto sobre a massa e faça movimentos circulares espalhando por cima de toda a pizza. Adicione a abobrinha e espalhe até preencher os espaços vazios. Coloque em cima da abobrinha o azeite, o sal e a pimenta do reino. Depois acrescente o alho-poró, tomate cereja, a cebola e o alho fatiado. Coloque no forno na temperatura máxima para pizza assar por completo. Ao retirar do forno, coloque o orégano.

Pizza napolitana

Marcos Livi e Luiz Carlos Pereira Lima Filho (Napoli Centrale)

Pizza napolitana da Napoli Centrale Foto: Divulgação
Pizza napolitana da Napoli Centrale Foto: Divulgação

 

Ingredientes

... a massa

  • 137g farinha (sugestão: a italiana Caputo 00)
  • 80g de água
  • 3g de sal marinho
  • 0,08g de fermento biológico fresco (se for seco tem que usar 1/3)

... o recheio

  • 85g de fiori di latte
  • 10g de queijo grana padano ralado
  • 10g de molho de tomate italiano
  • 2g de pesto

OBS: Para poder pesar essa quantidade de fermento, uma tampa de caneta BIC pesa 0,8g. Ou seja, para cem massas colocamos 8g de fermento.

Preparo

Massa: Em uma bacia, dissolva o sal marinho na água. Vá colocando a farinha aos poucos, quando formar uma espécie de pasta, incorpore o fermento biológico fresco (esfarelado) espalhando bem. Na sequência, incorpore o restante da farinha. Trabalhe a massa com os punhos das mãos. Uma vez que conseguir incorporar toda a farinha, trabalhe a massa dobrando-a sobre si até chegar ao ponto da massa: aparência oleosa (brilhante) e liso ao toque. Descansar por 20 ou 30 minutos. Cubra com um pano úmido (não encharcado), para a massa não ressecar. Depois, em uma bancada, dividir a massa em porções de 220g e bolear. O jeito mais simples e parecido de fazer uma coxinha. A bolha tem que ficar completamente lisa (para não fugir os gases da fermentação). Deixar descansar 18 horas num recipiente com tampa a temperatura ambiente. Pré-assar a massa por seis minutos a uma temperatura de 290 graus.

 

Recheio: adicione na massa (aberta) fiori di latte e queijo grana padano ralado. Leve ao forno a 290 graus por três minutos. Adicione para cada fatia duas fileiras de molho, não muito grande, em tamanhos iguais. Por último finalize com 15 ou 20 pontinhos de pesto. Usar uma bisnaga ou saco de confeiteiro para o pesto. Para o molho usar o auxílio de uma bailarina ou bisnaga.

Pizza marguerita

Miro, Marly e Bruno Tolpiakow (Capricciosa)

Pizza margherita gourmet, da Capricciosa Foto: Divulgação/Luisa Cunha
Pizza margherita gourmet, da Capricciosa Foto: Divulgação/Luisa Cunha

 

Ingredientes

... a massa

15g de fermento biológico para pão

50ml de água morna

500g de farinha de trigo 00

250ml de água mineral

25ml de azeite

25g de sal

... o molho de tomate

1kg de tomate pelado sem acidez (tipo pachino ou San Marzano)

2 litros de água fervente

60ml de azeite

10 folhas de manjericão fresco e picado

Sal a gosto

... o recheio

130g de massa de pizza

150ml de molho de tomate

200g de mozzarella de búfala em rodelas de 5mm

80g de tomates-cereja

20g de queijo parmesão italiano ralado grosso

1 ramo de manjericão para decorar

Preparo

Massa: coloque o fermento na água morna e amasse até que se desmanche e fique como um creme. Em uma tigela, junte a farinha, a água mineral e o fermento dissolvido e trabalhe a massa com as mãos até que fique homogênea. Acrescente o azeite aos poucos, lambuzando e amassando. Por último, adicione sal. Faça uma bola única e coloque numa bacia untada com um pouco de azeite. Deixe a massa descansar coberta com um pano úmido por 30 minutos ou até que dobre de tamanho. Faça quatro bolinhas de 130g com a massa e coloque num tabuleiro untado com um pouco de farinha. Cubra com um pano úmido e deixe descansar por mais 30 minutos para terminar a fermentação.

 

Molho: coloque o tomate na água fervente e deixe até a casca rachar. Retire a água, remova a pele e os caroços e descarte, mas preserve a água que sai de dentro do tomate. Pique, acrescente o azeite e o basílico e tempere com sal. Leve ao fogo até desmanchar e virar um creme.

Recheio: abra a massa num disco de 26cm a 30cm de diâmetro, despeje uma concha de molho de tomate no centro e espalhe deixando 1,5cm da borda sem molho. Distribua as rodelas de mozzarella uniformemente sobre o molho. Corte os tomates ao meio, retire os caroços e arrume uniformemente sobre a mozzarella. Por cima, espalhe o parmesão. Leve ao forno bem quente (220 graus) para assar por aproximadamente 40 minutos. Retire do forno e decore com manjericão.

Pizza margherita

Piero Cagnin (Zona Sul)

Zona Sul, pizza-margherita, de Piero Cagnin Foto: Divulgação
Zona Sul, pizza-margherita, de Piero Cagnin Foto: Divulgação

 

Ingredientes

  • 500g de farinha de trigo
  • 300ml de água
  • 2 colheres de chá de sal
  • 1 colher de chá de fermento biológico
  • 100g de molho de tomate
  • 100g de mozzarela ralada
  • Rodelas de tomate
  • Manjericão a gosto

Preparo

Massa: em uma vasilha grande, coloque a água, dilua a fermento e acrescente a farinha de trigo. Trabalhe essa massa até que comece a pegar consistência. Acrescente o sal, retire da vasilha e trabalhe a massa sobre uma superfície de trabalho até que fique lisa e homogênea. Obtenha três bolas de massa de aproximadamente 300g cada. Dê a elas um formato arredondado, cubra-as e deixe fermentar em lugar protegido de correntes durante pelo menos quatro horas.

 

Abrindo a massa: polvilhe a superfície de trabalho com farinha de trigo, abra a bola de massa com a ponta dos dedos sem ir até o final do disco que estará se abrindo. Repita a operação até obter um disco de aproximadamente 20cm.

Finalização: em seguida, com o auxilio de uma colher, coloque o molho de tomate no centro do disco e espalhe-o com a colher deixando uns 2cm de borda livre. Coloque agora a mozzarella espalhando-a bem sobre o molho de tomate, depois espalhe o tomate e o manjericão. Coloque a pizza sobre uma assadeira e leve ao forno pré-aquecido a 250 graus até derreter o queijo, quando for servir coloque mais um pouco de manjericão fresco.


O Globo quinta, 09 de julho de 2020

QUARENTENA A BORDO: VELEJADORES CONTAM SUAS EXPERIÊNCIAS DURANTE A PANDEMIA

 

Quarentena a bordo: velejadores contam suas experiências durante a pandemia

De planos frustrados a novas descobertas fizeram parte da vida no mar em tempos de novo coronavírus
 
 
A velejadora Isabela Almeida no mastro do veleiro Amazônia, onde vive com o marido Sandro Masseli e as cadelas Vick e Chica Foto: Acervo pessoal
A velejadora Isabela Almeida no mastro do veleiro Amazônia, onde vive com o marido Sandro Masseli e as cadelas Vick e Chica
Foto: Acervo pessoal
 
 

RIO - Sarah e Renato planejavam partir para os atóis do arquipélago Tuamotu, na Polinésia Francesa. Sandro e Isabela pretendiam velejar pelo Mediterrâneo. Sérgio e Dôra finalmente se mudariam para o barco que levaram 11 anos construindo. Tudo isso aconteceria em março de 2020, caso a tempestade do novo coronavírus não mudasse os planos de um planeta inteiro. 

Atracados na Espanha

Sandro Masseli, Isabela Almeida e as cadelas Vick e Chica no veleiro Amazônia, em Burriana, na Espanha Foto: Acervo pessoal
Sandro Masseli, Isabela Almeida e as cadelas Vick e Chica no veleiro Amazônia, em Burriana, na Espanha
Foto: Acervo pessoal

— A incerteza sobre quanto tempo a quarentena duraria foi o que mais nos angustiou. Além de ficarmos presos no mesmo lugar, que é o oposto do que esperamos quando vivemos no mar — conta Sandro Masseli, capitão do veleiro Amazônia, onde vive com a mulher, Isabela Almeida, e as cadelas Vick e Chica.

O casal passou a quarentena dentro do barco, num clube náutico na cidade de Burriana, ao lado de Valencia, na Espanha, onde estavam desde agosto de 2019. Passado o inverno no Hemisfério Norte, a ideia era zarpar dali em março, no começo da primavera, e navegar pelo Mediterrâneo. Sem a pandemia, hoje estariam na Grécia, e no fim do ano, atracariam na costa turca. O horizonte, que parecia tão amplo, ficou restrito ao píer que ocupavam.

O lockdown severo, adotado na cidade, permitia apenas o funcionamento de mercados e farmácia e restringia ao máximo a circulação de pessoas pelas ruas. Do barco, os dois acompanhavam também os aplausos que tomavam conta do país, toda noite, às 20h, em homenagem aos profissionais de saúde.

— Burriana foi a mais afetada pela Covid-19 na região, então o clima era de muito medo. Só podíamos sair um de cada vez para as compras. Os nossos exercícios, tínhamos que fazer dentro do barco ou na frente do píer. Pelo menos podíamos passear com os cachorros, mas sem demorar muito — lembra Isabela, que chegou a ter que mostrar o comprovante de uma compra a um policial para justificar sua presença na rua.
Os velejadores Isabela Almeida e Sandro Masseli a bordo do barco Amazônia, na Espanha Foto: Acervo pessoal
Os velejadores Isabela Almeida e Sandro Masseli a bordo do barco Amazônia, na Espanha
Foto: Acervo pessoal

O Amazônia só voltou a velejar em 15 de junho, com o fim do confinamento no país. Sandro e Isabela estão agora nas Ilhas Baleares e pretendem seguir para a Sardenha, na Itália.

— A preocupação agora é saber se tudo voltará a fechar assim que passar o verão. Há sempre o risco de estarmos em um lugar não muito bom, ou termos que atracar na primeira marina que encontrarmos, e ficarmos novamente presos, sem saber quando poderemos viajar novamente — ressalta Isabela.

No fim do ano, se não forem atingidos por mais uma oda da pandemia, esperam cruzar o Atlântico em direção ao Caribe e, de lá, em 2021, rumo ao Pacífico Sul. O dia a dia do casal é registrado na conta do Instagram @viverporaremar.

Calmaria na Polinésia Francesa

Sarah Moreira, Renato Matiolli e Feijão posam em frente ao veleiro Sail Ipanema, que passou a quarentena em Moorea, na Polinésia Francesa Foto: Acervo pessoal
Sarah Moreira, Renato Matiolli e Feijão posam em frente ao veleiro Sail Ipanema, que passou a quarentena em Moorea, na Polinésia Francesa
Foto: Acervo pessoal

Se tudo der certo, Sandro e Isabela encontrarão na Polinésia Francesa o Sail Ipanema, veleiro tripulado há cinco anos por Sarah Moreira, Renato Matiolli e o bull terrier Feijão. Os três passaram a quarentena ancorados em frente a uma praia na ilha de Moorea.

 

Passar a quarentena num paraíso tropical parece uma má ideia para você? O casal de velejadores garante que foi uma experiência de altos e baixos. O fato de estarem parados numa enseada natural permitiu que continuassem aproveitando o mar, mergulhando, pescando e nadando em volta do barco. Os passeios com o cachorro na praia também não pararam. Mas então, qual é a “maré baixa" dessa história?

— O confinamento já faz parte da nossa rotina, já estamos acostumados com isso. Mas não por tanto tempo. Sentimos muita falta do contato com outras pessoas. Só íamos ao mercado a cada duas ou três semanas, não podíamos encontrar outros velejadores e nem receber hóspedes — diz Sarah.

A velejadora Sarah Moreira e o bull terrier Feijão em águas da Polinésia Francesa Foto: Acervo pessoal
A velejadora Sarah Moreira e o bull terrier Feijão em águas da Polinésia Francesa Foto: Acervo pessoal

Outro aspecto negativo do período foi o aumento da desconfiança por parte dos moradores das ilhas em relação aos estrangeiros, vistos como propagadores da doença no país.

— Até entendo a reação deles, diante da gravidade da situação e a preocupação, principalmente com os mais velhos. Mas é uma mudança significativa, já que o povo polinésio sempre foi marcado por ser muito receptivo, principalmente com os velejadores — relata Renato.

 

A calmaria da quarentena impediu o casal de passar a temporada de março a julho nos atóis de Tuamotu, uma viagem que já não vale a pena ser feita nos próximos meses, por motivos climáticos. Há cerca de um mês, a circulação pelas ilhas foi liberada. Desde então, a rotina vai voltando ao normal aos poucos, com algumas viagens por perto e encontros com outros velejadores que, assim como eles, estavam saudosos de contato humano. Agora, o plano é continuar nos arredores de Morea e Tahiti, a ilha principal do arquipélago, onde fica o aeroporto internacional.

Batismo com ciclone em Santa Catarina

Dôra Castanheira e Sérgio Danilas a bordo do veleiro Ictus, atracado na Marina Itajaí, em Santa Catarina Foto: Divulgação
Dôra Castanheira e Sérgio Danilas a bordo do veleiro Ictus, atracado na Marina Itajaí, em Santa Catarina
Foto: Divulgação

Sergio Danilas e Dôra Castanheira têm duas experiências de quarentena para contar. Uma, mais convencional, no apartamento do casal, em Curitiba. A outra, em Itajaí, bem mais emocionante, com direito a ciclone bomba, a bordo seu veleiro Ictus, que ainda nem navegou pela primeira vez.

Mas antes da ventania que tem atingido seriamente a Região Sul do país, o casal, como todo mundo, foi surpreendido pelo tsunami do novo coronavírus. A pandemia foi declarada poucos dias antes de o veleiro, que eles passaram 11 anos construindo, chegasse à Marina Itajaí. O barco efetivamente chegou ao litoral de Santa Catarina em 19 de março, no momento em que as medidas de isolamento social começavam a ser implementadas no estado.

 

— Quando ele chegou em Itajaí, já não se podia fazer nada. Na marina, nos informaram que ele não poderia ir para a água, e acabou passando um mês num pátio. Só no final de abril é que começamos a montagem efetiva do barco — conta Danilas, que se apaixonou pelas regatas há pouco mais de 20 anos e dedicou os últimos 11 à confecção do Ictus, que tem 40 pés (12,3 metros de comprimento), três quartos, dois banheiros, sala, cozinha e algumas peculiaridades, como um motor elétrico.

O veleiro Ictus, na Marina Itajaí Foto: Divulgação
O veleiro Ictus, na Marina Itajaí Foto: Divulgação

A mudança, de mala e cuia, só aconteceu em 9 de maio. E ali começou a segunda etapa do confinamento. Desde então, o casal se dedica a ajeitar a nova casa, respeitando as medidas de distanciamento social ainda em vigor na cidade. Na marina, por exemplo, só é permitido circular de máscara. Mas há tanto o que fazer dentro do barco que o tédio passa longe, segundo Dôra:

— Todo dia temos alguma coisa para arrumar, algum detalhe para acertar. Além disso, estamos curtindo o contato com a natureza e a ideia da liberdade que teremos assim que tudo isso passar. Antes ouvíamos o som dos caminhões passando na rodovia. Agora, é o barulho da água batendo no casco.

Quando voltaremos a navegar:os cruzeiros depois do novo coronavírus

O contato com a natureza se apresentou com força no começo deste mês, quando o ciclone bomba passou por Itajaí. Mas nada que tenha assustado muito o casal, que permaneceu dentro do barco, em segurança.

 

O histórico de atletas de alto rendimento dos dois tem ajudado a encarar o isolamento e a cumprir as rotinas a bordo com planejamento e disciplina, incluindo a série de exercícios físicos, dentro do barco. Ambos foram jogadores da seleção brasileira de vôlei. Danilas esteve nas Olimpíadas de 1976 (Montreal) e Dôra nas de 1980 (Moscou), 1988 (Seul) e 1996 (Atlanta) — nesta, como auxiliar de Bernardinho, então técnico da seleção feminina. Dôra também trabalhou no Comitê Organizador dos Jogos do Rio, de 2016, e inclusive emprestou sua voz para as gravações que indicavam as estações do metrô referentes à disputa de vôlei de praia. 

Sem pressa, os dois, que acabaram de se aposentar fazem planos para quando a pandemia acabar e estiverem liberados para velejar. Primeiro, pelo belo litoral catarinense. Depois, por outras partes do Brasil. E, um dia, quem sabe, se aventurar em águas internacionais. A urgência maior vem de fora, especialmente dos cinco netos de Danila, doidos para conhecer a casa-barco do avô.


O Globo quarta, 08 de julho de 2020

COM SELO DE BOAS-VINDAS, DUBAI ABRA SUAS PORTAS PARA OS TURISTAS

 

Com selo de boas-vindas, Dubai reabre suas portas para os turistas

O mais famoso dos Emirados Árabes Unidos aposta no turismo interno para reaquecer sua economia
 
Hóspedes, vestindo roupas de banho ou trajes tradicionais, se encotram na piscina do Al Naseem, um dos hotéis de Dubai que reabriram as portas para os visitantes internacionais Foto: KARIM SAHIB / AFP
Hóspedes, vestindo roupas de banho ou trajes tradicionais, se encotram na piscina do Al Naseem, um dos hotéis de Dubai que reabriram as portas para os visitantes internacionais Foto: KARIM SAHIB / AFP
 
 

O mais famoso dos Emirados Árabes Unidos está novamente de braços abertos para os turistas. Depois de quase quatro meses em quarentena para conter a pandemia do novo coronavírus, Dubai voltou a receber visitantes internacionais na terça-feira (7 de julho), fazendo questão de carimbar um adesivo de boas-vindas no passaporte de cada um deles.

 

"Calorosas boas-vindas ao seu segundo lar", dizem os adesivos para passaportes no aeroporto de Dubai, onde os funcionários usam roupas de proteção contra materiais perigosos e atendentes disponibilizavam equipamentos de proteção individual.

A retomada do turismo representa um alívio nas contas do emirado, que tem nessa atividade uma de suas principais fontes de renda. Mas, a princípio, a aposta do setor é em quem já mora na cidade, tanto para movimentar a economia, quanto para servir de teste antes do retorno da maior parte dos viajantes estranteiros.

A turista italiana Francesca Conte disse em sua chegada que ficou preocupada até o último minuto que seu voo fosse cancelado.

— Quando vi passageiros fazendo fila na porta, pensei que não voaríamos, já que a viagem a Dubai já tinha sido adiada três vezes — disse ela,  que se sentiu triste ao ver espaços vazios no avião e as comissárias de bordo vestidas como profissionais de saúde, com equipamentos de proteção individual dignos de hospitais e laboratórios.

Mas todo cuidado é pouco. A reabertura nesta terça ocorreu em um momento em que o número de casos de Covid-19 nos Emirados Árabes aumentou para 52.600, sendo 326 mortos, com milhões de trabalhadores estrangeiros que moram em alojamentos estreitos particularmente afetados.

 

Quem chega de fora do país deve apresentar os resultados negativos de seus testes para a Covid-19, realizado no máximo quatro dias antes do voo. Caso contrário, podem se submeter ao exame ao chegar, mas devem se isolar até receberem a autorização.

O turismo foi, durante muito tempo, o salva-vidas do emirado, um dos sete do país. A alta temporada começa em outubro, quando o calor sufocante do verão no Golfo Pérsico começa a se dissipar. Em 2019, Dubai recebeu mais de 16,7 milhões de visitantes, e antes de a pandemia paralisar as viagens internacionais, o objetivo era alcançar até o final deste ano um total de 20 milhões de turistas.

— Estamos prontos para receber turistas e tomamos todas as precauções necessárias — disse Talal al-Shanqiti, da Direção Geral de Residência e Assuntos de Estrangeiros de Dubai, em uma videomensagem tuitada no domingo.

Com escassos recursos petroleiros em comparação com os vizinhos, Dubai construiu a economia mais diversificada do Golfo, com uma reputação como centro financeiro, comercial e turístico. A cidade-Estado é conhecida por seus megashopping centers, restaurantes de alto padrão e hotéis e resorts cinco estrelas. Mas todos estes setores sofreram um forte golpe durante o surto do coronavírus e o PIB de Dubai encolheu 3,5% no primeiro trimestre de 2020 após dois anos de um crescimento modesto. A companhia aérea Emirates, com sede em Dubai e a maior do Oriente Médio, se viu forçada a reduzir sua extensa rede e acredita-se que tenha demitido milhares de funcionários.

 

Retomar a atividade hoteleira concentrando-se "principalmente no mercado interno é um primeiro passo importante no nosso enfoque gradual para restabelecer a normalidade na indústria do turismo", disse Issam Kazim, CEO da Corporação de Dubai para o turismo e o comércio.

Impulsionar o turismo doméstico também é parte da estratégia do outro destino dos Emirados, a rica capital petroleira Abu Dabi, que recebeu em 2019 um recorde de 11,35 milhões de visitantes internacionais. A capital dos Emirados Árabes Unidos abriga as principais atrações, incluindo um circuito de F1 e o museu do Louvre Abu Dabi, que no fim de junho abriu as portas a visitantes com máscaras e luvas, depois de passar 100 dias fechado.


O Globo terça, 07 de julho de 2020

RINGO STARR COMEMORA 80 ANO EM LIVE COM AMIGOS

 

Ringo Starr comemora 80 anos em live com amigos Paul McCartney, Ben Harper e Sheryl Crow

Ex-beatle pretende voltar a fazer turnês após a pandemia de Covid-19, celebra o movimento #BlackLivesMatter e comenta novo documentário 'Let it be', de Peter Jackson
 
Ringo Starr apareceu de máscara em suas redes sociais nesta terça-feira, quando completa 80 anos Foto: Reprodução
Ringo Starr apareceu de máscara em suas redes sociais nesta terça-feira, quando completa 80 anos
Foto: Reprodução
 
 

Quando você se chama Ringo Starr, não consegue escapar do seu aniversário. Ainda mais se estiver completando 80 anos.

— Eles nunca param de me lembrar, então é melhor comemorar — diz o sempre despreocupado ex-Beatle, de seu estúdio em Los Angeles.

 Seus companheiros John Lennon, Paul McCartney e George Harrison o acompanham na sala dos fundos, em retratos pendurados num escritório que também funciona como museu. Ringo também foi pego desprevenido pela pandemia e, como muitos outros, teve de mudar seus planos de vida e de aniversário.

— Eu ia comemorar em grande estilo, com um palco ao ar livre ao lado do edifício do Capitólio em Hollywood, com amigos e bandas tocando em um grande almoço — diz o músico sobre seus planos frustrados.

A parte dos amigos, pelo menos, vai acontecer. Paul McCartney, junto com outros músicos como Joe Walsh, Sheryl Crow e Ben Harper, se juntarão à festa com apresentações caseiras ou trechos nunca vistos de seus shows. O Big Birthday Show de Ringo vai ao ar no canal do músico no YouTube nesta terça-feira, 7 de julho, às 21h (horário de Brasília).

— Sigo tocando mais do que nunca — diz o baterista, que estaria em turnê com sua banda All Stars, se não fosse o pandemia. — E pretendo continuar tocando depois dos 80.

Beatles em fuga, Yoko e ativismo

Aniversários são sempre bons momentos para se lembrar das pequenas batalhas da vida. Entre elas, uma em Manila, de onde os Beatles precisaram sair atropeladamente para escapar do fervor dos fãs e da ira da primeira-dama do país, Imelda Marcos, por não terem comparecido à recepção oficial. Ou de momentos marcantes, como a primeira bateria que ele ganhou, quando tinha 13 anos e sofria de tuberculose. E seus companheiros de banda, os irmãos na vida desse filho único.

 

— Foi um sonho impossível que se tornou realidade. Fazer parte da melhor banda do mundo.

Ringo também se lembra de Yoko Ono, desde o primeiro dia em que a conheceu, quando ele chegou ao estúdio e a encontrou na cama com Lennon.

— Ela é uma mulher divertida. A imprensa tornou tudo mais exótico, mas nós nos apoiávamos — resume. — Fizemos boa música, mas pagamos um preço muito alto.

Outro momento marcante da carreira dos Beatles também tem voltado à memória de Ringo recentemente: o dia em que a banda se recusou a tocar no Mississippi, a não ser que não houvesse segregação racial do público.

— Como poderíamos fazer diferente se nossos heróis eram Ray Charles, Sam Lightnin 'Hopkins, Stevie Wonder e outros artistas afro-americanos?

Por isso, Ringo se diz maravilhado com o #BlackLivesMatter, surpreso com os protestos que eclodiram "de Los Angeles a Paris" após o assassinato de George Floyd — especialmente com a força deles entre as novas gerações.

— (Os jovens) De 18 a 25, eles são 70% dos manifestantes e querem mudar tudo para melhor.

'Let it be' de Peter Jackson

Ringo não esconde seu gosto musical: seu amado Lightnin 'Hopkins, por quem ele quase se mudou para o Texas quando tinha 17 anos, além de Hank Williams, Cozy Cole e Willie Nelson. Em relação aos artistas contemporâneos, ele deixa escapar um simpático hooray para a música de Miley Cyrus. Ringo Starr está preocupado com o setor em que trabalham.

 

— É muito mais difícil — diz, sem esquecer que "na época" uma gravadora também rejeitou os Beatles. — Quase não há clubes para tocar, apenas grandes concertos para se ganhar dinheiro.

De resto, a "carreira" dos Beatles segue ressurgindo em outros formatos, como no documentário "The Beatles: Get Back", que Peter Jackson está preparando para a Disney+ — e que também foi adiado pela pandemia da Covid-19.

O material do filme virá das 57 horas de cenas gravadas no último show do grupo, das quais apenas cerca de 10 minutos foram usados em "Let It Be", filme que ficou conhecido por mostrar a banda em um momento melancólico, já perto do fim.

— Nesse corte não se via muita alegria. Por outro lado, as gravações que encontramos são cheias de risadas, com a banda tocando, se divertindo. Não estou dizendo que não havia problemas. E levamos nossos discos muito a sério. Mas Jackson conseguiu encontrar os bons momentos. Pena que precisou ser adiado — lamenta.

E isso apesar do número de horas que Jackson, já em isolamento,  passou trabalhando sozinho em seu estúdio na Nova Zelândia.

— Mas esse ano, e que ano, até James Bond teve que se atrasar! — diz Ringo, rindo e se despedindo com seu gesto perene de “paz e amor”.

 


O Globo segunda, 06 de julho de 2020

DOCES TÍPICOS DE FESTA JUNINA COM AMENDOIM

 

Doces típicos de festa junina com amendoim. Veja receitas

Lista inclui brigadeiro de paçoça, batida e torta sem glúten
 
Brigadeiro de paçoca recheado com brigadeiro meio amargo, de Ana Maria Braga Foto: Divulgação
Brigadeiro de paçoca recheado com brigadeiro meio amargo, de Ana Maria Braga Foto: Divulgação
 
 

É julho, mas ainda é tempo de festa junina... O amendoim está em muitos doces servidos nesta época, nunca falta ao arraial, que foi para dentro de casa. Versátil, pode ser consumido de diversas maneiras. Na lista a segur, temos  brigadeiro de paçoca da apresentadora Ana Maria Braga, a aprenda a batidinha de amendoim servida na Academia da Cachaça, pé de moleque...

Brigadeiro de paçoca com chocolate meio amargo

Ana Maria Braga

Ingredientes

1 lata de leite condensado (395g)

6 paçocas esfareladas (120g)

1 colher de sopa de manteiga (15g)

... brigadeiro meio amargo

1 lata de leite condensado (395g)

2 colheres de sopa cheias de cacau em pó (30g)

1 colher de sopa de manteiga (15g)

... para envolver

10 paçocas esfareladas (200g)

Preparo

O brigadeiro de paçoca: misture os ingredientes em panela de fundo grosso e leve ao fogo médio, mexendo sem parar, por cerca de 15 minutos ou até se soltar do fundo (ponto de enrolar). Transfira para um prato untado com manteiga, cubra com filme plástico rente ao doce e deixe esfriar.

O brigadeiro meio amargo: leve os ingredientes ao fogo médio, em panela de fundo grosso, e cozinhe, mexendo sempre, até se soltar do fundo. Transfira para um prato untado com manteiga, cubra com filme plástico rente ao doce e deixe esfriar.

Modelagem: com as mãos untadas com manteiga (ou usando luvas de vinil), modele bolinhas do brigadeiro meio amargo (cerca de 10g cada) e reserve.

Molde bolinhas com o brigadeiro de paçoca (cerca de 15g cada), abra na palma da mão e recheie com um brigadeiro meio amargo. Feche bem, volte a enrolar, envolva na paçoca e disponha em forminhas (se houver).

 

Amendoim Cri Cri

(Casas Pedro)

Casas Pedro: amendoim cri cri Foto: Divulgação
Casas Pedro: amendoim cri cri Foto: Divulgação

 

Ingredientes

500g de amendoim

1 xícara e 1/2 de açúcar

Água

Preparo

Uns 15 minutos antes de preparar o doce, deixe o amendoim numa vasilha com água. Depois, retire toda a água e coloque somente o amendoim em uma panela com água suficiente para cobri-lo. Leve ao fogo alto médio. Quando a água estiver quente, adicione o açúcar. Mexa sempre até toda água evaporar e o amendoim soltar da panela.

Pé de moleque

Andrea Follador

Pé de moleque (Andrea Follador) Foto: Divulgação
Pé de moleque (Andrea Follador) Foto: Divulgação

 

Ingredientes

2 xícaras de amendoim torrado e moído

2 xícaras de amendoim torrado em grãos

2 xícaras (chá) de açúcar

1 xícara (chá ) de leite

Preparo

Em uma panela adicione todos os ingredientes e leve tudo ao fogo médio, mexendo sempre até desgrudar do fundo da panela. Despeje em assadeira untada e espere esfriar e endurecer. Quando estiver completamente frio corte pedacinhos.

Paçoquinha

(Seven Boys)

Paçoquinha Foto: Divulgação
Paçoquinha Foto: Divulgação

 

Ingredientes

1 xícara de chá de amendoim (115g)

½ xícara de chá de doce de leite em pasta (145g)

3 paçocas (75g)

4 fatias de pão de forma

2 colheres de sopa de canela (20g)

Preparo

Triture os amendoins no liquidificador e misture a farofa ao doce de leite e à paçoca até que ela se dissolva toda. Leve as fatias de pão ao forno pré-aquecido (200 °C) até que estejam douradas. Estique um pedaço grande de papel filme (PVC) sobre uma tábua. Espalhe metade da pasta de doce de leite, até que fique do tamanho do pão e cubra com uma fatia. Vire de ponta-cabeça em uma assadeira, de modo que o pão fique para baixo. Retire o papel filme e repita o processo com o restante dos ingredientes. Cubra a assadeira com filme plástico e leve à geladeira até esfriar. Polvilhe a canela peneirada sobre os doces e corte cada fatia ao meio. Corte cada uma dessas tiras em seis quadradinhos e sirva. Se quiser, substitua o doce de leite por leite condensado.

 

Pavê de doce de leite com crocante de amendoim

Bianca Hermida (Verde Vício)

Pavê de doce de leite com crocante de amendoimNicole Mendlewicz (Verde Vício) Foto: Divulgação
Pavê de doce de leite com crocante de amendoim Nicole Mendlewicz (Verde Vício) Foto: Divulgação

 

Ingredientes

Para o creme de doce de leite:

1 lata de leite condensado (ou 400g de doce de leite pronto)

1 caixa de creme de leite

Para o biscoito

3 ovos

100g de açúcar demerara

130g farinha de trigo, previamente peneirada

Para umedecer os biscoitos

100ml de água

50g de açúcar demerara

1 dose de conhaque (opcional)

... o creme branco

200ml de leite

2 colheres (sopa) de amido de milho

1 caixa de creme de leite

100g de açúcar demerara

3 gemas

1 colher(chá) de baunilha

...o crocante de amendoim ou pé de moleque

150 g de açúcar demerara

100g de amendoim sem casca

Preparo

Cozinhe a lata de leite condensado em uma panela de pressão em fogo médio, por aproximadamente 1 hora (após começar a chiar). Espere sair toda a pressão e retire a lata com cuidado. Após esfriar, transfira o conteúdo da lata para uma travessa, acrescente o creme de leite, misture bem e reserve.

Em uma batedeira, coloque os ovos, o açúcar e bata até ficar no tom amarelo claro. Acrescente a farinha de trigo e misture. Distribua em um tabuleiro previamente untado, em formato de biscoitos. Asse à 180 graus, até que fiquem dourados. Quando estiverem frios, umedeça os biscoitos.

Dissolva o amido de milho no leite e vire em uma panela. Acrescente todos os outros ingredientes do creme branco e leve ao fogo baixo, mexendo bem até engrossar.

 

Coloque o açúcar e o amendoim em uma panela, misture até formar uma calda. Vire em um tabuleiro untado e deixe esfriar. Corte em pedacinhos.

Em um recipiente ou em copinhos, monte o pavê em camadas alternadas de creme branco, crocante de amendoim salpicado, biscoitos umedecidos e creme de doce de leite.

Coloque na geladeira. Antes de servir, decore com o crocante de amendoim.

Torta de amendoim sem glúten

Marta Proto

Torta de amendoim sem glúten, de Marta Proto Foto: Divulgação
Torta de amendoim sem glúten, de Marta Proto Foto: Divulgação

 

Ingredientes

150 g de amendoins moídos

1/2 xícara de chá de açúcar

1 colher de sopa de farinha de rosca

3 ovos

Manteiga e farinha de trigo para untar e polvilhar a assadeira

Preparo

Pré-aqueça o forno a 180 graus (temperatura média). Unte duas assadeiras redondas de 15cm com manteiga. Corte dois discos de papel-manteiga usando o fundo da forma como medida. Pressione com os dedos para colar o papel no fundo untado e unte novamente com manteiga sobre o papel. Polvilhe com farinha de trigo.

Bata as claras em neve até atingir o ponto de neve firme. Acrescente as gemas, uma a uma, batendo entre cada adição. Por último, adicione o açúcar aos poucos, sem parar de bater, até formar um creme fofo e brilhante. Acrescente a mistura de amendoins e farinha aos poucos, misturando delicadamente com a espátula, de baixo para cima. Divida a massa nas duas assadeiras preparadas e nivele com a espátula. Leve ao forno para assar por cerca de 15 minutos. Espete com um palito para conferir: se sair limpo, o bolo está pronto. Retire do forno e deixe esfriar antes de desenformar. Enquanto isso, prepare o doce de leite ou utilize um pronto de sua preferência. Use o doce de leite como recheio entre os dois bolos e para cobrir o bolo todo. Decore com amendoim picado.

 

Torta de maçã do amor com amendoim

Luísa Mendonça (Conflor)

Torta de maçã do amor com amendoim, de Luísa Mendonça (Conflor) Foto: Divulgação/Klacius Ank
Torta de maçã do amor com amendoim, de Luísa Mendonça (Conflor)
Foto: Divulgação/Klacius Ank

 

Ingredientes

300g de amendoim torrado sem sal

100g de farinha de mandioca

50g de açúcar

... o creme

500ml de leite de castanha

2 colheres de sopa de amido de milho

100g de açúcar

½ colher de chá de extrato de baunilha

... a maçã caramelizada

1 xícara de açúcar

¼ xícara de água quente

1 maçã cortada em cubinhos pequenos

Preparo

Em um processador, processe o amendoim até o seu óleo ser liberado. Quando formar uma pasta, mas ainda com pedaços de amendoim, adicione a farinha e o açúcar. Bata apenas para misturar. Coloque em uma forma de 20cm e asse á 220°C por 30 minutos.

Enquanto a base está no forno, prepare o creme. Adicione em uma panela metade do leite, com o açúcar e a baunilha. No restante do leite gelado dissolva o amido de milho. Leve a panela ao fogo alto, mexendo sempre até levantar fervura. Abaixe o fogo e lentamente vá adicionando o leite com o amido dissolvido, misturando sempre até engrossar. Retire do fogo e reserve.

Para a maçã, caramelize o açúcar em fogo baixo, quando estiver bem derretido adicione a água misturando sempre. Adicione as maçãs, misture e retire do fogo. Deixe esfriar em uma superfície unta com óleo ou tapete de silicone.

Para a montagem é só adicionar o creme na base da torta e decorar com as maçãs caramelizadas por cima. Sirva gelada.

 

Batida de paçoca

Cida Zurlo (Academia da Cachaça)

Batida de paçoca (Paçoca do Beco), da Academia da Cachaça Foto: Divulgação/Berg Silva
Batida de paçoca (Paçoca do Beco), da Academia da Cachaça Foto: Divulgação/Berg Silva

 

Ingredientes

200g de paçoca de amendoim

200ml de cachaça branca

200ml de licor de cacau

20g (1 colher de sobremesa) de farofa de amendoim

500g de gelo (24 pedras)

Preparo

Coloque a paçoca, a cachaça, o licor de cacau, a farofa de amendoim e o gelo no liquidificador e misture bem. Sirva em um copo, acrescentando uma pedra de gelo.

 


O Globo domingo, 05 de julho de 2020

KANYE WEST DIZ QUE VAI CONCORRER À PRESIDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS

 

Kanye West diz que vai concorrer à Presidência dos EUA

Rapper usou sua conta no Twitter para fazer o anúncio e postou a hashtag #2020VISION
 
 
Kim Kardashian e Kanye West Foto: David Crotty / Patrick McMullan via Getty Image
Kim Kardashian e Kanye West Foto: David Crotty / Patrick McMullan via Getty Image
 

O rapper Kanye West usou sua conta no Twitter para anunciar que vai concorrer à Presidência dos Estados Unidos. A postagem foi feita neste sábado, quando os EUA comemoram a independência e faltando quatro meses para as eleições americanas, marcadas para 3 de novembro. 

Kanye postou o seguinte: "Eu estou concorrendo para presidente dos Estados Unidos!" e usou a hashtag #2020VISION ('We must now realize the promise of America by trusting God, unifying our vision, and building our future. I am running for president of the United States! #2020VISION). Em seguida, Elon Musk, CEO da Tesla e da Space X, também usou a rede social para dizer que Kanye tem todo o seu apoio.

Essa não é a primeira vez que o rapper, casado com Kim Kardashian, com quem tem quatro filhos, diz que vai concorrer à Presidência americana. Em 2015, durante o MTV Video Music Awards, Kanye declarou que disputaria as eleições de 2020. Ano passado, na Casa Branca, ao encontrar com o presidente Donald Trump, mostrou a foto de um pôster que dizia "Keep America Great #Kanye2024", sugerindo que concorreria em 2024 com um slogan parecido com o de Trump.

As eleições americanas acontecem em quatro meses, e os partidos Democrata e Republicano já estão com as candidaturas de Joe Biden, ex-vice do ex-presidente Barack Obama,  e Donald Trump, que concorre à reeleição, praticamente confirmadas. Candidaturas independentes são permitidas pelas regras eleitorais americanas. 

 


O Globo sábado, 04 de julho de 2020

LIVE DA PORTELA CELEBRA SAMBAS E HISTÓRIAS DA ESCOLA

 

Live da Portela celebra sambas e histórias da escola

Transmissão vai intercalar músicos na quadra e participações remotas de Monarco, Tia Surica e outros baluartes
 
'Muitas saudades da minha Portela. Mas a vida é assim, nem tudo acontece como a gente quer', diz Monarco Foto: Leo Martins / Agência O Globo
'Muitas saudades da minha Portela. Mas a vida é assim, nem tudo acontece como a gente quer', diz Monarco
Foto: Leo Martins / Agência O Globo
 
 

Hoje, o samba acontece de um jeito diferente na Rua Clara Nunes, número 81, no bairro de Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio. Fechada desde que a pandemia instaurou o isolamento social, a Quadra da Portela abre as portas para uma live cheia de saudosismo, um alento para os fãs da escola e para entusiastas do samba em geral.

Ainda sem poder receber o público, Serginho Procópio, vocalista e cavaquinista da Velha Guarda, Gilsinho, intérprete oficial da Portela, e uma turma de 12 ritmistas liderados pelo mestre de bateria Nilo Sergio estarão na quadra da Azul e Branco a partir das 15h, com o show “Palco Portela: Uma história cantada ao vivo”. A live será transmitida no canal oficial da escola no YouTube (/portelatv).

Várias participações estão previstas na transmissão, que será apresentada pela porta-bandeira Lucinha Nobre. Tia Surica, Mauro Diniz, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Teresa Cristina e Toninho Geraes já confirmaram presença, cada um da sua casa, e outras surpresas provavelmente vão pintar. Durante a exibição do show, serão arrecadadas doações para o projeto Águia Solidária, que destina os recursos para pessoas carentes dos bairros de Madureira e de Oswaldo Cruz.

— Essa live vai ser bem bonita, por todo o contexto que envolve, pela parte solidária das doações. Mas também vai ser saudosa para todos nós. Eu estou acostumado a subir naquele palco e tocar para bastante gente, sempre com a quadra cheia, e agora encontrar a quadra vazia vai me bater saudades dos amigos, de tudo o que envolve o carnaval e a Portela em si. Vai bater uma nostalgia — diz Procópio.

 

Histórias de Monarco

Aos 86 anos, Monarco, integrante mais antigo da Velha Guarda da Portela, não podia ficar de fora da festa. O sambista vai contar histórias da escola e cantar duas canções. A primeira será “Retumbante vitória”, ou “O passado da Portela”.

— Logo que saímos da Praça Onze (onde eram realizados os primeiros desfiles), em 1951, e fomos para a Avenida Presidente Vargas, em 1952, fiz o meu primeiro samba. A diretoria gostou, as pastoras gostaram, e serviu de esquenta para a escola. Foi inesquecível, uma alegria enorme para o meu coração. Chama-se “Retumbante vitória”. Quando o Seu Natal ouviu, disse: “Temos que aproveitar esses garotos.” Nunca esqueço dessa frase. Fomos para o time de cima, eu, Candeia e outros.

Monarco lembra que foi a pedido de João Nogueira que a canção ganhou outro nome.

— Depois o João gravou o samba e me pediu para trocar o título para “O passado da Portela” , e claro que eu deixei — conta o bamba. — E também vou cantar um samba do Alberto Nonato, “O sofrimento de quem ama”. Conto histórias da escola, como as de Seu Caetano, que inventou a águia (símbolo da escola).

Monarco está cumprindo à risca o isolamento. Já assistiu a algumas lives, como a de Zeca Pagodinho e a do cantor Ferrugem, mas é a primeira vez que vai participar de uma transmissão on-line. Com serenidade, diz que não tem pressa para voltar a viajar para se apresentar com a Velha Guarda — “o banheiro do avião é muito pequeno” —, mas reconhece que sente falta de “mostrar a voz” por aí.

 

O que bate mais forte, entretanto, é a saudade de sua rotina, sempre ligada à Portela. Um grande amor que ele reencontra hoje, ainda que pela tela do celular.

— Eu comprava o jornal e lia lá, na minha salinha. Na esquina tinha um pãozinho com ovo, café com leite, falava com o porteiro que já me conhecia: “Ô, Seu Monarco!” Lá na minha sala tem os retratos dos verdadeiros sacerdotes do samba, como Paulo da Portela e Carlos Cachaça. Ficava namorando meus velhinhos... Mas a vida é assim, nem tudo acontece como a gente quer. Temos que seguir adiante e ter fé em Deus que as coisas vão melhorar.


O Globo sexta, 03 de julho de 2020

RIO: BARES REABREM LOTADOS

 

Covid-19: Bares reabrem lotados na noite desta quinta-feira; clientes descumprem regras de distanciamento na calçada

Na Praça Cazuza, no Leblon, Guarda Municipal determinou que bares fechassem as portas para tentar dispersar cerca de 300 pessoas que insistiam em beber sem máscara na calçada
 
Com bares ao redor, Praça Cazuza, no Leblon, ficou lotada na noite desta quinta-feira Foto: Felipe Grinberg
Com bares ao redor, Praça Cazuza, no Leblon, ficou lotada na noite desta quinta-feira Foto: Felipe Grinberg
 
 

RIO — A primeira noite da reabertura do setor gastronômico da cidade mostrou que a retomada será um desafio para empresários, clientes e poder público. Os bares começaram a ver a boemia de volta depois das 22h, quando alguns pontos tradicionais, como o Pavão Azul, em Copacabana, ficaram lotados. Na Praça Cazuza, no Leblon, a Guarda Municipal precisou intervir: determinou que bares do entorno fechassem suas portas para tentar dispersar cerca de 300 pessoas que, aglomeradas, bebiam sem máscara e descumpriam as regras de isolamento social na calçada.  O Guimas, na Gávea, ficou com a varanda cheia, mas a parte interna ficou vazia.

 

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Com bares fechados, uma banca de jornal e ambulantes continuaram vendendo bebidas alcóolicas na praça, o que contribui para a permanência das pessoas. A Polícia Militar foi acionada. A aglomeração permaneceu até por volta da meia-noite. Pela regra de reabertura, o horário de funcionamento de bares e restaurantes é até 23h.

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Mais cedo, dentro dos bares, segundo a Guarda Municipal, o distanciamento entre os clientes e a regras de segurança foram mantidas. Mas uma das dificuldades para os estabelecimentos é que os clientes precisam usar máscaras enquanto não estiverem consumindo. Ou seja, a cada gole de chope, é preciso retirar a proteção. Depois, recolocá-la para então retirá-la de novo.

Pavão Azul, em Copacabana, teve muito movimento e nenhuma fiscalização Foto: Foto do leitor
Pavão Azul, em Copacabana, teve muito movimento e nenhuma fiscalização Foto: Foto do leitor

As imagens de bares e calçadas lotados no Leblon, na Zona Sul do Rio, repercutem nas redes sociais e são alvo de críticas de internautas que defendem o distanciamento social, em um momento em que a taxa de contágio ainda é alta no Estado. Alguns posts irônicos também surgiram no Twitter como reação à alta procura por bares diante do contexto atual.


O Globo quinta, 02 de julho de 2020

SABRINA SATO FALA SOBRE RELAÇÃO COM O MARIDO

 

Sabrina Sato fala sobre relação com o marido, Duda Nagle, na quarentena

THAYNÁ RODRIGUES

 
 
 
 
Sabrina Sato e Duda Nagle (Foto: Reprodução)
Sabrina Sato e Duda Nagle (Foto: Reprodução)

 

Sabrina SatoDuda Nagle e Zoe fizeram uma pequena viagem para um sítio no interior de São Paulo nesta semana. A apresentadora sentiu necessidade de descansar após meses ininterruptos de trabalho. O passeio para a zona rural seguiu as normas da Organização Mundial de Saúde.

— Alugamos o sítio para ficar cinco dias com toda a família. Meu irmão (Karin Sato) me ajudou. Sou de Penápolis, mas não fomos para lá porque ficaria muito distante. Não sei se consigo fazer um detox de redes sociais porque é difícil não trabalhar pelo celular — conta ela, que está no local com os irmãos, os pais e a sogra, Leda Nagle. 

 

 

Mais relaxada, ela se dedica à filha e curte o marido, Duda Nagle. Sabrina conta que, apesar do período delicado, tem conseguido aproveitar os momentos com o marido:

— Temos namorado bastante! Curto muito o Duda. E também passo bons momentos com meus irmãos, meus pais e a Zoe. Mantive exercícios de três a cinco vezes na semana. 

Sabrina, que conversou sobre brinquedos eróticos com as amigas atrizes Juliana Paes e Ingrid Guimarães em vídeos do seu canal no YouTube, diz que recebeu boas dicas para colocar em prática.

— Nossa! Duda e eu na quarentena... (risos) — brinca Sabrina, tímida. — Ingrid Guimarães me mandou vários, Juliana Paes me deu um muito especial de presente. Ela disse que tinha comprado e que ia ser maravilhoso para mim. Eu gostei!

Sabrina Sato e Duda Nagle (Foto: Reprodução)
Sabrina Sato e Duda Nagle (Foto: Reprodução)

 


O Globo quarta, 01 de julho de 2020

LIVES DE HOJE: PREMIAÇÃO TEATRAL COM NEY LATORRACA E MAIS

 

Lives de hoje: premiação teatral com Ney Latorraca e mais

Programação desta quarta-feira (1º7) também inclui bate-papos ao vivo com nomes como Murilo Rosa, Ana Botafogo e Paulo Betti
 
O ator Ney Latorraca Foto: Leo Martins / Agência O Globo
O ator Ney Latorraca Foto: Leo Martins / Agência O Globo
 
 

A agenda de lives desta quarta-feira (1º/7) inclui atrações teatrais e musicais. Destaque para a cerimônia virtual do Prêmio APTR, transmitida ao vivo e com apresentação de Miguel Falabella Maria Padilha nesta noite. Veja a programação completa abaixo.

Lives de hoje, 1º de julho (1/7):

Teatro:

  • Prêmio APTR: A 14ª edição do prêmio promovido pela Associação dos Produtores de Teatro acontece em formato virtual, hoje às 19h, no Youtube. Apresentada por Miguel Falabella e Maria Padilha, a cerimônia anunciará os destaques teatrais de 2019 e prestará homenagem especial a Ney Latorraca.
  • ‘Agosto’ e mais peças: Sucesso nas últimas temporadas teatrais, a montagem do texto de Tracy Letts estrelada por Guida Vianna pode ser assistida gratuitamente na plataforma criada pelo Oi Futuro. Até 27 de julho, outras quatro peças seguem disponíveis no catálogo: “A reunificação das duas Coreias”, sob direção de João Fonseca; “Labirinto”, com texto de Alexandre Costa e Patrick Pessoa; e os infantis “Thomas e as mil e uma invenções” e “Um sonho para Meliés”.
  • Teatro PetroRio das Artes: A sala na Gávea estreia hoje, em seu perfil no Instagram (@teatropetroriodasartes), uma série de encontros artísticos comandados por Suzana Pires. Hoje, às 21h, a atriz e autora recebe o ator Paulo Betti para um papo bem-humorado sobre teatro.
  • ‘Talentos’: Enquanto prevalecem as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, o reality show inédito da TV Cultura — que elegerá um novo grande nome do teatro musical brasileiro — promove transmissões ao vivo no Instagram (@talentos_tvcultura). Hoje, às 18h, o ator e apresentador Jarbas Homem de Mello recebe Murilo Rosa, que comentará sobre trabalhos antigos e projetos futuros na área.

Show:

  • ‘Encontros Petrobras Sinfônica’: Transmitido todas as quartas-feiras, às 11h — no canal da orquestra no Youtube —, o evento recebe hoje a bailarina Ana Botafogo, que conversa com o violoncelista Hugo Pilger sobre música, dança e rotina na quarentena.

O Globo terça, 30 de junho de 2020

PRIMEIRA VOLUNTÁRIA BRASILEIRA A RECEBER A VACINA DE OXFORD: NOA TIVE MEDO!

 

'Vivo no meio do caos, não tive medo', diz primeira brasileira a receber vacina de Oxford contra coronavírus

Cirurgiã dentista do Hospital São Paulo, Denise Abranches é um dos 2 mil voluntários no estado a participar da fase de testes da vacina contra a Covid-19 no Brasil: "É um ato de amor se voluntariar"
 
Denise Abranches é um dos 2 mil voluntários de São Paulo a participar dos testes para a produção da vacina de Oxford Foto: Divulgação
Denise Abranches é um dos 2 mil voluntários de São Paulo a participar dos testes para a produção da vacina de Oxford
Foto: Divulgação
 
 

SÃO PAULO — Vivendo o maior desafio de sua carreira em mais de 20 anos de trabalho como profissional da saúde, a coordenadora da Odontologia do Hospital São Paulo e a primeira voluntária brasileira a receber a vacina em teste contra o coronavírus, Denise Abranches, de 47 anos, diz que a necessidade em ajudar a ciência no combate à doença que já matou mais de 500 mil pessoas no mundo é a sua principal motivação para participar.

Mesmo que a vacina ainda esteja na fase de testes, a cirurgiã dentista acredita que participar do projeto da Universidade de Oxford em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) na busca por um imunizante contra a Covid-19 gera uma sensação de "dever cumprido".

— Se eu tenho o perfil e estou exposta ao vírus diariamente no hospital, não poderia fazer diferente. Os números me assustam muito e eu não poderia ficar só sentada, lendo o que está acontecendo — afirma.

Denise faz parte do grupo de 2 mil voluntários em São Paulo e no Rio de Janeiro que estão recebendo doses do imunizante em teste. No estado, segundo a Unifesp, passam por testes profissionais da saúde e outros funcionários do Hospital São Paulo, que têm entre 18 e 55 anos, estão expostos ao vírus, mas não foram infectados.

O Brasil está dentro do plano mundial de desenvolvimento da vacina e é o primeiro país a realizar os testes de Oxford depois do Reino Unido. Os testes com brasileiros vão contribuir para o registro da vacina no Reino Unido, previsto para o final deste ano. O registro formal, entretanto, só deve ocorrer após o fim dos estudos em todos os países participantes.


O processo de Denise como voluntária começou em 20 de junho, dia em que participou da triagem com um médico para entender como seria o estudo. Também foram realizados exames de sorologia para comprovar que ela ainda não tinha desenvolvido anticorpos contra o coronavírus e, portanto, não tinha sido contaminada pela doença anteriormente.

 

— Só pude participar porque deu negativo e ainda não tenho as defesas necessárias — lembra.

Três dias depois, explicou a cirurgiã, foi aplicada a dose. Como o estudo é randomizado, parte do grupo recebeu a vacina em teste contra a Covid-19 e outra parte recebeu um imunizante contra meningite. A seleção aleatória é realizada para que se observe como será o a resposta imunológica dos voluntários testados de forma imparcial.

— Estou confiante de que eu tenha recebido a da Covid, mas nem os pesquisadores sabem dizer qual eu recebi. É confidencial. Isso será revelado lá na frente, para saber se eu fui imunizada, ou não — explica.

Agora, a voluntária precisa ir algumas vezes ao Crie (Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais) da Unifesp para verificar as respostas imunológicas. Além disso, tem preenchido uma espécie de "diário eletrônico".

- Respondemos se estamos com alguma reação, ou desconforto. Eles chamam de eventos adversos. Mas não senti nada até então, nenhuma manifestação significativa.

Voluntária brasileira a receber vacina de Oxford faz acompanhamento no centro de referência da Unifesp Foto: Divulgação
Voluntária brasileira a receber vacina de Oxford faz acompanhamento no centro de referência da Unifesp
Foto: Divulgação

Apesar de toda complexidade do vírus e da produção da vacina ainda estar em fase de testes, Denise descartou qualquer tipo de insegurança ao se tornar voluntária:

 

— Não me deu medo, porque já estou no meio do caos mesmo. Vivo diariamente no meio dos pacientes de alta complexidade, entubados na UTI. Eu já poderia ter sido contaminada em algum momento, mas não fui por causa da alta disciplina. Há um tempo, o medo da contaminação era imenso. É um protocolo Chernobyl, mas agora estou muito mais tranquila — revela.

Antes de ser aplicado em seres humanos, o patógeno foi alterado em laboratório e tornado incapaz de se reproduzir. Ele se transforma em uma vacina após ser inserido o fragmento de uma proteína do novo coronavírus. Ele, então, atua como antígeno e faz o sistema imune se preparar para a chegada do vírus verdadeiro.

Para a profissional, o dia a dia de contato com as vítimas da Covid-19 foi um forte impulso para que ela se tornasse voluntária na produção da vacina.

— É uma satisfação poder ajudar os pacientes que estão na minha cabeça quando vou embora do hospital. A gente não fica indiferente a eles. Mexe muito comigo o fato de um paciente não poder sequer ver e falar com a família. E se de repente você não tivesse mais contato com um familiar e nem do velório pudesse participar? É um ato de amor se voluntariar — diz a cirurgiã.


O Globo segunda, 29 de junho de 2020

DANIELA CARVALHO, EX-MALHAÇÃO, FALA DA GRAVIDEZ E DE TRABALHO COMO FAXINEIRA NO EXTERIOR

 

Ex-ʽMalhaçãoʼ, Daniela Carvalho fala da gravidez e de trabalho como faxineira no exterior

THAYNÁ RODRIGUES

 
 
 
 
Daniela Carvalho, protagonista da 18° temporada de “Malhação”, está grávida de sete meses (Foto: Tia Aline/FotoGracinha)
Daniela Carvalho, protagonista da 18° temporada de “Malhação”, está grávida de sete meses
(Foto: Tia Aline/FotoGracinha)

 

Daniela Carvalho, protagonista da 18° temporada de “Malhação”, está grávida de sete meses de uma menina, Serena. A atriz, que retornou recentemente dos Estados Unidos, conta que descobriu a gestação enquanto trabalhava como bartender no exterior. Sua intenção era juntar dinheiro para custear cursos de Cinema.

— Quando a gente vai trabalhar fora, a carga horária é alta. Eu achei que estava cansada por conta disso e não dei muita atenção. Mas tinha uma amiga grávida no bar e fui percebendo com mais tempo o atraso na menstruação. Aí de fato descobri que ia ser mamãe (risos). No início, foi um susto. Mas logo me adaptei à ideia. Filho é prosperidade. É uma bênção. Sempre sonhei com a maternidade antes dos 35. Acabou acontecendo. Sou uma mulher, artista, e vou me adaptar como sempre me adaptei. Decidi voltar dos Estados Unidos logo no início da pandemia para buscar meus cães. E foi uma decisão acertada porque acabaríamos ficando presos na fronteira. Moro em São Paulo com o meu namorado (o colombiano Juan Diaz, que é administrador) e decidimos ter minha filha pertinho da minha mãe — conta Daniela, de 34 anos, que vive em Itapetininga, interior do estado, e toma todos os cuidados para não contrair a Covid-19.

 

 

Recentemente, Daniela compartilhou vídeos em seu canal do YouTube mostrando como foi sua experiência de trabalho no exterior. Antes de chegar aos Estados Unidos, ela viveu na Irlanda para aprender Inglês e passou mais um tempo na Colômbia. Na Europa, a paulista trabalhou em restaurantes e fez faxina em residências:

— Compartilhei vídeos sobre a faxina na Irlanda, onde morei por oito meses. Fiz intercâmbio lá porque o país permite o estudo da língua ao mesmo tempo em que se trabalha. Eu estava ambicionando minha carreira artística. Quando a gente não tem medo e trabalho, vai seguindo e se resolvendo. As pessoas (quando viram os vídeos) falaram: “Meu Deus! Ela está fazendo faxina. Será que está passando fome?” ou "Coitada, tomara que ela se reerga!". E eu tentei acalmar as pessoas. Essa é a realidade de uma pessoa que sai do país e, claro, não tem dinheiro para se bancar. Muita gente tem preconceito. Mas é um trabalho honrado, difícil. A gente tem que valorizar. Não é demérito. Hoje em dia valorizo muito. Minha visão em relação a esses subempregos mudou muito. É a realidade da pessoa que sai do país e também a de muitas pessoas do próprio país.

Daniela relata que as pessoas permanecem curiosas em relação à sua vida e comenta que, após o nascimento de Serena, pretende seguir com o sonho da carreira no exterior:

— Quem me acompanha pelo Instagram sabe da minha trajetória. Outros me perguntam onde eu estive. Tive um curso de teatro no Rio, dei aula... O grande público acha que eu desisti na carreira. O canal no YouTube foi um meio para mostrar como funcionam os testes, os bastidores. Sempre fui a favor de viver experiências que nos transformam em seres humanos melhores. Não tenho medo de me jogar. Quando eu tiver minha neném vamos retomar essa meta de estudar e trabalhar. Nosso plano é ir para o Canadá no ano que vem porque o país é mais aberto a imigrantes.

Daniela Carvalho e Juan Diaz (Foto: Tia Aline/FotoGracinha)
Daniela Carvalho e Juan Diaz (Foto: Tia Aline/FotoGracinha)
Daniela Carvalho durante faxina em Dublin (Foto: Reprodução)
Daniela Carvalho durante faxina em Dublin (Foto: Reprodução)

O Globo domingo, 28 de junho de 2020

A MODA PRETA IMPORTA

 

A moda preta importa: reunimos 12 personagens da indústria para debater o racismo, que vai muito além das passarelas

Estilistas, modelos, jornalista, stylist, camareira e maquiadora contam suas experiências no meio
 
A jornalista Luanda Vieira Foto: Karla Brights
A jornalista Luanda Vieira Foto: Karla Brights
 
 

A estilista carioca Ligia Parreira costumava ver Gloria Coelho como uma referência. Chegou a gastar uma parte significativa de seu salário em um casaco da designer, arrematado nas araras de liquidação da extinta multimarcas Novamente, na Rua Sete de Setembro, no Centro do Rio. Depois de ler numa entrevista, em 2009, em que a criadora afirmara que “já tinha negro demais” na São Paulo Fashion Week (costurando, fazendo modelagem) e que eles não precisavam estar também na passarela, a peça perdeu o brilho. “Percebi ali o apartheid e passei o look para frente, nem sei para quem. Essas pessoas não mudam. Tanto que modelos acabaram de compartilhar práticas racistas cometidas por ela”, diz Ligia.

 
A estilista Ligia Parreira Foto: Karla Brights
A estilista Ligia Parreira Foto: Karla Brights

 

Dona da grife Devassas.com, a carioca do Méier afirma que não ficou “chocada” com os relatos publicados no Instagram pelo movimento Pretos na Moda e no perfil anônimo Moda Racista, que saiu do ar após o estilista Reinaldo Lourenço, ex-marido de Gloria e alvo de diversas denúncias, entrar na Justiça pedindo que a página fosse removida. A solicitação foi negada, mas a página sumiu da rede social — o que não significa que o conteúdo deva ser esquecido. À ELA, Lourenço declarou que errou e não tinha problema em admitir isso: “Estou acompanhando os protestos e as reivindicações. Eu e minha marca faremos parte dessa necessária transformação. Os próximos castings serão diferentes, com mais atenção à diversidade racial”. Indignada, Ligia acrescenta: “Parece que a indústria não nos absorve. Meu sonho é dar uma entrevista em que eu não precise falar sobre preconceito. Mas a branquitude não deixa. Tenho de justificar minha presença constantemente, a razão de estar ocupando esse lugar.”

A estilista Carol Barreto Foto: Karla Brights
A estilista Carol Barreto Foto: Karla Brights

 

Para a estilista baiana Carol Barreto, a moda brasileira é um reflexo da sociedade. “A lacuna racial deve-se ao processo histórico. A posição de criador é de um poder extremo, de total privilégio. O homem branco está no topo da pirâmide, comandando as grifes; e a população não branca está na base, executando trabalhos braçais. O Brasil não deseja esse deslocamento de um modo geral. Meu trabalho é ativista justamente por isso. Quero contribuir para um futuro de mudanças, em que todos tenham as mesmas oportunidades.”

 

Autodidata, Carol apresentou seu primeiro desfile no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana, em 2001. À época estudante de Letras, ela festejou a diversidade na passarela. “Atingi meu objetivo político, mas não gerei notícia. Mostrei que também somos competentes, e que o negro pode ser estilista, modelo, stylist e fotógrafo. Não precisamos estar sempre na subserviência.” Por meio de sua roupa, a baiana debateu temas urgentes como a escravidão. “A vida inteira recebi olhares questionadores, na moda principalmente. O racismo nunca é declarado. Ele usa estratégias sofisticadas para oprimir e excluir o outro.”

O estilista Luiz Cláudio Silva Foto: Karla Brights
O estilista Luiz Cláudio Silva Foto: Karla Brights

 Sucesso na São Paulo Fashion Week, o mineiro Luiz Cláudio Silva, da Apartamento 03, jamais imaginou estar no evento. “Não havia ninguém como eu lá”, explica. “Nós, pretos, vivemos à margem e, quando chegamos ao centro, não temos a possibilidade de errar. Se errarmos, seremos apontados. Temos de ser 10 mil vezes melhores do que os brancos”, acrescenta ele, que, em 2018, levou à temporada paulistana um casting só com modelos negras. “Não dá para ter só uma ou duas meninas pretas num desfile no Brasil. Foi bonito ver as garotas se olhando no espelho, trocando experiências. Uma delas segurou o choro para não borrar a maquiagem ao se dar conta do que estava acontecendo. Nós temos isso. Quando encontramos um igual na rua, nos cumprimentamos. É como se fosse: ‘Estou aqui também. Você não é o único’.”

 

Editora de moda da revista “Glamour”, Luanda Vieira não enxergava a cor de sua pele como “obstáculo”. E isso tem muito a ver com a educação que teve em casa. “Meus pais optaram por me criar sem falar em racismo. Se fosse alvo de comentários maldosos na escola, eles me tiravam daquele ambiente. Ser negra não era uma questão. O trabalho me abriu mais os olhos”, conta. Parte importante da engrenagem, Luanda confessa que se vê “solitária”. “Minha luta é para abrir espaço. Quero uma moda diversa”, reclama ela, afirmando que ficou “desesperançosa”, num primeiro instante, com os relatos de racismo na indústria. “Achava que não daria em nada. Mas as modelos não foram ignoradas. Elas foram extremamente corajosas e resgataram a esperança. E a esperança move.”

A modelo Camila Simões Foto: Karla Brights
A modelo Camila Simões Foto: Karla Brights

Uma das fundadoras do movimento Pretos na Moda, a manequim mineira Camila Simões conta que uma “força ancestral” a impulsionou a denunciar os casos de racismo na moda brasileira. “Não vou dizer que não tive medo. Eram coisas sérias que poderiam reverberar de forma ruim na minha carreira, mas era necessário. Há séculos, pedimos para sermos ouvidos”, observa a moça, que teve problemas com Gloria Coelho. “Ela me pré-selecionou para um de seus desfiles. Durante a prova de roupa, insinuou que eu estava andando sexy demais, e isso não estava ocorrendo. No fim, acabei sendo cortada. Acho que fez isso para me machucar. Foi uma ferramenta de tortura.”

 
O stylist Hugo Machado Foto: Karla Brights
O stylist Hugo Machado Foto: Karla Brights

 

Numa espécie de manifesto, a designer se desculpou e se comprometeu a incluir mais modelos afrodescendentes e indígenas nas suas apresentações: “Reconheço que por séculos a moda privilegiou padrões de beleza eurocentristas, e que eu ou pessoas da minha equipe no passado possamos ter compactuado com isso”. A próxima edição da São Paulo Fashion Week, marcada para outubro, deve ser diferente. Camila afirma que Paulo Borges, diretor do evento, garantiu que metade do casting será negro. “Inclusão é a palavra-chave. Estamos trilhando um caminho de mudanças”, resume a modelo.

A modelo Rita Carreira Foto: Karla Brights
A modelo Rita Carreira Foto: Karla Brights

 Há uma década circulando pela indústria, a modelo e influenciadora paulistana Rita Carreira diz que muita gente sabia das práticas racistas, mas se calava. “Vivemos num país preconceituoso e oportunista. Minha impressão é de que as marcas colocam as meninas pretas por cota, não por desejarem isso. Já fizeram cara feia enquanto eu desfilava. A negra também é a última na fila da maquiagem no backstage de um desfile. Nossa cara fica toda cinza porque os profissionais não têm base no tom certo, e nem mexem nos cabelos”, desabafa. “Tive de resistir. Fizeram de um tudo para eu desistir, ainda mais sendo gorda e preta. Quero apenas existir, sem me preocupar com a cor da minha pele. É exaustivo correr atrás de oportunidades e encontrar as portas fechadas.”

 
A maquiadora Laura Peres Foto: Karla Brights
A maquiadora Laura Peres Foto: Karla Brights

Tida como “rebelde”, a maquiadora carioca Laura Peres levanta a bandeira da igualdade racial desde que começou a atuar no meio, em 2010. “Os racistas não dormem, nem a gente. Enquanto ocupo esse espaço, tenho poder de transformação”, pontua a beauty artist. Ela faz questão de montar equipes somente com pretos e pardos em grandes eventos como o Veste Rio, no qual a estilista brasiliense Lia Maria, da Diáspora 009, é destaque. “Sempre pedi representatividade. Nossa figura é sub-representada frequentemente. Estamos no cantinho da foto, naquela parte que quase é cortada. E nós podemos ser protagonistas, sim, e sermos considerados belos. A beleza é multifacetada”, diz Lia, em tom doce e firme. “Queremos a possibilidade de sonhar. A violência diária está nos aniquilando. Durmo e acordo rezando para não ser ‘assassinada’ por essas práticas genocidas. Não vamos mais tolerar desvalorização e o tratamento que nos foi dado até aqui.”

A estilista Lia Maria Foto: Karla Brights
A estilista Lia Maria Foto: Karla Brights

 Presente nos bastidores do Veste Rio e em campanhas e editoriais de moda, a fluminense Salvadora Nascimento encontrou no setor uma válvula de escape para a depressão. “Era auxiliar de serviços gerais num hotel e fui dispensada assim que voltei de uma licença médica. Estava fazendo obra e com crediário na praça. Vi num curso de costura, na Cidade do Samba, uma alternativa. Fiz fantasias para a Unidos de Vila Isabel em seu último campeonato, em 2013. Hoje, sou camareira. O que nos falta é acesso à educação. Só conquistei meu diploma de ensino médio aos 60 anos. Queria ter estudado na juventude, mas precisei trabalhar em casa de família. Tinha de dormir lá e os patrões não aceitavam o fato de eu desejar ir à escola. Falavam que, para ser doméstica, bastava saber ler e escrever o próprio nome.”

A camareira Salvadora Nascimento Foto: Karla Brights
A camareira Salvadora Nascimento Foto: Karla Brights

 Ao olhar para trás, o estilista baiano Isaac Silva cita Luiz de Freitas, designer negro que revolucionou o guarda-roupa do homem na década de 1980, com a Mr. Wonderful. “É preciso lembrar das pessoas que vieram antes de nós. Não podemos apagar nossa história”, pontua. “A moda é o mercado perfeito, mas há alguns agentes desumanos no meio”, acrescenta ele, que estreou na SPFW em outubro do ano passado. “Encarei o momento com responsabilidade. A visibilidade foi enorme e a marca deu um salto em vendas.”

O estilista Isaac Silva Foto: Karla Brights
O estilista Isaac Silva Foto: Karla Brights

 Natural de Cabo Verde e radicada no Rio há 25 anos, Angela Brito debutou nas passarelas paulistanas na mesma edição de Silva, apresentando uma África contemporânea. “Minha grife mostra o negro como ele é: alegre, elegante e bonito. Não somos somente dor”, explica. “Temos uma luta comum. Nascer com essa cor é carregar uma pele política.”

A estilista Angela Brito Foto: Karla Brights
A estilista Angela Brito Foto: Karla Brights

 

O stylist carioca Hugo Machado conclui: “É uma batalha diária, não sabemos o que vai acontecer”.


O Globo sábado, 27 de junho de 2020

MALVINO SALVADOR: GRAVIDEZ DE KYRA GRACIE FOI SURPRESA

 

Pai de três meninas, Malvino Salvador diz que nova gravidez de Kyra Gracie foi surpresa e declara: 'Agora fechei a fábrica'

GABRIELA ANTUNES

 
 
 
 
Malvino Salvador com a mulher, Kyra Gracie, e as filhas (Foto: Arquivo pessoal)
Malvino Salvador com a mulher, Kyra Gracie, e as filhas (Foto: Arquivo pessoal)

Malvino Salvador, que será pai pela quarta vez, conta que a gravidez de sua mullher, Kyra Gracie, foi uma grande surpresa. O casal tem Ayra, de 5 anos, e Kyara, de 3. Já Sofia, de 11 anos, é fruto de um relacionamento anterior do ator:

- É uma felicidade enorme no meio disso tudo.  Não foi programado. Estávamos começando a especular sobre ter ou não mais um filho, até por causa da idade da Kyra (35 anos). A gente sabia que teria que tomar uma decisão numa data próxima, mas ainda não tinha batido o martelo. E aí veio. Logo que soube, pensei: 'Caraca, e agora?'. Surgiram logo as contas na cabeça, ter que trocar de carro para caber todo mundo... Viagem para o exterior nem tão cedo - diverte-se ele. - Brincadeiras à parte, foi um choque pela surpresa e também pelas condições em que estamos vivendo no mundo, com a pandemia e o isolamento. É uma época de muitas incertezas. Mas, logo depois do choque, disse: "Vamos embora, veio na hora certa". Porém, agora eu fechei a fábrica (risos).

A família vai descobrir o sexo do bebê em breve:

 
- Vamos fazer um bolão. Estamos preparando uma brincadeira virtual para ver quem acerta. Kyra já fez o exame de sangue e quem recebeu o resultado foi a irmã dela. A minha aposta é que vem um menino. Em todas as outras vezes eu acertei, com Sofia, Ayra e Kyara. Já Kyra acha que será outra menina, disse que minha sina é lidar com mulheres. O que vier está bom na verdade. Amo minhas filhas e, se for outra menina, já sabemos tudo. Por outro lado, um menino nos tiraria da zona de conforto, o que seria legal também.

Donos de uma academia de jiu-jítsu, Malvino e Kyra pretendem voltar ao trabalho presencialmente quando as autoridades liberarem a abertura do estabelecimento.

- Eu sou muito em realista em relação a tudo. Temos observado o que vem sendo dito sobre a doença e seguimos as orientações e regras para nos protegermos. Só saímos quando necessário. Ao mesmo tempo, sei que nenhuma vacina ficou pronta em menos de um ano e meio, então, tenho a noção de que uma hora ou outra terei que me expor ao risco. Não posso esperar o meio do ano que vem para voltar a minha vida, assim como a Kyra. Na minha cabeça, o principal é fazermos com que a curva não aumente para que continuemos com leitos disponíveis para os doentes. No momento, na cidade do Rio, estamos conseguindo. A situação está começando a melhorar e, por enquanto, não voltou a piorar. Vamos acompanhar para ver se vai ficar no platô - avalia ele, que por enquanto disponibiliza aulas on-line.

Para diminuir o risco de contaminação, além de seguir os protocolos recomendados pelas organizações de saúde, o ator e sua família apostam num estilo de vida saudável:

- Nos esforçamos para ter uma imunidade alta. Nos exercitamos, temos uma alimentação muito boa e valorizamos o sono. Isso é muito importante. Ficamos atentos a qualquer sintoma para agirmos rápido, caso necessário. Quando a Kyra estava grávida da Kyara, também enfrentamos uma epidemia, a de Zyka, que era bem perigosa para as grávidas. Foi complicado, mas seguimos com a nossa vida. Tanto eu quanto a minha mulher temos essa mentalidade de enfrentar o problema. Não dá para fugir eternamente. Até porque o estresse emocional também faz muito mal. Se gente ficar pensando em desgraça do tempo todo, fica travado pelo medo e somatiza isso.

Quando a quarenta começou, Malvino estava prestes a gravar uma participação na próxima temporada de "Malhação". Agora, a novela está prevista para estrear em janeiro de 2021.

- Nessa área a questão é mais complicada. Como é que você volta? Temos um grupo de atores num aplicativo de mensagens em que compartilhamos aquela notícia do ator beijando uma bola de tênis numa gravação em Portugal. Eu achei estranhíssimo. Na dramaturgia, o contato é muito importante. Acho que, de fato, vai precisar de um tempo de espera - diz ele, que está no ar na reprise de "Fina estampa". - Os fãs mandam mensagens no Instagram e a gente percebe que a história está repercutindo de novo quando a própria imprensa volta a falar dela. "Fina estampa" é um novelão clássico, e o clássico nunca sai de moda.

Kyra Gracie posa com as filhas e exibe a barriguinha da nova gravidez  (Foto: Reprodução Instagram)
Kyra Gracie posa com as filhas e exibe a barriguinha da nova gravidez (Foto: Reprodução Instagram)

 


O Globo sexta, 26 de junho de 2020

ALCEU VALENÇA LANÇA MARATONA DE SHOWS EM SÃO PAULO

 

Alceu Valença lança maratona de shows para São João

Cantor está à frente de festival que realiza festa junina na internet; no domingo, ele faz apresentação ao vivo, com sucessos da carreira
 
O cantor Alceu Valença Foto: Antonio Melcop / Divulgação
 

Alceu Valença está com saudade de andar feito um cão abandonado. Enquanto mantém-se em isolamento social, o cantor caminha erraticamente dentro do apartamento onde mora, no Leblon, na Zona Sul do Rio. Cronometrado com um aplicativo no celular, ele se desloca entre cômodos e corredores para cumprir a meta de dez mil passos por dia, o que equivale a 64 subidas e descidas pela escada de casa.

 
— É chato pra caralho, mas boto uma música num fone ou então ligo para os meus irmãos, para o povo de Pernambuco, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, de Santa Catarina... Está todo mundo querendo conversar, não é? — diz o músico, que completará 74 anos na próxima quarta-feira. — Sou um artista da estrada, da rua, e que agora caminha em casa e pelas vias da internet.

Nas novas andanças, ele colhe frutos adocicados. Em casa, Alceu dedilha novas letras e melodias no violão (“agora toco o tempo todo”, afirma), vasculha arquivos antigos e reencontra composições que ainda não foram gravadas — no celular, já pinçou 25 músicas inéditas, criadas durante um de seus voos, viagens de carro ou caminhadas no passado. Na internet, ele mostra que tem facilidade em transformar a tela em palco confortável.

O cantor Alceu Valença Foto: Antonio Melcop / Divulgação
O cantor Alceu Valença Foto: Antonio Melcop / Divulgação

Depois de cancelar 35 shows no Brasil e 16 apresentações de uma turnê internacional devido à pandemia do novo coronavírus, Alceu tem sido muito solicitado para realizar transmissões ao vivo na web, mais ainda agora, em época de festejos para São João.

Recentemente, uma empresa demonstrou interesse em contratá-lo para “acalmar os ânimos dos funcionários nos intervalos de uma reunião internética”, como o próprio conta, acrescentando que não aceitou a proposta. Outro convite já chegou de Portugal, onde ele possui residência em Lisboa.

 

— O pipoco é grande. Em tudo que é canto, o povo pede show. E isso é bom, porque quem catapultou o forró no mundo foi a internet. Há três ou quatro anos, saiu uma página inteira num jornal da Ucrânia sobre dois discos meus. O regional se tornou universal. Como eu imaginaria isso? — celebra. — As músicas “La belle de jour” e “Girassol”, que foram tocadas pouquíssimas vezes em rádio, vão alcançar 100 milhões de acesso no Youtube. É uma coisa inacreditável, e mostra que não dá para se explicar o viral. Acho que agora há uma nova onda na internet.

Festejos virtuais até domingo

Alceu aprendeu a navegar sobre a maré on-line. Na noite desta sexta-feira (26/6), ele dá largada para uma maratona de festas dedicadas a São João , em evento que se estende por todo o fim de semana, com produção da plataforma Pipoca e transmissão nos perfis do cantor no Youtube e no Instagram.

Nesta sexta-feira (26/6), a partir das 20h, ele apresenta nomes importantes da cena artística de Caruaru, no agreste pernambucano, e cede o microfone (virtualmente) para a Banda de Pífanos Zé do Estado e Azulinho, entre outros. No sábado (27/6), a partir das 16h, forrozeiros de Olinda ganham espaço — apresentam-se músicos como Felipe Costa, Karol Maciel, Claudio da Rabeca, Juba, Genaro e Terezinha do Acordeon. No domingo (28/6), às 16h, a festa junina se encerra com um show do próprio Alceu, que entoará clássicos de Luiz Gonzaga e sucessos de seu repertório, como “Táxi lunar”, “Anunciação” e “Coração bobo”, diretamente de uma casa que mantém na Joatinga, no Rio.

 

As ações ajudam a divulgar uma campanha de arrecadação para artistas de Caruaru e São Bento do Una, cidade natal Alceu — ambos os lugares viram suas receitas duramente afetadas com o cancelamento de festejos tradicionais neste período.

— São milhares de pessoas que frequentam as festas e, com isso, se hospedam nos hotéis, comem milho, vão aos restaurantes... Os eventos de São João movem a economia no Nordeste. O estigma sobre o artista tem que acabar! — manifesta-se. — Algumas pessoas que trabalham comigo estavam numa deprê arretada. São as lives que têm salvado o setor.

Público poderá interagir

Uma novidade chama atenção na apresentação que ele fará no domingo. Numa sala da plataforma Zoom, o público poderá ser visto e ouvido pelo cantor durante o show. Através de um telão instalado em casa, Alceu acompanhará as reações dos espectadores.

— Tudo no mundo é reinvenção. Temos que andar, andar. Até que tudo volte ao normal, a gente precisa esperar uma vacina que coloque esse canalha do corona na guilhotina — proseia. 


O Globo quinta, 25 de junho de 2020

SABRINA SATO FALA DO TRABALHO NA QUARENTENA

 

Sabrina Sato fala de trabalho na quarentena e de confinamento com a família

THAYNÁ RODRIGUES

 
 
 
 
Sabrina Sato (Foto: Paulo Troya)
Sabrina Sato (Foto: Paulo Troya)

 Sabrina Sato responde do outro lado da linha telefônica com o mesmo entusiasmo que os telespectadores estão acostumados a ver na TV.  Após cumprimentos, ela quer saber como está a vida da repórter e pergunta: "Você sente que em casa trabalha mais? Eu sinto! Nossa... É muito doido!". E logo solta a risada característica. A paulista, de 39 anos, conta que está confinada em casa com o marido, o ator Duda Nagle; a filha dos dois, Zoe; e os pais, Kika e Omar Rahal:

 
 
— Minha casa é sempre cheia. Tem minha mãe, meu pai... Meus irmãos vêm às vezes, tomando os devidos cuidados, é claro. 

Para receber os familiares, Sabrina segue as regras da Organização Mundial de Saúde. Há algumas semanas, ela confessa, comprou um teste para que a filha fizesse. 

— Eu sou meio píssica — reforça a apresentadora, para dizer que exagera nos cuidados.

 

Durante o confinamento, em meio aos parentes e a um ou outro integrante de sua equipe, Sabrina recorre a um refúgio quando precisa de paz: o banheiro. Não à toa, o cômodo dá nome ao seu quadro no canal do YouTube. E, após receber estrelas como XuxaBruna MarquezineJuliana Paes e Paulo Gustavo, a atração terá uma nova temporada. 

— Em alguns momentos eu corro para lá (risos). Ainda assim, a Zoe invade, o Duda invade... E depois ele reclama que eu não fecho porta. Esse quadro eu queria ter feito na TV. Ia se chamar “Tem gente?”. Uma referência à pergunta para saber se o banheiro está ocupado. Aí começou a quarentena, eu fiquei em casa sem poder trabalhar, enlouquecendo. Pensei sobre privacidade, intimidade... Imaginei que os artistas iam se abrir se estivéssemos neste cenário. Juliana Paes me perguntou se tinha que ficar pelada, Anitta decidiu tomar banho de verdade...

Numa das entrevistas, Xuxa confidenciou a Sabrina que ocasionalmente recebe visitas de topless. A paulista se diverte e se identifica com o hábito relacionado à nudez:

— Menina, não sei se ficou sabendo que, na minha gravidez, quando eu morava numa outra cobertura, me fotografaram (de topless) tomando sol grávida. E lá era bem distante de outros prédios. O corpo feminino passa por transformações na gravidez. Eu ganhei 18kg e ficava pelada tranquilamente. Na época, estava fazendo isso porque soube que era bom para os seios. Um tempo depois de isso ter acontecido, eu me mudei. Mas não ligo (de andar sem roupas). Em casa, eu fico bem à vontade mesmo. Não tenho problemas com isso. Às vezes o Duda briga comigo: "Olha o exemplo que está dando para Zoe!". Ele falou isso comigo ontem (risos)!

Espirituosa, a apresentadora afirma que durante a quarentena já passou por montanhas-russas de emoções:

 — Todos nós tivemos momentos de altos e baixos. Passamos por variações físicas, espirituais, mentais. O que eu busco é o equilíbrio.

Duda Nagle, Zoe e Sabrina Sato (Foto: Reprodução)
Duda Nagle, Zoe e Sabrina Sato (Foto: Reprodução)

 


O Globo quarta, 24 de junho de 2020

CAMISA 10 DA SELEÇÃO COMPLETA 70 ANOS

 

Camisa 10 da seleção completa 70 anos e 111 jogadores já a usaram; veja o ranking

Pelé é líder, com Neymar e Rivaldo no podio. Levantamento inédito mostra quem mais se destacou por década
 
 
Pelé é o jogador que mais vestiu a camisa 10 da seleção brasileira Foto: Arte O Globo
Pelé é o jogador que mais vestiu a camisa 10 da seleção brasileira Foto: Arte O Globo
 
 
Quando Jair da Rosa Pinto entrou no Maracanã no dia 24 de junho de 1950 vestindo a 10 da seleção brasileira, mal sabia que estava usando a camisa que se tornaria a mais importante da história do futebol. Era a estreia do Brasil na Copa do Mundo, contra o México, e a primeira vez que a seleção usava camisas com números. Hoje, a 10 do Brasil completa 70 anos de vida. Em pesquisa inédita, O GLOBO levantou todos os jogadores que já a vestiram nas sete décadas de vida.

A 10 do Brasil é a 10 do Pelé. Jogador que mais a vestiu — foram 105 vezes (em outras oito partidas, ele usou outros números, inclusive o 13, na estreia) — o santista deu a fama ao número e à amarelinha. Em segundo, vem Neymar. Em sua última partida pela seleção — o amistoso contra a Nigéria, em outubro do ano passado — ele ultrapassou Rivaldo e chegou a 70 jogos com a 10 do Brasil. Rivellino e Zico completam o top-5. Neymar se tornou também o atleta que mais usou a camisa em uma única década, duas vezes mais que as 68 partidas de Pelé na década de 1960. E poderia ser mais: de 2010 a 2011, Neymar era o 11 da seleção, com a 10 sendo usada, na maioria das vezes, por Paulo Henrique Ganso.

Ao todo, 111 jogadores tiveram a honra de usar a 10 da seleção: 18 antes de Pelé e 92 depois. E os nomes trazem curiosidades. A começar pelo último, Lucas Paquetá, do Milan, que foi contestado justamente por usar a 10 nos últimos dois amistosos. Nomes que não fizeram história na seleção estão na lista, como o meia Carlos Eduardo, atualmente no Juventude, que teve a honra de ser o 100° a usar a 10 do Brasil, quando jogava pelo Rubin Kazan, da Rússia.

Os 10 jogadores que mais vestiram a camisa 10 da seleção brasileira Foto: Arte O Globo

Os 10 jogadores que mais vestiram a camisa 10 da seleção brasileira Foto: Arte O Globo

 Outros históricos atletas brasileiros que ficaram marcados com outros números na camisa também adoçam a lista. Camisa 9 em 1970, Tostão vestiu a 10 22 vezes, o 11° que mais usou. Eternizado com a 8 em 1982, Sócrates só usou a 10 uma vez, em 1980, assim como Falcão, ambos contemporâneos de Zico. Tetracampeão com a 7, Bebeto foi 10 duas vezes e até Ronaldo, o Fenômeno, símbolo da camisa 9, foi 10 em um amistoso em 1994 contra a Iugoslávia.

O ranking de quem mais usou a 10 da seleção tem Pelé como líder há 58 anos. Em maio de 1962, o Brasil venceu Portugal no Maracanã com gol dele, que chegou ao seu 28° jogo com o número, ultrapassando Didi para nunca mais ser ultrapassado.

Veja ainda:As 10 maiores vitórias da seleção no Maracanã

Pelé também é o primeiro jogador a usar a 10 defendendo um time estrangeiro em uma história triste e curiosa: em 1976, Geraldo, jogador do Flamengo, morreu aos 22 anos, vítima de um choque anafilático. Pouco antes da sua morte, ele usara a 10 da seleção por duas vezes. Um amistoso foi marcado em sua homenagem entre o Flamengo e a seleção brasileira e Pelé, que jogava pelo New York Cosmos, voltou para usar sua camisa.

 

Zico foi o primeiro jogador a usar a 10 pertencendo a um time europeu, algo recorrente hoje. Foi em 1985, quando ele atuava pela Udinese. É do Galinho também o recorde de sequência com a camisa histórica: de um jogo contra a Venezuela em fevereiro de 1981 até uma vitória contra o Chile em abril de 1983, ninguém além dele vestiu a camisa. Foram 25 jogos.

Ao todo, 68 partidas da seleção brasileira não tiveram o camisa 10 em campo, ou porque ele estava no banco e não entrou, ou porque estava machucado. E isso aconteceu em jogos históricos, como na final da Copa do Mundo de 1962, quando o Brasil conquistou o bi (Pelé, machucado, não jogou), e no 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014 (Neymar se machucou no jogo anterior). Uma camisa histórica que, nos 70 anos de vida, aprendeu até quando era hora de se esconder.

Quem mais usou a camisa 10 em cada década Foto: Arte O Globo
Quem mais usou a camisa 10 em cada década Foto: 

O Globo terça, 23 de junho de 2020

SÃO JOÃO NA REDE

 

São João na Rede: festival quer ajudar forró a respirar em ano sem festas juninas

Tradicional e brasileiríssimo, gênero que depende da aglomeração e dança vê seus artistas sofrendo com a pandemia
 
 
Apresentação musical no festival São João na Rede Foto: Reprodução
Apresentação musical no festival São João na Rede Foto: Reprodução
 
 

RIO — A temporada de festas de São João é um marco na economia cultural do país. A título de exemplo, apenas a cidade paraibana de Campina Grande, um dos grandes polos de festejos juninos do Brasil, movimenta cerca de R$ 200 milhões todos os anos. Menos em 2020. A pandemia de coronavírus atingiu em cheio uma tradição que tem como condição sine qua non o contato, a troca de calor, a aglomeração. E causou prejuízos ainda inestimáveis para milhares de profissionais que têm nos meses de junho e julho uma renda essencial para a sobrevivência.

É pensando neles e na valorização do forró enquanto patrimônio imaterial brasileiro que desde o dia 12 é realizado o festival São João na Rede, uma iniciativa conjunta entre o Fórum Nacional Forró de Raiz, a Associação Cultural Balaio Nordeste e a Associação Respeita Januário, sem patrocínios ou grandes marcas engajadas.

Os festejos virtuais no YouTube e Instagram seguem até domingo, e a programação, que pode ser consultada nas redes sociais do evento, vira uma maratona diária nesta semana em que se comemora o Dia de São João (24/6). Além de apresentações musicais à noite, o evento conta ainda com exibição de filmes, documentários, leituras de poesias oficinas e bate-papos abordando esse universo tão brasileiro. Com estrutura limitada e colaborativa, grande parte da programação é gravada, e dividida entre materiais inéditos e históricos.

Foco nos menos conhecidos

Nomes grandes fizeram participações especiais no projeto, como Gilberto Gil (que gravou o vídeo de apresentação do festival), Elba Ramalho, Lucy Alves, Hermeto Pascoal e Moyseis Marques, mas o foco não é neles, e sim em proletários da música, como Mará dos 8 Baixos, Sabiá da Flauta, Severo do Acordeon, Gereba Barreto Banda Menina Bonita, João Sereno, entre tantos outros — foram mais de 200 artistas envolvidos.

 
— A crise causada pela pandemia é ainda pior para artistas do forró, forrozeiros. É uma manifestação que exige o aspecto comunitário, participativo do público. Não se concebe um show de forró para ninguém dançar, só para ouvir passivamente. A dança talvez seja o elemento mais importante. — lembra o músico e professor universitário pernambucano Climério Oliveira Santos, idealizador do festival e um dos coordenadores do Forúm Nacional Forró de Raiz, presente em 14 estados. — Além do mais, muitos artistas não têm qualquer presença digital, diferentemente de artistas da música pop, que conseguem renda através das plataformas e de outras ações e prescindem menos de uma aglomeração. A pandemia causou uma verdadeira devastação para os forrozeiros, alguns não conseguem nem comprar o básico, como comida.

100 dias com cultura: artistas e pesquisadores destacam importância do setor durante pandemia

Por isso, foi criado um fundo solidário destinado a profissionais da cadeia produtiva do forró que estão em situação de vulnerabilidade por causa do distanciamento social. A audiência é estimulada a fazer doações através de uma plataforma on-line de arrecadação. Do montante levantado, 80% serão destinados aos artistas e profissionais cadastrados neste fundo, mediante aprovação dos organizadores, que abriram mão de receber qualquer quantia pelo trabalho voluntário. Os demais 20% cobrem custos de produção e infraestrutura do festival.

 

Pela patrimonialização

Além do lado solidário, o São João na Rede também tem um objetivo declarado de reforçar a tradição do forró de raiz através de seus artistas regionais, e manter acesa a chama dos festejos juninos. Desde 2015, o forró está no processo para ser reconhecido oficialmente como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

— Estamos no processo de pesquisa e produção da documentação etnográfica exigida pelo Iphan. No meio disso tudo, apareceu a pandemia. Teríamos uma pesquisa de campo muito forte nesses meses de junho e julho, que não pôde ser realizada. A expectativa é que haja Sao João de rua no ano que vem, para apresentarmos o dossiê final no fim de 2021 — atualiza o etnomusicólogo Carlos Sandroni, coordenador do processo.


O Globo segunda, 22 de junho de 2020

RÉVEILLON DE COPACABANA PODE SER CANCELADO

 

Réveillon de Copacabana pode ser cancelado devido à pandemia da Covid-19

Prefeitura frisa que é cedo para decidir, mas já estuda alternativas. Entre elas, transmissão de shows pela internet
 
Fogos coloridos tomaram o céu de Copacabana, encantando as 2,9 milhões de pessoas na orla da praia Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Fogos coloridos tomaram o céu de Copacabana, encantando as 2,9 milhões de pessoas na orla da praia
Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
 
 

RIO — Pela primeira vez em décadas, a Praia de Copacabana pode ficar sem réveillon. A realização da festa, que reuniu 3 milhões de pessoas na última edição, depende da evolução da Covid-19 no Rio, e, apesar de a prefeitura frisar que ainda é cedo para bater o martelo, alternativas já são estudadas. Entre elas, a transmissão dos shows pela internet (num modelo parecido com as lives que vêm fazendo sucesso nesta quarentena) e uma maior distribuição de palcos pela cidade, para diminuir a concentração de pessoas na orla.

Como O GLOBO informou neste domingo, dia 21, o carnaval em fevereiro também é incerto. Jorge Castanheira, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) deve convocar esta semana uma reunião para debater os rumos da folia e há, entre dirigentes de agremiações, quem defenda um adiamento dos desfiles para março, maio ou até mesmo para o feriado de Corpus Christi, em junho. Em nota, a Riotur informou que, seguindo o cronograma dos anos anteriores, o réveillon começará a ser discutido na segunda quinzena de julho. A expectativa é que, até lá, ocorra uma significativa redução de casos de Covid-19 e que o risco de uma segunda onda de contágio seja descartado.

Temor de segunda onda

Para Tânia Vergara, presidente da Sociedade de Infectologia do estado do Rio, a festa em Copacabana deve estar condicionada à descoberta de uma vacina ou de um medicamento eficaz contra a doença. Segundo a especialista, uma nova onda de contágio pode inviabilizar o réveillon na praia.

— Se tivermos uma segunda leva de contaminação até o fim do ano, o que é esperado, não haverá segurança para a realização de um evento tão grandioso. Vale lembrar que o fluxo de turistas para a festa costuma ser muito alto, principalmente dos que saem do Hemisfério Norte, que estará no inverno. Parece que o novo coronavírus tem um comportamento sazonal, assim como outras síndromes respiratórias. Talvez em outubro já possamos saber como a pandemia se comportou em outros países e aí, sim, conseguiremos determinar a viabilidade do réveillon.

 

O infectologista e professor da Universidade Iguaçu (Unig) Roberto Falci Garcia tem opinião semelhante:

— Antes de qualquer decisão, devemos aguardar possíveis impactos da flexibilização de medidas restritivas e saber como o Brasil e outros países reagirão a uma eventual segunda onda de contágio.

Preocupação com hotéis

De acordo com Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio de Janeiro (ABIH-RJ), um cancelamento da festa de virada de ano em Copacabana seria catastrófico para o setor, que chegou a ter 80% dos estabelecimentos fechados e cerca de 20 mil empregos suspensos nesta quarentena.

— Se o réveillon não acontecer, será um desastre para a rede hoteleira carioca. Hoje, nossa taxa média de ocupação está em torno de 15%, quando o índice normal seria 70%. Por conta da crise, muitos hotéis não vão reabrir. Os empresários do setor estão inseguros. O medo maior é retomar as atividades e, em dois ou três meses, ocorrer uma segunda onda de contaminação, o que poderia fazer grande parte deles quebrar de vez — afirmou Lopes.

Os hotéis da cidade foram incluídos na segunda fase de flexibilização da quarentena, já implantada pela prefeitura. No ano passado, a taxa média de ocupação na cidade bateu 93% no réveillon, contra 90% em 2018. Copacabana e Leme foram os bairros mais procurados, com 95% dos quartos reservados. Na noite da virada, hotéis de várias regiões apresentaram taxa de 100% de ocupação. A maior procedência foi de turistas nacionais: 81%, sendo o Estado de São Paulo responsável por quase um terço deste total (29,6%).

 

— Acreditamos que a força do turismo nacional, verificada no último ano, faça com que o carro seja o principal meio de transporte para grandes deslocamentos, por conta do medo que muitas pessoas ainda terão de embarcar num avião. Nós estamos com muitas expectativas em relação ao réveillon do Rio, apesar das adversidades. Esperamos que setembro seja o mês de retomada do nosso setor; é quando poderemos ter um panorama mais claro do fim do ano — disse o presidente da ABIH-RJ.


O Globo domingo, 21 de junho de 2020

LIVES DE HOJE: MICHEL TELÓ É O DESTAQUE DESTE DOMINGO

 

Lives de hoje: Michel Teló é o destaque deste domingo

Confira agenda do dia e onde assistir às apresentações virtuais ao vivo
 
Michel Teló apresenta o show 'Arraiá do Teló' Foto: TV Globo
Michel Teló apresenta o show 'Arraiá do Teló' Foto: TV Globo
 
 

As lives deste domingo (21/6):

Michel Teló

O cantor faz show especial de São João na live "Arraiá do Teló", que deve trazer músicas de sucesso do cantor como "Humilde residência" e "Amiga da minha irmã". Às 13h30, no YouTube.

Bom Gosto

O grupo de pagode transmite show ao vivo na live "Bom Gosto no almoço". Às 13h, no YouTube.

 
 

39ª Festa da Música

A Aliança Francesa apresenta festival com mais de 60 artistas de 22 países. Entre eles, os músicos brasileiros Rodrigo Marchevsky, Nino Karvan e Juliano Barreto. A partir das 17h, no Instagram (@rioaliancafrancesa).

Simone

A cantora faz mais uma transmissão on-line, com repertório montado com a ajuda de fãs em tempo real. Às 18h, no Instagram (@simoneoficial).

Léo Santana

O cantor, ex-líder da banda Parangolé, apresenta o "Baile da Santinha". Às 15h, no YouTube.


O Globo sábado, 20 de junho de 2020

GILBERTO GIL E IZA FAZEM SHOW INÉDITO EM LIVE

 

No frio da Serra fluminense, Gilberto Gil e Iza fazem show inédito em live

Cantora fez teste de Covid-19 para entrar no sítio onde o baiano passa a quarentena com a família, em Araras
 
 
Gilberto Gil e Iza no sítio do baiano em Araras, onde farão a live Foto: Divulgação
Gilberto Gil e Iza no sítio do baiano em Araras, onde farão a live Foto: Divulgação
 
 

RIO — A previsão meteorológica para Petrópolis, na Região Serrana do Rio, no fim de semana, aponta uma mínima de 10°C. Mas um calor afetivo intenso, em forma de aconchego musical, é esperado para emanar de um sítio em Araras, onde Gilberto Gil passa a quarentena com os filhos Nara, Bem e José e a neta Flor. É lá que ele recebe, desde sexta-feira, uma hóspede ilustre: a cantora Iza, com quem se apresenta neste sábado num show inédito, às 20h, transmitido pelo YouTube.

— Esse show é uma grande homenagem à obra do Gil, e o encontro é emocionante pela admiração mútua entre os dois. Ao vivo, vai incendiar — promete Zé Ricardo, diretor artístico do encontro e conhecido por promover reuniões memoráveis no Palco Sunset do Rock in Rio. — Eu vejo Gil e Iza conectados em vários pontos. Gil é um gênio, e Iza é a melhor cantora pop do Brasil, na minha opinião.

Gil na quarentena:'Se vamos recomeçar, deixaremos para trás muito do que temos sido até aqui'

O show da dupla será centrado no cancioneiro dele, tanto que o nome oficial do encontro é “Gilberto Gil por Iza e Gil”. O baiano conduzirá a apresentação com seu violão, e o repertório vai incluir músicas compostas por ele, como “Se eu quiser falar com Deus”, “Palco” e “Vamos fugir”, além de versões imortalizadas em sua voz, caso de “Three little birds” e “Esperando na janela”. Os espectadores serão convidados a fazer doações, através de um QR code, para a ONG Ação da Cidadania — cada real doado corresponderá a um prato de comida para os mais afetados pela pandemia.

— Eu me lembro de ouvir a música do Gil desde criança, talvez até desde a barriga da minha mãe. Ela sempre foi muito fã, assim como a minha família inteira também. Comecei a cantar as músicas dele muito antes de saber quem ele era. Tenho uma memória muito afetiva e sei que a minha família vai ficar muito emocionada — conta Iza, que foi um dos pontos altos do último Rock in Rio ao dividir o palco com a cantora Alcione.

 
 

 Os envolvidos avisam que a live segue todos os protocolos de segurança. Iza, Zé Ricardo e os demais profissionais que trabalham na produção só subiram a serra após reforçarem suas quarentenas e realizarem testes de Covid-19. O momento, lembra Gil, ainda é de espalhar a mensagem do isolamento:

— Assim como vários outros colegas artistas estão fazendo, chamando o público para juntos contribuirmos neste momento em que tantas pessoas necessitam de ajuda, considero esta uma iniciativa muito interessante. Acho que faz parte do movimento que tomou a internet convocar o público para contribuir um pouco mais para o bem-estar das pessoas. E acredito que ficar em casa ainda é uma recomendação importante. A pandemia não entrou numa fase de descendência, ainda temos muitos casos e muitos óbitos.

Gil e Iza com Zé Ricardo, diretor musical do show Foto: Divulgação
Gil e Iza com Zé Ricardo, diretor musical do show Foto: Divulgação

 Apesar de isolado com a família em Araras desde o começo de março, Gil tem vivido uma quarentena de muito trabalho. Além da live com Iza (“uma estrela benquista, com o seu ecletismo, com seu gosto muito amplo por música de todos os cantos do Brasil e de outros lugares”, ele diz), uma outra apresentação ao vivo está confirmada para sexta-feira (26), dia de seu aniversário de 78 anos, quando ele promoverá uma festa de São João.

Na sexta (19), Gil protagonizou o debate “Pensamentos e articulações para uma nova relação com o planeta”, nas redes do Museu do Amanhã, e participa neste domingo do festival SOS Rainforest Live, que chama atenção para os povos indígenas ameaçados pela Covid-19, ao lado de Caetano Veloso, Sting, Milton Nascimento, Anitta e outros.

O Globo sexta, 19 de junho de 2020

CAMILA PITANGA E GLOBO ENCERRAM CONTRATO A LONGO PRAZO

 

Camila Pitanga e Globo encerram contrato a longo prazo

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
Camila Pitanga (Foto: Marcos Rosa)
Camila Pitanga (Foto: Marcos Rosa)

 

O vínculo de Camila Pitanga com a Globo, que era de prazo longo, agora será por obra certa. A mudança não fecha portas para eventuais futuras parcerias. 

Além disso, ela não apresentará a próxima temporada do “Superbonita” no GNT. A direção do canal negocia o posto com Taís Araújo

 
 
Atualmente, Camila pode ser vista na Globo em "Aruanas", em que interpreta a ambiciosa advogada Olga. A série já tem uma segunda temporada confirmada. As gravações começaram no início do ano, mas, precisaram ser interrompidas por conta da pandemia do coronavírus. 

Na emissora, Camila participou, ainda, do especial de fim de ano "Juntos a Magia Acontece", exibido em dezembro de 2019. 


O Globo quinta, 18 de junho de 2020

FLAMENGO X BANGU: RETORNO DO CARIOCA

 

Flamengo x Bangu marca o retorno do Carioca; veja situação e objetivos do seu time

Todos os jogos serão com portões fechados. Além do Maracanã, constam partidas no Nilton Santos, São Januário, Conselheiro Galvão e Luso Brasileiro
 
Maracanã Foto: Divulgação Flamengo
 

O futebol está de volta ao Rio de Janeiro. Após três meses de paralisação devido à pandemia do novo coronavírus, a Ferj divulgou as datas e horários da quarta rodada da Taça Rio, que retorna nesta quinta-feira. Os primeiros a entrar em campo serão Flamengo e Bangu, no Maracanã, às 21h (de Brasília). E o GLOBO preparou este guia para lembrar o torcedor de como estava o campeonato.


O Globo quarta, 17 de junho de 2020

A ESTEIA DA TERCEIRA TEMPORADA DE MARCELLA

 

A estreia da terceira temporada de ‘Marcella’

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
 
Cena da terceira temporada de 'Marcella' (Foto: Divulgação)C
Cena da terceira temporada de 'Marcella' (Foto: Divulgação)

 

Quem acompanha “Marcella” desde a estreia, em 2016, sabe que a personagem-título da série é uma detetive atormentada. Volta ao trabalho 12 anos depois de abandoná-lo para cuidar da família. Agora, separada, sente saudade da delegacia. A readaptação é penosa: a rotina que ela conhecia mudou e a tecnologia evoluiu. Para piorar, Marcella (Anna Friel) não luta apenas contra criminosos: sofre de problemas psiquiátricos e tem lapsos de memória. O papel é muito interessante e deu à atriz o Emmy Internacional em 2017 (uma curiosidade: ela disputou com Adriana Esteves, também finalista, por “Justiça”). A terceira temporada desse thriller noir acaba de chegar à Netflix (é uma produção da britânica ITV).

Quem achava que conhecia a protagonista vai levar um susto (tem spoiler). Os dois primeiros terços do episódio de estreia confundem bastante. Marcella ressurge louríssima, vivendo no campo com um estranho. Atende pelo nome de Keira. O espectador chega a desconfiar de que assiste à série errada. Mas não. A protagonista está numa missão para a polícia e é tudo disfarce. O trabalho da atriz é minucioso e ganha mais uma camada dramática. Keira usa salto alto, mas Marcella mantém o andar ligeiramente masculino. É só um detalhe, mas que serve a mostrar o esforço de composição. A ação se desenrola em Belfast, numa área pobre e também na propriedade de uma família mafiosa e milionária, onde a personagem se infiltra. Essa não é


O Globo terça, 16 de junho de 2020

MARACANÃ 70 ANOS: OS 10 MAIORES JOGOS DE SUA HISTÓRIA

 

Top-70: veja os 10 maiores jogos da história do Maracanã

Finais de Copa do Mundo, ouro olímpico e gol 1000 de Pelé estão na última parte do ranking do GLOBO
 
Última parte do ranking de maiores jogos da história do Maracanã: do 1º ao 10º lugares Foto: Editoria de Arte
Última parte do ranking de maiores jogos da história do Maracanã: do 1º ao 10º lugares Foto: Editoria de Arte
 
 

Do amistoso de inauguração do estádio, entre cariocas e paulistas, em junho de 1950, à vitória do Fluminense contra o Vasco, no último 15 de março, já com portões fechados devido à pandemia do novo coronavírus, quais foram os 70 maiores jogos da história do Maracanã? Para comemorar o aniversário de 70 anos do palco de tantas emoções da história do futebol, O GLOBO se propôs tentar responder essa pergunta.

 
 
Um júri com 70 nomes especializados foi formado. Uma pré-lista com 100 jogos foi distribuída, e cada partida foi avaliada por cada jurado, que deu notas de 1 a 5, de acordo com a importância do jogo na história do estádio. Da apuração, nasceu o ranking dos 70 maiores jogos dos 70 anos do estádio, que começou a ser divulgada na quinta-feira e termina nesta terça-feira, aniversário da inauguração. Confira abaixo a última parte da lista, do 1º ao 10º lugares. E veja aqui a primeira (do 51º ao 70º), a segunda (do 41º ao 50º), a terceira (do 31º ao 40º), a quarta (do 21º ao 30º) e a quinta (do 11º ao 20º) partes.

Uruguai vence o Brasil e cala o Maracanã na Copa de 1950 Foto: Arquivo/16.07.1950Uruguai vence o Brasil e cala o Maracanã na Copa de 1950 Foto: Arquivo/16.07.1950

1º — Brasil 1 x 2 Uruguai

Copa do Mundo, 16 de julho de 1950

Dos 70 maiores jogos do Maracanã nos 70 anos do estádio eleitos pelo GLOBO, 16 envolvem a seleção brasileira: 14 são noites ou tardes felizes para o Brasil. Um é uma derrota, mas não dá pra dizer que a estreia de Pelé em 1957 foi triste. Só um é um revés sem poréns: a final da Copa de 1950, maior jogo da história do estádio, é também o que carrega as maiores doses de melancolia para a torcida brasileira.

 

São muitas as explicações: o Maracanã foi construído para que aquele momento acontecesse, mas com final diferente. A multidão que pode ter chegado a 200 mil pessoas, o otimismo, o gol de Friaça, a expectativa, o empate, o gol de Gigghia e a condenação de Barbosa. São muitos elementos do maior roteiro que o estádio viveu em 90 minutos e por muito mais.

Nada do que aconteceu nos 70 anos seguintes foi capaz de superar a grandeza daquele 16 de julho. Os 70 jornalistas do júri tinham que dar uma nota de 1 a 5 em uma lista de 100 jogos selecionados: o "Maracanazo" foi o único com 70 notas máximas. Um trágico e marcante gabarito.

Pelé comemora seu milésimo gol, marcado no Maracanã Foto: Arquivo/19.11.1969
Pelé comemora seu milésimo gol, marcado no Maracanã Foto: Arquivo/19.11.1969

2º — Vasco 1x2 Santos

Campeonato Brasileiro, 31 de agosto de 1969

O que faz uma partida comum do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, uma derrota do time da casa, se meter entre duas finais de Copa do Mundo, para se tornar o segundo maior jogo da história dos 70 anos do Maracanã? Pois até os 39 minutos do segundo tempo aquele Vasco e Santos provavelmente não seria lembrado. Estaria no máximo na memória das 65 mil pessoas que foram ao estádio, mas nem tanta gente iria se não pudesse acontecer o que aconteceu: de pênalti, Pelé marcou o seu milésimo gol e as cenas, a celebração e as entrevistas ficaram para sempre na história do futebol. Uma das tantas coroações do Rei do Futebol. A maior delas no Maracanã.

 
Götze marcou o gol do título mundial da Alemanha em 2014 Foto: Ivo Gonzalez/13.07.2014
Götze marcou o gol do título mundial da Alemanha em 2014 Foto: Ivo Gonzalez/13.07.2014

3º — Alemanha 1 x 0 Argentina

Copa do Mundo, 13 de julho de 2014

Só por ser uma final de Copa do Mundo, ápice do futebol mundial a cada quatro anos, a decisão de 2014 teria vantagem para entrar na lista de partidas históricas do Maracanã. Há seis anos, o confronto foi icônico: de um lado, a Alemanha que cinco dias antes eliminara o Brasil na semifinal com um sonoro 7 a 1. Do outro, a Argentina de Messi com a expectativa de conquistar o mundial depois de 28 anos justo na casa do rival e, finalmente, completar a carreira do maior jogador do novo século. O Maracanã deu um jeito de quebrar as expectativas de novo e, após 90 minutos nervosos, Mario Gotze fez o gol do tetra alemão na prorrogação.

Romário dribla uruguaio nas Eliminatórias da Copa de 1994 Foto: Ivo Gonzalez/19.09.1993
Romário dribla uruguaio nas Eliminatórias da Copa de 1994 Foto: Ivo Gonzalez/19.09.1993

4º — Brasil 2 x 0 Uruguai

Eliminatórias da Copa, 19 de setembro de 1993

Curioso como as partidas decisivas de Eliminatórias são marcantes no Maracanã. Na lista dos 70 jogos mais marcantes da história, entraram as para as Copas de 1954, 1958, 1970, 1990 e 1994, as três últimas no top-10. Nenhuma, porém, pareceu tão grandiosa quanto a de 1993, em que o Rio de Janeiro parecia sentir que a seleção precisava de sua torcida. Precisando vencer,  o Brasil ainda tinha pela frente o Uruguai, adversário mais traumático possível para o estádio. O resultado foi um emocionante ambiente com um Romário em uma de suas melhores atuações: 2 a 0 e rumo ao Tetra.

Mais de 120 mil assistiram à vitória do Santos sobre o Milan no Maracanã Foto: Arquivo/16.11.1963
Mais de 120 mil assistiram à vitória do Santos sobre o Milan no Maracanã Foto: Arquivo/16.11.1963

5º — Santos 1 x 0 Milan

Copa Intercontinental, 16 de novembro de 1963

A conquista do bicampeonato mundial do Santos contra o Milan, no Maracanã, inaugura o top-5 de maiores jogos da história do Maracanã. A curiosidade vem no fato de que os relatos da época contam que foi um jogo ruim, pobre, ficando marcado mesmo pela conquista após um gol de pênalti de Dalmo para 120 mil pessoas. O jogo bom foi o anterior, em que o Milan vencia por 2 a 0 e conquistava a taça, mas sofreu a virada para 4 a 2 com dois gols de Pelé. Curiosamente, mais pessoas (132 mil) viram esta partida. No 1 a 0, o Santos não contou com Pelé, contundido.

 
Neymar beija a bola antes de garantir o ouro olímpico para o Brasil Foto: Marcelo Theobald/20.08.2016
Neymar beija a bola antes de garantir o ouro olímpico para o Brasil Foto: Marcelo Theobald/20.08.2016

6º — Brasil 1 (5)x(4) 1 Alemanha

Jogos Olímpicos, 20 de agosto de 2016

Dois anos após o 7 a 1 da semifinal da Copa do Mundo no Mineirão que impediu, com requintes de crueldade, que a seleção brasileira voltasse a disputar uma final de Mundial no Maracanã, quis o destino que o Brasil disputasse, contra os alemães, a inédita medalha de ouro olímpica no Rio de Janeiro. Eram equipes, em maioria, sub-23 mas a emoção tomou conta das 63 mil pessoas presentes. Neymar abriu o placar, de falta, mas Meyer empatou. Nos pênaltis, Weverton defendeu a última cobrança alemã e coube ao astro brasileiro converter a penalidade decisiva da conquista que faltava à seleção.

Renato Gaúcho, autor do gol de barriga que entrou para a história Foto: Fernando Maia/25.06.1995
Renato Gaúcho, autor do gol de barriga que entrou para a história Foto: Fernando Maia/25.06.1995

7º — Fluminense 3x2 Flamengo

Campeonato Carioca, 25 de junho de 1995

Qual o maior clássico da história do Maracanã? Por um voto, o Fla-Flu, talvez o confronto que mais combine com o estádio, ficou na frente do Botafogo x Flamengo de 1989. E não foi qualquer Fla-Flu, e sim o de 1995, o do clássico "gol de barriga" de Renato Gaúcho, anotado oficialmente para o meia Aílton, e que deu o título estadual ao tricolor carioca contra o Flamengo diante de mais de 120 mil pessoas. O gol, aos 42 do segundo tempo, coroou Renato como "Rei do Rio" e é um dos mais importantes da história do estádio.

Torcedor do Botafogo faz oração na arquibancada do Maracanã Foto: Miriam Fichtner/21.06.1989
Torcedor do Botafogo faz oração na arquibancada do Maracanã Foto: Miriam Fichtner/21.06.1989

8º — Botafogo 1x0 Flamengo

Campeonato Carioca, 21 de junho de 1989

O maior jogo do Botafogo no Maracanã envolve a quebra do seu maior jejum. Após quase 21 anos completos sem ganhar um título, a sina foi quebrada no mesmo estádio das suas maiores glórias na década de 60. O famoso "gol do Maurício" aconteceu aos 12 minutos do segundo tempo, após cruzamento de Mazolinha, contra um fortíssimo time do Flamengo que parecia o favorito. Mais que um grito de alegria, o torcedor botafoguense se aliviou naquela noite marcada para sempre, em um dos maiores clássicos da história do estádio. O jogo foi no dia 21 e a temperatura na hora do gol era de 21ºC. O Maraca não seria o mesmo sem a superstição alvinegra.

 
Chileno Rojas simula ter sido atingido por um rojão Foto: Jorge William/03.09.1989
Chileno Rojas simula ter sido atingido por um rojão Foto: Jorge William/03.09.1989

9º — Brasil 2x0 Chile

Eliminatórias da Copa, 3 de setembro de 1989

Além de receber grandes jogos, o Maracanã é capaz de produzir grandes histórias para além deles. Uma delas é o famoso "Jogo da Fogueteira", quando Brasil e Chile disputavam uma nervosa partida que valia a classificação à Copa de 1990. O jogo foi interrompido com a seleção brasileira vencendo por 1 a 0. O goleiro Rojas teria sido atingido por um sinalizador da Marinha disparado pela torcedora Rosenery Mello, que ficou famosa e até posou nua para uma revista masculina depois. O Chile abandonou o campo pleiteando a vitória, mas logo se descobriu a farsa: Rojas fingiu o acidente, se jogando em direção à fumaça, se cortando com uma gilete, usando até mercúrio para finigir que estava sangrando.

Brasil x Paraguai nas Eliminatórias, em 1969: recorde de público pagante Foto: Arquivo/31.08.1969
Brasil x Paraguai nas Eliminatórias, em 1969: recorde de público pagante Foto: Arquivo/31.08.1969

10º — Brasil 1 x 0 Paraguai

Eliminatórias da Copa, 31 de agosto de 1969

O imaginário diz que o Brasil x Uruguai de 1950 recebeu um maior público total, mas, oficialmente, não há público pagante maior registrado no Brasil do que os 183.341 ingressos vendidos para o confronto entre brasileiros e paraguaios que decidia uma vaga na Copa do Mundo de 1970. Tudo para ver as "Feras do Saldanha" vencerem por 1 a 0, gol de Pelé e carimbarem o passaporte rumo ao México onde, com Zagallo no comando, buscariam o tricampeonato mundial.


O Globo segunda, 15 de junho de 2020

PARINTINS: GARANTIDO E CAPRICHOSO COM FUTURO INCERTO

 

 

Parintins vive apreensão diante de futuro incerto sobre festival dos bois Garantido e Caprichoso

Adiada pela pandemia, 55ª edição do evento ainda tem chance de acontecer este ano, no mês de novembro
Apresentação do Caprichoso, em 2019: possibilidade remota de que a edição deste ano ocorra em novembro Foto: Widger Frota
Apresentação do Caprichoso, em 2019: possibilidade remota de que a edição deste ano ocorra em novembro
Foto: Widger Frota
 

RIO — Em 55 anos de história, esta é a primeira vez que o Festival Folclórico de Parintins corre o risco de não acontecer. Um baque com efeitos devastadores em termos financeiros, mas também no campo simbólico, com o possível hiato do evento.

Tradicionalmente realizado no último fim de semana de junho, o festival teve a edição de 2020 — entre os dias 26 e 28 — suspensa por tempo indeterminado. Agora, nos bastidores, ventila-se a possibilidade de que ocorra em novembro, mas o martelo ainda está longe de ser batido.

Com cerca de 120 mil habitantes, a cidade de Parintins fica a 365 km de distância de Manaus, principal porta de entrada de turistas em busca do festival. A capital do Amazonas foi a primeira no país a chegar ao colapso de seu sistema de saúde com a pandemia. Hoje, o estado tem a marca de quase 50 mil casos do novo coronavírus e 2,3 mil mortes.

— Tudo vai depender da situação sanitária do estado, especialmente de Manaus. Nossa alta temporada de navios turísticos, que dura até o fim de março, já foi afetada. Se não houver o festival, então, está prevista uma calamidade econômica — desabafa Bi Garcia (PSDB), prefeito de Parintins. — No mês do festival, geralmente um taxista consegue ganhar em 15 dias de corrida o que demoraria cinco meses para embolsar.

 

Em 2019, Parintins bateu recorde, recebendo mais de 66 mil turistas para os três dias de festa no Bumbódromo, na ilha Tupinambarana, onde é travada a batalha entre Garantido e Caprichoso. Segundo levantamento do Departamento de Estatística da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), de 2005 a 2018 o evento injetou R$ 426 milhões na economia local.

Vitrine para o carnaval

Números tão imponentes acabam naturalmente sendo vetores de preocupação para os organizadores do evento, diante de uma clara possibilidade de um ano em branco. Uma lacuna que afetaria a vida não somente de quem curte a festa, mas principalmente de quem a deixa de pé.

— São mais de 10 mil empregos gerados nos três meses de preparação. Só no ano passado o festival movimentou R$ 80 milhões para nossa economia. Barqueiros, setor de hotelaria, alimentação... todos precisam do evento para contribuir financeiramente em casa — alerta o prefeito.

Mas há quem aponte perdas para além das cifras. Afinal de contas, além de ser crucial fonte de renda para a economia de Parintins, o embate dos bois é uma das manifestações mais importantes da cultura popular brasileira. E o adiamento de sua realização abala diretamente seu campo de simbolismos.

Apresentação do Boi Garantido em 2019 Foto: Widger Frota / Divulgação
Apresentação do Boi Garantido em 2019 Foto: Widger Frota / Divulgação

Presidente do Conselho de Artes do Caprichoso, Ericky Nakanome afirma que a “lógica ritualística” do festival já foi quebrada, uma vez que foram cancelados todos os ensaios das marujadas (nome dado ao conjunto de ritmistas das agremiações).

 

— Outro aspecto dramático diz respeito à confecção da festa: os mateiros, nome dado aos coletores de matéria-prima, recolhem palha e cuia nesta época — pontua Nakanome, prevendo um estranhamento caso o festival aconteça mesmo em novembro. — E o calor? Vai estar beirando 40 graus. As cores, os peixes, tudo é diferente.

A não realização de Parintins na data original também atrapalha cerca de 25 outras festas de interior, que ocorrem na sequência.

—Serão vários boizinhos amazônicos sem desfilar.

E por falar em desfile, outro ponto de atenção dos parintinenses é o futuro do carnaval do Rio e de São Paulo. Para Júnior de Souza, diretor artístico do Garantido, o festejo dos bois é uma vitrine fundamental para os profissionais locais:

— Todo ano saem, em média, 400 pessoas daqui para trabalhar com as escolas de samba, cariocas e paulistas.

Bois unidos em live solidária

O tom de lamento generalizado, no entanto, tenta ser amenizado com ações virtuais que estão ao alcance dos bois. As agremiações vêm comercializando nas redes seus produtos customizados, como camisetas, canecas e até máscaras.

 

Para providenciar doações, as lives solidárias vêm sendo a saída. No mês passado, o Caprichoso arrecadou mais de 20 toneladas em uma transmissão ao vivo. No Dia dos Namorados, o Garantido realizou seu evento on-line celebrando o amor. E, no dia 28, quando seria encerrada originalmente a edição deste ano de Parintins, os rivais vão se encontrar em live inédita.

Levantador de toadas há 25 anos, David Assayag estará presente no festival virtual, defendendo o boi azul. Emocionado, ele confessa jamais ter presenciado uma situação tão delicada quanto a que vive a cidade hoje.

— Parintins é uma festa de aglomeração, então fica difícil saber como vai ser no futuro. Seja como for, uma certeza eu tenho: sairemos mais fortes do que nunca.


O Globo domingo, 14 de junho de 2020

MARTINHO DA VILA: EU SOU O ENREDO

 

'Eu sou o enredo, esse carnaval não pode ser adiado', brinca Martinho da Vila, que faz live neste domingo

Bamba apresenta o show virtual 'Batuque na cozinha', no qual homenageia João da Baiana, entre outros
 
O cantor e compositor Martinho da Vila Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
O cantor e compositor Martinho da Vila Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
 
 

RIO — Aos 82 anos, Martinho da Vila descobriu durante a quarentena o prazer de cozinhar. Mas a atividade também aguçou seu apetite pela música. Então, ele passou a fazer de utensílios culinários instrumentos de percussão. Assim surgiu a ideia para a live “Batuque na cozinha”, que o bamba realiza hoje, às 15h, em seu canal no YouTube (/martinhodavilaoficial).

— Aprendi que gosto de cozinhar a esta altura do campeonato. Como não entendo muito, improviso uma janta com as sobras do almoço — conta Martinho, que está em isolamento social ao lado de Cléo, sua mulher, e dos filhos Preto e Alegria. — É rotina, mesmo. Cada um faz uma coisa.

A apresentação virtual, como define o cantor, compositor e escritor, “é inspirada no João da Baiana” (1887-1974), autor da canção que dá nome ao projeto.

— Vou começar e terminar com essa música, tentando imitá-lo, essas coisas. Vai ser como um monólogo que um ator faz. Cantarei à capela e batucando nos elementos da cozinha, como panela, prato, frigideira. Batuco até no fogão! — gargalha. — Vai ser improvisado, o roteiro não está muito definido. É como um show normal, só defino o início e o final. É como me dizia o (jornalista, produtor musical e diretor de TV) Fernando Faro: “O show tem que começar e terminar bem.. Se iniciar devagar, o público não gosta.”

Do que está definido do repertório, Martinho adianta outras homenagens:

— Vou contar um pouco da história do João, do Adoniran Barbosa e do Paulo Vanzolini. Estarei sozinho, mas também vai ter alguma interação. Meus filhos vão entrar e pedir músicas — explica o artista, que também vai cantar “Pelo telefone”, de Donga, o primeiro samba gravado, e sucessos como “Casa de bamba” e “Canta, canta, minha gente”, além de “Menina moça”, faixa que o lançou ao grande público no III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em 1967.

 

‘Não penso muito na morte, não’

No período de isolamento social, apesar da perda de colegas como Aldir Blanc e Moraes Moreira, Martinho garante que não perde tempo pensando sobre a finitude da vida:

— Também perdi amigos da Vila Isabel. Mas não penso muito na morte, não. O que é certo, você não precisa pensar. Não tenho medo. O que penso às vezes é que não gostaria de ficar doente muito tempo, sofrendo, isso é ruim. Dá muito trabalho. E sofrimento para os outros — desabafa Martinho, que cita os versos “se Deus quiser, eu vou ficar bem velho”, de “Depois não sei”, do disco “Sentimentos” (1981). — Meu projeto de vida é ficar velho, o negócio é ficar vivo. O Preto tem 25 anos, mas é mais velho que eu, vive me vigiando (risos). O que importa é a jovialidade. Não envelhecer? Tô fora.

Atento aos protestos contra o racismo mundo afora, o bamba se mostra otimista.

— É um momento delicado e tenso, mas tudo que é ruim tem algo de bom. E o bom disso é o assunto do racismo, que é universal, e está em evidência. E muito gente que achava que não era racista está descobrindo que é. E descobrindo a doença, você pode curá-la. Segundo o Nelson Mandela, o racismo é uma doença curável. É como os cientistas estão tentando fazer com o corona — compara.


O Globo sábado, 13 de junho de 2020

ÁUREA MARTINS: CANTORA CELEBRA 80 ANOS COM LIVE E DISCO PRONTO

 

Áurea Martins celebra 80 anos com homenagem na live de Teresa Cristina e disco pronto

'Tenho a missão de defender o samba-canção', diz cantora, que era uma das preferidas de Elizeth Cardoso
 
A cantora Áurea Martins Foto: Divulgação/ SERGIO CADDAH
A cantora Áurea Martins Foto: Divulgação/ SERGIO CADDAH
 
 

Era para ser um 2020 de festão. Áurea Martins ia celebrar seus 80 anos com um presente: lançaria no dia do aniversário, hoje, seu disco com o pianista e compositor Cristovão Bastos com show no Teatro Rival. Veio a pandemia, o projeto foi adiado, e a cantora está quieta em casa, como tem que ser. Cada um reage de um jeito, e o de Áurea é sempre o de olhar para frente.

 — A vida toda tive que me reinventar. A volta ao mundo em 80 dias é para os fracos, meu caro Julio Verne (risos). A volta ao mundo da música de Áurea Martins é em 80 anos. E, se eu tiver saúde, em 80 lives! — brinca.

A meta virtual é exagerada, mas não duvide. Áurea vive sozinha, nunca teve computador, mas sua desenvoltura nas redes chama atenção faz tempo (as postagens têm até bordão, “bendita insônia”, acompanhando um vídeo de música na madrugada). A experiência nas lives ela vem praticando bem desde o início da quarentena. Hoje às 17h fará sua primeira “solo”. Em seguida, às 21h, participa da do cantor Alcides Sodré (que vem prestando tributo a ela ao longo da semana). E às 22h começa a de Teresa Cristina, hoje toda dedicada a Áurea.

A homenagem não é à toa. Quando a veterana aparece na live da Teresa, o que é recorrente, a anfitriã se emociona, Caetano Veloso escreve que sua voz o faz chorar, os comentários explodem.

— A Áurea é uma rainha, tem uma voz de uma verdade muito evidente, que acaba com a gente — diz Teresa, lembrando ainda como ela é boa de timing, chegando sempre com um sorriso, cantando uma música, e logo abrindo espaço para outro convidado. — São 50 anos de noite, sabe, passou por muita história. E está aí, firme e generosa, cheia de projetos.

 
 

Observadora ela sempre foi. E atenta às oportunidades. Cria de Campo Grande, já tinha dez anos de experiência como cantora de bailes no subúrbio, ao lado dos tios músicos, quando aventurou-se em 1969 em concorrer no programa “A grande chance”, de Flávio Cavalcanti, na TV Tupi. No júri, nomes como Bibi Ferreira, Nelson Motta e Maysa. Esta última tornou-se uma espécie de madrinha, após lutar para que Áurea ficasse com o primeiro lugar.

Ali ainda se chamava Áldima. Nome e sobrenome artísticos vieram da cabeça de Paulo Gracindo. Com o prêmio de “A grande chance”, gravou seu primeiro disco em 1972, com acompanhamento do Tamba Trio, arranjos de Luiz Eça e participação de Paulo Mendes Campos.

Elizeth na plateia

A vida continuou na noite, como crooner. Como não bebe nem fuma, atribui a voz enrouquecida à fumaça consumida involuntariamente. Nos anos 70, era figurinha fácil nas boates do Leblon, tantas vezes com Elizeth Cardoso na plateia. Depois na Lapa, onde intrigava Hermínio Bello de Carvalho.

— Eu ia vê-la cantar, ficava embevecido. Mas a noite meio que esmaga as pessoas. A música não é o prato principal. Quando Áurea cantava, havia uma parcela do público que entendia e se deslumbrava. Mas eu via parte daquilo se perder. Então me ofereci para produzir um disco dela.


O Globo sexta, 12 de junho de 2020

LIAH SOARES: AS PESSOAS NÃO CONHECEMO LADO BEM-HUMORADO DE ROBERTO CARLOS

 

'As pessoas não conhecem o lado bem-humorado do Roberto Carlos', diz Liah Soares, que gravou dueto com o Rei

Grávida de 8 meses, cantora espera primeira filha e lançamento da música 'A cor do amor' em novela
 
Roberto Carlos e Liah Soares Foto: Arquivo pessoal
Roberto Carlos e Liah Soares Foto: Arquivo pessoal
 
 

Depois de Ivete, Elba, Sandy & Junior, Maria Gadú e Ivan Lins gravarem músicas de Liah Soares, chegou a vez de Roberto Carlos. Além de escolher “A cor do amor” para entrar em seu repertório, o Rei convidou a artista paraense para cantar junto, em um dueto que vai entrar na trilha sonora da próxima novela das nove da TV Globo, "Um lugar ao sol", de Lícia Manzo, que sucederá "Amor de mãe". “Durante o Círio de Nazaré do ano passado, ele me ligou dizendo que a minha música era um hit e me fez o convite”, conta a compositora. “Gravamos em janeiro, no estúdio dele na Urca. Foi um sonho. As pessoas não conhecem o lado bem-humorado do Roberto, que tive o prazer de conhecer”.

 

Dois meses depois, a dupla gravou o clipe da música, ainda sem data de lançamento. "Quando contei para ele que estava grávida, ele pediu para agilizarmos o clipe antes que a minha barriga começasse a aparecer. Fizemos poucos antes do início da quarentena".

Liah conhece Roberto Carlos há oito anos, por conta de amigos em comum. "No 'The voive', cantei uma música dele, que já conhecia o meu trabalho autoral", conta. "Sempre sonhei em contar com ele no especial de Natal, será que esse ano vai?", indaga. A música que vão gravar juntos fala sobre uma amizada que virou paixão. "O compositor se alimenta de vida. Acho que muita gente vai se identificar com a letra. Eu mesma era amiga do meu marido", conta ela, casada com o ator Carlo Porto. A primeira filha do casal, ainda sem nome definido, deve nascer em breve.

Mês passado, Liah lançou mais uma música do álbum "Infinito", "Bossa Diluviana", uma composição em parceria com Guilherme Fiuza.


O Globo quinta, 11 de junho de 2020

JOSÉ CONDESSA SE QUEIMA NA GLOBO AO ABANDONAR SALVE-SE QUEM PUDER

 

José Condessa se queima com a Globo ao abandonar 'Salve-se quem puder'. Entenda

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
 
José Condessa (Foto: Divulgação)
José Condessa (Foto: Divulgação)

 

 O português José Condessa, o Juan de “Salve-se quem puder”, deixou a Globo furando um acerto para voltar ao trabalho em agosto. Por isso, Daniel Ortiz teve de reescrever quase 40 capítulos. No fim da primeira temporada, ele e Mário (Murilo Rosa) entraram num avião em Cancún. Era a deixa para a continuação da aventura no Rio.

A direção da Globo soube que Condessa vai protagonizar uma novela na TVI, de Portugal. A informação causou mal-estar aqui.

Na trama, dirigida por Fred Mayrink, José Condessa fez par com Juliana Paiva, a Luna. Antes deste trabalho, ele havia participado do programa "Dança das estrelas", também da TVI.


O Globo quarta, 10 de junho de 2020

AS LINGUAGENS QUE SURGIRAM COM A PANDEMIA

 

As linguagens que surgiram com a pandemia

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
 
Carolinie Figueiredo e Rael Barja (Foto: Divulgação)
Carolinie Figueiredo e Rael Barja (Foto: Divulgação)

 

Há umas duas décadas, a TV por assinatura ainda estava ganhando terreno no Brasil e representava, em alguma medida, um espaço de experimentação. Num canal pago, era possível testar formatos e talentos, sem a cobrança tão forte que existia na televisão aberta, poderosa e já hiper estabelecida. Mas, desde que começou a pandemia, todo esse quadro se desarrumou. Os vídeos caseiros, feitos do isolamento, subverteram padrões estabelecidos. Experimentar está de novo liberado e em todas as telas. Entrevistas de casa, luz “sujinha” e maquiagem amadora se generalizaram. Nas participações, é comum ver um especialista que não sabe sequer olhar na direção da câmera.

Não é exagero de otimista dizer que existe um aspecto positivo nessa legitimação do improviso: a criatividade vem se impondo apesar de todas as limitações. Nas redes sociais, há muita experimentação e arte. Johnny Massaro, por exemplo, lançou no Instagram o que chamou de um “webfilme”. A produção é resultado de um daqueles achados da pandemia. O ator julgava que esse material, captado em 2012, tinha se perdido. Mas ele estava no HD. Uma vez editado em módulos, resultou em 12 minutos de filme. “Você pode construir sua própria sequência, comentar, repetir e compartilhar cada módulo”, orienta Massaro no perfil @curtamarillas. É uma trama sobre o fim do mundo (!) filmada em Guaratiba, em Guapimirim e na Chapada das Perdizes, e protagonizada por Carolinie Figueiredo e Rael Barja. Você pode até discutir a qualidade da história. Mas vale prestar atenção: são dessas iniciativas que virão as fórmulas novas.


O Globo terça, 09 de junho de 2020

CHARLES DICKENS: CINCO FILMES INSPIRADOS NA OBRA DO ATOR MORTO HÁ 150 ANOS

 

Charles Dickens no cinema: cinco filmes inspirados na obra do autor morto há 150 anos

Escritor britânico estampou as desigualdades da Inglaterra vitoriana em obras como 'Oliver Twist' e 'Grandes esperanças'
 
'Oliver Twist': adaptação feita por Roman Polanski, em 2005, retrata saga de jovem órfão pelas ruas de Londres Foto: Divulgação
'Oliver Twist': adaptação feita por Roman Polanski, em 2005, retrata saga de jovem órfão pelas ruas de Londres Foto: Divulgação
 
 

RIO — Considerado o romancista mais popular da era vitoriana, o escritor britânico Charles Dickens (1812-1870) morreu há exatos 150 anos. Seus livros, porém, continuam no raio de atenção dos realizadores de cinema, sempre investindo em novas adaptações de suas obras.

 Antes programado para estrear no mês passado, o filme “The personal history of David Copperfield” teve sua estreia adiada em razão da pandemia de Covid-19. Com Dev Patel (“Quem quer ser um milionário?”) no papel principal, o longa dirigido por Armando Iannucci é a mais nova roupagem para “David Copperfield” (1850), apontado como o romance mais autobiográfico de Dickens.

Nascido em uma família pobre, no condado de Hampshire, o escritor se mudou ainda criança para Londres. Lá, trabalhou em uma fábrica e viu de perto as mazelas enfrentadas pela classe operária inglesa. Uma experiência que transportou para diversas de suas obras, como em “Oliver Twist” (1837), um duro retrato do cotidiano de um órfão moldado pela delinquência enquanto luta para sobreviver nas ruas da capital.

Outro romance consagrado de Dickens, “Grandes esperanças” (1860) também tem no centro de sua trama um órfão. A obra, dividida em três volumes, conta a trajetória de Pip, desde sua infância sem recursos financeiros até o momento em que é agraciado com uma herança, evento que muda sua percepção sobre sua família e seu futuro.

 

Na semana passada, Steven Knight, criador da série “Peaky blinders”, anunciou que está preparando uma nova versão para “Grandes esperanças”. A minissérie da BBC vai ter seis episódios e contará com o ator Tom Hardy como produtor executivo.

Mas enquanto as novas versões das obras de Dickens não ganham as telas, preparamos uma lista com adaptações disponíveis em streaming e que podem ser um guia para quem quiser conhecer as releituras audiovisuais de um dos autores britânicos mais populares de todos os tempos.

‘Os fantasmas de Scrooge’ (2009)

Para quem curte as caras e bocas de Jim Carrey, esta é uma boa pedida. O filme é uma adaptação de “Um conto de Natal” (1843), clássico de Dickens que já ganhou versão até da Disney. Neste longa, dirigido por Robert Zemeckis, Carrey vive Ebenezer Scrooge, milionário que detesta o Natal. Mas um dia, ao receber a visita de três fantasmas, ele é confrontado com seu passado e reflete sobre o futuro. Gary Oldman e Colin Firth também estão no elenco. Disponível no YouTube, Google Play, iTunes e Microsoft Store.

 

‘Os fantasmas contra-atacam’ (1988)

Nesta versão mais ácida e cínica de “Um conto de Natal”, Bill Murray dá vida a Frank Cross, diretor de uma rede de TV que só pensa na audiência. Ele acaba sendo visitado por três fantasmas que o fazem perceber o quanto estava sendo mesquinho e lhe oferecem a última chance de redenção. Disponível no Amazon Prime Video e Microsoft Store.

 
 
 

‘Oliver Twist’ (2005)

Roman Polanski assina esta deslumbrante adaptação do romance de Dickens. O filme conta a história de um órfão que sofre com a fome e o trabalho escravo em uma cidade da Inglaterra vitoriana. Após fugir para Londres, acaba sendo recrutado por Fagin (Ben Kingsley), que comanda um esquema de roubos e prostituição. Tudo muda quando Oliver conhece um bondoso milionário no qual enxerga a figura de um pai. Disponível no YouTube, Google Play e iTunes.

 

‘Grandes esperanças’ (1998)

Nesta ousada versão do mexicano Alfonso Cuarón, o clássico de Dickens é teletransportado da Londres vitoriana do século XIX para uma efervescente Nova York da década de 1990. Ethan Hawke dá vida ao protagonista, que no filme recebe o nome de Finn Bell. No elenco ainda há nomes como Gwyneth Paltrow, Robert De Niro e Chris Cooper. Disponível no Claro Vídeo.

‘O herói da família’ (2002)

Indicado ao Globo de Ouro de melhor filme em 2003, o longa é uma adaptação de “A vida e as aventuras de Nicholas Nickleby”, escrito entre 1838 e 1839. O filme conta a saga da família Nickleby, que sofre grande perda com a morte do patriarca. O jovem Nicholas (Charlie Hunnam) parte para Londres atrás do tio Ralph (Christopher Plummer), um investidor de sucesso. Disponível no iTunes.


O Globo segunda, 08 de junho de 2020

NOVA ZELÂNDIA AFIRMA TER ERRADICADO A CORONAVÍRUS SUSPENDE TODAS AS RESTRIÇÕES INTERNAS

 

Nova Zelândia afirma ter erradicado coronavírus e suspende todas as restrições internas

Controle de fronteiras ainda será mantido; país é um dos primeiros do mundo a voltar à normalidade, após 75 dias de confinamento
 
A primeira-ministra da Austrália, Jacinda Ardern Foto: MARTY MELVILLE / AFP/08-06-2020
A primeira-ministra da Austrália, Jacinda Ardern Foto: MARTY MELVILLE / AFP/08-06-2020

WELLINGTON — A Nova Zelândia suspendeu todas as restrições sociais e econômicas, exceto os controles de fronteira, depois de declarar nesta segunda-feira que estava livre do coronavírus, um dos primeiros países do mundo a voltar à normalidade pré-pandêmica.

— Embora o trabalho não esteja concluído, não há como negar que este é um marco. Obrigada, Nova Zelândia — disse a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern, em entrevista coletiva. — Estamos confiantes de que eliminamos a transmissão do vírus na Nova Zelândia por enquanto, mas a eliminação não é por acaso, é um esforço sustentado.

O país de cinco milhões de pessoas está emergindo da pandemia, enquanto grandes economias como Brasil, Reino Unido, Índia e Estados Unidos continuam a lidar com a disseminação do vírus. Os 75 dias de restrições na Nova Zelândia incluíram cerca de sete semanas de uma quarentena rígida, na qual a maioria das empresas foi fechada e todos, exceto trabalhadores essenciais, tiveram que ficar em casa.

— Hoje, 75 dias depois, estamos prontos — afirmou Ardern, anunciando que as restrições de distanciamento social terminariam à meia-noite.

Ardern também disse que fez uma “dancinha” quando lhe disseram que não havia mais casos ativos da Covid-19 na Nova Zelândia, surpreendendo sua filha de 2 anos, Neve.

 

— Ela foi pega um pouco de surpresa e se juntou a mim, sem ter absolutamente nenhuma ideia de por que eu estava dançando pela sala — disse.

A Nova Zelândia registrou 1.154 infecções e 22 mortes por Covid-19 desde que o vírus chegou no final de fevereiro. Ardern prometeu eliminar, não apenas conter, o vírus, o que significava interromper a transmissão por duas semanas após o último caso conhecido receber alta.

Por enquanto, todos que entrarem no país continuarão sendo testados e postos em quarentena. Mesmo assim, o governo precisará mostrar que pode reaquecer a economia, que deverá afundar em recessão.

Os partidos de oposição criticaram a decisão de Ardern de manter as restrições por tanto tempo.

— Precisamos avançar com cautela aqui. Ninguém quer prejudicar os ganhos que a Nova Zelândia obteve — disse a primeira-ministra.


O Globo domingo, 07 de junho de 2020

CAFU COMEMORA OS 50 ANOS

 

Em carta, Cafu comemora 50 anos e conta como lida com morte do filho

'Quero mostrar como minha família e eu nos fortalecemos em tempos muito difíceis'
 
 
Cafu beija a taça do penta, em 2002 Foto: Dylan Martinez / REUTERS
Cafu beija a taça do penta, em 2002 Foto: Dylan Martinez / REUTERS
 
 

Hoje estou completando 50 anos. É um aniversário marcante, mas será uma comemoração completamente diferente das demais. Em virtude da pandemia que está ocorrendo, estarei longe de muitas pessoas que são próximas a mim, e após completar um ano de um pesadelo que jamais imaginei passar, sinto que hoje é um bom momento para compartilhar e lidar com as emoções de milhões de perdas de todo o mundo, estou convencido do que estamos sentindo agora.

No dia 4 de setembro de 2019, Deus levou meu filho, Danilo Feliciano de Morais. Ele tinha apenas 30 anos. Alguns acontecimentos neste mundo são inexplicáveis. Não há rima nem razão. Perdi meu filho em meus braços. Eu tentei salvá-lo e ajudá-lo, mas ele partiu. Este era e é um sentimento de vazio, é uma sensação horrível. Às vezes nos sentimos impotentes, outras vezes nos sentimos tão fortes em nossos corpos e mentes, mas em um dado momento como esse, sua força física é o mesmo que nada, não ajuda. Por não conseguir salvar seu próprio filho, você se sente completamente fraco.

 

Mas Deus o levou e tenho certeza de que ele está muito bem onde está agora. Ele está cuidando de nós e rindo lá de cima de tudo o que estamos fazendo aqui. Oro para que nenhum outro pai passe por isso, pois um pai jamais deveria enterrar seu próprio filho.

Cafu ao lado do filho Danilo Foto: Reprodução Instagram
Cafu ao lado do filho Danilo Foto: Reprodução Instagram

 Até hoje, não expus esse trágico incidente e, embora eu não queira detalhar os acontecimentos daquele dia ou dos dias imediatos, semanas e meses após sua morte, me sinto preparado para falar sobre determinadas coisas. Sinto-me da mesma maneira que muitas outras milhões de pessoas em todo o mundo se sentem, e que a cada dia no meu amado Brasil passam por sentimentos semelhantes de perda repentina. Quero contar e compartilhar. Quero usar esta carta para mostrar como a minha família e eu nos fortalecemos em tempos muito difíceis. Quero compartilhar nossas paixões, que incluem o esporte, e que têm nos ajudado nesta batalha.

Antes de prosseguir e embora esta seja a primeira vez que falo diretamente sobre a morte do meu filho, devo agradecer às milhares de pessoas que me enviaram seus pensamentos e orações. As palavras não podem expressar o quanto isso significou para mim e para minha família naquele momento e, do fundo do meu coração, agradeço a todos e a cada um de vocês que nos ajudaram nesta superação.

 

Da mesma forma que estou mencionando a minha família, tenho certeza que com essa pandemia que está acontecendo em cada canto do mundo, as pessoas em quarentena estão passando o maior tempo possível com seus entes queridos. E aqueles que estão distantes de seus entes queridos devem estar pensando e sentindo falta das famílias como jamais sentiram. Isso me lembra a força e o apoio que recebi da minha família após a morte do Danilo. Minha família é grande, e eu sou um dos seis irmãos. Não tive o apoio deles apenas naquele momento, mas também nesta crise atual. A família é a base de tudo. Renovamos nossas forças todos os dias juntos, para que possamos superar essa dor e encarar o futuro juntos.

A dor de perda permanece, no entanto, devemos sempre recordar de momentos positivos. Quando penso no Danilo, lembro do que ele mais gostava, que era fazer brincadeiras com as pessoas. Logo, quando essa dor vem, sempre lembro desses momentos bons e acabo sorrindo. É assim que lidamos com a sua partida, de uma maneira mais positiva.

 

E mais uma vez, como ainda há o isolamento aqui no Brasil e em muitas outras partes do mundo, estou passando ainda mais tempo com aqueles que estão perto de mim. Estou treinando todos os dias e estou treinando-os todos os dias, o que se tornou uma atividade familiar diária e bem divertida. As pessoas me verão como um famoso positivo, feliz e que está sempre sorrindo. Vejo como uma avaliação necessária da minha pessoa, mesmo estando longe da mídia. Dessa forma, sempre procuro ver os aspectos positivos de tudo, mesmo enfrentando esta pandemia assustadora, podemos observar o tempo maior que ganhamos com as nossas famílias. Para mim, particularmente, certamente é uma bênção, pois costumo viajar tanto que muitas vezes não estou presente e perto dos meus familiares. Hoje, por meio desse fato negativo há uma situação positiva. Claro, sinto falta de estar em contato com o público em geral. Sou uma pessoa popular e não há nada que me alegra mais do que conhecer pessoas e conversar com elas sobre o futebol.

Cafu trabalha no Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2022 Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo
Cafu trabalha no Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2022 Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

 Também realizei muitos trabalhos nos últimos meses junto ao Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2022, onde sou embaixador global. Através da nossa cooperação e do programa "Geração Incrível", tive a oportunidade de conhecer centenas de jovens fãs de futebol de todo o mundo, e antes desse isolamento, trabalhei nas sessões de treinamento com eles. Ao lado de meus colegas embaixadores, Xavi, Samuel Eto’o e Tim Cahill, vemos a alegria no rosto dessas crianças quando chegamos e brincamos com elas. Sinto muito falta disso. Sei que o programa realizou diversas sessões virtuais para que todas as crianças isoladas em casa pudessem acompanhar. Isso é admirável e é uma grande inovação durante esse período. Tenho certeza de que todos pensam o mesmo ao ver pela primeira vez a alegria nos rostos das crianças quando elas jogam futebol. Isso é insubstituível. É o que mais me alegra e é o que mais sinto falta.

 

Como já disse a mim mesmo em todos os dias de lutas do ano passado, essa dor e negatividade não durarão eternamente. Embora eu tenha certeza de que nunca esqueceremos esse momento, isso aliviará. E quando tudo isso acabar e retornarmos à vida normal, certamente apreciaremos as pequenas coisas que consideramos muito mais importantes.

Neste momento, estamos enfrentando tempos sombrios, mas como diz o ditado: a noite é sempre mais escura antes do amanhecer.

Peço a todos que se protejam, fiquem em casa, fortifiquem-se, fiquem juntos. Cuidem uns dos outros e lembrem-se que um dia, em breve, isso tudo acabará.


O Globo sábado, 06 de junho de 2020

FAÇA SUA FESTA JUNINA EM CASA

 

Festa junina em casa: chefs compartilham quitutes, truques e até drinque com cravo e canela

Aprenda a fazer bolo de tapioca, pavê de amendoim e brigadeiro de curau
 
MP Tortas Boutique, no Recreio: cupcakes de festa junina Foto: Divulgação/Fernando Frazão
MP Tortas Boutique, no Recreio: cupcakes de festa junina Foto: Divulgação/Fernando Frazão
 
 

Está aberta a temporada de festejar São João, São Pedro e Santo Antônio, os santos juninos. Para a sorte (e privilégio) daqueles que podem ficar em casa na quarentena, chefs e bartenders compartilham receitas de quitutes típicos de festa junina, tem até drinque com cravo e canela, além de clássicos como bolo de milho e tapioca com queijo, doce de amendoim e um brigadeiro de curau. Bom arraiá virtuá!

 

Cupcake de tapioca com coco

Marlene Percílio (MP Tortas Boutique)

Ingredientes

4 ovos

100g de creme vegetal

300g de açúcar

250g de creme de arroz

50g de amido de milho

300ml de leite de coco (ou leite de soja, se preferir)

10g de fermento em pó

... a cobertura de tapioca

500g de tapioca

350g de coco fresco ralado

350g de açúcar

5g de sal

1,5 litros de água

Preparo

Na batedeira, misture o creme vegetal com o açúcar. Acrescente as gemas. Às claras devem ser batidas separadamente. Em seguida, vá colocando nessa massa, alternadamente, a mistura de amido de milho com creme de arroz e o leite de coco. Adicionar as claras em neve, sem bater. Por fim, coloque o fermento. Depois de tudo batido, leve para assar a 180 graus, por 25 minutos, em forminhas (a que tiver em casa).

Cobertura de tapioca: Misturar em um recipiente os ingredientes secos. Bater no liquidificador o coco fresco e parte da água. Juntar à mistura anterior e adicionar água até formar uma pasta. Modelar em formas e gelar. Rende quatro.

Bolinho de estudante

Café do Alto

Café do Alto aposta em quitutes como 'bolo de estudante' Foto: Divulgação/Renata Volkmann
Café do Alto aposta em quitutes como 'bolo de estudante' Foto: Divulgação/Renata Volkmann

 

Está aberta a temporada de festejar São João, São Pedro e Santo Antônio, os santos juninos. Para a sorte (e privilégio) daqueles que podem ficar em casa na quarentena, chefs e bartenders comparilham receitas de quitutes típicos de festa junina, tem até drinque com cravo e canela, além de clássicos como bolo de milho e tapioca com queijo, doce de amendoim e um brigadeiro de curau. Bom arraiá virtuá!

 

Ingredientes

3 xícaras de tapioca

1 xícara de açúcar

2 xícaras de água morna

2 xícaras de leite de coco

1 xícara de coco ralado fino

½ colher de chá de sal

Preparo

Coloque todos os ingredientes em uma tigela e misture muito bem. Deixe descansar por 40 minutos, mexendo de vez em

quando, para a tapioca hidratar. Molhe as mãos e faça bolinhos em formato de croquetes. Frite em óleo quente e escorra em papel toalha. Passe no açúcar com canela.

Bolo de aipim com coco

Malu Mello

Malu Mello aposta no bolo de aipim Foto: Divulgação/Fabiana Cavalcante
Malu Mello aposta no bolo de aipim Foto: Divulgação/Fabiana Cavalcante

 

Ingredientes

320g de aipim ralado

100g de coco fresco

50ml de leite de coco

20g de açúcar

50g de manteiga

1 ovo

50ml de leite integral

10g de fermento em pó

1 pitada de sal

... para untar

20g de manteiga

30g de farinha de trigo

Preparo

Higienize e descasque o aipim. Rale o aipim, metade no ralo fino e a outra metade no ralo grosso. Reserve. Rale coco fresco no ralo fino. Reserve. Unte uma assadeira com manteiga. Polvilhe farinha de trigo. Reserve. Pré-aqueça o forno a 180 graus. Acrescente a um bowl o ovo, açúcar e manteiga. Bata a mistura com o auxílio de um fouet. Acrescente o leite e o leite de coco. Continue batendo. Acrescente o coco e aipim ralado. Adicione o fermento e misture bem. Leve ao forno, Asse por aproximadamente 40 minutos. Retire da forma após esfriar.

 

Pavê de amendoim

Tati Lund (.Org Bistrô)

.Org Bistrô, Tati Lund ensina pavê de amendoim vegano Foto: Divulgação/Tomas Rangel
.Org Bistrô, Tati Lund ensina pavê de amendoim vegano Foto: Divulgação/Tomas Rangel

 

Ingredientes

... o biscoito de gergelim

½ xícara de chá de pecan

½ xícara de chá de quinoa em flocos

½ xícara de chá de farinha de arroz integral

1 colher de sopa de gergelim branco cru

3 colheres de sopa de melado

3 colheres de sopa de óleo de gergelim natural

1 colher de sopa de tahine

 Pitada de sal

... o creme de amendoim

1 xícara de chá castanha de caju crua

¼ de óleo de coco

¼ de melado

Pitada de sal

½ xícara (de chá) de água

1 xícara (de chá) amendoim tostado

Preparo

O biscoito de gergelim: processe todos os ingredientes. Asse bem fininho por cinco até dez minutos.

O creme de amendoim: bata todos os ingredientes no liquidificador. Junte o amendoim tostado no final e pulse. Reserve.  Monte o pavê com uma camada de biscoito e uma camada de creme.  Finalize com amendoim tostado e raspinha de limão.

Brigadeiro de curau

Carolina Sales

Carolina Sales: brigadeiro de curau Foto: Divulgação/Filico
Carolina Sales: brigadeiro de curau Foto: Divulgação/Filico

 

Ingredientes

1 lata de leite condensado

200g de milho cozido (grãos)

100ml de creme de leite

1/2 colher de café de canela

300g de mistura de açúcar e canela para confeitar

Preparo

Bater o milho no liquidificador; com água, o mínimo possível para bater e fazer uma pasta. Coar e extrair apenas marketing creme sem pedaços. Reservar. Na panela colocar o leite condensado, creme de leite, o creme de milho e a canela. Mexer até dar o ponto de enrolar. Colocar em um prato para esfriar. Após frio enrolar bolinhas de 20g e passar no açúcar com canela. Rende 12 unidades.

 

Bolo de milho

Paula Prandini (Empório Jardim)

Paula Prandini, do Empório Jardim, ensina bolo de milho Foto: Divulgação/Tomas Rangel
Paula Prandini, do Empório Jardim, ensina bolo de milho Foto: Divulgação/Tomas Rangel

 

Ingredientes

1 lata de milho verde com a água dele

2 colheres (sopa) de manteiga

4 ovos

2 xícaras de açúcar

1 xícara e ½ de milharina

250ml de leite de coco

1 colher (sopa) de fermento em pó

1 pitada de sal

Preparo

Bater tudo no liquidificador, menos o fermento. Quando estiver bem batido, junte o fermento, bata rapidamente e despeje numa forma de buraco no meio, untada e enfarinhada. Asse a 170 a 180 graus por cerca de 30 minutos. Quando desenformar, polvilhar açúcar e canela. Rende 12 fatias.

Nosso Hot Toddy

Daniel Estevan (Nosso)

Nosso Hot Toddy, Daniel Estevan (Nosso) Foto: Divulgação
Nosso Hot Toddy, Daniel Estevan (Nosso) Foto: Divulgação

 

Ingredientes

60ml de uísque escocês

60ml de chá mate quente

15ml de suco de limão siciliano

10ml de mel

3 cravos

1 pau de Canela

Raspas de noz moscada

Preparo

Colocar todos os ingredientes em uma xícara de chá  e mexer para misturar todos os ingredientes.


O Globo sexta, 05 de junho de 2020

MIGUE FALABELLA DEIXA A GLOBO APÓS 39 ANOS

 

Miguel Falabella deixa a Globo após 39 anos

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
 
 
Miguel Falabella (Foto: João Cotta/TV Globo)
Miguel Falabella (Foto: João Cotta/TV Globo)

 

Na Globo desde 1981, Miguel Falabella está deixando a emissora. Ele foi avisado ontem que seu contrato não será renovado. Ator, roteirista e diretor, ele assinou séries como "Pé na cova" e "Toma lá, dá cá" e novelas como "A Lua me disse". Durante muitos anos, brilhou interpretando o Caco Antibes em "Sai de baixo". Dono de um estilo próprio inconfundível e brilhante, Miguel produz sem parar no teatro também e já dirigiu no cinema. "Foram quase 40 anos, toda uma vida. Mas é vida que segue", diz ele.

 


O Globo quinta, 04 de junho de 2020

SAIBA COMO SERÁ O RECRUTAMENTO DE VOLUNTÁRIOS PARA A VACINA CONTRA A COVID-19

 

Saiba como será o recrutamento de voluntários para testar vacina contra Covid no Brasil, que começa este mês

Universidade que coordenará ensaio clínico selecionará profissionais de saúde e quem trabalha exposto ao vírus na primeira etapa
 
 
Vacina candidata contra a Covid-19 vai ser testada em 2 mil pessoas no Brasil Foto: Reuters
Vacina candidata contra a Covid-19 vai ser testada em 2 mil pessoas no Brasil Foto: Reuters
 

RIO — Um grupo de 2 mil pessoas deve receber no Brasil, ainda este mês, a dose de uma vacina experimental contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) articula os trabalhos para que metade dos voluntários seja  vacinada em São Paulo e metade no Rio. Ainda não foi anunciada a instituição que ajudará com os testes no Rio.

A Unifesp coordenará o ensaio clínico com o produto no país e diz que dentro de poucos dias deve abrir seu sistema de recrutamento de voluntários. Nesta etapa, serão selecionados apenas profissionais de saúde ou trabalhadores em atividades de alta exposição ao vírus, como equipes de limpeza de hospitais e motoristas de ambulância.

O ensaio clínico em questão é um teste de fase 3 (que avalia a eficácia do produto) para uma vacina criada a partir de um vírus que causa resfriado em chimpanzés. O patógeno foi alterado em laboratório e tornado incapaz de se reproduzir em humanos. O que o transforma numa vacina é o fragmento de uma proteína do novo coronavírus que é incorporada a ele e atua como antígeno: faz o sistema imune se preparar para a chegada do vírus real.

Testado em macacos resos, o imunizante batizado de ChAdOx1 teve bom efeito e conseguiu proteger os animais de pneumonia viral, ainda que não tenha impedido a infecção em si. Depois disso, passou por um estudo de fase 1 no Reino Unido, etapa que avaliou a segurança do produto. A fase 2, que avalia a capacidade da vacina de criar uma resposta imune, ainda não acabou, mas já há sinal verde para início daf ase 3.

O pedido de teste clínico no Brasil foi aprovado na noite de terça-feira pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

— Esse é um processo que deve ser muito rápido, e a gente pretende começar o estudo ainda neste mês, só não tenho data precisa — diz Lily Yin Weckx, médica que coordena o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), unidade da Unifesp que coordenará os trabalhos.

Um dos motivos pelos quais o Brasil foi selecionado como local da pesquisa é o fato de a pandemia ainda estar em crescimento acelerado no país, com mais de 500 mil casos e mais de 31 mil mortes.

Soraya Smaili, farmacóloga e reitora da Unifesp, diz que o Brasil integrar um teste clínico agora ajuda o país a ter acesso ao produto no futuro, num cenário de alta demanda.


O Globo quarta, 03 de junho de 2020

ESPUMANTE GAÚCHO É ELEITO O MELHOR DO MUNDO

 

Espumante gaúcho 130 da Casa Valduga derrota champanhes e é eleito o melhor do mundo

 

O 130 Blanc de Blanc da Casa Valduga é o melhor espumante do mundo

  Um espumante gaúcho derrotou os melhores champanhes na própria França e foi escolhido o melhor do mundo no concurso 26º Vinalies Internacionales. O vencedor foi o 130 Blanc de Blanc Brut da Casa Valduga, produzido no Vale dos Vinhedos. A competição é uma das mais importantes do universo do vinho, feita pela União de Enólogos Franceses. Durante cinco dias, 130 jurados de 40 países se reuniram em Paris e provaram, às cegas, mais de 3.500 rótulos de espumantes e vinhos tranquilos vindos dos quatro cantos do planeta.

- Experimentei esse vinho em fevereiro de 2019 e logo percebi que estava diante de um vinho diferenciado. Muito elegante e equilibrado, com aromas florais e de frutas tropicais, além de notas amanteigadas e de brioche. Sem dúvidas, uma grande vinho - avalia Joseph Morgan, presidente da Associação Brasileira de Sommerliers do Rio.

Para Eduardo Valduga, diretor de Marketing e Comercial do Grupo Famiglia Valduga, o prêmio mostra que a vinícola está no caminho certo: 

- Para nós, o prêmio não está atrelado à superioridade aos demais, mas sim para nos mostrar que o nosso trabalho está no caminho certo. Estar em destaque entre os jurados, eleito como a melhor amostra do concurso, nos enche de orgulho e gratidão. Também nos motiva a nos dedicarmos ainda mais, pois sempre haverá novas safras que nos colocarão em prova sobre critérios, investimentos tecnológicos e estudos inovadores.

Na avaliação dos jurados, o sabor do 130 foi descrito como um espumante com sabor de verão, com bolhas finas de cor amarelo palha e reflexos verdes. De aromas são inicialmente discretos e oferecem uma paleta aromática rica e complexa: notas de avelã e flor de laranjeira desaparecem suavemente e dão lugar a aromas gourmet de bolo de baunilha, praliné e torta de amêndoa. Na boca, tem frescor e é redondo. Sua dosagem de açúcar é equilibrada e tem estrutura. Por seu equilíbrio, pode acompanhar vários pratos, como atum ou queijo pecorino com mel.

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O projeto do 130 Brut nasceu há 15 anos, quando a Casa Valduga decidiu elaborar um espumante ícone do Brasil em homenagem aos 130 anos da chegada da família Valduga ao país. Em 2016, lançou as versões Blanc de Blanc, feita com uvas Chardonnay das melhores safras, e Blanc de Noir, com Pinot Noir.

 

Espumante 130: feito com Chardonnay

 - O 130 Blanc de Blanc é uma extensão da linha de espumantes 130 e que se tornou um ícone da vinícola. Na busca de expressar o máximo das variedades Chardonnay e Pinot Noir, foram criados os rótulos 130 Blanc de Blanc e o 130 Blanc de Noir, respectivamente. Uma vez elaborado e sendo apreciado de forma incrível por nosso corpo técnico e por nossos clientes, decidimos inserir o 130 Blanc de Blanc na busca pelo melhor, sempre o designando como produto icônico da família - detalha Eduardo Valduga.

O 130 Blanc de Blanc está esgotado na Casa Valduga, e a previsão é de que ele volte a ser vendido ainda este mês: 

- Com o impacto positivo da notoriedade do concurso, a busca pelo produto cresceu eminentemente. Porém, não é um rótulo elaborado em larga escala, bem pelo contrário. Mas estamos fazendo o máximo para atender a demanda, tomando as devidas ações para que as poucas garrafas que foram elaboradas alcancem o maior número de paladares. A previsão é que na segunda quinzena de junho o produto já esteja disponível novamente, com estoque limitado - garantiu Eduardo Valduga. 

O Blanc de Blanc é feito pelo método tradicional e tem 36 meses de autólise de leveduras. É recomendada a guarda até 8 anos após o dégorgement. A harmonização sugerida pela Valduga é com peixes, frutos do mar, risotos, culinária japonesa e mediterrânea. Sua coloração é amarelo palha e fino perlage. O aroma mostra notas cítricas, frutadas e nuances amanteigadas e de brioche.

Mais três premiados

Três espumanetes da Ponto Nero, também do Grupo Famiglia Valduga, também foram premiados no concurso na França. O Ponto Nero Icon levou medalha de ouro e foi classificado entre os melhores do mundo; e o Ponto Nero Cult Brut e Ponto Nero Cult Brut Rosé conseguiu medalha de prata.

Onde encomendar

O espumante 130 Blanc de Blanc está esgotado no site da Casa Valduga. No Bebidas do Sul, sai por R$ 134. O Meu Vinho está aceitando encomendas.  

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O Globo terça, 02 de junho de 2020

CELSO DE MELLO ARQUIVA PEDIDO DE APREENSÃO DO CELULAR DO PRESIDENTE

 

Celso de Mello rejeita apreensão de celular de Bolsonaro mas avisa que descumprir decisão judicial é 'inaceitável'

Presidente havia declarado que, se o STF determinasse a medida, não entregaria o telefone; pedido foi feito por partidos e parlamentares
 
 
O ministro decano do STF, Celso de Mello Foto: Jorge William / Agência O Globo
O ministro decano do STF, Celso de Mello Foto: Jorge William / Agência O Globo
 
 

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello arquivou na noite desta segunda-feira o pedido de apreensão dos celulares de Jair Bolsonaro e seu filho, Carlos Bolsonaro, feito por partidos políticos e parlamentares para a investigação sobre a suposta interferência política do presidente na Polícia Federal (PF). Na mesma decisão, o ministro mandou, no entanto, um recado direto ao presidente da República, dizendo que não se pode falar em descumprimento de ordem judicial. Bolsonaro já havia declarado que se o STF determinasse a apreensão de seu celular não entregaria. 

“Tal insólita ameaça de desrespeito a eventual ordem judicial emanada de autoridade judiciária competente, de todo inadmissível na perspectiva do princípio constitucional da separação de poderes, se efetivamente cumprida, configuraria gravíssimo comportamento transgressor, por parte do Presidente da República, da autoridade e da supremacia da Constituição Federal”, escreveu, reforçando em outro trecho de seu despacho: "Na realidade, o ato de insubordinação ao cumprimento de uma decisão judicial, monocrática ou colegiada, por envolver o descumprimento de uma ordem emanada do Poder Judiciário, traduz gesto de frontal transgressão à autoridade da própria Constituição da República".

Celso de Mello ponderou ainda que um eventual descumprimento de ordem judicial pelo presidente da República seria um ato de "insubordinação executiva", uma "conduta manifestamente inconstitucional". O ministro lembrou do ex-deputado Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Constituinte que promulgou o texto constitucional que está em vigor no país. Segundo o ministro, ao proclamar a nova Constituição,  o parlamentar defendeu o novo texto, "estigmatizando com o labéu de traidor aquele – governante ou governado – que ousasse transgredir a supremacia da Lei Fundamental de nosso País".

Citando o discurso de Ulysses, que declarou ter "impressionante e permanente atualidade":  Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério.” De acordo com o ministro, a lembrança faz-se necessária "para que jamais se repitam comportamentos inconstitucionais de anteriores Presidentes da República, que ousaram descumprir decisões emanadas desta Corte Suprema".

Celso de Mello sustentou que o STF, como parte do Poder Judiciário, tem competência, em ações penais, para determinar ordens em processos de investigação e estas devem ser cumpridas.

No mesmo texto, o ministro ressaltou, entretanto, que o poder judiciário também tem limites. Citou como exemplo que um juiz não pode arquivar sozinho uma investigação sem que houvesse manifestação do Ministério Público, a quem cabe apurar os fatos e oferecer denúncia. Por esse motivo, Celso de Mello rejeitou o pedido feito por partidos políticos que tinham solicitado a apreensão dos celular de Bolsonaro. Segundo ele, solicitar ou não diligências depende de requisição do Ministério Público.

O ministro ponderou ainda que o STF tem noção do momento em que o país passa. "Torna-se essencial reafirmar, desde logo, neste singular momento em que o Brasil enfrenta gravíssimos desafios, que o Supremo Tribunal Federal, atento à sua alta responsabilidade institucional, não transigirá nem renunciará ao desempenho isento e impessoal da jurisdição, fazendo sempre prevalecer os valores fundantes da ordem democrática e prestando incondicional reverência ao primado da Constituição, ao império das leis e à superioridade político-jurídica das ideias que informam e que animam o espírito da República", disse, acrescentando: “Esta Suprema Corte possui a exata percepção do presente momento histórico que vivemos e tem consciência plena de que lhe cabe preservar a intangibilidade da Constituição que nos governa a todos, sendo o garante de sua integridade, de seus princípios e dos valores nela consagrados, impedindo, desse modo, em defesa de sua supremacia, que gestos, atitudes ou comportamentos, não importando de onde emanem ou provenham, culminem por deformar a autoridade e degradar o alto significado de que se reveste a Lei Fundamental da República”.

 

Celso de Mello destacou ainda que todas as autoridades devem respeitar a Constituição, caso contrário haveria uma "inaceitável subversão da  autoridade e do alto significado do Estado Democrático de Direito ferido em sua essência pela prática autoritária do poder".  E apontou: "No Estado Democrático de direito, por isso mesmo, não há espaço para o voluntário e arbitrário desrespeito ao cumprimento das decisões judiciais, pois a recusa de aceitar o comando emergente dos atos sentenciais, sem justa razão, fere o próprio núcleo conformador e legitimador da separação de poderes, que traduz postulado essencial inerente à organização do Estado no plano de nosso sistema constitucional, dogma fundamental esse que alguns insistem em ignorar."

egundo ele, o Poder Judiciário quando emite ordens judiciais não está ferindo a atribuição de outro Poder. E que se o objeto da ação se sente prejudicado tem a via legal e única de recorrer da decisão proferida. “Torna-se vital ao processo democrático reconhecer que nenhum dos Poderes da República pode submeter a Constituição a seus próprios desígnios, eis que a relação de qualquer dos Três Poderes com a Constituição há de ser, necessariamente, uma relação de incondicional respeito ao texto da Lei Fundamental, sob pena de inaceitável subversão da autoridade e do alto significado do Estado Democrático de Direito ferido em sua essência pela prática autoritária do poder”.


O Globo segunda, 01 de junho de 2020

DELIVERY DE DRINQUES NO RIO

 

Bartenders se reinventam e apostam em serviço de delivery de drinques no Rio

Copos e garrafinhas cruzam a cidade nas garupas dos motoboys antes de virarem a alegria da noite. Em dias de lives, vendas passam de 200 coquetéis.
 
 
Letícia, formada em moda, resolveu apostar no delivery Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Letícia, formada em moda, resolveu apostar no delivery Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo

RIO - Para essa galera, todo dia merece um “sextou”! Em meio ao isolamento social, bartenders investiram no delivery de drinques como forma de manter a renda e oferecer um happy hour com gostinho de morango, limão ou abacaxi para quem está em casa. Em dois meses, eles conquistaram clientes e viram suas bebidas chegarem a vários bairros do Rio. Copos e garrafinhas cruzam a cidade nas garupas dos motoboys antes de virarem a alegria da noite. Em dias de lives de grandes artistas na internet, são vendidos quase 200 coquetéis.

Cinema na quarentenadupla projeta curtas e obras de arte em prédio na Zona Sul do Rio

— Para os drinques, pensamos nas infinitas possibilidades de receitas e combinações. Queríamos oferecer uma opção de delivery além das cervejas e vinhos — afirma Letícia Ribeiro, de 29 anos, sócia do ÓZÊ Drinks com o marido, Raphael Guimarães, de 29, e o amigo Lucas Machado, de 23: — Criamos um drinque para a quarentena, o Sonho, que ganhou esse nome na esperança de dias melhores. É feito com chá de hibisco, abacaxi e hortelã. São ingredientes diuréticos e digestivos, bons para compensar as guloseimas do isolamento.

Raphael, do ÓZÊ Drinks, entrega bebidas para o motoboy Max Maurício Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Raphael, do ÓZÊ Drinks, entrega bebidas para o motoboy Max Maurício Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo

O serviço funciona de quinta-feira a domingo, à noite, pelo WhatsApp (96563-8255) e com entregas para a Zona Norte (consulte os bairros abrangidos). Os drinques custam R$ 20 (vodca) ou R$ 25 (gin).

— Faltavam serviços assim, de drinques em casa. A apresentação é linda, o preço é justo e os sabores são maravilhosos. Eu peço sempre — diz a universitária Thaís Almeida, de 23 anos, de Cavalcanti.

Quando teve início a pandemia, em março, o barman Pedro William, de 28 anos, viu festas e eventos sendo desmarcados. Trabalhando nessa área há dez anos e preocupado, ele teve a ideia de manter a profissão na forma de delivery, com o In Black (97100-4996). Desde então, os coquetéis e caipirinhas tradicionais e gourmets (R$ 15) mostram ser possível tomar bons drinques mesmo no sofá de casa.

 
Pedro William, da "In Black", aposta na combinação de sabores Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo

Pedro William, da "In Black", aposta na combinação de sabores Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo

— Faço as entregas a partir de quinta-feira. Tentamos fazer uma consultoria para mandar o coquetel certo de acordo com o paladar de cada um. A galera sente falta de uma bebida na mesa do bar. Então tento levar essa proposta para a casa de todos eles. Em dias de live, já cheguei a vender 20 drinques para uma família — explica William.

Bruno Guedes, de 29 anos, e Eduardo Marchetti, de 32, também trabalhavam com eventos antes da Covid-19. Carentes de festas, se reinventaram e com o delivery da De Boa Drinks (98686-0939) viram uma forma de ganhar dinheiro com bebidas diferenciadas. Quase 80% do cardápio são invenções da dupla, com preços de R$ 28 a R$ 35.

— Queremos mudar a ideia de que gin só cai bem com tônica ou de que uísque só combina com energético ou água de coco — diz Bruno.

Bruno Guedes e Eduardo Marchetti, sócios fundadores da De Boa Drinks Foto: Divulgação
Bruno Guedes e Eduardo Marchetti, sócios fundadores da De Boa Drinks Foto: Divulgação

Experiência para fazer o seu drinque em casa

Para quem busca uma opção além do simples consumo em casa, a Drinks on the Rocks Club é uma plataforma que oferece a experiência do cliente preparar o próprio drinque. Após escolher o coquetel no site, ele faz o pedido online e recebe o kit em casa, composto pela bebida base, pela receita e por todos os ingredientes na porção certa.

No cardápio, clássicos e receitas exclusivas. Cada embalagem faz de quatro a 12 drinques e custa a partir de R$ 103. Para os donos da ideia, a plataforma surge como uma forma de envolver o consumidor na produção das bebidas e ensiná-lo a preparar o drinque favorito.

O kit chega na casa da pessoa com bebida, ingredientes porcionados e receita Foto: Divulgação/Raphael Jacomini
O kit chega na casa da pessoa com bebida, ingredientes porcionados e receita Foto: Divulgação/Raphael Jacomini

— É um projeto que já tínhamos desenhado e que foi colocado em funcionamento um pouquinho antes do previsto por causa da pandemia. Nós vivemos um momento em que ficar em casa é primordial. Então, queremos dividir nossa experiência em drinques com os nossos clientes. São mais de 15 deliciosas opções. Com o tempo, a ideia é ampliar esse cardápio de opções trazendo parceiros e marcas de bebidas de alta qualidade — diz Mauro Carvalho, um dos sócios da plataforma ao lado do também empresário Eberson Ramos.

 

Com a semana recheada de lives, o GLOBO traz sugestões de drinques de acordo o gênero musical. Escolha o seu e tintim:

Neste domingo, o sertanejo de César Menotti e Fabiano, às 11h, e o forró de Solange Almeida, às 17h, pedem o drinque Floresta (kiwi e laranja-Bahia): "São cores vivas da natureza, lembram o campo", diz Letícia, do Ozê, que indica o Praiano (maracujá e morango) para quem for curtir Alexandre Pires e Seu Jorge, às 14h, e Fundo de Quintal, às 15h: "São frutas de paixão nacional, que nem o samba".

 

Já na sexta-feira, é a vez de Marcelo D2, às 20h, levar seus sucessos para a internet: "Um cara com o estilo dele combina muito bem como o drinque De Patrão (sucos de laranja e limão, xarope de pêssego e uísque). É uma bebida que marca presença", indica Guedes.

No sábado, Bell Marques canta seus sucessos às 12h: "O axé me lembra o quentão e a canela, presente na caipirinha gourmet de morango com limão", diz Pedro William, do In Black. Às 20h, tem Jota Quest: "O Moscow Mule (vodka, limão e espuma de gengibre) é um queridinho das festas de casamento, embaladas por clássicos do grupo", diz Mauro Carvalho, da "Drinks on the Rock Club".

No próximo domingo, dia 7, às 18h, tem o samba de Mumuzinho: "Ele é cria de Realengo e combina com a caipirinha Zé Carioca, que leva maracujá, limão e açúcar de gengibre", diz William. Para fechar a agenda, o próximo domingo reserva Negra Li, às 16h: "Uso a licença poética para lembrar da diva negra Ella Fitzgerald, lembrando as grandes cantoras de jazz, incríveis como Negra Li", avalia Carvalho.


O Globo domingo, 31 de maio de 2020

BANDA AS BAHIA E A COZINHA MINEIRA LANÇA ÁLBUM PRODUZIDO NA QUARENTENA

 

Banda 'As bahias e a cozinha mineira' lança álbum inteiramente produzido na quarentena

Grupo formado por duas mulheres trans e um homem  prepara EP visual com Gringo Cardia
 
As Bahias e a Cozinha Mineira - Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena Assucena Foto: Sher Santos
As Bahias e a Cozinha Mineira - Raquel Virgínia, Rafael Acerbi e Assucena Assucena Foto: Sher Santos
 
 

Raquel Virgínia queria ser cantora de axé. Assucena Assucena começou a cantar no coral do cursinho de inglês. Rafael Acerbi tocava em bandas de rock. Os três marcaram a opção “História” no vestibular da USP, quando chegou a hora de escolher uma faculdade. Estudaram juntos, foram jubilados juntos e criaram juntos uma das bandas de maior projeção no circuito musical alternativo brasileiro: As Bahias e a Cozinha Mineira. Nem mesmo a quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus nos últimos meses impediu o trio de produzir coletivamente. Embora cada integrante more num endereço diferente de São Paulo, o grupo acaba de lançar um EP de cinco músicas, produzido remotamente ao longo de 15 dias.

 
 
“Enquanto estamos distantes”, cujas músicas serão mostradas numa live às 17h deste domingo no Instagram da Revista ELA (@elaoglobo), foi concebido sob a premissa da sutileza, com a intenção de levar um alento à vida das pessoas num momento tão inconstante como este. “É um repertório sobre delicadeza. Você liga a TV e vê muita tragédia e violência. Precisamos de mais carinho e arte. Tem dia que, se eu não botar uma Bethânia ou uma Alcione para tocar, não dou conta do isolamento”, comenta Raquel, ao passo que Assucena completa: “As músicas trazem uma reflexão sobre pequenas coisas do cotidiano das quais estamos afastados. Não podemos encontrar um crush, um amigo...”

O single “Éramos chuva” traduz bem esse espírito. No clipe, vê-se nomes como Taís Araujo, Lea T. e Thelma Assis mostrando seus cotidianos enquanto leem livros, rodopiam pela sala ou fazem ioga. Numa das cenas mais simbólicas, a escritora Djamila Ribeiro sente a chuva cair sobre o seu rosto através da janela de casa. Tudo gravado por cada participante.Mais sintonizada com o rock até então, a banda chega aos ouvidos do público numa roupagem pop, costurada com guitarra, violão, teclado e samples de Rafael. Ele assina a produção e fez todos os arranjos sozinho, no estúdio montado em sua casa. “Esse trabalho acessa um lugar inédito para nós, que é o da reinvenção”, resume o músico, enquanto Raquel ilustra como foram os bastidores: “Cheguei a ensaiar dentro do banheiro por causa da acústica”.

 

Sucesso em festivais no Brasil inteiro e fazendo shows que sacolejam casas como o Circo Voador, o trio formado por duas mulheres trans nos vocais e um homem cis na guitarra terminou o ano que passou com uma indicação ao Grammy Latino e se prepara para ganhar um público cada vez maior. Além do EP, o quarto disco de estúdio, “Só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas”, já está gravado, mas teve o lançamento adiado por tempo indeterminado em função da pandemia.

Planejado na forma de um álbum visual, o disco mergulha em águas mais profundas do universo pop e leva a assinatura estética de Gringo Cardia, acostumado a trabalhar com nomes como Ivete Sangalo e Maria Bethânia. Os clipes seriam gravados em março, mas foram suspensos diante da impossibilidade de se reunir uma equipe de filmagem neste período. “Vamos fazer uma coisa visualmente transgressora. Em cada música, as Bahias vão aparecer com um visual específico, mostrando como há um ecletismo ali”, adianta Gringo.

Este será o segundo trabalho do grupo pela gravadora Universal, e a produção musical ficou a cargo de Daniel Ganjaman, outro nome quente do cenário artístico. Já o título traz uma citação ao poema “Todas as cartas de amor são ridículas”, de Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa. “É uma forma de nos posicionarmos frente ao que chamamos de romantismo. Sempre apresentamos uma diversidade temática, que vai dos problemas sociais do Brasil a um cotidiano banal. No meio disso, existe esse romantismo, algo muito latino e brasileiro, que nos faz querer conversar mais com as massas. As músicas que havíamos lançado dentro desse perfil em trabalhos anteriores já são as que as pessoas mais cantam nos shows”, descreve Assucena, prometendo, ainda, faixas dançantes. “O amor também dança. Dançar junto é uma delícia...”

 

Fã de Ivete, a paulistana sonhava, na adolescência, em fazer carreira em cima do trio elétrico. Pediu tanto à mãe, que conseguiu se mudar para a capital baiana aos 17 anos. O projeto, porém, não aconteceu como fora sonhado, mas a vivência por lá serviu para que os laços com a sua negritude fossem estreitados e lhe rendessem uma baianidade suficiente para justificar o nome da banda. Ela e Assucena, que é nascida em Vitória da Conquista, ganharam o apelido de “Bahia” na faculdade.

A trinca fechada com a cozinha mineira de Rafael já rendeu seus “quebra-paus”, como admitem os três sem qualquer ressentimento. “A nossa união acaba produzindo contradições o tempo inteiro. Antes, quando não tínhamos muita experiência nesse mundo artístico, era difícil de lidar. Mas, hoje em dia, conseguimos ser mais francos e resolver as coisas na hora”, afirma o guitarrista.

 

O Globo sábado, 30 de maio de 2020

IDEIAS DE SOPA PARA DIAS QUE NÃO SÃO SOPA

 

Ideias de sopa para dias que não são sopa

Tem dias que não são sopa. Temos vivido uns tantos nos últimos tempos. Um prato de sopa não resolve, mas quem sabe ajuda. Talvez lembre dias em que, quando não estávamos bem, alguém cuidava de nós. E trazia, com um prato fumegante, a sensação de que o problema se resolveria.

 A cada colherada, junto com o calor, vinha uma pitada de conforto. A segurança de que ali estava alguém que sabia o que estava fazendo. Pelo menos sabia fazer uma sopa que nos esquentava por dentro de um jeito tão bom.

E, ei, pode ser que chegue um tempo, pode ser que seja hoje, em que seremos capazes de nos cuidar com nosso próprio prato de sopa. Talvez capazes até de cuidar de mais alguém.

Aqui, não vou dar receita exata, só ideias do que eu tenho feito em casa. Varie ingredientes à vontade. Porque cada um sabe o que tem em na geladeira e o que momento pede. E porque já existem tantas coisas complicadas na vida, não vamos complicar a sopa. 

Cuide-se.

Se quiser mais conversa sobre comida, siga @ocadernodereceitas.

Sopa de nabo e barriga de porco

 

Sopa de barriga de porco e nabo

 

 
Corte a barriga de porco (pancetta) em cubos e doure-os em uma panela (não precisa adicionar gordura, a barriga já tem). Depois refogue cebola, alho e nabo. Jogue um pouco de saquê ou vinho branco e deixe evaporar. Junte caldo de frango ou carne (caseiro é superfácil), missô (pasta de soja japonesa), um tico de extrato de tomate, sal. Cozinhe até os ingredientes amaciarem. Junte folhas e talos de couve-flor (ou outra hortaliça) e, se quiser, um pouco de macarrão. Espere o tempo de cozimento da massa e dos talos. Acerte o sal. No fim, salpique cebolinha.

Minestrone

 

Minestrone

 


Essa sopa italiana é daquelas boas de aproveitar sobras. Aqui ela começou com cebola e alho refogados no azeite, ganhou caldo de carne caseiro (feito de sobras de verduras e legumes e ossos congelados), feijão cozido (também sobra), cenoura, beterraba, macarrão e folhas de couve-flor (poderia ser qualquer outra), sal e pimenta-do-reino.

Canja de lombo

 

Canja de lombo

  


Pode usar lombo de porco e chamar de canja? Não sei. Se preferir, chame de sopa de porco com arroz. Ou faça com frango. Eu fiz de porco porque era o que tinha no dia. O caldo, caseiro (vide receitas acima), levava pé de galinha. Então esta é uma sopa de frango e porco.
Refogue cebola e alho, doure o lombo em cubos, junte bastante caldo, cenoura, abobrinha, arroz. Tempere com orégano fresco, semente de cominho, semente de coentro, cúrcuma, páprica, pimenta-do-reino, pimenta calabresa, sal. Cozinhe até tudo ficar macio e saboroso.

Sopa de feijão com presunto crocante

 

Sopa de feijão

 

 
Vamos botar água no feijão. E folhas, macarrão, cenoura, presunto e o que estiver dando sopa para virar sopa.
Bata feijão cozido e temperado (aquele que sobrou do almoço) com água ou caldo e cenoura crua. Em uma panela, toste cubos de presunto em um pouco de azeite; reserve. Na mesma panela, refogue cebola e alho, depois junte o feijão batido. Deixei ferver e, se estiver muito grosso, adicione água. Juntei alguma massa (usei pennette) e folhas picadas (usei folhas de nabo; poderia ser couve, folhas de brócolis, acelga…). Sirva com o presunto crocante, cebolinha picada, parmesão ralado e pimenta.


O Globo sexta, 29 de maio de 2020

CONHEÇA ALGUNS FAMOSOS CUJO CASAMENTO NÃO DEU CERTO

 

CONHEÇA ALGUNS FAMOSOS QUE O CASAMENTO NÃO DEU CERTO E ACABARAM SE DIVORCIANDO

A vida a dois nem sempre é fácil. Existem vários momentos felizes juntos, mas nem sempre isso é suficiente para que um casal viva feliz para sempre. Infelizmente, alguns casamentos chegam ao fim, mesmo quando todos estão torcendo para que o casal nunca se separe.
A seguir, vamos apresentar uma lista de celebridades que viveram seus momentos de casal com o até então amor de sua vida, mas que depois descobriram que estavam enganados. Saiba tudo sobre como foi o divórcio, o motivo, o que eles fizeram depois… Basta ler até o final e descobrir várias fofocas da vida desses famosos.

DÉBORA FALABELLA E MURILO BENÍCIO – DÉBORA JÁ ESTAVA EM OUTRA

 

Murilo Benício e Débora Falabella se separaram depois de 6 anos juntos. Os dois estavam juntos desde 2012, quando protagonizaram a novela “Avenida Brasil” e terminaram no início de 2019. Desde fevereiro do ano passado o casamento de Débora e Murilo já não estava bem e já corriam rumores de possível uma separação. Na época, a atriz negou os boatos e ainda ressaltou os projetos que possuía com seu marido. Porém, os boatos se tornaram reais e o relacionamento chegou ao fim. Depois foi revelado que o pivô da separação foi o ator Gustavo Vaz, com quem Débora está namorando atualmente.

LUCIANA GIMENEZ E MARCELO DE CARVALHO – TRAIÇÃO

 
 

A apresentadora Luciana Gimenez e o vice-presidente da RedeTV! Marcelo de Carvalho, anunciaram seu divórcio em 2018, após 12 anos de casado. Antes do anúncio oficial, o ex-casal mostrou vários indícios de que a vida entre os dois não estava indo bem: eles colocaram à venda o triplex em que moravam e, em uma entrevista dada por Luciana, ela comentou que “todo homem trai”. Atualmente, Marcelo está namorando Simone Abdelnur, que, coincidentemente, era amiga de Luciana.

 

ALEXANDRE BORGES E JULIA LEMMERTZ – VIROU AMIZADE

 
 

Alexandre Borges e Julia Lemmertz se conheceram em 1991 e se casaram dois anos depois, em 1993. Os dois inclusive chegaram a atuar juntos, na novela Guerra Sem Fim. Alexandre e Julia foram felizes em seu casamento por 22 anos, até se divorciarem em 2015. Após a separação, Julia comentou que o casal havia se separado pois o amor entre os dois havia se transformado em amizade, mas que Alexandre iria ser seu amor para o resto da vida.

 

CHRISTINE FERNANDES E FLORIANO PEIXOTO – ACABOU O AMOR

 
 

A notícia da separação entre Christiane Fernandes e Floriano Peixoto pegou muito fã de surpresa, pois o casal havia acabado de fazer uma viagem para a Europa pouco tempo antes de anunciarem o divórcio. Os dois se casaram em 2000 e se separaram em 2018, em um divórcio amigável. Christine e Floriano tiveram um filho juntos, o jovem Pedro Peixoto, que está atualmente com 16 anos e não parece ter sofrido muito com a separação, recebendo atenção de ambos.

 

SHEILA MELLO E FERNANDO SCHERER – ACABOU A PARCERIA

 
 

Sheila Mello e Fernando Scherer se conheceram em um Reality Show em que participaram juntos e começaram a namorar logo após o término do programa. Em 2013 os dois tiveram uma filha, chamada Brenda e parecia que tudo estava indo bem, mas depois de mais de 8 anos de casamento, a ex-dançarina e o ex-nadador decidiram se separar. O divórcio do casal foi anunciado pela loira do Tchan através de seu instagram. Na publicação, a loira disse que havia acabado a parceria entre os dois e que não responderia a nenhum comentario, pois o assunto era delicado.

WILLIAM BONNER E FÁTIMA BERNARDES – ACABOU O AMOR

 

O casal de jornalistas William Bonner  Fátima Bernardes formaram um dos casais mais conhecidos da televisão brasileira. Juntos por 26 anos e dividindo a apresentação do Jornal Nacional por muito tempo, os dois eram tidos como exemplo de casal perfeito. No entanto, isso tudo acabou em 2016, quando William e Fátima se divorciaram. Já haviam boatos de que o casamento dos dois estava em crise e eles acabaram achando melhor se separar. Os dois publicaram o mesmo texto no momento da separação “Em respeito aos amigos e fãs que conquistamos nos últimos 26 anos, decidimos comunicar que estamos nos separando. Continuamos amigos, admiradores do trabalho um do outro e pais orgulhosos de três jovens incríveis. É tudo o que temos a declarar sobre o assunto”


O Globo quinta, 28 de maio de 2020

DISNEY PLANEJA REABERTURA DO WALT DISNEY WORLD NO DIA 11 DE JULHO

 

Disney planeja reabertura de seu maior parque temático no dia 11 de julho

Plano prevê limite de visitantes e suspensão das tradicionais paradas para evitar aglomerações
 
 
O Magic Kingdom, no Walt Disney World, foi fechado por causa da pandemia de coronavírus Foto: Gregg Newton / REUTERS
O Magic Kingdom, no Walt Disney World, foi fechado por causa da pandemia de coronavírus
Foto: Gregg Newton / REUTERS

 

 
 

LOS ANGELES - A Walt Disney Company anunciou planos de reabertura do Walt Disney World, seu maior parque temático, a partir do dia 11 de julho, caso consiga aprovação do governo da Flórida.

A reabertura será em fases, informou Jim MacPhee, vice-presidente de operações da Walt Disney World Resort, braço de parques e hotéis da gigante do entretenimento. Em apresentação virtual nesta quarta-feira, MacPhee informou que o plano é reabrir o Magic Kingdom e o Animal Kingdom no dia 11, e o Epcot Center e o Hollywood Studios no dia 15.

O plano de reabertura possui uma série de restrições para minimizar os riscos de transmissão do novo coronavírus. As famosas paradas e queimas de fogos de artifício serão suspensas, assim como outras atividades que promovem aglomerações.

O parque irá “oferecer e encorajar” métodos de pagamento por aproximação, além de expandir seus sistemas de pedidos por smartphones nos restaurantes. O número de visitantes será limitado, com venda dos bilhetes antecipada. Placas com informações para reduzir os riscos serão instaladas.

As tradicionais paradas e queimas de fogos serão suspensas para evitar aglomerações Foto: Scott Audette / REUTERS
As tradicionais paradas e queimas de fogos serão suspensas para evitar aglomerações
Foto: Scott Audette / REUTERS

Após a apresentação de MacPhee, a força-tarefa criada para o combate à pandemia no Condado Orange aprovou o plano, que foi encaminhado para o governador da Flórida, Ron DeSantis, para aprovação final.

Um marco para a companhia

A reabertura do Walt Disney World é um marco não só para a Disney, como para governos e outras companhias que estão elaborando estratégias para a retomada dos negócios, mesmo com a ameaça do novo coronavírus ainda presente.

No ano passado, a companhia faturou US$ 26 bilhões em sua divisão de Parques, Experiências e Produtos, que inclui os parques temáticos, o que representou 37% das receitas totais. No primeiro trimestre deste ano, a companhia estimou em US$ 1 bilhão o prejuízo do segmento de parques temáticos.

 

Todos os 12 parques da Disney na América do Norte, Europa e Ásia foram fechados por causa da pandemia. O primeiro foi a Disneyland de Xangai, na China, que fechou as portas no dia 24 de janeiro e reabriu no último dia 11.

O diretor executivo da Disney, Robert Chapek, afirmou nesta quarta-feira, em entrevista à CNBC, que o parque na China recebe cerca de 20 mil visitantes diários desde a reabertura, com uso obrigatório de máscara, medição de temperatura e distanciamento social.

Uma porta-voz da companhia informou que o plano de reabertura da Disneyland, em Anaheim, na Califórnia, será apresentado em breve.

Os quatro parques do complexo Walt Disney World atraíram 157,3 milhões de visitantes em 2018, segundo a Themed Entertainment Association.


O Globo quarta, 27 de maio de 2020

FILME COM TOM CRUISE NO ESPAÇO

 

Filme de Tom Cruise no espaço em parceria com Nasa e Elon Musk ganha diretor

Doug Liman pretende acompanhar ator na expedição na Estação Espacial Internacional
 
Tom Cruise pode ser tornar o primeiro ator a gravar no espaço Foto: Divulgação
Tom Cruise pode ser tornar o primeiro ator a gravar no espaço Foto: Divulgação
 
Nesta quinta-feira, a SpaceX faz seu primeiro voo tripulado, levando dois astronautas da Nasa até a Estação Espacial Internacional. A cápsula Crew Dragon, da SpaceX, que transportará os astronautas Doug Hurley e Bob Behnken, e seu foguete Falcon 9 devem decolar às 17h33, no horário de Brasília, a partir da mesma plataforma de lançamento usada pela última missão de ônibus espacial da Nasa em 2011. A empreitada faz parte dos planos da Nasa de estimular o mercado espacial comercial.

O projeto da agência espacial com Tom Cruise foi confirmado no começo do mês pelo administrador da Nasa Jim Bridenstine, em uma mensagem no Twitter. Liman e Cruise já trabalharam juntos em "Feito na América" (2017) e "No limite do amanhã" (2014).


O Globo terça, 26 de maio de 2020

LIVES DESTA TERÇA-FEIRA: MUNHOZ E MARIANO E CARLINHOS VERGUEIRO SÃO OS DESTAQUES

 

Lives do dia: Munhoz e Mariano e Carlinhos Vergueiro são os destaques desta terça-feira

Confira agenda do dia e onde assistir às apresentações virtuais ao vivo
 
Carlinhos Vergueiro apresenta músicas novas em primeira mão em live nesta terça Foto: Marcos Ramos
Carlinhos Vergueiro apresenta músicas novas em primeira mão em live nesta terça Foto: Marcos Ramos
 
 

Duas atrações internacionais são destaques entre as lives desta terça-feira: a banda de rock alternativo Tigers Jaw e cantora californiana Phoebe Bridgers. Além disso, o cantor e compositor Carlinhos Vergueiro apresenta músicas de seu novo disco "Tô aí", e a atriz Maria Fernanda Cândido participa de bate-papo em transmissão do Canal Brasil. Confira a programação:

 
 
 

As lives desta terça-feira (26):

Maria Fernanda Cândido

Atriz Maria Fernanda Candido fala sobre a carreira com Simone Zuccolotto, do Canal Brasil Foto: Mariana Villas Boas / Divulgação
Atriz Maria Fernanda Candido fala sobre a carreira com Simone Zuccolotto, do Canal Brasil
Foto: Mariana Villas Boas / Divulgação

A atriz fala sobre sua carreira, relembrando trabalhos na televisão e no cinema, em bate-papo com Simone Zuccolotto . Às 18h, no Instagram (@canalbrasil).

Carlinhos Vergueiro

Pela programação do festival Cultura em Casa, o cantor e compositor apresenta em primeira mão músicas de seu novo álbum “Tô aí”, e também vai falar sobre trabalho, carreira e a rotina no isolamento. Às 21h30, no site do projeto (culturaemcasa.com.br).

Munhoz e Mariano

Dupla sertaneja Munhoz e Mariano canta "Camaro Amarelo" e outros sucessos da carreira Foto: Divulgação
Dupla sertaneja Munhoz e Mariano canta "Camaro Amarelo" e outros sucessos da carreira Foto: Divulgação

A dupla sertaneja pediu aos fãs para opinarem sobre o repertório: “Copo na mão” e “Balada louca”, “Seu bombeiro” e “Camaro amarelo” estarão no setlist. Às 20h, no YouTube (/munhozemariano).

Tigers Jaw

Banda de rock alternativo faz show intimista no Instagram Foto: Divulgação
Banda de rock alternativo faz show intimista no Instagram Foto: Divulgação

A banda de rock alternativo transmite show intimista com músicas desde o seu primeiro álbum “Belongs to dead” (2016), até trabalhos mais recentes. Às 21h30, no Instagram (@tigersjaw).

Phoebe Bridgers

Em live promovida pela revista virtual Hooligan, a cantora californiana canta na cozinha da sua casa canções que embalaram sua recente mas já marcante trajetória no indie rock, como “Smoke signals”, “Motion sickness” e "Killer”. Às 21h, no Instagram (@hooliganmagazine).


O Globo segunda, 25 de maio de 2020

STEPHEN KING LISTA SEUS CINCO FILMES IMPERDÍVEIS DE TERROR

 

Stephen King lista seus cinco filmes imperdíveis de terror

Mestre dos livros do gênero criou ranking a pedido da Academia do Oscar. Vai encarar?
 
 
Cena de "A bruxa de Blair": na lista de preferidos de Stephen King Foto: Reprodução
Cena de "A bruxa de Blair": na lista de preferidos de Stephen King Foto: Reprodução

SÃO PAULO - Enquanto alguns fogem de qualquer tema pesado durante a quarentena, até mesmo na ficção, outros gostam de se recolher no sofá para ver histórias cheias de espíritos, demônios, bruxas, alienígenas, zumbis. Para esses, o mestre do terror Stephen King montou uma lista de filmes essenciais. O escritor norte-americano elencou cinco títulos que considera imperdíveis a pedido da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, entidade que organiza o Oscar, começando por “A bruxa de Blair”. O filme de 1999 é o mais recente da seleção, que privilegia obras dos anos 70 e foge das refilmagens.

 
Apesar da predileção pelos sustos — ele é, afinal, autor de livros clássicos do gênero que serviram de base para outros sucessos nas telas, como “O iluminado”, “Carrie, a estranha” e “It: a coisa” —, recentemente King dividiu com seus 5,8 milhões de seguidores no Twitter a saudade que sente de ir ao cinema para ver… ação e comédia. “Deus, como eu gostaria de assistir a um filme nesta noite. Pipoca, balas de menta, um refrigerante grande, sentado na terceira fileira para ver algum filme de ação ou uma comédia besta. Eu adoraria isso”, escreveu ele no começo de maio.

Seja com clima leve, seja embalado pelo mistério (olhando atrás do sofá a cada som suspeito no filme de horror), enquanto não há chance de voltar aos cinemas, o jeito é procurar opções para a diversão em casa. Conheça a seguir as escolhas de Stephen King e o comentário feito por ele sobre cada uma em entrevista à equipe do site do Oscar.

“A bruxa de Blair” (1999)

Segundo King, o longa que simula um documentário, escrito e dirigido por Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, “assustou as luzes do dia que vivem em mim, acho que por ser tão pouco polido”. A história, que acompanha três estudantes de cinema gravando uma investigação sobre uma lenda, tem aparência de produção caseira, com a câmera na mão, transmitindo o nervosismo da trama. “E nada supera a tomada final”, avisa o escritor. No Brasil, está disponível para assinantes do Amazon Prime e para aluguel nas plataformas Microsoft, Google Play, Looke e iTunes.

 

“Alien, o oitavo passageiro” (1979)

O filme dirigido por Ridley Scott é outro destaque para Stephen King. “Eu amei a ética de classe trabalhadora dos caras da nave (incluindo Ripley), e todas as correntes balançando. Mas, claro, nesse caso, tudo que importa é a cena do ‘peito estourando’. Até então nunca tínhamos visto nada como aquilo”, recorda. O filme pode ser alugado via Microsoft, Google Play e iTunes.

“O exorcista” (1973)

O mais clássico filme de possessão, dirigido por William Friedkin e escrito por William Peter Blatty, com base em livro homônimo de sua autoria, não poderia faltar. “Assustador desde o começo, quando, no prólogo, o relógio para repentinamente. É muito claustrofóbico para um filme de estúdio, e todas as vezes que voltamos àquele quarto de Regan (menina de 12 anos que adquire poderes sobrenaturais), tememos cada vez mais o que vamos encontrar. Mas, para mim, são os detalhes aterrorizantes que sustentam o filme. Quem esqueceria de ‘Ajuda um velho coroinha, padre?’”, destaca King.  Está disponível para aluguel no acervo do iTunes e do Looke.

“Despertar dos mortos” (1978)

O longa de George A. Romero, que teve uma carreira sólida na direção de histórias de zumbis, também constrói sua tensão em um ambiente confinado, lembra Stephen King. “Parabéns a Tom Savini (artista responsável pela maquiagem do filme), que sonhou com os efeitos especiais, sem CGI (efeitos de computação gráfica, na sigla em inglês). E, novamente, há a constante claustrofobia do grupo cada vez menor de sobreviventes presos em um shopping center”. Essa e a próxima escolha de Stephen King revelam uma lacuna dos serviços de streaming no Brasil: a dificuldade de se encontrar filmes clássicos. Nenhum dos dois está disponível no país.

“Os filhos do medo” (1979)

Antes de deixar o mundo abismado com “A mosca” (1986), “Gêmeos: mórbida semelhança” (1988) e “Crash: estranhos prazeres” (1996), David Cronenberg fez “Os filhos do medo”, que, para King, é seu primeiro grande trabalho. O escritor elogia ainda a performance de Samantha Eggar e Oliver Reed (“parece à beira de explodir”), que interpretam os “pais do inferno”, mas são “as crianças que se revelam infernais”.


O Globo domingo, 24 de maio de 2020

PRÍNCIPE HARRY FOI QUEM TOMOU A DECISÃO DE DEIXAR A FAMÍLIA REAL, DIA BIOGRAFIA

 

Príncipe Harry foi quem tomou a decisão de deixar a família real, diz biografia

Ele teria ficado aborrecido com o termo 'Megxit' por dar a entender que a resolução partiu de Meghan; livro será lançado em agosto
 
 
Príncipe Harry e Meghan Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS/AFP
Príncipe Harry e Meghan Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS/AFP
 
 

A decisão de deixar a família real veio do príncipe Harry e não de Meghan Markle, revelará a nova biografia do casal, "Finding Freedom". E mais: ele teria ficado aborrecido com o termo 'Megxit' por dar a a entender que a resolução partiu apenas de Meghan, disse uma fonte ao "The Sun".

 

Uma fonte editorial também afirmou: "A realidade é que Harry conduziu a decisão (de sair). O livro vai deixar isso claro e explicar os motivos que o levaram a dar esse passo. Ele considerava essa decisão há mais de um ano".A publicação, que promete "um retrato honesto do casal" será lançado no dia 11 de agosto.

Atualmente, o príncipe Harry e Meghan estão isolados na mansão do ator Tyler Perry, em Hollywood, com o pequeno Archie.


O Globo sábado, 23 de maio de 2020

COMO COMBATER O RACISMO NAS ESCOLAS BRASILEIRAS?

 

Como combater o racismo nas escolas brasileiras? Educadores e familiares dizem o que deve ser feito

Especialistas afirmam que punição aos alunos, contratação de professores negros e mudança no currículo de História devem ser levados em consideração. Pai da menina Fatou, que é educador, resume: 'O Brasil está vivendo apartheid, mas não tem consciência disso'
 
A estudante Fatou Ndiaye, de 15 anos, vítima de crime de racismo no colégi oFranco Brasileiro, no Rio de Janeiro Foto: Arquivo Pessoal
A estudante Fatou Ndiaye, de 15 anos, vítima de crime de racismo no colégio Franco Brasileiro, no Rio de Janeiro
Foto: Arquivo Pessoal

Esta semana, um caso de racismo em uma escola particular da Zona Sul do Rio reacendeu a discussão sobre o tema no meio escolar. A adolescente Fatou Ndiaye, de 15 anos, recebeu prints de um amigo com comentários racistas em um grupo de WhatsApp de jovens de sua escola, como revelou o colunista Ancelmo Gois. O conteúdo logo caiu nas redes sociais. Chocados, os pais da menina não deixaram que ela assistisse mais às aulas online. A escola emitiu uma nota de repúdio nas redes sociais, mas afirmou na tarde desta sexta-feira (22) que, por se tratar de um fato ocorrido fora, encaminhou o caso ao Conselho Tutelar e está à disposição das autoridades. Cinco adolescentes foram identificados pela polícia como suspeitos pelos ataques racistas. Segundo Juliana Almeida, delegada titular da 9ª DP (Catete), que investiga o caso, o ato cometido pelos jovens se enquadra no caso de auto de infração, que se equipara ao delito de injúria por preconceito. Eles e um representante da escola serão ouvidos pela polícia.

 Mas o Franco-Brasileiro, onde estudam os adolescentes em questão, não é a única instituição de ensino da rede particular com casos de racismo em que a família da vítima se sente desamparada. Em menor número nesses ambientes, por causa da desigualdade social brasileira, alunos negros frequentemente se tornam alvo de discriminação racial em colégios privados.

O pai da menina, o senegalês Mamour Sop Ndiaye, professor e chefe do departamento de Engenharia Elétrica do CEFET/RJ, decidiu que ela e a irmã de 8 anos, que também estuda no Franco Brasileiro, não iriam assistir às aulas, que continuam acontecendo à distância, enquanto a escola não tomasse alguma atitude para proteger Fatou. Na quarta-feira (20), ele teve uma reunião com a superintendência e a direção pedagógica do colégio, e foi informado que a instituição levou o caso ao Conselho Tutelar. Na última quinta-feira (21), ele e a menina passaram quatro horas na 9ª DP (Catete), onde fizeram registro de ocorrência, prestando depoimento. Agora, ele e a mulher decidiram tirá-la da instituição.

— A Fatou vai sair da escola. Imagina: você vai ficar num lugar em que seu colega quer te vender no Mercado Livre? — argumenta. — A minha luta contra o colégio e contra esses rapazes vai ser implacável. Até então, eu tinha preocupação com a imagem da escola. Não sou de cuspir no prato onde comi: ela tem história e amigos no colégio, sim. Mas, ao mesmo tempo, nós vamos lutar. Qualquer um que nasceu para ser racista vai preferir voltar para o útero de onde veio. Vamos usar todos os meios, nacionais e internacionais. Sem violência, mas os racistas serão desmascarados. Eu, como educador, tenho responsabilidade junto aos meus irmãos brasileiros para lutarmos para acabar com o racismo.

 

A escola não atendeu ao pedido de entrevista da reportagem de CELINA e enviou uma nota, a mesma publicada nas redes sociais (veja ao fim da reportagem). Durante conferência online na quinta-feira, um vídeo ao qual a reportagem teve acesso, a diretora do Franco Brasileiro, Celuta Reissmann, falou a alunos do ensino fundamental sobre o episódio, mas não mencionou a questão do racismo: “A gente está aqui numa missão um pouco triste, né? Porque é uma coisa que nós estamos muito, muito abalados, é uma coisa da rede social, fora da escola, e que agrediram nossos alunos, então nós estamos tomando as atitudes, estamos com advogados, mesmo não tendo sido dentro da escola. O que eu queria dizer para vocês, meninos, é que vocês têm que ter cuidado com as redes sociais. Vocês vão crescendo, vão se acostumando com as redes sociais, escrevem o que não devem escrever. Porque, se vocês ofendem nas redes sociais, isso é crime. É crime digital. Então vocês não podem, vocês têm que ter cuidado. Às vezes é uma brincadeira boba, às vezes é pela influência dos outros colegas, mas a gente tem que ter muito cuidado. E isso que eles fizeram foi muito feio, foi muito, assim, ruim para eles, para as meninas, que estão sofrendo muito, e para nós, que somos da escola, que nos envolvemos muito com o trabalho com vocês. Então tenham cuidado, e aí a gente realmente não pode, por mais que a gente goste dos alunos, neste momento a gente não pode abrir mão de estar junto com a justiça, tá? Obrigada.”

 

Caso Edem:racismo em escola privada no Rio leva a discussão sobre necessidade de contratar mais professores negros

No ano passado, os pais de uma aluna do segundo ano do ensino fundamental da Escola Dinâmica de Ensino Moderno (Edem), então com 7 anos, resolveram tirar a filha  — e sua irmã mais velha — do colégio depois de ela ter sofrido repetidas agressões racistas, inclusive físicas. Na época, eles divulgaram uma carta, que foi publicada na coluna de Ancelmo Gois, em que diziam, entre outras coisas: “Depois de tudo isso, nós não acreditamos mais na capacidade de vocês de colaborarem na formação da nossa menina. Por isso estamos tirando a nossa filha dessa escola.” Procurados pela reportagem, eles disseram não querer recordar o episódio traumático, assim como outras famílias de vítimas de racismo em escolas particulares que CELINA tentou entrevistar.

A profissional liberal Lia*, que topou conversar sob anonimato, viu sua filha, Juliana*, sofrer racismo ainda pequena em uma história que ganhou bastante publicidade. Depois de se ver sozinha, sem apoio de ninguém, acabou trocando a menina de colégio.Em duas outras instituições, a criança foi vítima de discriminação racial. Na terceira ocasião, ao ver que, mais uma vez, a instituição não sabia lidar com a questão, ela decidiu não comprar mais briga.

 

— Ficaram falando em apaziguamento, sendo que não era uma briga: foi uma agressão, houve uma vítima. Conversei com ela: “Minha filha, isso tudo é uma avalanche de racismo. Tem racismo aqui, aqui e aqui.” E a gente foi se curando em casa — conta. — Não acredito mais no sistema. No centro da proposta da escola, está o ensinar. Não dá para dizer que ela quer, mas não sabe como: se uma escola não sabe como ensinar, eu não sei quem eu posso esperar que saiba. Se eles não sabem, é porque eles não quiseram aprender. Professores que lecionam há décadas se habituaram a usar o meio online, mas não se habituaram a lidar com o racismo. O racismo tem 500 anos neste país. O meio online tem dez — aponta ela.

Entrevista:'Não basta fazer feiras com temática negra se a escola não contrata mais professoras negras', diz pesquisadora

Mestre em Relações Étnico-Raciais pelo Cefet-RJ com especialização em Educação e Relações Étnico-Raciais pela Universidade Federal Fluminense, a pedagoga Viviane Angelo resolveu se aprofundar no tema há nove anos, depois de um episódio de racismo vivido por seu filho, na época com 5 anos, na escola particular em que ele estudava. A falta de habilidade do colégio para lidar com a situação fez com que ela própria buscasse se aprofundar em estudos na área. Viviane frisa que, em primeiro lugar, a História do Brasil precisa ser recontada.

 

— Sem mexer nessas feridas, fica muito difícil avançar nessa discussão. Porque nós conquistamos uma legislação que modificasse a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que foi a Lei 10.639, inserindo a temática do negro no Brasil e a História da África. Ela é de 2003, e até hoje a gente vê uma dificuldade na institucionalização dessa lei. E essa dificuldade tem arcabouço cultural, porque a gente não tem essa perspectiva de leitura da História racial do país no nosso currículo formal. Eu me formei em Pedagogia e não tive, em momento algum, disciplina ou leitura de textos, nada que me preparasse para essa temática na educação. Num primeiro momento, a gente precisa conversar sobre currículo: ele precisa ser modificado para, desde as formações de professores, fazer essa reeducação das relações étnico-raciais. A formação continuada é a grande chave — defende.

A professora Patricia Corsino, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, cita o texto “Educação após Auschwitz”, de Theodor Adorno:

— Ele fala que não pode ser uma educação só de acúmulo de conhecimento. Ela tem que sensibilizar para o outro também — observa. — Não conheço a escola, nem sei como são os pais desses alunos, então fica difícil dizer. Mas a gente tem um racismo estrutural na nossa sociedade, e ele vai ficando mais exacerbado nas elites. Você ainda tem aí, especialmente em alguns grupos sociais, esse lugar de classe dominante que vai além do preconceito. O que aconteceu com essa menina agora foi racismo mesmo, porque é você considerar o outro inferior, inclusive as palavras foram muito horríveis, desumanizando a pessoa.

 

Mensagem:'Vocês vão compreender a minha dor', escreve mãe da menina Fatou

Fatou garante que participou de várias discussões sobre racismo no colégio:

— Os professores sempre levaram esse debate para a sala de aula. Inclusive, sempre me deram destaque. Eu tive uma professora que me cedeu tempo de aula para eu fazer uma apresentação sobre História da África, por exemplo — recorda.

Ela comemora o apoio que tem recebido nas redes sociais (com a exposição do caso, pulou de 600 seguidores no Twitter para 22 mil) e dos outros alunos. Porém, conta que é a segunda vez que passa por uma situação grave de racismo por parte de colegas de turma:

— Uma vez, numa aula de francês, eu estava rindo de alguma coisa e um aluno desse mesmo grupo que falou essas atrocidades chegou e disse: “Volta para a África, para o seu ebola.” Foi em 2016, na época do surto da doença. A professora ouviu, testemunhou ao meu favor, mas o colégio não tomou nenhuma posição — lembra ela. — Agora, os agressores estão assistindo aula normalmente, sem nenhum empecilho. Já fui agredida durante a aula virtual. Eu me senti muito abandonada pela escola. No momento em que eu precisava desse apoio, não tive.

 

O Globo sexta, 22 de maio de 2020

TV PÓS-COVID: COMO NOVELAS E PROGRAMAS DE AUDITÓRIO SERÃO FEITOS DAQUI PARA FRENTE

 

TV pós-Covid: como novelas e programas de auditório serão feitos daqui para frente

Enquanto gravações não são retomadas, especialistas analisam os principais desafios da indústria televisiva no Brasil
 
Regina Casé e Taís Araújo gravam cena de 'Amor de mãe': novelas terão muitos desafios pela frente Foto: Divulgação TV Globo
Regina Casé e Taís Araújo gravam cena de 'Amor de mãe': novelas terão muitos desafios pela frente
Foto: Divulgação TV Globo

RIO — De frente para a televisão, o espectador brasileiro protagoniza uma história com final em aberto. Quando a pandemia passar, a mocinha poderá voltar a beijar o galã no horário nobre? Abraços calorosos e mesas de café da manhã com elenco extenso ao seu redor ainda estarão presentes nas tramas? Estes são alguns questionamentos diante do futuro da TV pós-Covid.

Na Austrália, por exemplo, as gravações de uma novela chamada “Neighbours” (“Vizinhos”, em português) foram retomadas mês passado com distanciamento social entre os atores e jogo de câmeras criando ilusão de maior proximidade. Mas será que a teledramaturgia do Brasil vai conseguir se adequar à aparente frieza que os novos tempos pedem?

Para o colunista Artur Xexéo, não há novela sem romance, beijo ou abraço. Mas, ao mesmo tempo, ele acredita que haverá um descompasso entre ficção e realidade, caso cenas de afeto sejam exibidas e o distanciamento permaneça como regra.

— Acho até que seja possível criar um ambiente tão seguro no estúdio que permita o abraço e o beijo. Mas de quem os autores estarão falando? — indaga o jornalista e roteirista. — Para manter credibilidade, os personagens teriam que respeitar esse distanciamento também. Novelas teriam que ter um assunto único: a pandemia. Ou a televisão vai produzir exclusivamente tramas de época, passadas num tempo em que o mundo vivia o “velho normal”. É difícil resolver esta equação.

Uma matemática criativa que cruza o caminho dos sets de gravação. Emissoras estão elaborando protocolos de segurança que incluem prerrogativas básicas, como menos profissionais dividindo estúdio de gravação e testes diários de detecção do novo coronavírus em membros das equipes. Uma profilaxia necessária, mas que pode afetar o ritmo da indústria televisiva.

 

Produtora de programas como o “220 volts”, do Multishow, e da série “Matches”, do Warner Channel, Iafa Britz acredita que a consolidação dessa nova política de convivência nos sets é a chave para a retomada de novos projetos.

— Vai haver um impacto no orçamento e na produtividade, com equipes mais enxutas e ritmo mais lento. Ainda é difícil prever se tais condições serão capazes de atender as demandas, ou se haverá uma queda inevitável no número de lançamentos — diz Iafa.

No escurinho do cinemapós-pandemia promete poltronas espaçadas e trégua com o streaming

A colunista de TV Patrícia Kogut atenta para um aspecto que passa ao largo de qualquer determinação protocolar sobre distanciamento em sets:

— Se não houver vacina, todos terão de se curvar aos fatos. A ficção vai ter que achar meios de driblar a impossibilidade dos beijos e abraços. Vão ter que achar recursos para adaptar tudo. Em 1918, os estúdios de cinema de Hollywood pararam por um ano depois da gripe espanhola. Depois, a vida voltou ao normal.

Para além da teledramaturgia, há outro nicho televisivo que está deitado num divã de incertezas: o dos programas de auditório, que dependem de plateia, portanto, de aglomeração. Aplicativos de videochamada vêm sendo tábua de salvação para entrevistadores, mas ainda não parece ser a solução definitiva. 

Se o futuro é incerto, o presente traz mais força à TV. Segundo a Kantar IBOPE Media, em abril, houve aumento de 1h18m no tempo médio de consumo individual diário, em comparação com o mesmo mês de 2019. Para se ter uma ideia, entre os 50 dias de maior audiência de TV no Brasil dos últimos cinco anos, 38 deles foram na quarentena.

Para valorizar este momento de alto consumo, os canais vêm buscando alternativas. Em abril, a Globo retornou com o matinal “Encontro com Fátima Bernardes”, depois de um mês fora do ar. Mas sem plateia, com equipe reduzida e participação de Ana Maria Braga, em inserções gravadas diretamente de casa. Segunda-feira passada, começou uma nova temporada do “Conversa com Bial”, com entrevistas realizadas por videoconferência e convidados como Glória Maria e Anitta.

Na TV a cabo também houve um movimento de reformatação. Mês passado, o Multishow apostou na estreia do “Vai passar!”, que reúne humoristas como Rodrigo Sant’Anna e Leandro Hassum em esquetes gravados remotamente. Em junho, o canal lança duas novas temporadas de atrações que já estavam prontas antes da quarentena, “Os Roni” e “Xilindró”.

No GNT, algumas das principais atrações vêm sendo exibidas remotamente, como o “Que quarentena é essa, Porchat?” e o “Além da conta #Confinados”, apresentados respectivamente por Fábio Porchat e Ingrid Guimarães, de suas casas. Já o Studio Universal exibe, em junho, a segunda temporada de “Unidade básica”, série com Caco Ciocler e Ana Petta, que aborda os dramas do sistema público de saúde no Brasil e foi gravada antes da pandemia.


O Globo quinta, 21 de maio de 2020

FABIO PORCHAT RELATA PERDA DE 16 KG EM TRÊS MESES

 

Fabio Porchat relata perda de 16 kg em três meses: 'Estava com 108'

THAYNÁ RODRIGUES

 
 
 
 
À direita, Fabio Porchat no programa 'Mais você' em janeiro; à esquerda, em live da quarentena (Foto: Reprodução)
À direita, Fabio Porchat no programa 'Mais você' em janeiro; à esquerda, em live da quarentena
(Foto: Reprodução)

 

Fabio Porchat revelou numa live em seu Instagram que, após superar o peso de cem quilos, decidiu voltar a praticar exercícios e já perdeu 16 kg. O apresentador do "Que história é essa, Porchat?", do GNT, contou que começou a perder peso em fevereiro:

- Em janeiro, eu cheguei a pesar 108kg. No fim de janeiro deste ano! Agora estou com 92kg. O ideal para mim seria estar com 86kg. Aí eu estaria gordinho, mas feliz.  

Porchat, que já participou do quadro "Medida certa", do "Fantástico" e na ocasião emagreceu 10kg, relatou na transmissão feita eu seu Instagram nesta quarentena que se sente incomodado ao ver, por exemplo, a região abaixo do queixo mais protuberante.

- Isso aqui me incomoda (aponta para a papada). Barba é maravilhoso (para disfarçar) - conta o apresentador, que tem feito exercícios aeróbicos em sua casa durante o período de isolamento social.

Fabio Porchat em suas férias, quando já pesava 104 kg (Foto: Reprodução)
Fabio Porchat em suas férias, quando já pesava 104 kg (Foto: Reprodução)

 


O Globo quarta, 20 de maio de 2020

REGINA DUARTE DEIXA SECRETARIA DA CULTURA E ASSUMIRÁ A CINEMATECA EM SÃO PAULO

 

Regina Duarte deixa Secretaria da Cultura e assumirá Cinemateca em SP

Anúncio foi feito em vídeo em rede social; atriz assumiu a secretaria há dois meses e meio
 
 
 

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira que a secretária especial da Cultura, Regina Duarte, deixará o cargo e assumirá, "em alguns dias", a Cinemateca em São Paulo, classificada por ela como "um presente". O anúncio foi feito na sua página do Facebook, acompanhado de um vídeo ao lado da atriz, que assumiu a secretaria há dois meses e meio.

 
"Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias", escreveu Bolsonaro.

O nome de quem vai substitui-la na Secretaria da Cultura não foi divulgado pelo presidente, mas o também ator Mario Frias, que almoçou na sexta-feira com Bolsonaro no Palácio do Planalto, é cotado para assumir o cargo.

Na gravação, feita diante do Palácio da Alvorada na manhã desta quarta, Regina começa brincando que foi à residência oficial perguntar ao presidente se ele estava lhe "fritando". Ela foi ao local acompanhada da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), sua amiga.

- Porque eu tô lendo isso numa imprensa, que eu não acredito mais, mas de qualquer forma queria que ele me dissesse pessoalmente: tá me fritando, presidente? - questionou a atriz, sorrindo.

- Regina, toda semana, tem um ou dois ministros que, segundo a mídia, estão sendo fritados. O objetivo é sempre desestabilizar a gente e tentar jogar o governo no chão. Não vão conseguir. Jamais eu ia fritar você - respondeu o presidente, também dando risada.

 

A atriz disse em seguida que acabara de ganhar um "presente", que "é um sonho de qualquer pessoa de comunicação, de audiovisual, de cinema, de teatro":

- Um convite pra fazer cinemateca, que é um braço da Cultura, que funciona lá em São Paulo, e é um museu de toda a filmografia brasileira. Ficar ali secretariando o governo, dentro da Cultura, na Cinemateca. Pode ter um presente melhor que esse? Obrigada, presidente!

Bolsonaro então diz achar que Regina quer ajudar o Brasil e que o que ele mais quer o bem da secretária, por seu passado e por aquilo que ela representa para "todos nós".

Nesse momento, o vídeo é editado e o presidente aparece dizendo que a ida da atriz para a Cinemateca, do lado do seu apartamento, na capital paulista, vai fazê-la produzir muito mais, o que lhe deixa "muito feliz", mas ao mesmo tempo "chateado", pelo afastamento do seu convívio em Brasília.

- Mas presidente, a família está querendo a minha proximidade, eu estou sentindo muita falta dos meus netos, dos meus filhos, da minha família, que é uma coisa à qual eu sempre fui muito ligada. Então é um presente duplo: é a Cinemateca e é também eu estar próxima da minha família, que é uma coisa que eu estou desejando muito, estou sentindo muita falta - declarou a secretária.

 

Bolsonaro encerra a conversa cobrando dela o compromisso de estar ao seu lado todas as vezes que ele for a São Paulo, sendo abraçado pela atriz.


O Globo terça, 19 de maio de 2020

TRITURANDO, DO SBT, DEBOCHA DE GRADES FIGURAS DA CULTURA NACIONAL

 

'Triturando', do SBT, debocha de grandes figuras da cultura nacional

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
 
 
Cena do 'Triturando', do SBT (Foto: Reprodução)
Cena do 'Triturando', do SBT (Foto: Reprodução)

 

“Triturando” é o título infeliz de um programa que o SBT lançou no último dia 8. A atração veio substituir o “Fofocalizando”. Nela, a apresentadora Chris Flores e um grupo de “debatedores” “tritura” alguém famoso. A conversa conta ainda com a “participação” de um robô, o “Fofobyte”. Pensando bem, fui injusta: não é só o título que é infeliz. É o conjunto da obra.

Dias depois de o vespertino ir ao ar pela primeira vez, recebi uma mensagem de uma amiga, a jornalista Luciana Medeiros. Ela estava em choque porque seu pai, o grande Carlos José, era o alvo do “triturador”. O músico fez sucesso com canções como “Esmeralda”, “Guarânia da saudade” e “Lembrança” e prestou inúmeros bons serviços à cultura brasileira. Naquele momento, estava internado na UTI com Covid-19 (morreu dias depois). A família foi surpreendida com sua imagem na tela e um debate desrespeitoso (para dizer o mínimo) no palco. Assim tem sido diariamente. Na semana passada, foi a vez de Agostinho dos Santos. Cantor e compositor importante, ele participou da lendária apresentação da bossa nova no Carnegie Hall, em Nova York, em 1962. Mostraram a foto dele no telão com o letreiro “aumente o som e curta ‘Rádio Triturando’”. Tocou “Se todos fossem iguais a você” na voz dele. Lindo, mas ninguém ali entendeu. Lívia Andrade, por exemplo, disse que “não consegui prestar atenção à música porque olhei a cara do cidadão e só lembrei do Didi (de Os Trapalhões)”. Esse foi mais ou menos o nível do que veio a seguir.


O Globo segunda, 18 de maio de 2020

BRIGADA ANTI-TÉDIO: UMA NOVA FORNADA D E LIVROS DE COZINHA

 

Brigada anti-tédio: uma nova fornada de livros de cozinha

Um garimpo certeiro e especial para esse tempos de reclusão, com alguns dos melhores livros de gastronomia editados por aqui, vários saídos agora do forno
 
 
Capinhas de livros de gastronomia, alguns saindo agora do forno Foto: Divulgação
Capinhas de livros de gastronomia, alguns saindo agora do forno Foto: Divulgação
 
 

Esbalde-se! Nossa prateleira é para todos os gostos, da editora de moda que se muda para Florença e descobre o significado da expressão italiana “bella vida” (ter prazer enquanto come, sorrir sempre mais e - melhor dos melhores - manter a forma sem academia) aos pratos criados por Jamie Oliver com apenas cinco ingredientes (livro lindamente produzido na Itália); as receitas preciosas dos Vigilantes do Peso (porque é preciso), as últimas da Bela Gil, que consegue reduzir em até 50% o desperdício na cozinha ou as criações da vegana Alana Rox, que mostra como montar uma festa (e nem precisava tanto) sem um ingrediente de origem animal. Troisgros ensina até a comprar frigideira, enquanto o jornalista padeiro Luis Américo Camargo divide o passo a passo para o pão perfeito, de 2, 4 ou 6 horas a mais de preparo. Temos tempos, certo? São 13 títulos de bandeja, sob medida para animar esses tempos de quarentena. Só na vale reclamar de fastio.

 
 
 

Você tem fome de quê?

‘Bela Gil, da flor à raiz’ (Editora Globo)

 

‘Bela Gil, da flor à raiz’ (Editora Globo) Foto: Divulgação
‘Bela Gil, da flor à raiz’ (Editora Globo) Foto: Divulgação

Abaixo o desperdício, palavra de ordem que cabe com luvas (de panela) para o quinto livro de Bela Gil, que acaba de ser editado. A media do é que descartado na cozinha, sem uso algum, pode chegar a 50%, no caso das verduras e legumes. Um terço do que compramos, vai parar no lixo, denuncia Bela, que, lançando mão de cascas, sementes, raízes, folhas e flores comumente descartadas, sugere 37 receitas pelas 136 paginas do livro, onde esses itens viram as grandes estrelas. É um novo olhar sobre ingredientes do dia a dia, compartilhado em ótima hora.

‘Claude Troisgros, histórias, dicas e receitas’ (Sextante)

 

‘Claude Troisgros, histórias, dicas e receitas’ (Sextante) Foto: Divulgação
‘Claude Troisgros, histórias, dicas e receitas’ (Sextante) Foto: Divulgação

É o mais afetivo dos livros desse “carrioca” de 40 anos de mar do Leblon, que começou a tomar gosto pela culinária aos 8 anos, o que se entende perfeitamente, afinal, Claude é filho que do chef Pierre Troisgros, do antológico restaurante Roanne, berço da nouvelle cuisine, movimento de cozinheiros que mudou a gastronomia mundial. Suas lembranças estão pelas páginas, aprendizado e ensinamentos que vão do preparo de um molho espesso ao corte de peixes, carnes, além de dicas para compra de legumes e verduras, uso adequado das panelas e “causos” deliciosos. Abre o coração e revela suas 47 receitas preferidas. Livro para agora e sempre.

‘Sal, gordura, ácido, calor’, de Samin Nosrat (Companhia das Letras)

 

‘Sal, gordura, ácido, calor’, de Samin Nosrat (Companhia das Letras) Foto: Divulgação
‘Sal, gordura, ácido, calor’, de Samin Nosrat (Companhia das Letras) Foto: Divulgação

Samin, que é escritora, professora, chef de cozinha e ainda assina uma coluna de gastronomia no “The New York Times”, faz do sal, da gordura, do ácido e do calor, seu mantra diário: “dominando esses quatro elementos, você terá pratos deliciosos”, garante a autora, que compartilha receitas de vegetais caramelizados, vinagretes, carnes assadas que se desmancham, massas levinhas e quebradiças... São 480 paginas deliciosas, com o luxo de ter a tradução assinada pela cronista gastronômica Nina Horta (uma das mais importantes do Brasil) e prefácio de Michael Pollan. O livro originou um seriado exibido na Netflix.

 
 

‘Culinária Básica: as melhores receitas e dicas para o dia a dia saudável’ (Sextante)

 

‘Culinária Básica: as melhores receitas e dicas para o dia a dia saudável’ (Sextante) Foto: Divulgação
‘Culinária Básica: as melhores receitas e dicas para o dia a dia saudável’ (Sextante) Foto: Divulgação

O livro (providencial) é uma feliz e oportuna parceria da Sextante com o Vigilantes do Peso, reunião de 200 receitas sem contra indicações, que valem tanto para emagrecer quanto controlar peso, colesterol, glicose, seja para iniciantes ou já veteranos na prática de contar (e acumular) pontos na hora de se alimentar. Não sou praticante, mas tirei boas “colas” e incontáveis ensinamentos , do café da manhã ao jantar. Parceria super oportuna, uma coletânea variada, com um um pouco de tudo, incluindo o uso de utensílios, algumas técnicas de cozimento, a feitura de temperinhos. São 416 páginas, livro de de peso no melhor sentido.

‘Simplíssimo, o livro de receitas francesas mais fáceis do mundo’, de Jean-Francois Mallet (Sextante)

 

‘Simplíssimo, o livro de receitas francesas mais fáceis do mundo’, de Jean-Francois Mallet (Sextante) Foto: Divulgação
‘Simplíssimo, o livro de receitas francesas mais fáceis do mundo’, de Jean-Francois Mallet (Sextante) Foto: Divulgação

O titulo é tentador: receitas fáceis franceses, quem não quer ter em mãos? É o que esse francês, dublê de cozinheiro (trabalhou com Joel Robouchon e Michel Rostang), fotógrafo e globetrotter propõe nas 368 páginas do livro que, não por acaso, já foi editado em 15 países. São 180 receitas, onde algumas, surpreendem pela pouca quantidade de ingredientes, coisa raríssima na cozinha francesa. Os pratos de Mallet são feitos com três a seis ingredientes, não passam disso: abóbora assada com queijo azul, abobrinha empanada, berinjelas no forno... Ah, ele ensina a fazer massa de pizza também.

‘Diário de uma vegana, o despertar’, de Alana Rox (Editora Globo)

 

‘Diário de uma vegana, o despertar’, de Alana Rox (Editora Globo) Foto: Divulgação
‘Diário de uma vegana, o despertar’, de Alana Rox (Editora Globo) Foto: Divulgação

Dá para fazer uma festa só com receitas veganas? A apresentadora de TV e santa catarinense Alana Rox, vegetariana desde criança, garante que dá e mostra (ensina!) como fazer, compartilhando uma seleção de receitas veganas e sem glúten também, Seu trunfo maior é a facilidade no preparo dos pratos (nenhum leva mais de dez minutos para ficar pronto) e ainda o uso de ingredientes simples, facilmente encontrados em casa. Pelas 220 páginas desse que é o segunda incursão editorial da autora, nos deparamos com um cardápio variado, que vai do brigadeiro de colher ao pão de queijo, todos feitos sem ingrediente algum de origem animal.

 

‘Bella figura’ , de Kamin Mohammadi (Editora Rocco)

 

‘Bella figura’ , de Kamin Mohammadi (Editora Rocco) Foto: Divulgação
‘Bella figura’ , de Kamin Mohammadi (Editora Rocco) Foto: Divulgação

Um relato emocionante e divertido da mudança de vida de uma editora de moda de uma luxuosa revista inglesa, que, depois de ser demitida, resolve dar um tempo em Florença, onde descobre o estilo “bella vida” de viver ( desacelerar, amar, comer com prazer, sorrir mais e, melhor dos melhores, manter a forma longe da academia), que a faz mudar seu estilo de viver. Com texto leve e divertido, a autora Kamin Mohammadi, iraniana que mora em Londres, recheia as 320 páginas da obra com deliciosas incursões na culinária italiana. Para frequentar da cozinha ao quarto de dormir , passando pelo sofá da sala .

‘Jamie Oliver, 5 ingredientes’ (Companhia das Letras)

 

‘Jamie Oliver, 5 ingredientes’ (Companhia das Letras) Foto: Divulgação
‘Jamie Oliver, 5 ingredientes’ (Companhia das Letras) Foto: Divulgação

 

É dos melhores livros do cozinheiro televisivo inglês, uma inventiva e bem resolvida criação de uma cardápio feitos com 130 pratos preparados com enxutos cinco ingredientes, Nem mais, nem menos. A ideia é ter o máximo de sabor com o minimo de ingredientes. Sugere carnes, massas, saladas e “last but not least”, doces bárbaros (sugestões? biscoito crocante de maçã e o bolo de fubá com laranja). O livro, a obra de não ficção mais vendida na Inglaterra em 2017 e 2018, foi adaptado para o Brasil, mas foi todo ele produzido na Itália. É o chef em ótima forma.

 

‘Wine folly, guia essencial do vinho’, de Madeleine Puckette e Justin Hammack (Intrínseca)

 

‘Wine folly, guia essencial do vinho’, de Madeleine Puckette e Justin Hammack (Intrínseca) Foto: Divulgação
‘Wine folly, guia essencial do vinho’, de Madeleine Puckette e Justin Hammack (Intrínseca) Foto: Divulgação

O “Washington Post” já o elegeu como “o melhor livro introdutório sobre vinho já publicado”. Não é pouca coisa. Guia Essencial é, na verdade, um “filhote” bem sucedido de uma dos maiores e melhores sites americanos de vinho, o Wine folly. Traz ensinamentos práticos, em tom leve e divertido, que cai bem tanto para novatos, quanto para os que já acumulam algum conhecimento sobre o assunto. Lista todas as uvas cultivadas no planeta, com as suas características e a melhor forma de combiná-los com comidas. Coisas básicas, como as diferenças entre um Pinot Noir e um Cabernet Sauvignon.

‘Comer para não morrer’, de Michael Greger e Gene Stone (Editora Intrínseca)

 

‘Comer para não morrer’, de Michael Greger e Gene Stone (Editora Intrínseca) Foto: Divulgação
‘Comer para não morrer’, de Michael Greger e Gene Stone (Editora Intrínseca) Foto: Divulgação

Não se impressione com o título. Zero de indigesto. O que a dupla de médicos que assina o livro propõe são mudanças de hábitos à mesa, a adesão a uma prática de alimentação capaz de prevenir, controlar e até reverter doenças. Traz ensinamentos simples, até por isso, preciosos, especialmente nesses dias de sedentarismo (mesmo que parcial). O que comer, como e quanto: e dá-lhe castanha de caju, brócolis, repolho, couve-flor, grão-de-bico, feijão branco, cada um cumprindo um papel. Simples assim. O livro traz o aval da Bela Gil, que assina o prefácio. Ela entende de dieta com vegetais.

‘Caderno de receitas de meu pai’, de Jacky Durand (Record)

 

‘Caderno de receitas de meu pai’, de Jacky Durand (Record) Foto: Divulgação
‘Caderno de receitas de meu pai’, de Jacky Durand (Record) Foto: Divulgação

“Le cahier des recettes” é um best-seller na França, que está em vias de ser lançado no Brasil. É um romance delicadíssimo, que tem como protagonista um chef de cozinha. O autor, Jacky Durand, é um jornalista conhecido do jornal francês “Liberation” e, como todo o francês, é glutão, apaixonado por culinária e cozinha bem. Tanto que, ao final, o livro reúne dez receitas, como pot au feu, a cavalinhas ao vinho branco ou clafoutis de cereja. É uma obra amorosa, saborosa e tocante, a ponto de sensibilizar o chef Eric Jacquim, que assina a orelha da edição brasileira, que sai até o final do mês.

 

Só para um, alimentação saudável para quem mora sozinho’, de Rita Lobo (Senac/ Panelinha)

 

Só para um, alimentação saudável para quem mora sozinho’, de Rita Lobo (Senac/ Panelinha) Foto: Divulgação
Só para um, alimentação saudável para quem mora sozinho’, de Rita Lobo (Senac/ Panelinha) Foto: Divulgação

“Vamos acabar com o mito de que não vale a pena cozinhar para um só”, dispara, nas primeira páginas, a chef televisa Rita Lobo, que assina, entre tantos, livros de culinária, dessa vez mais atual do que nunca em tempos de quarentena. Todos os capítulos surgem a partir de um problema: a pia está cheia de louça suja? É hora de sujar menos e a saída é preparar refeições numa panela só. Elementar. Anda enjoado dos congelados que lotam o freezer? Pois Rita providencia um “plus” e o prato ganha novos ares. São 80 receitas, fotos animadoras e uma lição de vida. Já pra cozinha.

‘Direto ao pão’, de Luiz Americo Camargo (Senac/Panelinha)

 

‘Direto ao pão’, de Luiz Americo Camargo (Senac/Panelinha) Foto: Divulgação
‘Direto ao pão’, de Luiz Americo Camargo (Senac/Panelinha) Foto: Divulgação

Pão é tempo, avisa o padeiro, professor e jornalista Luiz Americo (que é critico de restaurantes da “Folha de S.Paulo”) no livro em que ensina o passo a passo para fazer em casa nada menos do 20 tipos de pães divididos em capítulos por tempo de preparo: pães até 2h, 4h, ou mais de 6h. O tempo é seu. Gougères, forma multigrão ou sueco, em duas horas estão prontinhos; já uma ciabatta, não leva menos de seis. O livro traz fotos das etapas sugestões de acompanhamento (com receita): ricota caseira, barriga de porco assada, homus de beterraba... Como diz o autor, faça pão (eu ando me aventurando e amando).


O Globo domingo, 17 de maio de 2020

AMÉRICA LATINA: CONTINENTE BUSCA NOVA NORMALIDADE E COMO SAIR DA QUARENTENA

 

Especial América Latina: continente busca nova normalidade e como sair da quarentena

Maioria dos países da região optou por confinamento obrigatório e prevê retomada gradual das atividades
 
Mulher com máscara e filha passeiam em um parque de Buenos Aires Foto: ALEJANDRO PAGNI / AFP
Mulher com máscara e filha passeiam em um parque de Buenos Aires Foto: ALEJANDRO PAGNI / AFP
 
 

MONTEVIDÉU — A desigualdade na América Latina respondeu à pandemia com medidas aprendidas no Primeiro Mundo e, embora a opção preferida tenha sido um confinamento obrigatório e estrito, ainda assim a Covid-19 não dá trégua. Poucos países optaram pela quarentena voluntária e os resultados variam entre eles. O Brasil foi um deles. Sem um decreto ou decisão federal, autoridades dos estados e municípios tiveram autonomia para decidir sobre o isolamento. E mesmo sendo o país mais afetado da região, o presidente Jair Bolsonaro permanece firme em evitar o confinamento.

Outros, que nem sequer estão perto de conter a disseminação do vírus, também já estão se preparando para tornar as quarentenas mais flexíveis e ao que planejaram que seja retornar ao “novo normal”. Há quem tome medidas isoladas e, finalmente, aqueles que ainda não vislumbram uma saída. 

Países que já definiram a saída

Argentina: O país resolveu avançar em cinco fases: do isolamento estrito (de 31 de março a 13 de abril), ao isolamento gerenciado (de 13 a 26 de abril), passando à segmentação geográfica (de 26 de abril a 10 de maio), depois a uma reabertura progressiva (de 10 a 24 de maio) e, finalmente, ao novo normal (de 24 em diante). Essas datas estão sujeitas a mudanças de acordo com a evolução dos casos. Atualmente, o país está entre a terceira e a quarta fase, que envolve flexibilidades em nível regional, mantendo rigoroso isolamento nas grandes cidades e abertura gradual de atividades. No último estágio, o governo planeja reabrir tudo com regras de higiene e distanciamento social. O Ministério da Saúde é quem teve mais peso nesse projeto.

 

Chile: O presidente Sebastián Piñera apresentou um "Plano de Retorno Seguro", dividido em três partes: primeiro, o retorno dos funcionários públicos aos serviços (os chefes de cada área determinam quem retorna pessoalmente, excluindo os grupos de risco).  Segundo, o retorno dos trabalhadores do setor privado e da sociedade civil; e, por último, a volta dos estudantes aos centros de estudo. Nenhuma data está programada, mas a reabertura gradual dos parques nacionais em maio já foi anunciada.

México: O país também tem um plano, lançado em 16 de abril e preparado pelo gabinete de saúde. Desde o início, o presidente Andrés Manuel López Obrador disse que as decisões seriam tomadas por um corpo de médicos e cientistas. Estima-se que, em 18 de maio, a atividade será retomada gradualmente apenas nos municípios onde não foram registrados casos da Covid-19, cerca de 979 se enquadram nessa categoria. Para o resto do país — 1.484 municípios —, está previsto que o reinício das atividades seja a partir de 1º de junho.

Porto Rico: No país, onde um rigoroso confinamento obrigatório esteve em vigor por quase dois meses, o plano de reabertura mantém o toque de recolher e o fechamento de algumas indústrias até pelo menos 25 de maio. O cronograma está dividido em quatro etapas. A primeira começou no dia 4 de maio,  com a abertura de uma ampla gama de serviços, desde serviços financeiros  a lavanderias, setor de mudanças e inspeção de elevadores, dentre outros. Na segunda etapa, iniciada em 11 de maio, foram retomadas obras, consultórios odontológicos e cirurgias eletivas, ambulatoriais e não estéticas. A partir desta segunda-feira, cabeleireiros e salões de beleza, pontos de venda de carros, restaurantes, serviços religiosos e de cemitérios poderão funcionar.

 

 

Em processo de definição

Colômbia: À medida que a “curva” do contágio se achatar, os setores de produção serão gradualmente liberados, com uma série de protocolos de biossegurança que estão sendo elaborados pelo Ministério da Saúde. Esta semana começou o "retorno gradual" de setores como produção de móveis, produtos de informática, manutenção de veículos, livrarias e papelarias, entre outros. Na quinta-feira, outro passo foi dado em direção à nova normalidade, após o sinal verde para  90 municípios que não apresentaram casos de coronavírus iniciem o desconfinamento. Eles poderão retomar gradualmente as atividades econômicas, sem grandes eventos ou abertura de restaurantes, academias ou parques infantis.

Covid-19: Colômbia põe região da fronteira com Brasil e Peru em lockdown para conter propagação do vírus

Peru: O fim da quarentena estava marcado para 10 de maio, mas na semana passada o presidente Martín Vizcarra anunciou que ela seria prolongada até 24 de maio. E, embora não exista um plano de saída concreto em nível nacional, um esquema de reativação econômica foi planejado em quatro fases, cada uma com duração de um mês. Em cada fase, a atividade econômica aumentará 10 pontos percentuais, portanto, estima-se que 90% dos profissionais estejam trabalhando em setembro.

 

Uruguai: O país não divulgou um plano definido, mas começou a trilhar o caminho em direção à nova normalidade. Por enquanto, a educação presencial foi retomada nas escolas rurais, os serviços de construção foram retomados após três semanas de licença especial, grande parte dos funcionários públicos voltou ao trabalho presencial e as lojas no centro de Montevidéu reabriram.

Brasil: Como os governadores e prefeitos têm autonomia para estabelecer suas regras de isolamento, também têm para definir a retomada das atividades. Por isso, espera-se que haja medidas diferentes em cada região.

*O Grupo de Diários América é integrado por 11 jornais do continente, entre eles O GLOBO


O Globo sábado, 16 de maio de 2020

VACINA NÃO SERÁ CARA, DIZ PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE OXFORD

 

Vacina não será cara, diz professor da Universidade de Oxford que desenvolve projeto de prevenção à Covid-19

Iniciativa foi bem-sucedida em macacos e está em teste em humanos; resultados são esperados até agosto
 
Farmaceuticas participam de uma corrida global pelo desenvolvimento da vacina para a Covid-19 Foto: Carl Recine / REUTERS
Farmaceuticas participam de uma corrida global pelo desenvolvimento da vacina para a Covid-19
Foto: Carl Recine / REUTERS
 
 

RIO - A aguardada vacina para a Covid-19 terá um preço que permita seu acesso ser o mais amplo possível. E, sendo bem-sucedida, será produzida em larga escala para manter os custos baixos e o abastecimento. É o que afirma Adrian Hill, diretor do Jenner Institute, da Universidade de Oxford, que trabalha ao lado da farmacêutica AstraZeneca.

 
- Não será uma vacina cara. Será uma vacina de dose única. E será fabricada para atender um suprimento global e em muitos locais diferentes ao mesmo tempo. Este sempre foi nosso plano - contou Hill à Reuters.

Conhecida como ChAdOx1 nCoV-19, a droga experimental é uma das pioneiras na corrida global pela vacina contra o novo coronavírus. Segundo a Reuters, dados preliminares de um estudo em seis macacos mostraram que alguns daqueles que receberam uma única injeção dela desenvolveram anticorpos contra o vírus em 14 dias. E que, em 28 dias, todos desenvolveram proteção.

COVID-19:Vacina daqui a um ano é cenário 'otimista', diz União Europeia

Quando os macacos foram expostos ao novo coronavírus, a vacina impediu danos aos pulmões e evitou que o vírus se reproduzisse. No entanto, ele ainda se replicava ativamente no nariz.

Hill classificou os dados de "encorajadores" e reforçou o alto grau de confiança de sua equipe de que os testes em andamento em humanos, iniciados em abril, também mostrarão resultados positivos. Ele acredita que em julho ou agosto já será possível saber se a droga funciona e qual o seu nível de eficiência.

De acordo com o professor, mais de 1.000 pessoas fazem parte dos testes. Metade recebeu a vacina experimental. Já a outra metade serve como grupo de controle. Questionado sobre o progresso deste trabalho em humanos, Hill disse que ele e sua equipe "não farão comentários com o projeto em andamento". Mas deu a entender que, até agora, está dentro do esperado:

- Você pode concluir que, se o teste ainda estiver em andamento, como certamente está, isso significa que não houve grandes transtornos.

É consenso entre especialistas em saúde e em doenças que o fim da pandemia passa pela descoberta de uma vacina contra o novo coronavírus. O desafio, no entanto, é encontrar uma que funcione e fabricá-la em doses suficientes.

1 milhão de doses em setembro

Segundo Hill, sete fábricas em todo o mundo trabalham no desenvolvimento da vacina. Entre elas, está o Instituto Serum, da Índia. As outras estão espalhados pela Europa e pela China. Ele assegura que até um milhão de doses estarão disponíveis em setembro.

A ChAdOx, que recombina vetores virais, usa uma versão enfraquecida do vírus do resfriado comum enriquecido com proteínas do novo coronavírus para gerar uma resposta no sistema imunológico do corpo. Ela não é a única na fase de testes em humanos. Os laboratórios Moderna (MRNA.O), Pfizer (PFE.N), Biontech SE (22UAy.F) e Biologics (6185.HK) fazem parte desta corrida.


O Globo sexta, 15 de maio de 2020

CAROLINA DIECKMANN FALA SOBRE REPRISE DE FINA ESTAMPE E DA QUARENTENA NOS EUA

 

Carolina Dieckmann fala da reprise de 'Fina estampa' e da quarentena nos EUA

PATRÍCIA KOGUT

 
 
Carolina Dieckmann (Foto: Sergio Zalis)
Carolina Dieckmann (Foto: Sergio Zalis)

 Quem acha que, por estar vivendo em Miami, Carolina Dieckmann se desligou de "Fina estampa" achou errado. A atriz, em quarentena nos Estados Unidos, acompanha a novela de lá todos os dias. Na trama de Aguinaldo Silva, ela vivia Teodora, uma linda arrivista que acaba humilhada pelo ex-marido, Quinzé (Malvino Salvador), e vive em guerra com a ex-sogra, Griselda (Lilia Cabral). Mas, antes mesmo da reestreia, Carolina sentiu, nas suas redes sociais, "uma certa animação dos fã-clubes":

- Eu notei a repercussão assim que anunciaram que a novela ia voltar porque sou ativa no Instagram. Reparei que estava repostando as arrobas de pessoas que ainda não conhecia. É muito gostoso isso. 

 A atriz lembra que se preparou muito para o papel e, na época (em 2011), começou a frequentar aulas de muay thai. Foi um hábito que herdou da personagem e só abandonou em junho do ano passado:

- Me preocupei em ficar forte, musculosa. Era a onda da Teodora, que vivia no ambiente do esporte de luta. E fiquei. Me vejo na televisão e penso que Theodora seria capaz de me bater e de acabar comigo (ri).

 

Não que ela tenha abandonado os cuidados com o corpo, uma constante na sua vida desde sempre. Mas, agora, o foco é outro. Carolina está preocupada em  manter o equilíbrio:

- Estou praticando muita ioga para ficar centrada. Estou saudável, o corpo está bem, mas não tenho a força daquela época.

A família está protegida em casa e a atriz diz que, com isso, tem conseguido manter uma tranquilidade relativa:

- Não dá para ficar bem sabendo que tem tanta gente mal no mundo. Me preocupo muito também com meus avós, que têm mais de 90 anos e estão longe (no Brasil). Mas tenho tentado cuidar da casa e da família. Sou péssima na cozinha e ando me esforçando muito. Estou aprendendo a limpar muito bem a casa. Vou sair disso dominando as técnicas de limpeza.


O Globo quinta, 14 de maio de 2020

DAN BROWN FAZ LIVE PARA FÃS BRASILEIROS NO DIA 19 DE MAIO

 

Dan Brown faz live para os fãs brasileiros no dia 19 de maio

Iniciativa é da Editora Arqueiro que publica obras do americano no Brasil
 
 
Dan Brown participa de live na terça, dia 19, com tradução simultânea Foto: Divulgação/Quim Vives
Dan Brown participa de live na terça, dia 19, com tradução simultânea Foto: Divulgação/Quim Vives
 
 

RIO — Autor de best sellers como "O Código Da Vinci", "Anjos e Demônio" e "Inferno", Dan Brown confirmou sua participação em uma live com tradução simultânea, dedicada aos leitores brasileiros, marcada para terça-feira (19 de maio), às 16h. A iniciativa é da Editora Arqueiro, que publica o escritor americano no Brasil, com transmissão pelo canal da editora no YouTube.

 Segundo a Arqueiro, que já vem promovendo lives com outros autores há duas semanas, esta vai ser a primeira interação com o público brasileiro. Reservado a entrevistas, Dan Brown tem usado as redes sociais durante a pandemia para fazer posts com citações de trechos de algumas de suas obras.

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Este ano, a Editora Sextante prevê o lançamento de "Sinfonia dos animais", livro que marca a estreia do autor na literatura infantil. É todo ilustrado e ainda acompanha uma trilha sonora composta pelo próprio Dan Brown.

— São músicas para crianças e adultos ouvirem e enquanto leem juntos, criando uma experiência multissensorial. O álbum será lançado junto com o livro e estará disponível em diversas plataformas digitais. "Sinfonia dos animais" é um título interativo que traz surpresas escondidas e até uma mensagem codificada para que o leitor possa resolver. O lançamento mundial está previsto para setembro — informa Nana Vaz de Castro, da Sextante.


O Globo quarta, 13 de maio de 2020

CANTORA LÍRICA SE APRESENTA, TODOS OS DIAS, NA JANELA DE SEU APARTAMENTO NA GÁVEA

 

Quarentena: Cantora lírica se apresenta, todo dia, às 18h, na janela de seu apartamento na Gávea

'Estou espalhando um vírus do bem', diz Juliana Sucupira, que canta uma música por vez
 
 
Juliana Sucupira Foto: Ana Branco / Ana Branco/Agência O Globo
Juliana Sucupira Foto: Ana Branco / Ana Branco/Agência O Globo
 
 

Juliana Sucupira, de 46 anos, não poderia imaginar que o distanciamento social que a forçou a ficar em casa, desde meados de março, por causa da pandemia do coronavírus, provocaria uma revolução na vida. Há 50 dias, ela canta, da janela de seu apartamento na Gávea, pontualmente às 18h. Desde então, a voz cristalina da cantora lírica vem deixando o coração da plateia que a acompanha — formada por vizinhos e por quem a assiste por meio do seu perfil no Instagram @ju_sucupira — mais leve.

 A ideia surgiu por acaso, sem pretensão. “Comecei a cantar no susto. Não foi algo planejado”, conta Juliana, empolgada. “No início da quarentena, num domingo, ouvi o sino da igreja tocar dentro do meu apartamento”, lembra. “Fui ensinada pela minha avó, que era muito religiosa, a rezar uma ‘Ave Maria’ sempre que escutasse o sino badalar. Então, comecei a rezar baixinho, cantando, na minha janela”, lembra. O que Juliana não imaginava é que a sua voz, mesmo suave, faria as pessoas que a cercam transbordarem de emoção. “A vizinha da frente logo perguntou: ‘É você quem está cantando? Pode aumentar a voz?’”, recorda-se. Não precisou pedir duas vezes. A cantora entoou “Ave Maria” a plenos pulmões, encantando os vizinhos. “Foi um momento mágico. Apareceu um monte de gente na janela aplaudindo, perguntando o meu nome.”

A partir daquele domingo, a cantoria de Juliana virou encontro marcado para os moradores do bairro da Zona Sul. Para conseguir mais alcance, dez dias depois, ela incorporou uma caixa de som e um microfone. “Gravo uma versão orquestrada e canto por cima”, explica. Ela seleciona uma música por noite e tem repertório eclético. “Tom Jobim, Beto Guedes, Beatles, músicas como ‘Imagine’, de John Lennon, e ‘The sound of music’, de ‘A noviça rebelde’. Aos domingos, sempre ‘Ave Maria’”, lista. Juliana também fez questão de homenagear o músico Moraes Moreira, de quem era vizinha, no dia da sua morte, mês passado, cantando, na despedida do compositor, “Brasil pandeiro”, “Pombo correio” e “Preta preta pretinha. “A gente se encontrava sempre na rua. Quando estava com meu marido e os meus três filhos, ele nos chamava carinhosamente de família.”

 

O sucesso da cantora — que é bacharel em canto lírico, integrante do Coro Sinfônico do Rio de Janeiro e está à frente do grupo Astorga, especializado em casamentos e festas — pode ser medido pelas mensagens que recebe. “Numa delas, me escreveram que o dia se divide entre antes e depois das 18h. Alguns vizinhos pedem para eu mandar beijo durante a apresentação”, conta. “Também já deixaram chocolate e até champanhe na minha portaria. Estou me sentindo a Xuxa.”

Pertencente a um grupo de risco por ter tido, há quatro anos, câncer de rim, a cantora não tem colocado o pé na rua. “Estou presa em casa. Tem dias que não estou bem, mas me animo por saber que vou cantar. No meio de tanta tristeza, percebi que estou espalhando um vírus do bem”, pondera.

Ela faz planos para o futuro. “Para retribuir tanto carinho, pretendo fazer um concerto gratuito na Praça Santos Dumont, na Gávea. Não sei ainda como, mas vou me virar e o espetáculo vai acontecer.”

 


O Globo terça, 12 de maio de 2020

MARCELA BARROZO NA QUARENTENA

 

Sem trabalho na TV desde 2016, Marcela Barrozo conta que está morando com namorado na quarentena

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
Marcela Barrozo em 'Chocolate com pimenta' e atualmente (Foto: TV Globo e reprodução)
Marcela Barrozo em 'Chocolate com pimenta' e atualmente (Foto: TV Globo e reprodução)

 

"Chocolate com pimenta" acaba de voltar ao ar no Viva e Marcela Barrozo aproveita para matar as saudades. A atriz, que interpretou Estelinha e tinha 11 anos na época, diz estar recebendo mensagens nas redes sociais desde a estreia.

- O povo tem assistido bastante à novela. Acho que o fato de estarmos todos em casa por causa da quarentena facilita um pouco. Tem muita gente que não me conhecia ou não era nem nascido na época e não sabia que eu tinha feito a novela - conta ela, que atualmente tem 28 anos.

 
Marcela afirma que, apesar de ter iniciado sua trajetória cedo, nunca perdeu o foco na profissão. A primeira trama de que participou foi "Sabor da paixão", também na Globo, aos 10 anos:

- Minha família nunca deixou eu meter os pés pelas mãos, sempre me puxou para a realidade. Sei que na profissão de ator, neste meio da TV, tudo é muito incerto, instável. Numa hora você está fazendo novela das 21h da Globo e todo mundo reconhece. E em outras você fica meio esquecida e não vai ter trabalho. Eu cresci sabendo dessa possibilidade. A fama nunca me subiu à cabeça, nunca me deixou doida, por eu saber de tudo isso.

 O último papel de Marcela na TV foi em "Os Dez Mandamentos", novela da Record que terminou em 2016. Desde então, a atriz tem feito teatro e se dedicado a vários cursos, entre eles, de dublagem. Marcela chegou a cursar a faculdade de Jornalismo, mas não conseguiu concluir:

- Eu moro em Niterói (Região Metropolitana do estado do Rio) e estava gravando a novela em Vargem Grande (na Zona Oeste da cidade) no último período. Eu levei muita falta. Depois fui jubilada. Me arrependo. Se eu tivesse trancado, seria mais fácil. Mas na época eu ficava muito no Rio e não conseguia ir a Niterói pessoalmente levar documentação. E a faculdade também deu uma dificultada na hora de trancar. O tempo foi passando e quando fui ver... Nunca mais voltei a procurar. Acho que teria que começar tudo do zero e isso desanima. Melhor nem saber.

Sem um emprego fixo, ela diz que se mantém com o dinheiro que guardou ao longo dos anos e com os cachês de publicidade no Instagram:

- Sou garota-propaganda de algumas empresas, como loja de roupas e um estúdio de fotografia.

Marcela mora com os pais, mas, durante a quarentena, passou a ficar na casa do namorado, o advogado Luiz Fernando Pinto, de 39 anos (foto abaixo). Os dois estão juntos há um ano.

- A gente está fazendo um bom test-drive. Digo que pior do que está não vai ficar. Falo: 'Acostuma que é isso aí'. Se passar a quarentena e o namoro continuar, vai na fé que vai dar certo. Ou vai ou racha - brinca a atriz.

Marcela Barrozo com o namorado, Luiz Fernando Pinto (Foto: Reprodução)
Marcela Barrozo com o namorado, Luiz Fernando Pinto (Foto: Reprodução)

 

Marcela Barrozo (Foto: Reprodução)
Marcela Barrozo (Foto: Reprodução)

O Globo segunda, 11 de maio de 2020

ISIS VALVERDE MOSTRA PRÁTICA DE IOGA NA QUARENTENA

 

Isis Valverde mostra prática de ioga na quarentena e fala do filho, Rael

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
 
Isis Valverde (Foto: Arquivo pessoal)
Isis Valverde (Foto: Arquivo pessoal)

A  ioga ajuda Isis Valverde a manter mente sã e corpo são nestes tempos de quarentena. A atriz, que interpreta Betina em “Amor de mãe”, diz que pratica intensamente: 

- Treino todos os dias. Estar em movimento me acalma e me equilibra. Preciso me movimentar para sentir bem mentalmente. Quando fico sem praticar, me sinto ansiosa, impaciente. É como se a relação entre o corpo e a mente não ficasse balanceada. A ioga me ajuda a ter esse equilíbrio. É um exercício para o corpo como um todo.

A atriz também tem conseguido manter hábitos saudáveis quando o assunto é alimentação:

- Sempre fui muito tranquila. Não sou de fritura e doces, como quando dá vontade.

Mãe de Rael, de 1 ano, ela diz que tem dividido os cuidados com o marido, André Resende:

- Estamos revezando em casa com Rael e ele está cada vez mais maduro. Dorme a noite toda, graças a Deus. E já está falando as coisinhas que deseja. Muito fofo.

Isis Valverde com o filho, Rael (Foto: Arquivo pessoal)
Isis Valverde com o filho, Rael (Foto: Arquivo pessoal)

O Globo domingo, 10 de maio de 2020

INGREDIENTES E MASSAS PARA FAZER EM CASA

 

Spoleto começa a vender ingredientes e massas para cliente cozinhar em casa

Rede de restaurantes passa a comercializar os itens que utiliza para fazer os próprios pratos em abas de supermercados dos aplicativos de entrega
 
 
Lasanha do Spoleto Foto: Divulgação
Lasanha do Spoleto Foto: Divulgação
 

SÃO PAULO – O isolamento social imposto pelo novo coronavírus fez com que empresas migrassem boa parte de suas ações para os meios digitais, tirassem planos futuros do papel ou até desenvolvessem produtos e serviços com a mesma velocidade das startups. Foi isso que aconteceu na rede de franquias Spoleto, que criou o Mercato Spoleto para vender seus ingredientes e massas e permitir que o consumidor cozinhe em casa.

 De acordo com o sócio-fundador da marca, Eduardo Ourivio, a rede já vinha se reunindo desde o início da pandemia para pensar em ações que pudessem ajudar os franqueados neste momento. Uma franqueada de Curitiba, no Paraná, questionou a possibilidade de vender as massas semiprontas e os ingredientes da marca – cerca de metade dos condimentos são feitos por pequenos fabricantes de diversas partes da Itália, segundo Ourivio.

O empreendedor diz que a escala permite que os produtos sejam vendidos a preços menores do que em supermercados.

– Nosso propósito é democratizar a culinária italiana, faz total sentido isso para nós – diz Ourivio.

A primeira loja a testar foi a da própria franqueada, que ofereceu os produtos para amigos por WhatsApp e viu a ação representar 15% do faturamento. Com isso, o Spoleto aplicou o Mercato em dez lojas e depois implantou em todas as 200 que estão funcionando com delivery neste momento. Isso significa cerca de 55% da rede.

De acordo com o empreendedor, a modalidade tem representado cerca de 5% das vendas, mesmo sem divulgação.

– É mais uma receita que a loja não tinha – diz Ourivio, que acrescenta: – No momento de crise, planejamos menos e executamos mais. Colocamos a iniciativa nos aplicativos de entrega, na parte de supermercados, e nossa plataforma própria entra no ar na próxima semana.

 

No sistema do Spoleto, a ideia é ter o delivery próprio, tanto de refeições prontas, quanto de ingredientes, e disponibilizar receitas em três níveis de dificuldade para que os consumidores possam fazer em casa:

– Mas ele também pode fazer do jeito que achar melhor, cada um dá sua própria cara. Tem massa que fica pronta em menos de dois minutos no micro-ondas.

Um dos desafios é montar porções que possam ser vendidas para casas com poucas pessoas. A marca já vem estudando formas de criar novos tamanhos, principalmente de molhos, que são vendidos em baguetes de mais de um quilo. As massas servem duas pessoas, de acordo com Ourivio.

Para ajudar na divulgação, a rede enviará produtos gratuitamente para 2 mil clientes mais assíduos do programa de fidelidade da marca para que testem e ajudem a divulgar. O investimento na ação está previsto em cerca de R$ 200 mil.

Com esse passo, o Spoleto mira num comportamento de consumo ascendente e que pode perdurar no pós-crise, com a preocupação maior em evitar aglomerações. De acordo com pesquisa realizada pela consultoria especializada em food service Galunion, em parceria com o Instituto Qualibest, 93% dos consumidores têm cozinhado em casa durante a pandemia, sendo que 31% já faziam e aumentaram a compra de alimentos para preparo caseiro.

 

Ourivio diz não ter dúvidas de que a nova frente de vendas continuará no pós-crise:

– Só vai evoluir, a velocidade de colocar as ideias em prática será muito maior. Estamos em um novo momento, aconteceu uma grande transformação na nossa empresa. O que talvez demorasse dois anos para acontecer levou menos de dois meses.


O Globo sábado, 09 de maio de 2020

2020: O ANO EM QUE NÃO FAREMOS CONTATO

 

2020: O ano em que não faremos contato

Pandemia põe em xeque a forma como nos relacionamos socialmente e traz desafio para as interações no futuro. Tão habituados a beijos, abraços e carinhos, como ficaremos nós, brasileiros?
 
 
Homem caminha em frente a mural de tango em Buenos Aires: distância será necessária Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP
Homem caminha em frente a mural de tango em Buenos Aires: distância será necessária
Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP
 
 

RIO E SÃO PAULO - A sensação é estranha, quase surreal. Assistindo a um filme, uma novela ou alguma série produzida antes da pandemia, acontece frequentemente de o espectador tomar um susto ao ver as pessoas se abraçando, apertando as mãos e se beijando sem preocupações. Condenados pelas novas normas de distanciamento social, esses gestos de afeto e cordialidade parecem ter ficado em outra era.

Sem sorrisos :como as máscaras podem transformar nossas interações diárias

A pandemia colocou em questão a forma como nos relacionamos com a família, o trabalho e o tempo, mas também aqueles gestos que se tornaram traços da nossa maneira de estar no mundo, adquiridos ao longo de tantos anos que os fazemos sem nem perceber. Incorporar um novo manual de conduta é como trocar o pneu enquanto o carro acelera, lembra Larissa Polejack Brambatti, psicóloga e professora da Universidade de Brasília (UnB).

Mais do que emergenciais, os impactos serão duradouros e alguns podem ser permanentes, redefinindo o que serão nossos hábitos no futuro. Restaurantes, casas de shows, lojas, companhias aéreas, teatros, escritórios e museus já estudam como receber pessoas no futuro de modo que elas se aproximem o mínimo possível umas das outras. Os drive-ins ressurgem como alternativa segura, enquanto escolas já falam em higienizadores nas portas.

— Essa nova forma de relação é um desafio, especialmente para o brasileiro, que é muito acostumado ao toque, ao tapinha nas costas, ao abraço e ao beijo — diz Larissa, que pertence ao Plano de Contingência em Saúde Mental e Apoio Psicossocial ao Enfrentamento do Coronavírus da UnB. — O desafio é encontrar maneiras de continuarmos sendo um povo caloroso, substituindo o toque físico pelo olhar, pela fala, pela conversa... E vamos ter que aprender isso rapidamente.

 

Mudar hábitos tão enraizados da noite para o dia pode parecer impossível. Mas a resposta para o futuro muitas vezes está... no passado. Se olharmos para trás veremos que os brasileiros nem sempre foram assim tão táteis e efusivos. A historiadora Mary Del Priore, que investigou a vida privada dos nossos antepassados, em livros como “Histórias íntimas”, lembra que, no século XIX, o hábito de tocar os outros era considerado pouco civilizado. Dom Pedro II, aliás, foi algumas vezes repreendido pela Condessa de Barral porque insistia em sua maneira bem brasileira de ficar tocando nas pessoas durante suas viagens à Europa.

Mary Del Priore lembra que, se a proximidade física devia ser moderada, beijos, então, nem pensar... A boca era vista como algo “sujo”, transmissor de doenças. Foi só a partir dos anos 1940 e 50, com a influência do cinema, que as pessoas começaram a ver representações mais despreocupadas da proximidade física. A partir daí, passaram a reproduzi-las em suas vidas.

— As pessoas hoje sentem falta de abraço e de beijo, mas é bom lembrar que durante séculos nossos antepassados viveram sem nada disso — conta ela. — O ser humano sempre vai inventar uma maneira de demonstrar o seu afeto. Poderá ser através de palavras, através de escritos, através de fotografia... Ninguém vai deixar de falar de seus sentimentos. 

Historicamente, epidemias foram responsáveis por acelerar mudanças nas relações sociais. Muitas delas impostas por lei. Para combater a peste, por exemplo, o beijo foi proibido tanto pelo imperador Tiberius, na Roma Antiga, quanto na Inglaterra do século XV e na Nápoles do século XVI. Séculos mais tarde o mesmo aconteceu no México (em 2005) e na África do Sul (em 2009), dessa vez para conter um surto de gripe. Os hábitos vão e voltam, de forma cíclica.

O problema é que, no Brasil, sempre se dá aquele jeitinho de evitar novas regras. E o vírus não aceita jeitinho, lembra o antropólogo Roberto Da Matta. Em suas idas ao supermercado, ele cansou de ver pessoas tirando as máscaras para conversar e insistindo em toques nas costas e apertos de mão.

— Para nós, chegar perto é uma pressuposição cultural — explica Da Matta. — É uma proximidade que faz parte da nossa cultura de desigualdade. Quando você não tem muito dinheiro, você se diverte como? Ficando junto. Combina uma reunião e cada um traz alguma coisa, um traz o torresmo, o outro a cerveja... E agora você vai dizer que as pessoas não podem fazer nem mais isso? O Brasil não está pronto para nada disso.

 

Mora na biologia

A dificuldade de nos livrarmos de velhos costumes também se explica por questões biológicas. Quando damos um longo abraço, aumenta a liberação de ocitocina no corpo. E ela é um neuro-hormônio muito importante para a gente se sentir ligado a outras pessoas, como conta a psiquiatra Raquel de Boni, que é pesquisadora da Fiocruz:

— É um hormônio que as mulheres liberam quando amamentam, por exemplo. Ele dá uma sensação de pertencimento, de felicidade.

Raquel coordena no Brasil um estudo que, com enquete on-line, tem o objetivo de avaliar mudanças no estilo de vida de brasileiros e espanhóis provocadas pela pandemia. Por aqui, também participa do estudo o psiquiatra Flávio Kapczinski, pesquisador da UFRGS, que faz pós-doutorado na McMaster University, do Canadá. Na Espanha, a parceria é com a Universitat de Valencia, por meio do cientista Vicent Balanzá.

Mais de 20 mil pessoas já responderam ao questionário nos dois países. No Brasil, é possível participar até o dia 20 em bit.ly/estilodevidaecovid19. Dados preliminares da pesquisa mostram que 54% dos participantes brasileiros notam uma mudança no seu suporte social, ou seja, na sua rede de amparo provida por outras pessoas, contra menos de 35% na Espanha, o que aponta uma possível fragilidade maior entre nós.

 

— Até a vacina, não há outro caminho se não uma troca nesses cumprimentos — pondera Flávio Kapczinski. — Isso fará parte do novo normal, de uma nova etiqueta.

É sabido que períodos de morte e recolhimento costumam produzir explosões de vida. Basta ver o Renascimento após a peste, ou os loucos anos 20 após a gripe espanhola. Para o brasileiro, pode ser a oportunidade de trocar a efusão costumeira por uma conexão mais profunda, que vá além do tapinha nas costas.

— Podemos substituir o toque físico por um movimento emocional, de empatia maior, para que a gente se conecte afetivamente e não apenas fisicamente — diz Larissa.


O Globo sexta, 08 de maio de 2020

LIVES DE HOJE: LATINO, FÁBIO JR. E MOACIR LUZ CANTANDO ALDIR BLANC

 

Lives de hoje: Latino, Fábio Jr e Moacyr Luz cantando Aldir Blanc são atrações desta sexta

Também teremos Toquinho, Roberta Sá e Eramos Carlos entrevistando Gilberto Gil
 
 
Moacyr Luz e Aldir Blanc, em fevereiro de 2002 Foto: Arquivo
Moacyr Luz e Aldir Blanc, em fevereiro de 2002 Foto: Arquivo
 
 

RIO — Com o mundo do entretenimento parado devido à pandemia, artistas de vários gêneros e segmentos seguem ativos através das lives. Nesta sexta (8/5), Erasmo Carlos entrevista Gilberto Gil em apoio à campanha "Juntos pela música", iniciativa da União Brasileira de Compositores (UBC), com o Spotify — juntas, a entidade e a empresa fizeram um aporte inicial de R$ 1 milhão —, que visa arrecadar fundos para ajudar compositores do Brasil durante a quarentena. O projeto já recebeu mais de 1.500 doações, que são angariadas pelo site da iniciativa. A seguir, confiira todos os destaques de hoje na programação de lives.

As lives de sexta (8/5)

Zac Brown Band: a banda americana de country rock se apresenta no YouTube, às 11h.

Juntos Pela Música: Às 16h, Erasmo Carlos entrevista Gilberto Gil. No Instagram (@ubcmusica).

The Tallest Man On Earth: O artista folk sueco Kristian Matsson segue sua programação de lives às sextas-feiras, a partir das 16h. Além de canções de seus cinco álbuns, o cantor monta um repertório de covers com sugestões enviadas pelos fãs, revezando-se entre violão, guitarra, banjo e piano elétrico. Hoje, ele recebe Courtney Mary Andrews, com quem iniciaria uma turnê neste mês, cancelada pela pandemia. No perfil @spkmatsson, no Instagram.

Moacyr Luz: O cantor, compositor e violonista presta homenagem a Aldir Blanc, seu grande amigo e parceiro, morto nesta segunda, aos 73 anos. Juntos, eles escreveram canções como “Só dói quando rio”, “Centro do coração”, “Itajara” e a já clássica “Saudades da Guanabara”, com Paulo César Pinheiro. Às 19h, no Instagram (@moaluz).

Latino: Batizada de “Festa no apê”, a live do cantor promete seus principais êxitos, como “Me leva”, e “Renata”. Às 19h, no Youtube (/cantorlatinooficial).

 

Toquinho: Em apresentação pelo Blue Note SP Live Sessions, o cantor, compositor e violonista toca versões acústicas dos maiores sucessos de sua carreira, com participação especial de Camilla Faustino. Às 20h, no YouTube (/bluenotesp).

Roberta Sá: A cantora começa hoje uma série de shows em que revisitará toda a sua discografia. A abertura é com "Braseiro" (2005). Às 20h, no YouTube e no Instagram.

Fábio Jr.: Às 21h30, o ator e cantor revisita sucessos como "Só você" e "Alma gêmea". No YouTube.

Virtual LemonAid: A partir das 23h, o festival beneficente reúne nomes como Meredith Monk, Ali MacGraw, Daniel Rossen (Grizzly Bear) e John Dieterich (Deerhoof). David Byrne e Stewart Copeland (The Police), entre outros, participam por meio de entrevistas. No Instagram (@virtuallemonaid) e no Facebook (/virtuallemonaid).


O Globo quinta, 07 de maio de 2020

ÚLTIMA SUPERLUA DO ANO POERÁ SER VISTA NA NOITE DESTA QUINTE-FEIRA NO BRASIL

 

 

Última 'superlua' do ano poderá ser vista na noite desta quinta-feira no Brasil

A dica é olhar para o céu a partir das 18h. Aqueles que possuírem janelas voltadas para o leste poderão contemplar melhor o evento astronômico
 
Nesta quinta, os brasileiros poderão observar a última 'superlua' do ano Foto: Sergei Grits
Nesta quinta, os brasileiros poderão observar a última 'superlua' do ano Foto: Sergei Grits
 
 

RIO - A última "superlua" de 2020 será registrada no começo da noite desta quinta-feira (7). Na ocasião, o satélite estará em seu perigeu — ponto de sua órbita mais próxima da Terra. O fenômeno poderá ser visto a partir das 18h, se o tempo não estiver nublado. Esse evento astronômico só voltará a acontecer nos dias 27 de abril e 26 de maio de 2021.

 Quem tiver as janelas voltadas para o leste contemplará melhor o fenômeno, já que a recomendação no período da pandemia do novo coronavírus é ficar em casa para preservar a própria saúde e a daqueles que não têm essa opção. As pessoas que contam com uma vista para o horizonte e aquelas em locais onde há pouca iluminação também terão uma visão privilegiada do evento astronômico.

A "superlua" de maio será um pouco menor do que a de abril. A explicação disso, segundo a astrônoma Flávia Requeijo, do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), é que, no mês passado, o satélite coincidiu de atingir a fase cheia e estar em seu perigeu na mesma data. Neste mês, a lua ficará mais próxima da Terra no dia 6 e entrará na fase cheia no dia 7.

— O caminho que a lua faz ao redor da Terra é uma elipse, então existem momentos em que ela está mais próxima do planeta e em que ela está mais distante. Quando coincide dela estar no perigeu na fase cheia, aí chamamos de "superlua", que é quando ela fica mais brilhante e maior do que o habitual — explica a astrônoma.

 

 

Esse evento astronômico ainda pode acarretar algumas mudanças nas marés:

— "Superluas" provocam marés altas mais elevadas que a média e, também, marés baixas menores. Mas varia muito de um lugar para outro. Não se pode dizer que a maré vai aumentar em determinada porcentagem — afirma Roberto Costa, professor do departamento de Astronomia da USP.


O Globo quarta, 06 de maio de 2020

SAIBA COMO SOLICITAR DOCUMENTOS PELA INTERNET

 

Saiba como solicitar documentos como CPF e Título de Eleitor pela internet durante a pandemia

Serviços como seguro-desemprego também podem ser requeridos online
 
 
Carteira de trabalho já tem versão digital Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Carteira de trabalho já tem versão digital Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
 
 

RIO - Com as medidas de isolamento social para quem pode ficar em casa, muitas pessoas ficaram na dúvida sobre como fariam para renovar e solicitar documentos como CPF e Título de Eleitor, ou mesmo requerer serviços como o seguro-desemprego. Todos eles agora, durante a pandemia, podem ser feitos de forma eletrônica, seja em sites oficiais, seja através de e-mail.

- Vivemos um momento de exceção, e a documentação é um direito do cidadão, necessária para requerer serviços como o auxílio emergencial durante a pandemia, por exemplo. É importante ficar atento também aos prazos para renovação de alguns, que foram estendidos.

Vale lembrar que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou, em setembro, decisão já tomada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran): que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) pode ser usada como identificação pessoal mesmo vencida. O prazo de validade diz respeito apenas à licença para dirigir.

Em muitos casos, é preciso enviar outros documentos digitalizados para o governo ou cartório. Para fazer isso, há diversos aplicativos que usam a câmera do celular como scanner. Alguns dos mais recomendados são o CamScanner, Tapscanner e Tinyscanner.

 
Documentos online Foto: Arte O Globo
Documentos online Foto: Arte O Globo

Casos urgentes. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) está com todas as atividades presenciais suspensas por conta da quarentena, com exceção de casos considerados urgentes: 2ª via da identidade e habilitação para atividades remuneradas, funcionários das áreas de saúde e segurança e casos de perda, roubo ou furto. No Rio, o atendimento para essas pessoas terá esquema especial, sendo realizado exclusivamente no prédio-sede do Detran, na Avenida Presidente Vargas, 817, Centro.

Documentação de veículos. Os prazos para o proprietário expedir o Certificado de Registro de Veículo (CRV) em caso de transferência de propriedade de veículo, desde que adquirido a partir 19 de março, foram suspensos. Os prazos relativos a registro e licenciamento de novos veículos também.

Carteira de motorista. O prazo para que o condutor possa dirigir veículo com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida, desde que a partir de 19 de março, também está suspenso. Outros casos só serão considerados se estiverem nos critérios de urgência, que incluem necessidade de atividade remunerada e para profissionais de saúde e segurança.

ilustras-serviço-globo-0605-4.jpgCadastro de Pessoa Física (CPF). É possível fazer e regularizar o CPF pela internet. Ele é necessário para obter o auxílio de R$ 600 do governo federal durante a pandemia. No site da Receita Federal, há um formulário para se inscrever e obter o documento. Também é possível solicitá-lo ou regularizá-lo por e-mail. Cada estado possui um endereço eletrônico diferente, e eles estão disponíveis para consulta também no site da Receita. Em todos os casos, é preciso apresentar Título de Eleitor, documento de identificação e comprovante de residência. Se o pedido for feito por e-mail, além da documentação citada, é preciso enviar foto do rosto do solicitante segurando o documento de identidade aberto (frente e verso), aparecendo a fotografia e o número.

 

ilustras-serviço-globo-0605-2.jpgSeguro-desemprego. Governo e analistas estimam que pelo menos 200 mil pessoas perderão o emprego durante a pandemia. Muitos terão direito ao seguro-desemprego, que pode ser solicitado pela internet e por telefone, no número 158. O formulário para preenchimento está disponível no Portal Emprega Brasil. Lá, será necessário colocar informações pessoais e laborais, além de sua documentação, que inclui documento de identificação, CPF, PIS/Pasep, número da Carteira de Trabalho e as informações contidas nela sobre experiências profissionais.

ilustras-serviço-globo-0605-3.jpgTítulo de Eleitor. Para votar nas eleições deste ano é preciso está com o Título de Eleitor regularizado. O Tribunal Superior Eleitoral disponibilizou o serviço através de um plataforma digital em seu site, que vale tanto para quem vai requerer o documento pela primeira vez como quem vai regularizá-lo. São necessários documento de identificação, comprovante de residência e certificado de quitação do serviço militar (para os homens nascidos entre 1975 e 2001) e fotografia do requerente, em estilo “selfie”, exibindo, ao lado de sua face, o documento oficial de identificação, com a foto do documento voltada para a câmera.

ilustras-serviço-globo-0605-6.jpgCertidões. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou que os cartórios recebam, por e-mail, solicitações de certidões, como nascimento e óbito, durante a pandemia. Mas, depois, será necessário ir ao cartório para regularização e retirada do documento, 15 dias após o fim do período de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. O hospital também fica responsável por inserir nas Declarações de Nascido Vivo (DNV) e nas Declarações de Óbito, com destaque, a identificação dos cartórios para os quais os documentos foram enviados eletronicamente.

 

ilustras-serviço-globo-0605-5 (1).jpgCarteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Mesmo antes da pandemia, já estava disponível para os cidadãos a Carteira de Trabalho Digital, que substitui o modelo físico. Para obtê-la, é preciso baixar o aplicativo "Carteira de Trabalho Digital", do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),  disponível para Android e IOS.


O Globo terça, 05 de maio de 2020

CORONAVÍRUS: ESPECIALISTA DÁ DICA DE COMO CONVERSAR COM CRIANÇAS SOBRE A PANDEMIA

 

Especialista dá dica de como conversar com crianças sobre coronavírus

De acordo com estudiosa, situação tem provocado muito estresse entre os pequenos e recomenda que os pais tentem dar mais atenção aos filhos e incluí-los na rotina
 
 
Morador de Niterói, Lucas Nalim, de 8 anos, está isolado em casa, onde estuda e joga, mas se preocupa com a avó, que, segundo ele, sai muito Foto: Agência O Globo
Morador de Niterói, Lucas Nalim, de 8 anos, está isolado em casa, onde estuda e joga, mas se preocupa com a avó, que, segundo ele, sai muito
Foto: Agência O Globo
 
 

RIO — Se para os adultos já é difícil entender como a vida, de repente, virou de cabeça para baixo por conta do novo coronavírus, para as crianças está sendo ainda mais desafiador dar conta de tantas restrições. Como O GLOBO mostrou nesta segunda-feira, sem escola ou o abraço dos avós, os pequenos tentam, ao modo deles, lidar com as perdas e mudanças de rotina. Para a neuropsicóloga e psicopedagoga Maria Margarida da Fonseca, cada criança é particular, e a forma de enfrentar o isolamento social, seja com mais calma ou agitação, depende muito do contexto em que está inserida.

— No geral, as crianças não estão entendendo muito o que está acontecendo. Ocorre a explicação, mas a criança esquece. Da doença em si eles não têm noção do perigo, mas, mesmo assim, está se gerando muita ansiedade — diz a especialista — Uma paciente minha relatou que não sabe mais o que fazer, pois no condomínio onde mora há várias crianças brincando normalmente na área de lazer. Por mais que ela explique ao filho que não pode e é perigoso, ao ver, ele quer estar lá com os coleguinhas. Eles sentem falta desse contato.

Crianças respondem a questões sobre coronavírus

A especialista reiterou a importância de os pais não focarem tanto nos recursos que têm ou não, mas sim usarem da imaginação para encontrar uma forma de dar atenção aos filhos, e, ao mesmo tempo, incluí-los na rotina.

— É válido até largar algumas atividades de casa, para poder ajudá-los, principalmente em casos de crianças muito agitadas. Seja com joguinhos, brincadeiras, desenhos, filmes, o que puder ser feito para diminuir a ansiedade da criança. Eu falo para fazer um bolo, levar para cozinha. Trazer a criança, de alguma forma, para o seu mundo. Tem que inventar, porque a situação é difícil e complicada. O conselho que eu dou sempre é para que dê toda a atenção possível ao seu filho — diz a psicóloga.

 

'Prédio fantasma'Hospital de Bonsucesso tem apenas 35 leitos ocupados, sendo 18 para tratamento do coronavírus

Em um cenário como este, é inevitável não falar sobre a morte, e o tabu da conversa sobre o fim da vida deve ser tratado com delicadeza. A profissional recomenda que, quando o assunto for mais grave, buscar uma forma lúdica de passar a informação e os resguardar em relação ao resto do noticiado. 

— Os pais devem evitar que a criança participe desse tipo de coisa, mas quando acontece algum caso (de morte) na família, se deve explicar de algum forma. “Foi a vontade de papai do céu...”, e por aí vai. Não adianta fantasiar uma coisa de que não se pode fugir. Mas tentar evitar que as crianças fiquem vendo essa reportagens, já que até para os adultos está dificíl. E a criança tem até mais facilidade para relacionar esse assunto que o adulto.

Números do Rio:Estado do Rio ultrapassa a marca de mil óbitos e 11 mil casos

Sobre os dramas do da educação domiciliar, a psicopedagoga recomenda paciência e que os responsáveis por passar o conteúdo tenham compreensão das limitações impostas pelo cenário em relação aos filhos e eles mesmos.

 

— Digo para os pais fazerem o que der, não ficar cobrando muito dos filhos. A criança tem que saber que ela não está de férias, então, se possível, deve se manter aquela rotina da escola. Mas não adianta ficar cobrando muito em relação ao conteúdo, nem a própria escola vai poder cobrar isso. Não é o momento, e está difícil para todos — conclui a psicóloga.

*Estagiário sob supervisão de Leila Youssef


O Globo segunda, 04 de maio de 2020

HOSPITAL DE BONSUCESSO TEM APENAS 35 LEITOS OCUPADOS DOS 240 DISPONÍVEIS

 

 

Hospital de Bonsucesso tem apenas 35 leitos ocupados, sendo 18 para tratamento do coronavírus

Unidade liberou 240 vagas exclusivas para casos da Covid-19, por ordem do Ministério da Saúde. Apesar da medida, a unidade contribui com baixa oferta para sistema de saúde
 
Leitos vazios no Hospital Federal de Bonsucesso Foto: Agência O Globo
Leitos vazios no Hospital Federal de Bonsucesso Foto: Agência O Globo
 

RIO — Um prédio fantasma. Para funcionários do Hospital Federal de Bonsucesso, foi essa a transformação sofrida por uma das unidades de saúde de maior importância para o estado do Rio, após deixar de oferecer 28 serviços especializados de média e alta complexidade no prédio 1, para atender exclusivamente casos da Covid-19, por ordem do Ministério da Saúde. Apesar da medida, a unidade tem contribuído com baixa oferta para o sistema de saúde. De 240 leitos existentes — como consta da decisão da Justiça Federal pela destituição da direção por omissão no enfrentamento à pandemia —, neste domingo, apenas 18 pacientes estavam internados com coronavírus e outros 17, na emergência.

 

— Foi um erro estratégico acabar com o Hospital Federal de Bonsucesso. É uma desgraça. Agora ele não é nem referência em tratamento para Covid-19 nem o hospital que era. Atendemos 35 pessoas hoje (ontem) — avalia o diretor do corpo clínico do hospital, Julio Noronha.

Pacientes internados na UTI de um hospital no Rio receberam uma 'festa de aniversário' realizada pela equipe médica da unidade. Médicos e enfermeiros celebraram as datas especiais com bolo e chamadas de vídeo com os familiares das pessoas internadas, na tentativa de trazer alguma alegria para as pessoas em recuperação da Covid-19.
 
Pacientes internados na UTI de um hospital no Rio receberam uma 'festa de aniversário' realizada pela equipe médica da unidade. Médicos e enfermeiros celebraram as datas especiais com bolo e chamadas de vídeo com os familiares das pessoas internadas, na tentativa de trazer alguma alegria para as pessoas em recuperação da Covid-19.

De acordo com funcionários, o coronavírus agravou a situação da unidade. Faltam profissionais para o atendimento da doença — um problema considerado antigo, mas que foi ampliado pelos afastamentos das equipes em razão da Covid-19 — e até respiradores.

— Temos 30 leitos de CTI prontos que não podem ser liberados por problema na planta fixa. Vários departamentos são abastecidos por um único ar-condicionado central, e isso não pode ocorrer no caso do tratamento de uma doença contagiosa. Então, foram montados leitos para internação nas enfermarias, com respiradores. Há outros disponíveis. Mas não tem profissionais. Ainda que o hospital tenha médicos, não são dermatologistas ou oftalmologistas que podem atender os casos que recebemos. Por isso, o anúncio do Hospital de Bonsucesso como unidade de referência no combate ao coronavírus pegou todo mundo de surpresa — conta um enfermeiro.

 

Em sua decisão, a juíza Carmen Silvia Lima Arruda, da 15ª Vara Federal do Rio de Janeiro, intimou o Ministério da Saúde a destituir a direção do Hospital Federal de Bonsucesso. Segundo o defensor público Daniel Macedo, o prazo para isso é de 24 horas, contadas a partir de hoje. Em audiência realizada na noite da última quinta-feira, a magistrada acusou a diretoria do hospital de omissão no enfrentamento à pandemia, alegando que não houve apresentação de plano de contingência para a situação e nem a compra de equipamentos de proteção e testes de Covid-19 para equipes do hospital.

Julio Noronha afirma que a maioria dos 5 mil funcionários está sem equipamento de proteção individual. Segundo ele, cinco trabalhadores da unidade já morreram. Há preocupação também com o futuro do hospital. Noronha garante que, por falta de concurso, metade da equipe é de Contrato Temporário da União, com vencimento no dia 31 de maio.

Pacientes que eram atendidos na unidade antes da pandemia também sofrem com falta de atendimento. Procurado para falar sobre a situação do Hospital Federal de Bonsucesso, o Ministério da Saúde não se manifestou.


O Globo domingo, 03 de maio de 2020

CORONAVÍRUS GOLPEIA SONHO DE BRASILEIROS EM PORTUGAL E MUITOS PENAM PARA VOLTAR

 

 

Coronavírus golpeia sonho de brasileiros em Portugal, e muitos penam para voltar

Depois de perderem o emprego, imigrantes ficam sem dinheiro e fazem fila no aeroporto, esperando vaga em voos fretados pelo Itamaraty; consulado estima que situação afeta 600 pessoas
 
 
Brasileiros no aeroporto de Lisboa à espera do vôo de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar Foto: Gabriel de Rezende/Zimel Press/30-4-2020
Brasileiros no aeroporto de Lisboa à espera do vôo de retorno para o Brasil. Apenas uma parte deles conseguiu embarcar
Foto: Gabriel de Rezende/Zimel Press/30-4-2020
 
 

LISBOA - Porta de entrada para o sonho de uma vida melhor na Europa, o aeroporto de Lisboa virou o centro da peregrinação de emigrantes brasileiros que desistiram de viver em Portugal. Eles perderam o emprego devido à pandemia da Covid-19 e não conseguem mais permanecer no país, mas estão sem dinheiro para a volta ao Brasil.

Em tempos de distanciamento social e frio na madrugada, cerca de 40 pessoas dormiram aglomeradas por uma semana na calçada do terminal à espera de um encaixe em um dos voos de repatriamento fretados pelo Itamaraty. Na quinta-feira, houve desistências, 23 puderam embarcar de última hora e 17 foram para um abrigo.

O cônsul-geral adjunto do Brasil em Lisboa, ministro Eduardo Hosannah, estimou que há outras 600 pessoas em situação semelhante, entre turistas e desvalidos, e adiantou que requisitou aprovação de recursos para novos voos de repatriamento, mas aconselha aos residentes a procurarem os programas de assistência de Portugal.

Ofcialmente, a comunidade brasileira residente é de 150 mil pessoas, a maior no país. O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que o desemprego em Portugal atingirá 14% da população, a maior taxa já registrada. Em 45 dias de estado de emergência, milhares de brasileiros perderam emprego e há relatos de que grande parte vive à beira da mendicância e dependente de doações para comer.

Na França:Sem documentos na Paris da quarentena, imigrantes brasileiros recebem ajuda de associação

Com uma manta colorida enrolada ao redor do pescoço, várias camadas de agasalhos, capuz, luvas e máscara cirúrgicas, Alex Santos dormiu durante uma semana em meio aos carrinhos de bagagens na calçada do terminal. Em um dos bolsos da calça, o ex-serralheiro de 41 anos, de Duque de Caxias, diz carregar €70, mas não pode gastar porque é o dinheiro que pretende usar para ir de São Paulo, destino único dos voos, a Conselheiro Pena, no interior de Minas Gerais, onde encontrará a mulher e as três filhas, para quem enviava dinheiro. Ele afirma que seu nome chegou a ser incluído pelo Itamaraty, mas depois o embarque foi adiado e ele segue à espera no abrigo:

 

— Cheguei a pensar que teria que mendigar. Trabalhava como garçom em um restaurante em Nazaré e fui despedido depois de um ano e meio em Portugal. Pensei em construir algo para a família, que ficou no Brasil, mas não deu. Não tenho visto de residência nem posso pedir seguro-desemprego, mas mesmo que pudesse, quero ir embora, porque no Brasil eu tenho casa.

Durante a pandemia, o governo de Portugal decretou que imigrantes com a regularização pendente poderiam ser considerados legais, desde que tivessem dado entrada no pedido de residência até 18 de março. Teriam acesso ao sistema de saúde e apoio da previdência social para autônomos (a medida excepcional durante a pandemia estabelece um valor com base em remunerações anteriores).

Mesmo quem tem direito ao seguro-desemprego tradicional quer voltar, porque não acredita na recuperação da economia em curto prazo. Cerca de um em cada cinco trabalhadores do país foi demitido desde o início do surto, e o número de desempregados subiu para 380.832 pessoas — apenas 10 mil abaixo do pico da crise financeira de 2008.

estado de emergência em Portugal termina hoje e, a partir de amanhã, começa a reabertura lenta e gradual, com medidas rígidas de segurança semelhantes às adotadas em outros países europeus,  para que não haja mais casos de contágio. O plano de desconfinamento foi dividido em três fases, com a reabertura de diferentes setores da economia a cada 15 dias — os primeiros a voltarem a funcionar são os  pequenos comércios, cabeleireiros, concessionárias de carros e livrarias.

 

O trabalho remoto continuará obrigatório no país até o final do mês. Os trabalhadores poderão retornar gradualmente aos escritórios em junho, quando for implementada a terceira fase do plano, que inclui ainda a reabertura de shopping centers, cinemas e teatros, com a manutenção do distanciamento físico.

No último dia 20, Daniella Ferreira, que deixou de pagar o aluguel em Carcavelos, em Lisboa, recebeu o apoio da previdência social e exibiu um comprovante de depósito: €62,40. Sem resposta da embaixada brasileira, ela não quis pôr em risco a saúde da família e entregar as chaves para ir ao aeroporto.

— Não quis arriscar, tenho duas crianças. Entrei em desespero para alimentar meus filhos de 11 e oito anos. Fui à igreja pedir doação. Não paguei o aluguel de abril nem vou pagar o de maio. Meu marido recebeu abono de €75 e temos contas de luz e gás que custam isso. Éramos técnicos de administração em São Paulo e chegamos em 2018 em Portugal. Eu fiz faxinas. Ele trabalhou em obras e por vezes nem foi pago. Vou embora destruída, mas no Brasil temos casa para morar — disse Ferreira, que conseguiu quatro passagens em uma “vaquinha” de familiares, e ainda aguarda pelo voo, adiado consecutivamente pela companhia aérea.

 

Nos EUA: Imigrantes brasileiros nos EUA formam redes de proteção durante pandemia da Covid-19

Logo após o estouro do surto na Europa, uma verba de R$ 62 milhões foi destinada para operações de repatriamento do Itamaraty em todo o mundo. Somente de Portugal foram retiradas quase 1.500 pessoas. Para receber o apoio, é preciso fazer um cadastro e obedecer ao critério determinado pela embaixada, de extrema fragilidade social e econômica.

A confirmação em um dos voos chega por e-mail e, para alguns, este processo durou mais de um mês. Para quem não recebeu o aviso e não tem onde esperar, o aeroporto passou a representar uma esperança. Na manhã da última quinta-feira, o paulista André Soncin estava indignado ao não receber confirmação da embaixada e observar um cachorro junto de sua dona na fila de embarque para o repatriamento.

— O cachorro sendo repatriado pelo Brasil, enquanto o ser humano fica aqui — disse Soncin.

Aos 50 anos, o ex-professor substituto de História chegou a Portugal em fevereiro de 2019 e tentava se estabilizar para levar a mulher e os quatro filhos. Trabalhou como servente e ajudante de carpintaria, diz que ganhava € 900 e mandava € 500 para família. Com o restante, pagava despesa com alimentação e o quarto em que vivia até, conta ele, ser despejado e dormir na calçada do aeroporto desde sábado. Já havia desistido de embarcar na quinta-feira quando houve uma reviravolta, vagou um assento e ele conseguiu um dos últimos lugares no voo, que quase saiu sem ele:

 

— Se não fosse a enorme quantidade de doação de alimentos que recebemos, estaria mendigando nos últimos dias. Meus trabalhos eram sem contrato e não dei entrada em documento nenhum, não tinha residência nem para onde ir, assim como muitos que ficaram e não vamos deixar para trás. Queremos que o consulado os assuma.

O cônsul-geral adjunto garantiu que ninguém embarcará “no grito” nesta segunda fase de repatriamento.

— Não fazemos caridade com dinheiro público. A pessoa se inscreve, a situação é analisada e confirmada. Não adianta ficar no aeroporto, porque no grito não entra — disse Hossanah, confirmando que os lugares que sobraram foram selecionados pelos próprios brasileiros que passaram as noites na calçada.

O ministro afirmou que será aberto um novo cadastro, que poderá determinar a quantidade dos possíveis voos extras, caso os recursos sejam autorizados.

— Poderá haver um 7º, 8º e 9º voos, depende da necessidade. Agora, é residente em Portugal, mas perdeu emprego? Então tem que recorrer às medidas de apoio do governo português. Não posso ter 20 mil querendo embarcar, não é hora de sentir saudade do Brasil. Esperamos que a economia de Portugal comece a retomar e contratar. A solução real é por aí, não pela ajuda pública. Somos só uma solução passageira — declarou Hosannah.


O Globo sábado, 02 de maio de 2020

RECEITAS PARA FAZER NO FORNO

 

Receitas para fazer no forno

Chefs dão o passo a passo de assados como a lasanha de abobrinha do Caju, de preparo fácil, e o famoso pargo ao sal grosso do Satyricon
 
Lasanha de abobrinha. Leandro Barros (Caju) Foto: Divulgação
Lasanha de abobrinha. Leandro Barros (Caju) Foto: Divulgação
 
 

Para quem não tem muita habilidade no manejo de várias panelas ao mesmo tempo, e procura uma maneira mais fácil de preparar as refeições, uma solução é arrumar tudo de uma vez numa assadeira e apenas tomar conta do tempo que o prato leva no forno. 

— Essas receitas são práticas e saudáveis. Enquanto o forno cuida da comida, você pode se dedicar a outras coisas. Gosto muito de confitar alimentos no forno em temperatura baixa: caponata com bastante azeite, coxa de pato na gordura do próprio pato, cebola com azeite... — enumera a chef Manoela Rabin, da Maison Cocotte, em Itaipava.

Lá, ela prepara boa parte do cardápio no forno.

— Você envolve o alimento em papel-manteiga ou alumínio para assar, é como uma panela de pressão em miniatura. O resultado é uma comida leve e saborosa — diz Manoela.

Monique Gabiatti, chef do Cozinha (no Be+Co), faz no forno uma espécie de petit gâteau com queijos brasileiros.

— É uma receita fácil de preparar para dar uma variada no cardápio de casa nestes tempos de distanciamento. E todo mundo gosta de queijo derretido. É irresistível, e as crianças também adoram — comenta Monique

Batata recheada com queijo de cabra e ervas

Manoela Rabin (Cocotte)

Ingredientes

2 batatas lavadas grandes

300g de queijo boursin (queijo de cabra fresco)

2 colheres de sopa de azeite extra virgem

2 colheres de sopa de manjericão fresco picado

2 colheres de sopa de cebolette picada

2 colheres de sopa de queijo parmesão ou gruyere ralados

2 colheres de sopa de creme de leite fresco

 

Sal a e pimenta a gosto

Algumas fatias de presunto de Parma (opcional)

Preparo

Leve as batatas higienizadas e com casca inteiras ao forno até que fiquem cozidas. Enquanto elas cozinham, pegue uma tigela e misture com um garfo o queijo boursin, o azeite, o creme de leite, a cebolette e o manjericão. Reserve. Ao retirar as batatas do forno corte-as ao meio no sentido longitudinal (no sentido do comprimento). Com uma colher retire com cuidado o recheio das batatas sem perfurá-las. Em uma tigela amasse e tempere o recheio com pimenta e um pouco de sal. Misture com metade da mistura do boursin. Reserve a outra metade. Preencha cada batata com a mistura. Coloque por cima de cada metade um pouco de parmesão. Leve ao forno médio para gratinar (cerca de oito minutos). Disponha as batatas no prato e por cima adicione uma colher de sobremesa com a outra metade do boursin em cada uma. Se quiser distribua as fatias de Parma por cima e sirva imediatamente.

Queijo camembert em massa folhada

Ignácio Peixoto (Bluemoon)

Queijo camembert em massa folhada. Ignácio Peixoto (Bluemoon) Foto: Divulgação/Souza
Queijo camembert em massa folhada. Ignácio Peixoto (Bluemoon) Foto: Divulgação/Souza

 

Ingredientes

1 peça de 140g de queijo camembert

50g de massa folhada

10ml de azeite trufado (se tiver)

10m azeite de oliva

23g de rúcula

20g de tomate cereja

Sal e pimenta-do-reino a gosto

Preparo

Tempere o queijo com azeite trufado e pimenta. Envolva o mesmo com a massa folhada. Leve ao forno por 25 minutos a 180 graus. Corte o tomate cereja ao meio. Misture com a rúcula. Temperar com sal, pimenta e azeite de oliva. Sirva o queijo ainda quente em um prato com a salada de rúcula e tomates ao redor.

 

Filé de namorado com abobrinha

Piero Cagnin (Zona Sul)

Filé de namorado com abobrinha. Piero Cagnin (Zona Sul) Foto: Divulgação/Pierro Cagnin
Filé de namorado com abobrinha. Piero Cagnin (Zona Sul) Foto: Divulgação/Pierro Cagnin

 

Ingredientes

700g de filé de namorado

2 abobrinhas italianas grandes

2 dentes de Alho

70ml de azeite extra virgem

1 limão Siciliano

Sal a gosto

1 pimenta-do-reino branca a gosto

2 folhas de Louro

Papel Alumínio

Preparo

Tempere o filé de namorado com sal e pimenta, suco do limão e um fio de azeite. Corte as abobrinhas em rodelas de aproximadamente 1cm. Em um tabuleiro, regue com o azeite restante e distribua as abobrinhas cortadas e temperadas com sal e pimenta como uma cama para o peixe. Acrescente o peixe, os dentes de alho e as folhas de louro, cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido a 200 graus durante 20 minutos. Sirva ainda quente.

Lasanha de abobrinha

Leandro Barros (Caju)

Ingredientes

2 abobrinhas grandes

2 tomates grande

Manjericão de folha

300g de queijo muçarela

2 pacotes de molho de tomate

Preparo

Corte a abobrinha em rodelas ou compridas, à sua escolha. Corte os tomates em rodelas finas. Em um refratário coloque o molho de tomate, em seguida uma camada de abobrinha, após uma camada de queijo. Em cima do queijo acrescente as rodelas de tomate e uma camada de queijo novamente. Faça essa sequência até finalizar a lasanha. Entre as camadas adicione o manjericão e sal a gosto. Leve ao forno a 180 graus por 25 minutos.

 

Pargo no sal grosso

Miro Leopardi (Satyricon)

Pargo no sal grosso. Miro Leopardi (Satyricon) Foto: Pagano / Divulgação/Rodrigo Azevedo
Pargo no sal grosso. Miro Leopardi (Satyricon) Foto: Pagano / Divulgação/Rodrigo Azevedo

 

Ingredientes

1 pargo fresco de 800g

2kg de sal grosso

Preparo

Limpe o peixe sem retirar as escamas nem as barbatanas. Forre a travessa com sal e coloque o peixe. Cubra-o inteiramente com o sal restante, como se tivesse fazendo um iglu. Leve ao forno pré-aquecido na temperatura máxima e deixe por 25 minutos sempre no fogo mais alto. Ponha a travessa na bandeja e leve à mesa. Quebre a camada de cima com a ajuda de uma espátula e remova a pele, as escamas e as barbatanas do pargo. Retire o filé de peixe inteiro. Caso queira pode servir com batatas cozidas.

Bacalhau confit

Jérôme Dardillac (Fairmont)

Bacalhau confit. Jérôme Dardillac (Fairmont) Foto: Divulgação/Dhani Accioly Borges
Bacalhau confit. Jérôme Dardillac (Fairmont) Foto: Divulgação/Dhani Accioly Borges

 

Ingredientes

1 Kg de bacalhau fresco dessalgado cortado em quatro pedaços de 250g

500ml de azeite extra virgem

600g de batata calabresa (limpas e branqueadas)

4 tomates maduros ou 20 tomates cereja

2 cebolas ou 4 chalotas

20 azeitonas pretas portuguesas

8 dentes de alho

2 folhas de louro

8 unidades de pimenta preta em grão

1/2 xícara de folhas de salsinha

4 ramos de tomilho

Flor de sal a gosto

Pimenta do reino moída a gosto

Preparo

Limpe o bacalhau fresco dessalgado, tirando as espinhas e a pele, e corte em quatro pedaços de 250g. Em uma assadeira, coloque o bacalhau, as batatas, tomate, cebola, alho, folhas de louro e ervas frescas. Regue com azeite à vontade. Asse em forno bem baixo, a cerca de 80 graus, por uma hora. Decore e sirva bem quente. Sugestão de acompanhamento: arroz branco ou com brócolis.

 

Petit gâteau de queijo

Monique Gabiatti (Cozinha)

Petit gâteau de queijo. Monique Gabiatti (Cozinha) Foto: Divulgação/Roberto Galvão
Petit gâteau de queijo. Monique Gabiatti (Cozinha) Foto: Divulgação/Roberto Galvão

 

Ingredientes

5 colheres (sopa) de Catupiry

4 colheres (sopa) de queijo Tulha (ou parmesão )

2 colheres (sopa) de queijo Canastra ralado fino (ou meia cura)

5 colheres (sopa) de manteiga

2 ovos

2 gemas

2 colheres (sopa) de farinha de trigo peneirada

Sal e pimenta do Reino à gosto

Preparo

Misture os queijos, a manteiga, os ovos e as gemas e leve ao banho-maria, mexendo sempre, até ficar homogêneo. Fora do fogo, acrescente a farinha, o sal e a pimenta-do-reino a gosto. Misture bem até obter um creme. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por no mínimo uma hora (precisa descansar). Distribua em forminhas de petit gâteau ou de empada untadas com manteiga e farinha de trigo (igual fazemos com bolo), sem encher totalmente, e leve ao forno quente preaquecido a 250° graus por sete a dez minutos ou até a borda ficar firme e o centro molinho. Desenforme e sirva em seguida, ainda quente. Finalize com azeite trufado (se tiver) e sirva com aspargos grelhados e presunto cru.


O Globo sexta, 01 de maio de 2020

CHEFS ENSINAM DE ENTRADA A SOBREMESA

 

'Mestre do sabor': chefs do reality gastronômico abrem seus cadernos de receitas

Claude Troisgros, Katia Barbosa, Leo Paixão, Rafa Costa e Silva e José Avillez estrelam segunda temporada do programa da TV Globo, que estreia dia 30
 
Batista, Leo Paixão, José Avillez, Claude Troisgros, Katia Barbosa e Rafa Costa e Silva, na segunda temporada de 'Mestre do sabor'
Batista, Leo Paixão, José Avillez, Claude Troisgros, Katia Barbosa e Rafa Costa e Silva, na segunda temporada de 'Mestre do sabor'
 

Esta é sua chance de fazer parte do programa “Mestre do sabor”, da TV Globo. Os chefs Claude Troisgros, Katia Barbosa, Leo Paixão, Rafa Costa e Silva e José Avillez — jurados do reality gastronômico cuja segunda temporada estreia quinta-feira na Rede Globo — compartilham aqui o passo a passo de algumas das suas receitas, da entrada à sobremesa.

 
Batista, Leo Paixão, José Avillez, Claude Troisgros, Katia Barbosa e Rafa Costa e Silva, na segunda temporada de 'Mestre do sabor' Foto: Divulgação/Camila Maia (TV Globo)

  — O isolamento tem um misto de emoções. Estou aproveitando o tempo em casa com minha mulher e meus filhos e cozinhado muito em conjunto — comenta o português José Avillez, que gravou os primeiros episódios da segunda temporada e voltou para seu país quando foi decretada a pandemia.

— Estamos em isolamento total na Serra Fluminense, eu, minha mulher e meu filho que acabou de fazer 2 anos. Quarentena no meio das galinhas e dos ovos que elas botam, a gente não para. Preparamos galinha ao m olho pardo com salada fresca da horta, entre outras receitas assim conta o chef, que aqui ensina uma entrada.

Já a sobremesa ficou a cargo de Claude Troisgros.

— Como sou chocólatra, certamente teria que ser algo com chocolate.

Aperitivo de peixe com banana e creme ácido

Rafa Costa e Silva

Rafa Costa e Silva. Aperitivo de peixe com banana e creme ácido Foto: Divulgação
Rafa Costa e Silva. Aperitivo de peixe com banana e creme ácido Foto: Divulgação

 

Ingredientes

2 bananas prata verde

300g de filés de peixe (pargo, olho de cão ou similar) sem pele

3 limões

100g de açúcar

200g de sal grosso

Flor de sal

50ml de vinagre branco

1 dente de alho

 

1 litro de óleo de girassol

1 ovo e mais uma gema

Azeite extra -virgem

Sal fino

Coentro, hortelã, endro

Preparo

O peixe: misturar açúcar, sal grosso e raspa de dois limões, colocar num tabuleiro e deixar os lombos de peixe sobre a mistura por a 90 minutos. Retirar a mistura com um pano úmido. Em seguida, marinar o outro lado do peixe.

As bananas: aquecer metade do óleo a 180 graus. Cortar a banana em fatias de 2cm e prensá-las com ajuda de plástico filme. Colocar as bananas no vinagre com um dente de alho descascado por dois minutos. Secar com papel toalha e fritar até ficar bem dourado. Acrescentar sal assim que retirar do óleo.

Creme ácido: com um mixer de mão num copo alto e largo, bater bem o ovo inteiro, mais uma gema e sal. Em seguida, acrescentar aos poucos o restante de óleo. Quando estiver bem firme, adicionar, sem deixar de bater, o caldo coado de dois limões.

Montagem: laminar o peixe bem fino (como um sashimi). Juntar as ervas num bowl e temperar com azeite, gotas de limão e flor de sal. Serve quatro pessoas.

Cherne com moquequinha de caju

Leo Paixão

Leo Paixão. Cherne com moquequinha de caju Foto: Divulgação
Leo Paixão. Cherne com moquequinha de caju Foto: Divulgação

 

 

Ingredientes

6 filés de cherne de 200g cada

4 tomates cortados grosseiramente

2 cebolas cortadas grosseiramente

1/2 pimentão vermelho e 1/2 amarelo cortados grosseiramente

1 tomate em cubos

1 cebola em cubos

6 cajus cortados em cubos

1/2 pimentão vermelho e 1/2 amarelo em cubos

1/2 copo de leite de coco

2 colheres de sopa de dendê

1 maço de coentro

Sal a gosto

1 copo de leite

1 copo de leite de coco

2 colheres de sopa de amido

1 colher de chá de açúcar

Preparo

Temperar os peixes com sal e grelhar brevemente um lado. Colocar numa assadeira com o lado grelhado para cima e pré-aquecer o forno a 220 graus. Bater os tomates, pimentões e cebolas cortados grosseiramente no liquidificador. Colocar numa panela com o leite de coco, temperar com sal e ferver por 15 minutos. Adicionar tomate, cebola, cajus e pimentões em cubos. Ferver mais 15 minutos. Corrigir o sal. Reservar. Misturar leite, leite de coco, amido, açúcar e sal numa panela. Levar ao fogo mexendo até engrossar. Reservar. Levar os peixes ao forno por 10 a 15 minutos. Montar o prato com o coco por baixo, peixe e a moqueca de caju por cima. Se quiser, finalizar com amendoim torrado e batido.

Cordeiro estufado com canela, hortelã e damasco

José Avillez

José Avillez. Cordeiro estufado com canela, hortelã e damasco Foto: Divulgação/Boa Onda Produções
José Avillez. Cordeiro estufado com canela, hortelã e damasco Foto: Divulgação/Boa Onda Produções

 

Ingredientes

2 pernas de cordeiro

20 damascos secos

Azeite

Água

200g de cuscuz

Sal

Pimenta preta moída na hora

... para a marinada

100g de cebola cortada em juliana

 

200g de cenoura em cubos

1 cabeça de alho

100g de cogumelo Paris laminado

50g de hortelã

Vinho branco

Molho de soja

3 paus de canela

Mel

Sal

Pimenta-do-reino

... para o molho de iogurte

120g de iogurte grego escorrido

30g de pepino

Sumo de um limão

Hortelã

Sal

Pimenta-do-reino

Preparo

Na véspera, coloque o cordeiro num tabuleiro fundo com cebola, cenoura, alho, cogumelos, hortelã, canela, molho de soja, mel, vinho, sal e pimenta. Tape com película aderente e coloque na geladeira. No dia seguinte, retire o cordeiro da marinada e seque-o um pouco. Numa frigideira (se possível de ferro, que possa ir ao forno), num fio de azeite bem quente, junte as pernas de cordeiro com a pele voltada para baixo. Deixe caramelizar de todos os lados. Junte os legumes da marinada, previamente escorridos, e um dos paus de canela . Acrescente os damascos, regue com o líquido da marinada e um pouco de água (até cobrir 50% da perna). Deixe levantar fervura e tape. Leve ao forno a 120 graus, por três horas.

Molho: Junte ao iogurte algumas folhas de hortelã picadas grosseiramente, o pepino cortado finamente (sem sementes e sem pele), suo de limão, sal e pimenta.

Prepare o cuscuz de acordo com as indicações da embalagem. Depois de cozido, solte com um garfo e tempere com sal, pimenta e azeite. Serve quatro pessoas.

 

Fudge de chocolate

Katia Barbosa

Katia Barbosa. Fudge de chocolate Foto: Divulgação
Katia Barbosa. Fudge de chocolate Foto: Divulgação

 

Ingredientes

400g de chocolate amargo picado

390g de leite condensado

2 colheres de manteiga

1/2 xícara de amendoim

1/2 xícara de castanha de caju

Preparo

Derreter todos os ingredientes em banho-maria. Forrar com plástico uma forma e colocar toda mistura nela, nivelar e descansar põe duas horas na geladeira, cortar pequenas barras e servir. Serve seis pessoas.

Tuile rendada com calda de chocolate

Claude Troisgros

Claude Troisgros. Tuile rendada com calda de chocolate Foto: RODRIGO AZEVEDO FOTOGRAFIA / Divulgação/Rodrigo Azevedo
Claude Troisgros. Tuile rendada com calda de chocolate Foto: RODRIGO AZEVEDO FOTOGRAFIA / Divulgação/Rodrigo Azevedo

 

Ingredientes

100g de farinha de amêndoas

100g de açúcar de confeiteiro

15g de farinha de trigo

80g de manteiga derretida fria

20ml de sumo de laranja

... para o recheio

100g de creme chantilly

250g de creme de confeiteiro

... para a calda de chocolate

75ml de leite

150g de chocolate em pó

40g de manteiga

1 pitada de sal

Preparo

Misture a farinha de amêndoas com o açúcar e a farinha de trigo. Acrescente a manteiga derretida, o suco de laranja e deixe repousar por duas horas. Faça pequenas bolas com essa massa e coloque-as bem espaçadas uma da outra em tabuleiro antiaderente. Asse a 180 graus até caramelizar. Misture os ingredientes do recheio bem devagar, sem bater, até tudo incorporar. Reserve. Para a calda, ferva o leite e adicione o chocolate. Misturar sem ferver. Acrescente a manteiga e o sal, misturando bem. Monte a tuile em camadas alternadas de recheio e biscoito, cobrindo com a calda de chocolate. Serve quatro pessoas.


O Globo quinta, 30 de abril de 2020

ALFREDO HITCHCOCK - 40 ANOS DE MORTE

 

Alfred Hitchcock: 40 anos de morte. Crítico indica filmes disponíveis em streaming

De obras-primas do realizador ao documentário que mostra sua entrevista a François Truffaut
 
'Pisicose' Foto: Divulgação
'Pisicose' Foto: Divulgação
 

Sinônimo de suspense, Alfred Hitchcock (1899-1980) se consagrou como um ícone da cultura e, apesar de morto há 40 anos, continua sendo, no mundo, o diretor mais citado por outros cineastas. Sua influência não fica restrita a certos gêneros, chegando ao drama, à ação e mesmo à comédia. Isso porque Hitchcock conhecia a necessidade de trafegar com desenvoltura por essas diferenças para obter do público a reação desejada em cada sequência milimetricamente pensada. O diretor, que afirmava que “o problema não está no clichê, mas em saber como usá-lo”, sabia como ninguém usar os clichês de cada gênero e a importância da imagem para o cinema. Abaixo, uma lista de filmes para entender a mente do gênio.

 
James Stewart e Kim Novak em cena de "Um corpo de cai" Foto: Divulgação
James Stewart e Kim Novak em cena de "Um corpo de cai" Foto: Divulgação

É considerado, em inúmeras listas de especialistas, o melhor filme de todos os tempos, numa disputa acirrada com “Cidadão Kane”, de Orson Welles. Segundo o diretor Martin Scorsese, “um perfeito e profundo estudo sobre a obsessão humana, num ritmo que lembra os filmes de arte europeus”. Now.

‘Psicose’

O divisor de águas entre os filmes sobre assassinos em série traz uma combinação genial de conteúdo e estilo. A cena do chuveiro está entre as dez mais influentes da história do cinema, já que Hitchcock conseguiu transformar um banho em algo tão assustador que, depois de “Psicose”, muita gente passou a trancar a porta do banheiro. Telecine, Now, Google Play e Apple TV.

‘Janela indiscreta’

Cena do filme 'Janela indiscreta', de Alfred Hitchcock Foto: Reprodução
Cena do filme 'Janela indiscreta', de Alfred Hitchcock Foto: Reprodução

O mestre do suspense sacramentou a palavra voyeur na cultura pop ao colocar um fotógrafo tomando conta dos vizinhos quando fica preso em casa por causa de um acidente. Uma influência para programas como o “Big Brother Brasil”. Looke, Google Play e Apple TV.

‘Os pássaros’

Um dos filmes mais alegóricos e abstratos de Hitchcock, que aqui bebe da fonte de “Moby Dick”, de Herman Melville, mas para abordar temas como a culpa, o castigo, o caos e a tensão sexual, entre outros. Telecine, Now, Looke, Google Play e Apple TV.

‘Intriga internacional’

O filme pode ser comparado aos blockbusters de hoje, guardadas as devidas proporções, já que o diretor investe na fórmula do homem que cai por acaso na armadilha da Guerra Fria com a elegância de sempre. É Hitchcock fazendo um comentário sobre a paranoia com o comunismo. Looke, Google Play, Apple TV, Oldflix.

 

‘Disque M para matar’

Esse projeto expõe a pretensão de se cometer o crime perfeito, e Hitchcock faz uso do 3D para colocar o espectador dentro da trama. Looke, Google Play, Apple TV, Oldflix.

‘O homem que sabia demais’

Nos anos 50, a atriz estrelou comédias, musicais e melodramas, incluindo o thriller de Alfred Hitchcock, “O Homem que Sabia Demais” (1956). Uma das canções do filme, “Que Será, Será” — com a qual Doris especialmente se identificava — ganhou um Oscar. Foto: Reprodução

 

Nos anos 50, a atriz estrelou comédias, musicais e melodramas, incluindo o thriller de Alfred Hitchcock, “O Homem que Sabia Demais” (1956). Uma das canções do filme, “Que Será, Será” — com a qual Doris especialmente se identificava — ganhou um Oscar. Foto: Reprodução

Aqui vemos o diretor fazendo um remake de seu filme homônimo de 1934, e a ação ganha mais destaque para abordar um dos seus temas preferidos: o homem comum pego numa conspiração internacional. Ao mesmo tempo, é inesquecível ver Doris Day cantando “O que será, será”. Now, Google Play.

‘Festim diabólico’

Um belo exercício de experimentação de linguagem e uma obra-prima em técnica, na qual Hitchcock entrega o que seria um filme sem cortes. Ele trata nas entrelinhas da vaidade e de uma relação homossexual ambígua. Telecine Google Play e Apple TV.

‘Ladrão de casaca’

Destino. Grace Kelly e Cary Grant em cena de "Ladrão de casaca", de 1955: atriz conheceu o príncipe Rainier na época das filmagens, em Mônaco Foto: Divulgação 23/05/1987
Destino. Grace Kelly e Cary Grant em cena de "Ladrão de casaca", de 1955: atriz conheceu o príncipe Rainier na época das filmagens, em Mônaco Foto: Divulgação 23/05/1987

É o filme mais romântico, elegante e glamoroso de Hitchcock, em que o diretor britânico demonstra o quanto um longa sobre um ladrão pode ser sofisticado. Amazon, Telecine, Google Play, Microsoft, Apple TV.

‘Rebecca, a mulher inesquecível’

Inspirado no best-seller de Daphne du Maurier, Hitchcock demonstra que um filme pode acrescentar novos valores a um livro famoso. O longa marca a estreia dele em Hollywood, quando o produtor mão de ferro David O. Selznick (de “...E o vento levou”) ficou com o Oscar de melhor filme, mas Hitchcock ficou sem o prêmio de melhor diretor. Pior para a Meca do cinema. Now, Looke, Oldflix.

 

‘O terceiro tiro’

O mestre do suspense faz rir com o corpo de uma pessoa para explicar o MacGuffin: dispositivo do enredo, na forma de algum objetivo, objeto desejado, ou outro motivador, que o protagonista persegue, muitas vezes com pouca ou nenhuma explicação narrativa. É Hitchcock usando o humor negro para dar uma aula divertida de cinema. Telecine.

‘Hitchcock e Truffaut’

O brilhante documentário, lançado no Festival de Cannes de 2015, capta parte da famosa entrevista de Alfred Hitchcock a François Truffaut em 1962. É uma ilustração do lendário livro em que Truffaut conversa em detalhes sobre todos os filmes do cineasta britânico. O documentário, dirigo por Kent Jones, tem a participação dos diretores Wes Anderson, Olivier Assayas, Paul Schrader, Arnaud Desplechin, David Fincher, James Gray, Richard Linklater, Kiyoshi Kurosawa, Martin Scorsese. Now.

* Mario Abbade é crítico de cinema do GLOBO.


O Globo quarta, 29 de abril de 2020

GILBERTO GIL FALA SOBRE O PÓS-PANDEMIA

 

 

Gilberto Gil sobre o pós-pandemia: 'Se vamos recomeçar, deixaremos para trás muito do que temos sido até aqui'

Isolado na serra, onde gravou dueto com a neta, artista acompanha a 'marcha devastadora' da pandemia. Nesta quinta (30), ele lança disco com o
 
 
BaianaSystem
Gilberto Gil em Araras, na serra fluminense, onde passa a quarentena Foto: Flora Gil
Gilberto Gil em Araras, na serra fluminense, onde passa a quarentena Foto: Flora Gil
 
 

Gilberto Gil está isolado há sete semanas na casa da família em Araras, no Rio. O compositor, de 77 anos, estava na Dinamarca quando a pandemia começou, em março. Encerraria por lá a turnê do disco, "Ok ok ok", mas o show foi cancelado. Voltou, então para o Rio, subiu a serra fluminense dois dias depois e de lá não saiu mais.

Como a casa é grande, ele e Flora, sua companheira há quase 40 anos, têm recebido filhos, genros e noras, dividindo as famílias em grupos separados. Flor, filha de Bela Gil, esteve por lá e protagonizou um momento fofo nesta quarentena: um dueto com avô cantando “Volare”. Dedicada a uma Itália assolada pelo coronavírus, a performance emocionou nas redes sociais.

Pela internet, ele também lança amanhã, junto com o BaianaSystem, o disco “Gil Baiana Ao Vivo Em Salvador”.

Capa do disco Gil Baiana Ao Vivo em Salvador Foto: leo / Reprodução
Capa do disco Gil Baiana Ao Vivo em Salvador Foto: leo / Reprodução

Registro do show que marcou um encontro de gerações, em novembro de 2019, o álbum mistura um repertório de clássicos de Gil (“Extra” e “Emoriô”) e do Baiana (“Água” e “Dia da Caça”).

— O BaianaSystem é a Bahia viva, né? É uma honra estar associado a um grupo contemporâneo dessa qualidade — diz o músico.

Nesta conversa por email, ele, que sempre refletiu sobre os mistérios que hão de pintar por aí em sua obra, conta o que anda passando pela sua cabeça nesses tempos estranhos.

Como tem sido o seu dia a dia, o isolamento é difícil para você? Do que mais tem sentido falta?

Acompanho os noticiários na TV, atualizo a correspondência no e-mail e no WhatsApp, faço alguma ginástica, tomo um pouco de sol, quando ele aparece, leio livros, toco violão, gravo músicas e entrevistas “live" atendendo às solicitações que vão aparecendo, faço as três refeições, tomo meus remédios e durmo, de sete a oito horas por noite. Adoro os papos com a família sobre tudo que nos aflige ou nos conforta.

Viveu algum momento especial neste tempo. O dueto com Flor em "Volare" foi um deles, não?

Sim, foi muito especial cantar e gravar “Volare”, a pedido da Itália, com a Flor que esteve em quarentena conosco por cinco semanas. Ela já voltou com os pais para São Paulo. Também adorei cortar os cabelos do meu neto Dom que queria um corte à la Ronaldo na Copa de 2002. Ele gostou. Ficou legal.

Preta Gil foi uma das primeiras a contrair Covid-19 no Brasil. Ela contou que sua voz dizendo que ficaria tudo bem a acalmava. Tinha mesmo esse certeza, teve medo de a situação dela se agravar?

 

A posição da medicina, que considerava a doença menos severa para os mais jovens, me dava confiança quanto à capacidade de ela se recuperar sem maiores problemas. Foi o que aconteceu. Agora ela vai mantendo o isolamento e se fortalecendo para voltar ao trabalho, quando for possível.

O que está lendo e ouvindo?

Estou lendo “Armas, germes e aço”, livro do Jared Diamond que me presentearam um tempo atrás e que ainda não havia lido. Também estou lendo “Biocentrism”, do Robert Lanza com Bob Berman, que minha filha Bela me trouxe quando veio passar uns dias conosco. Acesso muitos sites de ciência para ler sobre a pandemia e outos assuntos que me interessam. Não tenho escutado nada em especial.

Em "Lunik 9", você cantou: "Poetas, seresteiros, namorados, correi/ é chegada a hora de escrever e cantar/ talvez as derradeiras noites de luar/ momento histórico, simples resultado do desenvolvimento da ciência viva", sobre a chegada do homem à Lua. Estamos vivendo outro momento histórico. É chegada a hora de escrever e cantar? Está inspirado, compondo algo novo?

Sem dúvida, estamos vivendo um momento que vai ficar na História como marcante e transformador. Já é muito grande o número  de ensaios e artigos de cientistas e de representantes de todos os campos do conhecimento, dando conta de tantas novas interrogações suscitadas pelo coronavírus e tudo que ele trouxe. As manifestações artísticas virão em seguida. Eu ainda não senti nenhum impulso em direção a compor e traduzir em canções o suspense do momento. Tenho cantado sempre a canção “Por um triz” ("sou feliz por um triz/ por um triz sou feliz/ mal escapo à fome/ mal escapo aos tiros/ mal escapo aos homens/ mal escapo ao vírus/ passam raspando/ tirando até meu verniz"), de que me lembrei quando o vírus apareceu. É um rock pesado que gravei com meu filho Pedro à bateria, para o disco "Raça Humana". 

 

Em sua obra, você sempre refletiu sobre os mistérios da vida, sobre a morte. Como percebe o atual momento e como tem se sentido diante dele?

A princípio, muito comovido. Em seguida, muito interessado em acompanhar a marcha devastadora da pandemia e em buscar a proteção pessoal e da família. Agora que a ciência e a medicina intensificam sua corrida atrás do vírus, eu vou tentando acompanhar, com a maior atenção, as buscas pelas vacinas e pelos remédios, a adaptação das atividades produtivas às novas exigências, as transformações nas formas de convívio e as novas disposições do amor e do afeto. É muita coisa. Em meio a tudo isso, é claro, um pouco de medo e pesar. Temeroso, um pouco, com a intensificação e sofisticação das ferramentas de vigilância e controle que podem estimular um certo fascismo sistêmico que ronda boa parte do mundo. 

Vivemos dias que parecem refletir mesmo muitas de suas canções. Como em "Tempo rei", acha que essa pandemia "transformará as velhas formas do viver"?

Um pouco. Na medida do inevitável. Vários impulsos nos usos das tecnologias, no desenvolvimento da saúde e da educação, do urbanismo, da ecologia, na economia política, no papel do estado. E tantos outros impactos ainda por sentir e vislumbrar.

 

Na sua visão, estamos mais para um recomeço ou para o fim do mundo?

Se vamos recomeçar, deixaremos para trás muito do que temos sido até aqui. Ao assumirmos um novo mundo, estaremos nos encaminhando, de novo, para um novo fim. E assim por diante de si mesmo, ad infinitum.

Pastor Henrique Vieira'Somos capazes de aprender com a dor'

O atual surto de compaixão e solidariedade e compaixão de hoje vão refletir no amanhã? Vamos sair melhor dessa?

É razoável considerar que estamos sempre melhorando em algum aspecto e piorando num outro. Tanto o positivo quanto o negativo vão deixando os seus resíduos. Simultaneamente.

Como faço para falar com Deus?

Eu tenho percebido que todas as representações do mundo, através das palavras e das linguagens, dos números e das medidas, das ideias e dos conceitos, dos sentidos e do silêncio, é o tudo e o nada que se dá no campo da consciência.Tudo que se dá no plano da vida, que é uma reiteração permanente dessa consciência. Não tenho como escapar da consciência e é nela que se dá o tudo/nada que poderíamos chamar de Deus. Ao viver, portanto, vivo Deus. Falar com Deus é estar vivo. Falo com ele o tempo todo através das várias formas de diálogo com o mundo via consciência. 

 

O melhor lugar do mundo tem que ser sempre aqui e agora? Pecisamos aprender a parar de projetar o futuro e viver o presente com atenção plena?

Lugar é sempre aqui, tempo é sempre agora. Atenção plena é plena consciência. E até mesmo a projeção se passa nesse aqui/agora. Dentro dessa consciência.

Nessa quarentena, perdemos Moraes Moreira, Rubem Fonseca, Garcia-Roza em meio a um silêncio do atual governo. O que acha disso?

O governo está absorvido pela Covid e suas mortes anônimas. A secretaria da Cultura que, em tese, seria o setor encarregado de lembrar dessas mortes de figuras públicas de relevo cultural acima referidas, está com suas operações prejudicadas pelo pandemônio da pandemia. 

Vivemos um momento de transformação também na relação entre público e artistas. A cultura também terá que passar por uma reinvenção pós-pandemia? Em que direção?

Novas direções para essas reinvenções podem ser as mais variadas possíveis. Desde o fortalecimento desses novos sistemas de interação com os públicos (os shows domésticos, a disponibilização via internet de arquivos e acervos de museus, teatros, bibliotecas, televisões e tanta coisa mais), até a volta gradual aos modos convencionais de interação, a medida que forem caindo os isolamentos, as quarentenas, os lock-downs. É difícil apontar com segurança como vai ficar esse novo mundo que vem por aí.     

 

Está se cuidando? Porque precisamos muito de você….

Ok, Ok, Ok… Vou indo em frente. Cuidando da saúde e tudo mais.

Você tem medo de morrer?

Tenho. Como todo mundo. Nas minhas orações, a única coisa que peço à vida é a boa morte. De resto, a vida tem me dado o que preciso para tocá-la adiante 0 não me esquecendo da primeira sentença das escrituras védicas: “Tudo é sofrimento”.  


O Globo terça, 28 de abril de 2020

ESTRELAS DA MÚSICA POP REVIVEM ESTILO DOS ANOS 1990

 

De Dua Lipa a Ariana Grande, estrelas da música pop revivem estilo dos anos 1990

Tirando inspiração da infância, artistas recriam estilo, som e videoclipes do auge de artistas como Britney Spears, Jennifer Lopez e N'Sync
 
Colagem de figuras do pop atual e de astros da música nos anos 1990: referências recorrentes Foto: Arte de Margeaux Walter / NYT
Colagem de figuras do pop atual e de astros da música nos anos 1990: referências recorrentes Foto: Arte de Margeaux Walter / NYT

 

 
 

RIO - O vídeo colorido de “Break my heart”, canção de Dua Lipa, parece se desenrolar num período indeterminado — ou na flutuante atemporalidade do videoclipe pop. Ao longo de quase quatro minutos, a cantora britânica e seus dançarinos desfilam em minissaias e babados sobre uma pista de dança azul-marinho. As cenas parecem extraídas do filme “As patricinhas de Beverly Hills”, de 1995. O álbum de Dua Lipa ainda tem um título oportuno: “Future nostalgia” (“Nostalgia do futuro”, em tradução livre).

Algo nessa frase cristaliza uma estética que vem borbulhando ao longo dos últimos anos, quando uma geração de artistas nascidos nos anos 1990 ganhou o estrelato musical e começou a controlar as tendências emergentes da música pop. São nomes como Ariana Grande (nascida em 1993), Normani (de 1996), Charli XCX (de 1992), Troye Sivan (de 1995), Summer Walker (de 1996) e SZA (de 1990). Todos eles têm criado letras e videoclipes que parecem recordar e, de certa forma, reescrever suas primeiras memórias musicais.

A nostalgia dos anos 1990 está longe de ser uma novidade: o cenário da cultura pop segue repleto de marcas do início daquela década. Mas o tempo avança, e um passado de aproximadamente 20 anos atrás se torna estiloso novamente. Agora, os artefatos pop quase esquecidos do final do segundo milênio — as boy bands, os flashs futuristas e a purpurina em excesso — estão sendo redescobertos e transformados pelas estrelas mais jovens.

A moda e o design já haviam entendido, antes, essa tal "nostalgia do futuro". Em 2016, Evan Collins criou um Tumblr popular chamado Institute for Y2K Aesthetics, descrito como um compêndio de artigos "de uma época em que o futuro era calça de couro apertada, sombra prateada, roupas brilhantes, óculos prateados e aparelhos eletrônicos esquisitos".

 

Em julho de 2019, a revista "GQ" publicou uma matéria sobre por que, de repente, influências dos anos 2000 se tornaram a coisa mais quente do mundo das roupas vintage. Ousado e obcecado por projeções sobre o futuro, o estilo daquela janela de tempo entre 1995 e 2001 foi o resultado de uma “mistura de entusiasmo e ansiedade com a expansão da tecnologia na virada do milênio", como observou a escritora Erin Schwartz.

O mesmo aconteceu com a música, à época.

Fusão do 'artificial' com o 'real'

A era do bug do milênio coincidiu com o surgimento do pop adolescente cantado por nomes como Britney Spears, N’ Sync e Backstreet Boys, além do R&B futurista de TLC, Destiny’s Child e Aaliyah. O que unia todos esses sons era uma fusão “ciborguiana” do “artificial” e do “real”: o violão sob o brilho digital de “No scrubs”, do TLC; a nota de piano que martela o mesmo som, processado digitalmente por Spears.

Naquela época, a indústria da música continuava otimista e endinheirada — antes de ser afetada pela internet e o compartilhamento de arquivos MP3. As gravadoras apostavam felizes em estrelas em potencial e desembolsavam altas quantias em videoclipes conceituais. 

Britney Spears em show na Apoteose Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo
Britney Spears em show na Apoteose Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo

Mas algo pareceu fora do lugar quando Ariana Grande, atração principal do Coachella em 2019, anunciou seus convidados surpresa: quatro dos cinco membros do N’Sync. O roteiro havia mudado: a jovem fã agora era a artista toda-poderosa. “Eu venho ensaiando toda a minha vida para este momento”, disse Ariana para a multidão — e os galãs futuristas do passado estavam reduzidos a amáveis figuras nostálgicas.

Variações na estética dos anos 2000 vêm se infiltrando, há muito tempo, fora do mainstream americano, seja nos estilos experimentais do gênero PC Music ou no sucesso global de grupos femininos perfeitamente coreografados e bandas masculinas do K-pop. Ainda assim, para o ouvinte comum, o álbum mais recente de Ariana Grande, “Thank u, next” (de 2019), representou a atualização de maior perfil já feita no pop “millennial”.

No atrevido single “Break up with your girlfriend, I’m bored”, a cantora dá uma repaginada no refrão de “Makes me ill”, do N’Sync, agora com um palavrão que as rádios não estavam preparadas para difundir 20 anos atrás. O enorme sucesso de “Thank u, next” evoca também a aparente leveza do pop millennial — no videoclipe, a cantora faz cosplay de personagens de alguns dos filmes adolescentes mais amados de sua época, como “Meninas malvadas” (2004).
 

Justin Timberlake, ex-N’ Sync, não participou do show de Ariana no Coachella, mas fez uma parceria com o ícone millennial SZA em “The other side”, da trilha sonora de “Trolls 2” (2020). Filmado com uma lente “olho de peixe”, que aumenta as proporções em cena, o clipe realça uma extravagância retrô-futurista num cenário que remete a uma nave espacial, com SZA usando figurinos brilhantes parecidos com os de Britney Spears em “Toxic”. 

Um mês antes, a nova estrela do R&B Summer Walker lançou "Come thru", um single sensual que reedita o clássico de 1997 de Usher, "You make me wanna ...", e apresenta o próprio Usher como amante de vídeos musicais de Walker. Envelhecer um galã parece ser a tendência mais quente da temporada!
 
Mas nenhum videoclipe conjurou o pop da virada do milênio tão bem quanto “Motivation”, de Normani, que presta homenagem direta a Britney, Jennifer Lopez e Beyoncé no início da carreira solo. Charli XCX e Troye Sivan prestaram seu tributo com “1999”, sua ode aos dias de glória do pop. O vídeo hilário tem mais paródias sobre o final dos anos 90 do que “All the small things”, do Blink-182.
 
Pode parecer surreal cultivar nostalgia por uma época que parece ter acontecido há tão pouco tempo. Mas se determinada estética se torna mais fácil de identificar em retrospectiva, também sobressai mais claramente o que perdeu a validade. O bug do ano 2000 nunca veio e não precisamos nos isolar em bunkers — foi preciso esperar duas décadas para que uma pandemia fizesse isso. Mas dois imprevistos desfizeram o ar utópico da indústria da música na época: a ascensão do compartilhamento de arquivos e o choque com os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos. De repente, o futuro não parecia tão brilhante.

Mas a música pop do momento atual permanece um sonho glorioso, extravagantemente orçado, com tons de neon. Enquanto a internet se consolida como ferramenta para revisitarmos, de maneira mais fácil do que nunca, o passado pelo qual ansiamos, o pop do milênio segue provocando um fascínio escapista. Nos comentários do clipe “I’m reall”, de Jennifer Lopez, no YouTube, um fã escreveu, melancólico: “Vim aqui pelos anos 90 e início dos anos 2000”.


O Globo segunda, 27 de abril de 2020

CINCO RECEITAS DE ALEX ATALA

 

Alex Atala: ‘Tenho entendido o tempo mais como um aliado’

Chef afirma que ‘isolamento tem sido um grande aprendizado’, comenta sobre o dia a dia em casa cozinhando com os filhos e um novo projeto nas redes sociais que foca em pratos com poucos ingredientes, além de compartilhar receitas
 
 
Alex Atala compartilha receitas com o GLOBO, entre elas seu peixe com farofa de maracujá e vinagrete de arroz negro Foto: Divulgação
Alex Atala compartilha receitas com o GLOBO, entre elas seu peixe com farofa de maracujá e vinagrete de arroz negro
Foto: Divulgação
 
 

A quarentena trouxe uma outra noção de tempo para Alex Atala (“Tem sido um grande aprendizado. Tenho entendido o tempo mais como um aliado”), que tem dedicado horas de seu dia à horta do terraço do Mercadinho Dalva e Dito, espaço anexo ao seu restaurante de comida brasileira, em São Paulo.

 — É uma tarefa bastante diferente de cozinhar, mas muito gratificante. Tenho aproveitado para refletir e olhar as situações como um jogo de xadrez, imaginando um cenário amplo e as possibilidades de movimento — explica o chef paulista, à frente também do D.O.M., duas estrelas Michelin.

Atala tem enfrentado o isolamento em casa com os dois filhos adolescentes. E diz que os momentos da refeição têm sido de conversas ora divertidas, ora filosóficas.

- Cozinhar tem sido cada vez mais uma forma de união para todos nós - afirma. - Uma rotina um pouco diferente do restaurante, mas tenho me divertido bastante.

Alex Atala: ‘Tenho entendido o tempo mais como um aliado’ Foto: Divulgação/Marcus Steinmeyer
Alex Atala: ‘Tenho entendido o tempo mais como um aliado’ Foto: Divulgação/Marcus Steinmeyer

 

Em casa, além das panelas e dos filhos, ele se divide entre exercícios físicos, leitura e meditação:

— Tenho evitado televisão, participo de grupos de WhatsApp, mas confesso que sou pouco ativo, uso mais como referência. Estou fazendo o possível para me manter positivo e forte, tanto por mim quanto pelas pessoas à minha volta.

Além do serviço de entregas (do Mercadinho Dalva e Dito e do Bio), ele atua num novo projeto de receitas disponíveis num canal do YouTube.

— O desafio é fazer coisas deliciosas com o mínimo de ingredientes, que estão no cotidiano. Tenho pensado muito na relação de valor que damos aos ingredientes, como a valorização da proteína animal — diz o chef, que compartilha cinco de suas receitas, abaixo, acompanhadas de uma sugestão aos iniciantes no fogão.

 

- As pessoas temem a cozinha por medo de frustração, mas um acerto vale muito mais depois de dez erros. E uma coisa que eu repito semanticamente é em relação à companhia. É melhor comer um prato ok com pessoas com você ama do que comer algo maravilhoso ao lado de gente desagradável.

Peixe com farofa de maracujá e vinagrete de arroz negro

Ingredientes

... da farofa de maracujá

40g de manteiga

50g de cebola picadinha

40ml de suco concentrado de maracujá

Suco de 2 polpas de maracujá

160g de farinha de milho

Salsinha picada

Sal

... do vinagrete

20g de cenoura

70g de cebola

20g de pimentão verde

20g de pimentão vermelho

10ml de azeite

10ml de vinagre branco

10ml de suco de maracujá

Sal

... do arroz negro

150g de arroz negro

10ml de azeite

5g de alho picado

10g de cebola picada

Ceboullette

Azeite de ervas (ou comum)

300ml de água

Sal

... do peixe

4 filés de peixe de aproximadamente 150g cada

Sal

Pimenta

Óleo de canola

Preparo

Farofa: Em uma frigideira, refogue a cebola na manteiga. Acrescente a polpa de maracujá e o suco concentrado. Deixe cozinhar por cerca de cinco minutos em fogo baixo. Adicione a farinha de milho e a salsinha picada. Verifique o sal e reserve.

Viagrete: em um bowl, coloque o azeite, o vinagre e o suco de maracujá. Com um fouet, misture bem. Corte a cenoura, a cebola, os pimentões em brunoise pequeno e acrescente à vinagrete. Corrija o sal e reserve.

 

Arroz negro: em uma panela, refogue a cebola e o alho no azeite. Adicione o arroz negro e em seguida a água. Cozinhe por cerca de 15 minutos ou até que o arroz esteja macio. Após o cozimento, coloque o azeite de ervas e a ceboullette picada finamente. Verifique o sal.

Peixe: Tempere o peixe com sal e pimenta. Em uma frigideira anti aderente sele o peixe dos dois lados até dourar.

Montagem: coloque a vinagrete no centro de um prato e por cima o peixe. Ao lado da vinagrete, disponha um pouco da farofa e do arroz salteado.

Macarrão com feijão e linguiça

Ingredientes

Macarrão com feijão e linguiça, de Alex Atala Foto: Divulgação/Rubens Kato
Macarrão com feijão e linguiça, de Alex Atala Foto: Divulgação/Rubens Kato

 

150g de espaguete

Azeite e sal a gosto

... o molho

120g de feijão roxinho

110g de linguiça toscana

6ml de óleo de milho

1 dente de alho

1/4 de cebola

1 fio de azeite extra -virgem

1 pitada de tomilho

55 g de tomate descascado

... finalização

Pimenta baniwa (ou a que tiver em casa) a gosto

Salsinha a gosto

Preparo

Cozinhe o macarrão em água fervente com um fio de azeite e sal até ficar al dente. Cozinhe o feijão roxinho até o grão estar cozido, mas inteiro. Tire a pele da linguiça (ela desmanchará), coloque-a na panela para selar e refogue no alho e na cebola. Acrescente o tomate e o tomilho. Deixe cozinhar até o molho encorpar. Adicione o molho ao macarrão cozido. Disponha no prato o macarrão, o feijão e a linguiça, e a salsinha lado a lado. Finalize com a pimenta.

 

Bife à milanesa com salada de batata

Ingredientes

Bife à milanesa com salada de batata, de Alex Atala Foto: Divulgação/Ruvens Kato
Bife à milanesa com salada de batata, de Alex Atala Foto: Divulgação/Ruvens Kato

 

5 bifes finos (180g cada) de coxão mole

1kg de farinha de trigo

1/2 litro de leite

1kg de farinha de broa de milho grossa

Alecrim

1 litro de óleo para fritar

Sal e pimenta

... da salada de batatas

500ml de óleo neutro

40g de gema

1 colher de sopa de mostarda Dijon

1 dente de alho picado

1kg de batata

100g de cebola picada

20g de ciboulette picada

2 ovos cozidos

Suco de 1 limão

Raspas de 1 limão

Sal

Preparo

Em um bowl, tempere os bifes com sal e pimenta. Separe a farinha de trigo, o leite e a farinha de broa de milho e coloque cada um em um recipiente. Tempere o leite com o alecrim. Empane cada bife na seguinte sequência: farinha de trigo, leite e farinha de broa de milho. Em uma frigideira, coloque o óleo para esquentar. Quando estiver quente o suficiente para fritar (180 graus), acomode o bife empanado e frite até dourar. R

Salada de batatas: em um bowl, coloque a gema, a mostarda, o alho picado e o suco de limão. Misture com um fouet e adicione aos pouco o óleo sem parar de mexer até obter uma textura cremosa. Tempere com sal e reserve. Corte as batatas em cubos de aproximadamente 1cm. Cozinhe até ficarem macias. Escorra e misture a cebola picada com a batata ainda quente e depois resfrie. Misture a maionese com as batatas e depois acrescente a ciboulette. Polvilhe raspas de limão e o ovo cozido ralado.

 

Sagu de vinho tinto

Ingredientes

Sagu de vinho tinto com creme inglês, de Alex Atala Foto: Divulgação/Ricardo D'Angelo
Sagu de vinho tinto com creme inglês, de Alex Atala Foto: Divulgação/Ricardo D'Angelo

500g de sagu

1 litro de água

900ml de suco de uva

100g de açúcar

100ml de vinho tinto

Preparo

Em uma panela a fogo médio, coloque o suco, o açúcar e o vinho. Mexa bem até ferver. Reservel. Em outra panela a fogo médio, coloque a água para ferver. Coloque o sagu e deixe cozinhar até que fique macio. Ele não deve cozinhar por completo, ou seja, até ficar todo transparente: o interior deve se manter branco. Retire do fogo, coe e dê um choque térmico lavando-o em água fria. Adicione o sagu à calda de vinho, misture bem e reserve na geladeira. Sirva gelado.

Bolo de fubá

Ingredientes

Bolo de fubá do Mercadinho Dalva e Dito, receita de Alex Atala Foto: Divulgação/Rubens Kato
Bolo de fubá do Mercadinho Dalva e Dito, receita de Alex Atala Foto: Divulgação/Rubens Kato

 

3 ovos

200g de açúcar

130ml de leite quente

130ml de óleo

80g de farinha de trigo

100g de fubá

11g de fermento em pó

Preparo

Coloque a farinha, o fubá e o fermento em uma bacia. No liquidificador, bata os ovos, o óleo e o açúcar. Adicione o leite quente e bata para emulsionar. Adicione esta mistura à bacia com os ingredientes secos e misture até obter uma massa homogênea. Unte e coloque a massa na forma. Asse em um forno pré-aquecido a 180 graus por, aproximadamente 40 minutos, ou até dourar.


O Globo domingo, 26 de abril de 2020

CAMILA PITANGA: ESTOU AMANDO

 

Em quarentena, Camila Pitanga fala sobre namoro com Bia: 'estou amando'

Atriz comentou também o porquê de ter mantido relação sempre discreta
 
Camila Pitanga Foto: Fernando Tomaz
Camila Pitanga Foto: Fernando Tomaz
 
 

Quando Camila Pitanga fez as fotos desta matéria, o mundo era outro. No estúdio, com uma dúzia de profissionais, ela posou, riu, balançou o corpo ao som da playlist que tinha de BaianaSystem a Tame Impala, parou para almoçar com a equipe. De prato no colo, falou da estadia paulistana, prevista para durar seis meses, talvez um ano — “A praia de São Paulo são os afetos”. Depois, contou mais. Falou dos projetos que a levaram à cidade, da sua relação com a família, com o Brasil, com a carreira, com a dor, com a beleza e com o amor.

Tinha se mudado para a capital paulista com a namorada, Beatriz, a filha de 11 anos, Antonia, o gato Ivo e a cachorra Amy. Estreava a nova temporada do “Superbonita”, no ar até 6 de maio, no GNT, e estava cheia de planos: sair para dançar; retomar a peça “Por que não vivemos?” com a Companhia Brasileira de Teatro; gravar uma nova temporada da série “Aruanas” (exibida originalmente pela Globoplay e com estreia na TV na próxima terça-feira, dia 28); viajar ao Rio para visitar a mãe; fazer um curso sobre Clarice Lispector, centro de um novo projeto, com Celso Sim e Lucas Santtana, que talvez prolongasse sua estadia em São Paulo. Então veio a pandemia do novo coronavírus, que acabou ganhando destaque em trechos da conversa abaixo.

Rotina em tempos de coronavírus

“Tem seus altos e baixos, as emoções ficam à flor da pele. Ao mesmo tempo, a gente conhece um monte de potência: o que você nem sabe sobre você e sobre os outros. Está todo mundo aqui: eu, minha filha, Bia. Estou saindo esporadicamente, por necessidades pontuais. A gente está tentando fazer a vida andar, ter pulsação. Está tendo todo esse movimento muito bonito, as redes funcionando de maneira generosa, solidária, as pessoas oferecendo seus trabalhos, sua arte, sua música, suas práticas.”

 

Amor

“Na verdade nada disso é premeditado, ? Você não escolhe amar aquela pessoa, você ama. Ponto. Eu entendo dessa maneira. Até um ano atrás, eu sempre tive um, digamos, modo de existência heterossexual. Mas eu não estava pensando ‘eu tenho que ser isso’. Foi porque eu conheci homens que eu amei. E agora escolhi Bia, que estou amando. Não tem nada de extraordinário. Extraordinário é amar.”

Exposição

“Quando não era pública (a relação com Beatriz), tinha uma razão de ser. Era a primeira vez, eu estava imberbe em uma história. A real, sempre vivi meus relacionamentos de uma maneira discreta. Então também não tinha por que, vivendo quatro meses de uma história, fazer alarde. Não me sinto vítima (de notícias sobre seu relacionamento). Sou uma pessoa pública desde os 16 anos. Você vai adquirindo traquejo, seja por um desafio de um trabalho, seja por ficarem especulando a sua vida íntima. Sou vivida, e estou aprendendo ainda. E gosto de aprender. ”

Meio ambiente

“A série ‘Aruanas’ me deu chance de contar uma história de pessoas que lutam pela suas utopias. Foi escrita por ativistas. Essa perseguição que os ativistas, principalmente os ativistas ambientais, estão vivendo não é de agora, mas piorou muito. É uma ficção conectada com o que a gente está vivendo, pelos piores motivos.”


O Globo sábado, 25 de abril de 2020

REVANCHE DOS LIVROS CLÁSSICOS

 

Revanche dos clássicos: livros que eram deixados para depois viram meta durante a pandemia

Na quarentena, Jane Austen passou à frente de 'A sutil arte de ligar o foda-se' no ranking dos mais vendidos
 
Sem lançamentos, livros de fundo de catálogo estão salvando as editoras durante a crise do setor aumentada pela pandemia Foto: Divulgação
Sem lançamentos, livros de fundo de catálogo estão salvando as editoras durante a crise do setor aumentada pela pandemia Foto: Divulgação
 
 

RIO - Quem costuma acompanhar as listas de mais vendidos tomou um susto. Entre os dias 13 e 19 de abril, Jane Austen superou “A sutil arte de ligar o foda-se”. No ranking elaborado pelo portal de notícias do mercado editorial PublishNews, que O GLOBO publica semanalmente, o box com três livros da romancista inglesa apareceu em 12º lugar na categoria geral. Enquanto isso, o best-seller de Mark Manson, título mais vendido de 2018 e 2019, saiu subitamente do grupo dos 20 primeiros. Desde o início da quarentena, em março, coisas assim andam acontecendo. E os clássicos estão voltando.

Em diversas listas, “Drácula”, de Bram Stocker, e “Guerra e paz”, de Leon Tolstói, além dos boxes de Franz Kafka e Edgar Allan Poe, tiveram performances surpreendentes. O mesmo aconteceu com obras icônicas que refletem os temores do momento, como “A peste”, de Albert Camus, e “O amor nos tempos do cólera”, de Gabriel García Márquez. Paralelamente, distopias como “1984”, de George Orwell, que já vinham bem há algum tempo, ganharam ainda mais fôlego.

— O fechamento das lojas mudou completamente o perfil das vendas — diz Rafaella Machado, editora do Grupo Record. — O público que tem comprado livros via e-commerce é mais velho, e livros pop e juvenis, que dependem de grandes redes ou de eventos para vender, tendem a ficar em segundo plano. O que está sustentando o mercado agora é a força do catálogo, os livros já consagrados e os clássicos.

Publisher do grupo Companhia das Letras, Otávio Marques da Costa resume o cenário:

— Editoras com um catálogo amplo e diverso têm a chave para sobreviver a esta crise. Como é natural que as empresas reduzam a produção, quem possui uma variedade maior de publicações consegue reagir ao presente e encontrar, no catálogo, títulos que tenham ressonância com o presente. Assim, navegam melhor na crise.

 

A migração para o e-commerce afeta hábitos de consumo e, por consequência, o produto final que acaba no nosso carrinho virtual. O consumidor tende a sentir-se mais atraído pelo conteúdo do livro do que pelo apelo de sua capa, aposta o conselheiro editorial Eduardo Vilela.

— Em uma loja, quando estou pegando o livro nas mãos, a compra por impulso é muito mais forte — ele diz. — Na internet o foco muda, o comprador tem mais tempo para refletir se realmente precisa do produto.

‘Livros do coração’

Novos hábitos de consumo, porém, não são suficientes para explicar a “vingança” do fundo de catálogo. O cenário geral do mercado editorial, que se encontra num momento dramático, mudou as regras do jogo. Com as incertezas econômicas, as pessoas passaram a poupar dinheiro. E os livros nem sempre aparecem no topo das prioridades, lembra Bruno Mendes, CEO e fundador do #coisadelivreiro, além de sócio do PublishNews. Um clássico, porém, é um clássico.

— As pessoas estão se programando para ler na quarentena o que sempre esteve na fila mas era constantemente adiado — conta Daniel Louzada, proprietário da Livraria Leonardo Da Vinci, citando o que nota nas vendas da empresa via site, WhatsApp e redes sociais, onde obras de Gabriel García Márquez, Fiódor Dostoiévski e José Saramago estão entre as mais buscadas hoje.

 

Às vezes, porém, os “veteranos” são mais recentes. A Intrínseca detectou o interesse de seus leitores voltando-se para obras lançadas há cerca de um ano, como “Um lugar bem longe daqui”, “O labirinto do fauno” e “Pequenos incêndios por toda parte”.

— Percebemos também uma volta dos “livros do coração”, ou seja, aqueles pelos quais as pessoas têm afeto. É o caso dos livros do Rick Riordan e da série “Crepúsculo”. Mas também de clássicos da Intrínseca, como “Precisamos falar sobre o Kevin” e “A menina que roubava livros”. As pessoas estão voltando a histórias confortáveis — avalia Heloisa Daou, diretora de marketing da editora. — Esse movimento foi tão forte que mudamos nossa estratégia digital e estamos resgatando obras assim nas nossas redes sociais e em parcerias com blogueiros. Deu certo e as pessoas estão comprando.

Primeiras posições

Bruno Mendes lembra que, antes, para ficar no primeiro lugar geral no ranking brasileiro, um livro precisava vender entre 5 mil e 10 mil exemplares. Agora, como as vendas estão muito menores e mais pulverizadas, as primeiras posições variam muito facilmente.

— Livros que vendiam 4 mil exemplares estão vendendo 200 — compara a agente literária Lucia Riff. — A venda se espalhou entre e-book e catálogo, não tem mais a livraria, está completamente on-line. Mudou a maneira de comprar livros, há muitas promoções e campanhas das livrarias, há um outro perfil de venda, de comprador, mudou tudo.

 

Ou seja, há menos consumo, e quem está comprando tem escolhido livros que noutros tempos não ocupariam a lista geral. Sem a pressão das novidades, é a vez dos consagrados. Ou você não anda de olho na lista de “leituras imperdíveis para a quarentena”?


O Globo sexta, 24 de abril de 2020

LIVES DE HOJE: SIMONE & SIMARIA, LUDMILLA, POST MALONE, MARCELO D2, ALÉM DE MUITO SAMBA

 

Lives de hoje: Simone & Simaria, Ludmilla, Post Malone, Marcelo D2, além de muito samba no #tamojunto

Festival digital do GLOBO terá Leci Brandão, Dudu Nobre, Neguinho da Beija-Flor, Mart'nália, entre outros; Paulo Miklos e Felipe Araújo também canta sucessos
 
Simone e Simaria Foto: Divulgação
 

RIO - Sextou! E, em tempos de quarentena, a noite que abre o fim de semana tem sido embalada por festas transmitidas na televisão de casa. A programação de lives para esta sexta-feira tem um time eclético: de Simone & SimariaBarões da PisadinhaFelipe Araújo e Diego & Victor Hugo, passando por LudmillaPaulo Miklos e Marcelo D2 e chegando ao astro internacional Post Malone.

 E a sexta-feira marca também a volta do festival digital do GLOBO #tamojunto, que em sua quarta edição terá um especial reservado ao samba. Entre os nomes confirmados, Leci BrandãoDudu NobreArlindinhoMart'náliaCasuarinaNeguinho da Beija-Flor e muito mais.

As lives desta sexta-feira (24/4)

#tamojunto: O festival on-line do GLOBO volta para sua quarta edição, com programação temática de samba. O pagode no Instagram começa às 15h30 e termina 22h30. O line-up tem Leci Brandão, Dorina, Claudio Jorge, Makley Matos, Neguinho da Beija-Flor, Paulão Sete Cordas, Ana Costa, Casuarina, Mart’nália, Dudu Nobre, Nilze Carvalho, Moyseis Marques, Marquinhos de Oswaldo Cruz e Arlindinho. Saiba aqui como assistir.

Paula Fernandes: A cantora sertaneja, que também foi atração no #tamojunto, fará agora uma live em seu YouTube, às 17h.

Ludmilla: Famosa pelos funks, a cantora comemora 25 anos nesta sexta-feira lançando o EP "Numanice", com seis pagodes. E aproveita para cantar e soprar velhinhas numa live em seu YouTube, às 18h.

 

Paulo Miklos: Outra atração de sucesso no #tamojunto, o ex-Titãs Paulo Miklos cantará suas músicas solo e alguns hits da banda como parte do festival Em Casa com o Sesc, no YouTube, às 19h.

Barões da Pisadinha: Fenômeno da música nordestina recente que vem conquistando também as demais regiões, a dupla expoente da "pisadinha" mostra a potência de sua mistura sonora no YouTube, às 19h.

Post Malone: Popstar improvável, o misto de rapper e cantor tatuado fará uma live em seu YouTube a partir das 19h. No repertório, além de hits próprios, Malone fará covers de Nirvana, uma de suas bandas favoritas. O show é uma parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Edson e Hudson: É sertanejo das antigas, de raiz, que você procura? Então se liga que Edson e Hudson entram ao vivo às 19h no YouTube.

Diego & Victor Hugo: A dupla sertaneja canta no YouTube a partir das 20h.

KondZilla Festival: A produtora faz a segunda edição de seu festival digital, a partir das 20h, com Mila, Kekel, Jottapê e MC MM. No YouTube, claro.

Simone & Simaria: Alô, coleguinhas! As irmãs estrelas do feminejo promovem um show ao vivo no YouTube a partir das 21h.

 

Marcelo D2: Atendendo a muitos pedidos, o cantor e compositor carioca fará seu show caseiro nesta sexta-feira, no Facebook. D2 promete participação surpresa e, no repertório, hits do Planet Hemp, da carreira solo e sambas!

Stay At Home Ball: O festival beneficente contará com atraçõs como Kesha, Train, Lewis Capaldi, entre outros. A partir das 21h, no canal do apresentador Elvis Duran no YouTube.

Anelis Assumpção + Curumim: A dupla de cantores, compositores e músicos fará um show às 21h30 pelo festival #CulturaEmCasa, promovido pelo governo de São Paulo, em plataforma própria.

Felipe Araújo: Também atração de sucesso no #tamojunto, o cantor do hit "Atrasadinha" faz sua mistura de pagode e sertanejo no YouTube, às 22h30.

PK: O rapper dos hits "Sacanagenzinha" e "Tudo de bom" tem feito diversas lives durante a quarentena. E fará mais uma nesta sexta-feira, às 23h, no YouTube.


O Globo quinta, 23 de abril de 2020

DIA MUNDIAL DO LIVRO: 10 OBRAR ESCRITAS POR MULHERES PARA LER NA QUARENTENA

 

 

Dia Mundial do Livro: 10 obras escritas por mulheres para ler na quarentena

Do romance à ficção-científica, incluindo poema e não-ficção: selecionamos livros de autoria feminina para ler durante o período de isolamento domiciliar
 
 
No Dia Mundial do Livro, indicamos obras de autoria feminina para a quarentena Foto: Arte de Nina Millen
No Dia Mundial do Livro, indicamos obras de autoria feminina para a quarentena Foto: Arte de Nina Millen
 

O Dia Mundial do Livro, celebrado em 23 de abril, é uma data perfeita para iniciar ou planejar novas leituras. Em meio ao isolamento domiciliar necessário para conter o avanço do coronavírus, a data se torna ainda mais propícia. Seja para incluir novas obras na lista atual ou para recuperar o hábito perdido. 

 Assim como em muitas outras áreas, as mulheres também sofreram com a falta de representatividade no mercado editorial. Mesmo que algumas vezes tenham sido invisibilizadas, o cenário vem mudando nos últimos anos e elas ganham cada vez mais destaque no mundo literário.

Para quem está a procura de uma boa leitura durante a quarentena, a equipe de CELINA reuniu dez livros escritos por mulheres, de diferentes épocas e gêneros. Romance, ficção-científica, poema e não-ficção são alguns deles. Confira:

1 - 'Quarto de Despejo', de Carolina Maria de Jesus

O livro, publicado em 1960, narra o cotidiano da catadora de lixo Carolina Maria de Jesus. Com linguagem simples, ela traz relatos sobre suas vivências entre os anos de 1955 e 1960, enquanto morava em uma comunidade em São Paulo, criando sozinha seus três filhos.

Escritora Carolina Maria de Jesus autografa livro 'Quarto de Despejo', em 1960 Foto: Arquivo/Agência O Globo
Escritora Carolina Maria de Jesus autografa livro 'Quarto de Despejo', em 1960
Foto: Arquivo/Agência O Globo

O "diário de uma favelada" ganhou notoriedade mundial por trazer um novo olhar sobre a favela a partir da perspectiva crítica da autora, que batalha pela sua sobrevivência. Até hoje o livro é considerado uma obra importante por denunciar a situação de uma população marginalizada.

 

2 - 'No Seu Pescoço', de Chimamanda Ngozi Adichie

Nessa coletânea de 12 contos, a autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que também escreveu os aclamados romances "Americanah" e "Hibisco Roxo", traz histórias independentes que envolvem questões referentes à imigração, relações familiares, desigualdades raciais, machismo e religião.

 

Cada conto aborda assuntos cotidianos, com diferentes protagonistas em narrativas envolventes, mas que também propõem críticas sociais que estimulam o leitor a refletir. A história que leva o título do livro, "No Seu Pescoço", fala sobre uma jovem nigeriana que vai morar nos Estados Unidos e precisa se adaptar à nova vida e lidar com o preconceito.

3 - 'Ponciá Vicêncio', de Conceição Evaristo

A escritora Conceição Evaristo Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo
A escritora Conceição Evaristo Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo

O livro narra a trajetória da protagonista Ponciá Vicêncio, desde sua infância até a vida adulta. Ponciá é uma mulher negra que vive em uma cidade no interior do Brasil. Ela e sua mãe trabalham fazendo artesanato com barro, enquanto o pai e o irmão trabalham na lavoura da família Vicêncio, proprietária das terras. 

Quando mais velha, ela vai para a cidade em busca de uma vida melhor e consegue um trabalho como empregada doméstica. Por meio de uma narrativa não-linear e estabelecendo relações entre o passado e o presente, a escritora mineira Conceição Evaristo aborda com sensibilidade questões relativas à personalidade da protagonista, que, segundo todos dizem, teria carregado uma "herança" de seu avô.

4 - 'O que o sol faz com as flores', de Rupi Kaur

Para quem é fã de poesia, essa é mais uma coletânea de Rupi Kaur, a autora de "Outros Jeitos de Usar a Boca." O livro traz poemas com temáticas de crescimento e cura e é dividido em cinco partes: murchar, cair, enraizar, crescer e florescer.

Nos poemas, que variam de apenas um verso até mais de uma página, ela aborda temas como abuso, partidas, questões familiares, amor e empoderamento feminino. O livro conta ainda com ilustrações feitas pela própria autora.

 

5 - 'Perto do Coração Selvagem', de Clarice Lispector

"Perto do Coração Selvagem" é o romance de estreia de Clarice Lispector, autora que completaria 100 anos em 2020. Publicado pela primeira vez em1943, o livro conta a história de Joana durante sua infância, e depois, no início da vida adulta.

O texto aborda questões existenciais e as reflexões da própria autora se misturam com as da personagem, o que se tornaria a marca registrada de Clarice. Joana busca a felicidade e em seu caminho faz inúmeros questionamentos sobre tudo que a cerca.

6 - 'Frankenstein', de Mary Shelley

Para quem prefere o terror ou ficção-científica, "Frankenstein" foi escrito no século XIX e é considerado até hoje uma das mais célebres obras do gênero. O livro conta a história de um estudante de ciências que desenvolve um monstro em seu laboratório. A criatura inicia uma busca pela aceitação e pertencimento que lhe foram negados desde seu "nascimento."

Acredita-se que a trama traz em muitos aspectos os sentimentos da própria escritora, Mary Shelley, cuja mãe morreu no seu parto e que, depois, passou por diversos abortos. Ela escreveu a história aos 18 anos, mas a publicou primeiro anonimamente. Anos depois, em uma reedição, assinou seu nome e precisou enfrentar críticas pelo fato de ser mulher.

 

7 - 'A vida invisível de Eurídice Gusmão', de Martha Batalha

O primeiro romance de Martha Batalha narra a vida das irmãs Gusmão, no Rio de Janeiro da década de 1940. Enquanto Guida desaparece sem deixar notícias, Eurídice se casa e representa o papel da esposa perfeita, mas nenhuma das duas parece feliz. "A vida invisível de Eurídice Gusmão" aborda as limitações vividas por muitas mulheres na sociedade da época.

'A vida invisível'como o machismo pode anular a história de uma mulher e qual o impacto disso na sociedade?

Além de contar a trajetória das duas irmãs, o livro traz ainda a história de outros personagens que as cercam. A obra foi adaptada para o cinema, em 2019, e foi recebida com sucesso pela crítica, ganhando o prêmio principal da mostra "Um Certo Olhar" do Festival de Cannes.

As atrizes Carol Duarte e Julia Stockler em 'A vida invisível', de Karim Aïnouz Foto: Divulgação
As atrizes Carol Duarte e Julia Stockler em 'A vida invisível', de Karim Aïnouz Foto: Divulgação

8 - 'Heroínas Negras Brasileiras em Cordéis', de Jarid Arraes

Dandara dos Palmares, Luísa Mahin, Maria Firmina dos Reis, Tia Ciata, Carolina Maria de Jesus. Essas são algumas das heroínas brasileiras que têm suas histórias retratadas no livro de Jarid Arraes. Ao sentir falta da representatividade de mulheres negras nos livros de história, ela quis resgatar a memória de suas vidas.

 

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Para isso, usou o gênero literário tipicamente brasileiro: a literatura de cordel, com ilustrações de Gabriela Pires. As páginas narram a trajetória de mulheres de diferentes épocas e estados, entre líderes quilombolas, revolucionárias e escritoras.

9 - 'Pós F - Para além do masculino e do feminino', de Fernanda Young

Fernanda Young, falecida em agosto de 2019, aos 49 anos, levou um Jabuti póstumo pela antologia de crônicas 'Pós-F: para além do masculino e do feminino' Foto: Divulgação
Fernanda Young, falecida em agosto de 2019, aos 49 anos, levou um Jabuti póstumo pela antologia de crônicas
'Pós-F: para além do masculino e do feminino' Foto: Divulgação

"Pós F - Para além do masculino e feminino" se insere no debate contemporâneo sobre o que significa ser homem e ser mulher. Em seu primeiro livro de não-ficção, Fernanda Young oferece sua visão de mundo por meio de textos autobiográficos.

O livro também é ilustrado com desenhos da própria autora e reúne ainda algumas cartas e trechos de suas conversas. A obra a proporcionou um prêmio Jabuti póstumo, em 2019.

10 - 'Ela Disse: Os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo', de Jodi Kantor e Megan Twohey

O livro conta a história de duas jornalistas responsáveis por expor as acusações de assédio contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein em uma reportagem que tornou o movimento #MeToo conhecido globalmente e pautou o debate sobre abuso sexual pelo mundo. 

Jodi Kantor e Megan Twohey narram, com riqueza de detalhes, como foram os bastidores da reportagem. Elas também refletem sobre as consequências do #MeToo e o futuro do feminismo e ainda trazem relatos de mulheres que se manifestaram durante o caso.


O Globo quarta, 22 de abril de 2020

NUA, XUXA FALA SOBRE CORPO AOS 57 ANOS

 

 

Blad Meneghel
Blad Meneghel

Nua, Xuxa Meneghel fala sobre corpo aos 57 anos: 'O Ju não tem reclamado'

 

'O Ju não tem reclamado', diz Xuxa Meneghel sobre corpo

Apresentadora confessa que está 'um pouco preguiçosa': 'Deveria me cuidar um pouquinho mais'
 
Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel
Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel
 
 

O tempo não é uma questão para Xuxa Meneghel. Aos 57 anos, suas rugas incomodam mais aos outros do que a apresentadora, que foge (por enquanto) de intervenções no rosto e no corpo. “Estou bem e bem resolvida”, diz a gaúcha, radicada no Rio há décadas. Mãe de Sasha e namorada do ator e cantor Junno Andrade, a loura fala a seguir de Botox, filtro e quarentena.

 

Linda, livre e solta

“Eu estou bem e bem resolvida com meu corpo. Obviamente gostaria de ter mais colágeno, mais elasticidade, mas estou bem. O Ju não tem reclamado. Estou um pouco preguiçosa, deveria me cuidar um pouquinho mais, mas estou legal.”

Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel
Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel

 

Rugas

“Quem faz plástica e se sente bem  continua fazendo lá. Só não venha me obrigar a entrar na faca. Se posto uma foto no Instagram, logo dizem: ‘Poderia colocar um Botox aí’. Poderia, não! Vai colocar você. Não venham se meter na minha vida.”

 

Postagens

“Não gosto de usar filtro nas minhas fotos. Outro dia, a (apresentadora) Eliana me mandou um e resolvi aplicar. Fiquei bem diferente. Sou uma pessoa monocromática. Não tenho cílios e sobrancelhas. Meus cabelos são muito claros. Se eu não fizer algo, as pessoas ficam chocadas. Mas é aquilo: todo mundo usa e abusa do filtro. Mas, quando faço, logo criticam. Acredita que repararam no filtro?”

Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel
Xuxa Meneghel Foto: Blad Meneghel

 

Em casa

“Estamos nos cuidando o máximo. Desinfetamos tudo que chega aqui. Mesmo com todos os cuidados possíveis, sabemos que podemos passar pela Covid-19. Não tem como prever o que está por vir futuramente.  Estamos à base de vitamina c. Digamos que são umas férias meio forçada. Vejo as pessoas nervosas por estarem em casa e para mim isso sempre foi uma festa. Não é um sacrifício.”

 

O Globo terça, 21 de abril de 2020

RECEITAS COM ARROZ

 

Receitas com arroz: veja dicas que vão da entrada à sobremesa

Do bolinho recheado com queijo para começar à versão doce para encerrar, cozinheiros dividem receitas de sucesso em seus restaurantes
 
A Cozinha Caipiora de Chico Bento: chefs Janaina e Jefferson Rueda, o Arroz Mexidinho Foto: Divulgação/Mauro Holanda
A Cozinha Caipiora de Chico Bento: chefs Janaina e Jefferson Rueda, o Arroz Mexidinho Foto: Divulgação/Mauro Holanda
 

Ingrediente básico na refeição do brasileiro, onde faz bonito em companhia do feijão, o arroz é também um dos grãos mais versáteis na hora de bolar um cardápio. Da entrada à sobremesa, são muitas as receitas que podem ser preparadas com ele.

— Dá para misturar o arroz com o que tiver na geladeira. É superprático e dá para fazer numa única panela. Você vai acrescendo os ingredientes aos poucos, apurando e construindo camadas de sabor, que resultam em um produto final melhor — destaca o cheg Pedro de Artagão, que ensina seu arroz de bacalhau.

Já Bruno Vaz, do Liga dos Botecos, em Botafogo, aposta na versão com costela, a proteína que é carro-chefe do bar.

— Fica suculente confortante, ótimo para compartilhar com a família mesa — diz.

A cozinheira Malu Mello dá o passo a passo para o arroz doce que aprendeu com uma senhora mi7neira, carinhosamente tratada por Tia Penha.

— Faz tempo que aprendi tudo com ela no que se refere à cozinha, inclusive que este é um dos doces mais especiais que faço porque é carregado de memória afetiva. Além de fácil e econômico, usa poucos ingredientes e não exige grandes conhecimentos de gastronomia. — ressalta Malu.

 

Bolinho de arroz

Marco Aurélio (Imaculada)

Ingredientes

600gr de arroz cozido

200g de farinha de trigo

2 ovos

100g de cebola ralada

300g de cebolinha picada

50g de alho

300g de salsinha

15g de pimenta-do-reino

 

50g de pimenta biquinho

2 colheres de sopa de azeite

250g de mozzarella

100g de provolone

150g de lingüiça toscana

200ml de leite

Óleo para fritar

... o molho

20g de pimenta calabresa

200ml de mostarda amarela

100g de goiabada

pitada de orégano

pitada de alecrim

Preparo

Amasse o arro (já cozido com cebola e alho) com as mãos e junte a farinha, o leite, azeite e os ovos. Depois de misturar tudo, junte a cebolinha e a salsinha picadas, a linguiça e os queijos e misture até dar liga. Enrole os bolinhos e frite em óleo bem quente.

Molho: misture os ingredientes

Arroz de bacalhau

Pedro de Artagão (Irajá)

 

Ingredientes

30g de cebola em tiras

10g de alho

5g de manteiga

100g de creme de leite fresco

150g de bacalhau dessalgado

10g de coentro picado

5g de pimenta dedo de moça

150g de arroz cozido

50g de parmesão ralado

50g de batata frita

20ml de azeite

2 ovos estrelados

Sal e pimenta do reino a gosto

Preparo

Em uma panela adicionar a manteiga e a cebola, mexer até ficar bem caramelada. Adicionar os dentes de alho, o creme de leite e deixar reduzir em fogo baixo até a metade. Quando este processo estiver pronto, adicionar o bacalhau. Quando o creme ferver novamente, finalizar o prato com o arroz branco cozido, parmesão, azeite, a batata frita, por cima de tudo os dois ovos estrelados, sal e pimenta do reino à gosto.

 

Arroz de lula

Isabel Mascarenhas (Guimas)

Guimas: arroz de lula com tomate e coentro Foto: Divulgação

 

Ingredientes

400g de anéis de lula

4 colheres de sopa de azeite

2 colheres de sopa de cebola picada

3 dentes de alho picados

1 tomate sem pele e sem semente

1 lata de tomate pelati

200ml de caldo de legumes ou água

1/2 xícara de arroz cru

Sal, pimenta e coentro

Preparo

Refogar a cebola no azeite e, em seguida, o alho. Acrescentar o arroz cru e deixar dar uma “fritadinha”. Acrescentar o tomate sem pe7e cortado em tiras. Colocar a lata de tomate pelati, misturar e acrescentar sal e o caldo de legumes (ou a água). Quando o arroz estiver quase pronto, colocar a lula e cozinhar por mais dez minutos. Ajustar sal, pimenta e por último o coentro (ou salsinha).

Arroz mexidinho

Janaína e Jefferson Rueda (Casa do Porco e Dona Onça)

Ingredientes

Banha de porco

1 cebola branca picada

4 dentes de alho picados

200g de carne moída (patinho)

40g de feijão rosinha cozido

200g de arroz agulhinha cozido

20g de couve manteiga em tiras

Cheiro verde a gosto

Pimenta-biquinho a gosto

150g de farinha de mandioca fina

Sal a gosto

Preparo

Em uma panela pré-aquecida com banh, doure a cebola e o alho; acrescente a carne e refogue por dez minutos. Acrescente o feijão, mexa bem e refogue por mais cinco minutos. Adicione o arroz, a couve e o cheiro-verde; misture. Coloque a pimenta-biquinho e finalize com a farinha de mandioca e o sal. Sirva com um ovo frito

 

Carlos Eduardo Cadú (O Bom Galeto)

 

Ingredientes

450g de linguiça calabresa

500g de galeto assado em pedaços (reserve as coxas para finalizar)

6 tomates sem semente e cortado em cubos pequenos

2 abobrinhas em cubos pequenos

280g de queijo coalho cortado em cubos pequenos

75g de cúrcuma

25g de curry

800ml de caldo de galeto ou caldo de frango

600g de arroz cozido

15g de coentro picado

250g de ervilha congelada

Preparo

Em uma frigideira grande de ferro, com a abobrinha em um fio de azeite. Retire da panela e reserve. Em seguida refogue o galeto e a linguiça em rodelas. Acrescente o arroz já cozido, a abobrinha refogada, a ervilha, o tomate e o queijo coalho e misture. Despeje o caldo de galeto e adicione a cúrcuma, o curry e o coentro picado. Misture suavemente os ingredientes e deixe ferver. Acrescente sal a gosto. Sirva na própria panela e utilize as coxas para decorar.

Arroz de costela

Bruno Vaz (Liga)

Arrox de costela, do Liga dos Botecos Foto: Divulgação/Berg Silva
Arroz de costela, do Liga dos Botecos Foto: Divulgação/Berg Silva

 

Ingredientes

500g de arroz cozido al dente

500g de costela assada no bafo (ou carne assada) desfiada

100g de tomate sem pele picado

100g de cebola picada

50g de alho picado

20g de salsinha picada

2 ovos cozidos

100g de mozzarella fatiada

50g de manteiga

200ml de água com caldo de cozimento sabor costela

Preparo

Refogue a cebola e o alho na manteiga. Acrescente a costela desfiada, o tomate picado e o cald. Quando ferver, acrescente o arroz e finalize com a salsa picada. Cubra com o queijo e leve ao forno rapidamente para derreter. Finalize com os ovos cozidos fatiados por cima e salsa picada.

 

Arroz-doce

Malu Mello

Ingredientes

1 xícara de chá de arroz lavado

4 xícaras de chá de leite

2 xícaras de chá de leite de coco

1 lata de leite condensado

1 xícara de água

Canela em pau e cravo a gosto

Preparo

Numa panela de pressão, coloque o arroz, o leite, a água, a canela e o cravo. Tampe e deixe cozinhar por cinco minutos após o início da pressão. Abra a panela com cuidado, junte o leite condensado, o leite de coco e deixe cozinhar por mais cinco minutos sem pressão. Sirva com paçoca ou coco em lascas.


O Globo segunda, 20 de abril de 2020

O VÍRUS PODE ESTAR NAS MINHAS COISAS?

 

O vírus pode estar nas minhas coisas? Saiba o risco de contaminação pelas roupas, sapatos e correspondências

Especialistas explicam por quanto tempo o novo coronavírus fica no ar e nos objetos que Novo coronavírus pode sobreviver por períodos diferentes fora do corpo humano, dependendo da superfície em que repousa Foto: Editoria de arteNovo coronavírus pode sobreviver por períodos diferentes fora do corpo humano, dependendo da superfície em que repousa Foto: Editoria de arte
entram na sua casa
 
 
 

Muitas pessoas têm medo de deixar o coronavírus entrar em suas casas pelas roupas, sapatos, correspondência e até mesmo pelo jornal. Infectologistas, especialistas em aerossóis e microbiologistas respondem às perguntas sobre os riscos de entrar em contato com o vírus durante saídas essenciais de casa ou até pacotes de entregas.

Devo trocar de roupa e tomar banho quando chegar em casa do supermercado?

Para aqueles que podem ficar em casa e em isolamento social, saindo apenas ocasionalmente para ir ao supermercado ou à farmácia, os especialistas concordam que não é necessário trocar de roupa ou tomar banho ao voltar da rua. No entanto, a recomendação é de sempre lavar as mãos. Embora seja verdade que um espirro ou a tosse de uma pessoa infectada possa lançar gotículas virais e partículas menores pelo ar, a maioria delas cairá no chão.

Estudos mostram que algumas pequenas partículas virais podem flutuar no ar por cerca de meia hora, mas é pouco provável que cheguem até você. "É improvável que uma gota pequena o suficiente para flutuar no ar por algum tempo seja depositada nas roupas devido à aerodinâmica", disse Linsey Marr, cientista especialista em aerossóis do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia (Virginia Tech), nos EUA. "Elas seriam tão pequenas que se moveriam no ar ao redor dos corpos e das roupas".

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Por que pequenas gotículas e partículas virais normalmente não pousam em nossas roupas?

Linsey Marr dá uma pequena lição de aerodinâmica: "Essas partículas seguem o fluxo de ar em torno de uma pessoa porque nos movemos relativamente devagar. À medida que andamos, empurramos o ar para fora do caminho, e a maioria das gotículas e partículas também é empurrada para fora. Alguém teria que borrifar grandes gotas conversando - um cuspidor -, tossindo ou espirrando para que pousassem em nossas roupas. As gotículas precisam ser grandes o suficiente para desviar de seu curso natural".

 

Então, se você está fazendo compras, e alguém espirra em você, melhor ir para casa, trocar de roupa e tomar banho. No mais, considere que seu corpo "lento" está empurrando o ar e as partículas virais para longe de você, resultado explicado pela física.

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Existe o risco de o vírus estar no meu cabelo ou na barba?

Por todas as razões descritas acima, você não deve se preocupar com a contaminação viral de seus cabelos ou da barba, se estiver praticando isolamento social. Mesmo se alguém espirrasse na parte de trás da sua cabeça, qualquer gota que caísse no seu cabelo seria uma fonte improvável de infecção.

"Pense no processo do que precisa acontecer para alguém se infectar", propõe Andrew Janowski, professor de doenças infecciosas pediátricas do Hospital Infantil St. Louis, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos EUA: "Se alguém espirra, é necessária uma quantidade X de vírus nesse espirro. Diversas gotas têm que cair sobre você. Então você precisa tocar exatamente na parte do cabelo ou da roupa onde estão essas gotículas, que já apresentam uma redução significativa nas partículas virais", disse Janowski. “Depois de tocá-las, teria que encostar em qualquer parte do seu rosto para entrar em contato com ele. Seria preciso passar por essa sequência de eventos, um grande número de coisas precisa acontecer de maneira exata. Isso torna o risco muito baixo.”

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte
 

Devo me preocupar ao lavar ou manusear as roupas? Corro risco de espalhar partículas virais das roupas pelo ar?

Depende se você está lavando roupas da rotina normal ou de uma pessoa doente. A roupa da rotina normal não deve causar preocupações - lave-a como faria normalmente. Embora alguns tipos de vírus possam ser difíceis de limpar, o novo coronavírus, assim como o vírus da gripe, é cercado por uma membrana gordurosa que é vulnerável ao sabão. Lavar suas roupas com sabão comum e depois secá-las é mais do que suficiente para remover o vírus - se é que ele está lá.

“Sabemos que os vírus podem se depositar na roupa (a partir de gotículas) e, em seguida, serem soltos no ar com o movimento, mas você precisará de muitos vírus para que isso seja uma preocupação, muito mais do que uma pessoa comum encontraria ao sair para passear ao ar livre ou ir a um supermercado”, disse Marr.

A exceção é se você estiver em contato próximo a uma pessoa doente. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA recomendam o uso de luvas ao limpar itens de alguém que esteja doente, além de tomar cuidado para não sacudir peças de vestuário e roupas de cama. Se possível, use água bem quente e seque completamente. Você pode misturar as roupas de uma pessoa doente com as do restante da casa, mas deixe a roupa secando por um tempo maior para minimizar os riscos. "Sabemos que esses tipos de vírus tendem a se deteriorar mais rapidamente no tecido do que em superfícies sólidas e duras, como aço ou plástico", disse Linsey Marr.

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte
 

Por quanto tempo o vírus pode permanecer ativo em tecidos ou outras superfícies?

A maior parte do que sabemos sobre quanto tempo esse novo coronavírus vive em superfícies vem de um importante estudo publicado no New England Journal of Medicine em março. A pesquisa descobriu que o vírus pode sobreviver, em condições ideais, até três dias em superfícies de metal duro e plástico e até 24 horas em papelão.

Mas o estudo não analisou tecidos. Ainda assim, a maioria dos especialistas em vírus acredita que a pesquisa em papelão oferece pistas sobre como o vírus provavelmente se comporta em panos. As fibras naturais absorventes do papelão parecem fazer com que o vírus seque mais rapidamente e as fibras do tecido provavelmente produziriam um efeito semelhante.

Um estudo de 2005 sobre um outro tipo de coronavírus, o que causa a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), dá mais garantias. Naquela pesquisa, os cientistas testaram quantidades cada vez maiores de amostras virais em papel e em um vestido de algodão. Dependendo da concentração do vírus, foram necessários cinco minutos, três horas ou 24 horas para que ele se tornasse inativo. "Mesmo com uma carga de vírus relativamente alta na gota, foi observada uma rápida perda de inatividade para papel e material de algodão", concluíram os pesquisadores.

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Devo me preocupar com correspondência, pacotes ou jornal?

O risco de ser infectado ao manusear correspondências ou pacotes é extremamente baixo e, neste momento, apenas teórico. Não há casos documentados de alguém ficar doente ao abrir um pacote ou ler um jornal.

 

Mas isso não significa que você não deva tomar precauções. Após manusear cartas, pacotes ou ler o jornal, descarte a embalagem e lave as mãos.

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Devo me preocupar com a contaminação ao sair para passear com o cachorro ou fazer exercícios?

Suas chances de pegar o vírus quando você sai são extremamente baixas desde que você mantenha uma distância segura das outras pessoas. "Ao ar livre é seguro e certamente não há nuvens de gotículas carregadas de vírus", disse Lidia Morawska, professora e diretora do Laboratório Internacional de Qualidade e Saúde do Ar na Universidade de Tecnologia de Queensland, em Brisbane, na Austrália.

"Em primeiro lugar, qualquer gota infecciosa exalada em ambiente externo seria rapidamente diluída no ar, então a concentração se tornaria rapidamente insignificante", afirma Morawska. “Além disso, a estabilidade do vírus ao ar livre é significativamente menor do que em ambientes fechados. Portanto, não é realmente um problema, a menos que estejamos em um local muito movimentado - o que não é aconselhado agora de maneira nenhuma. É seguro dar um passeio e correr sem se preocupar com o vírus no ar, e não há necessidade de lavar imediatamente as roupas.”

ㅤ Foto: Editoria de arte
ㅤ Foto: Editoria de arte

Ao voltar da rua, devo remover meus sapatos e limpá-los?

Os sapatos podem abrigar bactérias e vírus, mas isso não significa que eles sejam uma fonte comum de infecção. Um estudo de 2008 encomendado pela marca de calçados americana Rockport Shoes encontrou muita sujeira, incluindo bactérias fecais, nas solas dos sapatos. Outra pesquisa recente da China descobriu que, entre os profissionais de saúde, metade tinha coronavírus detectado em seus sapatos, o que não é inesperado, pois eles trabalhavam em hospitais com pacientes infectados.

 

Então, o que devemos fazer com nossos sapatos? Se seus sapatos são laváveis, você pode lavá-los. Limpar com lencinho ou pano não é recomendado porque traz germes que permaneceriam na sola ou no chão diretamente para as mãos. Então você pode simplesmente deixá-los do lado de fora de casa ou em um local específico da entrada. Se você tem uma criança que engatinha ou brinca no chão, um membro da família com alergias ou um sistema imunológico comprometido, uma casa sem sapatos pode ser uma boa ideia para a higiene geral.


O Globo sábado, 18 de abril de 2020

RECEITAS AFETIVAS DE ROBERTA SUDBRACK

 

Roberta Sudbrack compartilha suas receitas afetivas

Chef ensina pratos como a carne de panela e claufoutis de pera
 
Clafoutis de pera de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação/Samuel Antonini
Clafoutis de pera de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação/Samuel Antonini

 

 
 

Roberta Sudbrack é autoditada, aprendeu a cozinhar sozinha, devorando livros, testando. Décadas depois, nestes tempos de confiamento dos que podem ficar em casa no combate à Covid-19, a receita se repete: Sudbrack passa seus dias entre a cozinha de casa, na Urca, na companhia dos três cachorros, e a do restaurante Sud Pássaro Verde.

Roberta Sudbrack e seus cachorros Foto: Álbum de família
Roberta Sudbrack e seus cachorros Foto: Álbum de família

— Cozinhar é uma das melhores terapias da vida — diz ela, que anda resgatando receitas caseiras, que não exigem muita experiência, apenas cuidado e bons ingredientes.

Para o leitores do GLOBO, fez uma seleção de pratos que lhe trazem lembranças, como a carne de panela da tia mineira Jaçanã (“Ela colocava a panela dentro do fogão à lenha quando ia dormir e só tirava no dia seguinte”) e o picadinho do presidente, que remete aos tempos em esteve à frente da cozinha do Alvorada. De sobremesa, clafoutis de pera, bolinhos de chuva e o que ela chama de Bolo do Nada, “aquele que todo mundo faz em casa, típico de avó”. Lembranças afetuosas, sob medida para esses tempos de reclusão.

RECEITAS

Carne de panela

Ingredientes (para 4)

600g de alcatra

2 tomates orgânicos sem pele e sem semente

1/2 pimentão em cubinhos

1 cálice de vinho tinto

1 cebola cortada em cubinhos bem pequenos

azeite extra virgem

manteiga sem sal

sal e pimenta-do-reino

Preparo

Corte a carne em pedaços médios. Aqueça uma panela com duas colheres de azeite e 2 de manteiga e doure a carne por todos os lados com cuidado e devagar. Acrescente a cebola, o pimentão e os tomates e refogue bem. Acrescente o vinho e cubra com água quente. Cozinhe no forno pré aquecido — de preferência numa panela de ferro — por mais ou menos duas horas. Corrija o sal e a pimenta.

 

Arroz maluco

Ingredientes (4 pessoas)

400g de arroz branco cozido

4 ovos caipiras

100g de panceta defumada

100g de milho cozido e debulhado

salsinha fresca

manteiga sem sal

Preparo

Aqueça uma frigideira e doure a panceta até ficar bem crocante. Retire o excesso de gordura com papel toalha. Em outra panela, derreta 3 colheres de sopa de manteiga. Acrescente os ovos e mexa vigorosamente. Acrescente o arroz, o milho e a panceta e misture tudo. Retire do fogo e acrescente a salsinha. Corrija o tempero.

Costelinha de porco de Roberta Sudbrack Foto: Nana Moraes / Divulgação
Costelinha de porco de Roberta Sudbrack Foto: Nana Moraes / Divulgação

 

Costelinha de alfaiate

Ingredientes (8 porções)

3kg de costelinha de porco com bastante carne e capa de gordura

300 g de manteiga sem sal

Mel de abelhas nativas, azeite, sal e pimenta-do-reino moída na hora

Preparo

Disponha as costelinhas em um tabuleiro e tempere os dois lados com sal e pimenta. Corte a manteiga em cubos e coloque no tabuleiro, regue com um fio de azeite e deixe a costelinha com a parte da gordura para cima. Cubra com papel-alumínio, lacrando bem para não perder o vapor. Asse ao forno a 120 ºC por5 horas ou até que a carne esteja bem macia e com os ossos saindo facilmente. Desosse a costelinha, reserve a carne e faça um molho com o caldo da cocção. Na hora de servir, leve a carne ao forno para aquecer. Misture 1 colher de sopa de mel com 1 de azeite e pincele na parte da gordura.

 

Bife a cavalo

Ingredientes

1 peça de filé limpo (1,6 kg)

8 ovos caipiras

azeite

manteiga sem sal

sal

pimenta-do- reino moída na hora

flor de sal

Preparo

Aqueça a grelha em temperatura máxima. Corte o filé em bifes altos de cerca de 200g. Amasse -os para deixá-los mais baixos e uniformes. Regue-os com azeite e doure-os na grelha, virando sempre para não formar crosta. Tempere todos os lados com sal e azeite enquanto dourar. Deve ser servido ao ponto. Aqueça uma frigideira antiaderente, coloque e frite o ovo. A gema deve ficar mole. Tempere com sal. Sirva o bife imediatamente cobrindo-o com o ovo, cuidando para não estourar a gema. Finalize com flor de sal sobre a gema.

Picadinho do presidente de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação
Picadinho do presidente de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação

Picadinho do presidente

Ingredientes (para 8 )

1 e 1/2 kg de filé-mignon

1 cebola finamente picada

2 dentes de alho finamente picados

6 tomates sem pele e semente em cubos

20ml de tomates pelati passados pela peneira

500ml de caldo de carne concentrado

Azeite extra virgem

manteiga sem sal

sal e pimenta-do-reino

Preparo

Corte o filé em pequenos cubos. Em uma panela, refogue o filé com manteiga e azeite, até dourar. Tempere com sal e pimenta. Retire da panela e reserve. Na mesma panela, refogue a cebola e o alho, se necessário acrescente azeite. Adicione os tomates em cubos e a carne, refogue sem deixar ressecar. Acrescente o tomate pelati e o caldo de carne. Deixe cozinhar em fogo médio até encorpar, corrija o sal. Sirva com arroz, farofinha de cenoura e banana à milanesa.

 

Bolo de nada

Ingredientes

200g de manteiga sem sal

2 xícaras de açúcar orgânico

4 ovos caipiras

1 pitada de sal

3 xícaras de farinha de trigo peneirada duas vezes

1 colher de sopa de fermento em pó

1 xícara de leite

Preparo

Bater a manteiga com o açúcar, juntar as gemas e continuar batendo até ficar um creme branquinho. Acrescentar o sal e o fermento. Bater as claras em neve e mexer delicadamente, misturando de cima para baixo. Assar em forno preaquecido a 180° por 30 minutos. Servir com geleia e nata — ou uma bola de sorvete e calda de chocolate.

Clafoutis de pera

Ingredientes (para 8)

4 ovos

220g de açúcar de confeiteiro

16 colheres de sopa de creme de leite fresco

8 colheres de sopa de leite

2 favas de baunilha

400g de peras laminadas

Unte um refratário com manteiga e polvilhe com açúcar. Leve à geladeira por 30 minutos. Bata os ovos ligeiramente com 200g do açúcar de confeiteiro. Adicione o leite, o creme de leite e misture bem. Abra as favas de baunilha, raspe bem as sementes e adicione à mistura de creme, leite e ovos. Disponha as frutas no refratário e cubra com a mistura. Polvilhe com um pouco do açúcar de confeiteiro. Leve ao forno preaquecido a 180 graus até ficar dourado. Não deve ficar muito seco. Servir com nata.

Bolinho de chuva de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação
Bolinho de chuva de Roberta Sudbrack Foto: Divulgação

Bolinho de chuva

Ingredientes

2 xícaras de farinha de trigo

1 xícara de fubá

 

4 colheres de açúcar

2 ovos

erva-doce (opcional)

1 colher de fermento em pó

200 ml de leite

Óleo para fritar

açúcar e canela para polvilhar

Preparo

Misture os ingredientes delicadamente. Adicione o leite aos poucos, se precisar, até obter uma massa delicada, mas que dê para modelar. Modele os bolinhos fazendo bolinhas com as mãos untadas com um manteiga

Frite no óleo quente e polvilhe com açúcar e canela.


O Globo sexta, 17 de abril de 2020

ESPETÁCULOS DE DANÇA PARA VER EM CASA

 

Espetáculos de dança, de Bolshoi a Pina Bausch, para ver de casa

Crítica de dança do GLOBO destaca espetáculos imperdíveis de grandes companhias do mundo que estão on-line, numa lista que inclui balés que ficam disponíveis apenas por um dia e obras-primas
 
 
A irretocável montagem de “Spartarcus”, do Ballet Bolshoi, estreia sábado Foto: Divulgação
 

Com temporadas canceladas ou adiadas devido à pandemia do coronavírus, grandes companhias de dança não esqueceram de seu público que está em casa. Há toda uma sorte de opções, do balé clássico à dança contemporânea, on-line, com hora marcada ou não. Descubra a sua preferida e aproveite.

Balé Bolshoi

Depois do sucesso de uma primeira rodada de streaming de seus balés e óperas, com mais de três milhões de espectadores em 130 países, o Bolshoi de Moscou programou outra série. No novo grupo que será apresentado até início de maio, destaque para “Spartacus”, com estreia neste sábado. É a mesma irretocável montagem apresentada na última turnê do Bolshoi no Brasil, em 2015, que segue a versão assinada por Yuri Grigorovich, de 1968. A história do gladiador que lidera escravos contra o exército romano ganha toques cinematográficos, dada sua agilidade nos cortes e passagens de cenas, numa referência ao filme de Stanley Kubrick, de 1960, com Kirk Douglas. Cada título tem uma première às 13h do Brasil (19h de Moscou) e, após a exibição, o vídeo fica à disposição por mais 24 horas.  Veja aqui.

Royal OperaHouse

Cena de “Metamorphosis”, adaptação para a obra de Kafka que estreia amanhã: dança altamente expressionista Foto: Tristram Kenton
Cena de “Metamorphosis”, adaptação para a obra de Kafka que estreia amanhã: dança altamente expressionista
Foto: Tristram Kenton

O mais tradicional palco de balé e ópera do Reino Unido tem oferecido, em média, um grande espetáculo novo por semana, nas redes sociais, no projeto #OurHouseToYourHouse (algo como “Da nossa casa para a sua casa”). São produções próprias de balé e ópera, que depois da estreia on-line continuam à disposição do público. Amanhã, às 15h (19h na Inglaterra) estreia “Metamorphosis”, trabalho do Royal Ballet de 2011. Criado para o primeiro bailarino Edward Watson, o espetáculo é uma adaptação coreográfica de Arthur Pita para a obra-prima de Franz Kafka, que segue o mesmo tom intenso da escrita original, com uma dança altamente expressionista. Vale uma percorrida cuidadosa pelo canal do Royal Opera House no YouTube, que, além de oferecer as versões integrais de espetáculos, tem registros de ensaios, entrevistas com bailarinos e extratos de cenas de títulos importantes de balé. Um material fascinante. Veja aqui.

 

Rosas

Companhia belga Rosas disponibilizou o espetáculo “Rain”, entre outros Foto: Divulgação
Companhia belga Rosas disponibilizou o espetáculo “Rain”, entre outros Foto: Divulgação

A companhia belga dirigida pela festejada (e produtiva) coreógrafa Anne Teresa De Keersmaeker está sendo generosa na quarentena. Pelo menos até 30 de abril, há uma série de produções em streaming: espetáculos completos, filmes, documentários e até uma aula Entre os espetáculos, “Rain”, de 2001, tem tanto uma versão gravada em 2016 com a própria companhia belga como um documentário sobre a montagem da peça pelo Balé da Ópera de Paris, em 2011. Veja aqui.

Pina Bausch

A Fundação Pina Bausch disponibilizou a versão recentemente restaurada de “Palermo Palermo”, gravada logo após a sua estreia, em 1989. A obra inaugurou um jeito de fazer dança que se tornou uma das marcas da coreógrafa alemã morta há pouco mais de dez anos: peças criadas a partir de residências em grandes cidades do mundo. A uma dança de muitas nuances psicológicas e boas doses de humor, uniram-se aspectos políticos e econômicos dos países em questão. Veja aqui.

Maguy Marin

Coreógrafa francesa referência para toda uma geração de artistas europeus, Maguy Marin tem, entre suas criações, uma obra-prima incontestável: “May B”, peça de 1981, inspirada em personagens de Samuel Beckett. Uma peça para rever sempre que possível. Veja aqui.

 

São Paulo Cia de Dança

Grupo libera espetáculos aos poucos: até o dia 23, é possível assistir à coreografia “Inquieto” Foto: Wilian Aguiar / Divulgação
Grupo libera espetáculos aos poucos: até o dia 23, é possível assistir à coreografia “Inquieto”
Foto: Wilian Aguiar / Divulgação

Dona de um repertório dos mais ecléticos, que vai da dança clássica à contemporânea, o grupo lançou a companha #SPCDdigital, através da qual oferece espetáculos completos. Até o dia 23 de abril, a obra em cartaz é “Inquieto”, criada por Henrique Rodovalho, diretor artístico da Quasar de Goiânia. Para mostrar um outro lado da moeda, a partir de 24 de abril, será a vez de “O espectro da rosa”, inspirado na obra de 1911 de Michel Fokine. Veja aqui.


O Globo quinta, 16 de abril de 2020

BOLINHOS E OUTROS PETISCOS POR DELIVERY

 

Como e onde pedir bolinhos e outros petiscos por delivery

Na lista de recheios tem bacalhau, carne-seca, linguiça e ovo de codorna
 
 
Cadeg: bolinho de bacalhau Foto: Divulgação
Cadeg: bolinho de bacalhau Foto: Divulgação

São mais de dez mil bares e restaurantes no Rio, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). A grande maioria, de acordo com a entidade, está fechada em decorrência das normas de segurança impostas para conter a pandemia do coronavírus. Uma parte deles, no entanto, segue funcionando com serviços de entregas (o delivery), alguns focados em bolinhos, um clássico da comida de boteco entre os cariocas, além de outros petiscos. Confira a lista.

 

Cadeg

Vários restaurantes do centro de abastecimento operam com serviço de entrega, entre eles, o Costelão (2589-0022), que oferece bolinho de bacalhau (R$ 46,90, a porção com oito), e o Corujão (2589-2666), que tem bolinho de bacalhau a R$ 5 a unidade.

Aconchego Carioca

Bolinho de abóbora com carne-seca do Aconchego Carioca Foto: Eduardo Almeida / Divulgação/Eduardo Almeida (Estúdio Semente)
Bolinho de abóbora com carne-seca do Aconchego Carioca Foto: Eduardo Almeida / Divulgação/Eduardo Almeida (Estúdio Semente)

Os petiscos de Kátia Barbosa são vendidos pelo Ifood e delivery próprio, entre bolinho de feijoada (R$ 34,90), e outros como o de abóbora com carne seca (R$ 33,-0); de arroz ao curry (R$ 33,90, seis unidades) e aipim com bobó (R$ 36,90). Pedidos pelo telefone 2273-1035.

 
 

Adega da Velha

Entre as opções para delivery, a porção de quiabo crocante na chapa (R$ 16) e sanduíche de carne de sol com queijo coalho (R$ 22). Pedidos pelos telefones 2539–5047 e 2286–2176 ou pelo Ifood.

Bar da Frente

Fondue de coxinh: Bar da Frente Foto: Divulgação/Berg Silva
Fondue de coxinh: Bar da Frente Foto: Divulgação/Berg Silva

Uma das apostas da casa é o fondue de coxinha (servida com molho de queijo cremoso; R$ 36,90 - oito unidades). Pedidos pelo 2502-0176. Qua, qui e dom, do meio-dia às 17h. Sex e sáb, do meio-dia às 20h.

Bar do Momo

Momovo do Momo Foto: Divulgação/Gabriela Rodrigues
Momovo do Momo Foto: Divulgação/Gabriela Rodrigues

Alguns dos clássicos da casa estão disponíveis para entrega, entre eles o Momovo (bolovo com massa de bacalhau recheada de ovo com gema mole (R$ 13). Há promoção do bolinho de arroz (R$ 30. seis unidades) e pastéis como o de camarão com Catupiry (R$ 7,50). Pedidos pelos telefones 2570-9389 / 998722636, de quarta a sábado, do meio-dia às 22h.

Bobô Bar

Bobô Bar: bolovinho Foto: Eduardo Almeida / Divulgação/Eduardo Almeida (Estúdio Semente)
Bobô Bar: bolovinho Foto: Eduardo Almeida / Divulgação/Eduardo Almeida (Estúdio Semente)

O gastrobar no Méier entrega via Uber Eats e delivery próprio que atende a Zona Norte.  Todo o cardápio da casa está disponível. Entre as opções de petisco, o porco prensô e fritô (R$ 29, três unidades), coxinhas feitas com carne de costelinha suína ao barbecue, desfiada e prensada no lugar da massa, empanada na farinha panko e recheada com provolone defumado, e o bolovinho (R$ 32, oito unidades), ovinho de codorna empanado em massa de calabresa e farinha panko servido com maionese picante. Pedidos pelo telefone 96537-2494.

 

Deli 43

Deli 43: bolinho de tapioca com linguiça e queijo coalho Foto: Divulgação/Rodrigo Castro
Deli 43: bolinho de tapioca com linguiça e queijo coalho Foto: Divulgação/Rodrigo Castro

De terça a domingo, das 11h às 18h, você pode pedir petiscos como bolinho de tapioca com linguiça e queijo coalho (R$ 18; dez unidades), pelo telefone 2294- 1745 ou (21) 99866-7715 (WhatsApp).  A taxa é de até R$ 10.

Os Imortais

Os Imortais: bolinhos Irmãos Metralha Foto: Paula Giolito / Divulgação/Paula Giolito
Os Imortais: bolinhos Irmãos Metralha Foto: Paula Giolito / Divulgação/Paula Giolito

Tem os bolinhos com massa de arroz ou feijão Os Imortais (R$10), com várias opções de recheio, e os bolinhos As Marias (4 bolinhos de milho empanados no cabelinho de anjo recheados com ragu de calabresa e queijo, acompanha molho de tomate e pesto, R$25). Entrega via iFood, Rappi e direta (apenas Copacabana e Leme) pelo telefone 3563-8959.

Farrapos

O bar de vinhos, em Copacabana, serve bolinhos de bacalhau (R$ 30; cinco unidades). Pedidos pelos telefones 99890-6629 e 3518-2654.

Guimas

Bolinho de bacalhau do Guimas Foto: Divulgação
Bolinho de bacalhau do Guimas Foto: Divulgação

A entrega, feita pelos próprios garçons da casa de bicicleta, só atende a Zona Sul e inclui opções como bolinho de bacalhau (R$ 40, oito unidades), pastéis (brie e camarão; R$ 38, oito) e croquete de carne (R$ 36, oito). Pedidos pelos telefones 2259-7996 e 2529-2281, diariamente das 11h às 18h.

Skunna

Skunna: bolinho de bacalhau Foto: Divulgação
Skunna: bolinho de bacalhau Foto: Divulgação

 

O restaurante, em Vargem Grande, manda para sua casa bolinho de bacalhau (R$ 36, seis unidades). Pedidos pelos telefones 2428-1213 / 2428-1193 / 99774-7617 ou IFood.

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O Globo quarta, 15 de abril de 2020

OBRAS DE RAFAEL NOS 500 ANOS DE SUA MORTE

 

Para ver obras de Rafael nos 500 anos de sua morte

Ícone do Renascimento, artista italiano tem trabalhos disponíveis em acervos virtuais
 
Detalhe de 'Ressurreição de Cristo', tela de Rafael no Masp Foto: Reprodução
Detalhe de 'Ressurreição de Cristo', tela de Rafael no Masp Foto: Reprodução

Muito mais que um pintor, o italiano Raffaello Sanzio (1483-1520) — no Brasil, Rafael —, é considerado um dos grandes nomes no Renascimento ao lado de Michelangelo e Leonardo Da Vinci. Também poeta, designer e arquiteto, o garoto prodígio da cidade de Urbino, na Itália, colocou seu nome na história das artes antes de morrer aos 37 anos. No mês em que se completam cinco séculos de sua morte, listamos alguns de seus principais trabalhos para você conferir sem sair do sofá.

‘O casamento da Virgem’

'O casamento da Virgem' mostra a união de Maria e José, impressionando pela perspectiva Foto: Reprodução
'O casamento da Virgem' mostra a união de Maria e José, impressionando pela perspectiva Foto: Reprodução

Datada de 1504 e sob os cuidados da Pinacoteca di Brera, em Milão, a pintura a óleo sobre madeira retrata o casamento de Maria e José, com um sacerdote que oficializa a união. É considerada uma das obras mais importantes de Rafael. Note as proporções exatas e o jogo de perspectiva. Segundo a própria pinacoteca, o pintor se inspirou em uma obra de Pietro Perugino (seu professor). Veja aqui.

‘O cardeal’

'O Cardeal', no Museu do Prado, tem rigor técnico e figura enigmática Foto: Reprodução
'O Cardeal', no Museu do Prado, tem rigor técnico e figura enigmática Foto: Reprodução

Atribui-se ao cardeal Francesco Alidosi a figura retratada por Rafael nesta pintura célebre, destaque no Museu do Prado, em Madri. Foi feita em Roma, em 1510, e chama atenção não só pela técnica, mas também pela áurea enigmática do personagem. Tem conceitos derivados de Da Vinci, como a composição triangular, vista também em “Monalisa”. Veja aqui.

‘São Miguel derrota satanás’

No Museu do Louvre, em Paris, a tela que reproduz uma cena bíblica foi feita sob encomenda de um duque para presentear o rei francês Luis XII. Nota-se o contraste do claro (São Miguel) e escuro (o demônio) no quadro. Veja aqui

‘Ressurreição de Cristo’

Cheia de ritmo e movimento, estima-se que a obra — que está acervo do Museu de Arte de São Paulo (Masp) — tenha sido produzida entre 1499 e 1502 para um painel maior, fracionado por ocasião de um terremoto. Veja aqui.

 

‘Autoretrato’

Outro retrato da lista — o do próprio pintor — pertenceu à coleção do cardeal Leopoldo de Médici e está abrigado na Galeria Uffizi, em Florença, desde 1890. Assim como em “O cardeal”, revela sutileza do artista na expressão delicada do retratado, desta vez dócil. Veja aqui.

‘Escola de Atenas’

Afresco 'Escola de Atenas' recria possível reunião de filósofos Foto: Reprodução
Afresco 'Escola de Atenas' recria possível reunião de filósofos Foto: Reprodução

Obra-prima de Rafael, o afresco foi feito entre 1509 e 1511 a pedido do então Papa Julio II, fiel “cliente” do artista. Impressiona pela riqueza de detalhes sobre uma hipotética reunião de pensadores na Grécia Antiga. Não dá para cravar, mas estariam ali representados algumas filósofos como Sócrates, Aristóteles e Platão, além de outras especulações como, sim, a Monalisa de Da Vinci. Está no Palácio Apostólico e disponível no site do Museu do Vaticano. Veja aqui.

‘As três graças’

Eufrosina, Talia e Aglaia, musas alegres e belas, irmãs e filhas de Zeus, estão nesta tela de pequenas dimensões pertencente ao Museu Condé, em Chantilly, na França. Condenada pela igreja católica, a nudez na pintura — representada sem problemas na antiguidade — foi resgatada pelos renascentistas. Nas mãos das irmãs, porém, o alerta: a maçãs que indicam o pecado. Veja aqui.

‘Madona e o menino entronados com santos’

Retábulo 'Madona e o menino entronados com santos' foi feito para uma igreja e hoje esta no MET Foto: Reprodução
Retábulo 'Madona e o menino entronados com santos' foi feito para uma igreja e hoje está no MET Foto: Reprodução

Encomendado por um convento da cidade de Perúgia, o retábulo (estrutura colocada atrás de um altar) foi pintado em óleo sobre madeira e finalizado por Rafael entre os anos de 1504 e 1505. Hoje pertence ao Metropolitan Museum of Art. Veja aqui.


O Globo terça, 14 de abril de 2020

RECEITAS DE PRATOS VEGETARIANOS

 

Quarentena: chefs ensinam receitas de pratos vegetarianos

Tem moqueca, ceviche, feijoada; só não tem carne. Uma tendência que só faz crescer
 
Receita vegana do Teva: abobrinha ao pesto Trapanesecom farofa de Panko
Receita vegana do Teva: abobrinha ao pesto Trapanese com farofa de Panko
 
 

Uma pesquisa divulgada este ano pela Sociedade Vegetariana Brasileira aponta que, atualmente, 14% da população do país se declara vegetariana, ou seja, não consome qualquer tipo de carne. De 2012 para cá, o crescimento foi de 75%.

— Acho que está aumentando porque as pessoas estão se conscientizando mais. Há uma maior exposição do tema, mais produtos, pessoas falando nas redes sociais — acredita o chef Daniel Biron, do Teva, bar e restaurante 100% vegetal que, diante da demanda, iniciou serviço de entregas esta semana.

Vegetariano há 15 anos (e vegano há 13), Biron ensina o preparo de abobrinha ao pesto com farofa de panko.

— Geralmente indicamos receitas nas quais parte dos ingredientes pode ser substituída. Nesta, o manjericão de folha larga pode ser substituído pelo manjericão comum; a farinha panko, por farinha de rosca; e o tomate cereja pelo fruto convencional. Estamos num momento de flexibilizar, ser mais criativos — diz.

Aberto em Botafogo desde 2015, o Naturalie Bistrô oferece um cardápio sazonal. Ali, a chef e sócia Nathalie Passos prepara, entre outros, uma feijoada totalmente vegana, com tofu defumado.

— O tofu defumado faz toda a diferença nesta receita, pois o sabor da defumação remete ao de uma feijoada tradicional. Tenho muitos clientes que não são vegetarianos, mas que vêm procurando reduzir o consumo de carne — conta Nathalie.

Abobrinha ao pesto com farofa de panko

Daniel Biron (Teva)

Ingredientes do pesto

1 xícara de tomates cereja, cortados ao meio

1 xícara de tomate seco, recondicionado em água quente, sem pele removida

1 xícara de manjericão de folha larga

½ xícara de amêndoa fatiada

¼ xícara de azeite extra-virgem, dividido

2 colheres de sopa de água

2 colheres de chá de alho picado

½ colher de chá de sal (marinho, de preferência)

pitada de pimenta-do-reino

 

... da abobrinha

500 g de abobrinha italiana, fatiada em rodelas de ½ cm de espessura

¼ xícara de azeite extra-virgem

1 colher de chá de orégano seco

pitada de sal

... a farofa de panko

½ xícara de farinha panko

2 colheres de sopa de azeite extra-virgem

1 colher de chá de orégano seco

¼ colher de chá de sal marinho

Preparo

Para fazer a farofa de tomate seco, aqueça o azeite em fogo médio e frite a farinha panko até ficar levemente dourada, por cerca de cinco minutos, mexendo com uma colher ou espátula de borracha. Adicione o orégano, misture e deixe esfriar. Reserve.

Para fazer o pesto, adicione duas colheres de sopa de azeite em uma frigideira e toste as amêndoas em fogo médio até dourar, por de três a cinco minutos. Adicione o alho e cozinhe por mais um minuto, sem dourar. Adicione o tomate cereja, aumente o fogo e cozinhe até que as peles comecem a se romper, por cerca de três minutos. Deixe esfriar e transfira para um processador. Adicione o tomate seco já recondicionado, o manjericão de folha larga, o sal, a pimenta-do-reino e o restante do azeite de oliva e pulse algumas vezes. Adicione a água e processe um pouco mais, mas mantendo alguma textura. Reserve. Marine as abobrinhas em azeite com um pouco de sal e orégano antes de grelhar. Grelhe usando uma frigideira tipo grelha ou churrasqueira por cerca de quatro a cinco minutos, até ficar macia. Adicione uma pitada de sal. ara servir, aqueça o pesto em uma frigideira. Espalhe as abobrinhas no prato e espalhe o molho quente sobre a abobrinha. Finalize com a farofa de tomate seco. Decore com folhas de manjericão.

 

Baião de dois

Rodrigo Sant'Anna (Caju Gastrobar)

Caju Gastrobar: baião de dois vegetariano Foto: Divulgação/Bruno de Lima
Caju Gastrobar: baião de dois vegetariano Foto: Divulgação/Bruno de Lima

 

Ingredientes

50g de feijão-de-corda

30ml de manteiga de garrafa

10g de pimentão vermelho

10g de pimentão amarelo

20g de aspargos fatiado

20g de cenoura

20g de abobrinha

20g de cogumelos Paris

50g de arroz

1 ovo

30g de queijo coalho

1 dente de alho

Preparo

Aqueça a manteiga de garrafa em uma frigideira com o alho batido e deixe dourar. Adicione o feijão-de-corda já cozido e a cenoura. Deixe esquentar e em seguida adicione os outros legumes e o arroz. Para finalizar,a dicione o queijo coalho e um punhado de coentro. Frite o ovo de modo que a gema fique mole, coloque em cima do baião.

Moqueca de banana-da-terra

Luciano da Silva (Cave Nacional)

Cave Nacional: moqueca de banana-da-terra (R$ 39), temperada com pimentões, coentro, páprica doce, pimenta do reino com cominho, leite de coco e azeite de dendê. Rua Dezenove de Fevereiro 151, Botafogo - 2146-5334. Foto: Divulgação
Cave Nacional: moqueca de banana-da-terra (R$ 39), temperada com pimentões, coentro, páprica doce, pimenta do reino com cominho,
leite de coco e azeite de dendê. Rua Dezenove de Fevereiro 151, Botafogo - 2146-5334. Foto: Divulgação

 

Ingredientes

3 bananas grandes

1 pimentão vermelho

1 pimentão amarelo

1 cebola

1 maço de coentro

Uma pitada de páprica doce

pimenta-do-reino e cominho a gosto

um fio de azeite de dendê

70ml leite de coco

sal a gosto

azeite a gosto

Preparo

Refogar a cebola com os pimentões no azeite e adicionar os condimentos no refogado. Em outra frigideira, grelhar as bananas cortadas em forma de cunha e reservar. Após cinco minutos do refogado no fogo, juntar as bananas e deixar apurar o sabor. Servir com arroz branco.

Ceviche de caju

Flávio Datz (La Carioca)

Ceviche vegano de caju, servido na La Carioca Foto: Divulgação/Filico
Ceviche vegano de caju, servido na La Carioca Foto: Divulgação/Filico

 

Ingredientes

180g de caju

 

20g cebola roxa

10g pimenta aji ou dedo-de-moça

5g coentro picado

30ml de leite de tigre (suco de meio limão, meio caju, meia cebola picada, uma pitada de gengibre, um dente de alho e uma pitada de sal batidos)

Preparo

Corte o caju em cubinhos pequenos. Tempere com sal. Jogue o coentro, a pimenta e o leite de tigre. Adicione a cebola roxa.

Feijoada com tofu

Nathalie Passos (Naturalie Bistrô)

Feijoada com feijão-vermelho, tofu defumado e abóbora, arroz cateto com linhaça e salsa, couve à mineira e farofa de cenoura e milho (R$ 37,90) Foto: Divulgação/Alexander Landau
Feijoada com feijão-vermelho, tofu defumado e abóbora, arroz cateto com linhaça e salsa, couve à mineira e farofa de cenoura
e milho (R$ 37,90) Foto: Divulgação/Alexander Landau

 

Ingredientes

400g de feijão

100g de legumes tenros de sua preferência

100g de tofu defumado

400g de arroz integral

50g de linhaça dourada

1 molho de couve

manteiga ghee

100g de cenoura

100g de farinha de mandioca

salsa

cebola e alho

Preparo

Feijoada: Cozinhe o feijão e refogue com alho, cebola, tofu defumado e os legumes escolhidos em cubos. Tempere com sal e pimenta a gosto.

Farofa: Derreta a manteiga ghee e misture a cenoura ralada desidratada junto com a farinha de mandioca. Tempere com sal a gosto.

Arroz integral: Cozinhe o arroz até que fique al dente. Escorra e refogue com alho e cebola a gosto, linhaça e salsinha, sal e pimenta.

Caponata com avelã

Thiago Flores (Sult)

Caponata vegana com avelã do Sult Foto: Divulgação/Juan Prada
Caponata vegana com avelã do Sult Foto: Divulgação/Juan Prada

 

Ingredientes

100g de berinjela

100g de cenoura

100g de cebola roxa

 

100g de aipo

100g de pimentão amarelo

100g de pimentão vermelho

10g de alcaparra

uma lata de tomate pelado

2 dentes de alho

1 punhado de salsa

1 punhado de avelã

100ml de vinagre balsâmico

100ml de azeite extra-virgem

sal e pimenta-do-reino a gosto

1 colherinha de açúcar

Preparo

Corte os legumes em cubos de 1cm e pique o alho . Em uma panela, esquentar o azeite e refogar os legumes, temperando com sal e pimenta. Adicionar o vinagre balsâmico (depois de diluir o açúcar nele). Cozinhar um minuto e adicionar na panela o tomate (que deve ser amassado antes de ir ao fogo). Adicionar meio copo de água, cozinhar por dois minutos, adicionar a salsa, misturar bem e está pronto. Finalizar com as avelãs picadas.


O Globo segunda, 13 de abril de 2020

QUARENTENA: APRENDA A FAZER PÃO EM CASA

 

Quarentena: como fazer pão em casa, desde o básico do caderno da vovó até o de levain

Aprenda o passo a passo de várias opções: tem receita caseira com abobrinha e de brioche e também de chef e padeiro profissional
 
 
Pão nosso de cada dia, para fazer em casa Foto: Marcos Ramos
 

Para aqueles que podem ficar em casa durante o isolamento de combate ao novo coronavírus, uma solução é aprender a fazer o próprio pão, um alimento tão prático quanto simbólico.

— Fazer pão em casa é um ritual muito antigo, que muitas culturas nunca deixaram de praticar — diz a padeira Iona Rothstein, do Empório Jardim, que se formou em gastronomia em Israel e ensina a receita de seu pão pita. — O israelense, árabe, cristão ou judeu, tem uma cultura ligada à mesa farta, e o pita sempre acompanha. Ajuda a limpar o prato. Como os franceses com as baguetes.

A chef Dida Borges aproveitou a quarentena para recriar uma receita antiga da avó, mineira.

— Minha avó fazia um pão de abobrinha caseiro que pode levar fermento de bolo se não tiver o de pão. É super-rápido, ideal para sanduíches e resiste bem na geladeira, podendo ser congelado — diz Dida, que dá o passo a passo que leva farinha de grão de bico e queijo parmesão.

Abaixo, algumas receitas de pães para fazer em casa. Mãos à massa!

Pão pita

Iona Rothstein

Pao pita de Iona Rothstein Foto: Iona Rothstein
Pao pita de Iona Rothstein Foto: Iona Rothstein

 

Ingredientes

550g de farinha de trigo

330g de água em temperatura ambiente

15g de fermento biológico fresco

15g de sal

20g de açúcar

Preparo

Se tiver batedeira, misturar tudo com o gancho de massa em velocidade lenta. Quando soltar dos lados, aumentar para velocidade média por mais dois minutos. Terminar de sovar a massa numa bancada com farinha. Sem batedeira, força no braço. Sovar a massa até ficar lisa. Fazer uma bola lisa e cobrir com pano . Esperar 30 minutos até dobrar de tamanho. Dividir a massa em nove pedaços de mais ou menos 100g. Fazer bolas não muito apertadas e deixar descansar por mais 15 minutos. Quando a massa estiver fermentada, espalhe farinha numa bancada e abra as bolas em discos de 10 a 15cm de diâmetro com ajuda de um rolo (ou uma garrafa). Esquentar uma frigideira anti aderente, botar um disco e tampar. Uns três minutos de cada lado ou até ficar bem douradinho.

 

Brioche na forma

Thiago Caiafa

Pão Brioche, de Thiago Caiafa Foto: Arquivo pessoal
Pão Brioche, de Thiago Caiafa Foto: Arquivo pessoal

 

Ingredientes

250g de farinha de trigo

4g de fermento biológico

30ml de leite

20g de açúcar

3 ovos

110g de manteiga

Preparo

Bater em velocidade todos os ingredientes em uma batedeira até obter uma massa homogênea. Colocar a massa, que ficará bem macia, em uma vasilha e deixar descansar por três horas, coberta com um plástico ou pano de prato. A massa crescerá bastante. Mexer com delicadeza com uma espátulaa de silicone e transferir para uma forma estilo bolo inglês e deixar descansar por mais duas horas. Pré-aquecer o forno a 180 graus e assar o pão por 25 minutos ou até ficar dourado. Deixar descansar na própria forma por pelo menos mais 30 minutos, pois o pão continua assando enquanto esfria.

Pão de cacau

Flavio Alves (Farinha Pura)

Pão de cacau: Flavio Alves (Farinha Pura) Foto: Divulgação/Lipe Borges
Pão de cacau: Flavio Alves (Farinha Pura) Foto: Divulgação/Lipe Borges

 

Ingredientes

1kg de farinha (de preferência 00)

Gotas de chocolate

100g de cacau 100%

25g de fermento biológico

700ml de água de açúcar

20 de sal

raspa de casca de laranja

Preparo

Colocar na batedeira fermento, 500ml de água, farinha já misturada com cacau e bater por sete minutos na velocidade 1. Acrescentar o sal, 200 ml de água, as gostas de chocolate e as raspas de laranja e bater na velocidade 2 por três minutos. Dobrar a massa e descansar por 12 horas. Após isso, dividir em quatro pedaços e descansar por mais 30 minutos. Aquecer o forno em 240 graus por dez minutos. Colocar o pão para assar por 20 minutos. Depois de assado, deixar descansar por 30 minutos antes de servir.

 

Pão italiano

Michele Petenzi (L'ulivo Cucina e Vini)

Ingredientes

1,2kg de farinha (de preferência 00)

720g de água fria

48g de sal

6g de fermento biológico fresco

Preparo

Derreter o sal na água, acrescentar a farinha com o fermento. Amassar por cinco minutos, deixar descansar por 20 minutos. Começar as dobras, fazer quatro dobras a cada 30 minutos por duas horas mantendo a massa na geladeira. Deixar descansar por 20 horas na geladeira. Depois, dividir a massa em quatro, dar o formato e colocar numa forma. deixar descansar por oito a dez horas na geladeira. Assar em forno pré-aquecido por 30 minutos a 240 graus e depois por mais 20 minutos a 210 graus.

Baguete

Antonio Carlos Barbosa (Casa Carandaí)

Ingredientes

1kg de farinha (de preferência 00)

20g de sal

600ml de água gelada

40g de fermento biológico fresco

Preparo

Misturar em um bowl todos os ingredientes secos. Adicionar águas aos poucos, mexendo até formar uma massa homogênea. Comece a sovar (com a mão, vai com a massa empurrando e volta puxando, em movimento repetitivo, isto é a sova), até dar o ponto de véu (quando você estica a massa com as mãos e ela fica bem fina). Descansar por 20 minutos em um bowl coberto com um pano. Após este primeiro descanso, separa a massa em pedaços de aproximadamente 200g . Cada pedaço é pré-modelado e colocado no tabuleiro. Deixe descansar mais 20 minutos (novamente coberta com pano) e modele no formato da baguette. Descanse por mais 1 hora. A massa vai dobrar de volume. Com uma faca, faça pequenos cortes em cima da massa. . Com o tabuleiro já dentro do forno, a 240 graus, borrife um pouco de água somente em cima das baguettes, e deixa assar de 15 a 20 minutos.

 

Focaccia

Bruno Katz (Nosso)

Ingredientes

1kg de farinha italiana tipo 00

75ml de água

220g de fermento natural ou 55g de biológico

20g de sal

Preparo

Em um bowl grande colocar a farinha e em outro, o levain (verificar se o levain boia), depois misture tudo. Descansar por 20 minutos, adicionar o sal diluído em água, até homogeneizar. Fazer a dobra. Por duas horas dobrar a massa a cada 30 minutos. Descansar por 90 minutos abrir no tabuleiro, deixar dobrar de tamanho e assar a 250 graus.

Pão de ervas

Valéria Lomeu

Pão de ervas: Valéria Lomeu Foto: Arquivo pessoal
Pão de ervas: Valéria Lomeu Foto: Arquivo pessoal

 

Ingredientes

1 xícara de chá de leite morno

1 colher de sopa de açúcar

2 cebolas média

1 colher de sopa de sal

1 xícara rasa de chá de óleo (soja ou côco)

3 ovos inteiros

1 colher de sopa de alecrim

1 colher de sopa de orégano

1 xícara de chá de manjericão fresco

1 molho de cheiro verde

3 dentes de alho

10g de fermento biológico

1kg de farinha de trigo

Preparo

Bater no liquidificador: leite, cebola, açúcar, sal, óleo, alecrim, orégano, manjericão, cheiro verde, ovos e alho. Depois de bem batido, colocar o fermento e bater ligeiramente. Desligar e colocar em uma bacia grande, ir acrescentando a farinha aos poucos até a massa ficar macia e soltando da bacia. Colocar a massa na bancada e sovar um pouco. Dividir a massa toda e fazer os pãezinhos com cada parte. À medida que for enrolando os pães colocar em tabuleiro untado. Quando terminar de enrolar os pães, pincelar gema e jogar gergelim, chia ou linhaça e colocar para assar em forno pré-aquecido a 200 graus. Até ficar dourado.

 

Pão de abobrinha

Dida Borges

Ingredientes

1 ½ xícara de abobrinha ralada no ralo grosso

1 ½ xícara de farinha de grão-de-bico

2 colheres de chá de fermento em pó

½ colher de chá de sal

Pimenta do reino a gosto

½ xícara de azeite de oliva

1 xícara de queijo parmesão ralado

2 ovos

Preparo

Unte uma forma de bolo inglês com azeite e farinha de trigo. Num bowl, misture a abobrinha ralada, a farinha de trigo, o fermento em pó, o sal e a pimenta do reino. No liquidificador, bata o azeite, o parmesão e os ovos até que vire uma mistura homogênea. Em seguida junte essa mistura ao bowl, coloque na forma untada e asse em forno médio por 40 minutos ou até crescer e dourar. Fica a dica: fatie como pão de forma e monte sanduíches variados, com recheios como tomate, pesto de manhericão e burrata; mozzarella de búfala, presunto de parma e rúcula; queijo ementhal com salaminho; pasta de frango desfiado com cenoura, ricota e ervas frescas e salada de atum com tomate cereja.

Pão belga

Fred de Maeyer

Ingredientes

350g de farinha de trigo

130ml de leite

100g de passas

70g de manteiga derretida

75g de açúcar

1 ovo

10g de fermento para pães fresco ou 1 colher de chá de fermento

1 pitada de sal

1 ovo batido (para pincelar na massa)

1 colher de sopa de leite (para pincelar na massa)

Preparo

Colocar as passas de molho em água morna por dez minutos. Amornar o leite e dissolver o fermento para pão. Reservar. Misturar a farinha, o açúcar, o sal e acrescentar ao poucos ao leite com fermento diluído. Bater por cinco minutos na batedeira, usando o gancho de pães. Se preferir, pode misturar com as mãos, vigorosamente, até que os ingredientes estejam todos incorporados. Juntar a manteiga derretida e misturar o ovo. Escorrer as passas e juntar à massa. Sovar um pouco até formar uma massa elástica. Se necessário, juntar um pouco mais de farinha de trigo.

 

Deixar a massa num recipiente coberto com filme plástico na geladeira durante a noite para que cresça.

Deixar em temperatura ambiente por 1 hora antes de assar. Colocar então numa forma para pão ou bolo inglês, forrada com papel manteiga e pincelar com a mistura do ovo e do leite. Levar a forno pré aquecido a 200 graus por 40 minutos ou até crescer bastante e ficar moreninho.


O Globo domingo, 12 de abril de 2020

CORONAVÍRUS: BORIS JOHNSON, PREMIER DA INGLATERRA, RECEBE ALTA

 

Coronavírus: Boris Johnson recebe alta e diz que deve a vida ao serviço público de saúde

Hospitalizado há uma semana com Covid-19, primeiro-ministro britânico chegou a ser transferido para UTI; ele não retornará imediatamente ao trabalho
 
Foto: - / AFP
Foto: - / AFP
 
 

LONDRES — O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, hospitalizado há uma semana com Covid-19, recebeu alta neste domingo, três dias depois de deixar a unidade de terapia intensiva. Em sua primeira declaração oficial desde a segunda-feira passada, quando deu entrada no Hospital St Thomas, Boris agradeceu ao serviço público de saúde por ter salvado "sua vida". "Nunca agradecerei o suficiente" à equipe do NHS (o serviço de saúde do Reino Unido), "devo a eles minha vida", afirmou.

Segundo o governo, apesar de ter deixado o hospital, Boris Johnson ainda não retornará imediatamente ao trabalho.

"O primeiro-ministro foi liberado do hospital para continuar sua recuperação em Chequers", sua residência no noroeste de Londres, disse um porta-voz do governo em comunicado, acrescentando que Boris "não retomará imediatamente o trabalho, sob orientação de sua equipe médica".

O agradecimento público ocorre em um momento em que aumenta o descontentamento entre os profissionais da saúde, denunciando a falta de equipamentos de proteção.

Coronavírus:oito médicos morrem no Reino Unido, todos imigrantes

A Associação Real de Enfermeiros (RCN), o maior sindicato do setor, aconselhou seus membros a se recusarem a trabalhar "como último recurso" no caso de uma grave falta de equipamentos de proteção.

— Para o pessoal de saúde, isso é contrário aos seus instintos. Mas a segurança não deve ser comprometida — explicou um porta-voz do sindicato à agência de notícias britânica PA.

O premier contraiu a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, no final de março. No Reino Unido, a pandemia já causou 9.875 mortes.


O Globo sábado, 11 de abril de 2020

SINAIS DE CELULAR COMPROVAM QUE FAVELAS DO RIO ABANDONARAM O ISOLAMENTO PELO CORONAVÍRUS

 

Sinais de celular comprovam que favelas do Rio abandonaram isolamento pelo coronavírus

Dados demonstram descontrole na quarentena
 
 
Aglomeração no Largo do Boiadeiro, na comunidade da Rocinha: na Sexta-Feira Santa, comércio funcionou a todo vapor em boa parte da favela, assim como no Complexo do Alemão Foto: Fábio Motta / Agência O GLOBO
Aglomeração no Largo do Boiadeiro, na comunidade da Rocinha: na Sexta-Feira Santa, comércio funcionou a todo vapor
em boa parte da favela,assim como no Complexo do Alemão Foto: Fábio Motta / Agência O GLOBO
 
 

RIO — Um vídeo que ganhou nesta sexta-feira as redes sociais mostra centenas de motociclistas saindo da Rocinha, de madrugada, para o chamado “rolezinho”. Pela manhã, o comércio na comunidade funcionou a todo vapor, assim como em favelas do Complexo do Alemão. A Sexta-Feira Santa mostrou que, em várias comunidades do Rio, as regras de isolamento social foram completamente ignoradas. Uma percepção comprovada com números que impressionam.

LEIA:Covid-19 no Rio: Copacabana registra mais uma morte e número chega a 8; Barra lidera quantidade de casos

Por meio de um mapeamento feito com dados de uma única operadora de telefonia móvel, a TIM, o Centro de Operações Rio (COR), da prefeitura, chegou a detectar uma concentração de 10,6 mil pessoas numa área de Rio das Pedras, na Zona Oeste, no último domingo. Em um trecho da Rocinha, houve uma aglomeração de 4.960 celulares ligados às 23h do sábado passado, praticamente o dobro do volume registrado no mesmo dia da semana anterior. O horário, segundo o órgão do município, sugere a realização de algum evento.

— Como recebemos dados de uma única operadora, é muito provável que as aglomerações sejam superiores às que detectamos. Estamos conversando com a Anatel e com outras empresas de telefonia para tentar expandir esse mapeamento. O ideal seria que, neste momento difícil, todas as prefeituras do estado tivessem acesso às informações — diz Alexandre Cardeman, chefe-executivo do COR.

No Complexo do Alemão, o feriado foi de comércio cheio. O fundador do jornal comunitário Voz das Comunidades, Renê Silva, compartilhou pelo Twitter uma foto que mostra uma movimentação intensa, o que considera uma “tragédia anunciada”. Já o fotógrafo Bruno Itan divulgou, em seu Instagram, um vídeo gravado na favela Nova Brasília. Nas imagens, uma multidão circula por ruas.

 

Nos últimos dois dias, a prefeitura realizou operações para fechar o comércio não essencial na Rocinha. Cerca de 250 lojas e 850 boxes tiveram acessos bloqueados enquanto guardas municipais usavam alto-falantes para passar informações sobre o coronavírus. O fluxo de pessoas até diminuiu, porém muitos estabelecimentos acabaram sendo reabertos horas depois, e o secretário de Ordem Pública, Gutemberg Fonseca, reconheceu que, sem conscientização, ações do poder público contra o coronavírus não darão o resultado esperado.

— Tive hoje (sexta-feira) uma reunião com 50 lideranças de diferentes comunidades. É importante que cada uma se empenhe para divulgar o potencial de contágio da Covid-19 — alerta o secretário.

Segundo Fonseca, a quantidade de denúncias passadas ao Disque-Aglomeração, serviço lançado pelo município, aumentou. Esta semana, foram registradas mais de mil ligações por dia, superando a média de 700 da anterior.

LEIA:MP e Defensoria recorrem para que Cedae realize 'força-tarefa' em favelas, e moradores relatam dificuldades com falta d'água

Para tentar reduzir a circulação pelas ruas, a prefeitura tem recorrido até mesmo a influenciadores digitais.

— Ferramentas de inovação e tecnologia são essenciais para direcionar equipes e mandar mensagens pelo aplicativo do COR e por redes sociais. Temos conversado com influenciadores digitais de cada local, como Rocinha e Vidigal. Assim, esperamos conseguir uma comunicação mais direcionada — explica Cardeman.

 

De acordo com o presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Wallace Pereira, 150 idosos que moram na comunidade serão levados, na segunda-feira, para hotéis contratados pela prefeitura. O objetivo é que homens e mulheres com mais de 60 anos que moram em residências apertadas sejam abrigados pelo município. Até esta sexta, apenas 40 dos mais de mil quartos disponibilizados estavam ocupados.

Plano na Rocinha

Também nesta sexta-feira, durante uma visita ao hospital de campanha que está sendo montado no Riocentro, o prefeito Marcelo Crivella afirmou que pedirá ao governo federal que a Rocinha se torne a primeira comunidade do país a receber um plano específico de combate ao coronavírus. Esta semana, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que uma estratégia nesse sentido vem sendo elaborada, inclusive por meio de um diálogo com o tráfico e a milícia. No entanto, nenhum detalhe do projeto foi divulgado.

Ao lado do senador Flávio Bolsonaro, Crivella anunciou ainda que o Ministério da Saúde antecipou um repasse de R$ 87 milhões, em recursos do SUS, para o município do Rio. O dinheiro será destinado ao Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, unidade de referência para o tratamento de pacientes com a Covid-19, e ao que é montado no Riocentro.


O Globo sexta, 10 de abril de 2020

RECEITAS PARA A SEMANA SANTA: CHEFS ENSINAM PRATOS COM PEIXE

 

Receitas para a Semana Santa: chefs ensinam pratos com peixe

Lista inclui de linguado recheado com pupunha a prato típico da Liguria, na Itália, e do Algarve, em Portugal
 
Peixe ao curry, da chef Joana Carvalho, do Proa Foto: Divulgação
Peixe ao curry, da chef Joana Carvalho, do Proa Foto: Divulgação
 
 

Guardo lembranças perfumadas dos domingos de Páscoa. Era meu avô o encarregado do peixe, voltava com postas enormes de badejo ou robalo, compradas no velho mercado da Praça Quinze. Minha avó as assava e servia em travessas de prata, que, neste domingo, vou tirar do armário e montar igual, num almoço atípico, solitário, mas nem por isso melancólico. Muito menos insosso. Vou recorrer a uma das receitas que esses chefs generosos sugerem e compartilham conosco.

— Vou servir um prato do Algarve: cataplana de cherne, que pode ser feita na frigideira — diz Alexandre Henriques, da Gruta de Santo Antônio.

Morena Leite, do Capim Santo, vai de linguado recheado com pupunha:

— É como se fosse um rocambole, bem justinho, deixando a ponta final do rolinho para baixo, para não abrir. Para acertar no ponto, vai apertando com a ponta dos dedos. Quando as lascas do peixe se separarem, está no ponto.

Já Nello Garaventa, do Grado, resgatou um prato da Liguria, berço de família:

— Devem ser postas baixas, de peixe pequeno, e não podem ressecar.

O italiano Nello Cassese, do Cipriani, ensina uma receita com caponata.

— Lembro-me da minha avó fritando os pimentões vermelhos, um cheiro delicioso se espalhando pela casa...

A sugestão de Joana Carvalho, do Proa, também é bem família: curry caseiro

— Na Índia, cada família faz o seu, é um tempero pessoal, no qual você vai juntando e combinando o que mais lhe agrada. E cria a sua massala, uma identidade da família. É o que sugiro para essa Páscoa tão especial.

Linguado recheado com palmito, e petit gâteau de banana

Morena Leite, Capim Santo

Linguado recheado do Capim Santo, da chef Morena Leite Foto: Divulgação/Ana Regueira
Linguado recheado do Capim Santo, da chef Morena Leite Foto: Divulgação/Ana Regueira

 

Ingredientes (para 2)

... do peixe

600g de filé de linguado

suco de 2 limões

 

sal e pimenta-do-reino a gosto

... do recheio

4 fatias de pão de forma sem casca e passado no ralador

200g de palmito pupunha

2 colheres (sopa) de azeite

1 colher (sobremesa) de alho picado

200ml de leite

1/2 xícara de alho picado

sal, pimenta-do-reino, pimenta dedo-de-moça, raiz de capim-santo e salsinha a gosto

... do petit gâteau de banana

100g de banana nanica

1/3 xícara de suco de laranja

1 colher de sopa de manteiga

1 ovo inteiro + 2 gemas

1 colher sopa de farinha de trigo

... do molho

1/2 xícara de chá de azeite

3 colher de café de alho picado

1 colher de café de pimenta dedo- de-moça

2 e 1/2 xícaras de suco de laranja

Sal a gosto

Preparo

Tempere os filés de linguado com o limão, o sal e a pimenta-do-reino. Reserve na geladeira.

....do recheio

Refogue no azeite o alho e cebola. Junte o palmito cortado em cubos bem pequenos, a pimenta, o capim-santo, e refogue. Acrescente o leite e, quando o palmito estiver cozido, adicione o pão até a mistura ficar homogênea. Salpique a salsinha e reserve.

... do peixe

Espalhe 1 colher de sopa de recheio sobre cada filé de linguado e enrole como se fosse um rocambole. Envolva em papel alumínio e leve ao forno a 200 graus, por cerca de 10 minutos.

...do petit gâteau

Cozinhe a banana em rodelas no suco de laranja até desmanchar. Acrescente manteiga derretida, ovo, gemas e farinha. Misture até ficar homogêneo. Unte forminhas com manteiga e farinha e coloque a massa. Leve a forno aquecido a 180 graus por aproximadamente 5 minutos (as laterais ficarão mais resistentes, e o meio, mole).

 

...do molho

Aqueça o azeite, doure o alho, junte a pimenta e o suco de laranja. Tempere com sal a gosto e deixe reduzir à metade.

Cataplana (ou frigideira) de cherne

Alexandre Henriques (Gruta de Santo Antônio)

Cherne na cataplana da Gruta de Santo Antônio Foto: Divulgação
Cherne na cataplana da Gruta de Santo Antônio Foto: Divulgação

 

Ingredientes

800g filé de cherne sem pele e espinha (cortado em 6 pedaços)

2 colheres de sopa de alho fatiado

50g de manteiga

50ml de azeite extra virgem

4 tomates sem pele e sem semente

coentro rasgado

suco de 1/2 limão

sal a gosto

pimenta-do-reino

100ml de vinho branco (de preferência sauvignon blanc)

Preparo

Refogue o alho com a manteiga e o azeite. Coloque o cherne em pedaços e cozinhe nesse molho. Acrescente tomates, coentro rasgado, sal, pimenta , suco de limão e vinho. Deixe cozinhar até o peixe ficar macio.

O truque: quando o peixe ficar bem macio, tampe a frigideira e espere 2 minutos para servir.

Robalo alla Ligure

Nello Garavento (Grado)

Robalo alla ligure, de Nello Garavento, do Grado Foto: Arquivo pessoal
Robalo alla ligure, de Nello Garavento, do Grado Foto: Arquivo pessoal

 

Ingredientes (para 4)

800g de filé de robalo (ou outro peixe branco)

160 ml de azeite extra virgem

120ml de vinho branco

200g de tomate cereja

cortados ao meio

50g de azeitona preta sem caroço

1 amarrado pequeno de manjericão desfolhado

20g de pinoli

sal e pimenta a gosto

Preparo

Aquecer uma frigideira com 100ml de azeite, colocar os filés de peixe temperados com sal e pimenta e grelhar até ficar levemente dourado.

 

Virar o peixe, adicionar o vinho branco, o tomate cereja temperado com sal e pimenta e a azeitona. Tampar a frigideira e deixar cozinhar por 3 ou 4 minutos.

Destampar a frigideira, acrescentar as folhas de manjericão e o pinoli. Regar com o azeite extra-virgem restante e servir.

Sugestão de acompanhamento: batatas ao forno.

Peixe branco, caponata de legumes, molho mediterrâneo

Nello Cassese (Cipriani)

Peixe branco, caponata de legumes, molho mediterrâneo do chef Nello Cassese, do Cipriani Foto: Divulgação
Peixe branco, caponata de legumes, molho mediterrâneo do chef Nello Cassese, do Cipriani Foto: Divulgação

 

Ingredientes (para 4)

4 filés de peixe branco (entre 150g e 180g cada um)

150g de abobrinha italiana

150g de berinjela

150g de pimentão vermelho

20g açúcar mascavo

100g de vinagre de vinho tinto

1 dente de alho

20g de minialcaparra

20g de suco de limão

80 g de azeite

5g de folhas de basílico

5g de salsinha picada

100g de couve mineira

sal a gosto

óleo para fritar

Preparo

Marinar os filés no azeite com uma pitada de sala por 1 noite, na geladeira. Cortar os legumes no tamanho desejado, fritar, escorrer e secar com um papel. Refogar em uma frigideira com um pouco de azeite um dente de alho e colocar todos os legumes; pegar calor e acrescentar o açúcar mascavo. Deixar caramelizar e colocar o vinagre; deixar reduzir até a consistência de xarope. Pegar os filés de peixe, colocar sal a gosto e cozinhar em uma frigideira com óleo. Deixar o peixe rosa no meio e colocar em cima um papel para absorver a umidade. Dispor em um prato os legumes em forma circular; colocar no meio o peixe cozido. Finalizar com molho feito batendo o suco de limão, azeite, alcaparra e salsinha picada. O resultado tem que ser bem cremoso e emulsionado. Decorar com folhas de brasílico fresco e couve, cortada em julienne e frita.

 

Curry de peixe

Joana Carvalho (Proa)

Peixe ao curry, da chef Joana Carvalho, do Proa Foto: Divulgação
Peixe ao curry, da chef Joana Carvalho, do Proa Foto: Divulgação

 

Ingredientes (para 3 ou 4)

1kg de filé de peixe branco sem espinhas e sem pele fatiado em cubos de três dedos de largura (temperar com sal, pimenta-do-reino, suco de 1 limão e um cubo de 6cm de gengibre ralado; fechar e reservar na geladeira)

...da massala da Jojo

1 c. de sopa de semente de coentro

1 canela em pau

1 c. de sopa de semente de cominho

1 c. de chá de semente de erva-doce

1 c. de sopa de gengibre em pó

1 c. de sopa de pimenta-do-reinoem grãos

1 c. de chá de pimenta caiena

1 c. de chá de cardamomo em pó

2 c. de sopa de cúrcuma em pó

...do molho

5 colheres de sopa de óleo

4 dentes de alho picado

1 cebola grande picada

1 lata de tomate pelati

2 colheres de sopa da massala

2 folhas de louro

150ml de leite de coco ou iogurte natural

Preparo

...da massala

Coloque as sementes e a canela em uma frigideira pré-aquecida em fogo médio. Mexa por dez minutos. Misture os ingredientes em pó. Triture tudo (em pilão, moedor de café ou liquidificador) até ficar um pó homogêneo.

... do molho

Aqueça em fogo baixo uma panela de fundo grosso. Doure a cebola e o alho no óleo e coloque a canela e a massala. Deixe incorporar, mexendo sempre. Acrescente o tomate pelati e cozinhe por 15 minutos. Coloque o leite de coco ou o iogurte, não misture.

Abaixe o fogo ao mínimo enquanto faz a o peixe. Numa frigideira com fogo alto, sele os cubos de peixe, cada lado por 3 minutos. Transfira-os para a panela onde está o molho. Jogue o molho por cima e cozinhe por mais 5 minutos. Acrescente a erva de sua preferência: coentro, salsa, manjericão.


O Globo quinta, 09 de abril de 2020

COPACABANA PALACE FECHA PELA PRIMEIRA VEZ EM 97 ANOS

 

Coronavírus: ícone, Copacabana Palace fecha pela primeira vez em 97 anos

Suspensão das atividades começa nesta sexta-feira e deve ir até fim de maio
 
 
Imagem aérea do hotel Copacabana Palace, que ficará sem receber hóspedes até, pelo menos, final de maioFoto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Imagem aérea do hotel Copacabana Palace, que ficará sem receber hóspedes até, pelo menos, final de maio
Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
 
 

Por fora, será difícil notar qualquer diferença no Copacabana Palace nas próximas semanas. As bandeiras estarão hasteadas como sempre, e a fachada continuará sendo iluminada todas as noites. Mas, a partir de amanhã, pela primeira vez em seus quase 97 anos de história, o ícone carioca estará fechado, assim como outros 60 hotéis da cidade, impactados pela pandemia do novo coronavírus. A reabertura está prevista para o final de maio.

Os últimos hóspedes deixaram o Copacabana Palace na segunda-feira. Só continuarão no hotel dois moradores, Andrea Natal, diretora geral do Grupo Belmond do Brasil, que administra o estabelecimento, e o cantor e compositor Jorge Ben Jor, que desde 2018 vive lá.

Antes do check-out derradeiro, um alerta vermelho já havia sido aceso. Em meados de março, uma sequência de cancelamentos de grandes grupos chamou a atenção de Andrea. Ela percebeu que a onda que já fazia estragos em outras partes do mundo estouraria na Avenida Atlântica.

— Nossa previsão de ocupação para março era de 70%, e fechamos o mês com 36% — conta a diretora. — Até começamos bem, mas a partir de meados do mês, quando o turismo global começou a ser mais afetado, com muitos cancelamentos de voos, a queda foi abrupta. Isso justamente num ano que começou promissor. Tivemos um carnaval inesquecível, nosso baile foi talvez o melhor dos últimos tempos. Parecia que vivíamos uma era de ouro.

Crise no turismo:Em meio à pandemia de coronavírus, Rio tem cerca de 60 hotéis fechados

A trajetória do Copacabana Palace não o livrou de se somar às estatísticas da crise causada pela Covid-19. Na última segunda-feira, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), pelo menos 60 hotéis tinham interrompido suas atividades na cidade do Rio, inclusive o Fasano, outro hotel de luxo à beira-mar.

 

 
Detalhe da piscia do Copacabana Palace Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Detalhe da piscia do Copacabana Palace Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Os primeiros funcionários, com mais de 60 anos, foram afastados em março

Ainda no mês passado, o quadro de 515 funcionários do Copa começou a ser reduzido. Os primeiros a serem mandados para casa foram 11 empregados com mais de 60 anos de idade. Entre eles, o famoso capitão-porteiro Jorge Freitas, o Cafu, com mais de 45 anos de serviços prestados ao hotel. Em seguida, 275 contratados entraram de férias ao mesmo tempo, em 1º de abril. Já os profissionais das áreas administrativas começaram a trabalhar em home office. Andrea garante que o objetivo é não demitir ninguém durante o período.

— Atualmente, temos entre 60 e 70 funcionários trabalhando dentro do hotel, em serviços essenciais, como manutenção e segurança. Esse número deve diminuir ao longo das semanas — explica.

Para garantir a segurança sanitária no hotel, a direção contratou uma auxiliar de enfermagem que monitora a saúde dos funcionários, com direito a medição diária de temperatura. A qualquer sintoma de gripe, a pessoa deve voltar para casa. Na entrada de serviço, os funcionários devem trocar seus sapatos por outros, já higienizados, e periodicamente o hotel receberá aplicações do mesmo desinfetante usado em hospitais.

Balanço do acervo

Fechar as portas não significa parar tudo dentro do hotel. Uma manutenção mínima será feita. Um grupo de camareiras, por exemplo, será responsável por todos os dias limpar os 293 quartos, abrindo portas e janelas pela manhã, e as fechando à noite. Toda a roupa de cama será guardada, assim como talheres, computadores, telefones, aparelhos eletrônicos, peças de mármore, louças... Tudo será catalogado durante a paralisação.

 

— É como quando fazemos uma mudança de casa, temos que tirar tudo do lugar para guardar em caixas, e acabamos descobrindo um monte de coisas de que não precisamos. Será uma grande oportunidade também de fazer um amplo balanço das coisas do Copa, que nunca poderíamos fazer em outros momentos — afirma a executiva.

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Também estará em funcionamento uma das cinco cozinhas do hotel, que tem dois restaurantes com estrelas Michelin, para alimentar os empregados que continuarão dando expediente in loco e os dois moradores do hotel.

Surpresas na reabertura

Entrada do Copacabana Palace protegida por grades Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Entrada do Copacabana Palace protegida por grades Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

Andrea continuará ocupando um apartamento dentro do Copa. Mas sem qualquer glamour envolvido, garante.

— Quem pensa em mordomia está completamente enganado. Até mandei instalar uma máquina de lavar caseira no meu apartamento, já que a lavanderia do hotel estará fechada também — ela diz. — É uma situação bem triste, na verdade, imaginar aquele espaço vazio, sem a vida dos dias normais.

A normalidade, aliás, é um conceito que deve demorar a voltar, na visão da executiva, há mais de 20 anos no hotel de luxo mais conhecido do país:

— Venho monitorando o cenário internacional, sobretudo o da China, que parece já estar na fase final da epidemia. Lá, os hotéis estão voltando a funcionar com ocupação em torno de 20% a 30%. Então imagino que essa será a nossa situação, no melhor dos casos, no meio do ano. Só devemos chegar aos 40% no último trimestre , quando o hotel normalmente está quase lotado.

 

Ela também vê o período como início de uma profunda transformação no setor turístico como um todo. E espera usar a parada para preparar o quase centenário Copa para o que vem pela frente:

— A ideia não é reabrir as portas com o hotel exatamente como era. Podem esperar surpresas.


O Globo quarta, 08 de abril de 2020

SÉRGIO MALLANDRO NA QUARENTENA

 

Sérgio Mallandro é contratado para 'motivar' funcionários de empresa durante quarentena

Prestes a virar avô, comediante de 64 anos diz que tem alimentado o corpo e a mente com 'coisas boas' para afastar doenças como depressão
 
 
O humorista Sérgio Mallandro Foto: Bruna Issa / Divulgação
O humorista Sérgio Mallandro Foto: Bruna Issa / Divulgação
 
 

Sérgio Mallandro não perde a piada. Em quarentena dentro de casa, no Rio – onde acolhe um amigo que mora nos Estados Unidos –, o comediante de 64 anos foi contratado para apresentar um "stand up motivacional", via internet, para funcionários de uma empresa. A ideia, ele explica, é transmitir uma mensagem positiva, e de forma bem-humorada, para que as pessoas fiquem estimuladas com as próprias rotinas, apesar das dificuldades provocadas pela pandemia do novo coronavírus.

O comediante Serginho Mallandro Foto: Divulgação

Neste semestre, Mallandro iria cumprir uma série de trabalhos, todos cancelados: seguiria a turnê da peça "Ninguém me leva a sério pô...ráá!" por lugares como Campinas, São Paulo e Salvador, além de cidades americanas, como Orlando e Boston; iniciaria as filmagens do longa "O errado que deu certo", com direção de Pedro Antônio (de "Um tio quase perfeito" e "Tô ryca!"); gravaria um reality-show com 12 ex-namoradas; e começaria a tocar um projeto audiovisual, com o diretor André Moraes, para uma plataforma de streaming.

 

Apesar de não negar a frustração com o cancelamento da agenda profissional ("esse confinamento está sendo mais dificil do que se manter no programa 'A fazenda', que eu já participei", brinca), ele prefere economizar no número de reclamações.

Nos últimos dias, o comediante tem publicado vídeos, em suas redes sociais, com reproduções das divertidas "danças da quarentena" que ele criou para exercitar o corpo, ao som das expressões "rá" e "glu glu ié ié", uma marca pessoal. Aliás, diante de pedidos dos fãs, como destaca, o humorista já prepara um stand up virtual para o dia 16 de abril, com transmissão ao vivo da própria casa, em live no Instagram.

Prestes a virar avô, o artista mantém conversas diárias, por vídeoconferência, com os filhos Edgard, de 22 anos, e Stephanie, de 26 — ambos em Los Angeles, nos EUA — e Sérgio Tadeu, que espera um filho, o primeiro neto de Mallandro. "Pois é, vou ser vovô na quarentena", Mallandro comemora.

— Na verdade, é uma bênção ficar em casa para seguir o isolamento social. Não dá para dizer que estamos todos no mesmo barco. Estamos sob a mesma tempestade, e precisamos agir do jeito que podemos — afirma. —  Essa pandemia deu uma chachoalhada para valorizarmos determinadas profissões. Há até mulheres enaltecendo as depiladoras. Brinco assim, mas é verdade, bicho...! E os médicos merecem tudo. Eles são nossos verdadeiros heróis. Quando isso tudo acabar, eles vão ter que sair em cima do carro de bombeiros para o país todo os aplaudir. O problema é que a gente se esquece de tudo depois que os problemas passam... Aí, volta tudo ao oba-oba.


O Globo terça, 07 de abril de 2020

RECEITAS DE CHOCOLATE PARA FAZER EM CASA

 

Quarentena: Páscoa fica ainda mais divertida com receitas de chocolate para fazer em casa

Bombom feito na forma de empadinha (ou na forma de gelo), casca de ovo recheada com musse de chocolate e trufa vegana estão entre as sugestões de sobremesas para o domingo
 
 
Ovos de Páscoa Ludique (casca de ovo de galinha recheada de musse de chocolate), do chef Philippe Brye, do Le Cordon Bleu Foto: Divulgação
Ovos de Páscoa Ludique (casca de ovo de galinha recheada de musse de chocolate), do chef Philippe Brye, do Le Cordon Bleu Foto: Divulgação
 
 

Não é preciso ter motivo para comer chocolate, mas, quando tem, é melhor ainda. Domingo de Páscoa é o dia em que todo mundo pode se fartar de chocolate sem sentir culpa. Em tempos de isolamento dos que podem ficar em casa, que tal aproveitar para, em vez de comprar um ovo pronto, fazer um doce diferente?

Chef do Le Cordon Bleu, o francês Philippe Brye aposta numa receita de encher os olhos e que fazia em sua casa antes de aprender a fazer os tradicionais ovos de chocolate: musse servida dentro da casca de ovo de galinha.

— Com um prego e uma tesoura, dá para furar e retirar a tampinha da parte superior dos ovos de galinha, que, depois de higienizados adequadamente, são recheados com chocolate ou musse de chocolate. Pode usar uma faca de serrinha para ajudar. Dá para fazer vários de uma vez e, se animar, decorar o lado de fora e a parte de cima com pasta americana — explica Brye, que, em seguida, ensina o passo a passo.

A lista de receita também inclui trufas veganas e bombons que, na falta de forminhas de plástico tradicionalmente usadas no preparo, podem ser feitas na forma de empadinha ou até mesmo na de gelo.

Casca de ovo de galinha recheada de musse de chocolate

Philippe Brye (Le Cordon Bleu)

Ingredientes

120g de chocolate 70%

50g de chocolate ao leite

105g de manteiga

3 gemas

5 ou 6 claras (dependendo do tamanho do ovo)

130g de açúcar

1 pitada de sal

Preparo

Musse: Derreter os chocolates em banho-maria. Adicionar a manteiga. Depois que ela estiver derretida, adicione as gemas peneiradas. Bater as claras com o sal e o açúcar (despejando um terço de cada vez, misturando antes de acrescentar a outra parte). Misturar as claras com o chocolate (adicionando um terço de cada vez).

 

Montagem: Retirar a parte superior do ovo, cru, com cuidado. Guardar as gemas e claras separadamente. Lavar as cascas com água bem quente, mas sem sabão. Deixar secar. Colocar os ovos dentro dos alvéolos da caixa de ovos, para eles não caírem. Rechear os ovos com a musse e colocar na geladeira por duas horas. Pare enfeitar, coloque raspa de chocolate ou, se quiser, faça bichinhs com pasta amerciana. Tem validade de dois dias depois de pronto.

Rende: 15 a 20 ovinhos

Cupcake de chocolate com Coca-Cola

MP Tortas

Cupcake de chocolate com Coca-Cola, da MP Tortas Foto: Divulgação
Cupcake de chocolate com Coca-Cola, da MP Tortas Foto: Divulgação

 

Ingredientes

1 ovo

3 colheres de sopa de óleo de canola

3 colheres de sopa de açúcar

3 colheres de sopa de Coca-Cola

3 colheres de sopa de chocolate em pó

4 colheres de sopa de farinha de trigo

½ colher de chá de fermento

...para a cobertura

1 lata de leite condensado

4 colheres de sopa de achocolatado em pó

½ lata de refrigerante Coca-Cola

... Você vai precisar de uma forminha para cupcake de silicone ou potinho de sobremesa.

Preparo

Misturar o ovo, o açúcar e o chocolate em pó. Adicionar aos poucos a farinha de trigo com fermento, alternando com o refrigerante até obter uma mistura homogênea.

Colocar em forminhas de papel e levar ao micro-ondas por três minutos na potência máxima.

A cobertura: Levar todos os ingredientes ao fogo em uma panela. Mexer com uma espátula de silicone para obter um brigadeiro com consistência de cobertura.

 

Trufa de cacau com nuts

Tati Lundi

Trufa de cacau com nibs, de Tati Lundi Foto: Divulgação/Tomas Rangel
Trufa de cacau com nibs, de Tati Lundi Foto: Divulgação/Tomas Rangel

 

Ingredientes

1 xícara de amêndoas

1 xícara de pecan

1 xícara de tâmara

½ xícara de cacau

1/4 xícara de melado

1 pitada de sal

1 pitada de gengibre em pó (opcional)

1 pitada de canela em pó (opcional)

Para enfeitar : farofinha de amendoim tostado , coco ralado, nibs de cacau... o que preferir.

Preparo

Bater tudo no processador (“fica mais farofinha”) ou liquidificador. Fazer bolinhas e envolver com amendoim, nibs, coco...

Rende: 20 trufas

Bombom de pasta de amendoim

Ludmilla Andrade (Casas Pedro)

Casas Pedro: bombom de chocolate com pasta de amendoim Foto: Divulgação
Casas Pedro: bombom de chocolate com pasta de amendoim Foto: Divulgação

 

Ingredientes

300g de chocolate ao leite

2 colheres de sopa de pasta de amendoim

açúcar a gosto

pitada de sal

Preparo

Use quatro forminhas de silicone pequenas — se não tiver, pode fazer em formas de empadinha ou de gelo. Derreta o chocolate em banho-maria. Preencha fundo e as laterais das forminhas com o chocolate derretido.

Não deixe muito fino para não correr risco de quebrar quando desenformar. Coloque na geladeira.

Enquanto isso, adoce a pasta de amendoim a gosto e acrescente o sal. Depois de uns cinco minutos, o chocolate já deve estar durinho. Recheie com a pasta de amendoim e cubra com o restante do chocolate derretido.

Coloque novamente na geladeira por dez minutos.

O bombom desenforma com facilidade depois de gelado e enrijecido.

Kinder Bueno caseiro

Raphaela Severiano Ribeiro

 
Ovo Kinder Bueno caseiro, recheado de brigadeiro branco Foto: Divulgação
Ovo Kinder Bueno caseiro, recheado de brigadeiro branco Foto: Divulgação

 

Ingredientes

100g de chocolate ao leite

150g de brigadeiro branco

30g de Nutella

5g de granulado

1 pacote de 43g de chocolate kinder bueno White

... o recheio de brigadeiro branco

1 lata de leite condensado

1 colher de sopa de manteiga sem sal

3 colheres de sopa de creme de leite

... Você vai precisar de uma forma de meia banda de ovo de Páscoa no tamanho de 250g — se não tiver, pode substituir por r uma tigela de louça ou cerâmica.

Preparo

Pique o chocolate em pedaços bem pequenos e leve 2/3 ao micro-ondas por 30 segundos. Retire e mexa bem. Volte ao micro-ondas e repita a operação quantas vezes forem necessárias até derreter tudo.

Em seguida, misture o restante do chocolate picado ao que foi derretido. Mexa até dissolver todos os pedacinhos.

Esse processo se chama “temperagem” e vai garantir que o ovo não derreta depois. Espere esfriar e ficar em temperatura ambiente.

Com um pincel de cozinha ou uma espátula, passe o chocolate derretido na forma ou tigela e leve-a a geladeira com boca virada para baixo, sobre uma folha de papel- manteiga. Deixe secar. Repita o processo duas vezes para formar uma camada mais grossa de ovo.

Para o recheio de brigadeiro branco: Colocar todos os ingredientes na panela em fogo baixo e misturar até soltar do fundo.

 

Preparo final: Colocar, dentro da casca de chocolate, uma camada de recheio de brigadeiro branco, pedaços de Kinder bueno e a Nutella.

Finalizar com o brigadeiro branco. Para decoração, utilizar granulado e pedaços de chocolate branco por cima e finalizar com riscos do mesmo chocolate usado para a casca do ovo.

Rende: uma banda de ovo

Ovos de chocolate na caixa de ovos de galinha

Ignácio Peixoto

Ingredientes

600g de chocolate branco

pimenta rosa a gosto (para enfeitar)

... recheio: musse de maracujá

1 lata de leite condensado

1 lata de suco concentrado de maracujá

1 lata de creme de leite

Você também precisará de uma caixa de ovos de plástico vazia.

Preparo

Derreta o chocolate em banho-maria. Espalhe uma camada de chocolate na parte interna da caixa de ovos . Leve à geladeira para secar por apenas dois minutos. Retire e espalhe outra camada de chocolate e leve novamente à geladeira por mais dois minutos. Retire e espalhe a terceira e última camada. Volte à geladeira até secar completamente, o que levará cerca de 30 minutos.

Recheio: bater os ingredientes no liquidificador até a mistura homogenia ganhar firmeza

Montagem: desinforme o ovo de chocolate delicadamente (depois de gelado ele solta facilmente). Com um saco de confeiteiro (ou uma colher), recheie os ovos. Finalize com pimenta rosa a gosto.


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