Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo terça, 22 de junho de 2021

KARINA TRONKOS: CARIOCA DE 24 ANOS É PENTACAMPEÃ EM DESAFIO MUNDIAL DE COMPUTAÇÃO DA APPLE

 

Carioca de 24 anos é pentacampeã em desafio mundial da Apple

Estudante de Ciência da Computação e instagrammer com mais de 80 mil seguidores se destacou com aplicativo sobre biomimética
Karina Tronkos. Habituée nas conferências da empresa na Califórnia Foto: Acervo pessoal
Karina Tronkos. Habituée nas conferências da empresa na Califórnia Foto: Acervo pessoal
 

RIO — Aos 24 anos, a estudante de Ciência da Computação Karina Tronkos venceu pelo quinto ano consecutivo o concurso Swift Student Challenge 2021, um desafio mundial da Apple que garante aos 350 campeões a participação no Worldwide Developers Conference (WWDC), conferência anual de desenvolvedores da empresa, além de um ano de gratuidade da conta de desenvolvedor iOS na App Store. Moradora da Barra e estudante da PUC-Rio, Karina é também instagrammer, com mais de 80 mil seguidores.

Estudantes nota dez: Jovens aprovadas em universidades americanas dão dicas para quem quer estudar fora

— Fiquei sabendo da competição na PUC e conheci algumas pessoas que tinham ganhado e me incentivaram. A primeira inscrição foi em 2016, mas eu não ganhei. No ano seguinte, tentei novamente e consegui — recorda.

Este ano, Karina ganhou com um projeto sobre voltado à biomimética, área de estudo que se inspira na natureza para desenvolver produtos e serviços mais eficientes e de forma sustentável. Em 2017, ela fez um aplicativo sobre o corpo humano, para que as crianças pudessem enteder mais sobre o seu funcionamento. No ano seguinte, desenvolveu um programa sobre daltonismo para mostrar a importância de serem criados programas acessíveis. Em 2019, o programa foi sobre Nancy Grace Roman, a primeira mulher a trabalhar para a Nasa. Já em 2020, escolheu como tema a estação espacial internacional, para abordar a união das nações.

Para quem está interessado em participar da competição, Karina sugere que faça buscas no YouTube dos projetos classificados nos anos anteriores.

— Qualquer um pode participar, mas é preciso entender de programação para desenvolver um aplicativo — explica.

Leia também:Síndrome de Down: três histórias mostram que não há limites se existem oportunidades

A jovem estimula as pessoas a não terem medo de se inscrever:

— Acham que por ser uma competição mundial, é algo muito difícil, mas não é assim. Ter vencido esses anos me motivou a acreditar mais em mim e me ajudou a ampliar a minha rede de contatos.

Em seu canal no Instagram (nina_talks), a jovem fala sobre design e tecnologia e conta que hoje esse é um dos seus trabalhos:

— Comecei quando o assunto era abordado no YouTube, mas não no Instagram. Era um hobby e foi crescendo. Queria atrair mais gente para trabalhar com tecnologia, principalmente mulheres. Compartilho oportunidades e dou dicas. Foi tudo orgânico, sem tráfego pago. Eu me inspirei em instagrammers de fora do país, e no momento certo.

No grupo de 350 estudantes selecionados em todo o mundo, estão ainda outros alunos da PUC: Juliana Prado, Fernando Lobo, Frederico Lacis de Carvalho, Mateus Levi Simões Fernandes, Matheus Pereira Kulick, Matheus Sampaio Moreira, Theo Necyk e Victor Duarte.


O Globo segunda, 21 de junho de 2021

EUROCOPA: SELEÇÃO DA EURO DO GLOBO TEM REPRESENTANTES DE DEZ PAÍSES, NA SEGUNDA RODADA

 

 

Seleção da Euro do GLOBO: dez países têm representantes na segunda rodada

Em rodada de placares apertados, meias são decisivos na semana
Gosens, De Bruyne e Bale são destaques da segunda rodada da Euro Foto: Editoria de Arte
Gosens, De Bruyne e Bale são destaques da segunda rodada da Euro Foto: Editoria de Arte
 

Assim como na Copa do Mundo de 2018, o GLOBO divulgará, a cada rodada, uma seleção com os melhores jogadores da Eurocopa. O esquema escolhido é com base nos destaques.

Em semana de tropeços, placares apertados e um jogaço entre Alemanha e Portugal, a Euro encerrou sua segunda rodada no último final de semana, e agora se aproxima do momento de definição em sua fase de grupos.

Eurocopa, dia 10:Classificadas, Holanda e Bélgica são figurantes em dia de definições

A rodada teve brilho dos meias Locatelli, da Itália, e De Bruyne, da Bélgica — retornando à equipe, após se recuperar de lesões no rosto. No total, dez países ganharam representantes na seleção, escalada no 4-3-3. Gales, que saiu derrotado ontem pela Itália, já pela terceira rodada, é o único que emplacou mais de um jogador na lista.

Goleiro

Robin Olsen (Suécia/Roma)

Seguro e concentrado, manteve a Suécia viva no jogo enquanto sofria pressão da Eslováquia. Fez grande defesa em cabeçada de Kucka, que acabou flagrado em impedimento.

Lateral-direito

Connor Roberts (País de Gales/Swansea)

Titular absoluto, Roberts marcou, já nos acréscimos, o segundo gol da vitória galesa sobre a Turquia, após passe de Gareth Bale. Foi seu primeiro gol pela seleção, momento que descreveu, emocionado, como "pura euforia".

 

Lateral-esquerdo

Robin Gosens (Alemanha/Atalanta)

Dos nomes menos badalados da seleção alemã até aqui, o lateral-esquerdo, que atuou na linha de meias, só não fez chover em campo. Suas escapadas nas costas de Semedo foram perigo constante para Portugal. Deu uma assistência e marcou o quarto gol da vitória por 4 a 2 sobre os lusos.

 

Zagueiros

Matthijs de Ligt (Holanda/Juventus)

De volta à equipe de Frank de Boer, o zagueiro comandou a constestada linha de três zagueiros da Holanda em vitória bem menos turbulenta que o 3 a 2 na estreia. Nada de gols para a Áustria com o jovem de 21 anos em campo.

 

Grant Hanley (Escócia/Norwich City)

Parte do eficiente sistema defensivo escocês que segurou a Inglaterra no clássico, foi marcador voraz de Harry Kane, que passou novamente em branco. Foi vital para evitar gol de Rashford no fim da partida.

 

Meias

Manuel Locatelli (Itália/Sassuolo)

Peça-chave no time titular de Roberto Mancini, o volante box-to-box do Sassuolo mostrou a veia artilheira contra a Suíça. Marcou duas vezes e garantiu mais uma larga vitória da azzurra.

 

Ivan Perisic (Croácia/Inter de Milão)

Com um belo gol, o já veterano meia-atacante croata evitou a derrota para a República Checa e deu sobrevida à Croácia na competição.

 

Kevin De Bruyne (Bélgica/Manchester City)

O meia mostrou por que Roberto Martínez fez questão de levá-lo até com fraturas na face. Recuperado, entrou no intervalo, comandou o meio e bateu colocado para decretar a virada da Bélgica sobre a Dinamarca.

 

Atacantes

Andriy Yarmolenko (Ucrânia/West Ham)

O dinâmico e carismático ponta ucraniano teve grande atuação na vitória por 2 a 1 sobre a Macedônia do Norte. Abriu o placar assistiu Yaremchuk no segundo.

 

Gareth Bale (País de Gales/Tottenham)

Dono da seleção galesa, concentrou as jogadas de ataque e distribuiu assistências para Connor Roberts e Ramsey contra a Turquia. A cobrança de pênalti isolada evitou a chave de ouro, mas não tirou o brilho da atuação.

 
 

 

Patrick Schick (República Checa/Bayern Leverkusen)

Artilheiro da Eurocopa ao lado de Cristiano Ronaldo, com três gols, o jovem do Bayer Leverkusen voltou a marcar. Acertado por Lovren dentro da área, bateu bem a penalidade e abriu o placar contra os croatas.

 




O Globo domingo, 20 de junho de 2021

MEU AMIGO BUSSUNDA: RETRATO DE UMA GERAÇÃO NO DOCUMENTÁRIO DO GLOBOPLAY

 

O retrato de uma geração no documentário 'Meu amigo Bussunda', do Globoplay

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
Claudio Manoel e Bussunda no 'Casseta e planeta' (Foto:  Pepe Schettino)
Claudio Manoel e Bussunda no 'Casseta & planeta' (Foto: Pepe Schettino)

 

É difícil, para não dizer impossível, falar de Bussunda sem mencionar o “Casseta & Planeta, urgente!”, lançado em 1992. Da mesma forma, não se pode pensar no “Casseta” sem lembrar que o programa sacudiu a linguagem do humor da televisão e foi feito por uma turma egressa dos bastidores da “TV Pirata”, que, por sua vez, começou essa revolução em 1988. Essa teia diz muito do documentário “Meu amigo Bussunda”, que chegou na última semana ao Globoplay. O diretor-geral é Claudio Manoel (Micael Langer também dirige e é corroteirista). A série documental parte da intimidade para derivar numa história pública. É, por isso, muito autoral e cheia de afeto. E também um retrato geracional (por esse aspecto, lembra um pouco “Os quatro Paralamas”, da Netflix).

O documentário começa com um retrato da juventude de Bussunda. Há depoimentos de amigos — alguns deles famosos, como Debora Bloch e Deborah Colker —, de familiares e da viúva, Angélica Nascimento. Fotos antigas e filmes caseiros ilustram esse período. O apelido gaiato — alusivo ao fato de ele se recusar a tomar banho durante a estada de muitos dias numa colônia de férias — é explicado. Uma moça que se derreteu por ele nessa época fala sobre o charme do amigo. Foi também quando Claudio Manoel o conheceu. Pelo testemunho do irmão Sérgio somos informados de que Bussunda não gostava de estudar. Chegava ao ponto de matar aula de inglês dormindo num banco duro do calçadão de Copacabana, onde a família morava. Marcos, o outro irmão, conta que, angustiados, os pais pediram que ele e Sérgio sustentassem o caçula no futuro “porque ele não daria em nada”. Quando esse prognóstico foi subvertido, Luiz Guilherme Vianna e a psicanalista Helena Besserman Vianna se tornaram os maiores fãs do “Casseta”. Intelectuais, comunistas e avessos ao hábito de assistir à TV, aprenderam a gravar todos os programas em que o filho aparecia.

Para quem não conheceu Bussunda e não viveu aquela época, o documentário tem muito valor também. Ele reflete o espírito de um tempo. Mostra a chegada de um grupo talentoso à maior emissora de TV do país — e o legado dele para os humoristas mais jovens. Vale também para constatar que, não faz tanto tempo, os freios do politicamente correto eram outros. O Brasil saía de um longo e triste período de ditadura militar. Todo mundo queria rir, romper regras e usar roupas coloridas. Fica a impressão de que hoje o mundo encaretou bastante.

Para rir (e derramar lágrimas furtivas), “Meu amigo Bussunda” é simplesmente imperdível.


O Globo sábado, 19 de junho de 2021

MARIETA SEVERO: AOS 65 ANOS, NO BRASIL, A GENTE PERDE MUITO CONTATO COM ESSAS FICÇÕES DA VIDA

 

Marieta Severo: 'Aos 65 anos, no Brasil, a gente perde muito contato com essas ficções da vida'

Atriz lança "Noites de alface", que chega aos cinemas no próximo dia 24, e defende que 'as pessoas precisam de ficção para viver'
Marieta Severo e Everaldo Pontes Foto: Divulgação
Marieta Severo e Everaldo Pontes Foto: Divulgação
 

RIO — As doses de ficção que colocamos em nosso cotidiano nos mantém sãos, acredita a atriz Marieta Severo. E é por isso que a trama de "Noites de Alface", filme estrelado por ela e Everaldo Pontes e que chega aos cinemas no próximo dia 24, é tão necessária no Brasil atual, um país que passou a "asfixiar a imaginação":

— As pessoas precisam de ficção para viver, elas sucumbem sem ela. E esse filme tão delicado, tão poético, que coloca a necessidade absoluta da ficção na vida das pessoas, é importante pois chega no terreno de um Brasil absolutamente avesso e contrário a isso, onde todos os valores são de asfixiar a cultura, a imaginação e a poesia e enaltecer o oposto, que é a violência, o autoritarismo e o obscurantismo — afirmou a atriz em coletiva de imprensa realizada nesta quinta (17) para divulgação do longa.

O filme, escrito e dirigido por Zeca Ferreira, é uma adaptação do livro homônimo de Vanessa Bárbara. Na pacata ilha de Paquetá, o casal Ada (Marieta Severo) e Otto (Everaldo Pontes) vive há anos em uma rotina praticamente imutável. Recluso, ele passa a maior parte do dia entre espiadas na janela e a leitura de livros de suspense, enquanto tenta vencer a insônia com o chá de alface preparado pela mulher.

"Noites de Alface" Foto: Divulgação
"Noites de Alface" Foto: Divulgação

Porém, o sumiço repentino do carteiro local, Aidan (Pedro Monteiro) muda a rotina de Otto: na investigação para descobrir o que de fato aconteceu, ele encontra em sua imaginação e na ficção elementos para entender uma nova realidade pessoal e a que está à sua volta.

Neste caminho, Otto se depara com os outros excêntricos moradores desta Paquetá fictícia: Nico (João Pedro Zappa), o incoveniente farmacêutico, a excêntrica Dona Iolanda (Teuda Bara), Teresa (Inês Peixoto) e seus cachorros barulhentos, Mayu (Lumi Kim) e seu avô, o velho Taniguchi (Antônio Sakatsume), um japonês ex-combatente de guerra que sofre de Alzheimer e o carteiro principal da cidade, Aníbal (Romeu Evaristo).

— É um personagem de um homem comum, solitário mas apaixonante. Quando fui lendo o roteiro, me vi muito naquele universo: o da solidão, da velhice, do tempo. Aos 65 anos, no Brasil, a gente perde muito contato com esssas ficções da vida. E agora principalmente, enquanto formos governados por pseudo-fascistas, vamos perder ainda mais — conta Everaldo.

Já Ada, avalia Marieta, é a ponte do recluso Otto com o mundo ao seu redor: é ela quem leva ao marido as novidades e informações do que acontece no pequeno mundo onde existem.

— Quando eu li o roteiro, eu falei: quero contar essa história, eu quero ajudar a contá-la através da Ada. Às vezes você quer fazer o personagem, mas eu nem fui assim com a Ada, eu me apaixonei mesmo pela história.  De cara, ela não é um personagem que tenha características psicológicas fortes. Ela é uma peça dessa engrenagem misteriosa, amorosa e poética. E a fotografia do filme mostra bem esse papel dela, sempre que está em cena, há luz.

Além de Marieta e Everaldo, o elenco é composto por membros do Grupo Galpão, do qual Zeca afirma ser "fã declarado":

—  Os personagens de apoio, digamos assim, são tipos que existem a partir da lente do Otto, do que ele está passando. Então eu queria que esse elenco tivesse uma unidade sobre o que é esse tom. Aí, imediatamente pensei em um elenco que já tivesse esse entendimento, o que me levou para o Galpão, que sou devoto, estou sempre indo ver o grupo, desde que sou adolescente.

Este e o primeiro longa de Zeca, que já dirigiu diversos documentários premiados, como "Terreiro Grande" e "Áurea", este último exibido em mais de 60 festivais pelo mundo e que conquistou 25 prêmios em festivais. A escolha pela adaptação do livro veio naturalmente: "antes mesmo de terminar de ler, eu já queria fazer o roteiro", contou:

— O que eu gosto muito nesse livro é como ele trata de temas densos e profundos, de forma leve, até engraçada. Tem uma cena em que os moradores se reúnem no filme para tratar de um assunto banal, que era a compra de uma lona, que acho muito engraçada, por exemplo. A Vanessa demorou seis meses para me responder depois que entrei com contato por uma rede social, e a partir daí fomos conversando, mas a gente só se viu uma vez.

Apesar de trazer uma mensagem tão importante para o Brasil de agora, como diz Marieta, o longa foi rodado em 2018, muito antes da pandemia. O que só demonstra, segundo ela, a capacidade que a arte tem de antecipar fatos:

“A arte tem essa capacidade infinita de prever e de olhar para o passado com outras lentes", afirma.

Lançamento adiado em um ano

Com um "orçamento enxuto", o filme, conta Zeca, teve o lançamento adiado algumas vezes por conta do coronavírus. Colocar ele em cartaz 2021, segundo o diretor, é uma verdadeira vitória. Para ele, apesar de uma realidade de cortes de verbas públicas para as artes, esse é um dos melhores momentos da produção cinematográfica brasileira:

 
 

— Estamos lançando com um ano de atraso da ideia original, e vou sentir falta de não ser em um cinema, uma experiência coletiva, mas tem uma hora que o filme tem que ir para a rua. Eu li uma frase em um debate que concordo, e dizia: a gente tá vivendo o pior momento do melhor momento do cinema brasileiro. Nunca produzimos tanto e vimos tão pouco. Mas eu diria que a gente nunca produziu tão bem também, com um cinema vindo de periferia muito bom. Tem muita coisa boa sendo feita, apesar de tudo.


O Globo sexta, 18 de junho de 2021

COPA AMÉRICA: APÓS JOGO CONTRA O PERU, NEYMAR CHORE E TITE PEDE CALMA COM GABIGOL

 

Após jogo contra o Peru, Neymar chora e Tite pede calma com Gabigol

Atacante do PSG disse ter passado ‘por muitas coisas nos últimos anos’, enquanto treinador pediu que não se crie expectativa excessiva em cima do jogador do Flamengo 
Neymar após a partida entre Brasil e Peru pela Copa América Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
Neymar após a partida entre Brasil e Peru pela Copa América Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
 

Neymar foi as lágrimas logo após a vitória da Seleção Brasileira sobre o Peru, por 4 a 0, nesta quinta-feira. Em entrevista, assim que saiu de campo, o jogador falou do seu novo recorde com a camisa do Brasil. Com o gol que marcou na partida, ele chegou a 68, um a mais do que Ronaldo Fenômeno, com quem dividia a posição de segundo maior goleador da seleção, atrás apenas de Pelé.

Análise:revezamento de Tite obriga Neymar a conduzir o Brasil à goleada sobre o Peru

Durante a sua resposta, o jogador se emocionou e chorou. Ele disse que passou por muita coisa nos últimos dois anos — fora dos gramados, ele foi acusado de estupro e assédio. 

— É óbvio que, para mim, é uma honra muito grande fazer parte da história da seleção brasileira. Para ser bem sincero, meu sonho sempre era jogar pela Seleção, vestir essa camisa. Nunca imaginei chegar a esses números. Para mim, é até emocionante, porque passei por muita coisa nesses dois anos, que são bem difíceis, complicadas, e esses números não são nada. A felicidade que eu tenho de jogar pelo Brasil, de representar meu país, minha família — disse o jogador. 

TITE PEDE CALMA 

Em entrevista coletiva, Tite foi perguntado sobre o desempenho de Gabigol, que não foi bem na partida e foi substituído no intervalo. O treinador pediu que não se crie uma expectativa excessiva em cima do jogador e garantiu que ele terá novas oportunidades na seleção: 

— Calma. O futebol é feito de calma, senão a gente cria uma expectativa excessiva de que o jogador já tem que entrar e produzir tudo o que ele faz no clube. Futebol é uma engrenagem, ele demora um pouquinho até se ajustar. No segundo tempo, usamos um número excessivo de atacantes, porque a gente achou que era o que o jogo pedia. Talvez, se tivesse o Everton com Gabriel e Neymar, seria melhor. Esses ajustes, a gente tem que ter calma. A gente vai trabalhando essas situações. 

O Brasil volta a campo na próxima quarta-feira, também no Nilton Santos, para enfrentar a Colômbia.


O Globo quinta, 17 de junho de 2021

COPA AMÉRICA: NEYMAR E GABIGOL TREINAM COMO TITULARES ANTES DO JOGO CONTRA O PERU

 

Neymar e Gabigol treinam como titulares na seleção antes de jogo contra o Peru

Dupla demonstrou bom entrosamento na vitória sobre a Venezuela
Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Foto: Lucas Figueiredo/CBF
A indicação do técnico Tite de que vai usar as partidas da primeira fase da Copa América para dar mais rodagem a algumas peças da seleção pode significar mais minutos em campo da dupla Neymar e Gabigol, que se deu bem na vitória sobre a Venezuela na estreia e deve iniciar como titular nesta quinta-feira contra o Peru, às 21h, no Nilton Santos.

Nesta quarta, no último treinamento em Teresópolis, o treinador começou a atividade com os dois atacantes em campo. Em seguida, colocou Gabriel Jesus no lugar de Gabi, como fez nos jogos pelas Eliminatórias da Copa. O atacante do Flamengo ainda utiliza uma bandagem de proteção na coxa direita, onde teve um edema muscular.

Quem também pode ter uma oportunidade depois de um período em que sofreu com problemas físicos é o meia Éverton Ribeiro. O jogador atuou no treino como coringa, mas depois foi para o time sem colete, considerado o titular, com Neymar.

Na parte fechada do treinamento, em que Tite deu ênfase à parte tática, não foi possível saber qual formação do técnico prevaleceu. Mas Thiago Silva, Alex Sandro, Fabinho e Éverton Cebolinha também podem aparecer entre os titulares. Richarlison iniciou a atividade entre os reservas, assim como Firmino. Ambos também foram titulares nas Eliminatórias.

Outros, como Casemiro e Marquinhos, são candidatos a ganhar um descanso e dar brecha para a volta de Thiago Silva, que havia ficado de fora por conta de uma lesão. Também pode acontecer o revezamento no gol, com a entrada de Weverton depois de boa participação de Ederson no último jogo. O goleiro do Palmeiras começou o treino no time titular.


O Globo quarta, 16 de junho de 2021

A PRINCESA E O ADEIRO: SÉRIE ISRAELENSE CHEIA DE ROMANCE E SEM ESPIONAGEM

 

'A princesa e o padeiro': série israelense cheia de romance e sem espionagem

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
Cena de 'A princesa e o padeiro' (Foto: Divulgação/Amazon)
Cena de 'A princesa e o padeiro' (Foto: Divulgação/Amazon)

 

Quem acha que a televisão israelense só produz ótimas séries de espionagem e guerra tem que experimentar “A princesa e o padeiro”. Lançada em 2013, a comédia romântica explodiu no Oriente Médio, até que a Amazon Prime comprou e exibiu pelo mundo. O sucesso se repetiu e houve uma adaptação holandesa (“Bagels & bubbels”, de 2015). Finalmente, a americana ABC fez a sua versão. “The baker and the beauty” teve uma única temporada em 2019/2020. Agora, os dez primeiros episódios da trama original estão no catálogo da Amazon daqui. É boa (e bobinha) diversão.

A ação se desenrola em Tel Aviv, mas parece uma daquelas histórias com atores jovens nos bairros mais prósperos de uma cidade na Califórnia. O elenco é lindo e frequenta as melhores festas. Seguimos o encontro acidental da mocinha, Noa Hollander (Rotem Sela), com o mocinho, Amos Dahari (Aviv Alush). Ela é modelo internacional e herdeira da maior fortuna de Israel. Ele, filho de um padeiro, de família iemenita e caipira. Eles se cruzam num restaurante elegante, onde ele está levado pela noiva. Uma eletricidade imediata surge entre os dois. É o que faz a história disparar.

O enredo recria pela milésima vez a aventura da Cinderela. No mundo de Noa tudo é festa. Ela viaja o tempo inteiro para Paris e Londres, mora numa casa linda e vive cercada de asseclas que fazem tudo para agradá-la. Já Amos se veste mal e nunca visitou um país estrangeiro. Mas eles se entendem muito bem. Os abismos culturais entre os dois geram situações de humor. Levinha, “A princesa e o padeiro” vale a viagem.


O Globo terça, 15 de junho de 2021

FESTA JUNINA NO DELIVERY: CINCO KITS PARA VOCÊ CELEBRAR EM CASA

 

 

Festa junina no delivery: cinco kits para você celebrar em casa

Vai ter paçoca, salsichão e quentão: chefs e donos de bares e restaurantes entregam delícias para a comemoração indoor
Bolo de amendoim caramelizado da Diva Confeitaria Foto: Divulgação/Jéssica Reis
Bolo de amendoim caramelizado da Diva Confeitaria Foto: Divulgação/Jéssica Reis
 

Santo Antônio, celebrado em 13 de junho, deu a largada: é tempo de festas juninas, e ainda vêm os dias de São João (24 de junho) e de São Pedro (29 de junho)! A má notícia é que, em mais um ano de pandemia do novo coronavírus, não vai dar para celebrar aglomerando com os amigos na rua. A boa notícia é que o fesejo está salvo, em novo formato, na segurança do lar. Pensando nisso, chefs e donos de bares e restaurantes investiram mais uma vez em uma fórmula que deu certo ano passado. Foram bolados kits juninos, para entregar em casa bolos fofinhos, salsichões, caldos verdes, batidinhas e outros quitutes. É só pedir e, se animação for muita, vestir com a família seu trajes para matar saudades da festa.

 

Bar Os Imortais

No kit do Bar Os Imortais, tem até batida de paçoca Foto: Divulgação
No kit do Bar Os Imortais, tem até batida de paçoca Foto: Divulgação

 

Ano passado teve. E este ano vai ter também: sem poder celebrar o festejo junino que costumava lotar a Rua Ronald de Carvalho, em Copacabana, o bar Os Imortais preparou mais uma vez um kit especial (R$ 80, serve duas pessoas) para levar a festa para dentro de casa: o público pode pedir para receber, nos fins de semana, um combo com salgadinhos da casa em versão miniatura (duplas de minibolinhos de arroz napolitano, bolinhos de feijão com couve, As Marias e Coxinhas da Vovó), minichurros com doce de leite, canjica, milho cozido, salsichão, caldo verde, pipoca e batida de paçoca (300ml).

Endereço: Rua Ronald de Carvalho 147, Copacabana. Encomendas/retirada pelo (21) 3563-8959 ou pedidos pelo Ifood ou Rappi. Seg e ter, das 18h à meia-noite. Qua a sex, das 18h à 1h. Sáb, das 12h à 1h. Dom, de meio-dia à meia-noite. R$ 80. Pedidos sempre até quinta-feira.

Liga dos Botecos

Kit Junino da Liga dos Botecos Foto: Divulgação
Kit Junino da Liga dos Botecos Foto: Divulgação

O bar em Botafogo que reúne ícones da gastronomia botequeira carioca também preparou seu Kit Junino(R$ 89, para duas ou três pessoas): vem com 4 mini Botero dogs, 2 salsichões acompanhados de mostarda artesanal de abacaxi, 2 espigas de milho com manteiga de ervas, cocada cremosa de maracujá (250ml), caldo verde (500ml), canjica (250ml) e 2 paçocas.

 
 

Serviço: Pedidos pelo telefone (21) 3586-2511. R$ 89, kit para duas ou três pessoas.
 

Diva Confeitaria Festiva e Afetiva

À frente da casa com seu nome em Vila Isabel, a chef-confeiteira Diva Oliveira criou novos sabores de bolos para os meses de junho e julho, que podem ser pedidos para incrementar a sua festa dentro de casa. Uma das sugestões, a de Cocada Cremosa(R$ 55), tem massa aerada com coco e coco fresco em calda de caramelo por cima. Outra pedida, a receita de Amendoim Caramelizado (R$ 55) leva massa amanteigada, um toque de amendoim e cobertura de amendoins caramelizados. As tortas têm 20cm e rendem cerca de 12 fatias.

Serviço: Encomendas pelo Instagram @divaconfeitariafestivaafetiva ou pelo telefone (21) 97599-3489.

Das Dani Buffet

Combo do
Combo do "Arraiá em Casa" do Das Dani Foto: Divulgação / Tomás Rangel

No ano passado a chef Daniela Almeida, que só trabalhava com eventos com seu buffet de pegada saudável, investiu pela primeira vez em um Kit Arraiá. Fez tanto sucesso que o planejamento inicial de um dia único para entregas desdobrou-se pelos fins de semana. Agora, nesta nova temporada, os pedidos poderão ser feitos em todos os dias de junho e julho. Há versões para 4 ou 6 pessoas. O Combo 1 (para 4 pessoas, a R$ 290) vem com cone de amendoim glaceado com chocolate, minimilho cozido (4 unidades), minibolo de fubá com calda de goiaba cremosa, paçoca (8 unidades), pé de moleque, canjicão, minicoxinha (10 unidades), dadinho de tapioca (10 unidades), caldo verde (450g) e salsichão com farofa (2 unidades). O Combo 2 (para 6 pessoas, a R$ 360) vem com cone de amendoim glaceado com chocolate, pinhão, minimilho cozido (4 unidades), minibolo de fubá com calda de goiaba cremosa, paçoca (8 unidades), pé de moleque (4 unidades), cocada cremosa (200g), canjicão, maçã do amor (2 unidades), minicoxinha (10 unidades), miniquibe (10 unidades), dadinho de tapioca com geleia de pimenta (10 unidades), minicachorro-quente (4 unidades), caldo verde (450g), vaca atolada (500g) e salsichão com farofa (2 unidades). Os clientes ainda podem acrescentar itens extras: quentão de vinho (R$ 60, 500ml), bolo de milho com goiaba picante (R$ 115, 23cm), arroz doce (R$ 60, 350g) e cuscuz com coco (R$ 65, 350g).

 
 

Serviço: Pedidos pelo telefone (21) 99928-3999, de seg a sex, das 8h30 às 19h30. Tem taxa de entrega, cujo valor, sob consulta, depende da localidade.

Malu Mello Catering

Bolo de milho na palha: uma das opções do Kit da chef Malu Mello Foto: Divulgação
Bolo de milho na palha: uma das opções do Kit da chef Malu Mello Foto: Divulgação

À frente do catering que leva seu nome, a chef Malu Mello também preparou um Kit Junino para a celebração em casa, em versões para 1 pessoa (R$ 80), 2 pessoas (R$ 160) ou 3 pessoas (R$ 210). O cliente pode escolher até 6 delícias em sua caixa. A lista de opções inclui bolos (que podem ser de  pamonha, aipim ou cenoura com chocolate), algodão doce, maçã do amor, pé de moleque, paçoca, canjica com amêndoas, arroz doce com farinha de paçoca, caldo verde (preparado com couve do sítio), caldo de ervilha, caldo de mocotó, milho verde e cachorro-quente. Para beber, chocolate quente com conhaque.

Serviço: Pedidos pelo telefone (21) 97014-8878. 

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.

 


O Globo segunda, 14 de junho de 2021

RAUL DE SOUZA SE ENCANTOU: MORRE UM DOS MAIORES TROMBONISTAS DO MUNDO, AOS 86 ANOS, DE CÂNCER

 

Morre Raul de Souza, um dos maiores trombonistas do mundo

Mestre da gafieira que tocou com os grandes do jazz nos Estados Unidos, músico carioca sucumbiu a um câncer, aos 86 anos, na França
O trombonista Raul de Souza, em 2010 Foto: Ana Paula Paiva / Agência O Globo
O trombonista Raul de Souza, em 2010 Foto: Ana Paula Paiva / Agência O Globo
 
 

RIO - Morreu na França, na noite deste domingo, aos 86 anos, o carioca Raul de Souza, músico de jazz considerado pela crítica internacional como um dos maiores trombonistas do mundo. Em nota no Facebook do cantor, a família escreveu: "Guerreiro, como sempre, lutou até o final de suas forças contra o câncer. O nosso herói brasileiro partiu para eternidade, deixando pra todos seu maior legado, sua música. Agradecemos imensamente o apoio que todos vocês sempre manifestaram."

Depois de uma vitoriosa carreiira no Brasil, no início dos anos 1970 Raul foi para os Estados Unidos, onde conseguiu se destacar no cenário do jazz ao lado de nomes como Cannoball Adderley, J.J.Johnson, Freddie Hubbard, Sonny Rollins, Cal Tjader e outros. Ele é inventor do “souzabone”, trombone elétrico com quatro válvulas, uma das quais cromática, afinado em dó.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1937, Raul começou a tocar aos 16 anos, na banda da Fábrica de Tecidos de Bangu. Em 1957, fez sua primeira gravação, ao lado da Turma da Gafieira, que reunia músicos como o violonista Baden Powell, o baterista Edison Machado e o acordeonista Sivuca. Mais tarde, fez parte do grupo Bossa Rio, do pianista Sérgio Mendes, com o qual gravou, em 1963, o LP “Você ainda não ouviu nada” e excursionou pelos Estados Unidos e Europa. Na época, integrou também a Orquestra Carioca da Rádio Mayrink Veiga e atuou em programas de televisão, acompanhando vários cantores, dentre os quais Roberto Carlos.

Em 1965, Raul gravou seu primeiro disco solo, "À vontade mesmo", um clássico do samba-jazz. Em 69, mudou-se para o México. Nessa época, foi convidado para participar de uma turnê de shows com Airto Moreira e Flora Purim. Em seguida, mudou-se para Boston, onde estudou na Berklee Music College. Por fim, mudou-se para Los Angeles, onde gravou o álbum "Colors", em 1975, produzido por Airto Moreira. Seria o primeiro disco de uma expressiva carreira internacional, na qual ele se apresentou em grandes festivais de jazz e gravou com músicos como  Sarah Vaughan, Stanley Clarke, Ron Carter, Sonny Rollins, George Duke, Chick Corea e  Lionel Hampton.


O Globo domingo, 13 de junho de 2021

FLAVIOLA SE ENCANTOU: MÚSICO REFERÊNCIA DA CENA PSICODÉLICA NORDESTINA MORRE, AOS 68 ANOS, DE COVID-19

 

 

Morre de Covid-19 o músico Flaviola, referência da cena psicodélica nordestina, aos 68 anos

Compositor lançou em 1976 o cultuado disco 'Flaviola e o Bando do Sol' que mistura folk-rock com música nordestina
Flaviola misturava em sua obra elementos do folk-rock com música nordestina Foto: Reprodução / Facebook
Flaviola misturava em sua obra elementos do folk-rock com música nordestina Foto: Reprodução / Facebook
 

Morreu em decorrência de complicações causadas pela Covid-19 o poeta, cantor e compositor Flávio Tadeu Rangel Lira, o Flaviola, aos 68 anos. O artista é uma das referências da cena musical psicodélica pernambucana dos anos 1970, ao lado de nomes como Alceu Valença, Lula Côrtes e Robertinho do Recife.

Em 1976 lançou o cultuado álbum "Flaviola e o Bando do Sol", trabalho que mistura folk-rock com ritmos e referências da música do nordeste. O disco foi reeditado nos anos 2000 pelos selos Time Lag (EUA) e Mr. Bongo (Inglaterra) e conquistou uma nova geração de fãs.

O artista só viria a lançar outro disco em 2020, quando pôs na rua o álbum autoral "Ex-tudo", disponível nas plataformas digitais. O pernambucano também autou como diretor musical de espetáculos de teatro como “Dzi Croquettes em bandália”.

Capa do disco 'Flaviola e o Bando do Sol' Foto: Reprodução
Capa do disco 'Flaviola e o Bando do Sol' Foto: Reprodução

Flaviola também ficou marcado por parcerias, como nas canções "Quasar do sertão" e "Martelo dos 30 anos" com  Zé Ramalho. O músico tinha ainda engatilhado um projeto de composições inéditas feitas com Lula Côrtes no anos 1970.

Natural de Recife, ele estava radicado no Rio de Janeiro há vários anos. Porém, voltou a morar capital Pernambucana nos últimos anos onde lançou seu segundo trabalho e viveu seus últimos dias.

 


O Globo sábado, 12 de junho de 2021

ELIANE GIARDINI: EM NOVELA DE JOÃO EMANUEL CARNEIRO, ATRIZ TERÁ PAPEL BEM DIFERENTE DOS QUE JÁ FEZ

 

Em novela de João Emanuel Carneiro, Eliane Giardini terá papel bem diferente dos que já fez. Saiba tudo

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
 
 
Eliane Giardini (Foto: Reprodução)
Eliane Giardini (Foto: Reprodução)

 

Eliane Giardini surgirá num papel diferente dos que já desempenhou em toda a carreira em “Olho por olho”novela das 21h de João Emanuel Carneiro. Ela viverá Judite, uma líder comunitária e costureira ligada ao carnaval. A personagem, um amor antigo do vilão interpretado por Tony Ramos, esconderá que ele é o pai de seu filho, Pablo (Caio Castro). Ela também será a madrinha da protagonista, uma deficiente visual (Leticia Colin) maltratada pela mãe (Gloria Pires).

Na história, prevista para suceder a "Pantanal" no ano que vem, Leticia vai formar par com Humberto Carrão. Já Caio se relacionará com Sophie Charlotte na trama. O personagem dele trabalhará numa grande loja de roupas e fragrâncias masculinas.


O Globo sexta, 11 de junho de 2021

JOÃO SANDANHA: O TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA DEMITIDO OR CONTRARIAR UM PRESIDENTE

 

João Saldanha: O técnico da seleção brasileira demitido por contrariar um presidente

 

O então treinador da seleção brasileira, João Saldanha, em janeiro de 1970
 

 

O clima na seleção brasileira não estava nada bom quando João Saldanha reuniu os jogadores e a comissão ténica no gramado do Itanhangá Golfe Clube, em São Conrado, no Rio, para tentar apaziguar os ânimos. "Vocês devem estar lendo muita coisa nos jornais, mas é preciso que saibam que eu não pedi demissão e nem vou pedir", disse o treinador gaúcho na tarde daquela terça-feira, 17 de março de 1970: "Fui convidado para o cargo e levo o barco até o fim, se quiserem".

 Por volta das 19h do mesmo dia, em reunião na sede da Confederação Brasileira dos Desportos (CBD), o dirigente Silvio Pacheco comunicou a decisão do presidente da entidade, João Havelange, de "dissolver" a comissão técnica, semanas antes da viagem para a Copa do Mundo do México. No estacionamento do prédio, em conversa com repórteres ávidos por informações, Saldanha reagiu à notícia com a sua peculiar ironia: "Dissolver, não, porque não somos sorvetes", disse ele. "O que aconteceu é que fomos demitidos", concluiu, antes de dar a partida em seu Volkswagen.

 

Treino da seleção brasileira no Itanhangá Golf Clube, em 1970
 

 

O jornalista nascido em Alegrete, no Rio Grande do Sul, não era uma pessoa fácil no trato. Intransigente e irrascível, arrumava encrenca com quer que fosse e era capaz de trocar tiros quando pisavam em seus calos. Mas, louco por futebol, tinha um conhecimento invejável sobre o esporte e comunicava muito bem a sua forma de ver o jogo. Ex-jogador do Botafogo, tornou-se um dos comentaristas mais populares do país, que não se abstinha de fazer críticas severas quando os negócios de cartolas interferiam com o que acontecia entre as quatro linhas.

Copa do México: A campanha do Brasil rumo ao título no Mundial de 1970

Em fevereiro de 1969, a CBD causara surpresa ao anunciar Saldanha para conduzir o escrete brasileiro nas eliminatórias da Copa que seria disputada no ano seguinte, no México. Além do inusitado que era um comentarista esportivo sem papas na língua à frente da seleção, o cronista gaúcho havia sido militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), perseguido pela ditadura militar vigente na época. "No Brasil, é preciso coragem, muita coragem, para escolher o homem certo", elogiou Nelson Rodrigues em sua coluna no GLOBO. "A partir do momento em que escolheu João Saldanha, Havelange descobriu, ao mesmo tempo, o caminho da vitória".

 

João Saldanha no jogo no empate entre Brasil e Bangu, em março de 1970

 

 Nelson chamava Saldanha de "João sem medo". O treinador mandou às favas o conhecido apelido de "seleção canarinha" e avisou que montaria um "time de feras". Seu elenco tinha como base as equipes do Santos e do Botafogo e, portanto, valia-se do entrosamento entre os jogadores dos dois melhores times em ação naqueles tempos. Sob a sua batuta, o escrete formado por craques como Pelé, Tostão e Gerson obteve uma sequência histórica de seis vitórias em seis jogos das eliminatórias, garantindo com facilidade uma vaga no Mundial de 1970.

Fotos: Resgatamos fotos do Brasil em todas as Copas do Mundo

Tudo parecia estar pronto para a sonhada conquista da Taça Jules Rimet, após a campanha pífia na Copa da Inglaterra, em 1966. Mas havia uma tempestade a caminho. Saldanha jamais escondera suas críticas ao governo militar. Em entrevistas após a abertura política, chamaria o então presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, de "maior assassino da história do Brasil". Em janeiro de 1970, no sorteio dos grupos da Copa, no México, ele entregou a representantes de diversos países um dossiê citando os mais de 3 mil presos políticos e centenas de opositores torturados e assassinados pelo regime. O Brasil vivia, então, o período mais violento da ditadura militar. O Ato Institucional 5 (AI-5) estava em pleno vigor.

 

Ao lado do então ministro da Justiça, Gama e Silva, o locutor Alberto Curi lê o Ato Institucional nº 5

 

 O governo dos generais estava em franca campanha para se aproximar da seleção. Queria faturar apoio público com o eventual êxito do time no México. No dia 8 de março, um repórter assuntou Saldanha sobre uma entrevista em que o presidente Médici manifestou sua vontade de ver o atacante do Atlético-MG Dario José dos Santos, o Dadá Maravilha, convocado para a seleção brasileira. Foi quando o treinador respondeu com uma declaração célebre que, nos bastidores, viria a selar sua demissão: "O presidente escala o ministério, e eu escalo a seleção". 

O "atrevimento" coincidiu com uma fase em que a equipe vinha sendo questionada na imprensa. No dia 4 de março, o Brasil perdera de 2 a 0 para a Argentina durante um amistoso em Porto Alegre, com Médici presente no estádio. Quatro dias depois, a seleção deu o troco, vencendo os rivais por 2 a 1 no Maracanã, no Rio, outra vez sob os olhos do general presidente, que assistiu ao jogo com radinho de pilha no ouvido. Entretanto, no dia 14 do mesmo mês, o time empatou em 1 a 1 com o fraco elenco do Bangu Futebol Clube. A crônica daquela partida publicada pelo GLOBO criticou um elenco "sem padrão, sem ritmo e sem condição física satisfatória".

 

Pelé de carona em carro da Polícia Civil no Clube Itanhangá, no Rio, em 1970

 

Outros elementos serviram de argumento para a demissão de Saldanha. Na noite de 12 de março, em um de seus arroubos de fúria, o técnico entrou armado e berrando impropérios na concentração do Flamengo, na Rua Jayme Silvado, em São Conrado, no Rio, para tirar satisfação do treinador rubor-negro, Dorival Knipel, também chamado de Yustrich, que horas antes ofendera duramente Saldanha em entrevista no rádio. O clube carioca reagiu exigindo da CBD um pedido público de desculpas e ameaçando entrar na Justiça contra o "invasor". Dias depois, o presidente da comissão técnica, Antônio do Passo, pediu demissão criticando a falta de padrão de jogo e de "tranquilidade" no ambiente da seleção. Crise instalada.

Rei do futebol: Em 1981, Pelé recebeu o troféu de 'atleta do século'

Para completar, no dia 16 de março, Saldanha revelou que não escalaria Pelé para um amistoso contra o Chile, dali a seis dias, em São Paulo. Havia especulações de que o craque do Santos não estava enxergando bem à noite. Ainda assim, o técnico foi bastante questionado. Ao justificar sua decisão, ele proferiu um termo racista que não seria tolerado nos dias de hoje: "Cheguei à conclusão de que o crioulo está mal e precisa descansar um pouco mais para voltar a sua melhor forma". Horas mais tarde, na derradeira reunião na CBD, Saldanha foi demitido com toda a comissão técnica. Zagallo foi escolhido como o novo treinador, pregando "humildade" no comando. No dia 20 de março, Dadá Maravilha chegava ao Rio para treinar com a seleção.

 

Dadá Maravilha observado por Zagallo em treino da seleção, em 1970

 

 Lendo os jornais daquela época, não há pistas de que a influência de Médici pesara na demissão de Saldanha. O próprio ex-treinador, em seus artigos diários publicados no GLOBO, não classificou o conflito público com o presidente como motivo para sua saída, alegando que a demissão fora provocada mais por seus constantes embates com cartolas do Brasil e da Europa. Mas, hoje, sabemos que a imprensa estava sob rígida vigilância, com a presença de censores do governo nas grandes redações para filtrar quaisquer notícias prejudiciais à imagem do regime. Após o fim da ditadura, em 1985, a verdade veio à tona.

Em 25 de maio de 1987, Saldanha foi entrevistado no programa "Roda Viva", da TV Cultura. Ele revelou que sabia que seus dias na seleção estavam contados quando Médici assumiu a presidência, em outubro de 1969, após a morte de seu antecessor, Artur da Costa e Silva. Segundo o jornalista esportivo, com Médici, "começou a pressão". Saldanha disse que Havelange chegou a implorar: "Pelo amor de Deus, chama o Dario que a gente fica bem com os homens". Mas que ele, então, respondia, "Havelange, não adianta se abaixar, quanto mais a gente se abaixar, mais eles vão malhar". Ainda de acordo com o ex-treinador, ele deixou claro que Dario não seria convocado: "Aí, pronto, me mandaram embora".

Em 2014, numa entrevista à "Rádio Gaúcha", o próprio Dadá Maravilha reconheceu a influência de Médici tanto em sua convocação para a Copa do México quando na queda do treinador que se recusava a chamá-lo. "O presidente falou que eu tinha que ser convocado e mandou tirar o Saldanha. Quem me contou isso foi o João Havelange, então presidente da CBD. Aí, o Havelange botou o Zagallo e ele disse: ‘eu conheço a fera, ele merece’. Fico triste em falar que o presidente me convocou. Mas o presidente pedindo a convocação me ajudou muito, isso eu tenho que reconhecer. Médici, descanse em paz".

 

O capitão do Tri, Carlos Alberto Torres, ergue taça Jules Rimet com Médici, ao voltar do México

O Globo quarta, 09 de junho de 2021

JOGADORES SE MANIFESTAM CONTRA COPA AMÉRICA, MAS DIZEM QUE NUNCA DIRÃO NÃO À SELEÇÃO

 

Jogadores se manifestam contra Copa América, mas dizem que nunca dirão 'não à seleção'; leia

Atletas dizem que não quiseram tornar discussão em torno da competição continental em assunto político
Neymar passa pelos marcadores em partida contra o Paraguai pelas Eliminatórias Foto: Foto Lucas Figueiredo/CBF / Agência O Globo
Neymar passa pelos marcadores em partida contra o Paraguai pelas Eliminatórias Foto: Foto Lucas Figueiredo/CBF / Agência O Globo
 
 

Após uma semana com bastidores tensos, a seleção brasileira venceu o Paraguai por 2 a 0, na noite desta terça-feira, no Defensores del Chaco. Logo após a sexta vitória em seis jogos do time de Tite, os jogadores publicaram um manifesto em suas redes sociais, liderados pelo capitão Casemiro. Na nota, se mostram contrários à realização da Copa América no Brasil e criticaram a Conmebol, mas dizem que não querem tornar a discussão "política". (leia a íntegra ao fim da matéria)

"Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil", diz trecho do manifesto, em tom que O GLOBO adiantou na última segunda-feira.

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Os jogadores decidiram divulgar, em conjunto com a comissão técnica, o manifesto. O objetivo foi deixar claro a insatisfação com os problemas da entidade na organização da Copa do América. Os atletas ficaram descontentes com a forma como o então presidente da CBF, Rogério Caboclo, conduziu o tema, sem conversar internamente sobre a transferência da Copa América para o Brasil.

Veja o favorito:Dirigentes da CBF já articulam sucessor de Caboclo

Também causou mal-estar o fato de nenhum dirigente ter se pronunciado publicamente sobre a transferência. Na entrevista pós-partida, Marquinhos, capitão da equipe, se esquivou ao falar sobre o assunto:

Crise na CBF:pressão sobre Caboclo movimenta debate interno sobre sucessão da entidade

— Sabemos todos sobre o contexto da Copa América. Foi muito discutido internamente e externamente. Em momento algum os jogadores se negaram a vestir essa camisa. É o nosso sonho de criança. É o maior orgulho para a gente estar vestindo essa camisa. A partir de agora vamos ver o que será decidido. Sabemos que existe uma hierarquia e estamos cientes do nosso papel. Não negamos em vestir essa camisa — afirmou o zagueiro.

Em coletiva, Tite se esquivou de polêmicas, mas diz não ser 'hipócrita ou alienado'.

 

Leia na íntegra:

"Quando nasce um brasileiro, nasce um torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto a realização da Copa América.

Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil.

Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização.

É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia mídia estamos presentes nas redes sociais. Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros.

Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a histórica camisa verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à Seleção Brasileira."

 

 


O Globo terça, 08 de junho de 2021

TINA TURNER ABRE O JOGO EM DOCUMENTÁRIO SOBRE SUA ARTE E VIDA PESSOAL, DOS EISDÓDIOS DE VIOLÊNCIA À VOLTA POR CIMA

 

Tina Turner abre o jogo em documentário sobre sua arte e vida pessoal, dos episódios de violência à volta por cima

Exibido nos Estados Unidos pela plataforma HBO Max, o longa 'Tina' traz relatos da cantora sobre os filhos problemáticos, a mãe distante e de como o budismo mudou sua vida
Tina Turner durante show no Pacaembu, em São Paulo, em 1988: sucesso internacional veio em 1984, aos 45 anos Foto: Olívio Lamas/Agência O Globo
Tina Turner durante show no Pacaembu, em São Paulo, em 1988: sucesso internacional veio em 1984, aos 45 anos Foto: Olívio Lamas/Agência O Globo
 
 

Numa noite de 1979, o produtor e agente musical Roger Davies estava no então badalado bar do histórico hotel Fairmont de São Francisco quando teve um susto: no pequeno palco do lounge estava alguém que ele tinha visto muitas vezes, anos atrás, em teatros, arenas e festivais: Tina Turner. Entre 1960 e 1976, Tina era a estrela da banda Ike & Tina Turner Review, uma locomotiva poderosa de rhythm’n blues, soul e rock’n roll liderada, oficialmente, pelo guitarrista/compositor/produtor Ike Turner, marido de Tina. Na verdade, a banda era efetivamente guiada, no palco, pela fornalha da voz e da presença de Tina.

Essa era a Tina que Roger Davies conhecia. Mas, fora do palco, a vida de Tina era o oposto, um sem-fim de opressão e violência, sob a tirania de Ike. Em 1976, Tina seguiu seu próprio rumo depois de um divórcio tão cruel e violento quanto sua vida de casada. Sua carreira parecia ter chegado ao fim — três álbuns solo não tiveram repercussão e, para se sustentar, Tina passou a se apresentar no circuito de bares e lounges.

— Essa era a história que queríamos contar — diz Simon Chinn, um dos dois irmãos produtores responsáveis pelo documentário “Tina”, exibido nos Estados Unidos pela plataforma HBO Max, que estreia dia 29 no Brasil. — Mas não queríamos contar só esta parte da vida de Tina. Queríamos abordar toda a vida dela, nos cumes e nos vales de tudo que ela passou.

Simon e Jonathan Chinn tiveram seu primeiro contato direto com a cantora quando produziram o material promocional do musical “Tina”, em Londres e, depois, em Nova York, em 2018 e 2019.

— Nossas conversas com Tina e Erwin (Bach, marido de Tina desde 2013 e seu parceiro desde 1986) não foram no sentido de papéis e legalidades — continua Simon Chinn. — Foram para assegurar que ela seria nossa parceira, que o filme respeitaria sua privacidade, e que ela tinha o controle dos limites da narrativa.

 

As conversas valeram a pena — “Tina” mergulha plenamente na intimidade da artista: a família, a mãe distante, os filhos problemáticos, o primeiro marido violento, as humilhações, a volta por cima, os momentos de gênio no processo da criação da coreografia e de toda a apresentação que, anos mais tarde, seria quase padrão.

— Vou confessar: T.J. e eu ficamos paralisados quando começamos a nos preparar para entrevistar Tina — diz Daniel Lindsay, que, com T.J. Martin, dirigiu o documentário. — Nossa proposta aos produtores foi a de fazer, primeiro, uma entrevista profunda com ela, no tempo que ela concordasse em nos dar. Queríamos que a narrativa dela fosse a espinha da obra. Faríamos a pesquisa a partir disso. Mas, quando nos demos conta de que íamos realmente conversar com ela, bateu uma espécie de pânico, porque ela é uma grande estrela, uma estrela de verdade.

O codiretor T.J. Martin completa:

— Ela se abriu conosco. Tínhamos dito para nós que deveríamos ser supercuidadosos com ela, não tocar nos momentos difíceis da vida dela. E Tina nos surpreendeu logo no começo: ela mesma abordou todos os seus piores momentos, sem poupar nada. Foi uma revelação. Foi o modo dela de nos dizer: “Já passei por tudo isso, já processei todo o meu trauma, agora quero que vocês me vejam como uma pessoa que já superou tudo isso e está pronta para compartilhar esta história”.

 

Imagens jamais vistas

Para manter a privacidade, as entrevistas gravadas em imagem foram feitas numa mansão, cedida por um amigo do casal, no Centro de Zurique — Tina mora na Suíça desde 1994 e em 2013 tornou-se cidadã do país. As entrevistas em áudio foram feitas na residência da artista e, num breve momento, há uma tomada da casa do casal em Küsnacht, às margens do lago que faz parte da propriedade.

Tina também cedeu boa parte de suas imagens pessoais, tanto fotos quanto vídeos — inclusive uma cena muito íntima, em que ela faz sua prece budista diária, uma prática que abraçou em 1973 e que, segundo a cantora, mudou sua perspectiva de vida, primeiro como uma forma de se proteger da violência de seu casamento.

Muitas imagens jamais vistas do interior da primeira casa de Tina, em Los Angeles, nos anos 60, se devem ao cineasta brasileiro Flavio Florêncio, que, nos anos 70, conseguiu filmar a residência por dentro e por fora, antes que ela fosse demolida.

— É um material incrível, um plano-sequência que ele teve a sorte e o talento de fazer — diz Simon Chinn. — Esse material foi essencial para nosso filme.


O Globo segunda, 07 de junho de 2021

CONHEÇA A DIRETORA DA PRIMEIRA ESCOLA CHINESA INTERNACIONAL DO RIO, RECÉM-ABERTA EM BOTAFOGO

 

 

Conheça a diretora da primeira escola chinesa internacional do Rio, recém-aberta em Botafogo

Natural de Pequim, a pedagoga Yuan Aiping, que mora na cidade há 24 anos, fala sobre o ódio contra asiáticos: 'Professores são alvos de insultos'
Yuan Aiping Foto: Ana Branco/Agência O Globo
Yuan Aiping Foto: Ana Branco/Agência O Globo
 
 

A pedagoga chinesa Yuan Aiping, de 59 anos, não poderia imaginar o que o destino a reservava quando, a caminho dos Estados Unidos, decidiu incluir o Rio no roteiro, para distrair a mente e encher os olhos antes de uma temporada de estudos. “Fiquei tão encantada pela cidade que nunca mais fui embora”, conta. O ano era 1997 e a especialização em línguas programada nos EUA foi adiada para sempre. “Desde pequena tinha o sonho de morar perto do mar, em um lugar de clima e pessoas quentes”, lembra Yuan, que é de Pequim. “Ao me deparar com a beleza da Praia de Copacabana, decidi ficar”, diz. Determinada, conseguiu um visto e ingressou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para aprender português. “Em seis meses, dominei o idioma.”

A forte conexão com a cidade — “sou a chinesa mais carioca que existe” — fez com que ela se tornasse, nos últimos 24 anos, uma ponte entre as duas culturas. Em 2004, fundou o Centro Cultural China-Brasil, com filiais em Xangai e Pequim, dando aula de mandarim para brasileiros e de português para chineses, além de ter publicado mais de 20 livros, didáticos e de turismo. “Comecei a carreira com quatro alunos. Hoje, pelo Centro, já passaram mais de 40 mil”, comemora. Não à toa, Yuan ocupa o cargo de diretora-geral da Escola Chinesa Internacional, que abriu as portas em fevereiro deste ano, em Botafogo. “Já existiam as escolas Americana, Britânica e Alemã. Precisávamos de um espaço para disseminar a cultura chinesa”, afirma. “Nosso objetivo é proporcionar um ensino de referência internacional no Brasil, em um ambiente trilíngue (mandarim, português e inglês)”, emenda.

Yuan na Escola Chinesa Internacional Foto: Divulgação
Yuan na Escola Chinesa Internacional Foto: Divulgação

Ela lembra do choque cultural que sentiu nos primeiros meses de Rio. “A nossa cultura é muito fechada. E, quando saí de lá, o país ainda era bastante pobre”, conta. “Ao chegar, fiquei escandalizada, por exemplo, com revistas com fotos de mulheres nuas, penduradas nas bancas. Isso na China daria cadeia”, compara. Mas, de lá para cá, muita coisa mudou. “Na minha época, enxergávamos os estrangeiros como monstros. Hoje, a China é uma potência, está bem mais aberta e absorvendo muito o que vem de fora.”

 

Mãe de Liu Si, de 31 anos, ela conta que a filha permaneceu na China com o ex-marido e, atualmente, cursa um MBA em Finanças nos Estados Unidos. “Sofri muito com a distância, mas sem o meu sucesso profissional no Brasil, ela não teria tido tantas possibilidades, como estudar fora.”

Totalmente adaptada ao lifestyle carioca, Yuan não abre mão de pedalar, todos os domingos, seis quilômetros pela orla da Barra, onde mora, é Mangueira de coração, escola de samba pela qual já atravessou mais de uma vez a Avenida, e coleciona amigos pela cidade. Sobre namorados “from Rio”, despista sem alterar a voz: “Me casei com o meu trabalho.”

 


O Globo domingo, 06 de junho de 2021

ROBERTA SÁ: CANTORA APRESENTA SAMBAS E BOSSAS, SEU DISCO ESCONDIDO, EM LIVE NESTE SÁBADO

 

Roberta Sá apresenta 'Sambas e bossas', seu 'disco escondido', em live neste sábado

Cantora também faz planos para o pós-pandemia: 'Quero reaprender a andar de bicicleta'
A cantora Roberta Sá Foto: Pedro Bucher / Divulgação
A cantora Roberta Sá Foto: Pedro Bucher / Divulgação
 
 

Até ser lançado ontem nas plataformas digitais, o disco “Sambas e bossas”, de Roberta Sá, tinha um certo status de tesouro escondido. Isso porque o trabalho, gravado em 2004, não chegou a ser distribuído comercialmente, nem era considerado pela cantora como parte de sua discografia oficial. O álbum foi feito sob encomenda por uma multinacional que comemorava dez anos de atuação no Brasil, enquanto “Braseiro”, seu celebrado disco de estreia, estava no forno. Algumas das cópias distribuídas pela empresa acabaram foram parar nas redes e viralizaram.

Mais shows:Lives da semana têm Bell Marques, Roberta Sá e Gusttavo Lima entre os destaques

Agora, 17 anos depois, atendendo a pedidos, Roberta Sá resolveu desengavetar o “Sambas e bossas”, que ganhou também uma versão em vinil. Hoje, acompanhada do violão de Rafael dos Anjos, ela faz live de lançamento do novo-antigo trabalho, no Teatro Claro Rio, em Copacabana, com transmissão ao vivo e gratuita pelo YouTube (/teatroclarorio).

Entre as canções do repertório estão standards como “Alegria” (Cartola), “O sol nascerá” (Cartola e Elton Medeiros), “Falsa baiana” (Geraldo Pereira), “Chega de saudade” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e “A flor e o espinho” (Nelson Cavaquinho, Alcides Caminha e Guilherme de Brito), além de outras músicas que estavam na cabeça de Roberta Sá, então com 23 anos.

— Escolhemos uns clássicos bem clássicos mesmo. Ao mesmo tempo, tem “Fica melhor assim” (Zé Renato e Xico Chaves), uma bossa menos conhecida, mais jovem, e “Essa moça tá diferente”, do Chico Buarque, que na época estava muito estourada com o Bossacucanova. Era o que eu ouvia quando ia para o Democráticos, na Lapa. Tocava muito — diz a cantora, que também vai apresentar uma música inédita no show de hoje, “Mudando de canal”, feita e parceria com João Cavalcanti.

 

Acolhida no Rio

Revelada no programa Fama, da TV Globo, Roberta Sá chegou a se formar em jornalismo antes de engrenar na música. Nascida em Natal, ela se mudou para o Rio de Janeiro com a mãe e o padrasto aos 9 anos. Na nova cidade, se encantou com a beleza do lugar, desaprendeu a andar de bicicleta — “acho que foi algum trauma mesmo, de me assustar com o movimento, porque eu andava muito de bicicleta em Natal” — e, anos mais tarde, foi frequentadora assídua de uma Lapa que passava por um renascimento cultural.

— Lembro da primeira vez que saí do Túnel Rebouças e olhei a Lagoa, nunca esqueço dessa cena. Pensei: “não to acreditando que vou morar aqui!”. Com 20 anos, descobri a Lapa, e era uma época que tínhamos Teresa Cristina no Semente, Nilze Carvalho no Carioca da Gema... Essa efervescência da Lapa eu vivi muito intensamente, fiquei na boemia por um tempo. Conheci Yamandu Costa, Zé Paulo Becker, foi um período muito bom.

Apesar de outro lançamento recente — “Giro”, seu sétimo álbum de estúdio, foi lançado em 2019 —, a cantora prepara, aos poucos, um novo disco de inéditas. Mas ainda não escolheu qual será o clima.

— O “Sambas e bossas” me dá um tempo para respirar, para pensar num próximo álbum de inéditas. Penso muito em que tipo de musica lançar neste cenário. Queria um disco festivo, mas não consigo sentir esse clima ainda. Existe a possibilidade de gravar algo mais introspectivo agora e esperar o momento festivo pra depois, porque no momento está difícil — diz a cantora, prometendo outra tarefa para o pós-pandemia. — Quero reaprender a andar de bicicleta.


O Globo sábado, 05 de junho de 2021

J. K. ROWLING: AUTORA DE HARRY POTTER GARANTE ALGUMA DIVERSÃO EM NOVO LIVRO POLICIAL

 

Sem acertar na literatura adulta como na saga 'Harry Potter', J.K. Rowling garante alguma diversão em novo livro policial

Em meio à campanha de cancelamento por acusações de transfobia, escritora viu vendas de ‘Sangue revolto’, lançado sob o pseudônimo de Robert Galbraith, superar as expectativas no Reino Unido
J.K. Rowling em 2018: quinto livro policial Foto: TOLGA AKMEN / AFP
J.K. Rowling em 2018: quinto livro policial Foto: TOLGA AKMEN / AFP
 
 

Sob o pseudônimo (inútil) de Robert Galbraith, chega ao país mais uma obra da criadora de Harry Potter & Cia. “Sangue revolto”, da inglesa J. K. Rowling, é a quinta aventura de Cormoran Strike e Robin Ellacott, sócios numa agência de detetives particulares. Ele é veterano, já bem respeitado no métier; ela é novinha, competente, um futuro brilhante. Desta vez, investigam um assassinato ocorrido há 40 anos. Conseguirão desvendar o caso?

Claro que sim, ou não haveria livro. Como em thrillers desse tipo, “Sangue revolto” reserva uma surpresinha básica no fim, com resolução coerente, após pistas falsas, personagens suspeitos, avanços e recuos — e é disso que o povo gosta. Tanto que o título, lançado na Inglaterra e nos EUA ano passado, recebeu o prêmio British Book Award de 2020, na categoria Crime e Ficção.

A partir daí, em mais de 900 páginas, Rowling tem espaço bastante para misturar muitas tramas, encher linguiça, confundir o leitor e partir para o final feliz. Escritora experiente e prolixa, bem assessorada, ainda não se mostrou tão inventiva na literatura adulta quanto em “Harry Potter”. Mas, mesmo sem grandes novidades, o entretenimento é garantido.

Strike e Robin são uma dupla afinada, quase feitos um para o outro. Poderiam até render momentos mais calientes, não fosse Rowling tão pudica. Eles vivem num chove-não-molha afetivo, mas algo ainda deve rolar entre os dois nos próximos livros da série — até porque sua criadora já declarou que não pretende dar fim a esses seus personagens tão simpáticos.

A propósito, não falta gente torcendo pelo fim não do casal, mas da própria escritora — e eis aqui a melhor história envolvendo “Sangue revolto”. Desde 2019, quando fez declarações deveras transfóbicas, Rowling já era alvo de críticas pesadas e pertinentes nas redes sociais. A perplexidade era justificada. O caso ficou em banho-maria, mas não morreu.

 

A situação ferveu mesmo quando “Sangue revolto” veio à tona, em setembro de 2020. Isso porque um dos personagens, Dennis Creed, usa roupas femininas para ganhar a confiança de suas vítimas, todas mulheres, antes de matá-las. Quando estas percebem o logro, já era. Com isso, Rowling foi acusada de reforçar o preconceito contra travestis e transgêneros.

Fãs decepcionados

Nesse caso, a crítica já não parece tão pertinente exclusivamente porque se trata, afinal, de uma criação artística — que, por definição, deve pairar acima das censuras. Quanto ao personagem, digamos que cada doido, fictício ou não, abre caminhos para viabilizar suas doideiras, criminosas ou não — e Creed as viabilizava disfarçando-se de mulher. Curioso é que críticos se incomodem com a ideia de um psicopata vestir-se como mulher, e não com os assassinatos em si.

A intriga não para aí. Há quem diga que Rowling adotou o pseudônimo Robert Galbraith em alusão a um psiquiatra homônimo já morto, pioneiro em terapia de “cura gay”, lá pelos idos dos anos 1970. Seria bizarro, mas ela negou, claro. Não adianta: aos 55 anos, a escritora agora está no meio de uma batalha pelo seu “cancelamento”. Milhares de fãs já se declararam decepcionados com ela, livrarias australianas suspenderam as vendas de seus livros e por aí vai. Aguardemos novos capítulos.

De qualquer maneira, esse boicote mostrou-se ótima peça de marketing de “Sangue revolto”. Pretendendo normatizar a criação artística na base do grito, as queixas só aumentaram a expectativa dos leitores. Resultado: as vendas no lançamento, na Inglaterra, ficaram acima do esperado.

Mas uma questão ainda está aberta: para que serve um pseudônimo se todo mundo sabe que é J. K. Rowling por trás dele?

* Nelson Vasconcelos é jornalista


O Globo quinta, 03 de junho de 2021

JOSÉ LINS DO REGO RESSURGE COMO CRONISTA E COSMOPOLITA EM SEU ANIVERSÁRIO DE 120 ANOS

 

José Lins do Rego ressurge como cronista e cosmopolita em seu aniversário de 120 anos

Enquadrado como 'romancista regionalista', paraibano tem outras facetas menos conhecidas, como mostra pesquisa e livro com crônicas inéditas
 
O escritor José Lins do Rego em Athenas, com sua esposa, Filomena Massa, e sua neta, Adriana (1955) Foto: Acervo Familiar / Divulgação
 

RIO - Um dos maiores expoentes do romance regionalista, o paraibano José Lins do Rego, que completaria 120 anos nesta quonta-feira, 3, dizia que o mundo fabuloso de seus livros era composto por “rudes homens do cangaço” e “sertanejos castigados”. Mas se o autor de dois dos maiores clássicos da literatura brasileira do século XX, “Menino de engenho” e “Fogo morto”, foi celebrado principalmente por suas narrativas sobre o Nordeste, algumas de suas facetas menos conhecidas começam a ressurgir na academia e no universo editorial.

Semana de Arte Moderna de 1922:Especialistas põem em xeque hegemonia historiográfica do evento

O romancista que retratou a vida privada dos engenhos do Nordeste e a decadência da economia açucareira foi também um arguto cronista da vida urbana do Rio. O homem que voltava sempre às “terras tostadas de sol” de sua aldeia natal foi também um viajante cosmopolita, em contato com a cena literária internacional. Esse outro escritor, aliás, é o destaque de “As melhores crônicas de José Lins do Rego”, que sairá neste semestre pela Global, e reunirá textos do paraibano publicados na imprensa, muitos deles ainda inéditos em livro.

O turista aprendiz: Uma viagem pela cultura popular inspirada nas pesquisas de Mário de Andrade

Como explica o organizador Bernardo Buarque de Hollanda, a obra tem como objetivo apresentar às novas gerações a produção cronística de Zé Lins, morto em 1957. Os mais jovens talvez conheçam a sua relação com o futebol (em especial sua paixão pelo Clube de Regatas Flamengo, cantada em milhares de textos na imprensa), mas não acompanharam suas colunas da época.

Crítico de cinema

Poucos sabem, por exemplo, que ele chegou a ser uma espécie de crítico de cinema no GLOBO, jornal em que publicou mais de duas mil crônicas entre 1944 e 1956. Escreveu sobre Chaplin, Buster Keaton, Walt Disney e Branca de Neve. O autor também manteve a coluna fixa “Conversa de lotação”, inspirada em papos que ouvia no transporte público.

— Eu diria que 95 por cento dos textos publicados no GLOBO ainda estão inéditos em livro — diz Buarque de Hollanda. — Seus romances foram todos republicados dezenas de vezes (“Fogo morto”, por exemplo, está em sua 84ª edição), mas as coletâneas de crônicas nunca tiveram reedições. Neste novo volume, selecionei algumas das crônicas que já haviam saído em coletâneas como “Gregos e troianos” (1957) e juntei com outras nunca publicadas antes. Considero os escritos de “Conversa de lotação” fundamentais por trazerem essa observação da vida urbana carioca.

 


O Globo quarta, 02 de junho de 2021

RAUL SEIXAS: KIKA SEIXAS RELEMBRA EM LIVRO RELAÇÃO COMO CANTOR E SEUS PROBLEMAS COM ÁLCOOL E NARCÓTICOS

 

 

Kika Seixas relembra em livro relação com Raul Seixas e seus problemas com álcool e narcóticos

Mãe de Vivian, caçula do músico, produtora comenta decisões que tomou sobre internações compulsórias: 'Generoso, amoroso e muito culpado'
Raul Seixas em abril de 1983 Foto: Lucio Marreiro / Agência O Globo
Raul Seixas em abril de 1983 Foto: Lucio Marreiro / Agência O Globo
 
 

Vivian Seixas fez 40 anos no último dia 28 e ganhou um presente emocionante: a história de amor dos pais contada em livro. O valor do registro, no entanto, vai além da relevância familiar quando o pai é o músico Raul Seixas, um dos maiores artistas do Brasil, e a mãe, a produtora Kika Seixas, terceira mulher dele e uma das responsáveis pelo acervo do músico.

“Coisas do coração — Minha história com Raul Seixas” (Editora Ubook), de autoria da própria Kika e Toninho Buda, que acaba de ser lançado, traz 472 páginas com as lembranças da vida do casal, que se conheceu em 1979, quando ela era secretária executiva da gravadora Warner e deu uma carona para o músico.

 

 

—Sempre perguntava a minha mãe coisas do passado, da infância, e eu via que ela puxava lá no fundo do HD. Ela dizia: “Que bom que você perguntou, pois eu estava esquecendo” — diz a caçula de Raul, a DJ Vivian.

O maluco beleza teve mais duas filhas, de dois casamentos anteriores: Scarlet e Simone, que moram nos Estados Unidos.

— Há uns anos, minha mãe falou que queria escrever um livro sobre a vivência com meu pai, mas ela é muito low profile. Falei: “Mas pensa que é para mim! Para os fãs, lógico, mas para mim também” — lembra Vivian.

Vivi, Kika e Raul Seixas Foto: Arquivo pessoal
Vivi, Kika e Raul Seixas Foto: Arquivo pessoal

A história dessa relação — que não termina em 1984, quando eles se separam, muito menos em 1989, quando ele morre — não deve ser lida apenas como um presente para Vivian ou para os fãs. Há também um tom de acerto de contas, já que o livro expõe, com fac-símiles de diversas cartas, a relação da produtora com a mãe de Raul, Maria Eugênia. Numa delas, de 14 de outubro de 1989, menos de dois meses depois da morte do artista, a matriarca diz que mandou coisas do baú do Raul para a ex-nora(“Despachei dez volumes pela Fink Transportadora para sua casa(...). Você tem aí um belo acervo artístico e muitas coisas pessoais dele”).

 

'O dia em que a Terra parou'conheça a história do disco de Raul Seixas que voltou com o novo coronavírus

— Para quem me chamou de aproveitadora, de esperta, aqui está a carta dela me entregando o baú — diz Kika, que produziu, nos anos 1990, livros e shows com a marca “Baú do Raul”. — Um dos motivos que mais me deram ânimo nesse trabalho com o “Coisas do Coração”, além da minha filha, foram esses documentos. Dona Maria Eugênia era um exemplo de mulher.

Sylvio Passos, criador do primeiro fã-clube de Raul, que acabou virando amigo pessoal do ídolo e ficando com parte do baú, considera as contribuição de Maria Eugênia, morta em 2002, um dos pontos altos da obra.

Apoio das mulheres

São comoventes também as passagens que mostram como o vício em álcool e narcóticos dilacerou a relação entre Kika e Raul. A produtora relata vezes em que teve que dormir na casa de vizinhos porque o apartamento estava empesteado com cheiro de de éter e as decisões que tomou sobre internações compulsórias (“Uma das manhãs em que estava voltando do bar, foi surpreendido por dois enfermeiros que o agarraram e colocaram dentro de uma ambulância”). As passagens trágicas mostram o lado humano da estrela do rock.

— Depois da terceira internação, eu desisti. Senti que ele não ia superar. Ele era um homem doce, tímido, um pai generoso, amoroso e muito culpado. Quando ele botou o pé na fama, perdeu o rumo mesmo — diz Kika, hoje casada com o músico Arnaldo Brandão.

Muitos desses episódios tristes foram novidade para Vivian. A DJ guardou na memória de criança capítulos lúdicos (que estão descritos no livro também) de o pai brincando de esconder bonecas do congelador ou contando histórias do peixinho Felipe.

— Minha mãe sempre me falou das coisas positivas dele. Das barras pesadas, ela quis me poupar — diz Vivian. — Fiquei ainda mais fã dela e da minha avó, que tiveram que lidar com o alcoolismo do meu pai. É um livro que mostra a força das mulheres.

'Terapia de regressão'

Além da intimidade de Raul como um sujeito normal (“A gente sentia o quanto ele tinha prazer em ser o nosso provedor”), “Coisas do coração”, acredita Toninho Buda, ajuda a desmistificar a linha dos tempos áureos do artista.

— Conseguiram montar um discurso de que Raul Seixas, nos anos 1980, foi só decadência. Realmente, quando se aproximou da Kika, em 1979, estava no fundo do poço. Mas, no ano seguinte, grava “Abre-te Sésamo” (CBS) e ganha disco de ouro (só em 1984, pelo selo Harmony). Na década de 1980, ele tem quatro discos de ouro (“Abre-te Sésamo”; “Plunct Plact Zoom”, com vários autores; “Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!”; e “A panela do Diabo”) — diz Toninho. — Raul foi um gênio sempre.

O amigo e escritor se emociona ao lembrar do processo de confecção da obra, que ele define como “uma terapia de regressão violentíssima”.

"Coisas do Coração - Minha história com Raul Seixas", de Kika Seixas e Toninho Buda Foto: Divulgação
"Coisas do Coração - Minha história com Raul Seixas", de Kika Seixas e Toninho Buda Foto: Divulgação

—Achávamos coisas e começávamos a chorar. Saímos dessa experiência com um alívio enorme, com gratidão.

Revirar as memórias intangíveis e pastas empoeiradas pode ser doloroso, mas é uma missão que Kika não parece querer desistir. A ex-mulher sonha em, depois da pandemia, conseguir apoio para montar um acervo aberto ao público com o guarda em casa. Na exposição, certamente estará a jaqueta de couro usada na foto de capa do livro, de Mário Luiz Thompson, onde Raul aparece, nas palavras de Kika, como “marido, pai, apaixonado”.


O Globo terça, 01 de junho de 2021

CLAUDIA RAIA FALA DE SASSARICANDO E CASAMENTO DOM ALEXANDRE FROTA

 

Claudia Raia fala de 'Sassaricando' e casamento com Alexandre Frota

GABRIELA ANTUNES

 
 
 
Claudia Raia (Foto: Reprodução)
Claudia Raia (Foto: Reprodução)

 

Sucesso de Silvio de Abreu de 1987, "Sassaricando" está de volta ao ar no Globoplay. Apesar de não ser a protagonista da história, Tancinha, personagem de Claudia Raia, acabou roubando a cena e fez um sucesso estrondoso. Tanto que alçou a atriz a um outro patamar de sua carreira:

- Considero a personagem um turning point (ponto de virada) na minha carreira. "Roque Santeiro" tinha feito sucesso, mas eu nem sabia o que estava fazendo ali direito. Um dia, cruzei com o Silvio nos corredores da Globo. Eu não sabia quem era, e ele veio falar comigo: "Sou autor e estou escrevendo uma personagem para você na novela das 21h. Vai ser um grande sucesso na sua carreira". Agradeci, mas não entendi muito bem. Depois, quando já tinha texto, fui de ônibus, porque não tinha grana, para São Paulo. Fiquei dias indo às feiras no Brás. Fiz meu laboratório e ali começou todo o meu trabalho de prosódia, que depois desenvolvi melhor. No começo, a personagem foi rejeitada, diziam que era chatíssima. Silvio meu disse: "Não mude uma vírgula". E ele estava certo. Foi um processo muito bacana, a criação em cima de uma simplicidade mesmo. Ela era um furacão, absolutamente feminista. Batia nos homens e, ao mesmo tempo, era sexy e ingênua. Uma coisa meio Marylin, alma de criança e invólucro de mulherão.

- Acho muito legal porque o público jovem está se interessando pelo que a gente fazia lá atrás. Isso não significa que agora não é bom e antes era. Mas acho que, antes, tínhamos uma dramaturgia mais coesa, digamos assim. Sem interferência da internet, sem a rapidez do streaming, que pulveriza um pouco a TV aberta. Embora eu acredite que ela ainda sobreviverá muitos anos justamente porque o nosso DNA é a teledramaturgia. Sinto muito isso pelas amigas da Sofia (sua filha), que chegam falando: "Tia, estou vendo sua novela". Fico muito feliz de ver a Globo resgatando essas várias produções para o streaming. Sempre achei que esse acervo seria um trunfo. 

Na novela, Claudia contracenava com seu marido da época, Alexandre Frota, com quem ficou casada de 1986 até 1989. Em sua biografia, lançada no ano passado, a atriz definiu o relacionamento como um "devaneio adolescente" e contou que, em algumas ocasiões, chegou a jogar as roupas do ator na rua e trocar a fechadura de casa. Nos bastidores de "Sassaricando", no entanto, o clima entre os dois era de muita sintonia:

- Nós fazíamos muito sucesso, muito mesmo. Éramos tipo o casal da vez. Ele sempre foi comprometido com trabalho. E a gente era do mesmo núcleo, então, às vezes facilitava e às vezes, não. Mas era o auge no nosso casamento, dava tudo certo. Naquela época efervescente dos anos 1980, auge das revistas de fofoca, a gente acabava sofrendo um pouco com essa interferência. Misturava Claudia Raia e Alexandre com Beto e Tancinha.

A atriz confessa que não tem como negar que foi impulsiva quando decidiu se casar pela primeira vez:

- Uma pessoa que se casa com 18 anos não pensa. Eu digo que foi um devaneio, mas foi um devaneio delicioso. Me apaixonei e casei, ninguém colocou uma faca na minha garganta me obrigando, muito pelo contrário. Não me arrependo, faz parte da história da minha vida. Se eu não tivesse tido um relacionamento conturbado na juventude, talvez não tivesse tido um casamento que durou tanto depois, e não tivesse chegado até aqui, com o Jarbas (Homem de Mello, seu atual marido). Foi a construção de um caminho. Eu tinha 18 anos, ele, 20. Então, até que durou muito, quase cinco anos. As pessoas me veem assim, muito livre e alegre, mas eu sou do interior. Tenho essa questão dicotômica.  Ao mesmo tempo que tenho esse meu jeito, tive uma formação tradicional, de gostar de casar, de ter casa. Mesmo nos anos 1980, nunca fiz as loucuras da época. O pessoal ficava pulando de boate em boate. Eu já era bailarina, muito disciplinada, não bebia, só água. Chegava às festas, me jogava um pouco na pista e ia embora.

A atriz, que é mãe de Enzo, de 24 anos, e Sofia, de 18, ambos namorando atualmente (ele com a atriz Bruna Marquezine), diz que os apoiaria caso também quisessem se casar cedo:

- Cada um tem sua história. Uma grande paixão não tem idade. Essas coisas têm que ser vividas, não posso dizer se está na hora, porque cada um tem a sua. Quando os filhos crescem, a gente fica ali dando apoio. Dou minha opinião se eles quiserem, mas as escolhas são deles. E eu tenho que me adequar, me adaptar e entender os motivos deles. No fim, qual a diferença de casar com 18 ou 27 anos se aquilo foi absolutamente importante para eles? Minha filha está indo estudar nos EUA, com 18 anos. Eu fui com 13. Não sei como minha mãe deixou, eu talvez não conseguisse. Tive a sorte de ter uma mãe que entendeu. Quem escreve a nossa história é a gente. É uma questão muito individual.

Claudia Raia e Alexandre Frota (Foto: Reprodução)
Claudia Raia e Alexandre Frota (Foto: Reprodução)

O Globo segunda, 31 de maio de 2021

SOBRINHA DE ROBERTA CLOSE, A MODELO GABRIELLE GAMBINE FALA DA ESTREIA EM VERDADES SECRETAS - 2

 

Modelo Gabrielle Gambine fala da estreia em 'Verdades secretas' 2

ANNA LUIZA SANTIAGO

 
 
 
Gabrielle Gambine (Foto: Arquivo pessoal)
Gabrielle Gambine (Foto: Arquivo pessoal)

Sobrinha de Roberta Close, a modelo Gabrielle Gambine estreará como atriz em "Verdades secretas" 2, série de Walcyr Carrasco com direção de Amora Mautner para o Globoplay. Assim como na vida real, sua personagem será transexual:

- Eu faço parte do elenco de apoio, mas está sendo desenvolvida uma personagem maior. Ela é uma modelo trans que trabalha na agência. Estou conhecendo gente genial e tendo trocas muito interessantes. Me sinto realizada.

Ela destaca a representatividade no elenco, que terá também atores orientais e negros:

Gabrielle, de 23 anos, conta que Roberta Close, irmã de seu pai, é uma grande referência. Ela fez muito sucesso nos anos 1980, conhecida como a primeira modelo trans a posar nua para a revista Playboy:

- Ela é um ícone da beleza e da moda. Também chegou a atuar. Sempre me inspirou muito. 

Gabrielle começou a modelar com 17 anos e já fez campanhas de marcas de roupa e de cosméticos:

- Eu sou estudante da Escola de Belas Artes da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Desde que entrei, recebi convites de amigos que trabalhavam com fotografia e artes visuais. Fui descobrindo que podia trabalhar com isso. A transição de gênero veio junto, num processo natural. Foi muito interessante. Modelar me ajudou a me entender como uma pessoa bonita.

Ela diz que pretende conciliar a carreira de atriz com a de modelo. E foge de rótulos:

- As pessoas trans são muito vistas como as primeiras a fazer determinadas coisas. Por exemplo, a primeira trans a fazer "Malhação", a primeira médica trans etc. Me incomoda ser reduzida a isso. Sou atriz. O fato de sermos as primeiras é porque essa oportunidade ainda é muito recente. Mas com certeza não seremos as últimas.

Gabrielle Gambine (Foto: Reprodução/Instagram)
Gabrielle Gambine (Foto: Reprodução/Instagram)

 

Gabrielle Gambine (Foto: Arquivo pessoal)
Gabrielle Gambine (Foto: Arquivo pessoal)
Gabrielle Gambine (Foto: Reprodução/Instagram)

O Globo domingo, 30 de maio de 2021

SAMBA DO TRABALHADOR: ANTES DE VOLTAR COM A RODA, GRUPO COMEMORA ANIVERSÁRIO NO TEATRO

 

Antes de voltar com a roda, Samba do Trabalhador comemora aniversário no teatro

Moacyr Luz e companhia comemoram 16 anos do grupo em show para público reduzido no Teatro Riachuelo, com transmissão ao vivo pelo YouTube
Samba do Trabalhador já tem data para voltar ao Clube Renascença. Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Samba do Trabalhador já tem data para voltar ao Clube Renascença. Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
 
 

Moacyr Luz sai do estúdio na Glória, onde grava um novo trabalho com o DJ Marcelinho da Lua, para atender o telefone para esta entrevista, está empolgado. Mas a animação tem menos a ver com o fato de a prefeitura ter liberado, na sexta-feira, a volta das rodas de samba e mais com o show que o Samba do Trabalhador faz hoje no Teatro Riachuelo — com presença reduzida de público e transmissão ao vivo pelo YouTube — para comemorar os 16 anos do grupo, que começou no Clube Renascença, no Andaraí, e se consagrou como uma das rodas mais importantes da cidade.


O Globo sábado, 29 de maio de 2021

DIA DO HAMBÚRGUER - 28 DE MAIO

 

Dia do hambúrguer: dez opções suculentas para celebrar a data

De carne animal ou vegetal, em versão smash ou big, tem sanduíche para todos os gostos
Cortés Burguer, do Cortés Asador Foto: Divulgação/Robero Seba
Cortés Burguer, do Cortés Asador Foto: Divulgação/Robero Seba
 
 

Quem adora hambúrguer tem a desculpa perfeita para se deliciar com a iguaria nesta sexta-feira: é 28 de maio, Dia Mundial do Hambúrguer. E as casas do Rio de Janeiro se prepararam para a farra: hoje tem promoção de sanduíche em dobro, lançamentos especiais no menu, versões para carnívoros e vegetarianos.... Aqui selecionamos dez opções suculentas, é só escolher:

Burgers Rio

A marca, com unidades em Ipanema e Botafogo, organizou em suas redes sociais um duelo entre suas duas lojas para a escolha da receita de hambúrguer que celebraria o 28 de maio. O mais votado pelo público, que será lançado no cardápio hoje das duas casas, foi o da Voluntários da Pátria, com blend de carne da casa, mix de queijo brie e prato, geleia de pimenta agridoce, bacon, no pão de batata. A novidade Burger Campeão (R$30) fica disponível por tempo limitado.

 

Endereços: Botafogo: Rua Voluntários da Pátria 1, loja 8 - 36498003. Ter a domi, das 18h à meia-noite. Delivery por Rappi e Ifood. Ipanema: Rua Aníbal de Mendonça 55, loja b - 2540-7828. Seg a dom, de meio-dia às 23h.Delivery por Rappi e Ifood.

Seu Vidal

Smash burguers do Seu Vidal: dose dupla até dia 30 Foto: Divulgação/Alex Woloch
Smash burguers do Seu Vidal: dose dupla até dia 30 Foto: Divulgação/Alex Woloch

O Dia do Hambúrguer vai ser comemorado a semana inteira na sanduicheria. Até 30 de maio, serão oferecidos sanduíches em dobro - isso mesmo, você paga um e leva dois -, como o Smash Frango (R$ 19), um smash burger de frango com mozzarella maçaricada, maionese de brasa no pão brioche, e o Smash Bacon (R$ 22), com smash burger, cheddar e bacon crocante no pão brioche.Para vegetarianos, dose dupla de Veggie do Futuro (R$ 28), com hambúrguer do Futuro, molho barbecue, queijo, maçaricado, picles, alface e tomate no pão brioche.  A ação está acontecendo na loja da Barra da Tijuca e no delivery para Zona Sul e Barra.

Loja Olegário: Av. do Pepê 700, loja 103, Jardim Oceânico, Barra da Tijuca - 3259-7692. Ter e qua, das 11h às 23h. Qui e sex, das 11h à 1h. Sáb, das 10h à 1h. Dom, das 10h às 23h. Delivery: Zona Sul (21) 3439-7719 e Barra (21) 3259-7692 ou através do Ifood.

 

Cortés Asador

A steak house no Shopping Leblon tem, no cardápio, um capítulo de suculentos hambúrgueres artesanais preparados na brasa. O carro-chefe, o Cortés Burguer (R$ 39), traz 220g de carne bovina grelhada na parrilla a carvão, cobertos por queijo cheddar, cebola caramelizada e tomate picadinho, montados no pão brioche. 

Endereço: Av. Afrânio de Melo Franco 290, lojas 410/411, Leblon – (21) 3576 9707.

Signatures

Hambúrguer de tartare do Jimmy Ogro, no Signatures Foto: Divulgação
Hambúrguer de tartare do Jimmy Ogro, no Signatures Foto: Divulgação

O restaurante-escola do Le Cordon Bleu celebra a data com uma receita especial no menu, assinada pelo cozinheiro Jimmy Ogro: o Le Signatures Burger, um hambúrguer de tartare de 220g com maionese de mostarda dijon, tapenade de alcaparras, queijo emmenthal e picles de cebola roxa no pão de brioche. A maravilha pode vir em dois combos, que incluem batata Pont Neuf, 4 cookies de chocolate e acompanhada (R$ 92) ou não (R$ 64) da cerveja Mohave, do Jimmy.

Endereço: Rua da Passagem 179, Botafogo. Ter a sáb, das 18h às 23h. Delivery, pelo iFood.

T.T. Burger

T.T.Zão Foto: Divulgação/Tomás Rangel
T.T.Zão Foto: Divulgação/Tomás Rangel

Quem quiser pedir um hambúrguer criado pelo Thomas Troisgros no dia 28 de maio, vai se dar bem: na compra de qualquer hambúrguer, o cliente ganha uma porção adicional de bacon (há o limite de 900 porções liberadas na ação). Parte do lucro das vendas do dia será revertida para doações de alimentos a comunidades em Antares e na favela do aço, em parceria com o projeto Ser Solidário (https://www.sercidadao.org.br/sersolidario). Na foto, o T.T.Zão (R$ 53), com 360g de blend angus premium, em duas carnes, queijo meia cura derretido, alface romana, tomate, toque de acidez com picles de cebola roxa agridoce e molho T.T.

 

Lojas físicas: Norte Shopping, Botafogo, Arpoador/Copacabana, Leblon/Ipanema e Barra da Tijuca. Todos os dias, de meio-dia à meia-noite. Delivery: Zona Norte, Zona Sul, Barra e parte do Recreio.

Wursteria

Smashburger Duplo, da Wursteria Foto: Divulgação/Fábio Rossi
Smashburger Duplo, da Wursteria Foto: Divulgação/Fábio Rossi

Tá em dúvida? Abrace a dúvida e peça logo vários smashburguers. Na Wursteria, há cinco sabores: o Smashburger  (R$17,50), hambúrguer de costela prensado (80g), queijo, picles de pepino e catchup; o Smashburger Triplo (R$36,50), com três hambúrgueres de 80g prensados, queijo, picles de pepino e catchup; o Hamburgo! (R$30,50), com 180g de carne de costela (sem prensar na chapa), queijo, bacon, molho remoulade e cebola frita; o Smashburger Duplo (R$26,50), com dois hambúrgueres prensados (80g+80g), queijo, picles de pepino e catchup; e o X Bacon Smash (R$22,50), com hambúrguer de carne bovina prensada na chapa (90g), duas fatias de queijo, duas fatias de bacon, picles de pepino, molho remoulade e ketchup.

Endereços: Botafogo: Rua Voluntários da Pátria 31A, Botafogo - 97117-0975. Ter a qui, de meio-dia às 22h. Sex e sáb, de meio-dia às 23h. Dom, de meio-dia às 21h30. Entregas pelo WhatsApp, iFood e Uber Eats. Tijuca: Rua Uruguai 397 - 99760-5819. Sex, das 17h às 23h. Sáb, de meio-dia às 23h. Dom, de meio-dia às 22h. Entregas pelo WhatsApp, iFood e Uber Eats. Ter a qui, das 17h às 22h.

 

Liga dos Botecos

Momoburger, na Liga dos Botecos Foto: Divulgação/Daniel Vasconcellos
Momoburger, na Liga dos Botecos Foto: Divulgação/Daniel Vasconcellos

Que tal criações do Momo e do Botero? Na Liga, uma boa pedida para o dia é o Momoburger (R$34,90), preparado com suculento blend de 160g e coberto com creme de cheddar, cebola caramelizada e maionese de páprica, servido num pão fofinho.

Endereço: Álvaro Ramos 170, Botafogo - 3586-2511.Ter e qua, das 17h à 0h30. Qui, das 17h à 1h. Sex e sáb, de meio-dia à 1h. Dom, de meio-dia às 23h30. Delivery, das 11h30 às 23h.

Os Imortais

o bar em Copacabana vai lançar um hambúrguer especial em seu cardápio neste Dia do Hambúrguer: o Luigi ((R$31,90), com pão artesanal com gergelim, blend de fraldinha com lombo suíno, fatia de bacon, queijo mussarela, maionese temperada, rúcula e tomate cereja. Quem pedir o sanduíche com uma Eisenbahn Pale Ale, ganha uma segunda cerveja de graça.

Endereço: Rua Ronald de Carvalho 147, Copacabana - 3563-8959/98319-0222. Seg e ter, das 18h à meia-noite. Qua a sex, das 18h à 1h. Sáb, de meio-dia à 1h. Dom, das 12h à meia-noite. Delivery via iFood (promoção da cerveja não é válida para o delivery).

dB House

O dBurguer: hambúguer em promoção na dB House Foto: Divulgação/Tomás Rangel
O dBurguer: hambúguer em promoção na dB House Foto: Divulgação/Tomás Rangel

A filial recém-inaugurada no Vogue Square, na Barra, da casa de carnes da Taquara tem promoção especial neste Dia do Hambúrguer: na compra de qualquer sanduíche da casa, o segundo sai pela metade do preço. Entre as opções, o Canastrinha Burguer (R$ 49), que vem no pão de brioche de alho, com linguiça artesanal da serra da canastra, queijo maçaricado e chimichurri do dB, acompanhando batata frita; o dBzin (R$ 42), pão de brioche, smash burguer (2 carnes), queijo cheddar e bacon, acompanhando batata frita – R$42) e o dBurguer (R$ 49), pão de brioche, barbecue artesanal, blend do dB, anel de cebola, bacon e queijo cheddar, acompanhando batata frita. Para beber, o chope sai a R$5 e todos os drinques têm 50% de desconto.

 

Endereço: Vogue Square: Av das Américas 8.585, Edícula 5, Barra da Tijuca - 97303-6105. Ter a sáb, de meio-dia às 23h. Dom, de meio-dia às 18h.

Seu Porkinn'

 SmashKinn’, do Seu Porkinn' Foto: Divulgação/Vitor Faria
SmashKinn’, do Seu Porkinn' Foto: Divulgação/Vitor Faria

Você ama bacon? No espaço do coletivo gourmet Taste lab, no NorteShopping, você pode experimentar o SmashKinn’ (R$ 28), com dois hambúrgueres de porco prensados na chapa, com queijo, aioli defumado, marmelada de bacon e cebola caramelizada.

Taste Lab: Norte Shopping. Av. Dom Hélder Câmara 5.474, Cachambi. Entregas pelo IFood.

 

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.


O Globo sexta, 28 de maio de 2021

NELSON SARGENTO: A EMOÇÃO DO SAMBISTA, BALUARTE DA MANGUEIRA, AO REVER FOTOS DE SUA TRAJETÓRIA

 

A emoção de Nelson Sargento, baluarte da Mangueira, ao rever fotos de sua trajetória

 

Nelson Sargento examina fotos antigas: memória e saudade no barracão da Mangueira

 

 

Baluarte da Estação Primeira de MangueiraNelson Sargento canta, compõe, escreve, pinta quadros e atua na dramaturgia. A receita de tamanha vitalidade, ou pelo menos sua versão oficial para tanta energia, não é nem mais segredo: ele há tempos garante ter feito, na casa dos vinte e poucos anos, quando viu que muitos de seus amigos morreriam antes de chegar aos trinta, um acordo com Deus para viver até 2050. Ou seja, pelo menos até os 126 anos.

Em uma de suas casas, o barracão da Mangueira, na Cidade do Samba, o autor dos sucessos “Agoniza mas não morre”, “Falso amor sincero” e outras 400 canções recebeu a visita do Blog do Acervo quando estava às vésperas de completar 95 anos. Trajado com impecáveis camisa rosa e calça verde, produzidas nas cores da Mangueira por Walter Alfaiate, o músico se emocionou ao rever fotos do arquivo do GLOBO - algumas inéditas para ele - em diferentes momentos de sua carreira, com amigos do passado, do presente e da eternidade.

Nelson Sargento mostrou que a memória, reverenciada como uma grande enciclopédia do samba brasileiro, continua afiada: ele reconheceu cada personagem das imagens em que aparece e cantarolou alguns de seus sucessos. Confira abaixo a galeria comentada pelo ex-parceiro de Cartola e veja no player acima o vídeo gravado no encontro.

 

Exposição de quadros de Nelson Sargento, realizada em 1984

 

 

“Quando eu saí do Exército, eu só sabia cantar e pintar paredes. Me dediquei às duas coisas. Anos depois, comecei a pintar também quadros. Uma vez, pintei um e acabei mostrando ao Sérgio Cabral, o pai (jornalista e compositor de samba). Ele me disse: ‘Isso está muito bonito. Vá lá e pinte mais’. Então, estou fazendo até hoje”, contou Nelson, ao comentar a foto de exposição feita em 1984.

 

Luizinho do Cabuçu (cavaquinho), Monarco, Nelson Sargento e Wilson Moreira

 

 

"Eu com Monarco, Dona Ivone Lara e Wilson Moreira... (pausa) Sabe o que eu digo quando estou vendo fotografias assim, o que eu exclamo? Eu digo que estou tropeçando com o passado. Isso é muito bom".

 

Parte da Velha Guarda da Mangueira em 1980: Babaú, Nelson Sargento, Xangô da Mangueira, Padeirinho e Jorge Zagaia

 

 

Ele sorri ao rever parte da Velha Guarda da Mangueira, reunida em 1980: “Ah! Xangô, Padeirinho, Jorge Zagaia, Nelson Sargento e Babaú da Mangueira. Babaú é dono daquele samba que é assim (e começa a cantarolar): Ai, ai, meu Deus! Tenha pena de mim. Todos vivem muito bem, só eu que vivo assim”.

 

Chico Buarque na quadra da Mangueira, com Cristina Buarque, João Nogueira, Alcione e Hermínio Belo

 

 

"Foi no ano em que a Mangueira foi campeã homenageando Chico Buarque (com o samba enredo 'Chico Buarque da Mangueira', em 1998). Cristina, Nelson Sargento, Marrom e João Nogueira. Gosto muito desse camarada, o Buarque. Ele tem umas tiradas sensacionais: 'Não se afobe não, que nada é pra já'". A escola voltaria a ser campeã após 10 carnavais. 

 

De pé: Beth Carvalho, João Nogueira, Elza Soares. Sentados: Noca da Portela, Zé Kéti e Nelson Sargento

 

 

Nelson Sargento abre um sorriso ao se deparar com a foto. “Essa aqui parece que eu conheço todos, né? Noca (da Portela), Beth (Carvalho), João (Nogueira), Elza (Soares), Zé Kéti e eu. A Elza até hoje com esse cabelo espalhado”. Provocamos o cantor perguntando se tinha que ser bamba para estar nessa foto, que parece um sexteto de bambas. "Eu acho que sim", respondeu ele, sorrindo.

 

 
Walter Alfaiate e Nelson Sargento reunidos em 1999

 

 

“Walter, meu alfaiate, meu amigo. Desde que ele morreu (em 2010), quem faz minhas roupas é o alfaiate da Mangueira. Essa calça aqui foi feita pelo Walter Alfaiate. Faz parte do terno feito para o show do meu aniversário de 2008, no Canecão. Na época eu estava lançando um disco, o 'Versátil'”.

 

Nelson Sargento, sobre foto de 1974:

 

 

Ao se deparar com a foto posada que ilustrou uma entrevista sobre seu aniversário de 50 anos, Nelson Sargento voltou a demonstrar bom humor. "Dessa careta aqui eu gosto", e ri. Em outra imagem, o lado cômico volta à cena: "Eu não me incomodo de aparecer só com esses dois dentinhos na foto, não. Porque depois eu coloquei foram dentões".

"Gostei de todas, todas essas fotos são as minhas preferidas. Mas gostei especialmente dessas em que estou com outros músicos. É gente que já está aos cuidados de Deus, e outros que ainda estão aqui conosco. Eu sempre dispensei e dispenso muito respeito a cada um deles, e eles sempre disseram que eu era um rapaz muito educado".

Ao perguntar se poderia ficar com alguma das imagens e descobrir que poderia levar todas as cópias, Nelson Sargento se emocionou: "Assim você mata o velho". E pediu um lenço ao filho Ronaldo Mattos e à nora, Lívia. Com os olhos marejados, deu a seguinte instrução: "Quero que mande encadernar, que coloque uma capa com a bandeira da Mangueira, e guarde para, no futuro, entregar ao meu neto mais novo".


O Globo quinta, 27 de maio de 2021

ANGELINA JOLIE EM DOSE TRIPLA: ATRIZ PODERÁ SER VISTA EM 3 FILMES ESTE ANO

 

Angelina Jolie em dose tripla: atriz poderá ser vista em 3 filmes este ano

'Aqueles que me desejam a morte' é o primeiro a estrear, esta semana; lista tem ainda 'Os Eternos', da Marvel
Angelina Jolie x 3: filmes com a atriz que estreiam este ano Foto: Arte
Angelina Jolie x 3: filmes com a atriz que estreiam este ano Foto: Arte
 
 

Suspense, fantasia de época, aventura de super-heróis. Angelina Jolie poderá ser vista na telona em dose tripla este ano -  e em produções de gêneros bem diferentes. O primeiro a chegar aos cinemas é "Aqueles que me desejam a morte", de Taylor Sheridan, que estreia esta semana (dia 27-5). No thriller,  ela interpreta Hannah, um bombeira florestal que, ainda traumatizada com a morte de colegas durante um incêndio,  encontra um menino que testemunhou um assassinato e faz de tudo para protegê-lo.

Já a estreia de "Alice e Peter - Onde os nascem os sonhos' está programada para o dia 3-6. Na produção,  Angelina Jolie é  Rose, mãe de  dois irmãos que inventam uma série de brincadeiras que lembram as históríias de Alice no País das Maravilhas e Peter Pan na Terra do Nunca _ muito antes de as aventuras serem escritas.
 
 

O filme mais esperado é justamente o último da lista: "Os Eternos", novo filme da Marvel, que teve o primeiro trailer divulgado esta semana e só deve estrear em dezembro. Para  quem não conhece bem o universo dos super-heróis, vale dizer que os Eternos são alienígenas superpoderosos cuja história estaria ligada a dos primeiros humanos na Terra e que sempre viveram discretamente entre nós - até que os acontencimentos de "Vingadores: Ultimato" (2019) faz com eles saiam do anonimado. Na trama, Angelina é  Thena, que teve dois filhos com Kro, senhor da guerra dos Deviantes. A cidade de Atenas foi construída em homenagem a ela.

 


O Globo quarta, 26 de maio de 2021

OAS 60 ANOS DA MAJÓRICA: CARNES NA BRASA, COM MUITO ESTILO

 

Carnes na brasa, com muito estilo: os 60 anos da Majórica

Bons serviços prestados pelas churrasqueiras da casa são lembrados em episódio da série ‘Sabor de história’, produção do hub Rio Gastronomia
Churrascaria Majórica: o endereço, que completa 60 anos em 2021, é atração da série 'Sabor de história' Foto: Guilherme Leporace / Agência O Globo
Churrascaria Majórica: o endereço, que completa 60 anos em 2021, é atração da série 'Sabor de história' Foto: Guilherme Leporace / Agência O Globo

Ernesto Estevez, o proprietário, começou a trabalhar na casa aos 25 anos, como faxineiro. Hoje, aos 85, lembra com carinho e bom humor da longa trajetória da Majórica, conhecido reduto de carnes na brasa e outras atrações no cardápio fundado em 1961 pelos irmãos espanhóis Francisco e Bartolomeu Bou. Em entrevista para a série Sabor de história, do hub Rio Gastronomia, “seu” Ernesto revela como o endereço chegou aos 60 anos, celebrados em 2021. Ele conta histórias que vão do início difícil, quando, em um dia inteiro, apenas uma porção de batatas fritas saiu da cozinha, aos tempos de glória, como os domingos em que já foram servidos 2 000 clientes.

- O segredo é carne boa e bom atendimento – resume Estevez.

Assista aqui ao vídeo da série Sabor de história dedicado à Majórica:

O conhecido endereço de carnes na brasa completa 60 anos em 2021
O conhecido endereço de carnes na brasa completa 60 anos em 2021

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.


O Globo terça, 25 de maio de 2021

FILHO DE TIM MAIA ENCONTRA DISCO INÉDITO EM ESPANHOL DO CANTOR GRAVADO A 51 ANOS

 

Filho de Tim Maia encontra disco inédito em espanhol do cantor gravado há 51 anos

Fitas foram descobertas por Carmelo Maia no baú do pai; registro inédito traz versões de canções como 'Azul da cor do mar', 'Cristina' e 'Primavera', com direito a erros e partes de conversas que vazaram para as fitas
 
Tim Maia: gravação inédita de 1970 Foto: Foto Jorge Peter / Arquivo
Tim Maia: gravação inédita de 1970 Foto: Foto Jorge Peter / Arquivo

Sendo assim, com 51 anos de atraso, chega às plataformas de streaming “Yo te amo”, disco com nove faixas de Tim soltando a voz em clássicos como “Azul color del mar”, “Cristina” e “Eu te amo”, cuja versão dá nome ao disco.

— O baú do Tim é sempre um mistério — diz Carmelo, que tem um escritório para guardar os pertences do pai, como as famosas camisas chamativas que ele usava nos shows e as marmitas que ele entregava quando trabalhava para a mãe, Maria Imaculada, ainda na Tijuca. — Estou organizando tudo há 23 anos, desde que ele morreu, e de vez em quando encontro umas pérolas.

Remexendo os pertences do pai, ele encontrou gravações em espanhol de dois períodos diferentes.

— Teve uma fase na década de 1990, da qual eu me lembro bem, mas dessa de 1970 eu não tinha a menor ideia — diz ele. — Hoje em dia, é muito comum brasileiros gravarem em espanhol, mas há 50 anos ninguém fazia isso. Ele era um visionário. Imagino que tenha mostrado para as gravadoras e ninguém tenha se animado a lançar.

Entre as músicas está também “Coroné Antônio Bento”. O nome é uma homenagem a Cassiano, velho amigo de Tim, autor de “Primavera” (que está no disco), além de “Eu te amo”.

— Eu tinha um encontro marcado com o Cassiano — conta Carmelo. — Consegui o contato dele com um dos músicos da Vitória Régia, e ficamos de nos encontrar depois de vacinados. Mas Deus não quis (Cassiano morreu no dia 7 de maio após anos às voltas com problemas cardíacos), então fica a homenagem a ele no nome do disco.

Segundo o herdeiro, Tim retomou nos anos 1990 alguns de seus projetos musicais de décadas anteriores.

Capa de 'Yo te amo' Foto: Divulgação
Capa de 'Yo te amo' Foto: Divulgação

— Ele começou a resgatar várias ideias. Muita gente me pergunta se ele estava pressentindo a morte (Tim morreu em março de 1998, aos 55 anos, de falência múltipla dos órgãos, após sentir-se mal em um show no Teatro Municipal de Niterói). Ele tinha, realmente, uma certa urgência, tanto que em 1995 me emancipou para que eu pudesse me tornar seu sócio na editora Seroma, que cuida da produção (e une as sílabas de seu nome, Sebastião Rodrigues Maia). Eu faria 21 anos em poucos meses, mas ele quis que fosse logo.

 

FunkComo a era digital fez do gênero um fenômeno, com MCs protagonistas de videoclipes que somam milhões de visualizações

Embora Tim tivesse seu estúdio, o Vitória Régia, primeiro na Lagoa, depois no Recreio, uma gravação original, analógica, de 1970, não poderia ser lançada meio século depois sem uma recauchutada. Depois de encontrar e ouvir as nove faixas, Carmelo ligou para o engenheiro de som André Dias, especialista nesse tipo de trabalho, recomendado por Alexandre Schiavo, presidente da distribuidora Altafonte, responsável pelo lançamento.

— Eu estava dirigindo e parei o carro para falar com ele assim que ouvi o nome do Tim Maia — lembra André, que cresceu ouvindo o Síndico com a família. — É muito emocionante ouvir uma gravação de tanto tempo atrás que ninguém conhece, e foi um grande desafio.

Tecnologia para 'limpar' ruídos

“Mais eco! Mais delay! Cadê o som do baixo?”. Os bordões de Tim Maia em seus shows ecoaram na cabeça de André pelos sete meses em que ele trabalhou na restauração do áudio das fitas.

— Já fiz coisas complexas na minha vida, mas nada nesse nível — admite ele, que contou com uma tecnologia alemã para “limpar” os ruídos e resolver um problema que já virou nome de banda. — Tinha uma questão muito séria de azimute.

Além do cultuado grupo de jazz-fusion por que passaram músicos como Ivan "Mamão" Conti, Jota Moraes e Marinho Boffa (grafado, charmosamente, Azymuth), a palavra serve para descrever uma questão geométrica, usada com frequência na astronomia.

— A fita precisa estar perfeitamente perpendicular à cabeça do gravador, senão o som é captado com imperfeições, fica "empenado" — resume ele. — Usei um software específico para isso, que me permitiu "alinhar" o som.

No processo, a gravação analógica é transportada para uma versão digital, na qual o técnico pode corrigir defeitos, remixar e masterizar.

— Eu sentia a força da voz e da interpretação do Tim, era como se estivesse conversando com ele — conta o engenheiro de som, que anuncia que “Yo te amo” vai ganhar lançamento em CD e LP, além do digital. — Em várias ocasiões eu chorei, com medo de ele me dar uma daquelas broncas típicas dele. Alguns trechos estavam simplesmente apagados, tivemos que dar um jeito de restaurar.

Além das canções com o vozeirão de Tim (que em 1970, depois de alguns compactos, tinha lançado seu primeiro LP, levando apenas seu nome), mais violão e bateria por conta dele, a coleção tem músicos como Célio Balona no piano e órgão e Cynara, do quarteto em Cy, nos vocais de apoio. O disco tem erros e partes de conversas que vazaram para as fitas, deixados lá de propósito por André e Carmelo.

 

— O  ruído da fita está lá o tempo todo, assim como esses detalhes, um papo deles sobre um copo... —  ri o técnico. — Aquilo é um documento precioso, falei para o Carmelo que não poderia ficar de fora de jeito nenhum.

O ouvinte, então, deve estar preparado para (deliciosas) entradas em falso, um piano que toca depois do fim da música e a voz de um jovem Tim Maia no mais puro portunhol — que sabe, por exemplo, que sonho é “sueño”, mas não se toca que que sonhar seria “sueñar”. E quem se importa? Carmelo, nascido em 1975, em plena fase Racional, certamente não.

— “Eu sou Tim Maia” — diz ele, imitando a voz do pai. — Ele sempre fez o que quis, e eu tento pensar com a cabeça dele. O gordinho safado gravou esse disco em 1970, e finalmente a gente pode ouvir.

Enquanto lança “Yo te amo”, Carmelo pensa no futuro do legado do pai, em cujo baú ainda há gravações como um dueto com o guitarrista Celso Blues Boy (1956-2012), uma música da retomada do projeto hispânico dos anos 1990 e outras pérolas:

Além disso, um projeto previsto para antes da pandemia, segundo Carmelo, agora volta a ver a luz no fim do túnel: um musical sobre Tim Maia na Broadway.

 

— Eu ia para Nova York assinar o contrato quando a pandemia chegou e tudo parou — lembra. — Os investidores me procuraram, dizendo que era uma honra montar esse espetáculo. Vamos ver no que dá.


O Globo segunda, 24 de maio de 2021

BOB DYLAN: PASSAGENS DO ASTRO PELO BRASIL INSPIRAM SÉRIE DE PINTURAS

 

Passagens de Bob Dylan pelo Brasil inspiraram série de pinturas

Compositor, que completa 80 anos dia 24, disse que retratou Brasil em suas pinturas porque gostava da 'atmosfera' do país
Pintura Bob Dylan incluída no livro
Pintura Bob Dylan incluída no livro "The Brazil Series" Foto: Reprodução

E, pelas pinturas que remetem a cenas cotidianas, sabemos que pelo menos uma coisa o marcou nesta atmosfera: as favelas. Elas aparecem em diversas telas da exposição, transformada em um livro ainda inédito por aqui. Sabe-se que Dylan costuma pintar durante suas turnês — ele também já pintou uma Asian Series, dedicadas as suas impressões dos países asiaticos.

Segundo um jornalista dinamarquês, Dylan expôs o Statens Museum for Kunst não pela qualidade de seus quadros e sim por ser um músico famoso. Outro jornal criticou o museu por "colocar os ganhos financeiros à frente da avaliação artística".

Pinturas de Bob Dylan do Livro The Brazil Series Foto: Reprodução
Pinturas de Bob Dylan do Livro The Brazil Series Foto: Reprodução

 

Ainda no assunto "atmosfera", Dylan parece ter se interessado também pelo carnaval do Rio, como demonstra uma de suas telas. Por sinal, o cantor e compositor chegou a fazer uma jam session com percussionistas cariocas.

A história foi revelada em 2020 pelo escritor Arthur Muhlenberg em uma rede social. Em 1990, Dylan estava no Rio para tocar no Hollywood Rock e aproveitou para passear pelas ruas de Copacabana. Em uma das noites, foi abordado por uma roda de pagodeiros que tocavam para turistas e ficou fascinado pela música, especialmente pela percussão. Tanto que pediu para que Muhlenberg e a jornalista Kattherine Hilliard, que conheceu por acaso em um inferninho carioca, para que arranjasse um jam session com percussionistas locais. A sessão acabou acontecendo no estúdio do músico Chico Batera, mas de forma totalmente secreta. A gravação da fita ficou com Dylan e os empresários e até hoje nunca foi divulgada para o público.


O Globo domingo, 23 de maio de 2021

HEGEMONIA DO FLAMENGO

 

Análise: Flamengo é campeão e hegemonia derruba tese de que não existe favorito em clássicos

Rubro-negro vence o Fluminense por 3 a 1 e chega a nove títulos em dois anos
Flamengo abriu seis títulos estaduais a mais que o Fluminense; foram cinco nos últimos oito anos Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
Flamengo abriu seis títulos estaduais a mais que o Fluminense; foram cinco nos últimos oito anos Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
 
 

Se existia um time capaz de proporcionar uma zebra neste Carioca, era o Fluminense. O tricolor vive melhor momento que Botafogo e Vasco, ambos às voltas com a Série B, e tem uma histórica capacidade de superação quando enfrenta seu arquirrival. Mas nem os fatos e nem a mística foi capaz de superar a lógica que o rubro-negro impõe ao futebol do Rio nas últimas temporadas. O estado tem um novo tricampeão e ele atende pelo nome de Flamengo.

São cinco títulos cariocas nos últimos oito anos, o que explica a vantagem de seis que o clube da Gávea abre para o das Laranjeiras numa história marcada pelo equilíbrio. Não há sinais de que a disputa parelha de outros tempos dará as caras novamente a curto prazo.

A vitória por 3 a 1 reflete razoavelmente bem a superioridade do Flamengo na maior parte da partida. Especialmente no primeiro tempo, os atuais campeões brasileiros foram de tal forma soberanos que o momento de maior incômodo que tiveram foi uma espécie de fogo amigo. Os jogadores desciam para o vestiário do Maracanã com 2 a 0 no placar e Gabigol, autor dos gols, fez uma brincadeira que Diego Ribas não gostou. O camisa 10, capitão, pediu seriedade aos berros. Rogério Ceni, entre os dois, observou tudo sem nada dizer. Os astros que se entendam.

— Somos cobrados no Flamengo todos os dias, em todos os lugares. Mas estamos em um grande time, contamos com uma grande estrutura. E essa é a melhor resposta que damos, dentro de campo, sendo campeões — afirmou o atacante Gabigol.

É favoritismo que não tem mais onde guardar, assim como as taças que abarrotam a sala de troféus do Flamengo na Gávea desde 2019. São nove títulos em um intervalo de dois anos. A deste Estadual está longe de ser a mais vistosa. Mas tem um valor simbólico para o técnico Rogério Ceni.

O treinador, eternamente questionado por parte da torcida, consegue, ao se livrar de uma zebra tricolor, respaldo ainda maior para seguir com o trabalho. O ex-goleiro, apesar das dificuldades para acertar a defesa, tem méritos que às vezes não são notados.

 

Fred descontou

Um deles ficou evidente na vitória. O Fluminense, com sua proposta de jogo mais reativa, entregou campo para o Flamengo ficar com a bola. Boa parte dos adversários rubro-negros, diante da força da equipe, fazem isso. E Rogério Ceni reage, desde o ano passado, com a escalação de Diego como volante. O rubro-negro joga com quatro meias que poderiam perfeitamente ser camisas 10 — além de Diego, Gerson, Arrascaeta e Everton Ribeiro. Com eles, a equipe eleva demais a qualidade da troca de passes. O time mantém a posse de bola, está sempre rondando a área adversária e, com isso, acaba sendo pouco ameaçada.

Neste sábado, o cenário favorável ao Flamengo só teve alguma mudança em momentos espaçados do segundo tempo. Primeiro, quando Fred conseguiu descontar para o time das Laranjeiras. Depois, em alguns contra-ataques. Uma das últimas chances, em cobrança de escanteio que Danilo Barcelos não desviou por pouco.

Mas parou por aí. O Flamengo ganhou ainda mais espaços e fez o terceiro gol, para matar de vez a partida, com Gomes, aproveitando o rebote de Marcos Felipe na finalização de Pedro. O desafio do Flamengo agora é se manter motivado, o que poderia ficar cada vez mais difícil após mais uma taça conquistada. Rogério Ceni já disse que uma próxima meta é o tetracampeonato inédito no Carioca. Falta tempo até lá. Tem outras taças mais importantes a serem conquistadas pela caminho.

 

— Esse grupo sabe, é preciso dar sempre mais para continuarmos vencendo — ressaltou Rogério Ceni.


O Globo sábado, 22 de maio de 2021

BOB WOLFENSON FALA SOBRE FOTOGRAFAR ESTRELAS NUAS

 

Bob Wolfenson fala sobre fotografar estrelas nuas: 'Sei que era muito invejado nessa época'

Ele comemora 50 anos de carreira com livro em que mostra a amplitude do seu olhar fotográfico
Alessandra Negrini em ensaio para a Playboy de 2000 Foto: Bob Wolfenson
Alessandra Negrini em ensaio para a Playboy de 2000 Foto: Bob Wolfenson
 
 

Existem fotógrafos de moda, fotojornalistas, retratistas de estúdio, especialistas em paisagens, objetos, decoração... E existe Bob Wolfenson, um paulistano apaixonado pelo “imponderável instante em que o retrato acontece”, não importam a personalidade, o cenário ou o moodboard. Conhecido tanto pelas fotos de mulheres nuas das capas de revistas masculinas nos anos 1980 quanto pelos retratos de moda, Wolfenson circula com desenvoltura por várias outras frentes, como fica claro em “Desnorte”, livro independente que acaba de lançar em comemoração aos seus 50 anos de carreira. Por chamada de vídeo, o fotografo de 66 anos falou à ELA sobre sua trajetória.

Qual o critério de seleção das 128 imagens que compõem “Desnorte”?

Embora o livro chame “Desnorte”, o norte foi se apresentando. Joguei mais de mil imagens da minha carreira na mão do Edu Hirama, editor de arte. Ele me apresentou uma primeira conexão entre elas, depois, fui burilando. Como não era uma retrospectiva, mas uma obra baseada em retrospecto, foi natural. Não queria uma revisão cronológica da minha carreira. Queria um trabalho novo, com fotos velhas.

 
A influencer Bia Gremion, em ensaio autoral de 2019 Foto: Bob Wolfenson
A influencer Bia Gremion, em ensaio autoral de 2019 Foto: Bob Wolfenson

 

 Por que retratos importantes, como o do ex-presidente Lula com dona Marisa, nos anos 1970, ficaram de fora?

A política ficou de fora. Não foi algo proposital, mas evita suscitar questões que o tempo todo aparecem no meu Instagram. (No dia da morte da dona Marisa, Wolfenson publicou a foto da família Lula da Silva no quintal de casa e foi alvo de ataques impublicáveis). Antes eu respondia cada um dos haters. Mandava pararem de me seguir, e me chamavam de arrogante. Depois, me convenceram a ignorá-los. Foi a melhor coisa que eu fiz. Quando você não responde aos imbecis que se escondem atrás do anonimato, eles deixam de te encher.

Mulheres nuas, fachadas de prédios, ensaios de moda. Você faz de tudo em um mercado de especialistas?

Durante um tempo, busquei essa especialização. Há uma cobrança para que os fotógrafos tenham um estilo definido, uma cara só. Mas eu transito por personalidades diferentes, o que me traz um olhar diverso. Tenho interesses distintos, antagônicos até. Por que não posso fazer mulheres nuas e fachadas de prédios? Eu gosto das duas coisas, e de tantas outras. Nunca fui um fotógrafo de moda, eu estive um fotógrafo de moda. Gosto de estar em todas as frentes. O retrato é um encontro que obedece a natureza dos encontros. Tem algumas coisas que são constantes. Outras acontecem no imponderável. É aí que eu entro.

 

Em 50 anos de carreira o que ainda não fez mas gostaria muito de fazer?

Não tenho grandes ambições. Os desejos aparecem em pequenas notinhas de jornal, em um livro que eu leio, na observação de uma estação climática. Outro dia, uma menina de uma cidadezinha do interior me escreveu no Instagram dizendo que era miss e queria ajuda para trabalhar. Pensei: “Taí, vou sair fotografando misses”. Não misses que são mulheres lindas, mas as que sonham em ser...

 

Nos tempos da “Playboy”, como sua mulher encarava o fato de você ser o fotógrafo das beldades nuas? O que ela falava sobre isso?

Não falava. Era um assunto tabu (risos). Marisa (Couto, figurinista, mãe de suas filhas Chica, Helena e Isabel) trabalhava com cinema e ficava fora um ou dois dias. Cada trabalho tem sua particularidade. Obviamente, no meu, havia uma sedução que não há em outras áreas. Mas havia uma assepsia também. Eu fornecia imagens poderosas no sentido da sensualidade, mas o trabalho em si era asséptico, cheio de gente no estúdio e de pressão para vender um milhão de exemplares. Sem clima.

Pelé após coletiva de imprensa em Manchester, em 2011 Foto: Bob Wolfenson
Pelé após coletiva de imprensa em Manchester, em 2011 Foto: Bob Wolfenson

 

A ereção que você provocava em casa, então, não acontecia no estúdio?

Poderia até acontecer, mas havia uma barreira nítida. De comportamento, de respeito. Eu jamais ultrapassei limites. Sei que era muito invejado nessa época. Mas nunca gostei disso, de ser o invejado. De fálico ali, só mesmo a teleobjetiva (risos).


O Globo sexta, 21 de maio de 2021

LADY GAGA FALA SOBRE ESTUPRO AOS 19 ANOS: ME DEIXOU GRÁVIDA NUMA ESQUINA

 

Lady Gaga fala sobre estupro aos 19 anos: 'Me deixou grávida em uma esquina'

Cantora está na série sobre saúde mental  'The Me You Can't See'
Lady Gaga Foto: Antony Jones / Getty Images
Lady Gaga Foto: Antony Jones / Getty Images

"Eu tinha 19 anos, já trabalhava no ramo e um produtor me disse: 'tire a roupa' e eu disse não. Eu saí e eles me disseram que iriam queimar todas as minhas músicas. E não pararam. Eles não pararam de me perguntar, e eu simplesmente congelei e eu ... eu não consigo nem lembrar. Primeiro senti uma dor total, depois fiquei paralisada", disse a estrela, às lágrimas. E ela continuou: "A pessoa que me estuprou me deixou grávida em uma esquina na casa dos meus pais, porque eu estava vomitando e enjoando. Porque fui abusada. Fiquei trancada em um estúdio por meses".

Sem revelar o nome do agressor, Gaga comentou ainda que teve "um surto psicótico total e, por alguns anos, não fui a mesma garota". "A maneira como me sinto quando sinto dor é como me senti depois de ser estuprada. Já fiz tantas ressonâncias magnéticas e exames que não encontraram nada. Mas seu corpo se lembra."

O trauma acabou desencadeando, mais recentemente, impulsos de automutilação. "Você sabe por que não é bom se cortar? Você sabe por que não é bom se jogar contra a parede? Você sabe por que não é bom se machucar? Porque faz você se sentir pior. Você acha que vai se sentir melhor porque está mostrando a alguém: 'Olha, estou com dor'. Mas não ajuda."


O Globo quinta, 20 de maio de 2021

MERCEDES BAPTISTA: OS 100 ANOS DA PRIMEIRA BAILARINA NEGRA DO MUNICIPAL E NOME FUNDAMENTAL DA DANÇA NO BRASIL

 

Mercedes Baptista: os 100 anos da primeira bailarina negra do Municipal e nome fundamental da dança no Brasil

Ela fez história ao se tornar a primeira mulher negra a integrar o principal corpo de baile do país, mas suas contribuições para a cultura vão além: foi a responsável por consolidar a identidade da dança afrobrasileira e participou da revolução estética do carnval carioca nos anos 60
A bailarina Mercedes Baptista consolidou a identidade da dança afrobrasileira e foi fundamental na revolução do carnaval carioca Foto: Acervo O Globo
A bailarina Mercedes Baptista consolidou a identidade da dança afrobrasileira e foi fundamental na revolução do carnaval carioca Foto: Acervo O Globo
 
 

Ainda pairam dúvidas sobre sua real data de nascimento, mas para efeito simbólico, em 20 de maio comemora-se o aniversário da bailarina e coreógrafa Mercedes Baptista. Considerada uma das precursoras do balé e da dança afro no Brasil, ela completaria 100 anos em 2021.

Embora Mercedes tenha feito história ao se tornar a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio Janeiro em 1948, suas maiores contribuições para a cultura brasileira se concretizaram fora dele. Ela foi responsável por consolidar a identidade da dança afrobrasileira e divulgá-la mundo afora; abriu portas e ofereceu oportunidades para inúmeros artistas negros, incluindo Elza Soares, no seu próprio Balé Folclórico; foi uma das mentes por trás da revolução estética que transformou o carnaval carioca nos anos 60; e foi uma personagem fundamental na luta antirracista empreendida no país, através da valorização da arte e da cultura negra brasileiras.

Mercedes morreu poucos anos antes de celebrar seu centenário, em 19 de agosto de 2014, aos 93 anos. Em 2016, dois anos após sua morte, uma estátua em sua homenagem foi erguida no Largo São Francisco da Prainha, na zona portuária do Rio de Janeiro.

A bailarina Mercedes Baptista, primeira negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal, em 2005 Foto: Leonardo Aversa / Agência O Globo
A bailarina Mercedes Baptista, primeira negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal, em 2005 Foto: Leonardo Aversa / Agência O Globo

Nascida em Campos dos Goytacazes, na região norte do estado, Mercedes se mudou ainda jovem para a capital com a mãe, a costureira e empregada doméstica Maria Ignácia da Silva. As duas se estabeleceram no Grajaú, onde Mercedes começa a trabalhar em casas de família. Mas é quando consegue um emprego como bilheteira em uma sala de cinema e entra em contato com os filmes da era de ouro de Hollywood que surge o sonho de ser famosa, relembra o professor e pesquisador Paulo Melgaço, autor da biografia “Mercedes Baptista: a criação da identidade negra da dança”.

— O que ela trazia nos depoimentos é que teve uma infância e uma mocidade muito feliz. Quando chegou no Rio de Janeiro, ela decidiu que seria famosa, só não sabia como — conta Melgaço.

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Com esse objetivo em mente, Mercedes lê um anúncio no jornal que diz que uma casa no centro do Rio estava precisando de dançarinas, veste sua melhor roupa e vai fazer o teste. Chegando lá, descobre que, na verdade, buscavam garotas para fazer programa.

— Foi uma grande decepção para ela. Mas aí, passeando pelas ruas do centro, ela descobre o Serviço Nacional do Teatro e se inscreve no curso de balé clássico dirigido por Eros Volúsia. Começa a ter aulas com essa professora, que é considerada a criadora da dança moderna brasileira. Aí descobre que quer ser bailarina, que quer dançar — narra o biógrafo. Ele conta que já no primeiro espetáculo que estrelou, Mercedes chamou atenção do público, mas acabou sendo escanteada pela professora, o que posteriormente ela atribuiu ao racismo.

Em artigo em que remonta a história da dança afrobrasileira, a pesquisadora Marianna Monteiro aponta que ao analisar fotos da época, nota-se a ausência de bailarinas negras ao lado de Eros Volúsia, mesmo quando a coreografia apresentada incorporava características afro. "Talvez isso possa ser considerado um sinal de que, embora o interesse pela cultura de origem africana fosse crescente nos círculos culturais mais elitizados, um espaço real para a atuação do bailarino negro ainda não se efetivara", escreve a autora. E é precisamente esse espaço que Mercedes decide criar alguns anos depois.

Foto de Mercedes Baptista em exposição sobre a bailarina em 2005 Foto: Lorena Passos / Agência O Globo
Foto de Mercedes Baptista em exposição sobre a bailarina em 2005 Foto: Lorena Passos / Agência O Globo

Consciência racial

Antes disso, insatisfeita em ser deixada de lado por Eros Volúsia, decide migrar para a Escola de Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, se tornando aluna de Yuco Lindberg. Já no Municipal, dois momentos transformam por completo a vida de Mercedes. O primeiro é o encontro com Abdias do Nascimento, que em 1944 havia criado o Teatro Experimental do Negro.

— Um dos objetivos de Abdias na luta antirracista era trabalhar a autoestima das pessoas negras. Ele promovia um concurso da mais bela mulata e, em 1947, chama Mercedes para participar. Ela concorre e ganha. A partir daí se aproxima de Abdias e da atriz Ruth de Souza e passa a entender melhor as questões raciais — conta Melgaço.

O biógrafo relata que, no ano seguinte, em 1948, Mercedes se percebe pela primeira vez em uma situação de racismo ao competir e conquistar uma vaga permanente no corpo de baile do Municipal.

Negra VozAs histórias de Mercedes Baptista, Consuelo Rios, Bethania Gomes e Ingrid Silva

— Houve um concurso interno para os alunos da escola do Municipal ingressarem no corpo de baile. Mercedes se inscreveu, passou na primeira e na segunda prova, mas não foi avisada da terceira. Quando chega na escola, suas colegas estão fazendo o teste. Foi uma tentativa de boicote. Mas ela acaba fazendo a prova junto com os rapazes e é aprovada, se tornando a primeira negra a entrar no corpo de baile — relembra.

Mas o fato de compor o grupo não amenizou o racismo e a discriminação sofrida: apesar da representatividade, Mercedes não teve papéis de destaque nos espetáculos.

— Ninguém dizia que ela não dançava porque era negra, era porque não tinha técnica. Mas toda a turma que entrou com ela era escalada, e ela não — diz o pesquisador.

 
Mercedes Baptista ensina passos de candomblé aos bailarinos russos Mahmud Alisutan Esambeev e Bernara Karieva (09/07/1959) Foto: Acervo O Globo
Mercedes Baptista ensina passos de candomblé aos bailarinos russos Mahmud Alisutan Esambeev e Bernara Karieva (09/07/1959) Foto: Acervo O Globo

Em 1951, a coreógrafa Katherine Dunham, considerada a matriarca da dança negra norte-americana, vem ao Brasil para apresentações no Rio e em São Paulo e convida Mercedes para estudar dança moderna em sua companhia nos Estados Unidos. A bailarina aceita o convite, com alguma dificuldade consegue autorização para se licenciar do Municipal, e viaja para Nova York onde passa cerca de um ano.

Inspirada pela experiência nos EUA, no seu retorno ao Brasil, em 1953, funda o seu próprio grupo, o Ballet Folclórico Mercedes Baptista.  Decidida a formular uma proposta de dança ligada à cultura afrobrasileira, começa a investigar a dança produzida dos terreiros brasileiros, frequentando a casa do amigo e pai de santo Joãozinho da Goméia, na Baixada Fluminense.

Mercedes era uma professora rígida, exigente ao extremo, e atuava “à moda antiga”, conta Melgaço. Sua instituição se voltou para a formação de bailarinos negros, abrindo portas para inúmeros artistas, mesmo aqueles que não tinham condições de pagar as aulas.

A excelência do grupo foi reconhecida e Mercedes, combinando a formação clássica com a dança popular, excursionou o Brasil afora e levou seus espetáculos para o exterior. Seu balé teve papel fundamental na disseminação e valorização da cultura afro no país e no mundo, transformando a bailarina num ícone do ativismo negro e antirracista.

 
 

A partir dos anos 70, ela também passou a dedicar-se ao ensino como professora na Escola de Dança do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, ministrando a disciplina “Dança Afro-Brasileira” e levando workshops de dança para diversos lugares no Brasil e no mundo.

Xica da Silva e a revolução no Carnaval

Durante a década de 1960, Mercedes compõe uma pioneira e vitoriosa parceria com os carnavalescos Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues, na escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. O desfile mais icônico foi o de 1963, quando Mercedes montou e coreografou a comissão de frente do desfile, cujo enredo foi responsável por contar e consolidar na cultura popular a história de Xica da Silva. O grupo de bailarinos liderados por Mercedes dançou o minueto e garantiu a vitória à escola.

Ala coreografada do minueto por Mercedes Baptista no desfile campeão do Salgueiro com "Xica da Silva", em 1963 Foto: Acervo O Globo
Ala coreografada do minueto por Mercedes Baptista no desfile campeão do Salgueiro com "Xica da Silva", em 1963 Foto: Acervo O Globo

— Mercedes foi fundamental para o período chamado de revolução salgueirense. O desfile de 1963 marca essa transformação. Ela traz a questão teatral para a avenida, com o minueto. E até então, os enredos não traziam uma história tão amarrada, do começo ao fim. Isso começou a se desenhar ali — conta o pesquisador Leonardo Antan, autor do livro "Laroyê Xica da Silva", que mistura ficção e relatos históricos para remontar a história do icônico desfile.

— Houve muitas críticas na época. Foi um escândalo. Fomos considerados pela crítica os idealizadores de uma coreografia maldita para o carnaval carioca. Mas, dois anos depois, começaram nos copiar — afirmou o professor Manoel Dionísio, da Escola de Mestre-sala, Porta-Bandeira e Porta-Estandarte, que participou do desfile histórico.


O Globo quarta, 19 de maio de 2021

MUSEU DA CIDADE - REABERTURA E OUTRAS NOVIDADES NA SEMANA INTERNACIONAL DOS MUSEUS

 

Reabertura do Museu da Cidade e outras novidades na Semana Internacional dos Museus

Espaço na Gávea reabre após 10 anos de portas fechadas para o público; confira outras atrações no Museu Histórico Nacional, Instituto Moreira Salles e Museu de Arte Contemporânea, entre outros
Palacete do Museu da Cidade, na Gávea: moradia do Marquês de São Vicente e de Guilherme Guinle. Foto: Divulgação / Gui Espíndola
Palacete do Museu da Cidade, na Gávea: moradia do Marquês de São Vicente e de Guilherme Guinle. Foto: Divulgação / Gui Espíndola
 
 

Depois de ficar fechado durante 10 anos para a visitação do público, o Museu da Cidade, na Gávea, reabre as portas nesta quinta-feira (20) com uma exposição permanente que reúne relíquias ligadas ao Rio de Janeiro, como fotos, documentos, objetos e memorabilia de ex-prefeitos da cidade. São 482 peças históricas, selecionadas dentro de um acervo de 24 mil itens, que estarão ao alcance dos visitantes. A reabertura do palacete se soma a uma lista de novidades que marcam a Semana Internacional de Museus, celebrada anualmente entre os dias 17 e 23 de maio. Confira outros destaques:

Exposições:os destaques em cartaz no Rio de Janeiro

Casa Museu Ema Klabin

Localizado no bairro, Jardim Europa, em São Paulo, o centro cultural inaugurou na semana passada a exposição virtual "O falsificador espanhol", com duas obras feitas por um dos maiores falsificadores de arte do século XX. Trata-se de duas ilustrações que copiam as originais de um livro de cantos litúrgicos medieval. Segundo a Casa Ema Klabin, as obras do tal falsificador são consideradas tão bem feitas, que chegam a integrar coleções de importantes museus mundo afora, sendo comercializadas por valores semelhantes aos das obras originais.

Com jardim:Novas exposições em espaços amplos, do Cosme Velho ao Jardim Botânico

Museu Histórico Nacional

Ainda fechado por conta da pandemia da Covid-19, o MHN abriu na última segunda-feira a exposição virtual "Reis Carvalho – um pintor na Comissão Científica de 1859", que reúne desenhos e aquarelas documentais do pintor Reis Carvalho (1798- 1892), artista que acompanhou a Comissão Científica do Império ao sertão brasileiro (1859-1861). Além do acervo do MHN, a exposição multimídia conta com itens da Biblioteca Nacional e Museu Nacional/UFRJ.

Serviço: Acesso pelo site artsandculture.google.com/partner/museu-historico-nacional. Grátis.

No MAM:Nova mostra de esculturas, ‘Estado bruto’ reúne 125 peças de acervo do museu, entre elas obras guardadas há mais de 20 anos

Museu da Cidade

O palacete que pertenceu ao abolicionista Marquês de São Vicente (1803-1878) e ao empresário Guilherme Guinle (1882-1960) reabre nesta quinta (20) com exibição de peças históricas relacionadas ao Rio. Estão lá, por exemplo, mobiliário, louças de porcelana e condecorações que pertenceram aos prefeitos Pedro Ernesto e Pereira Passos, uma estátua em mármore herdada do Palácio Monroe (demolido em 1976), fotos de Marc Ferrez e Augusto Malta e pinturas do italiano Eliseu Visconti.

 

Serviço: Estrada Santa Marinha s/nº, acesso pelo final da Rua Marquês de São Vicente, Gávea – 3443-6341. Qui a dom, das 9h às 16h. Grátis. Abertura quinta (20).

Museu de Arte Contemporânea (MAC)

Sob a curadoria de Ana Shieck, os fotógrafos Luiz Bhering, Mario Costa Santos, Pedro Vasquez e Renato Moreth expõem, a partir de sexta-feira (21), 70 fotos inspiradas na cidade de Niterói na mostra "Ressurgências". O arquiteto Mario Costa Santos assina o projeto cenográfico da exposição.

Serviço: Mirante da Boa Viagem s/nº, Boa Viagem, Niterói – 2620-2481. Ter a dom, das 10h às 16h. R$ 12 e grátis (qua). Abertura sexta (21).

Instituto Moreira Salles

O centro cultural na Gávea volta a realizar uma exposição após o período em que ficou fechado por conta da pandemia. Com curadoria de Heloísa Espada, "Arquivo Peter Scheier" traça uma retrospectiva da obra do fotógrafo alemão que documentou as transformações sociais do Brasil nas décadas de 1940 e 1950. No dia da inauguração, sábado (22), às 17h, haverá uma live com a curadora e com dois pesquisadores convidados.

Serviço: Rua Marquês de São Vicente 476, Gávea – 3284-7400. Ter a sex, do meio-dia às 16h30. Sáb, dom e feriados, das 10h às 16h. Grátis. Abertura da exposição sábado (22).


O Globo terça, 18 de maio de 2021

SUZANA VIEIRA: AOS 78 ANOS, ESTOU NO AUGE PARA FAZER A GOSTOSA BEIJOQUEIRA

 

Susana Vieira: 'Aos 78 anos, estou no auge para fazer a gostosa beijoqueira'

Intérprete de mulher que adora sexo em comédia no streaming, atriz fala sobre amor, idade e política e diz que não veio ao mundo para 'passar despercebida'
A atriz Susana Vieira, aos 78 anos Foto: Leo Martins / Agência O Globo
A atriz Susana Vieira, aos 78 anos Foto: Leo Martins / Agência O Globo
 
 

Desde que começou a pandemia, Susana Vieira só levanta da cama lá pelas 13h, quase sempre de mau humor, ainda sob a identidade de Sônia, nome que consta em sua certidão de nascimento — “Soninha, que fica de pijama o tempo inteiro, está muito mais presente agora”, ela diz, sobre si mesma. Depois que dá atenção aos quatro cachorros da raça Yorkshire, a atriz de 78 anos começa a soltar piadas e tiradas para quem está por perto, e segue assim durante todo o dia, como faz questão de frisar. O comportamento reflete um “instinto de sobrevivência”, ela constata.

— Meu Deus, deixa eu ver como é um homem. Tem muito tempo que não vejo como é essa coisa maravilhosa — Susana berra, ao receber o GLOBO em sua casa, no Rio de Janeiro.

A brincadeira poderia ser feita por Nelita, mulher que ela interpreta — e que adora discorrer sobre sexo, homens, pênis e otras cositas más — no filme “Amigas de sorte”, que estreou na última segunda-feira (17/5) nas plataformas Now, Sky, Vivo, Oi, Looke, iTunes e Google Play.

 

A produção põe em primeiro plano as vivências de mulheres maduras, algo raro de ver no Brasil, lamenta Susana, cansada de encarnar mães e avós de protagonistas na TV. Na entrevista a seguir, ela, que já tomou as duas doses da vacina contra a Covid-19, fala abertamente sobre uma miríade de assuntos — da sensação de não se enxergar com a idade que possui ao desejo de jamais passar despercebida.

— Tenho 78 anos, e estou no auge para fazer a mulher gostosa, bonita e beijoqueira — afirma, orgulhosa.

Não é a primeira vez que você participa de uma obra que dá protagonismo a personagens acima dos 70 anos. Isso é importante?

Uma produção em que eu não sou a mãe ou a avó da protagonista é uma vitória. Mostra que não dá para fazer apenas filmes com três mulheres jovens à procura de um amor. Atrizes americanas, como Meryl Streep e Jane Fonda, já reclamaram que o cinema só oferece papéis bons para mulheres até uma certa idade. No Brasil, isso é muito pior.

A atriz Susana Vieira Foto: Leo Martins / Agência O Globo
A atriz Susana Vieira Foto: Leo Martins / Agência O Globo
 

Existe uma exaltação à juventude?

Se você me perguntar como cheguei aqui hoje, tenho muito mais história do que uma garota que também já ganhou dinheiro suficiente para comprar uma casa como a minha. Mas ela contará o quê? Ela vai preencher só meia página de jornal.

Você sempre trabalhou muito. Como está a rotina agora?

Quando comecei a ficar mais sozinha, na pandemia, comecei a olhar a casa que arrumei, as plantinhas que escolhi. Antes, fazia tudo isso entre um avião e outro, uma novela e outra. Não tomava conta de nada. Só assinava cheque! De repente, passei a ser uma dona de casa chata, reparando em tudo. Nos primeiros dias, foi uma alegria. Depois, já me cansei.

“'Não sei como uma velha de 70 anos se veste. Me visto como Susana Vieira'”

SUSANA VIEIRA
atriz

Não se sente com a idade que tem?

Essa é a coisa mais esquisita na minha vida. Não sei como uma velha de 70 anos se veste. Me visto como Susana Vieira. Meu lema é esse: falo o que eu quiser com 70 ou 20 ou 30 anos. Não mudei meu linguajar, nem minha forma de pensar. Faço academia, musculação, alongamento na aula de balé, tenho uma esteira em casa, subo e desço escada... Me mantive muito ativa e muito jovem, sempre com disposição. E, sinceramente, não tenho raiva de nada.

A atriz Susana Vieira dá uma gargalhada: 'Esse é meu institinto de sobrevivência' Foto: Leo Martins / Agência O Globo
A atriz Susana Vieira dá uma gargalhada: 'Esse é meu institinto de sobrevivência' Foto: Leo Martins / Agência O Globo

Incomoda-se de encarnar apenas avós na ficção?

Não me interesso por esse negócio de terceira idade, porque eu não sei quando isso começa. Para mim, a terceira idade começaria com 80 anos. Não pode começar com 60. Tenho 78 anos, e estou no auge para fazer a mulher gostosa, bonita e beijoqueira. No cinema, por exemplo, um bandido pode ser mais velho... (Arnold) Schwarzenegger ontem estava caquético num filme nos EUA. Os homens vão até o bagaço da laranja por lá. Tem que colocar essas pessoas para trabalhar mesmo.

Mas existe a vaidade, certo?

Acho que esteticamente preciso me conservar. Tenho que fazer um pouco de dieta, ficar com a cara boa, mas sem fazer exagero nas plásticas, para não ter aquelas bocas botocadas... Preciso ficar arrumada e bonitinha para fazer uma velha bonita e protagonista.

“'Hoje em dia, colocam muita gente numa novela para competir. Não me queixo, não. Sabe por quê? Porque eu arrebento'”

SUSANA VIEIRA
atriz

Para artistas que trabalham na TV, o envelhecimento é acompanhado pelo público...

Exatamente. Mas os telespectadores não deixaram de gostar de mim porque eu fiquei velha. Quando você vê a novela “A vida da gente”, de dez anos atrás (e agora em reprise), a Nicette Bruno está um sonho. A voz dela é a mais forte de todas, as frases que ela fala tem um som melhor, a generosidade em cena é outra. É diferente. Nós, atores, éramos uma turma antigamente.

Hoje em dia, colocam muita gente numa novela para competir, e aí acontece que um autor gosta muito de uma menina ou de um garoto, aumentando os papéis deles. Mas olha, vou te dizer: não me queixo, não. Sabe por quê? Porque eu arrebento. Se é para falar “aqui está o seu café, madame”, eu vou lá e faço. Mas vou falar, dar o café e talvez eu derrame a bebida no colo da mulher, para chamar atenção (ela gargalha). Não passo despercebida, de jeito nenhum.

Você passa para o público a imagem de uma mulher com autoestima elevada. É sempre assim?

Sou autêntica. Tenho alegria de viver. Estou aqui e estou feliz. Gosto de tudo o que é besteirinha, como essas flores vagabundas. E acho que o público vê isso. Por isso sou uma atriz popular. Tenho um selo de garantia perante o público. Minha maior vitória não é ser simpática. Ser ótima atriz é meu grande trunfo.

Você fala abertamente sobre vários assuntos. Preocupa-se com "cancelamento"?

Falo abertamente sobre tudo porque sou ser humano e foi me dado o direito de falar. Poderia responder só “sim” e “não” para você, mas esse não é meu estilo. Sou uma pessoa importante neste país. Fiz muita gente feliz. É isso o que penso de mim, o que me dá orgulho. Vivi para trabalhar. Casei várias vezes, mas a minha vida emocional nunca foi o primeiro plano. E não fiquei rica. Não posso parar de trabalhar, pois ninguém guarda dinheiro neste país, a não ser os ladrões da política.

 


O Globo segunda, 17 de maio de 2021

COMO FICA A RETA FINAL DOS CAMPEONATOS EUROPEUS: NEYMAR NA BRIGA PELO FRANCÊS E GOL DE ALISSON NO LIVERPOOL

 

Gol de Alisson no Liverpool, Neymar na briga pelo Francês: como fica a reta final dos campeonatos europeus

Neste domingo, goleiro brasileiro marcou de cabeça para o Liverpool, aos 49 minutos do segundo tempo 
Alisson e Roberto Firmino celebram o gol do goleiro Foto: LAURENCE GRIFFITHS / Pool via REUTERS
Alisson e Roberto Firmino celebram o gol do goleiro Foto: LAURENCE GRIFFITHS / Pool via REUTERS
 
 

O fim de semana foi agitado nos principais torneios europeus, com direito a emoções no fim dos jogos – entre os principais lances, o gol de cabeça do goleiro Alisson, que deu a vitória ao Liverpool contra o West Bromwich, nos acréscimos. Confira abaixo como os resultados afetaram a disputa e o que ainda está em jogo na reta final das competições.

Campeonato Espanhol

Luis Suárez fez um gol pelo Altético de Madrid, aos 43 minutos do segundo tempo Foto: GABRIEL BOUYS / AFP
Luis Suárez fez um gol pelo Altético de Madrid, aos 43 minutos do segundo tempo Foto: GABRIEL BOUYS / AFP

 

A 38ª e última rodada da La Liga começa na sexta-feira, 21, mas é no domingo, 23, a grande decisão. No topo, com 83 pontos, o Atlético de Madrid encara o Valladolid. Neste domingo, contra o Osasuna, o atacante uruguaio Luis Suárez foi o herói da virada por 2 a 1, desempatando aos 43 minutos do segundo tempo. 

A equipe de Diego Semeone tem como principal concorrente o Real Madrid, logo atrás, com 81 pontos.A equipe de Zinedine Zidane se manteve na cola ao ganhar do Athletic Bilbao. Também no próximo domingo, eles enfrentam o Villarreal, precisando vencer e contar com tropeço dos rivais locais.  

"Os merengues perseguirão esse troféu até o último dia. Mais resistente do que excelente, o Real segue tendo chance de ser campeão. E onde às vezes não chega o futebol, muitas vezes chega a fé do missionário", destacou o jornal local “As”.  

Campeonato Inglês 

Elenco comemora gol de cabeça do goleiro Foto: LAURENCE GRIFFITHS / Pool via REUTERS
Elenco comemora gol de cabeça do goleiro Foto: LAURENCE GRIFFITHS / Pool via REUTERS

 

O grande destaque desta 36ª rodada da Premier League foi o emocionante gol de Alisson nos acréscimos, que garantiu a vitória do Liverpool, contra o West Bromwich, aos 49 minutos do segundo tempo. O goleiro fez o gol de cabeça, após um escanteio cobrado por Alexander-Arnold. A partida terminou em 2 a 1 e o brasileiro dedicou o momento ao pai, morto há pouco mais de dois meses.  

— Jogo, desde que me lembro como ser humano, com meu pai. Espero que ele esteja aqui para ver. Tenho certeza de que ele está comemorando — disse, muito emocionado.  

Com 63 pontos, o Liverpool está em quinto, na disputa por uma vaga na Champions (quatro se classificam diretamente e o quinto vai à fase preliminar). Eles voltam a campo na próxima quarta-feira, na 37ª e penúltima rodada, quando enfrentam o Burnley; no mesmo dia, o Tottenham (6º, com 63) joga contra o Aston Villa. Na terça, o campeão Manchester City encara o Brighton; o Manchester United (70) duela com o Fullham; enquanto Leicester City (66) e Chelsea (64) também se encontram novamente, após a Copa da Inglaterra.

Campeonato Francês

Neymar marcou um gol, neste domingo Foto: FRANCK FIFE / AFP
Neymar marcou um gol, neste domingo Foto: FRANCK FIFE / AFP

 

O PSG teve uma vitória com margem de segurança, vencendo o Reims de 4 a 0, gols de Neymar, Mbappé, Marquinhos e Kean. Com isso, a equipe do atacante brasileiro se mantém na disputa do Campeonato Francês na segunda colocação, apenas um ponto atrás do Lille, que tem 80 pontos.  

Outro brasileiro que fez bonito foi Lucas Paquetá. No Lyon, quarto na tabela, o ex-Flamengo fez dois gols no 5 a 2 contra o Nîmes. O próximo jogo é com o Nice. No próximo domingo, 23, os holofotes principais da 38º e última rodada da Ligue 1 se voltam a duas partidas em especial: PSG contra Stade Brestois e o Lille enfrentando o Angers. 

Campeonato Italiano

Cristiano Ronaldo tenta uma vaga na Champions pelo Juventus Foto: ISABELLA BONOTTO / AFP
Cristiano Ronaldo tenta uma vaga na Champions pelo Juventus Foto: ISABELLA BONOTTO / AFP

 

Com 88 pontos, a Internazionale já garantiu a taça, mas a disputa segue quente pela segunda colocação. O Atalanta tem 78, mas, logo na cola, estão Napoli e Milan (ambos com 76) e a Juventus de Cristiano Ronaldo em quinto, com 75. 

Na última rodada, domingo, a Atalanta tem duelo direto com o Milan; o Juventus encara o Bologna; e o Napoli enfrenta o Verona. Os quatro primeiros vão a Champions e o quinto disputa a fase preliminar.  


O Globo domingo, 16 de maio de 2021

EVA WILMA SE ENCANTOU - AOS 87 ANOS, ATRIZ NOS DEIXA, VÍTIMA DE CÂNCER

 

'Adeus é pra quem deixa de sonhar', disse Eva Wilma ao encenar peça on-line na pandemia

Atriz, que morreu neste sábado, estrelou espetáculo em 2020 e, na ocasião, ressaltou a importância do trabalho dos médicos no combate ao coronavírus
Em setembro do ano passado, a atriz fez "Eva, a live", na qual interpretava canções Foto: Divulgação/Mila Maluhy / O GLOBO
Em setembro do ano passado, a atriz fez "Eva, a live", na qual interpretava canções Foto: Divulgação/Mila Maluhy / O GLOBO
 
 

RIO - Durante a pandemia, a atriz Eva Wilma, que morreu ontem aos 87 anos, vítima de um câncer no ovário, teve que criar conexões com novas formas de exercer sua arte, como muito de seus pares, em tempos de distanciamento social. Em setembro do ano passado, em casa, diante de algumas câmeras e sem o olhar atento da plateia, ela estrelou o espetáculo “Eva, a live’’, com transmissão  no YouTube e no Instagram. "Essa é uma forma de me adaptar temporariamente. Venho de outro tipo de relação com o público. Era uma relação menos efêmera e imediata", contou.

 

Quarentenada, ela comparou o atual momento a uma "terceira guerra mundial", diante de tantas angústicas e incertezas. Mas sempre se mostrou otimista: "Sonhar é necessário. Quem deixa de sonhar se entrega. Noel Rosa dizia que 'adeus é pra quem deixa a vida'. Meu filho tem uma canção que parodia essa frase e que termina dizendo: 'Adeus é pra quem deixa de sonhar'", disse ela, na ocasião. A seguir, trechos da entrevista com a atriz.

Acho que isso é transitório. É uma forma de nos adaptarmos temporariamente e nos mantermos próximos, ativos. Mas eu não gosto muito. Acredito que as lives vão evoluir para uma linguagem própria. Mas uma peça de teatro encenada dessa forma, sem uma adaptação de roteiro e conceito, é só um "quebra galho". Fica muito longe do impacto que um ator, no espaço cênico livre do teatro, pode causar.

 

Qual a sua maior dificuldade com essa nova realidade das artes cênicas na internet?

Tenho dificuldade com a solicitação de vídeos rápidos para promover esses trabalhos, porque venho de outro tipo de relação com o público. Uma relação menos efêmera e imediata. Mas procuro me adaptar e encontrar prazer nestas demandas.

Eva Wilma ensaiando com o filho, o músico Johny Beat, para o espetáculo "Casos e canções" Foto: Divulgação/Mila Maluhy / O GLOBO
Eva Wilma ensaiando com o filho, o músico Johny Beat, para o espetáculo "Casos e canções" Foto: Divulgação/Mila Maluhy / O GLOBO

 

A senhora tem formação musical, e chegou a fazer aulas com Inezita Barroso na infância. Em algum momento, pensou em seguir a carreira de cantora?

Eu sempre fui meio exibidinha, e aquilo me dava muita satisfação. Mas também era bailarina, e acabei tendo uma relação profissional maior com a dança, chegando a participar do balé do 4º centenário, que acabou me levando à profissão de atriz. Acredito que as três profissões estão interligadas, mas a de cantora foi a que menos tentei. Interessante que, nessa altura da vida, depois de 66 anos de carreira, o canto é que me mantém mais forte pra prosseguir, até porque não dá para dançar mais, né? Se não fosse isso, acredito que dançaria novamente. Tudo me mantém viva.

 
 

Onde tem passado a quarentena?

Tenho passado a quarentena na minha casa. Já vivi tantos momentos de incertezas, mas nunca igual a esse, que atingiu o mundo inteiro. Parece que estamos atravessando a Terceira Guerra Mundial. Mas acredito que  a humanidade vai saber se adaptar, como sempre. Daí lembro da canção do Gil, que cantávamos para encerrar nosso espetáculo: "Não me iludo, tudo permanecerá do jeito que tem sido, transcorrendo, transformando, tempo e espaço navegando todos os sentidos".

O que tem pensado neste momento de tantas incertezas?

Acredito que todos sentimos medo. O medo é uma proteção, e faz parte do processo de adaptação. Mas, aos poucos, o medo vai passando, e vemos que podemos confiar nos nossos brilhantes médicos, que enfrentam essa situação de forma brilhante.

Manter-se em atividade profissionalmente é uma maneira de aplacar as angústias?

Sonhar é necessário. Quem deixa de sonhar se entrega. Noel Rosa dizia que "adeus é pra quem deixa a vida". Meu filho tem uma canção que parodia essa frase e que termina dizendo: "Adeus é pra quem deixa de sonhar". Então, sonhar é estar vivo, e sonhar, na minha idade, é o que mais me dá esperanças.

 
Em 1968, as atrizes Eva Todor, Tonia Carreiro, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell foram às ruas na luta contra a censura durante a ditadura militar Foto: Gonçalves/CPDoc JB / Agência O Globo
Em 1968, as atrizes Eva Todor, Tonia Carreiro, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell foram às ruas na luta contra a censura durante a ditadura militar Foto: Gonçalves/CPDoc JB / Agência O Globo

 

Você lutou contra a ditadura militar brasileira, e participou da passeata dos cem mil. O que sente quando vê exaltações do atual governo a esse período da história do país?

Prefiro continuar trabalhando e através da arte continuar tentando contribuir para a melhora da nossa cultura e das nossas relações humanas. Sou otimista sempre.


O Globo sábado, 15 de maio de 2021

ESTILISTAS NEGROS CRIAM E-COMMERCE PARA MANTER OS NEGÓCIOS ATIVOS NA PANDEMIA

 

Estilistas negros criam e-commerce para manter os negócios ativos na pandemia

O Coletivo Pop Afro lançou um campanha para elucidar a importância do black money
Moda Coletivo Afro Pop Foto: Divulgação / Divulgação
Moda Coletivo Afro Pop Foto: Divulgação / Divulgação
 
 

Quatro meses antes de o distanciamento social ser sugerido como forma de conter o avanço do novo coronavírus, em março de 2020, o coletivo Pop Afro estava num momento interessante, com uma loja no Madureira Shopping e crescendo nas redes sociais. Aí veio a pandemia e a turma precisou se reinventar diante da crise instalada. Para movimentar o caixa, o grupo lançou a campanha “Pop Afro Resiste”, cujo objetivo central é divulgar sobre a importância do black money. “Ou seja: dinheiro de preto circulando na mão de preto”, explica Ligia Parreira, porta-voz da ação e diretora criativa da marca Devassas.com. “A ideia é aumentar a corrente e potencializar forças, pois nossos negócios importam. A iniciativa conta com maior presença digital, em eventos on-line. Ah, e vamos lançar o e-commerce ainda este mês. A intenção é disseminar criações antirracistas em todo o Brasil”, acrescenta a estilista.

Além da Devassas.com, as grifes Atitude Negra, Yolo Love & Co, Galo Solto, Roxo Amora, Axante Presentes, VB Atelier, Balaio da Gata Preta e Ateliê Macladê mostram toda a força do coletivo negro. “Isso não é apenas uma junção de pessoas, aqui somos uma família. Discutindo, rimos, discordamos, mas no final sempre chegamos a uma conclusão: que juntos somos mais fortes”, diz Caio Cesanasc, estilista Yolo Love & Co. “Estar num coletivo de moda preta é saber que o seus parceiros querem que você floresça. É saber que você tem com quem trocar”, observa Drayson Menezzes, da Galo Solto. “Já cansei de ligar e mandar mensagem para os outros criadores para pegar instrução, o caminho das pedras.”

Ligia afirma que a missão do coletivo é “fazer da moda um ato político e democrático, sem elitismo a partir de desenhos autorais, incentivando o crescimento da cadeia produtiva negra.”

 


O Globo sexta, 14 de maio de 2021

BRUNO GAGLIASSO: VEJA PRIMEIRA FOTO DO ATOR NO ELENCO DE SANTO, SÉRIE QUE COMEÇOU A SER GRAVADA NA ESPENHA

 

Veja primeira foto de Bruno Gagliasso com o elenco de 'Santo', série que começou a ser gravada na Espanha

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
Bruno Gagliasso com o elenco da série 'Santo' (Foto: Netflix)
Bruno Gagliasso com o elenco da série 'Santo' (Foto: Netflix)

 

Eis a primeiríssima imagem de Bruno Gagliasso caracterizado para “Santo”, série da Netflix produzida entre o Brasil e a Espanha. Ao lado dele, Victoria Gerra; na frente, Raúl Arévalo e Greta Fernández. Criada por Carlos López, a história é dirigida por Gonzalo López-Gallego e por Vicente Amorim.

Na série, de ação e suspense, Gagliasso interpreta o policial federal Ernesto Cardona. Junto com o parceiro, Miguel Milán (Raúl), ele investiga o narcotraficante mais procurado do mundo, Santo, cujo rosto nunca foi revelado.


O Globo quinta, 13 de maio de 2021

NOVAS FONTES SOBRE A ABOLIÇÃO, COMO O RECÉM-LANÇADO LIVRO DE ASTOLFO MARQUES, RECUPERAM O PROTAGONISMO DO NEGRO

 

Novas fontes sobre a Abolição, como o recém-lançado livro de Astolfo Marques, recuperam o protagonismo negro

'O Treze de Maio: e outras estórias do pós-Abolição', do autor oitocentista, traz olhar negro sobre a Lei Áurea
 
Obra da exposição
Obra da exposição "Descompasso Atlântico", de Arjan Martins Foto: Arjan Martins / Cortesia Arjan Martins e A Gentil Carioca
 
 

RIO —  Mais do que uma efeméride, o 13 de Maio é uma data em constante construção. É sabido que, 133 anos após a assinatura da Lei Áurea, os desafios da sociedade brasileira para superar as sequelas da escravidão continuam. Nos últimos anos, porém, novas fontes sobre o período vêm sendo redescobertas, trazendo outras leituras da Abolição. Entre elas o livro “O Treze de Maio: e outras estórias do pós-Abolição”, do ainda desconhecido escritor negro Astolfo Marques (1876-1918), com 17 narrativas breves que fazem um registro importante da vida dos ex-escravos no Maranhão, onde ele nasceu e viveu, nos primeiros anos após a abolição da escravidão. Como diz o historiador Matheus Gato, organizador da coletânea, lançada pela editora Fósforo, os protagonistas dos contos abrem “caminhos possíveis para uma nova História”.

Publicados na imprensa da época, os contos de “O Treze de Maio: e outras estórias do pós-Abolição” descrevem a luta dos negros para alcançar aquilo que a libertação vinda da pena da Princesa Isabel não lhes deu: cidadania plena. Há casos representativos de desilusão, como o do homem que é convidado por engano para uma pomposa festa num clube que comemorava a assinatura da Lei Áurea e é barrado na porta. Ou o do ativista republicano que acaba preso pelo próprio novo regime que ajudou a instaurar. Mas surgem também operários se movimentando politicamente, mulheres buscando o seu espaço, trabalhadores tentando sobreviver em uma sociedade que os rejeita. Ao fundo, um medo de que a escravidão retorne.

Apesar das falhas da Abolição, fica claro que, entre os negros, sempre houve orgulho de “ser 13”, afirma Paulo Lins, autor de “Cidade de Deus” e de um dos prefácios do livro de Astolfo. Para o escritor, os contos do maranhense evidenciam o papel das associações, dos clubes e dos pagodes no fortalecimento de uma união negra que foi — e ainda é — essencial para a conquista da liberdade.

 

— A escravidão é a guerra mais longa da nossa História, e sofremos suas consequências até hoje — diz Lins. — A liberdade foi conquistada através de revoltas e insurreições e de negros que compraram sua própria alforria. Hoje a luta não é mais armada. O movimento negro se organiza politicamente, de forma pacífica.

Movimento social

Grande parte da historiografia atual já não vê a Abolição como um “evento”, e sim como um longo processo histórico pautado em grande parte por ativistas negros. Figuras como a do advogado Luís Gama começaram a ser melhor estudadas nos últimos anos. Recentemente, o historiador Bruno Rodrigues de Lima mostrou como uma ação de Gama libertou 217 escravizados no século XIX.

— Para muitos, a Abolição é o primeiro grande movimento social do país, que pode até ser considerado um precursor do movimento negro na modernidade — diz Renato Noguera, professor de Filosofia da UFRJ e pesquisador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Leafro). — Não é um evento estanque, é uma pauta que foi sendo capilarizada e que chegou à elite intelectual brasileira branca a partir da mobilização de homens e mulheres negros.

O escritor maranhense Astolfo Marques (1876-1918) Foto: Divulgação
O escritor maranhense Astolfo Marques (1876-1918) Foto: Divulgação

 

Coautor de “Enciclopédia Negra” (Companhia das Letras), o historiador Flávio dos Santos Gomes lembra que descobertas recentes, como a existência de escolas para alunos negros, além de associações carnavalescas com estandartes abolicionistas, estão ajudando a amplificar a História do movimento.

 

— Até os anos 1980 e 1990, os livros didáticos apresentavam o abolicionismo como um debate branco e parlamentar, apagando todo o diálogo com a vida social do período — diz Gomes. — O que revelava uma falta de preocupação com fontes que sempre estiveram disponíveis e ainda assim foram ignoradas. Para se ter uma abordagem multifocal, é preciso ir além do que ocorria em Rio e São Paulo e mostrar a porosidade do abolicionismo em outras cidades do país, e também no interior.

O próprio Maranhão de Astolfo Marques é um lugar que não recebeu a atenção devida de historiadores, acredita Matheus Gato. Só recentemente, por exemplo, se deu à maranhense Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista do país, o devido reconhecimento. Outro nome da região a ser recuperado, segundo Gato, é o de Nascimento Moraes, autor de “Vencidos e degenerados”, ficção que retrata o contexto da abolição a partir dos negros.

— Esses três autores ficaram restritos à intelectualidade da região — lembra Gato. — Hoje estamos em um cenário muito diferente, graças à democratização do acesso à cultura e às políticas de ação afirmativa. Já há uma juventude negra nas universidades que demandam a revisão dos cânones e a recuperação de outras vozes.

'Aqueles aduladores'

Neste conto, incluído na coletânea "“O Treze de Maio: e outras estórias do pós-Abolição”, um homem negro usa suas economias para se aprontar para um baile que comemorava a assinatura da Lei Áurea. No entanto, é barrado na porta ao descobrir que o convite que recebeu não era para ele. Um lembrete de que, no pós-abolição, os negros foram excluídos de sua própria festa. Leia trecho:

 

Ficou estupefato, o Agnelo. Tanta labuta, tamanha despesa para, no fim de contas, ficar a ver o baile por um óculo. Era demais!

Mas por que não lhe mandaram um convite!, clamava. O próprio Angelo, que ele sabia fora escravo dos Lopes, e os outros a quem foram distribuídos os convites, em que eram melhores do que ele? E, cada vez mais revoltado, apostrofava:

— E eu não poder esmagar aqueles aduladores do presidente!

E os elogios, até então feitos aos sócios do Surpresa, passaram a ser invectivas, que cresceriam desmesuradamente, se não fosse a intervenção do Ramiro:

— Ora, não te vá arrebentar a aneurisma! Despe-te dessa trapalhada e vamos daí à pândega, que foi para isso que aqui vim!

E o conviva enganado acedeu.

Num abrir e fechar de olhos, quando o Adriano Manteiga, cocheiro, fez parar o carro à sua porta, já ele com o Ramiro se achavam na casa de nhá Sebastiana, ao Caminho Grande, onde, ainda em regozijo ao Treze de Maio, os piquis comiam, os pandeiros rufavam sonoros e as harmônicas e reque-reques fremiam estridentes.

O folguedo ia animado, e os bailarinos a sapatear entre os entusiásticos que davam vivas à princesa Isabel, ao Clube Abolicionista e à igualdade.

No auge do prazer, o Agnelo não se furtava em exclamar, bamboleando-se entre a rapaziada:

 

— Ah, uma onça, para comer aqueles aduladores do presidente!

 


O Globo quarta, 12 de maio de 2021

CINEMATECA BRASILEIRA: IMBRÓGLIO SOBRE DESTINO TEM NOVO CAPÍTULO

 

Imbróglio sobre destino da Cinemateca Brasileira tem novo capítulo

Audiência de conciliação em SP busca acordo com União para implementar medidas de preservação do acervo e do edifício
 
Cinemateca Brasileira Foto: Daniela Goulart
Cinemateca Brasileira Foto: Daniela Goulart
 
 

SÃO PAULO —  O destino da Cinemateca Brasileira, paralisada há um ano, deve ter solução na tarde desta quarta em uma audiência de conciliação em São Paulo. Fruto de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) em setembro, a audiência visa a estabelecer um acordo junto à União Federal para que sejam implementadas medidas emergenciais pela preservação do acervo de 250 mil rolos de filmes e do edifício onde está localizada, na Vila Mariana.

Entre as ações de emergência pleiteadas pelo MPF-SP na ação estão o restabelecimento do Conselho Consultivo da Cinemateca; e a recomposição do quadro de funcionários e da zeladoria do edifício, permitindo, assim, o funcionamento da instituição dentro de normas de segurança.

A crise da Cinemateca, que é responsável pela preservação de 40 mil títulos que contam a história do audiovisual do Brasil desde 1897,  estende-se desde o final de 2019. À época, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) cancelou o contrato de gestão da Associação de Comunicação Educativa Roquete Pinto (Acerp) com a TV Escola. Como o contrato de gestão da Cinemateca era vinculado a este, ela ficou sem uma gestora responsável. Desde 2018, a instituição só pode funcionar por meio de contrato de gestão.

Em busca de uma solução para o imbróglio jurídico-burocrático, a Acerp manteve-se à frente da Cinemateca até abril do ano passado, na expectativa de um contrato de trabalho temporário. Em maio, alegando não ter recebido recursos para gestão da Cinemateca e sem recursos em caixa, a Acerp interrompeu as atividades.

Nessa mesma época, o MPF-SP enviou um ofício à Secretaria Especial da Cultura pedindo informações acerca da falta de repasse do governo à instituição. Diante da inação da secretaria, o MPF-SP entrou com uma ação civil pública contra a União Federal para que fossem tomadas medidas emergenciais pela preservação do acervo e do edifício. A liminar, inicialmente negada, foi concedida somente em fevereiro deste ano pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). Não se sabe, no entanto, se as medidas visando à preservação do espaço e do acervo foram adotadas.

 

— A gente não tem acesso à parte interna (do prédio) para saber o que está acontecendo com a Cinemateca — afirma Adriana Paone, advogada da Associação de Moradores da Vila Mariana (AVM), que assessora o MPF-SP no processo.

Ana Maria BahianaIntegrante de associação ligada ao Globo de Ouro  conta os bastidores da crise do prêmio

— Tornou-se um cavalo de batalha judicial ver o real estado da Cinemateca — diz Fernando Magalhães Rangel, também advogado da AVM.

Ao longo desse período, a Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC), responsável por sua gestão até 2013, buscou um acordo com o governo federal para assumir os trabalhos até que uma nova gestora fosse escolhida. A expectativa era que os trabalhos tivessem início em janeiro, mas até agora nada foi definido.

— A expectativa é de que a gente consiga fazer um acordo com a União — afirma o procurador da República Gustavo Torres Soares. — A gente quer que a União cumpra, pelo menos, a liminar do TRF-3.

Ao longo desse período, a Cinemateca sofreu ameaça de corte de energia e problemas na refrigeração. O maior risco é de incêndio, porque boa parte do acervo da instituição é composta por nitrato de celulose, produto que requer uma refrigeração específica e constante, e é altamente inflamável e de difícil contenção. Há ainda o perigo de alastramento do incêndio, atingindo cerca de 15 casas da região. Procurada, a Secretaria Especial da Cultura não se manifestou.


O Globo terça, 11 de maio de 2021

NOVAS LIVRARIAS DE RUA APOSTAM EM FILÃO PARA O LEITOR CHAMAR DE SEU

 

Novas livrarias de rua apostam em filão para o leitor chamar de seu

Casa da Árvore, no Rio, e Gato sem Rabo, em São Paulo, enfrentam as dificuldades do mercado oferecendo lugares intimistas e acervos especializados
Johanna Stein, da livraria Gato sem rabo: 'Oferecemos uma experiência que a Amazon não oferece' Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Johanna Stein, da livraria Gato sem rabo: 'Oferecemos uma experiência que a Amazon não oferece' Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
 

Lançado recentemente por um grupo formado por Argumento, Blooks, Leonardo Da Vinci e outras livrarias, um movimento agitou as redes sociais ao expor dificuldades enfrentadas pelos livreiros — como a competição com gigantes do e-commerce, a exemplo da Amazon — e propôs uma campanha de fortalecimento das lojas de rua. A iniciativa — batizada de Livrarias Cariocas—, no entanto, corre lado a lado com a velha máxima de que na crise nascem oportunidades, o que tem feito sentido para empreendedores que decidiram apostar em novos formatos para vender livros neste momento em que, como se diz, não está fácil pra ninguém.

Dança:Principais companhias de dança do Brasil investem em solos e duos para retomada

É o caso da ex-modelo Johanna Stein, que no dia 19 abre a Gato sem Rabo no Centro de São Paulo, e de Dudu Ribeiro, Fábio Brito e Ivan Costa, que, depois de inaugurarem uma pequena livraria na Pedra do Sal, no Centro do Rio, em outubro do ano passado, se preparam para abrir a segunda, na Tijuca.

 — Fiz uma pesquisa e fui encontrando as autoras que me interessavam em determinados temas, e pensei num grande indexador pra reunir esses trabalhos. Me informei sobre o mercado editorial e entendi que faria sentido ter um espaço na cidade — conta a empresária, que buscou a inspiração do nome da nova empreitada no livro “Um quarto só seu”, de Virgina Woolf, que já refletia em 1929 sobre a carência de espaços para as mulheres na literatura.

Além da proposta de curadoria, Johanna enxerga na experiência presencial outro trunfo para o seu modelo de negócio, que inclui um café e um ambiente acolhedor:

— Oferecemos uma experiência que a Amazon não oferece. Acreditamos na vida da rua, em gente transitando. Quando entrarem aqui, vão sentir uma calmaria típica de livraria. Pensamos em criar esse contraste entre o espaço de fora, barulhento.

 
 
A livraria Casa da Árvore, ds sócios Dudu Ribeiro, Fabio Brito e Ivan Costa, vende livros de temas como samba, racismo e religiões de matriz africana. Foto: ANA BRANCO / Agência O Globo
A livraria Casa da Árvore, ds sócios Dudu Ribeiro, Fabio Brito e Ivan Costa, vende livros de temas como samba, racismo e religiões de matriz africana. Foto: ANA BRANCO / Agência O Globo

Na Pedra do Sal, coração do Centro do Rio, em meio à onda de insegurança provocada pela pandemia, a Casa da Árvore abriu as portas após o sucesso na captação de recursos pelos sócios via financiamento coletivo. Lá são vendidos livros sobre temas como racismo, samba, história do Rio e do Brasil e religiões de matriz africana.

— Eu estava receoso, mas a resposta foi muito boa, estamos vendendo bem. Principalmente porque criamos um acervo em sintonia com a Casa Omolokum, onde estamos hospedados, que é uma casa de cultura afro-brasileira. Depois de comer um acarajé, por exemplo, o pessoal sempre dá uma passada na livraria e acaba levando alguma coisa — diz Dudu Ribeiro, um dos sócios.

A previsão é de que a segunda livraria do trio abra as portas no dia 20, na Rua Almirante Gavião, próximo ao Bar Madri. Fábio Brito, que trabalhou na Saraiva por 11 anos, conta que eles compraram estantes usadas da empresa, que atravessou longo período de crise e fechou várias de suas filiais.

— Esse modelo de grandes lojas está em crise. Aqui, a gente estudou e viu qual era a demanda local, o público da região. Na Tijuca, vamos continuar com esses temas, mas vamos ampliar um pouco de acordo com o público de lá — explica Brito.

 
 

Atendimento faz diferença

Para Bernardo Gurbanov, presidente da Associação Nacional de Livrarias, a “sensação de pertencimento” que os pequenos estabelecimentos causam nos clientes, além do atendimento, faz diferença.

— A pandemia inicialmente causou um estrago no varejo do livro, mas, uma vez superado esse primeiro impacto, o mercado começou a estabilizar. Tem uma quantidade de livrarias independentes, pequenas livrarias, que estão pulsando, com atividades intensas. As formas de trabalhar mais humanas se fortaleceram. Não é só preço que determina a compra. Tem livreiros que entregam pessoalmente, em casa, os livros para seus clientes. Isso faz diferença — afirma Gurbanov.

A visão otimista é compartilhada por Vitor Tavares, presidente da Câmara Brasileira do Livro, que aposta no retorno das livrarias de rua como lugares de encontro quando a pandemia passar.

— Com a queda das grandes redes, já sentimos aqui em São Paulo o surgimento de livrarias com focos específicos, como culinária, livros infantis, entre outros. Trabalhar com livros nunca foi fácil, mas é uma magia de portas que abrem pra todo mundo — diz.


O Globo segunda, 10 de maio de 2021

O GLOBO LANÇA CARTILHA SOBRE COMO MANTER A SAÚDE MENTAL NO TRABALHO EM MEIO À PANDEMIA

 

O GLOBO lança cartilha sobre como manter a saúde mental no trabalho em meio à pandemia

Guia dá exemplos de como diminuir o estresse no trabalho presencial e no home office e como organizar a rotina para melhorar o bem-estar
Guia dá exemplos de como diminuir o estresse no trabalho presencial e no home office e como organizar a rotina para melhorar o bem-estar Foto: Ilustrações André Mello / O Globo
Guia dá exemplos de como diminuir o estresse no trabalho presencial e no home office e como organizar a rotina para melhorar o bem-estar Foto: Ilustrações André Mello / O Globo
 
 

RIO — Desde o começo de 2020, a pandemia de Covid-19 provocou uma série de mudanças na vida das pessoas no Brasil e no mundo. A sensação de incerteza provocada pela disseminação do vírus impactou diretamente a saúde mental de todos.

Para ajudar os leitores a equilibrar melhor seu lado emocional, O GLOBO lança hoje uma cartilha em formato PDF, com dicas de como diminuir o impacto desta crise sanitária na saúde mental, sobretudo em relação ao trabalho. A cartilha é uma iniciativa de utilidade pública realizada pelo GLOBO e apoiada por Amil.

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Guia de saúde mental no trabalho:  Clique aqui e baixe o PDF com dicas para manter o equilíbrio emocional

O conceito de saúde mental está ligado à maneira como uma pessoa reage a desafios, mudanças e exigências da vida e, desta forma, como consegue equilibrar suas emoções.

Não conseguir manter o equilíbrio da saúde mental não é demérito para ninguém, explicam os especialistas. Se suas emoções estão atrapalhando a execução de suas tarefas diárias, seu trabalho ou relacionamentos, é indicado pedir ajuda.

O guia elaborado pelo GLOBO dá dicas de como aliviar o estresse da mente durante o trabalho — seja ele presencial ou home office. O material mostra, de forma simples e didática, a importância de trabalhar em um ambiente organizado.

— Isso ajuda a cabeça a se organizar, fazendo com que ela se esforce menos para realizar as tarefas necessárias. Se puder, é bom ter plantas verdes perto do ambiente de trabalho. A conexão com a natureza nos acalma e dá uma grande sensação de bem-estar — diz Dulce Pereira de Brito, coordenadora médica de Saúde Populacional do Einstein.

Para aqueles que têm filhos e estão fazendo a quarentena juntos, há dicas de como organizar suas rotinas para que a convivência em casa seja mais harmoniosa e feliz.


O Globo domingo, 09 de maio de 2021

DANÇA: PRINCIPAIS COMPANHIAS DO BRASIL INVESTEM EM SOLOS E DUOS PARA RETOMADA

 

Principais companhias de dança do Brasil investem em solos e duos para retomada

Trupes como o Grupo Corpo e a Deborah Colker Cia de Dança ensaiam espetáculos inéditos presencialmente, com cautela redobrada
Bailarinos usam máscara nos ensaios do espetáculo
Bailarinos usam máscara nos ensaios do espetáculo "Cura", da Companhia de Dança Deborah Colker Foto: Leo Martins / Agência O Globo
 
 

Distanciamento, palavra de ordem nos dias de hoje, não combina com a rotina de companhias de dança. Desde que eclodiu a pandemia, há pouco mais de um ano, trupes como o mineiro Grupo Corpo, a companhia carioca de Deborah Colker e os corpos de baile dos teatros municipais de Rio e São Paulo se desdobram para não perder o passo. Depois de interromper atividades e investir em ensaios virtuais, algumas das principais companhias de dança do país já retomam o trabalho de maneira presencial.

Além de máscaras e muito álcool gel nas salas de ensaio, o que se vê também é o investimento em novos formatos de espetáculo, com mais solos e duos em cena, para diminuir um pouco o contato físico entre os bailarinos. Será assim, por exemplo, na nova coreografia do Grupo Corpo, que, depois de dar uma pausa nas atividades presenciais entre fevereiro e março devido à infecção por coronavírus de um dos seus bailarinos, retornou à sede em Belo Horizonte, na última segunda-feira, para prosseguir os ensaios de um novo trabalho, inédito, com trilha da dupla Palavra Cantada. Em contato, apenas casais de bailarinos que vivem juntos — os demais protagonizam solos, distanciados.

— Para não encher o palco, embarquei numa linguagem completamente diferente. Nosso novo espetáculo não tem nada a ver com as peças de dimensão operística que costumamos montar. Agora fazemos duos, muitas vezes com pessoas que não se tocam — adianta o coreógrafo Rodrigo Pederneiras. — Estávamos todos loucos para voltar, essa é a grande verdade. Nossa ideia é deixar algo pronto para não sermos pegos de surpresa quando os teatros reabrirem. Não dá para ficar com o corpo parado.

O desafio da retomada cuidadosa é ainda maior para companhias clássicas, com elencos numerosos. Em fevereiro, após um mês de ensaios intensos, os 34 dançarinos do Balé da Cidade de São Paulo apresentaram, com máscaras, duas coreografias inéditas para uma plateia com capacidade reduzida a 30%, no Teatro Municipal paulistano. Como no Corpo, apenas profissionais casados se tocavam em cena.

— Foi uma emoção sem tamanho. Depois veio a terceira onda da pandemia, e voltamos a ficar só no on-line, com aulas de balé e condicionamento físico — lamenta o coordenador artístico Raymundo Costa, que espera retornar às atividades presenciais em breve.

Grupo Corpo ensaia novo espetáculo de dança: bailarinos de máscara e duos com profissionais que são casados Foto: José Luiz Pederneiras / Divulgação
Grupo Corpo ensaia novo espetáculo de dança: bailarinos de máscara e duos com profissionais que são casados Foto: José Luiz Pederneiras / Divulgação

Baile de máscaras

Ficar parado não combina — e é inviável — para quem vive de dança. Entre idas e vindas, desde agosto de 2020 os 13 bailarinos da Deborah Colker Cia de Dança ensaiam presencialmente o espetáculo inédito “Cura”. No primeiros meses de trabalho, se alguém tossia ou pigarreava por trás da máscara, estabelecia-se certo desespero, e todos se submetiam a testes PCR. Hoje, a confiança mútua entre os dançarinos — e o fato de a maioria dos profissionais morarem juntos, num imóvel da companhia — arrefeceu o estado de pânico inicial, apesar dos cuidados permanentes. E faz com que eles só utilizem máscaras no tablado quando há um convidado no espaço, como aconteceu no dia em que O GLOBO acompanhou os ensaios. Ao longo de sete meses assim, apenas um deles contraiu Covid-19.

 

— Se não tivéssemos o “Cura”, não sei o que seria de nós. Ou era isso, ou a companhia acabava. A gente estava ferrado, com dinheiro emprestado. E precisávamos de um projeto em andamento para sustentar patrocínios. Então resolvemos começar a navegar como um velho marinheiro, que durante o nevoeiro leva o barco devagar, como na música de Paulinho da Viola — compara Deborah. — Se alguém tiver uma proposta sobre como fazer e ensaiar um espetáculo de dança sem contato físico, estou realmente aberta a sugestões.

Balé da Cidade de São Paulo encena o espetáculo
Balé da Cidade de São Paulo encena o espetáculo "A casa" no Theatro Municipal de São Paulo em fevereiro de 2021: novo normal inclui bailarinos de máscara e capacidade da plateia reduzida a 30% Foto: Rafael Salvador / Divulgação

“Cura”, que seria apresentado em Londres em janeiro — e ganharia o Theatro Municipal do Rio em junho —, segue sem previsão de estreia. A dificuldade de usar máscaras durante os ensaios (“A gente solta o ar e ele continua dentro de nós”, resume o bailarino Guilherme Andrade, de 19 anos) é parecida com a angústia de se dedicar a uma produção com perspectivas incertas.

 

Pronto para a estreia tão logo isso seja possível — em março, o grupo foi à Cidade das Artes, na Barra, para afiar a montagem no cenário de Gringo Cardia —, “Cura” pode remeter à pandemia, mas não é sobre isso. Gestada em 2018, a coreografia inspira-se na relação entre Deborah e o neto Theo, de 11 anos, portador de epidermólise bolhosa, doença congênita (e sem cura) que provoca feridas na pele ao menor atrito.

 

— Há uma solidariedade nessa dor que faz com que eu jamais desista da procura pela cura — explica Deborah, ressaltando que, mesmo com o futuro nebuloso, mantém o nível de exigência elevado com a trupe. — Todo dia, falo que o ensaio precisa ser melhor que o de ontem. Não dá para cravar datas de estreia, mas a gente tem que encontrar expectativas... Se não fosse assim, eu morreria.

A coreógrafa Deborah Colker nos ensaios do espetáculo inédito 'Cura' Foto: Leo Martins / Agência O Globo
A coreógrafa Deborah Colker nos ensaios do espetáculo inédito 'Cura' Foto: Leo Martins / Agência O Globo

Subo nesse palco

A falta de expectativa atrapalha o trabalho no Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio, que está cheio de planos para o retorno das atividades tête-à-tête, com solos e pas de deux que devem ser gravados para a exibição em streaming, como já vinha acontecendo esporadicamente em 2020. Por enquanto, porém, os bailarinos continuam apenas se dedicando a práticas de exercícios individuais em casa, com orientação de professores, por meio do Zoom.

Mas o palco do edifício histórico da Cinelândia não está vazio. Desde março, alunos entre 15 e 18 anos da Escola de Dança Maria Olenewa retomaram as aulas por lá. Todos seguem medidas rígidas criadas em parceria com a Fiocruz: os estudantes são obrigados a trocar de máscara quando chegam ao local, e só podem retirá-la para beber água.

Alunos da Escola Maria Olenewa voltaram a ter aulas de balé no palco do Teatro Municipal do Rio Foto: Divulgação
Alunos da Escola Maria Olenewa voltaram a ter aulas de balé no palco do Teatro Municipal do Rio Foto: Divulgação

— E, ainda assim, eles só podem tomar água em lugares próximos a janelas, sempre distanciados — frisa o diretor e regente Hélio Bejani. — Com os profissionais, nosso foco ainda é o fortalecimento em casa, para estarmos preparados para a volta. Antes disso, queremos ter um objetivo claro à vista, como uma estreia.

 


O Globo sábado, 08 de maio de 2021

MORRE O CANTOR E COMPOSITOR CASSIANO, ÍCONE DO SOUL , AOS 77 ANOS

 

Morre o cantor e compositor Cassiano, ícone do soul brasileiro, aos 77 anos

Autor do hit 'Primavera', músico paraibano estava em estado grave, no Rio, após uma parada cardíaca
Cassiano em foto de 1998 Foto: André Arruda / Divulgação
Cassiano em foto de 1998 Foto: André Arruda / Divulgação
 
 

Morreu no Rio, aos 77 anos, o cantor e compositor Cassiano, autor do sucesso "Primavera (vai chuva)", eternizado na voz de Tim Maia. No fim de abril, ele sofreu uma parada cardíaca e estava intubado desde então no Hospital Carlos Chagas. À época, ele foi testado para Covid-19 e deu negativo, como antecipou a coluna de Ancelmo Gois.

Em nota enviada pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio, a direção do Carlos Chagas informa que Cassiano morreu às 16h30, após permanecer internado em estado grave por pneumonia e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). O óbito se deu por choque séptico pulmonar.

A direção do Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC) lamenta a morte de Genival Cassiano dos Santos, nesta sexta-feira, dia 07.05, às 16h30m. O paciente esteve internado na unidade desde o dia 25 de abril, em estado grave, com pneumonia e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). De acordo com a direção, o paciente morreu por choque séptico pulmonar.

Genival Cassiano dos Santos nasceu em 1943 em Campina Grande (PB), mas mudou-se com a família aos seis anos de idade para o Rio, onde chegou a trabalhar como ajudante de pedreiro. Adotando profissionalmente apenas o nome de Cassiano, começou tocar violão aos 21 anos no Bossa Trio, que daria origem ao grupo vocal Os Diagonais, ao lado de seu irmão Camarão e de Hyldon, outra lenda do soul nacional.

Mario Frias'O governo federal não tem obrigação de bancar marmanjo', diz secretário em live de arte cristã

Tim Maia gravaria seu disco de estreia, de 1970, tendo a formação como banda de apoio. A música que abre o LP e um dos primeiros sucessos de Tim, "Coroné Antônio Bento" (João do Vale e Luiz Wanderley), já era cantada nos shows dos Diagonais com a levada rítmica registrada no disco.

Foi justamente na voz do Síndico que as duas composições mais conhecidas de Cassiano estouraram: “Primavera” e “Eu amo você”. Exímio guitarrista, ele também escreveu músicas gravadas por outros ícones da MPB, de Alcione (”Mister sambs”) a Gilberto Gil (”Morena”).

 

Sudão,  Ucrânia e... BrasilFestival sueco cria fundo para cineastas de países com 'democracia sob pressão'

Na década de 1970, atingiu o auge do sucesso quando músicas de sua autoria passaram a integrar a trilha sonora de novelas da Globo, como “A lua e eu” em “O grito” (1975) e “Coleção” em “Locomotivas” (1977). Em 1978 passou por uma cirurgia para retirar parte de um pulmão.

Capa de 'Apresentamos nosso Cassiano' (1973), um dos álbuns fundamentais do soul brasileiro Foto: Divulgação
Capa de 'Apresentamos nosso Cassiano' (1973), um dos álbuns fundamentais do soul brasileiro Foto: Divulgação

 

Álbuns de sua discografia, como “Apresentamos nosso Cassiano” (1973) e “Cuban soul” (1976), são considerados joias por reunir influências diversas, de Stevie Wonder e Otis Redding a Lupicínio Rodrigues, num som de assinatura própria.

Seu último disco solo, “Cedo ou tarde”, foi lançado em 1991. Nele, Cassiano regravou sucessos da década de 1970, e contou com a participação de Marisa Monte, Luiz Melodia, Djavan, Ed Motta e Sandra de Sá.


O Globo sexta, 07 de maio de 2021

CAIO BLAT POSA COM LUISA ARRAES E FALA SOBRE O FILHO DE 18 ANOS

 

Caio Blat posa com Luisa Arraes e fala sobre o filho de 18 anos

 
 
Caio Blat e Luisa Arraes (Foto: Jorge Bispo)
Caio Blat e Luisa Arraes (Foto: Jorge Bispo)

 

Caio Blat e Luisa Arraes posaram juntos para a capa da revista "JP" de maio. Em entrevista à publicação, eles falaram sobre o desejo de ter filhos. Os dois estão juntos há quase quatro anos.

- No Brasil de agora, eu não tenho vontade. Tem que esperar um pouco, ter algum horizonte - disse Luisa, de 27 anos.

- Fiquei muitos anos fora da vida dele. Depois que ele voltou para a minha vida, criamos uma relação muito especial, de amizade, de uma troca muito forte, embora a gente se veja pouco porque ele mora em Campinas. Antonio é o ídolo do Bento porque é gamer, conhece todos os jogos. Eles jogam juntos on-line.

 

 
Caio Blat com Antonio e a ex-mulher Ana Ariel (Foto: Reprodução)
Caio Blat com Antonio e a ex-mulher Ana Ariel (Foto: Reprodução)

O Globo quinta, 06 de maio de 2021

TATÁ WERNECK NARRA LIGAÇÕES POR VIDEOCHAMADA COM PAULO GUSTAVO NO HOSPITAL E CONTA QUE O HUMORISTA ANIMAVA ENFERMEIROS

 

Tatá Werneck narra ligações por videochamada com Paulo Gustavo no hospital e conta que humorista animava enfermeiros

Em depoimento exclusivo, apresentadora lembra momentos com o amigo ('nunca passei um dia mais ou menos com ele') e diz: 'Sempre tive medo da morte, mas não tem como lá não ser bom, porque o Paulo Gustavo anima qualquer lugar'
Paulo Gustavo e Tatá Werneck: 'Nunca passei um dia mais ou menos com ele', diz ela Foto: reprodução
Paulo Gustavo e Tatá Werneck: 'Nunca passei um dia mais ou menos com ele', diz ela Foto: reprodução
 
 

Assim que soube do quadro irreversível de Paulo Gustavo, Tatá Werneck, uma das mais ativas na corrente de oração pela saúde do amigo, não quis acreditar que era o fim. Não que negasse a realidade, mas é que, como ela mesma define, "nada era irreversível para o Paulo" ("ele estaria dizendo 'como assim? me deixa'"). Tomada pela emoção, tratou de dar ao humorista aquilo que é mais caro na vida dos artistas: aplausos. Foi para a janela de casa e bateu palmas em homenagem ao amigo enquanto gritava "bravo!". Ligou para Ingrid Guimarães e Heloísa Périssé, que encorparam o coro. Em depoimento exclusivo do GLOBO, a humorista fala com carinho do amigo que perdeu na última terça-feira (4). Em meio às memórias, ela conta que Paulo animou o ambiente do hospital enquanto esteve consciente.

"O Paulo brincava muito com os enfermeiros, contava piadas, fazia de tudo para animar aquele lugar. Nas duas vezes em que me ligou por Facetime disse que o humor o estava salvando. Os enfermeiros diziam que não ia ter corredor suficiente no hospital de tanta gente que o aplaudiria quando se recuperasse.

Risco para todos: Morte de Paulo Gustavo acende alerta para avanço da Covid-19 entre jovens

Sempre tive muito medo da morte, mas não tem como esse lugar não ser bom, porque o Paulo anima qualquer lugar.

O Paulo é essa pessoa que está dilacerando a gente de saudade, mas pensar que em cada vida perdida para a Covid-19, nas famílias que estão sofrendo. As pessoas precisam entender que não é brincadeira. Pensar que através do seu trabalho honesto conseguir ter recursos para ter a melhor estrutura, mas mesmo assim não foi suficiente..."


O Globo quarta, 05 de maio de 2021

PAULO GUSTAVO: ONDE ASSISTIR A FILMES E SÉRIES COM O ATOR

 

Paulo Gustavo: de 'Minha mãe é uma peça' a 'Vai que cola', onde assistir a filmes e séries com o ator

Comediante deixou marca com personagens hilários na televisão e no cinema
'Minha mãe é uma peça 3', filme disponível no Telecineplay. Foto: Marco Antonio Teixeira / Divulgação
'Minha mãe é uma peça 3', filme disponível no Telecineplay. Foto: Marco Antonio Teixeira / Divulgação
 
 

O ator e comediante Paulo Gustavo, que morreu  por complicações causadas pela Covid-19, deixou sua marca em filmes e séries de TV de sucesso. Da trilogia "Minha mãe é uma peça", sucesso de bilheteria nos cinemas, ao humorísico "Vai que cola", exibido no Multishow, foram muitos os personagens hilários que tiveram a assinatura do ator. Confira onde assistir filmes e séries estrelados por Paulo Gustavo no streaming:

  

Patrícia Kogut:Paulo Gustavo era o 'parente' querido dos brasileiros

 

"Minha mãe é uma peça" (filme) - Telecineplay, YouTube Play e Google Play

"Minha mãe é uma peça 2" (filme) - Telecineplay, YouTube Play e Google Play

"Minha mãe é uma peça 3" (filme) - Telecineplay, YouTube Play e Google Play

"Divã" (filme) - Netflix

"Os homens são de marte e é pra lá que eu vou" (filme) - Telecineplay e Globoplay

"Vai que cola" (filme) - Globoplay

"Vai que cola" (série) - Globoplay

"Além da ilha" (série) - Globoplay

"A vila" (série) - Globoplay

"220 volts" (programa de TV) - Globoplay


O Globo terça, 04 de maio de 2021

A ESTREIA DA QUARTA TEMPORADA DE THE HANDMAID,S TALE

 

A estreia da quarta temporada de 'The Handmaid's tale'

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
Elisabeth Moss na quarta temporada de 'The Handmaid's tale' (Foto: Divulgação)
Elisabeth Moss na quarta temporada de 'The Handmaid's tale' (Foto: Divulgação)

 

O episódio de estreia da quarta temporada de “The Handmaid’s tale”, na Paramount+, tem um sabor de leve revanche (atenção para o spoiler). June (Elisabeth Moss) ainda tem muitos altos e baixos pela frente.

Como o espectador já sabe, a heroína conseguiu organizar a fuga de nove mulheres e 86 crianças para o Canadá. Ela ficou em Gilead, onde vive uma de suas duas filhas. Porém, obteve uma vitória importante. Foi baleada, mas a polícia não conseguiu capturá-la. Junto com outras aias, consegue chegar a uma fazenda. Trata-se de um núcleo de resistência a Gilead e parte de uma rede denominada Mayday. O proprietário do lugar é um comandante idoso casado com uma adolescente de 14 anos, Esther (Mckenna Grace, atriz espetacular). June sai da situação de opressão total e entrevê a liberdade perdida, ainda que por uma fresta. A paleta de cores de “The handmaid’s tale” muda completamente. Já não se veem os uniformes vermelhos. O figurino ganha tons acinzentados. O ambiente é o rural. Assim, a produção também se renova e ganha fôlego.

Desde que a pandemia começou, ficou impossível assistir a qualquer produto de teledramaturgia sem pensar no coronavírus e em máscaras e aglomerações. É como se um filtro invisível tivesse se instalado entre o espectador e a tela. Venho falando sobre isso bastante por aqui.

No caso de “The Handmaid’s tale”, há um filtro suplementar: a eleição de Joe Biden e a guinada política ocorrida nos Estados Unidos. A série é uma ficção científica que se baseia numa obra de Margaret Atwood escrita nos anos 1980. É uma distopia num futuro indefinido, quando os EUA teriam sucumbido a um regime totalitário de extrema direita conservadora. Nesse ambiente, a heroína, June, é feita escrava, a exemplo de outras “aias”.

“The Handmaid’s tale” é angustiante demais. Mas, quando estreou, em 2017, com Donald Trump na presidência, foi perturbadora. Ela expressava uma realidade possível. Seus vilões representavam alguns dos valores que estavam em alta naquele momento. Tudo isso atribuía uma verossimilhança apavorante à aventura de June. Agora, isso mudou. Vamos ver como a nova temporada vai ser recebida pelo público.


O Globo segunda, 03 de maio de 2021

SOLDADO ABRE PIZZARIAS COM INGREDIENTES SAUDÁVEIS E SEM GÚTEN

 

Soldado abre pizzarias com ingredientes saudáveis e sem glúten

Gaúcho João Carlos de Souza pilota espaços em Santa Teresa e Ipanema
Pizza saudável e sem glúten Foto: Fabio Teixeira
Pizza saudável e sem glúten Foto: Fabio Teixeira
 
 

O pizzaiolo gaúcho João Carlos de Souza, mais conhecido como Tribas, tem uma relação intensa e que já passou por muitas fases com a pizza. A primeira vez que colocou a mão na massa foi aos 13 anos quando ajudava em uma padaria. Mas achava aquele preparo uma loucura. “Era óleo, banha, ovo... Me traumatizou”, relembra. Aos 18, quando estava servindo no exército como auxiliar de cozinha preparava eventos de “pizzadas” para todo o quartel. “Improvisava um forno a lenha com tijolos, latões cortados ao meio”, conta ele. A partir daí foram alguns pulos e muitas receitas, uma mais criativa que a outra e sempre com uma pegada saudável. De uma portinha na Praia do Santinho, ponto de surfista no litoral de Santa Catarina, foi para um bar com forno a lenha construído por ele, até que abriu seu primeiro empreendimento próprio: o Pico do Tribah. “Improvisei uma lona azul com as letras em laranja. O espaço lotava todos os dias. Eu surfava, fazia minhas pizzas, cantava com a minha banda. Era tudo que eu gostava e queria fazer”, recorda.

João Carlos de Souza Foto: Fabio Teixeira
João Carlos de Souza Foto: Fabio Teixeira

 

Até que o gaúcho veio parar no Rio, que ganhou a pizzaria Tribas, com casas em Santa Teresa e Ipanema. Com o slogan “Pizza que cura”, ele é daqueles que participa de todo o processo de produção: cultiva a maior parte dos ingredientes de maneira orgânica e faz os queijos veganos. Recentemente lançou uma massa feita de grão-de-bico, ora-pro-nóbis e linhaça germinada, sem glúten e crocante, além de ketchup de beterraba e a mostarda de chuchu.

Parece esquisito? E é, mas igualmente saboroso.

 


O Globo domingo, 02 de maio de 2021

ONDE ESTÁ MEU CORAÇÃO SÉRIE PARA VER SEM PISCAR

 

'Onde está meu coração': série para ver sem piscar

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
Leticia Colin em 'Onde está meu coração' (Foto: Fábio Rocha/Globo)
Leticia Colin em 'Onde está meu coração' (Foto: Fábio Rocha/Globo)

 

A cena de abertura de “Onde está meu coração” tem muitos minutos. Leticia Colin (Amanda) e Daniel de Oliveira (Miguel) estão na cama. Logo, a moça vai para o chuveiro, e ouve-se a longa “Wild is the wind”, de David Bowie. Ela parece alterada e ele, preocupado. A beleza da canção e a entrega dos atores nessa sequência consegue dar pistas da profundidade do drama que acomete o casal, mesmo sem tantos diálogos. A sequência resume o que mais impressiona na produção: embora dona de grande ambição artística, ela nunca deixa de lado a importância do que está narrando. Assim se desenrola a trama de todo o primeiro capítulo da série da consagrada dupla George Moura e Sergio Goldenberg que chega nesta terça-feira, 4, ao Globoplay.

Leticia, uma das melhores atrizes de televisão da sua geração, vive uma médica que atende na emergência de um grande hospital e enfrenta casos difíceis. Seus pais descobrem que ela está usando crack, o que faz disparar o conflito que puxa a história. A mãe, Sofia (Mariana Lima), e o pai, David (Fabio Assunção), procuram a filha para uma conversa. Eles vivem em Santos, mas vão a São Paulo, preocupados. Ela falta ao encontro. Frustrados, os dois discutem. Velhas mágoas vêm à tona. Um culpa o outro pela doença de Amanda. Finalmente, se decidem pela internação. Entendemos que David já viveu algo parecido e ainda convive com algum vício; que ele também é médico e bem-sucedido; que eles perderam um filho no passado. A tensão vai subindo progressivamente. Quando o capítulo termina, estamos familiarizados com a tristeza que domina a família.

Há um ponto de curiosa sincronia com o momento que estamos vivendo. Ainda no primeiro bloco, Amanda atende uma moça que parece estar sufocando. Ela se dirige à mãe da paciente dizendo, com firmeza: “Ela precisa ser intubada. É um procedimento simples, ela vai ficar ótima” (e isso não acontece). Como se sabe, a série é anterior à pandemia, quando a maior parte do público não tinha sequer intimidade com a palavra “intubação”. Mas a coincidência só reforça a ideia de que “Onde está meu coração” consegue construir um universo próprio e carregar o espectador para ele. Mais uma vez, George Moura e Sergio Goldenberg mostram que são capazes de ir longe.


O Globo sábado, 01 de maio de 2021

ENTENDA POR QUE RICHARLISON E MAIS ATLETAS DA PREMIER LEAGUE DECIDIRAM BICOTAR REDES SOCIAIS

 

Entenda por que Richarlison e mais atletas da Premier League decidiram boicotar redes sociais

Movimento na Inglaterra tem adesão de esportistas, veículos de imprensa, federações e marcas como Adidas e Budweiser
Desde 2018, o atacante Richarlison, de 22 anos, está no inglês Everton Foto: OLI SCARFF / AFP
Desde 2018, o atacante Richarlison, de 22 anos, está no inglês Everton Foto: OLI SCARFF / AFP
 
 

Sempre ativo na internet, o atacante Richarlison, do Everton, usou sua conta oficial no Twitter nesta sexta-feira para dar um recado: vai abandonar as redes sociais por alguns dias. A decisão do brasileiro faz parte de um movimento contra o abuso e a discriminação online que atletas atuantes na Inglaterra têm sofrido nos últimos meses. A Premier League e outras entidades do futebol inglês pedem uma mudança de postura das empresa donas dessas plataformas de mídia.

A mobilização, que já ganhou adesão de grandes jogadores, clubes, veículos de imprensa, e das principais entidades do futebol inglês, conquistou ainda o apoio da Uefa, em um posicionamento inédito da federação sobre o assunto. Juntos, eles anunciaram um boicote organizado de quatro dias a redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram a partir desta sexta-feira.

Em setembro, no início da temporada 2020-21, a organização Kick It Out revelou um aumento de 42% nas denúncias de discriminação. A instituição que luta por inclusão e igualdade no futebol inglês afirma ainda que relatos de racismo em partidas do profissional aumentaram 53%, embora a grande maioria delas tenha acontecido com portões fechados.

"As contas em redes sociais da Premier League ficarão silenciadas até terça-feira, 4 de maio. O abuso online deve parar. As plataformas de mídia social devem fazer mais", diz uma publicação da Premier League no Twitter. A entidade fez um série de posts sobre o assunto.


O Globo sexta, 30 de abril de 2021

NETFLIX - O SABOR DAS MARGARIDAS EXPLORA A VELHA FÓRMULA DE SÉRIES POLICIAIS

 

'O sabor das margaridas' explora a velha fórmula de séries policiais

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
Cena de 'O sabor das margaridas' (Foto: Divulgação/Netflix)
Cena de 'O sabor das margaridas' (Foto: Divulgação/Netflix)

 

Quem explora o catálogo de um serviço de streaming constata o quanto os roteiros das séries policiais se repetem. Muitas vezes a sensação que se tem ao ler uma sinopse nova é a de que já assistimos àquela produção. São infinitas as histórias que descrevem “o misterioso sumiço de uma adolescente numa cidadezinha antes considerada pacata”.

É o caso de “O sabor das margaridas”, cujos nove episódios chegaram à Netflix. Olha só o seu resumo: “Ao investigar o desaparecimento de uma adolescente em uma cidade da Galícia, uma agente da Guarda Civil descobre segredos relacionados a seu passado”. Rosa Vargas (María Mera) é uma policial. Novata, mas dotada de talento, é mandada à pequena Murias, no interior da Galícia, para seu primeiro caso. Sua missão é localizar Marta Labrada (Noelia Castaño), uma jovem problemática que trabalhava como frentista e tinha um histórico familiar complicado. A melhor amiga da garota era a filha do policial local, Mauro (Toni Salgado). Ao chegar à delegacia, Rosa é recebida com hostilidade pelos colegas, outro clichê. Eles fazem o possível para encerrar a investigação, numa atitude suspeita. Mas ela não desiste. Tem o faro apuradíssimo para juntar peças de um mistério e logo conclui que eles estão diante de um criminoso em série.

 


O Globo quinta, 29 de abril de 2021

NAPOLEÃO BONAPARTE: DA CÓRSEGA E O EGITO, BICENTENÁRIO DE SUA MORTE INSPIRA VIAGENS PELO MUNDO

 

Da Córsega ao Egito, bicentenário da morte de Napoleão inspira viagens pelo mundo

Influência de imperador francês se nota em diversas partes da Europa e até mesmo no Rio de Janeiro
Napoleão Bonaparte serve de garoto-propaganda da cervejaria Microbrasserie em Ajaccio, capital da Córsega, sua terra natal Foto: PASCAL POCHARD-CASABIANCA / AFP
Napoleão Bonaparte serve de garoto-propaganda da cervejaria Microbrasserie em Ajaccio, capital da Córsega, sua terra natal Foto: PASCAL POCHARD-CASABIANCA / AFP
 
 

Ele aterrorizou nações, conquistou meia Europa e tinha grande habilidade para comandar exércitos. Mas terminaria seus últimos anos isolado no meio do Oceano Atlântico, cuidando de jardins, ditando memórias a um criado e construindo uma gangorra na sala de bilhar.

Da Itália ao Egito, o império de Napoleão Bonaparte, cujo bicentenário de morte é no próximo dia 5, foi feito de conquistas e títulos. Já os extremos de sua vida foram marcados por isolamento em ilhas (no nascimento e na morte, na alegria e no exílio).

Na Córsega, onde a França insular quase toca a Itália na vizinha Sardenha, no Mar Mediterrâneo, fica a Maison Bonaparte, museu na casa de três andares onde nasceu o imperador. Foi ali na capital Ajaccio, em 1769, que ele passaria seus primeiros nove anos diante de praias de areias brancas e águas turquesas. Hoje, o lugar guarda parte do acervo da família instalada na ilha desde o final do século XV. Segundo Vincent Cronin, autor de “Napoleão: uma vida” (editora Manole), foi ali que o general, primeiro cônsul e imperador da França herdou alguns dos “valores corsos” da carreira: senso de justiça, vingança e “uma obsessão um tanto doentia com mortes violentas”.

 

Uma fortaleza natural

Vista aérea da Ilha de Santa Helena, território britânico no Atlântico Sul, onde Napoleão Bonaparte passou seus últimos anos de vida Foto: Mathias Falcone / St Helena Tourism / Divulgação
Vista aérea da Ilha de Santa Helena, território britânico no Atlântico Sul, onde Napoleão Bonaparte passou seus últimos anos de vida Foto: Mathias Falcone / St Helena Tourism / Divulgação

Quem visse aquele homem entediado e doente cuidando de jardins e hortas, no final da vida, nem poderia imaginar seu currículo controverso. Após a Batalha de Waterloo na atual Bélgica, a última da carreira, Napoleão foi levado a Santa Helena, uma das ilhas mais remotas do mundo, cujo pedaço de terra a mais perto fica a 1.125km, na Ilha de Ascensão, no Atlântico Sul. Destino turístico de trilhas exigentes em terreno vulcânico e mergulhos em águas com visibilidade de até 40 metros, a ilha tem Napoleão como uma das principais atrações.

Foi ali que ele passou recluso os últimos cinco anos e meio de vida, sob olhares de dezenas de soldados britânicos, na Longwood House, sobre um platô desprotegido dos ventos violentos. Aliás, esta é uma das razões para o primeiro aeroporto da ilha só ter sido inaugurado em 2016 e a primeira operação comercial ser apenas no ano seguinte, quando um Embraer 190 provou dar conta daquela ventania toda. Este chamado Território Ultramarino Britânico foi escolhido por sua localização remota, numa espécie de fortaleza natural a cinco de dias de navegação da Cidade do Cabo, na África do Sul.

“Os britânicos esperavam que Napoleão fosse esquecido logo. Mas estavam enganados, pois conseguiu manter contato com a Europa”, diz o chefe da Fondation Napoléon, Pierre Branda, em vídeo promocional do “2021 Année Napoléon”, série de atividades criadas na França para marcar o bicentenário e que vem provocando controvérsia, opondo quem vê Napoleão como herói e quem o vê como vilão sanguinário que não merece receber homenagens.

 
Urna no Palácio dos Inválidos, em Paris, onde os restos mortais de Napoleão Bonaparte Foto: THOMAS COEX / AFP
Urna no Palácio dos Inválidos, em Paris, onde os restos mortais de Napoleão Bonaparte Foto: THOMAS COEX / AFP

Até o início da pandemia, a casa e o túmulo eram as atrações turísticas mais procuradas em Santa Helena. No próximo dia 5, os jardins serão abertos com toques de cornetas e leitura de trechos do diário de confidências do general Henri Bertrand, um dos colegas que acompanharam Napoleão em seu último exílio. Vale dizer que, desde 1840, seus restos mortais estão guardados em um túmulo de quartzito vermelho na cripta do Palácio dos Inválidos, um marco em Paris.

Napoleão era chegado a armas, sobretudo canhões, mas tinha uma queda por artes e inovações. Em Paris, introduziu a iluminação a gás na cidade, fez o primeiro calçamento da capital francesa na Rue du Mont Blanc e ordenou a construção do Arco do Triunfo. Em Roma, cujo modelo imperial inspiraria seu planos de expansão, criou praça, jardim e restaurou o Panteão.

Pedra no caminho

No Egito, durante a campanha para ocupar o nordeste africano e a Índia, onde atacaria os britânicos, o capitão Bouchard, que liderava o exército de Napoleão, descobriu a Pedra de Rosetta, que ajudaria, anos mais tarde, a decifrar hieróglifos egípcios. Em exposição no Museu Britânico de Londres, a peça de 196 a.C. é considerada a pedra mais famosa do mundo.

Descoberta por uma missão científica ordenada por Napoleão no Egito, a Pedra de Rosetta hoje em dia pode ser vista no British Museum, em Londres Foto: Eduardo Maia
Descoberta por uma missão científica ordenada por Napoleão no Egito, a Pedra de Rosetta hoje em dia pode ser vista no British Museum, em Londres Foto: Eduardo Maia

Na América Latina, seu legado indireto foi a Missão Artística Francesa, comitiva de escultores, pintores e arquitetos que chegou ao Brasil em 1816, talvez em busca de trabalho após a queda de Napoleão.

A mesma Corte portuguesa que fugira às pressas de Lisboa com medo de uma invasão das tropas napoleônicas contrataria os serviços de artistas bonapartistas como Jean-Baptiste Debret, autor do gigantesco quadro “A coroação de D. Pedro I”, hoje no Palácio do Itamaraty, em Brasília, e cerca de 800 aquarelas, atualmente no Museu da Chácara do Céu, em Santa Teresa, que retratam o cotidiano do Rio naquele começo de século.

Calendário de mostras para marcar bicentenário de morte de Napoleão

Há diversos eventos programados na França. Muitos museus estão fechados por conta da pandemia e se preparam para reabrir. Na internet, é possível ter um aperitivo das exposições. Confira alguns destaques.

‘Napoléon? Encore!’. Artistas contemporâneos como a sérvia Marina Abramovic expõem trabalhos inspirados no militar. De 7 maio a 30 de janeiro de 2022, no Museu das Armas, em Paris (musee-armee.fr)

‘La mémoire des Bonaparte em Corse’. Dedicada aos monumentos públicos erguidos em homenagem aos Bonaparte. De 18 de maio a 11 de julho, no Castelo de Malmaison, em Hauts-de-Seine (musees-nationaux-malmaison.fr)

‘Dessiner pour Napoléon’. Mais de 1.300 documentos, como mapas e plantas, foram restaurados para a exposição. Abriu em março e vai até 19 de julho, no Arquivo Nacional, em Paris (archives-nationales.culture.gouv.fr)

‘Napoléon n’est plus’. Mais de 200 objetos relacionados aos mistérios da morte de Napoleão. Até 19 de setembro, no Museu das Armas, em Paris (www.musee-armee.fr)

‘L’exposition Napoléon’ — Peças de diversos museus, como móveis e objetos de arte, ajudam a recontar a vida do militar francês. Até 19 de setembro, no centro cultural Grande Halle de la Villette, em Paris (expo-napoleon.fr)

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O Globo quarta, 28 de abril de 2021

MAO DA CUÍCA REALIZA O SONHO DO PRIMEIRO DISCO SOLO AOS 70 ANOS

 

Mago da cuíca realiza o sonho do primeiro disco solo aos 70 anos

Velho conhecido da noite carioca e de shows de música brasileira no exterior, Índio mostra a cara, a técnica e as composições em ‘Malandro 5 estrelas’
O multi-instrumentista Índio da Cuíca Foto: Alfredo Alves / Divulgação
O multi-instrumentista Índio da Cuíca Foto: Alfredo Alves / Divulgação
 
 

RIO - Saltos, coreografias, malabarismos com o pandeiro e peripécias com a cuíca fizeram deste carioca uma sensação na noite dos anos 1970, em casas como o Sambão & Sinhá (restaurante em Copacabana do cantor Ivon Curi) e, depois, em shows de música brasileira que correram 23 países. Mas nem isso ou a glória de ter aparecido na TV, de ter tocado no Canecão e no Olympia de Paris e de ter dividido a cena com Roberto Carlos deram a Índio da Cuíca a chance de realizar o sonho do disco solo. Algo que acontece somente no próximo dia 5 — seu aniversário de 70 anos —, com o lançamento em plataformas de streaming de “Malandro 5 estrelas”.

Mais do que um veículo para a sua impressionante técnica na cuíca — literalmente, Índio faz o instrumento cantar —, o álbum editado pelo QTV, selo carioca de música experimental, traz um punhado das singulares composições do músico, entre sambas (“A cuíca chora”, “Cuíca malandra/cuíca encantada”, “Sonho realizado”), cânticos afro (“Medley de Ogum”), calango (“Stribinaite camufraite oraite”), bolero (“Shirley”) e até funk (“Baile do bambu”). Enfim, chegou a vez de a sua visão musical, de seu canto e de seus instrumentos (além da percussão, ele também toca violão) serem registrados em um disco com seu nome estampado na capa.
 

— Índio é o nome que eu tenho mais afinidade — esclarece o artista (que nasceu no Morro dos Afonsos, na Tijuca, e foi batizado de Francisco) sobre a alcunha que ganhou, por causa do cabelo liso de adolescente. — Eu nem nasci no hospital, foi debaixo de uns bambuzais. Minha mãe estava subindo o morro e não aguentou chegar em casa. Meu pai teve que descer com um lençol branco.

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Seu Manoel, o pai de Índio, tocava cavaquinho, cantava e compunha para a Unidos da Tijuca, além de participar de muitas serestas. Foi por suas mãos que o filho desfilou pela primeira vez no carnaval, no Império da Tijuca, aos 12 anos, como pandeirista — com direito a prêmio.

— Mas a escola não me deu o troféu, porque tinha que ter tido permissão do juizado de menores para eu sair na escola. Aí eu nunca mais quis sair em escola de samba, e não saí até hoje. Vi que aquele não era o mundo... meu mundo é palco — conta Índio, que aos 17 já estava tocando na noite e logo depois foi parar na TV Globo, no lugar do amigo Neném da Cuíca, que não pôde cumprir uma data. — Peguei a cuíca e comecei a solar “Brasileirinho”, “Cidade Maravilhosa”... Quando vi, era um destaque. Comecei a sambar com a cuíca, a fazer um monte de coisa.

 
 

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Índio da Cuíca (à esq.) com o grupo Brasil Ritmo, em 1972 Foto: José Santos / Agência O Globo
Índio da Cuíca (à esq.) com o grupo Brasil Ritmo, em 1972 Foto: José Santos / Agência O Globo

Os trabalhos, a partir daí, foram muitos. Índio participou de programas como “Globo de Ouro” e “Brasil Especial”, e gravou em 1972 pela Som Livre um disco com o Brasil Ritmo, grupo que tinha com Neném. Viajou a bordo dos espetáculos de Ivon Curi e Jair Rodrigues, figurou em shows de Roberto Carlos e Alcione e correu o mundo em companhias artísticas lideradas por Joãosinho Trinta e por Haroldo Costa. Por três anos e meio, viveu na Suíça, e aí voltou para o Rio para se casar com sua paixão, Shirley, com quem está junto há 35 anos.

— A lembrança que eu tenho é a de um cara talentoso que tirava os sons menos convencionais de uma cuíca — diz o pesquisador Haroldo Costa, que esteve com Índio em uma turnê que passou por Costa Rica, Honduras e Nicarágua entre abril e maio de 1987.

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Entre tintas

A história de “Malandro 5 estrelas” começou em 2005, quando o percussionista Paulinho Bicolor tomou conhecimento de Índio num espetáculo da Orquestra de Solistas na Sala Cecilia Meireles. Cinco anos depois, já como pesquisador à frente do blog Cuiqueiros, ele o encontrou por acaso na estação de trem de Cordovil. E marcou uma primeira entrevista, na qual o mestre da cuíca revelou o sonho de gravar um disco. Nos últimos anos, foi Paulinho quem cuidou de produzir esse disco, ao lado de Bernardo Oliveira, do QTV. Enquanto isso, vendo o trabalho com música minguar, Índio foi em busca do sustento como pintor de paredes — ofício aprendido no ano que passou nos EUA.

 
 

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Para Paulinho Bicolor, mais do que a afeição pelo mestre foi a dívida da cultura brasileira com Índio da Cuíca que o moveu na realização de “Malandro 5 estrelas”:

— Ele leva a cuíca para outro lugar, como um instrumento melódico, solista à máxima potência. Índio dedilha a cuíca, toca como se houvesse teclas na pele da cuíca. E ela não é para isso. Ele explora esse paradoxo.


O Globo terça, 27 de abril de 2021

E-COMMERCE DO GRUPO IGUATEMI CHEGA AO RIO COM MAIS DE 400 MARCAS

 

E-commerce do grupo Iguatemi chega ao Rio com mais de 400 marcas

Balenciaga, Max Mara e Salinas estão entre elas
Salinas no Iguatemi 365 Foto: Divulgação
Salinas no Iguatemi 365 Foto: Divulgação
 
 

Lançado em outubro de 2019, o e-commerce Iguatemi 365, finalmente, chega ao Rio. São mais de 400 marcas poderosas que estão a distância de um clique dos cariocas. Pense em Balenciaga, Max Mara, Diane Von Furstenberg, M Missoni, Ermenegildo Zegna, Bulgari e as locais Lenny Niemeyer, Osklen, Haight, Salinas... São grifes que não tem fim, disponíveis em cerca de 18 mil produtos.

“Temos uma curadoria exclusiva e estamos trazendo o melhor do varejo nacional e internacional”, explica Carlos Jereissati, presidente da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, que tem 14 malls no Brasil. “Estamos otimistas com o desempenho da plataforma no Rio e em aumentar nossa base de clientes.”

Max Mara no Iguatemi 365 Foto: Divulgação
Max Mara no Iguatemi 365 Foto: Divulgação

 

Para Jereissati, a capital fluminense é peça importante na expansão do e-commerce. “A cidade é um dos maiores polos comerciais do país, com consumidores conectados e antenados com o mundo fashion e as tendências da moda. Há muito tempo ouvimos também dos cariocas o desejo de poder contar com a experiência Iguatemi mais de perto e, agora, isso será possível durante os 365 dias no ano, 24 horas por dia, sem a necessidade de sair de casa.”

Unindo os universos físico e digital, o e-commerce permite que a pessoa participe do Iguatemi One, que traz benefícios de serviços e brindes para aproveitar no próprio site ou nos shoppings espalhados pelo Brasil, com a vantagem de pontuarem quatro vezes mais ao compar on-line. “Nossa intenção é garantir a melhor experiência para todos”, avisa Jereissati.


O Globo segunda, 26 de abril de 2021

HYLDON CANTA E CONTA HISTÓRIAS EM LIVE

 

Hyldon canta e conta histórias em live: 'Me arrependo de não ter tido um psicólogo, um contador e um bom advogado'

Artista canta seus hits e conta causos, como os de quando conheceu Tim Maia e da música inspirada em Schopenhauer
Considerado um dos pais do soul brasileiro, Hyldon começou a carreira com ajuda do primo Pedrinho da Luz, guitarrista da banda The Fevers. Foto: Daryan Dornelles / Divulgação
Considerado um dos pais do soul brasileiro, Hyldon começou a carreira com ajuda do primo Pedrinho da Luz, guitarrista da banda The Fevers. Foto: Daryan Dornelles / Divulgação
 
 

Hyldon gosta de contar histórias. E tem muitas em seu repertório. Em entrevista por telefone, o cantor e compositor, que fez 70 anos no último dia 17, desfiou várias delas em mais de um hora de conversa, durante a qual falou com nostalgia dos 55 anos de carreira. Parte dessas memórias estarão na live que ele, considerado um dos pais do soul brasileiro, faz hoje, às 21h, em seu canal no YouTube (/canalhyldonoficial) e nos canais do Blue Note (/bluenoterio e /bluenotesp). É o sexto e último encontro on-line da série que o músico batizou de “Minha história”, em que canta alguns de seus sucessos entre um caso e outro que conta ao público.

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Mas Hyldon não vive do passado e também tem novidades. No dia em que fez aniversário, a Warner relançou nas plataformas digitais o álbum “Sabor de amor”, de 1981, gravado em show no Teatro Opinião em que o cantor se apresentou com a banda Azymuth. Em julho, outro lançamento: seu segundo álbum, “Deus, a natureza e a música”, de 1976, alçado a status de cult, ganhará nova versão em vinil pelo selo Hare Rare. Com faixas como “Estrada errada”, “Morte doce” e “Adoração”, o disco foi colocado recentemente nas plataformas digitais de música.

Não fosse a pandemia, o artista diz que ainda estaria fazendo shows de seu último trabalho, o disco “SoulSambaRock”, lançado no começo do ano passado, com participações de Rappin’ Hood e do Trio Frito. Além das apresentações, Hyldon teve outra paixão interrompida: o futebol semanal no campo do Politheama, time de Chico Buarque.

— Eu sou zagueiro do time do Chico, jogávamos três vezes por semana antes da pandemia. Mas estou querendo negociar o meu passe — brinca o cantor. — Lancei o “SoulSambaRock”e já tinha fechado shows, estava me planejando, estava tudo andando. Aí veio a pandemia. Resolvi fazer lives para divulgar o disco. Fiz 150 lives. A centésima teve bolo e tudo. E agora essa séria de lives contando minha história... — conta o compositor.

Baiano de Salvador, Hyldon começou sua carreira no Rio dos anos 1960, sob tutela do primo, Pedrinho da Luz, guitarrista da banda The Fevers. Fez parte das bandas de Cassiano e Tim Maia e compôs músicas para artistas como Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Wilson Simonal e Gerson King Combo. Tudo isso antes de lançar seu primeiro disco solo, “Na rua, na chuva, na fazenda”, em 1975, com a meteórica faixa-título e outras canções que fizeram sucesso na época, como “As dores do mundo” e “Acontecimento”.

— “Na rua, na chuva, na fazenda” eu fiz para a Gioconda, uma menina de Juiz de Fora que conheci na Ilha Madre de Deus, na Bahia. Fiquei apaixonado, trocamos correspondências por um tempo. E “As dores do mundo” foi inspirada no livro que o maestro Ian Guest me deu, com o mesmo nome, do filósofo alemão Arthur Schopenhauer, que era um cara meio cético, não acreditava muito no amor, e eu sou o oposto disso. Fiquei puto com o Schopenhauer — conta Hyldon, lembrando dos versos “Eu vou esquecer de tudo / das dores do mundo / não quero saber quem fui mas sim quem sou” .

Depois do sucesso de “Na rua, na chuva, na fazenda”, Hyldon atravessou um período de desentendimentos com a gravadora que, segundo ele, o boicotou por ele não ter dado continuidade à “fórmula” alcançada nos hits anteriores.

— Eu me arrependo de não ter tido um psicólogo, um contador e um bom advogado para negociar meus contratos. Na época, me revoltei porque a gravadora não valorizava meu trabalho. Quando ganhei dinheiro com a música, fiquei sete meses em Nova York. Ouvia “As dores do mundo” nas boates lá, nego dançando agarradinho. Aí que eu me revoltei mesmo, porque nos Estados Unidos me davam moral e na gravadora não. O problema é que, quando você faz sucesso, é muita cobrança. A gravadora quer dinheiro e quer que você faça outro disco igual pra vender mais. E eu gosto de inventar, criar, e isso não agradou ao mainstream — diz o músico.

 

Entre as muitas histórias que coleciona, Hyldon se diverte ao lembrar da da vez em que conheceu Tim Maia e lhe mostrou uma de suas canções.

—A gente ouvia muitas histórias do Tim Maia, o “Tim Cachorro”, que roubava lanches. O Camarão, irmão do Cassiano, me levou para conhecer o Tim no estúdio em que ele estava gravado “These are the songs”. A Elis estava gravando as bases e ele estava no lado de fora. Fomos para uma salinha. Ele mostrou “Jurema”, com aquele violão porrada, aqueles dedos gordinhos... Quando ele abriu a boca pra cantar, tremeu a parede. Depois mostrei um blues meu, “Gioconda”, que ele escutou de olhos fechados, e isso eu aprendi com ele, ouvir bem. Ele ouviu e disse que adorou a música, mas que, com esse nome, “Gioconda”, não ia vender nada. —lembra o compositor, que manteve o nome da música e posteriormente conseguiu emplacar “Gioconda” no disco “Jerry” (1970), de Jerry Adriani, produzido por Raul Seixas.


O Globo segunda, 15 de março de 2021

GINNY E GEORGIA: BOBINHA E DIVERTIDA, SÉRIE DA NETFLIX É CAMPEÃ DE AUDIÊNCIA

 

Bobinha e divertida, 'Ginny e Georgia', série da Netflix, é campeã de audiência

PATRÍCIA KOGUT

 
 
 
 
Cena de “Ginny e Georgia” (Foto: Reprodução)
Cena de “Ginny e Georgia” (Foto: Reprodução)

 

Lançada no fim de fevereiro por aqui e nos EUA, “Ginny e Georgia” escalou rapidamente o ranking das séries mais vistas da Netflix no mundo. Segundo o Flixpatrol.com, no último dia 11, ela estava no topo dessa lista, seguida por “New Amsterdam”. A comédia é estrelada por Brianne Howey e Antonia Gentry. Elas interpretam, respectivamente, uma mãe precoce, Georgia, e sua filha de 15 anos, Ginny. Formam uma daquelas duplas bem azeitadas e adoráveis.

O roteiro, espertamente, abole a figura da autoridade materna antipática. Georgia é jovem, linda e sedutora. Ginny, ótima aluna e responsável. Os papéis sociais e em família são elásticos. Com frequência, é a garota que cuida da mãe. Assim, a trama, embora trate do universo de estudantes do ensino médio e de questões relativas à adolescência, também dialoga com os adultos.

 

No primeiro episódio (são dez), elas chegam a uma nova cidade junto com o caçula, Austin (Diesel La Torraca), de 5 anos. Ginny ingressa na escola, faz amigos, sai com um menino, se apaixona por outro e passa pelos conflitos naturais da idade. Georgia consegue um emprego na prefeitura, se liga a uma vizinha muito agradável e também cria laços. No início, Austin sofre bullying, mas também acaba se adaptando. Contudo, nada é estável com eles. A família vive se mudando. Na verdade, é uma fuga permanente. Logo entendemos que o passado nebuloso de Georgia é a razão para isso. Há uma trama de mistério puxando a história.


Não vale esperar muito de “Ginny e Georgia”. É apenas diversão despretensiosa.

 


O Globo domingo, 14 de março de 2021

AGLOMERAÇÃO: GABIGOL E CANTOR FUNK SÃO FLAGRADOS COM MAIS DE 200 PESSOAS EM CASSINO CLANDESTINO

 

 

Gabigol, do Flamengo, e cantor de funk são flagrados com mais de 200 pessoas em cassino clandestino em São Paulo

Os dois foram encaminhados para prestar esclarecimentos na delegacia e liberados; clube não comentou episódio
Jogador tentou se esconder atrás de moças e cadeiras, em camarote
Jogador tentou se esconder atrás de moças e cadeiras, em camarote
 

O atacante Gabigol, do Flamengo, foi flagrado em um cassino clandestino na madrugada deste domingo, na Vila Olímpia, na Zona Sul de São Paulo. O local foi alvo de uma operação de uma força-tarefa do Estado contra aglomerações durante a pandemia de Covid-19. Cerca de 200 pessoas estavam no local, incluindo o cantor de Funk MC Gui. A polícia chegou ao local após denúncia.

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Em entrevista à GloboNews, Eduardo Brotero, delegado de polícia e supervisor do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos, explicou que a ação visava combater aglomerações clandestinas, mas encontraram um cassino clandestino no local.

Gabigol tentou se esconder com panos na cabeça, atrás de moças e cadeiras no camarote de luxo. Eles estavam de máscara, ao menos na hora da abordagem da polícia.

Procurado, o Flamengo não comentou ainda o caso. Via assessoria informou que o grupo principal tem reapresentação marcada para a manhã desta segunda-feira, no Ninho do Urubu. Ainda não decidiu se o atacante terá algum tratamento diferente após o episódio.

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À polícia, denunciantes informaram que o local funcionava há algum tempo e que foram gastos mais de 8 milhões com as instalações de luxo. Muitos dos que estavam no cassino não usavam máscara, ou a vestiam de forma errada.

Gabigol e MC Gui estavam em cassino clandestino com 200 pessoas, em São Paulo Foto: Reprodução / GloboNews
Gabigol e MC Gui estavam em cassino clandestino com 200 pessoas, em São Paulo Foto: Reprodução / GloboNews

— Chegando no local, pra nossa surpresa, não se tratava de uma festa clandestina, e sim de um cassino clandestino. Na verdade bastante grande. Com diversas pessoas aglomeradas, se expondo ao contágio — explicou.

Gabigol e MC Gui, além de outros envolvidos, foram encaminhados para prestar esclarecimentos na  Delegacia de Crime contra a Saúde Pública, no Centro de São Paulo. Elas assinaram termo circunstanciado, comprometendo-se a prestar esclarecimentos depois, e foram liberados.

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Denunciantes informaram que o local funcionava há algum tempo e que foram gastos mais de 8 milhões com as instalações de luxo Foto: Reprodução / GloboNews
Denunciantes informaram que o local funcionava há algum tempo e que foram gastos mais de 8 milhões com as instalações de luxo Foto: Reprodução / GloboNews

Apesar da presença de famosos, como Gabigol e MC Gui, Brotero evitou fazer uma análise individualizada a respeito dos dois. Explicou ainda que não houve prisões durante a operação.

 
 

— A gente não pode analisar do ponto de vista individual. Para a polícia, a gente não trabalha com um nome. Eu não decido quem vai ser alvo da nossa repreensão. Para mim, todos são iguais ali e devem ser responsabilizados na medida das suas condutas, na medida do que fizeram. Na verdade é que o que causa espanto é que, novamente no meio de uma situação da humanidade, dessa pandemia, com gente morrendo, falta de leito no hospital, alguns desfrutam da vida como se nada tivesse acontecido — disse Brotero para a GloboNews.

A capital paulista está na fase vermelha, uma das mais rigorosas no plano de flexibilização do isolamento social. Festas e aglomerações estão proibidas em todo o Estado e fase vai até 30 de março. Jogos de azar também configuram contravenção.

Os funcionários e o responsável pelo local devem responder por crime contra a saúde pública e jogo de azar. Broteto explicou que tanto a contravenção de jogo de azar quanto artigo 268 de saúde pública somados são crimes de menor potencial ofensivo. Não há prisão em flagrante. Concordando em participar de todos os atos judiciais requisitados, há substituição da prisão em flagrante pelo termo circunstancial.

 

O Globo sábado, 13 de março de 2021

ANIVERSÁRIO DO RECIFE: CONHEÇA ATRAÇÕES VIRTUAIS

 

No aniversário do Recife, conheça atrações virtuais para visitar a cidade sem sair de casa

Museus como o Paço do Frevo e o MAMAM podem ser explorados de longe
 
Paço do Frevo Foto: Divulgação
Paço do Frevo Foto: Divulgação
 

RIO - Recife, a capital de Pernambuco, completa 484 anos hoje (12). Para celebrar o aniversário da cidade, separamos atrações virtuais para os turistas que querem conhecer a cidade, ou que já estiveram lá e estão com saudade.

 

Teatro do Parque

O Teatro do Parque foi reaberto em novembro para visitas virtuais.No tour on-line, além das imagens atualizadas do local, o passeio é acompanhado de trilha sonora e conta também com informações históricas, curiosidades sobre a estrutura e restauração, além de fotos do antes e depois dos ambientes e de elementos de decoração. As imagens foram captadas com câmera de 360°. No site: teatrodoparque.recife.gov.br.

 

MAMAM Paço do Frevo

Na lista de programações virtuais, o Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam) e o Paço do Frevo têm suas galerias de arte on-line em tours pelos acervos. No artsandculture.google.com.

O MAMAM tem sete salas expositivas, um espaço dedicado a projetos especiais de pequeno porte,uma biblioteca especializada em arte moderna e contemporânea, reserva técnica, auditório e pátio interno. O seu acervo  é composto por 1.192 obras do mais diversos artistas modernos e contemporâneos. Já o Paço do Frevo conta a história do frevo através de exposições e obras audiovisuais. Há também um centro de pesquisa e acervo de fotos.

Jardim Botânico

É possível visitar remotamente pelo aplicativo "Jardim Botânico do Recife", disponível nas plataformas Android e iOS. A ferramenta  guia o usuário com o auxílio de textos, áudios, mapa e imagens. Considerado um "museu vivo" em meio à Mata Atlântica, conta com coleções científicas, sete jardins e caminhadas ambientais. Pelo app, o passeio pode ser feito pelos jardins temáticos e trilhas do espaço. O aplicativo também contém uma galeria de fotos de  flores, frutas e animais presentes no local.

Instituto Ricardo Brennand

No site do instituto, há um link para o tour virtual pelo local. Nele, é possível passear pelo acervo artístico e histórico originário da coleção particular do industrial pernambucano Ricardo Brennand. Localizado em um antigo engenho, no bairro da Várzea, a área é cercada por uma reserva de Mata Atlântica preservada. Há pinacoteca, biblioteca, auditório, jardins das esculturas e galeria para exposições temporárias e eventos, além do acervo permanente. institutoricardobrennand.org.br


O Globo sexta, 12 de março de 2021

SETE DICAS DE TRILHAS COM VISUAIS ESPETACULARES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

 

Sete dicas de trilhas com visuais espetaculares no Estado do Rio de Janeiro

De Ilha Grande a Teresópolis, especialista em turismo de aventura lista passeios para todos os tipos de exploradores
 
Vista a partir do topo da Pedra do Sino, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro Foto: Alexandrebvd / Creative Commons / Reprodução
Vista a partir do topo da Pedra do Sino, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro Foto: Alexandrebvd / Creative Commons / Reprodução
 

RIO - Agraciado com picos e montanhas de contornos dramáticos, cobertos por florestas verdes e que quase sempre proporcionam visuais deslumbrantes, o Estado do Rio é um lugar privilegiado para quem gosta de percorrer trilhas.

Da orla da capital às serras do interior, não faltam opções de passeios para praticantes dos mais variados níveis de experiência. Especialista no assunto, o presidente da Associação Carioca de Turismo de Aventura (Acta), Fábio Nascimento, lista algumas das trilhas que recompensam aventureiros com as melhores vistas no território fluminense. Lembrando que, além de calçados adequados, máscara e álcool gel são hoje itens obrigatórios.

Mirante do Caeté (Rio de Janeiro)

Jovens no Mirante do Caeté, no Parque Municipal Natural da Prainha, na Zona Oeste do Rio, em foto de julho de 2018 Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Jovens no Mirante do Caeté, no Parque Municipal Natural da Prainha, na Zona Oeste do Rio, em foto de julho de 2018 Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

“Uma trilha muito fácil, com uma caminhada de 25 a 45 minutos, que pode ser feita até sem guias e não exige muito condicionamento físico. Fica no Parque Natural Municipal da Prainha, no Recreio, e lá do alto se tem uma vista incrível para a Prainha e Grumari, e também para toda a orla da Zona Oeste, até a Pedra da Gávea. Vale a pena chegar cedo.”

 

Pedra do Urubu (Mangaratiba)

“A subida é um pouco mais cansativa, mas não é difícil, com até uma hora de caminhada por um terreno inclinado e irregular. O caminho não tem boa sinalização, mas a trilha é bem marcada no solo, e é difícil se perder. O acesso fica no Centro de Mangaratiba, e a vista pega toda aquela paisagem de pequenas enseadas e montanhas típicas da Costa Verde.”

Cabeça de Dragão (Nova Friburgo)

Vista a partir da Pedra Cabeça de Dragão, no Parque Estadual Três Picos, em Nova Friburgo, Região Serrana do Estado do Rio Foto: Creative Commons / Reprodução
Vista a partir da Pedra Cabeça de Dragão, no Parque Estadual Três Picos, em Nova Friburgo, Região Serrana do Estado do Rio Foto: Creative Commons / Reprodução

“A trilha é uma das mais clássicas do Parque Estadual dos Três Picos, na região de Nova Friburgo. É preciso algum preparo físico para fazer a caminhada de duas horas e meia a três horas, a partir do núcleo Salinas. Nos dias bons, dá para ver até a Baía de Guanabara. Sugiro subir entre maio e setembro, porque é mais seco, e levar um casaco corta-vento.”

Pico do Papagaio (Ilha Grande)

Turistas no cume do Pico do Papagaio, com a enseada do Abraão ao fundo, na Ilha Grande Foto: André Coelho / Arquivo / Agência O Globo
Turistas no cume do Pico do Papagaio, com a enseada do Abraão ao fundo, na Ilha Grande Foto: André Coelho / Arquivo / Agência O Globo

“Com a autorização do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea), responsável pelo Parque Estadual da Ilha Grande, é possível ver até o nascer do sol do alto do pico. É fantástico. E é altamente recomendável contratar um guia para acompanhar a caminhada, de duas a três horas por trecho, com partes muito íngremes.”

 

 

Pedra do Sino (Teresópolis)

“Outra trilha em que a ajuda de um guia é muito bem-vinda. São de seis a oito horas de subida, a partir da sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis. Antes da pandemia, o melhor seria acampar no parque e subir de madrugada, para ver o sol nascer entre as montanhas cobertas pela neblina. Hoje, se comprar o ingresso com antecedência, dá para entrar às 6h, duas horas antes da abertura geral do parque.”

Morro do Couto (Itatiaia)

"É uma trilha difícil e longa e um guia é recomendável. Não pela necessidade de equipamentos especiais, mas para ajudar com técnicas de 'trepa pedra', para subir em blocos que estão pelo caminho. Mas o visual, para boa parte do Sul Fluminense, compensa. O acesso é pela parte alta do Parque Nacional de Itatiaia. Vale a pena pernoitar no Abrigo Rebouças para aproveitar ao máximo."

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Pedra da Gávea (Rio de Janeiro)

"Dessas, é a que mais exige técnica e preparo de quem for fazer a subida. Isso porque há uma parte de escalada num paredão rochoso vertical, que precisa ser acompanhado por guias com equipamentos específicos. É a trilha mais desafiadora da cidade do Rio, mas tem também um dos visuais mais bonitos, com São Conrado e o Morro Dois Irmãos de um lado, e a Barra da Tijuca do outro. Ela fica no Parque Nacional da Tijuca e a trilha está aberta das 8h às 17h. É passeio para o dia todo."

 
 

O que você precisa saber antes de fazer uma trilha

Fábio Nascimento, presidente da Acta, ressalta que, antes de encarar uma trilha, o interessado deve prestar atenção em diversos detalhes, que fazem toda a diferença.

— A primeira dica de todas: o calçado. Tem que ser fechado, de preferência uma bota ou um tênis para atividades em solo de cascalho ou terra, com solado aderente. Nada de chinelos, por favor — afirma.

Visitantes caminham pela Parte Alta do Parque Nacional do Itatiaia Foto: Gute Passeios / Divulgação
Visitantes caminham pela Parte Alta do Parque Nacional do Itatiaia Foto: Gute Passeios / Divulgação

Roupas leves são bem-vindas, mas para trilhas mais fechadas o ideal é usar calças de tecido leve, que podem virar bermuda. Camisas e blusas com proteção UVA e/ou regulação de temperatura, boné, óculos escuros e casacos tipo corta-vento são outros itens que não podem ser esquecidos.

Sobre a alimentação, ele recomenda tomar um café da manhã reforçado, mas, ainda assim, caprichar nos suprimentos para o passeio:

— Devemos sempre levar um litro e meio, no mínimo de água, e alimentos leves, como frutas e sanduíches. Amendoim, barras de cereais e chocolate são ótimos pra garantir energia extra, principalmente nas caminhadas mais pesadas. O mais importante, porém, é voltar da trilha com todo o lixo que você produzir.

Fábio lembra que é preciso levar um pequeno kit de primeiros socorros, protetor solar e repelente. E, em épocas de pandemia, máscaras e álcool em gel 70% são indispensáveis.

— É preciso respeitar as regras sanitárias determinadas pelas autoridades de cada lugar. Sair em grupos com número de pessoas reduzido, manter uma distância mínima e procurar horários de menor movimento é fundamental — ele lembra.


O Globo quinta, 11 de março de 2021

ATRIZ DE HARRY POTTER E O RACISMO

 

Atriz de Harry Potter revela ter sido instruída a negar racismo que sofreu enquanto promovia o filme

Katie Leung relatou ter descoberto sites de ódio dedicados ao seu perfil, mas publicitários da franquia a impediram de falar sobre o assunto
Katie Leung interpretou Cho Chang em quatro dos oito filmes de Harry Potter Foto: Divulgação
Katie Leung interpretou Cho Chang em quatro dos oito filmes de Harry Potter Foto: Divulgação
 

A estrela de Harry Potter, Katie Leung, foi instruída a negar que sofreu com atitudes racistas depois de ganhar fama no papel de Cho Chang no cinema. A escocesa, que hoje tem 33 anos, falou no podcast Chinese Chippy Girl sobre suas experiências com o preconceito durante e depois de estrelar quatro dos oito filmes da franquia, que são baseados nos livros de sucesso de JK Rowling.

Depois de revelar que descobriu sites de ódio dedicados ao seu perfil, ela afirmou que os publicitários do filme lhe disseram para negar ter visto essas plataformas, em uma atitude que ela concordou, mas depois se arrependeu.

Katie Leung falou no podcast Chinese Chippy Girl com G-Ma sobre suas experiências com racismo durante e depois de estrelar quatro dos oito filmes da franquia, que são baseados nos livros de sucesso de JK Rowling Foto: Reprodução
Katie Leung falou no podcast Chinese Chippy Girl com G-Ma sobre suas experiências com racismo durante e depois de estrelar quatro dos oito filmes da franquia, que são baseados nos livros de sucesso de JK Rowling Foto: Reprodução

"Eu estava pesquisando sobre mim mesma e este site era dedicado ao fandom de Harry Potter. Lembro-me de ter lido todos os comentários e havia muito conteúdo racista. Dizia apenas que se você discordava desse elenco, 'clique neste botão' e então era feita uma contagem de quantas pessoas discordavam do elenco. Foi terrível. Tão horrível", relembra ela.

Em conversa com G-Ma, ela acrescentou: "Lembro-me de eles dizendo: 'Katie, não vimos esses sites que as pessoas estão falando, então se você for perguntada apenas diga que não é verdade e não está acontecendo', eu apenas balancei a cabeça, embora eu tivesse visto com meus próprios olhos".

Katie Leung Foto: Reprodução
Katie Leung Foto: Reprodução

Embora fosse uma estrela de destaque, Katie admitiu que as coisas eram mais sombrias nos bastidores. Falando com G-Ma, cujo podcast gira em torno das lutas de ser britânica asiática, a atriz admitiu que aparecer pela primeira vez nas telas a fez sentir que precisava agir como um modelo para crianças com origens semelhantes a ela.

Sentindo-se pressionada a representar a comunidade asiática, ela disse: "Começando em Harry Potter, onde a base de fãs são crianças, você quer ser um modelo e isso me impediu de expressar livremente o que estava acontecendo. Você quer mostrar a eles que os sonhos se tornam realidade, mas há muitos obstáculos. Essa é uma abordagem melhor, porque você quer prepará-los para isso".


O Globo quarta, 10 de março de 2021

SUZY KING: ÍCONE DA TRANSGRESSÃO, FAQUIRESA É TEMA DE BIOGRAFIA

 

Ícone da transgressão, faquiresa Suzy King é tema de biografia, filme e festival

Recuperada por dupla de pesquisadores, artista underground inspira agora nova geração da cultura burlesca
Suzy King e sua serpente: cantora, compositora, faquiresa e diva transgressora Foto: Divulgação
Suzy King e sua serpente: cantora, compositora, faquiresa e diva transgressora Foto: Divulgação
 

RIO — Em seu itinerário trágico e escandaloso, a vedete e faquiresa Suzy King viveu muitas vidas. Reinventando-se a todo momento, escreveu peças censuradas, dançou com cobras, jejuou seminua enterrada em urnas, compôs marchinhas e protagonizou manchetes nos anos 1950 e 1960. Mas há algo que a “deusa das serpentes” nunca deixou de ser, do seu nascimento no interior da Bahia à sua morte solitária e pobre em um trailer nos Estados Unidos: uma artista transgressora.

Pelo menos é assim que sua figura vem sendo recuperada nos últimos anos, em filmes, livros e documentários. A recém-publicada biografia “Suzy King — A pitonisa da modernidade” (Desacato) é a mais completa investigação sobre a misteriosa personagem até aqui, preenchendo lacunas da sua trajetória e celebrando sua natureza provocadora. Os autores Alberto Camarero e Alberto de Oliveira, conhecidos como Os Albertos, também dirigiram o documentário “A senhora que morreu no trailer”, que acompanha suas buscas por rastros de Suzy pelo mundo. Ainda sem data de estreia oficial, o filme será exibido nesta quarta, 10, às 21h, na abertura virtual da sexta edição do festival Yes, Nós Temos Burlesco (YNTB), que homenageia a artista. A transmissão será gratuita, pelo canal do festival no YouTube.

 — O comportamento de Suzy, essa figura marginal e underground que ela representava mesmo sem intenção de fazê-lo, não era adequado à época — diz Alberto de Oliveira, que junto com seu xará foi o maior responsável pelo renascimento da vedete após a publicação, em 2015, do livro “Cravo na carne: Fama e fome” (Veneta), sobre a história do faquirismo feminino no Brasil. — Suzy acabava se passando por louca, e era vista negativamente até pelo meio artístico da época. Mas, para um público mais politizado e idealista de hoje, tornou-se uma heroína gauche, uma representante das resistências atuais.
 
A história da vedete, morta em 1985, pode ser contada por apelidos como Deusa das serpentes, por se apresentar sempre com sucuris e jiboias; Lady Godiva Brasileira, pelos trajes mínimos; maior faquiresa do mundo, por tentar bater o recorde global de jejum... Os Albertos mostram todas essas facetas, mas também buscam as suas origens como Georgina Pires Sampaio, seu nome de batismo. Nascida em Jequié (BA), em 1917, ela fugiu ainda adolescente de um lar religioso. Em 1939, lançou-se como cantora sob o pseudônimo de Diva Rios (o primeiro de muitos) e, nos anos seguintes, passou a se apresentar na cena noturna do Rio. Bailarina talentosa, reinventou-se como Suzy King (um nome “internacional” como a Copacabana em que residia), a dançarina exótica que mesclou o visual de Luz del Fuego (seminudismo e cobras) com o bailado de raízes nacionais de Eros Volusia.
 
A faquiresa Suzy King, nos anos 1950: destino trágico e vida transgressora Foto: Arquivo / Divulgação
A faquiresa Suzy King, nos anos 1950: destino trágico e vida transgressora Foto: Arquivo / Divulgação

 

Ainda como King, ela abraçou o faquirismo e brilhou em uma arte pouco reconhecida: a de criar factoides. Foi uma espécie de subcelebridade trash antes de o termo existir. Quase uma Kim Kardashian. Algumas de suas principais aparições na imprensa envolvem a dramática fuga de uma sucuri do décimo andar da residência da faquiresa, no edifício Tunísia, em Copacabana; o pânico dos vizinhos com as suas cobras Catarina, Cleópatra e Perón; e uma disputa pública com uma fábrica cujas salsichas teriam envenenado sua pet favorita. Após peitar a empresa, King se disse ameaçada por capangas: “Enquanto espero a morte vou me alimentando de bolachas e chá”, anunciou aos jornais.

Mas nenhuma ação de marketing causou mais rebuliço do que seu desfile seminua em um cavalo branco, em pleno Centro do Rio, para promover mais um de seus jejuns — aventura que lhe valeu outro apelido, Lady Godiva brasileira. Ela foi assediada pelos transeuntes, perdeu o figurino do show, caiu do cavalo e teve que fugir do local amargando prejuízos financeiros. “Mãos bobas funcionaram”, noticiou a imprensa da época.

Para atriz e cineasta Helena Ignez, que em 2019 dirigiu um média metragem em parte baseado na vida de King (“Faquir”), a vedete é uma “imagem sociopolítica”. “Ela tem uma força maior do que ela. É uma figura mítica. Para mim, pertence ao universo de Brecht, da emoção com reflexão”, escreveu Ignez no prefácio de “A pitonisa da modernidade”.
 
 

Os livros e o documentário dos Albertos, assim como o filme de Ignez, recuperam a hoje esquecida moda do faquirismo, que marcou a cultura popular nos anos 1950. Os astros da fome eletrizavam o público jejuando por longos períodos dentro de uma urna de cristal, sobre uma cama de pregos. As performances aconteciam em salas comerciais lotadas. King ficou conhecida por se apresentar na Galeria Ritz, em Copacabana, que ainda existe. Segundo os autores, nenhum comerciante atual de lá sabe algo sobre a idade de ouro do faquirismo. O espaço exato onde King jejuava é agora ocupado por um salão de beleza.

Suzy king dá queixa à polícia após sua serpente ter comido uma salsicha estragada (1956) Foto: Divulgação
Suzy king dá queixa à polícia após sua serpente ter comido uma salsicha estragada (1956) Foto: Divulgação

 

Com mais esse mergulho no universo da vedete, os Albertos se equilibram numa tarefa ambígua: celebram os mistérios da personagem ao mesmo tempo em que os desvendam. No novo livro, a dupla conseguiu iluminar os últimos dias de King em um parque de trailers na Califórnia, onde foi viver após se casar com um americano. Eles também encontraram o filho desaparecido dela, com o qual perdera contato dos anos 1960 até a morte. Ele vivia em situação de rua quando os biógrafos o localizaram.

— Agora que King já morreu e que não corre mais riscos de, por exemplo, ser processada por falsa identidade, isso tudo vir à tona é como jogá-la na cara de todo mundo, principalmente dessa sociedade que a desprezava na época — diz Oliveira. — Ninguém a segurou, ela sambou na cara de todos. O seu legado é justamente a reinvenção constante de personalidade, as mentiras, as formas de ludibriar a sociedade.

 
 
Cartaz da 6ª ediçao do festival Yes, nós temos burlesco, com Suzy King ao centro Foto: Reprodução
Cartaz da 6ª ediçao do festival Yes, nós temos burlesco, com Suzy King ao centro Foto: Reprodução

 

King lutou contra a polícia, a censura e a hipocrisia. Foi perseguida e apanhou, não raro fisicamente. Mas nunca desistiu de ser senhora de seu destino. Não surpreende, portanto, que seja ícone de uma nova geração de representantes do burlesco nacional. Tanto que ela é a figura central do cartaz desta edição do YNTB. Para a artista burlesca Miss G., fundadora do festival, King e outras divas do passado “abriram um caminho”.

— O YNTB tem essa tradição de recuperar as histórias das nossas “avós” — diz ela. — Por motivos políticos, essas artistas foram apagadas. O que muita gente chama de transgressão, a gente chama de burla. Essa forma de causar rebuliço e mudar os padrões é uma estratégia burlesca. E Suzy King tinha um jeito só dela de burlar.


O Globo terça, 09 de março de 2021

LETÍCIA SABATELLA COMPLETA 50 ANOS

 

Letícia Sabatella completa 50 anos nesta segunda: 'Feliz com o que eu me tornei'

Atriz conta ter tido crises de ansiedade durante a pandemia, diz não saber se envelhecimento é algo a se lamentar e revela que, se voltasse no tempo, 'faria muita coisa diferente da expectativa do patriarcado'
 
Letícia Sabatella Foto: Mauricio Nahas/ Divulgação
Letícia Sabatella Foto: Mauricio Nahas/ Divulgação
 

Letícia Sabatella chega hoje aos 50 anos lutando contra as crises de ansiedade que a assombraram em alguns momentos da pandemia.

— Estou lutando para não cair novamente. Fazendo terapia, praticando exercicios, levando uma vida saudável — conta.

Outro elemento fundamental para garantir a sanidade mental tem sido o trabalho. Após dez meses de paralisações, as gravações da novela das 18h “Nos tempos do imperador”, em que interpreta a imperatriz Teresa Cristina, voltaram em janeiro. E o set, segundo ela, é um alento, um escape das preocupações constantes com coronavírus e o país. Letícia é uma mulher sensível demais e seu conhecido engajamento político potencializa as dores pelo Brasil doente.

 Thank you for watching

Ter outro foco ameniza, mas, de qualquer forma, o olhar da atriz está sempre voltado para suas convicções. No momento, as roupas das mulheres do século XIX, que compõem o figurino usado por ela diariamente, mobilizam sua atenção (“são carregadas de elementos opressores que geravam dificuldades reais de movimentação, e faz pensar na opressão patriarcal”).

 

Na conversa a seguir, ela conta como se sente ao completar meio-século de vida ("feliz com o que me tornei"), afirma que não sabe se o envelhecimento é algo a se lamentar ("mas a degradação em volta, é dura de aguentar") e revela que, se voltasse no tempo, 'faria muita coisa diferente da expectativa do patriarcado'.

 


O Globo segunda, 08 de março de 2021

DIA INTERNACIONAL DA MULHER: AÍDA SANTOS, UMA DAS PIONEIRAS DO ESPORTE BRASILEIRO

 

'Diziam que eu não ia mudar o mundo. Eu respondia que também não me mudariam’, diz Aída dos Santos, uma das pioneiras do esporte brasileiro

No Dia Internacional da Mulher, a ex-atleta de salto em altura conta como a educação lhe deu voz
 
Aída dos Santos, primeira atleta brasileira a chegar a uma final olímpica, Tóquio-64 Foto: Roberto Moreyra
Aída dos Santos, primeira atleta brasileira a chegar a uma final olímpica, Tóquio-64 Foto: Roberto Moreyra
 

Aída dos Santos nunca se calou. Em 1972, oito anos depois de se tornar a primeira brasileira a disputar uma final olímpica, a atleta do salto em altura foi cortada dos Jogos de Munique por reafirmar em rede nacional, no Programa Flávio Cavalcanti, que viajou a Tóquio sem apoio — era a única mulher entre 68 competidores e terminou sua prova em 4º lugar, sem técnico, com pé torcido e sapatilhas emprestadas.

— Tenho certeza de que os dirigentes me respeitavam. Mas gostar de mim, não gostavam. Meus pais diziam que eu não ia mudar o mundo. Eu respondia que também não me mudariam.

E não mudaram. Aos 84 anos, completados recentemente, só a pandemia parou Aída dos Santos. O lar no Fonseca, em Niterói, tornou-se seu refúgio ao lado do marido. De lá, só sai para o essencial, como tomar a primeira dose da vacina contra o coronavírus na semana passada. Em breve, totalmente imunizada, espera retomar a rotina: jogar vôlei com as meninas, como chama as amigas do time de masters. Antes da chegada da Covid-19, viajavam pelo Brasil e pelo mundo em competições da categoria.

Aída dos Santos com o diploma de participação dos Jogos de Tóquio, em 1964. Ela ficou em quarto lugar no salto em altura
Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo
Aída dos Santos com o diploma de participação dos Jogos de Tóquio, em 1964. Ela ficou em quarto lugar no salto em altura Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo

A mente segue ativa. A octogenária mantém a voz firme daquela jovem de 27 anos, pobre e negra, que surpreendeu ao saltar 1,74m nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Com o passar do tempo, ao discurso forte foi acrescido um tom professoral, resultado da vida acadêmica acumulada. É formada em Pedagogia, Geografia e Educação Física, curso em que lecionou por anos na Universidade Federal Fluminense (UFF).

— Fiz uma faculdade, outra e outra, para poder me impor. Vi muito atleta que chegava nos lugares, viajava, mas ficava num canto isolado. Não socializava, não conhecia pessoas novas, pois não sabia se comunicar, se impor — conta ela, que conseguiu estudar graças ao esporte, mas que alcançou vida confortável devido aos anos como professora. — Se eu não fosse atleta, o que eu seria, morando no morro, filha de lavadeira? Não sei. Estudei na Gama Filho com bolsa.

O atletismo veio por acaso. A paixão era vôlei. Na juventude, a menina do Morro do Arroz, favela de Niterói, tentava reunir colegas para jogar na quadra do Caio Martins.

O vôlei, naqueles anos 1950 e 1960, era sonho distante. Algumas amigas, também negras, ouviram, no Botafogo, que “negro não joga vôlei”, e mandaram as jovens para o atletismo. Aquilo assustou Aída.

Nem sempre ela conseguia quórum para jogar. Foi num desses dias que, para não perder a carona, aceitou ir ao treino de atletismo com a vizinha. Saltou 1,40m, surpreendeu e começou a competir — escondida da família.

Aída dos Santos, Olimpíada de Tóquio, em 1964 Foto: ArquivoAída dos Santos, Olimpíada de Tóquio, em 1964 Foto: Arquivo

Aída mal conhecia a modalidade. Só tinha ouvido falar de Adhemar Ferreira da Silva, considerado o maior atleta brasileiro. Mas percebeu que ali poderia ter um futuro diferente da mãe lavadeira e o pai pedreiro, ambos analfabetos. Aos irmãos, dizia que “precisavam pensar no dia de amanhã”, mas recebia como resposta que “Deus deu hoje, e amanhã Deus dará”.

Vôlei na terceira idade

O ‘não’ ouvido aos negros no vôlei está longe de ser o único. A ele se somam as negativas por ser mulher e pobre. Aguentou as surras do pai por insistir no esporte, sem “levar dinheiro para casa” e o racismo nada velado de professores e dirigentes de clubes, para quem “a crioula não devia estar ali”.

Mais recentemente, um desconhecido bateu na porta da sua casa e ao vê-la disse que queria falar com a responsável. Ela prontamente respondeu que ela era a dona e não iria falar com ele.

— Acho que está melhorando, mas poderia melhorar mais. No esporte também. Principalmente no individual, que depende muito do índice. Se tivessem mais voz e falassem o que veem...

Só aos 60 anos, já na categoria master, ela pôde viver a grande paixão. Também realizou o sonho por meio da filha Valeskinha, campeã olímpica em Pequim-2008.

— As pessoas dizem que como naquela época eu não pude jogar, coloquei a Valeska. Mas ela precisou escolher entre o atletismo e o vôlei e escolheu o vôlei — conta Aída, que também incentivou esporte para os filhos Sérgio e Patricia, que seguiram outros caminhos.

Já aposentada, foi uma das vozes contra a derrubada do Célio de Barros, onde competiu pelo Vasco e Botafogo. Aos 84 anos, depois de tantas batalhas, Aída se sente confortável para dizer, sem ressentimentos, que não tem o reconhecimento à altura. Ela está na galeria de ídolos em General Severiano, dá nome de pista de atletismo da UFF e tem um painel no Caminho Niemeyer, em Niterói.

 

No Dia Internacional da Mulher, certamente é uma grande inspiração. Mas não foi chamada para os Jogos do Rio nem para Tóquio pelo COB — se foi a única mulher em 1964, a estimativa do comitê é de que entre 40% e 45% da delegação nos Jogos de julho seja de mulheres. Valeskinha lamenta a falta de homenagens:

— Em outros países só por ter ido competir nos Jogos, é um grande herói. Falta respeito pela história dela e por quem ela foi.


O Globo domingo, 07 de março de 2021

FINJA ESTAR NA RIVIERA MAIA, NO MEXICO, SEM SAIR DE CASA

 

Finja estar na Riviera Maia, no México, sem sair de casa

Região se estende do sul de Cancún a Tulum
 
Culinária mexicana Foto: BRETT GUNDLOCK / NYT
Culinária mexicana Foto: BRETT GUNDLOCK / NYT
 
 

Conhecido como Riviera Maia, o trecho que se estende do sul de Cancún a Tulum é um destino de férias eternamente popular, atraindo legiões de fãs para suas praias de areia branquíssima. Atualmente, as aglomerações não são seguras, é claro, mas com um pouquinho de imaginação dá para mergulhar na cultura e na culinária da região em casa mesmo.

Como tanta gente que visitou a área pela primeira vez quando ela era mais sossegada e menos disputada, fiquei fascinada não só com a beleza natural – a selva luxuriante, as cavidades naturais, cheias de água azul-turquesa e verde, chamadas cenotes, que, segundo os maias, eram pórticos para o mundo subterrâneo –, mas também com os traços remanescentes de uma sociedade de milhares de anos. Essa foi a Riviera Maia que me chamou imediatamente a atenção, o portal costeiro para uma grande civilização que ergueu pirâmides por toda a Mesoamérica, registrou os movimentos da lua, deu ao mundo uma escrita hieroglífica impressionante e deixou um legado de mitos cativantes. E, por acaso, esses aspectos perenes da cultura são perfeitos para ser explorados de casa.

Dulçor e ardor na cozinha

Um dos pratos mais famosos da região é a cochinita pibil, ou leitão assado no fogo de chão, ao qual a série da Netflix "Taco Chronicles" dedica um episódio inteiro. Não tem espaço para isso? Não se desespere. Uma panela pesada com tampa levada ao forno tem o mesmo efeito, como ensinam Maricel E. Presilla, historiadora culinária e chef, e Diana Kennedy, autora de livros de receita como "The Essential Cuisines of Mexico", que passou décadas estudando os estilos culinários mexicanos e recebeu a Ordem da Águia Asteca do governo federal no caderno de receitas do "The New York Times". Mesmo que cozinhar não seja sua praia, o documentário "Diana Kennedy: Nothing Fancy", sobre a vida da escritora no México, talvez seja, já que funciona como um tipo de meditação sobre a descoberta do trabalho da sua vida.

 
 
Tulum, México Foto: ADRIANA ZEHBRAUSKAS / NYT
Tulum, México Foto: ADRIANA ZEHBRAUSKAS / NYT

Compre o livro da chef Margarita Carrillo Arronte, "Mexico: The Cookbook", para viajar na história culinária do país em mais de 650 receitas, incluindo carne de porco em fogo lento e outras delícias típicas da Península de Yucatán.

Pesquisando outros pratos maias além do cochinita pibil para um artigo para o "The New York Times" em 2012, o jornalista e escritor de livros de receitas Mark Bittman visitou a região, onde os donos de restaurante o ensinaram a preparar tamales, tortillas, salsa e huevos en torta. Bittman pediu para fazer polkanes, que descreveu como "a versão maia do hushpuppy" (versão salgada do bolinho de chuva, feito com fubá). Dá para resistir?

Para mais receitas e histórias inspiradas pela região, vá de "Yucatán: Recipes From a Culinary Expedition", do chef David Sterling.

Sirva-se de um copo de chocolate

Os antigos maias eram mestres em transformar o cacau em uma bebida espumante; a receita de um antropólogo para a "Smithsonian Magazine" pede cacau em pó temperado com pimenta poblano ou habanero.

Aproveitando que você está com a mão na massa, experimente também o Xtabentún, licor de anis, mel fermentado e rum que pode ter sido inspirado no Balché, bebida que os maias consumiam nos cerimoniais, como explica a revista "Yucatán Today". As receitas da "Food & Wine" inspiradas vão ajudá-lo a se tornar um bartender de mão cheia.

 

Dance aos sons mexicanos

Acrescente à sua playlist de quarentena as músicas de Lila Downs, ganhadora do Grammy que canta em espanhol, inglês e línguas indígenas como maia, zapoteca e mixteca. "A artista, que já nos revelou que sua mãe é mixteca, possui vozes múltiplas, explorando do quase falsete ao alto, passando por um contralto emotivo e sensual", escreve Jon Pareles, crítico de música pop do "The New York Times". A participação dela no NPR Music Tiny Desk Concert terá o poder de acabar com suas esperanças de trabalhar – mas certamente fará você se levantar e dançar.

México Foto: ADRIANA ZEHBRAUSKAS / NYT
México Foto: ADRIANA ZEHBRAUSKAS / NYT

Para manter o ritmo, ouça Folkloristas, grupo que Pareles uma vez descreveu como "preservacionistas animados". Sua música tradicional tem raízes em várias regiões do México. A sorte é que você pode ouvir os álbuns deles onde estiver, e conferir suas apresentações no YouTube.

Embarque em uma aventura épica – no sofá

Comece com o Popol Vuh, o mito maia da criação. A tradução em versos de Michael Bazzett entrou para a lista de melhores livros de poesia do "The New York Times" em 2018.

Ou acompanhe a jornada do Yucatán ao submundo descrita em "Gods of Jade and Shadow", de Silvia Moreno-Garcia, que conta a história de uma jovem que abre uma caixa de madeira e sem querer liberta o espírito do deus maia da morte.

Para as crianças, "Rise of the Halfling King: Tales of the Feathered Serpent, Vol. 1", escrito por David Bowles e ilustrado por Charlene Bowles, é um romance gráfico cheio de magia que conta a história de um garoto da mitologia maia.

Mas, antes das HQs modernas, havia os hieróglifos. O antropólogo de Yale e decifrador de códigos Michael D. Coe teve um papel importantíssimo na autenticação e na tradução de um documento descoberto em uma caverna mexicana, hoje considerado o manuscrito mais antigo existente nas Américas, como descreveu o "The New York Times". Para saber mais, mergulhe em "Breaking the Maya Code".

Aprofunde-se na história antiga

Não só na Riviera Maia como em suas imediações há ruínas impressionantes, como as de Cobá, Tulum e Chichén Itzá, que em 2007 foi eleita uma das "novas Sete Maravilhas do Mundo" (das originais, só restaram as pirâmides), cujos monumentos "estão indiscutivelmente entre as obras-primas da arquitetura mesoamericana", como descreve a Unesco. Você queria vê-los? Não tem problema – basta fazer um passeio virtual por lá com o vídeo "New Seven Wonders in 360" do "The New York Times". Além disso, você pode explorar outros sítios no clássico de John Lloyd Stephens, "Incidentes de Viagem na América Central, Chiapas e Yucatán", publicado pela primeira vez nos idos de 1840.

 
 

Mergulhe sem se molhar

A ampla Reserva da Biosfera Sian Ka'na, perto de Tulum, também é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, com florestas tropicais que abrigam espécies vulneráveis e ameaçadas de extinção como o macaco-aranha-de-Geoffroy, o bugio Alouatta pigra e a anta de Baird. A partir do laptop, é muito fácil chegar lá: descubra as águas com o peixe-boi-marinho e as tartarugas marinhas no site da Unesco, e mergulhe nos cenotes azuis de Sian Ka'an em um vídeo de outro mundo.

"Dos tubarões perto da Playa del Carmen aos recifes perto de Tulum, a região toda é o sonho de qualquer mergulhador", elogia Oscar Lopez, assistente na filial do "The New York Times" na Cidade do México, onde nasceu. Ele já mergulhou em diversos pontos do planeta, mas a Riviera Maia continua sendo um de seus favoritos. "E isso é só no mar; no interior dá para ir fundo também, descendo pelos cenotes para explorar um dos maiores sistemas fluviais subterrâneos do mundo, nadando entre as estalactites ou flutuando tranquilo em uma nuvem de sulfeto de hidrogênio para depois subir à superfície e voltar caminhando pela floresta."

Seja um astrônomo de quintal

Os antigos maias se destacaram na astronomia e na matemática. Já você pode descobrir seus conhecimentos sobre o Sol e as estações com games e vídeos do site "Living Maya Time", do Museu Nacional do Índio Americano do Instituto Smithsonian.

 
 

Relaxe com um podcast

Ajeite-se na rede ou se espalhe em uma poltrona confortável, imagine-se no litoral caribenho e ouça antropólogos e arqueólogos mergulhando na história no "The Maya Civilization". Quem foi o povo que construiu as grandes cidades, hoje em ruínas, que os visitantes não se cansam de admirar? Descubra a resposta em um episódio do programa "In Our Time", da BBC Radio 4.


O Globo sábado, 06 de março de 2021

BAVAROISE DE COCO: APRENDA A RECEITA

 

 

Aprenda a receita de bavaroise de coco, clássico doce francês

O chef Adair Herrera, do Tragga, ensina o passo a passo para a sobremesa cremosa
 
Bavaroise de coco do Tragga: sobremesa é típica da França. Foto: César Chiapeta / Divulgação
Bavaroise de coco do Tragga: sobremesa é típica da França. Foto: César Chiapeta / Divulgação
 

Sobremesa tipicamente francesa, a bavaroise tem uma textura leve que lembra a de um mousse. Nesta receita, o chef Adair Herrera, do Tragga, ensina a fazer uma bavaroise de coco, bastante cremosa. Com os ingredientes a seguir, é possível fazer 13 unidades do doce, com 10 centímetros de diâmetro cada um. Veja o passo a passo:

Doce:  saiba como fazer brownie de chocolate branco

Ingredientes da massa base

  • 100g açúcar
  • 100g farinha de trigo
  • 100g de manteiga gelada
  • 80g coco ralado

Ingredientes do creme de coco

  • 8 gemas de ovos
  • 500mL de leite
  • 200g de açúcar
  • 120g de coco ralado
  • 800mL de creme de leite fresco
  • 12g gelatina sem sabor

Modo de preparo da massa base

Misture todos os ingrediente e deixe descansar na geladeira.

Asse em forno pré aquecido a 180 graus por, aproximadamente, 10 minutos, em aros forrados com papel alumínio. Não precisa untar.

Modo de preparo do creme de coco

Faça um creme inglês com leite, açúcar, ovos e coco ralado. Reserve.Bata o creme de leite em ponto de chantilly. Em seguida, reserve. Hidrate a gelatina e adicione o creme de coco. Incorpore o creme de leite batido. Preencha as formas com a massa já assada e leve na geladeira até endurecer.


O Globo sexta, 05 de março de 2021

ROCK IN RIO É ADIADO PARA 2022 NO BRASIL E EM PORTUGAL

 

Rock in Rio é adiado para 2022 no Brasil e em Portugal

Organização garante que atrações 'estão com negociações avançadas' e podem ser anunciadas ainda no primeiro semestre de 2021
 
Montagem da Cidade do Rock em 2019 Foto: Pablo Jacob
Montagem da Cidade do Rock em 2019 Foto: Pablo Jacob
 

Rock in Rio confirmou oficialmente que os dois festivais que realizaria em 2021, no Rio e em Lisboa, estão adiados para setembro e junho de 2022, respectivamente.

Para matar a saudade:Por que o Rock in Rio 2019 foi o melhor em muitos anos

Segundo a organização, a esta altura, as montagens das estruturas dos eventos tanto no Brasil quanto em Portugal já deveriam estar iniciadas, o que não é possível por conta do atual estágio da pandemia de Covid-19. "Toda esta mudança tem como único objetivo preservar a saúde dos milhares de visitantes que habitam as Cidades do Rock durante os dias de festival", diz a nota oficial.

 

Thank you for watching 

No Rio, o festival está agora marcado para os dias 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro de 2022, no Parque Olímpico, enquanto em Lisboa será realizado no Parque Bela Vista em 18, 19, 25 e 26 de junho do mesmo ano.

 Na edição portuguesa, que já tinha sido adiada de 2020 para 2021 pela pandemia e estava com ingressos vendidos, os bilhetes seguirão válidos para as novas datas, mas há a possibilidade de reembolso.

O Globo quinta, 04 de março de 2021

ORLANDO TERÁ PARQUE DE PEPPA PIG EM 2022

 

Orlando terá parque de Peppa Pig em 2022: veja o que mais está para abrir na cidade

Área temática dedicada à personagem dos desenhos animados será na Legoland Florida
 
Personagens do Peppa Pig World, parque temático na Inglaterra inspirado no famoso desenho animado Foto: Divulgação
Personagens do Peppa Pig World, parque temático na Inglaterra inspirado no famoso desenho animado Foto: Divulgação
 

RIO - Das poças de lama da chuvosa Inglaterra para as planícies alagadas da ensolarada Flórida. Orlando ganhará em 2022 um novo parque temático, dedicado à personagem de desenhos animados Peppa Pig. A atração, prevista para abrir as portas no verão do Hemisfério Norte do próximo ano, fará parte do complexo da Legoland Florida.

De acordo com informações divulgadas à imprensa, o parque temático será vizinho da Legoland Florida, em Winter Haven, a 100km do Centro de Orlando. Mas ele terá uma entrada separada e um ingresso à parte, assim como será comercializado um bilhete especial que dará acesso aos dois parques.

O espaço de 1,8 hectare será ocupado por atrações voltadas à família e às crianças, especialmente as menores. Serão pelo menos seis brinquedos mecânicos, playgrounds, áreas molhadas, restaurantes e lachonetes. Espaços para shows e encontros com personagens serão inspirados nos desenhos e remeterão aos cenários das historinhas do desenho animado, como lugares com "poças de lama" para os pequenos se divertirem.

 

A operação do parque será uma parceria da Hasbro, que detém os direitos dos personagens, com a Merlin Entertainments, uma gigante do setor de atrações turísticas que é dona de marcas como os museus de cera Madame Tussauds, os centros de animais marinhos Sea Life, a roda-gigante London Eye e dos próprios parques Legoland espalhados pelo mundo.

A companhia é dona também do Peppa Pig World of Fun, uma rede de espaços de diversão para crianças pequenas, com três unidades nos EUA e uma em Xangai, na China. São áreas com brinquedos lúdicos em espaço fechado, mais semelhante a um playground temático, do que com a proposta de um parque de diversões ao ar livre, como será o da Flórida. É mais provável que a atração de Winter Haven seja mais parecida com o Peppa Pig World, uma área temática dentro do complexo Paulton's Park, em Hampshire, a duas horas de Londres.

O que mais vem por aí em Orlando

A nova fonte em frente à Spaceship Earth, a construção que é símbolo do parque EPCOT, no Walt Disney World, em Orlando Foto: Matt Stroshane / Walt Disney World / Divulgação
A nova fonte em frente à Spaceship Earth, a construção que é símbolo do parque EPCOT, no Walt Disney World, em Orlando Foto: Matt Stroshane / Walt Disney World / Divulgação

O parque temático da Peppa Pig, que ainda não tem um nome oficial, não será a única atração para os próximos meses na região de Orlando. Se ele abrir as portas quando está previsto, em meados do ano que vem, ainda estarão acontecendo na cidade as comemorações pelo 50º aniversário do Walt Disney World. O dia certo é 1º de outubro de 2021, mas  o jubileu será celebrado por 18 meses a partir daquela data.

Neste período, o resort pretende inaugurar uma série de atrações e apresentar ao público um parque quase todo com  nova cara. Estamos falando do EPCOT, que passa pelo seu maior processo de renovação. Áreas inteiras estão sendo repaginadas e abrirão ao público ao longo de 2021 e 2022.

Entre as atrações, as mais esperadas são Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind, uma montanha-russa inspirada nos filmes "Guardiões da galáxia" e que apresentarão uma nova tecnologia, com carrinhos que giram em 360 graus sobre os trilhos, de maneira independente, e Remy’s Ratatouille Adventure, em que os visitantes são "encolhidos" ao tamanho do ratinho cozinheiro e embarcam numa aventura dentro do restaurante Gusteau's, como se estivessem na animação "Ratatouille". Ainda não há data para esses dois brinquedos, mas a expectativa é que eles sejam inaugurados no segundo semestre de 2021.

Funcionários da Disney Parks inspecionam os carrinhos da montanha-russa Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind, que será aberta no EPCOT em 2021 Foto: Disney Parks / Divulgação
Funcionários da Disney Parks inspecionam os carrinhos da montanha-russa Guardians of the Galaxy: Cosmic Rewind, que será aberta no EPCOT em 2021 Foto: Disney Parks / Divulgação

Grande expectativa também para a principal novidade do Universal Orlando Resort para este ano. A montanha-russa Jurassic World VelociCoaster deve ser inaugurada em meados de 2021 com promessa de muita adrenalina. Inspirada nos velociraptors da franquia "Jurassic World", o brinquedo no parque Islands of Adventures será a montanha-russa com o lançamento, ou seja, a partida do carrinho, mais alto e rápido da Flórida, com uma arrancada de 112km/h. Ao longo de 1.430 metros de trilhos, os passageiros participarão de uma caçada ao lado de um grupo de velociraptors.

A parte mais alta do trajeto, a 47 metros acima do chão, é seguida de uma queda de 80 graus. Em outro momento, o trilho se retorce, permitindo uma espiral de 360 graus a poucos centímetros acima da lagoa do Islands of Adventure, naquela que é considerada a "manobra  assinatura" do brinquedo. No total, os criadores prometem 12 segundos de “tempo no ar”, com a sensação de gravidade zero que os visitantes sentem quando são levantados de seus assentos.

O complexo da Universal, aliás, está em expansão. Interrompidas em julho de 2020 por conta da pandemia, as obras de construção do Epic Universe, o quarto parque temático do resort, foram retomadas esta semana. O novo espaço ocupará mais de 3.000km² e suas atrações permanecem em segredo, com previsão de abertura é para abril de 2024.

Outra montanha-russa bastante aguardada é a Ice Breaker, do SeaWorld Orlando. Inspirada na paisagem gelada dos pólos do planeta, seu grande diferencial será a alternância de direções que os carrinhos tomarão ao longo do passeio. Em determinados momentos, eles andarão de ré (e sempre acelerando). Em outro, os visitantes chegarão a quase 30 metros de altura e praticamente despencarão numa descida num ângulo de 100 graus, a mais íngrime da Flórida. Sua inauguração está prevista ainda para o primeiro semestre de 2021. 

Este ano deve testemunhar também o renascimento de uma atração clássica do Busch Gardens, em Tampa. A montanha-russa de madeira Gwanzi está sendo substituída por uma versão mais moderna e radical, a Iron Gwanzi, que deve ser inaugurada nos próximos meses. A nova versão será a mais alta e mais rápida montanha-russa híbrida do mundo, ou seja, feita com madeira e aço. Além de três inversões, ela terá uma queda num ângulo de 91 graus a partir de 62 metros de altura, e seus carrinhos poderão chegar a 122 km/h.

O Globo quarta, 03 de março de 2021

TULIPA DE FRANCO AGRIDOCE: DICA PRÁTICA DO CHEF JOÃO DIAMANTE

 

 

Tulipa de frango agridoce é dica prática do chef João Diamante

No comando do Na minha Casa e do projeto social Diamantes na Cozinha, o chef ensina receita de origem asiática
Tulipa de frango agridoce Foto: G Lab
Tulipa de frango agridoce Foto: G Lab

No vídeo, o chef João Diamante, do restaurante Na minha casa e do projeto social Diamantes na Cozinha, ensina como fazer tulipa de frango agridoce.

 


O Globo terça, 02 de março de 2021

POKE, PRATO DE SALMÃO COM ARROZ: RECEITA

 

Saiba como fazer poke, prato com salmão e arroz; veja receita

Alimento com origem no Havaí, comida saudável mistura peixe e ingredientes refrescantes em combinação fácil de reproduzir em casa
 
Poke com salmão, abacate, rabanete, manga e pepino: receita saudável Foto: Divulgação
Poke com salmão, abacate, rabanete, manga e pepino: receita saudável Foto: Divulgação
 

O que é poke, afinal de contas? Com origem no Havaí — e muito reproduzido em restaurantes de comida oriental no Brasil —, o alimento é rápido de ser preparado e consumido, e se notabiliza como uma refeição saudável, apesar de poder ser tachado como "fast food".

A receita é simples e frescante: montado num pote ou bowl, o prato normalmente tem o peixe como ingrediente principal — salmão, tilápia ou atum —, e mistura, de forma bem apresentada na louça, itens como manga, abacate, gengibre, cenoura e pepino.

Doce:  saiba como fazer brownie de chocolate branco

A iguaria, que pode ser reproduzida em versão vegana (sem carne), é fácil de fazer em casa. Abaixo, veja o passo a passo da receita utilizada pelo restaurante Porto Frescatto, no Rio de Janeiro. Rende três porções.

Receita de Poke

Ingredientes

  • 450g de arroz temperado para sushi (shari) ou arroz branco;
  • 450g de peixe em cubos (pode ser atum, salmão ou tilápia);
  • 90g de manga, cortada em cubos;
  • 45g de alga temperada;
  • 60g de pepino fatiado;
  • 60g de gengibre em conserva;
  • 60g de ervilhas congeladas;
  • 50g de abacate, em cubos ou lâminas;
  • 50g de cenoura fatiada bem fininha

Ingredientes (para marinar o peixe)

  • 750ml de shoyu;
  • 300ml de suco de limão
  • 1 e 1/2 colher (sopa) de açúcar;
  • 3 colheres (sopa) de óleo de gergelim;
  • 1 e 1/2 colher (sopa) de gengibre

Ingredientes (para a maionese com gergelim)

  • 10 colheres (sopa) de maionese;
  • 2 colheres (sopa) de shoyu;
  • 2 colheres (sopa) de açúcar;
  • 2 colheres (sopa) de gergelim;
  • 2 colheres (sopa) de gengibre ralado.

Modo de preparo

Primeiro, misture todos os ingredientes da marinada e coloque o peixe por 5 minutos. Reserve. Enquanto isso, misture os ingredientes da maionese.

Num bowl individual, coloque o arroz branco ou shari e cubra com os ingredientes na seguinte ordem: filé de peixe marinado em cubos, manga, abacate, cenoura, pepino, gengibre e alga, intercalando para que os ingredientes da mesma cor fiquem separados.

Depois disso, é só servir com a maionese como molho.


O Globo terça, 02 de março de 2021

TAPIOCA DE AÇAÍ: CHEFS ENSINAM COMO PREPARAR

 

Riquezas do Pará: Gaby Amarantos visita Rodrigo Hilbert para preparar tapioca de açaí em crosta de coalho

A cantora e o apresentador tiveram bons momentos dividindo a cozinha do programa “Tempero de família”
Rodrigo Hilbert recebe a cantora Gaby Amarantos: no programa 'Tempero de família' Foto: reprodução
Rodrigo Hilbert recebe a cantora Gaby Amarantos: no programa 'Tempero de família' Foto: reprodução

Gaby Amarantos é patrimônio paraense, assim como o açaí. Em episódio da série “Tempero de família”, a cantora dividiu com o apresentador Rodrigo Hilbert a cozinha e o preparo de uma saborosa tapioca de açaí na crosta de queijo coalho. Para o recheio, eles refogaram palmito pupunha com cebola-roxa e um toque de tomilho, levemente banhados em manteiga de garrafa. Ficou bom demais, basta ver a cara da dupla na hora de provar a receita. O "Tempero de família" é um conteúdo Nhac GNT.

Acompanhe o vídeo e, lá embaixo, confira a lista dos ingredientes para fazer em casa:

Gaby Amarantos ajuda Rodrigo Hilbert a preparar tapioca de açaí na crosta de coalho
Gaby Amarantos ajuda Rodrigo Hilbert a preparar tapioca de açaí na crosta de coalho

 

Ingredientes

2 xícaras de chá de tapioca de polvilho azedo

6 colheres de sopa de polpa de açaí

6 colheres de sopa de água

360 gramas de queijo coalho (ralado fino)

Recheio de pupunha com cebola-roxa

Melado

2 pedaços de palmito pupunha

1 cebola-roxa

 

Azeite

Tomilho

Sal

Meia xícara de água (para cozinhar o palmito e a cebola)

Manteiga de garrafa (para fritar levemente o palmito e a cebola)


O Globo segunda, 01 de março de 2021

ANTEPASTO DE CASCA DE BANANA: APROVEITAMENTO TOTAL - APRENDA A PREPARAR

 

Aproveitamento total: aprenda a preparar um saboroso antepasto de casca de banana

Em nova aula do Hub Rio Gastronomia, a nutricionista Cristine Ravizzini e a chef Adriana Domingues trocam dois dedos de prosa sobre receitas sem desperdício e o programa Mesa Brasil Sesc
 
A nutricionista Cristine Ravizzini e a chef Adriana Domingues na aula do Rio Gastronomia: parceria com o Mesa Brasil Sesc Foto: Divulgação
A nutricionista Cristine Ravizzini e a chef Adriana Domingues na aula do Rio Gastronomia: parceria com o Mesa Brasil Sesc Foto: Divulgação

– A vitamina está nas cascas – ensina a nutricionista Cristine Ravizzini, antes de arrematar: – Fazemos aproveitamento integral, com isso a gente diminui lixo orgânico e obtém um alimento mais nutritivo e saudável.

 

Acompanhe o vídeo (e, abaixo, confira a receita completa):

 

Receita do antepasto de casca de banana

Rendimento: 5 porções

Ingredientes

Casca de banana  6 unidades

Azeite  2 colheres de sopa

Cebola ½ unidade

Tomate ½ unidade

Pimentão ½ unidade

Vinagre de maçã 1 colher de sopa

Cheiro verde ½ molho

Sal a gosto

Modo de Preparo

Picar as cascas de banana bem miúdas. Colocar na panela com um fio de azeite, cebola, tomate, pimentão, cheiro verde, sal e as cascas de banana. Vá mexendo para refogar e apague o fogo, colocando uma colher de vinagre de maçã. Esfriar e servir com torradinhas.

 

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.


O Globo domingo, 28 de fevereiro de 2021

DRINK COM ESPUMANTE, LIMÃO E HORTELÃ: RECEITA FÁCIL DE FAZER EM CASA

 

Drink com espumante, limão e hortelã é receita fácil de fazer em casa

Sptriz Hugo é bebida leve, refrescante e ideal para dias quentes; equipe do Bobô Bar revela passo a passo do preparo
O drink Hugo, com espumante e hortelã: receita do Bobô Bar Foto: Divulgação
O drink Hugo, com espumante e hortelã: receita do Bobô Bar Foto: Divulgação
 

Bebida leve e refrescante, o spritz Hugo é ideal para dias quentes no verão. A receita foi criada na Áustria, e é fácil de ser reproduzida em casa, como mostra a equipe do Bobô Bar, no Taste Lab, no Rio de Janeiro, onde o drink se tornou hit deste verão.

Para o preparo, bastam poucos ingredientes, como limão, hortelã e vinho espumante. Abaixo, veja o passo a passo.

Mais drink:  Combinação com vinho é receita fácil de fazer

Spritz Hugo (drink com espumante)

Ingredientes 

  • 8 a 10 folhas de hortelã;
  • 3 fatias finas de limão;
  • 50ml de xarope de flor de sabugueiro;
  • 100ml de espumante brut;
  • gelo

Modo de preparo 

Numa taça com gelo, adicione as folhas de hortelã, as fatias de limão e o xarope de flor de sabugueiro. Complete com espumante brut e decore com um ramo de hortelã fresco. A bebida está pronta.

 


O Globo sábado, 27 de fevereiro de 2021

HAMBÚRGUER CASEIRO: CHEF ENSINA COMO FAZÊ-LO E SABOROSO

 

Chef ensina como fazer hambúrguer caseiro saboroso

Receita é preparada com carne bovina e costela desfiada; Yasser Regis, da hamburgueria Ex-Touro, dá dicas preciosas para manter a suculência do prato
O hambúrguer DC Hardcore, do Ex-Touro, feito pelo chef Yasser Regis Foto: Tomás Rangel / Divulgação
O hambúrguer DC Hardcore, do Ex-Touro, feito pelo chef Yasser Regis Foto: Tomás Rangel / Divulgação
 

Não é muito difícil fazer um hambúrguer caseiro saboroso e suculento. Chef da hamburgueria carioca Ex-Touro, Yasser Regis revela a receita do sanduiche DC Hardcore, com carne bovina e costela desfiada.

— A ideia desse hambúrguer foi fazer uma receita monstruosa. Queria criar algo que fosse mais bruto, maior — ressalta o chef. — Mas não é um hambúrguer pesado de comer, já que tem a presença do molho barbecue, um pouco mais ácido e que limpa o paladar, não deixando a sensação de gordura na boca. 

Abaixo, veja o passo a passo do preparo, que rende um sanduíche.

Hambúrguer DC Hardcore

Ingredientes (do hambúrguer)

  • 200g de carne fresca

(Algumas sugestões de blends: 70% acém e 30% peito; 50% acém, 20% peito e 30% fraldinha com gordura; 80% acém e 20% costela bovina dianteira sem osso; ou o bom e velho hambúrguer 100% fraldinha — aí já não é blend, vale lembrar)

 

Ingredientes (da costela desfiada)

  • 1kg de costela bovina cortada em pedaços;
  • 1 cebola branca média cortada em cubos;
  • 1 cenoura média cortada em cubos;
  • 1 ramo de alecrim;
  • 1 folha de louro;
  • 1/2 xícara de chá de Shoyu;
  • sal e Pimenta

Ingredientes (do molho barbecue)

  • 1 e 1/2 xícara de ketchup;
  • 1/2 xícara vinagre de maçã;
  • 1/4 xícara de shoyu;
  • 1/2 cebola média;
  • 1 colher de sopa de alho em pó;
  • 1/4 xícara de açúcar mascavo;
  • 1 dose de Jack Daniels;
  • 1/2 colher de sopa de fumaça líquida

Ingredientes (para a cebola frita)

  • 1 cebola branca grande;
  • Farinha temperada para empanar;
  • 200g de farinha de trigo;
  • 2 colheres de sopa de páprica doce defumada;
  • 1/3 de colher de sopa de cominho em pó;
  • 1 colher de sopa de louro em pó;
  • 1 colher de sopa de cebola em pó;
  • 1 colher de sopa de alho em pó;
  • 1/2 colher de chá de pimenta-caiena;
  • 1/2 colher de sopa de gengibre em pó;
  • 100g de amido de milho;
  • 2 colheres de sopa de sal;
  • 1/2 colher de sopa de pimenta-doreino moída

Modo de preparo (do molho barbecue)

Numa panela, refogue a cebola com uma colher de manteiga ou um fio de azeite, até ficar dourada. Adicione o ketchup da marca da sua preferência, vinagre, shoyu, Jack Daniel’s, o alho em pó e o açúcar mascavo. Cozinhe por aproximadamente 30 minutos em fogo baixo, mexendo de vez em quando para não agarrar no fundo da panela. No final, adicione a fumaça líquida e cozinhe por mais 5 minutos.

Modo de preparo (da costela desfiada)

Pegue 1kg de costela bovina com osso. Corte em pedaços e doure todos os lados em uma panela de pressão (sem tampá-la), com um fio de azeite. Feito isso, retire a costela e jogue a cebola, a cenoura, o alecrim e o louro na panela com um fio de azeite, para soltar o fundo. Quando ficarem dourados, adicione o shoyu e volte a costela para a panela.

Complete com água, até cobrir os ingredientes e deixe na pressão por 40 minutos. Passado esse tempo, deixe sair a pressão, retire a costela, desfie num pote separado e adicione um pouco do caldo que ficou para deixá-la mais úmida.

Modo de preparo (da cebola crocante)

Fatie as cebolas em rodelas finas e adicione num pote com água gelada. Tire o excesso da água e coloque as rodelas finas na farinha temperada, cobrindo-as e tirando o excesso de farinha. Frite em óleo a 180C° até ficarem douradas e crocantes.

 
 

Modo de preparo (do hambúrguer)

Coloque a frigideira a fogo alto até que comece a soltar um pouco de fumaça e acrescente o hambúrguer já moldado com um pouco de manteiga. Atenção: não mexa. Adicione sal e pimenta a gosto.

Deixe o hambúrguer por aproximadamente 2 minutos e 30 segundos de cada lado, sem ficar mexendo. (Uma dica: Quando começar a ver suco na parte de cima do burguer, é certeza que ele está bem selado, e ja é hora de virar). Adicione o monterey jack já fatiado, ou o queijo que preferir. Use uma tampa sobre a frigideira para ajudar a derreter o queijo, jogando antes, 1 colher de sopa de água na frigideira, para criar vapor e acelerar o processo.

Retire o hambúrguer da frigideira e deixe-o descansar por um minuto a um minuto e meio.

Corte o pão e sele-o com manteiga numa frigideira até que fique dourado, com a aparência de um pão na chapa.

Montagem

Coloque a carne com o queijo já derretido em cima da base do pão. Em seguida, acrescente uma colher de sopa, ou mais, da costela desfiada e, por cima dela, coloque o molho barbecue.

Para coroar o hambúrguer, ponha a cebola crocante. Depois, feche com o outro lado do pão. O sanduíche está pronto.


O Globo sexta, 26 de fevereiro de 2021

OS MELHOE LIVROS PARA LER EM 2021

 

Os melhores livros para ler em 2021

Confira os principais lançamentos literários do ano
 
Livraria Belle Époque, no Méier, em 2019 Foto: Gabriela Fittipaldi / O Globo
Livraria Belle Époque, no Méier, em 2019 Foto: Gabriela Fittipaldi / O Globo
 

À procura de novas histórias para 2021 mas ainda sem ideia de que livro abrir? Reunimos nesta lista os principais lançamentos literários de ficção, não-ficção, infanto-juvenil e poesia do ano. São obras nacionais, internacionais, livros inéditos e reedições especiais. Separamos também algumas resenhas escritas por especialistas e críticos literários. Confira:

Ficção

“Os supridores”

Autor: José Falero. Editora: Todavia. Páginas: 304. Preço: R$ 59,90.

A chamada “voz das periferias” tem merecido cada vez mais reconhecimento — como prova o justificado sucesso do rapper Emicida na Nettflix com o filme “AmarElo —É tudo pra ontem”. E o bacana é que, sendo o Brasil tão gigante em experiências periféricas, seus novos arautos nos surpreendem o tempo todo. É o caso do gaúcho José Falero, de 33 anos, criado na Zona Leste de Porto Alegre. “Os supridores”, seu primeiro romance, reflete com muita veracidade uma vivência distante da elite. Ele a reflete não apenas como se fosse um espelho, mas também como um profundo pensador da realidade que o cerca. Leia a resenha completa aqui.

 
 

“Mowgli”

Autor: Rudyard Kipling. Editora: Zahar. Tradução: Alexandre Barbosa de Souza e Rodrigo Lacerda. Páginas: 320. Preço: R$ 44,90.

A edição da coleção Clássicos Zahar reúne o texto integral dos oito contos que acompanham o menino Mowgli em suas andanças pela selva. Tendo como cenários as florestas da Índia, a obra recorre aos habitantes da natureza para promover debates sobre a existência humana, tratando da amizade e do respeito entre homens e animais.

"Trilogia do reencontro"

Autor: Botho Strauss. Editora: Temporal. Tradução: Alice do Vale. Páginas: 216. Preço: R$ 72.

Inédita no Brasil, a peça do dramaturgo alemão, que se iniciou no teatro em 1970, trata de indivíduos mergulhados em suas próprias subjetividades, tendo a representação da arte (pintura, teatro, fotografia e literatura) como mote central. Botho, também autor de prosa e ensaios, escreveu 14 peças adaptadas em vários países, inclusive no Brasil.

"A segunda vida de Missy"

Autor: Beth Morrey. Editora: Intrínseca. Tradução: Vera Ribeiro. Páginas: 304. Preço: R$ 49,90.

Aos 79 anos, Missy vaga solitária pela casa agora grande demais, em Londres, depois da mudança dos filhos. Sua rotina entediante muda quando vizinhos e a divertida cadela Bob a fazem descobrir uma nova razão para viver. A autora faz uma fábula contemporânea sobre o envelhecimento e a capacidade de recomeçar.

 

"Oh, margem! Reinventa os rios!"

Autor: Cidinha da Silva. Editora: Raquel. Páginas: 126. Preço: R$ 40.

A segunda edição da obra traz dois contos e três crônicas novas, além de um prefácio do escritor Paulo Scott. Ele destaca, além da escrita singular e vigorosa, a capacidade da autora para expor “a complexidade da existência humana”, e sua leitura “nada óbvia do velho e anacrônico racismo estrutural brasileiro”.

"Entre sonhos e tempestades"

Autor: Rui de Oliveira. Editora: Cia. das Letrinhas. Páginas: 96. Preço: R$ 64,90.

Um dos maiores nomes da ilustração no país, o também escritor Rui de Oliveira reúne, neste volume, sua interpretação narrativa e visual para as histórias e personagens de três das mais conhecidas peças do inglês William Shakespeare: “Sonho de uma noite de verão”, “Romeu e Julieta” e “A tempestade”.

“Pachinko”

Autora: Min Jin Lee.Editora: Intrínseca. Tradução: Marina Vargas. Páginas: 528. Preço: R$ 69,90

Lançado em 2017, nos EUA, “Pachinko” tornou-se rapidamente um sucesso de crítica e de público. Recomendado por personalidades midiáticas como Barack Obama e Oprah Winfrey, o romance da americana de origem sul-coreana Min Jin Lee foi editado em 30 países, recebeu prêmios e, em breve, será adaptado para a Apple TV. Tamanho alvoroço é pertinente. Seguindo a linha de tantos escritores empenhados em retratar suas origens, Min Jin Lee mostrou que tem muito a contribuir com esse filão ao questionar se o antigo conceito de pátria-mãe ainda é válido. Leia a crítica completa aqui.

Não-ficção

"O ar que me falta"

Autor: Luiz Schwarcz. Editora: Companhia das Letras. Páginas: 200. Preço: R$ 59,90.

Em “O ar que me falta”, Luiz Schwarcz (leia entrevista), fundador da Companhia das Letras, deixa o sucesso editorial meio de lado para narrar a infância solitária e atormentada pela insônia do pai (que morreu em 2006), a iniciação sexual com prostitutas e uma longa depressão bipolar, que demorou a ser diagnosticada, na qual se intercalam surtos melancólicos e arroubos de fúria. Schwarcz abordou publicamente a depressão e a bipolaridade pela primeira vez em 2019, após uma briga na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).

"Os inovadores"

Autor: Walter Isaacson. Editora: Intrínseca. Tradução: Donaldson M. Garschagen e Renata Guerra. Páginas: 592. Preço: R$ 89,90.

O jornalista americano analisa a história da revolução digital através de suas figuras mais marcantes. Ao traçar um panorama sobre a importância de figuras como Ada Lovelace, Alan Turing e Steve Jobs, Isaacson cria um rico registro sobre a dependência do trabalho em equipe para o sucesso da inovação.

“Rastejando até Belém”

Autora : Joan Didion. Editora: Todavia. Tradução: Maria Cecilia Brandi. Páginas: 240. Preço: R$ 69,90.

Joan Didion abre sua primeira coletânea de ensaios, “Rastejando até Belém”, afirmando que a obra nasceu da necessidade de compreender o momento de fragmentação pelo qual os Estados Unidos passavam. Era 1967 e, como ela mesma diria no ensaio que dá título ao livro, “o centro cedia”. O movimento hippie estava em seu auge, junto com os protestos contra a guerra do Vietnã e a favor dos direitos civis, adolescentes fugiam de casa em velocidade epidêmica e os abismos geracionais e ideológicos pareciam se tornar intransponíveis. Tudo aquilo que formava a alma do país se esfacelava, e Didion, ao mesmo tempo convencida da futilidade da escrita e incapaz de fazer qualquer outra coisa, sentou-se à máquina. Leia a resenha completa aqui.

“Notre-Dame: A alma da França”

Autor: Agnès Poirier. Editora: DBA. Tradução: Ana Guadalupe. Páginas: 240. Preço: R$ 79,90.

A jornalista parisiense usa como mote os 850 anos da Catedral de Notre-Dame para investigar suas modificações históricas. Ao evocar o desastre que varreu em chamas a construção, em 2019, a narrativa percorre os complexos eventos que transformaram o local em um dos pontos turísticos mais famosos do globo.

"Memórias do calabouço"

Autor: Mauricio Rosencof e Eleutério Fernández Huidobro. Editora: Rua do Sabão. Tradução: Ana Helena Oliveira e Paloma Santos. Páginas: 308. Preço: R$ 55.

Os jornalistas e ativistas uruguaios lembram os tempos de militância e prisão durante a ditadura militar que se instalou no país em 1973 — eles tiveram como companheiro de cela Pepe Mujica, futuro presidente do Uruguai. A obra foi transformada no filme “Uma noite de 12 anos” pela Netflix, lançado em 2018.

"Arte em tempos de inteolerância: Theresienstadt"

Autora: Silvia Rosa Nossek Neller. Editora: Rio Books. Páginas: 224. Preço: R$ 79.

A historiadora brasileira faz uma análise da arte produzida no campo de concentração de Theresienstadt, na antiga Tchecolosváquia, criado pelos nazistas como modelo para persuadir o mundo de que os judeus não eram maltratados. O campo teve como prisioneiros escritores, políticos, músicos, cantores e artistas, que deixaram um rico material histórico.

"Cem nomes da edição no Brasil"

Autor: Leonardo Neto. Editora: Oficina Raquel. Páginas: 384. Preço: R$ 64.

O jornalista perfila editores que construíram a história do livro no Brasil, desde o século XVII até os dias de hoje. Os nomes foram separados em sete categorias (pioneiros, revolucionários, combatentes, os da redemocratização, contemporâneos, e o futuro da edição) que ajudam na compreensão do contexto histórico do país.

"Menino sem passado"

Autor: Silviano Santiago. Editora: Companhia das Letras. Páginas: 472. Preço: R$ 89,90.

No primeiro de três volumes com suas memórias, o autor, um dos mais importantes críticos e ficcionistas contemporâneos, passa em revista sua infância no interior de Minas Gerais, lembrando a descoberta do cinema e dos quadrinhos, as relações familiares, entrelaçados a momentos decisivos da história do Brasil entre 1940 e 1960.

"Cartas e máximas principais"

Autor: Epicuro. Editora: Penguin-Companhia. Tradução: Maria Cecilia Gomes dos Reis. Páginas: 224. Preço: R$ 34,90.

Coletânea com todos os escritos do filósofo grego que influenciou pensadores como Thomas Hobbes, Karl Marx e Isaac Newton, a obra é uma espécie de introdução para a filosofia do bem viver. A tradução de Maria Cecilia Gomes dos Reis é diretamente do grego, e ela assina também apresentação e notas.

"Estética e raça"

Autor: Luiz Mauricio Azedo. Editora: Sulina. Páginas: 138. Preço: R$ 34, 90.

A obra reúne 16 textos de crítica e teoria literárias em que o autor aborda a identidade negra na literatura. Ele examina a forma como questões sobre a complexidade social e as lutas cotidianas de pessoas negras são tratadas na escrita de Machado de Assis, Jeferson Tenório, Ralph Ellison e Toni Morrison, entre outros.

"A representação da criança na literatura infantojuvenil"

Autor: Isabel Lopes Coelho. Editora: Perspectiva. Páginas: 208. Preço: R$ 54,90.

Em seu livro de estreia, a editora e pesquisadora investiga a construção da imagem da criança por meio de três personagens da literatura infantil do século XIX: Rémi (de “Sans Famille”), Pinóquio e Peter Pan. O texto aborda o desenvolvimento do mercado editorial nos países de cada personagem e o surgimento da criança como sujeito na sociedade moderna.

"O que eu escrevo continua"

Organização: José Mário Rodrigues. Editora: CEPE. Páginas: 112. Preço: R$ 30.

A obra, lançada ainda no âmbito do centenário de Clarice Lispector (completado em 2020), reúne ensaios de dez autores, como Raimundo Carrero, Luzilá Gonçalves Ferreira e o próprio organizador. Em maio de 1976, o poeta e cronista ciceroneou a escritora durante sua última visita ao Recife, onde ela viveu com a família entre 1925 e 1935.

"Dicionário de símbolos"

Autores: Jean Chevalier e Alain Gheerbrant. Editora: José Olympio. Tradução: Vera da Costa e Silva, Angela Melim, Lúcia Melim e Raul de Sá. Páginas: 1096. Preço: R$ 169,90.

Edição revista da obra publicada originalmente na França em 1969. Referência na área, o dicionário de símbolos apresenta, em mais de 1.600 verbetes, um painel da produção cultural da Humanidade em diversas áreas, da arte à religião, da antropologia à política.

"Manet"

Autor: George Bataille.  Editora: Martins Fontes. Tradução: Celia Euvaldo. Páginas: 152. Preço: R$ 64,90.

O pensador francês faz uma aprofundada reflexão sobre a vida e a obra do criador de telas icônicas como “Olympia” e “Le déjeuner sur l’herbe”. Bataille afirma que, para Manet, a pintura era encarada como um furor contra as convenções de seu tempo, antecipando comportamentos modernistas.

"Carta à Terra"

Autor: Geneviève Azam. Editora: Relicário. Tradução: Adriana Lisboa. Páginas: 164. Preço: R$ 45,90.

A economista e ambientalista francesa escreve uma carta dirigida ao planeta, falando de suas angústias diante da degradação crescente dele e repassando a história da Humanidade por meio de referências científicas, filosóficas e literárias. O livro conta com prefácio de Ailton Krenak e um texto especialmente escrito pela autora para a edição brasileira.

“Um espião silenciado”

Autor: Raphael Alberti. Editora: CEPE. Páginas: 140. Preço: R$ 30.

Que relação pode ter a morte de um agente secreto brasileiro e organizações radicalmente anticomunistas no epicentro do governo socialista do presidente João Goulart? Tudo. Em “Um espião silenciado”, obra que mais parece um romance de aventuras, o historiador Raphael Alberti narra a história verídica do jornalista José Nogueira, envolvido nos anos 1960 numa dupla função de repórter e espião do Centro de Informações da Marinha (Cenimar), órgão subordinado às Forças Armadas. Leia a resenha completa aqui.

"Levante"

Autor: Henrique Marques Samyn. Editora: Jandaíra. Páginas: 104. Preço: R$ 42.

Fruto de uma pesquisa desenvolvida ao longo de cinco anos pelo autor, professor de literatura da UERJ e militante negro, “Levante” reúne 75 poemas que abordam a trajetória do povo negro no Brasil. Dividida em seis partes, a obra trata desde o desterro imposto pelo tráfico negreiro até a constante luta nos dias de hoje.

"Maha Mamo: A luta de uma apátrida pelo direito de existir"

Autores: Maha Mamo, com Darcio Oliveira. Editora: Globo Livros. Páginas: 272. Preço: R$ 49,90.

Maha Mamo conta sua história desde o nascimento em Beirute, em 1988, até a conquista da cidadania brasileira. Por conta das rigorosas leis libanesas para reconhecer seus cidadãos, Maha permaneceu apátrida durante 30 anos. Hoje, ela é um dos símbolos da campanha I Belong, que pretende acabar com a apatridia no mundo.

“Ensaios recentes”

Autor: J.M.Coetzee. Editora: Carambaia, Tradução: Sergio Flaksman. Páginas: 352. Preço: R$ 87,90.

Além de autor de romances celebrados como “Desonra” e “Diário de um ano ruim”, o Nobel de Literatura J. M. Coetzee é também um ensaísta de grande inteligência, como mostram os dois volumes recentemente lançados: “Mecanismos internos”, com ensaios escritos entre 2000 e 2005 (teve edição pela Companhia das Letras em 2011), e “Ensaios recentes”, inédito no Brasil, com textos do período de 2006 a 2017. Leia a resenha completa aqui.

"Teatro legislativo"

Autor: Augusto Boal. Organização: Organização de Fabiana Comparato e Julián Boal. Editora: 34. Páginas: 256. Preço: R$ 64.

Lançado originalmente em 1996, “Teatro Legislativo” fala da experiência pioneira do dramaturgo Augusto Boal (1931-2009) como vereador no Rio, no início dos anos 90, inaugurando o que hoje tem sido chamado de “mandato coletivo”. A nova edição traz fotos, documentos e depoimentos inéditos de colaboradores da época.

“A ficção equilibrista”

Autora: Vera Lúcia Follain de Figueiredo. Editoras: Relicário/PUC Rio. Páginas: 240. Preço: R$ 49,90.

Em “A ficção equilibrista: narrativa, cotidiano e política”, uma coletânea de ensaios de Vera Lúcia Follain de Figueiredo, a autora estabelece um diálogo entre teóricos, em grande parte estrangeiros, e artistas, cujo destaque vai para os latino-americanos. Dessa combinação de vozes, emerge uma fala singular, que nos instiga a pensar o Brasil atual. Leia a resenha completa do livro.

"Seja Homem: A Masculinidade Desmascarada"

Autor: JJ Bola Editora: Dublinense Tradução: Rafael Spuldar Páginas: 176 Preço: R$54,90

Através de análises das condições sociais impostas historicamente aos homens, Bola trata a masculinidade como a grande protagonista de sua obra. O autor britânico se utiliza de reflexões sobre diferentes interações culturais para redefinir os mitos presentes na construção da figura masculina.

Infanto-juvenil

"A África que você fala"

Autor: Cláudio Fragata. Editora: Globinho. Ilustração: Mauricio Negro. Páginas: 32. Preço: R$ 48.

Autor também de “O tupi que você fala”, Cláudio Fragata apresenta desta vez aos pequenos leitores a origem africana de palavras incorporadas ao nosso cotidiano: cafuné, samba, quiabo, dendê e quitanda, entre muitas outras, que pegamos emprestadas de idiomas como quimbundo, iorubá, jeje e banto. O texto é complementado pelas ilustrações de Mauricio Negro.

Poesia

"Feitio"

Autor: Fernanda Oliveira Editora: Imprimatur Páginas: 256 Preço: R$ 39

A poeta carioca fala de amor, intimidade, pequenas conquistas, dúvidas cotidianas e do amadurecimento, ainda que sem perder o jeito de menina, compartilhando com o leitor suas descobertas com a naturalidade de uma conversa entre amigos, num equilíbrio entre singeleza e profundidade. “Feitio” é seu 18º livro de poemas.

“O sopro do leão”

Autor: Marcos Bagno. Editora: Olho de Vidro. Páginas: 48.

Preço: R$ 52,90.

Tendo o amadurecimento como um de seus fios condutores, o autor convida os jovens leitores a se debruçar sobre a sutileza e urgência de temas muitas vezes considerados complicados para crianças. Através da poesia e de suas imagens, a obra promove reflexões acerca dos afetos e descobertas essenciais para superar os momentos difíceis.


O Globo quinta, 25 de fevereiro de 2021

PATRIA Y VIDA: COMO ESSA MÚSICA ESTOUROU EM CUBA E INFLAMOU A LUTA CULTURAL NA ILHA

 

Como uma música estourou em Cuba e inflamou a luta cultural na ilha

A canção de protesto "Patria y Vida", que chegou a quase 2 milhões de visualizações no YouTube em uma semana, é considerada uma provocação pelo governo socialista
 
A canção provocou a ira do governo cubano Foto: Yotuel Romero/Instagram
A canção provocou a ira do governo cubano Foto: Yotuel Romero/Instagram
 

CUBA — Uma incisiva canção de protesto de rappers cubanos que viralizou nas redes sociais desencadeou uma enfurecida resposta oficial em Havana e polarizou a luta cultural sobre a situação em Cuba.

A música “Patria y Vida”, que chegou a quase 2 milhões de visualizações no YouTube em uma semana, é considerada uma provocação pelo governo socialista.

O Granma, principal jornal do país e meio de comunicação oficial do regime, disse em uma reportagem que se trata de uma “grosseira ingerência política” na soberania nacional. A ponto de desencadear uma resposta do presidente Miguel Díaz-Canel e reações de quase toda a classe política, jornais e noticiários oficiais da ilha.

A música também gerou cisão nas redes sociais, onde muitos viralizaram o lema “Pátria e Vida”, enquanto outros mantêm seu apego à histórica “Pátria ou Morte”.

O vídeo foi gravado em Havana e Miami, e traz, da Flórida, a dupla Gente de Zona e os compositores Descemer Bueno e Yotuel Romero (do grupo Orixás), e de Cuba, os rappers Maykel Osorbo e El Funky.

Com refrãos de crítica ao governo, a música diz que “o povo se cansou de continuar aguentando” e que espera “um novo amanhecer”. O título remete ao slogan histórico da revolução cubana, “Pátria ou Morte”, cunhado por Fidel Castro em 1960.

O vídeo também faz alusão a ícones nacionais como José Martí e o mais recente movimento dissidente de San Isidro, com imagens da manifestação de cerca de 300 artistas independentes, em 27 de novembro em Havana.

Pela quarta vez desde que o vídeo foi lançado, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel reagiu no Twitter apelando a outros artistas cubanos uma contraofensiva.

“A tua canção provocadora não me assusta, nem me ameaça; sei que, enquanto irradia o forte sol da dignidade, aqui ninguém se rende, Socialismo, Pátria ou Morte”, diz uma estrofe da décima de Tomasa Quiala, popular poeta repentista elogiada pelo presidente.

Dias antes, o presidente havia invocado outro peso-pesado do patrimônio cultural cubano, Silvio Rodríguez. “É assim que se canta o país”, declarou o presidente.

“Panfleto de baixa categoria”

A relação entre os compositores e o regime passou por vários momentos difíceis em sua história, e nos últimos meses parece ter entrado em outra zona de turbulência.

Segundo María Isabel Alfonso, especialista em cultura cubana do St. Joseph's College de Nova York, a reação avassaladora do Estado “é uma ratificação de que, até agora, o governo cubano não conseguiu adotar uma postura de tolerância em relação às manifestações artísticas que criticam as falhas do modelo atual”. 

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Mas, na ilha, muitos criticam a mensagem desse rap de caprichosa edição e produção visual. Para o historiador da música cubana Emir García Meralla, é um “panfleto político de baixa categoria”. Segundo ele, “o orgulho nacional foi ferido” e “nenhum país admite que se ataque seu orgulho". "Isso nos coloca como Fuenteovejuna [peça teatral de Félix Lope de Vega], todos unidos.”

“Nenhuma música vai produzir uma situação de instabilidade neste país”, diz o cientista político Rafael Hernández, que diz que a música é produto de "uma direita obstinada" em Miami.

"O dominó foi bloqueado"

A música estourou em Cuba em um momento em que as demandas da sociedade civil aumentaram nos últimos meses, devido, em parte, à recente chegada da internet à ilha, popularizada somente em 2018.

“Acabou”, cantam os rappers. “Depois de 60 anos, o dominó foi bloqueado”, concluem, usando a emblemática do jogo de tabuleiro, tão popular entre os cubanos. Eles criticam a dolarização da economia em meio à crise.

Em Miami o vídeo foi recebido com aprovação e entusiasmo, mas na ilha também despertou críticas a artistas que se tornaram famosos em seu país de origem antes de começarem a criticá-lo estando fora de lá .

Eles lembram o show que Gente de Zona, muito popular em Cuba, fez em 2018, em uma então movimentada Cidade Esportiva de Havana, onde os músicos saudaram publicamente a presença de Díaz-Canel.

Quando visitaram Miami depois disso, foram criticados e houve até pedidos de expulsão e cancelamento de shows, o que os motivou a se estabelecerem na Flórida.

— Em suma, a polêmica sobre o vídeo “Patria y Vida” revela que as feridas entre os cubanos que vivem na ilha e no exterior ainda estão abertas -, disse Jorge Duany, diretor do Instituto de Pesquisas de Cuba da Universidade Internacional da Flórida. Ele observa que, embora alguns dos músicos envolvidos tenham se mudado para os EUA, as “fronteiras ideológicas entre Miami e Havana foram restabelecidas”.

 

PÁTRIA Y VIDA - COM GENTE DE ZONA


O Globo quarta, 24 de fevereiro de 2021

BOLINHO DE MANDIOQUINHA RECHEADO COM SARDINHA: RECEITA FÁCIL - SAIBA COMO FAZER EM CASA

 

Bolinho de mandioquinha recheado com sardinha é receita fácil; saiba como fazer em casa

Iguaria pode ser servida como aperitivo, e é preparada com ingredientes baratos, como a sardinha em lata; veja o passo a passo
Bolinho de batata-baroa recheado com sardinha: saiba como fazer em casa Foto: Divulgação
Bolinho de batata-baroa recheado com sardinha: saiba como fazer em casa Foto: Divulgação
 
 

Com ingredientes baratos, é possível fazer, em casa, um bolinho de mandioquinha (que também pode ser chamado de batata-baroa) recheado com sardinha. A receita é fácil — dura cerca de 40 minutos — e rende até 12 porções. Confira o passo a passo abaixo.

Mais mandioquinha:  Aprenda a fazer nhoque de batata-baroa

Bolinho de mandioquinha recheado com sardinha

Ingredientes (para a massa)

  • 3 mandioquinhas médias (500g);
  • sal a gosto

Ingredientes (para o recheio)

  • 1 lata de sardinha com óleo (125g);
  • meia colher de sopa de salsa picada (cerca de 2,5g)

Ingredientes (para empanar)

  • 1 xícara de chá de farinha de trigo;
  • 1 ovo;
  • 1 xícara de chá de farinha de rosca;
  • Óleo para fritar

Modo de preparo (da massa)

Descasque as mandioquinhas e cozinhe-as em água fervente até ficarem bem macias Escorra a mandioquinha e passe-as pelo espremedor ou amasse-as com um garfo. Tempere com sal a gosto e espere esfriar. Reserve

Modo de preparo (do recheio)

Misture a sardinha em lata escorrida e quebrada grosseiramente e a salsa.

Finalização do preparo

Porcione a massa em porções de cerca de 1 colher de sopa. Abra cada porção na palma da mão e recheie com um pedaço de sardinha. Feche bem a massa dando o formato de croquete.

Passe cada croquete na farinha de trigo, no ovo e depois na farinha de rosca.

Frite os croquetes, virando-os para que dourem de todos os lados.

Escorra em papel toalha e sirva em seguida.


O Globo terça, 23 de fevereiro de 2021

NOVO ZOO DO RIO: MAIS 35% DE VEGETAÇÃO E PASSEIO DE BARCO ENTRE ANIMAIS DA SAVANA

 

Novo zoo do Rio: mais 35% de vegetação e passeio de barco entre animais da savana

Com número menor de espécies, espaço para cada bicho ficará mais amplo; o leão, por exemplo, terá um ambiente quase dez vezes maior que o anterior
 

RIO — Mais aventuras e áreas verdes. Menos grades e concreto. A um mês da reabertura, o novo zoológico promete não só encantar o público e reavivar muitas memórias de infância mas também proporcionar novas emoções. Com o nome de BioParque do Rio, a atração da Quinta da Boa Vista, Zona Norte da cidade, vai apostar na interatividade e na preservação da vida selvagem. A partir de 22 de março será possível por exemplo, ver de perto o nado dos elefantes, interagir com bichos da fazenda e passear de barco em meio a animais da savana africana.

A assinatura do projeto é do arquiteto João Uchôa, de 59 anos, da CICLO Arquitetura. É dele a concepção do espaço administrado pelo Grupo Cataratas, que aposta no modelo de enclausuramento inverso: em vez das grades e jaulas que estamos acostumados, animais integrados ao ambiente com uso de barreiras naturais.

Imagem real de uma das áreas reformadas do antigo zoológico do Rio Foto: Paulo Eduardo
Imagem real de uma das áreas reformadas do antigo zoológico do Rio Foto: Paulo Eduardo

Outro ponto é a ampliação da área verde em 35% do espaço original, reduzindo-se a pavimentação. A ideia é aproveitar as árvores!

— Lá dentro, não se retirou nenhuma árvore! Toda a cobertura vegetal foi preservada no projeto topográfico, incluindo mudas de espécies nativas da Mata Atlântica, o que no futuro vai permitir uma área verde ainda maior. A ideia é criar um ambiente com clima de floresta, aproximando-se ao máximo do habitat dos animais. Temos que tirar proveito das sombras também — explica Uchôa, que trabalha há pouco mais de dois anos no projeto junto com escultores, grafiteiros, consultores, biólogos, veterinários e outros 80 arquitetos.

De acordo com o profissional, uma das medidas foi reduzir o número de espécies para ampliar os espaços de cada animal. O leão, por exemplo, sai de um confinamento de 70 metros quadrados para um ambiente com 600 metros quadrados, quase dez vezes maior.

Os visitantes também caminharão por túneis, corredores e passarelas, ganhando uma nova experiência sensorial. Uchôa optou por utilizar materiais naturais. Em toda a configuração do parque, foi usada madeira de eucalipto (material certificado). As paredes receberam um revestimento com pintura artística de envelhecimento, num tom que se assemelha à terra. Foram utilizados ainda recursos cênicos, como rochas nos lagos, que propiciam uma atmosfera agradável. No recinto dos tigres, pedras artificiais foram criadas idênticas às naturais.

As reformas tiveram um investimento próximo de R$ 90 milhões. Foram 73 mil m² de intervenção dentro dos quase 115 mil m² do BioParque.

A assinatura do projeto é do arquiteto João Uchôa, de 59 anos, da CICLO Arquitetura. É dele a concepção do espaço administrado pelo Grupo Cataratas Foto: CICLO Arquitetura
A assinatura do projeto é do arquiteto João Uchôa, de 59 anos, da CICLO Arquitetura. É dele a concepção do espaço administrado pelo Grupo Cataratas Foto: CICLO Arquitetura

Ainda de acordo com Uchôa, optou-se por linhas sinuosas em todos os desenhos, na intenção de aproximar-se ainda mais do cenário natural, com menos traços retos. Outro ponto planejado foi criar um caráter lúdico nas instalações que agrade as crianças. Os quiosques de lanche, por exempo, lembram barracas de acampamento.

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— A expectativa é maravilhosa, o que deixa a gente mais atento para entregar um lindo trabalho. Confesso que não imaginava tanto interesse no zoo. Por onde comento, a curiosidade é enorme. Vai surpreender as pessoas. Foi criado uma área de convivência famíliar, não apenas de observação dos animais. Você poderá ir e passar o dia todo lá com a sua família, brincando, se divertindo, comendo e até sentado na grama. É estar próximo à natureza — detalha Uchôa.

Entre as muitas áreas de visitação estão a Vila dos Répteis, com jacarés, cágados e serpentes; o setor Reis da Selva, com leões, onças e tigres; a Ilha dos Primatas, com animais da Amazônia; a Fazendinha, onde as famílias poderão interagir comvacas, colehos e galinhas; a Savana Africana, com zebras, girafas e hipopótamos; um ambiente imersivo onde será possível conhecer a importância de seres polinizadores; e ainda uma área que imita o cerrado brasileiro.

Lagos estão com águas mais limpas, o que melhora a visão dos visitantes Foto: Paulo Eduardo
Lagos estão com águas mais limpas, o que melhora a visão dos visitantes Foto: Paulo Eduardo

Uchôa tem trabalhado, nos últimos 30 anos, com a arquitetura autoral e assina projetos singulares no Rio de Janeiro, como os principais palcos e estruturas do Rock in Rio, a Cidade do Samba, o Bar do Zeca, o Centro de Treinamento do Flamengo, o Hotel Le Canton e muitos outros.

Passaporte de sócio anual à venda por R$ 80

Fechado desde 2019 para obras, o zoo reabre em 22 de março como um centro de preservação da vida selvagem. Na reta final da reforma, foi lançado um programa de sócio que oferece vantagens, como acesso ilimitado por um ano. Os sócios poderão conhecer o local a partir de 19 de março, antes do restante do público. O passaporte anual custa R$ 80, podendo o titular incluir até sete dependentes a um valor adicional de R$ 60 por cada e parcelar em até 12 vezes.

 

As obras criaram biomas com mais de sete metros de altura e vegetação natural das regiões de cada animal. O novo zoo, gerido pelo Grupo Cataratas, promete seguir rigoroso protocolo de segurança sanitária contra a Covid-19, com higienização ambiental diversas vezes ao dia, capacidade reduzida, locais diferentes para entrada e saída, posto de triagem para aferição de temperatura e higienização de mãos e calçados. O uso da máscara será obrigatório.

Savana africana: uma das novas atrações Foto: Divulgação / Guilherme Cazé/BioParque do Rio
Savana africana: uma das novas atrações Foto: Divulgação / Guilherme Cazé/BioParque do Rio

— O primeiro local a receber animais foi o “Imersão Tropical”, um grande viveiro com mais de 40 espécies, em sua maioria aves e alguns mamíferos. O grande diferencial é a sensação de estar dentro de uma floresta tropical. O parque irá destinar um percentual do valor do ingresso para financiar projetos de preservação da vida selvagem e bolsas de estudos sob o tripé da educação, pesquisa e conservação — contou o diretor do BioParque do Rio, Manoel Browne.


O Globo segunda, 22 de fevereiro de 2021

BRASILEIRÃO - FLAMENGO FEZ O SUFICIENTE PARA CHEGAR AO FIM FAVORITO AO TÍTULO

 

Análise: líder na última rodada, Flamengo fez o suficiente para chegar ao fim favorito ao título

Time vence o Inter de virada no Maracanã e depende apenas de si para conquistar mais um Brasileiro
 
Gabigol abraça Gerson após discussão durante o jogo Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Gabigol abraça Gerson após discussão durante o jogo Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
 

Líder na última rodada e perto de confirmar mais um título brasileiro, o Flamengo prova que o talento resiste ao futebol da pandemia no Brasil. Se não encheu os olhos da torcida com suas apresentações durante a temporada, o estrelado time treinado por Rogério Ceni, mas comandado mesmo por Gerson, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol, fez o suficiente em campo para ser campeão na próxima quinta-feira.

Assim como nas finais de 2019, o quarteto teve papel fundamental para conduzir o Flamengo ao topo da tabela. Sobretudo Gabigol, que marcou pelo sexto jogo consecutivo neste domingo. O decisivo camisa nove recebeu linda assistência de Arrascaeta, que no primeiro tempo marcou o seu servido por Bruno Henrique. Edenilson, de pênalti, diminuiu.

Após a vitória de virada por 2 a 1 no Maracanã, falta ao Flamengo carimbar a conquista derrotando o São Paulo na última rodada. Os gaúchos enfrentam o Corinthians, e depois de liderar toda a reta final do torneio, precisam secar os rubro-negros, que alcançaram 71 pontos, contra 69.

Substituto do volante, Gustavo Henrique foi quem cometeu a infração infantil na área, o que deu ânimo para os visitantes tentarem fazer um jogo mais seguro, apostando no contra-ataque. Contudo, do outro lado tinha um Flamengo que aprendeu a superar seus próprios erros, do time e do seu treinador.

A expulsão de R$ 1 milhão

Nesse momento entrava em cena um dos principais personagens da partida. Rodinei, cuja escalação foi tão falada durante a semana, foi a campo com a premissa do pagamento de R$ 1 milhão pelo Inter ao Flamengo, com quem o jogador tem contrato até 2022. O lateral fez um bom primeiro tempo, colocou uma bola na trave, mas não conseguiu parar Bruno Henrique antes do passe para Arrascaeta empatar. Em seguida, acabou expulso no início da segunda etapa, por falta dura em Filipe Luís. O lance teve revisão do árbitro de vídeo. A partir daí, o jogo foi outro. 

Já na etapa inicial o Flamengo, com 64% de posse de bola, finalizou menos que o inter - 7 a 5. Contra um adversário fechado, o rubro-negro demonstrou mais uma vez dificuldade para criar. E para imprimir a intensidade necessária às jogadas afim de encontrar os espaços. Assim, foi até certo momento previsível. O que motivou, em certa altura, uma áspera discussão entre Gerson e Gabigol.

Além dos problemas ofensivos, o time dava muito espaço ao Inter. Com laterais sem proteção de volantes de ofício, Filipe Luís e Isla ficaram presos em suas funções defensivas e o time de Abel Braga explorou bem as jogadas pelas alas. Sem Rodinei, Rogério Ceni tirou Isla e lançou Pedro. Com isso, a linha de zaga teve Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Filipe Luís. Mas sem a recomposição necessária de meias e atacantes, o buraco se abriu. Patrick explorou bem a região e levou perigo em alguns lances.

Mas quanto o tinha a bola, a aposta de Ceni fez sentido em função do jogador a mais. Com um Flamengo muito mais aberto no campo, enfileirou o trio de atacantes para os quais Arrascaeta e Éverton Ribeiro tinham o objetivo de entregar a bola perfeita. O uruguaio conseguiu. E Gabigol fez uma movimentação em diagonal perfeita para arrematar de primeira no canto oposto de Marcelo Lomba.

O gol saiu mesmo com Abel tendo colocado Heitor para repor a expulsão de Rodinei. A virada aconteceu aos 17 minutos. Faltavam ao menos trinta. E dentro desse tempo, Ceni também tentou conter o ímpeto do Inter com a entrada de João Lucas para fazer novamente a ala direita. Gabigol saiu com dores. Com a mexida, Patrick criou menos situações. E o Inter voltou a apostar em bolas longas e levantadas na área, já sem força e tanta qualidade para criar.

 

Nos minutos finais, a qualidade do Flamengo foi imponente. Em que pese a superioridade numérica, quando a bola passava por Gerson, Arrascaeta e Pedro, principalmente, não havia praticamente erros. O centroavante deixou sua marca duas vezes, as duas anuladas pela arbitragem, por impedimente e falta. A esta altura a equipe estava esgotada: Rodrigo Caio saiu com dores no tornozelo, Diego na coxa e Gabigol com um mal-estar.

Do outro lado, Edenilson, principal peça do Inter, mancava com dores, mas se recusava a sair. O time de Abel Braga exibiu a valentia que dele se esperava. E o Flamengo teve disposição suficiente e a qualidade que precisou para ser superior quando foi necessário. Ainda que tenha terminado o jogo com menos finalizações que o rival - 12 a 10.


O Globo domingo, 21 de fevereiro de 2021

FLAMENGO X INTERNACIONAL: DE OLARIA AO MARACANÃ, A LONGA VIAGEM DE PATRICK

Flamengo x Internacional: De Olaria ao Maracanã, a longa viagem de Patrick

 

Volante do time gaúcho deixou o futebol carioca antes de se profissionalizar e pode ser campeão brasileiro contra o time do coração na infância
 
 

Patrick é daqueles cariocas indefectíveis. Nascido e criado em Olaria, subúrbio da Leopoldina, aproveita as férias de fim de ano para promover uma pelada beneficente no bairro, reunir os amigos de infância, organizar o churrasco com pagode na calçada.

Em dezembro de 2018, colocou os amigos boleiros para jogar debaixo de um sol escaldante na Arena Furão, um campo soçaite que fica na rua onde cresceu. Entre eles, estava Bruno Henrique, com quem jogou no Goiás, que ali conheceu pela primeira vez o calor humano da torcida do Flamengo — seu nome começava a pipocar como alvo do rubro-negro para a temporada seguinte.

 

Bruno Henrique e Patrick ficaram amigos quando atuaram juntos pelo Goiás Foto: Reprodução de Internet
Bruno Henrique e Patrick ficaram amigos quando atuaram juntos pelo Goiás Foto: Reprodução de Internet

 

Neste domingo, o volante do Internacional entrará em campo no Maracanã atrás do título brasileiro na cidade para qual nunca deixou de voltar, mas que não o consagrou no futebol. Coisas da vida.

 

Rubro-negro quando criança — ironicamente a maior conquista da carreira pode sair justamente contra o Flamengo —, logo o garoto resolveu investir na carreira de jogador. Os primeiros chutes foram na rua, como todo bom menino do subúrbio. Os seguintes, no futsal. Em 2005, passou pelo Madureira, sob os cuidados de Luizinho Ganança, então técnico da equipe sub-13.

— Era um bom menino, muito habilidoso e fominha (risos). Tínhamos um time muito bom e ele era reserva. Depois do Carioca, foi para o Olaria. Não tive mais notícias dele e só fui reconhecê-lo muitos anos depois, no Goiás.

Patrick no Madureira: menino é o terceiro agachado, da direita para esquerda. Atrás dele, o goleiro Luís Guilherme, revelado pelo Botafogo Foto: Acervo pessoal
Patrick no Madureira: menino é o terceiro agachado, da direita para esquerda. Atrás dele, o goleiro Luís Guilherme, revelado pelo Botafogo Foto: Acervo pessoal

 

O tempo em Conselheiro Galvão foi curto. Depois da derrota na final do Carioca para o Vasco de Philippe Coutinho, o Madureira trouxe o futuro jogador do Barcelona e mais outros dois alas pela esquerda — posição de Patrick —, para a disputa do Estadual. Gananza acredita que a vinda do trio foi o motivo para a saída do menino que não tocava a bola.

Destaque no Olaria

Acabou sendo boa a transferência para o Olaria, onde teve mais oportunidades. No clube, bem mais perto de casa, pode ficar próximo dos amigos. Destaque nas categorias de base da Rua Bariri, tinha direito a frequentar a piscina social, a melhor da região. Foi garoto, no futsal do Azulão, que conheceu Henrique, lateral-esquerdo do Vasco, que esteve na mesma pelada que Bruno Henrique.

 

O mundo da bola é um ovo e logo o nome de Patrick começou a correr por descobridores de talentos e empresários. Só não chegava a um dos quatro grandes do Rio. Do Olaria, foi jogar pelo hoje extinto time da Estácio. Na época, era treinado por Fernando Santos, então técnico do juvenil, que viu seu talento desabrochar mais.

— Patrick já tinha habilidade e muita força física na época. Utilizei o jogador também como ala também, ele tinha esse potencial — afirmou, antecipando a versatilidade que se tornaria uma das virtudes do jogador.

Um belo dia, antes que se profissionalizasse, deixou deixou a Estácio e ganhou o mundo, foi jogar nas divisões de base do Operário, do Paraná. O que aconteceu depois disso é história — ele rodou pelo futebol do Sul, jogou no exterior, teve destaque no Goiás e no Sport. O menino de Olaria virou o Patrick do Internacional e neste domingo pode ser campeão brasileiro. Às vezes, o caminho da Arena Furão até o Maracanã pode ser bem mais longo do que os 10km do mapa.

 


O Globo sábado, 20 de fevereiro de 2021

SOPAS PARA REFRESCAR: CHEFS ENSINAM RECEITAS FRIAS E GELADAS

 

Sopas para refrescar; chefs ensinam receitas frias e geladas

Do tradicional gaspacho andaluz a sobremesas originais, uma seleção para quem não dispensa uma boa sopa (mesmo no verão)
O clássico gaspacho andaluz: sugestão do La Villa Foto: Bruno de Lima / Divulgação
O clássico gaspacho andaluz: sugestão do La Villa Foto: Bruno de Lima / Divulgação
 

Em dias de frio, poucos pratos oferecem tanto conforto quanto as sopas. Quentinhas, nutritivas e leves, são ótima companhia nas noites de inverno. Mas não só. A máxima também vale para os dias de verão. Receitas frias e geladas, indicadas para a entrada, o prato principal ou até a sobremesa, trazem leveza, sabor e frescor para a estação mais quente do ano. E podem ser tão deliciosas quanto simples de preparar. Para te ajudar a explorar este universo cheio de possibilidades, convidamos sete chefs a compartilhar suas receitas. As pedidas incluem o gaspacho, a clássica sopa fria de tomate, e uma versão bem diferente do português Gajos d’Oro.

- O gaspacho tem sua origem disputada pelos portugueses do sul alentejano e os espanhóis da Andaluzia. Incluímos a receita no cardápio por ser uma opção refrescante, perfeita para o verão carioca, além de pouco calórica - comenta Gregoire Fortat, sócio do francês La Villa.

 A lista traz também criações diferentonas como a receita de inhame com capim-limão da chef Rapha Nezinho. Será uma das sugestões do cardápio da Leve Leve, marca especializada em sopas frias que ela lança em breve. Já Malu Mello divide uma sugestão que aprendeu com seu grande mestre, o chef francês Laurent Suaudeau, que mantém uma respeitada escola de gastronomia em São Paulo. É a sopa de morango, um hit nos eventos que Malu produz com o seu catering.

- As sopas frias são muito pedidas nos eventos que acontecem no verão porque, além de serem nutritivas, refrescam o corpo e permitem uma refeição leve. Faço a de morango como opção de sobremesa, servida com sorbet de manjericão com limão. O limão, aliás, combina muito com o morango – ensina Malu.

Gaspacho Andaluz

por Gregoire Fortat, do La Villa

Rendimento: 4 porções

Ingredientes:

6 tomates

1 pimentão verde

1 pimentão vermelho

1 pepino

2 cebolas

2 cabeças de alho

2 cebolinhas

2 colheres de sopa de vinagre de Jerez (ou vinagre de maçã)

4 colheres de sopa de azeite

Sal e pimenta a gosto

Modo de preparar

Pique os tomates, os pimentões, o pepino, a cebola e o alho e coloque tudo para bater no liquidificador.

Acrescente sal, pimenta, vinagre e azeite e bata novamente. Deixe na geladeira durante umas duas horas. A sopa pode ser servida com pimentões, cebolinha e pepino picados em potes à parte.

O gaspacho inspira essa versão diferente do Gajos D'Ouro Foto: Bruno de Lima / Divulgação
O gaspacho inspira essa versão diferente do Gajos D'Ouro Foto: Bruno de Lima / Divulgação

 

Gaspacho verde

por Leitão Neves, do Gajos D’Ouro

Rendimento: 4 porções

Ingredientes

1 pão francês

1 pepino

2 ovos cozidos sem a gema

10g de pimentão verde

10g de pimentão vermelho

100g de aspargo cozido

450ml de água

10g de palha de alho-poró

1 vieira

20ml de azeite

Sal a gosto

Modo de preparar

Corte o pão francês em cubinhos e leve ao forno médio (180°C) até dourar. Reserve.

Corte o pimentão vermelho em cubinhos e reserve. 

Cozinhe os dois ovos. Separe a clara das gemas. Pique as claras: somente 10g de ovo em cubinhos. Reserve.

Retire a casca e a semente do pepino e as sementes do pimentão verde. Pique os aspargos cozidos. Coloque tudo no liquidificador com a água e bata. Coe. 

Grelhe a vieira como azeite e corte-a em quatro.

Para servir, coloque a sopa no prato fundo. No centro, disponha a palha de alho-poró e, ao redor, a vieira. Em potinhos separados sirva os croûtons, os cubos de pimentão vermelho e os cubos de clara de ovo.                                                                                                                                              

Sopa fria de tomate

por Samantha Laurindo, do Bistrô Boutique Amaré.

Rendimento: 6 porções

Ingredientes

4 tomates

1 pepino

1 pimentão vermelho

½ unidade de aipo

1 dente de alho

½ unidade de cebola

50 ml de azeite

2 xícaras de molho de tomate 

Pimenta-do-Reino

Sal

Modo de preparar

Aqueça uma panela com água e prepare um bowl com água gelada e gelo.

Faça um “X”, com o auxílio de uma faca, na parte de baixo dos tomates e coloque-os na água já fervente. Deixe por alguns segundos.

Transfira os tomates da água fervente para o bowl com gelo. Retire a pele. Corte-os ao meio e retire as sementes. Reserve.

Descasque e retire as sementes do pepino e do pimentão. Descasque também alho e cebola. Corte tudo grosseiramente.

Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata até que esteja homogêneo.

Tempere com sal, pimenta e azeite a gosto.

Leve à geladeira.

Sirva gelado.

Vichyssoise

por Didier Labbé, do Didier Restaurante

Rendimento: 2 porções

Ingredientes

500g de batata asterix

3 unidades de alho-poró

2 l de caldo de legumes

300 ml de creme de leite

Noz-moscada a gosto

Sal a gosto

1 colher salsa picado

150 g alho-poró picado

Modo de preparo

Corte o alho-poró em rodelas e as batatas em pedaços médios.

Coloque ambos em uma panela e cubra com o caldo de legumes. Cozinhe até que as batatas estejam macias.

Bata a sopa no liquidificador e volte para a panela.

Acrescente creme de leite e tempere com noz-moscada e sal a gosto. Reserve.

Corte 150 g de alho-poró em tiras e doure rapidamente numa frigideira com o azeite. Tempere com sal.

Deixar resfriar.

Sirva a sopa num prato fundo. Coloque o alho-poró ao centro e a salsa por cima.

Recetia original de Rapha Nezinho reúne inhame e capim-limão Foto: Divulgação
Recetia original de Rapha Nezinho reúne inhame e capim-limão Foto: Divulgação

 

Sopa de inhame, capim-limão e limão-siciliano

por Rapha Nezinho, do Na Real Gastronomia Brasileira

Rendimento: 1 porção

Ingredientes

400 ml de chá de capim limão

200 g de inhame

Raspas de 1 limão-siciliano

Pimenta-do-reino branca a gosto

Sal a gosto

Modo de preparar

Descasque o inhame e coloque numa panela. Cubra com água, tempere com

sal e pimenta e leve ao fogo. Cozinhe até que esteja mole. Escorra. 

Coloque o inhame cozido no liquidificador com o chá de capim-limão e bata até ficar homogêneo.

Acerte o tempero com sal e pimenta.

Finalize com as raspas de limão-siciliano

Sirva gelada

Morango e sorbet e manjericão na sugestão de Malu Mello Foto: Divulgação
Morango e sorbet e manjericão na sugestão de Malu Mello Foto: Divulgação

 

Sopa de Morango com sorbet de manjericão

por Malu Mello do Malu Mello Catering

Ingredientes

500 ml de água

350 g de açúcar refinado

50 g de manjericão

115 ml de suco de limão

50 g de limão-siciliano

50 g de limão tahiti

50 g de laranja

50 g de gengibre

Açafrão a gosto

Baunilha em pó a gosto

Canela em pó a gosto

10 g de coentro

Cardamomo em pó a gosto

5 g de estragão

Gengibre em pó a gosto

Semente de coentro a gosto

250 g de morango

Água com gás a gosto

Modo de preparar

Ferva a água com o açúcar e o manjericão desfolhado. Desligue o fogo e deixe em infusão.

Tire as folhas do manjericão e acrescente à infusão 50 ml de suco de limão tahiti, mais 50 ml de suco de limão-siciliano.

Coloque na máquina para sorvete e bata – ou bata tudo no liquidificador e leve ao congelador.

Corte as cascas dos limões e da laranja e o gengibre descascado em tiras. Escalde três vezes separadamente (coloque em água fervendo, deixe 3 minutos, retire e coloque na água gelada. Repetir esse procedimento por três vezes com cada ingrediente).

Em seguida, faça um xarope misturando 400 mililitros de água e 250 gramas de açúcar e levando ao fogo bem baixo para engrossar. Deixe reduzir até um terço do volume e adicione as cascas e o gengibre. Deixe confitar por mais 5 minutos e apague o fogo. Deixe esfriar.

Pegue um pouco deste xarope e, em outro recipiente, dilua o açafrão. Acrescente as especiarias e mexa. Acrescente as ervas e mexa novamente. Junte ao xarope com as cascas e o gengibre.

Corte os morangos em quatro partes e misture ao xarope.

Na hora de servir, coloque a sopa em taças de martini, acrescente mais umas gotas de limão e um pouco de água com gás. Pegue o sorbet de manjericão e com ajuda de uma colher faça uma raspadinha e coloque por cima para finalizar a sobremesa. 

Para a sobremesa: sopa gelada de manga do Ino Foto: Filico / Divulgação
Para a sobremesa: sopa gelada de manga do Ino Foto: Filico / Divulgação

 

Sopa de manga com sorvete de coco

por Mariana Dias, do Ino

Rendimento: 2 porções

Ingredientes

1 manga

1 limão tahiti

1 colher (sopa) de açúcar

Sorvete de coco

Modo de preparar

Descasque a manga e corte em pedaços. Bata no liquidificador. Acrescente suco do limão e o açúcar. Bata bem.

Coloque para gelar e sirva em seguida, acompanhada de uma bola de sorvete de coco.


O Globo sexta, 19 de fevereiro de 2021

DRINK COM RUM: RECEITA FÁCIL DE FAZER EM CASA

 

Drink com rum é receita fácil de fazer em casa; saiba como preparar

Ideal para dias quentes na praia ou à beira da piscina, bebida destilada pode ser misturada com frutas em combinações refrescantes
Parnaríssima: drink com rum fácil de fazer em casa Foto: Divulgação
Parnaríssima: drink com rum fácil de fazer em casa Foto: Divulgação

Bebida que vem ganhando o mercado nacional com marcas brasileiras, como a Parnaioca, o rum é a base ideal para drinks refrescantes. De acordo com especialistas como o mixologista Alex Mesquita, o destilado se encaixa perfeitamente em momentos de praia, piscina e no balcão de bares do país. Abaixo, ele revela o passo a passo da receita Paranaríssima, com morangos e abacaxis, e indicada para dias quentes no verão.

 

Ingredientes

  • 50ml de rum;
  • 3 morangos macerados;
  • 1 rodela de abacaxi cortada em cubos;
  • 3 gomos de limão-taiti;
  • 20ml de xarope de açúcar (completar a dose com água com gás);
  • folha de hortelã

Modo de preparo

Adicione ao copo long drink, os morangos, os cubos de abacaxi e os gomos de limão-taiti. Macere bem e depois acrescente o xarope de açúcar. Complete com muitos cubos de gelo e sirva o rum, formando uma camada homogênea. Mexa bem. Para decorar, ponha trevos pequenos de folhas de hortelã frescas dentro do copo.


O Globo quinta, 18 de fevereiro de 2021

PUDIM DE FRUTAS E ÁGUA DE COCO - RECEITA FÁCIL E SAUDÁVEL

 

 

Pudim de frutas e água de coco é receita fácil e saudável; veja como fazer em casa

Iguaria a base de chia é opção 'descontruída' para o doce tradicional, e substitui leite condensado por frutas
Pudim de frutas e água de coco, a base de chia Foto: Campo Largo / Divulgação
Pudim de frutas e água de coco, a base de chia Foto: Campo Largo / Divulgação
 

A semelhança está apenas no nome. A receita do pudim de frutas com água de coco é uma alternativa mais saudável — e totalmente "descontruída" para a versão tradicional do doce. Aqui, o leite condensado e o açúcar são substiuídos por água de coco, leite de amêndoas e chia. A iguaria é servida no copo, com camadas de recheio e creme. Saiba como fazer a sobremesa em casa.

Receita prática:  sorvete de água de coco é fácil de ser feito em casa

Pudim de frutas com água de coco

Ingredientes (para o creme)

  • 2 bananas;
  • 1 manga;
  • 1/2 abacaxi;
  • 1 xícara de água de coco

Ingredientes (para o recheio)

  • 6 colheres de chia;
  • 2 colheres de xilitol (tipo de adoçante);
  • 1 xícara de leite de coco;
  • 1 xícara de leite de amêndoas

Modo de preparo

Para o creme, bata todos os ingredientes no liquidificador. Reserve.

Para o recheio, misture todos os ingredientes num mesmo recipiente e leve para a geladeira por 2 horas. Nesse tempo, mexa a mistura três vezes.

Nm copo, coloque parte do recheio, cubra com um pouco do creme. Intercale com camadas de recheio e creme até finalizar com o creme. Por cima do creme, acrescente pedacinhos de coco ralado e abacaxi.


O Globo quarta, 17 de fevereiro de 2021

OLIMPÍADAS 2021: SAIBA QUEM É A FAVORITA A ASSUMIR OS JOGOS DE TÓQUIO

Saiba quem é a favorita a assumir os Jogos de Tóquio-2020 e por que ela ainda não aceitou

Um comitê especial foi montado para escolher o substituto de Yoshiro Mori, após discurso sexista
Seiko Hashimoto é ex-ciclista e patinadora: sete Olimpíadas no currículo, quatro de inverno e outras três de verão. Foto: Reprodução internet
Seiko Hashimoto é ex-ciclista e patinadora: sete Olimpíadas no currículo, quatro de inverno e outras três de verão. Foto: Reprodução internet

 

A ministra japonesa para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Seiko Hashimoto, de 56 anos, é a grande favorita para substituir o presidente do Comitê Organizador Tóquio-2020, Yoshiro Mori, de 83 anos, que renunciou na semana passada após declarações sexistas, segundo a imprensa do Japão. Ela pode assumir o novo cargo nesta quinta-feira.

Seiko é ex-ciclista e patinadora e disputou sete Jogos Olímpicos pelo Japão, sendo quatro de inverno e três de verão. No currículo, tem um bronze na prova de 1.500m de patinação de velocidade nos Jogos de Albertville, em 1992. No ciclismo, seu melhor resultado foi com um quinto lugar na velocidade na Olimpíada de Seul, em 1988. 

Com larga história no esporte japonês, a ministra é encarada como uma resposta às declarações sexistas do ex-presidente, além de uma tentativa de estancar a crise com uma maior diversidade no comando dos Jogos. Ela era uma das únicas executivas no gabinete de Mori.

 De acordo com a imprensa local, Seiko estaria relutante a assumir a presidência do Comitê Organizador de Tóquio-2020 a apenas cinco meses da abertura dos Jogos, que foram adiados por um ano em 2020 por causa da pandemia da Covid-19. Em outras ocasiões, ela deixou claro que não tinha interesse no posto.

O comitê responsável por buscar um substituto para Mori se reuniu pela segunda vez nesta quarta-feira e teria chegado a um acordo sobre Seiko, segundo o canal de televisão público NHK. Ela é a aposta deste grupo, composto por um número igual de homens e mulheres, incluindo o executivo-chefe do comitê organizador, Toshiro Muto. Haverá uma terceira reunião nesta quinta-feira em que pedirão a ela que aceite o cargo.

Antes mesmo de deixar o esporte, Seiko ingressou na vida política com um mandato na Casa de Conselheiros, em 1995. Filiada ao Partido Democrata, tem ocupado cargos públicos desde então. Mãe de três filhos, chegou a ser vice-presidente do Comitê Olímpico do Japão. Caso seja seja a nova comandante de Tóquio 2020, deverá deixar o cargo de ministra.

A nomeação ainda não foi confirmada pelo comitê e parte da imprensa local afirma que a disputa permanece aberta.

Vários nomes foram divulgados enquanto o painel de seleção de candidatos realizava reuniões na terça e na quarta-feira. Entre eles, Yasuhiro Yamashita (presidente do Comitê Olímpico Japonês) e Mikako Kotani (diretora esportiva de Tóquio-2020).

Mori havia escolihido o ex-presidente da Federação Japonesa de Futebol, Saburo Kawabuchi, mas sua indicação não deu certo. Organizadores e dirigentes reclamaram que o ex-presidente estava escolhendo seu próprio sucessor.

No primeiro dia, o comitê especial para a escolha deste executivo disse que optaria por um único candidato com base em cinco critérios: profundo conhecimento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos; uma compreensão de seus princípios relativos a gênero, inclusão e diversidade; experiência de trabalho; conhecimento dos Jogos de Tóquio; e habilidades de gestão.

Mori foi obrigado a renunciar depois que seus comentários sexistas provocaram indignação no Japão e no exterior. Mori, ex-primeiro-ministro japonês (2000-2001), conhecido por suas gafes, declarou que as mulheres falam muito durante as reuniões de conselhos administrativos, o que para ele era "irritante".

Ele pediu desculpas de maneira protocolar, mas descartou a ideia de renunciar em um primeiro momento, o que provocou uma avalanche de críticas no Japão e no exterior. Na sexta-feira passada, ele deixou o cargo.

Vacinação

A cinco meses dos Jogos Olímpicos, o Japão iniciou a campanha de vacinação contra Covid-19 na manhã desta quarta-feira. Até o fim de fevereiro, devem ser imunizados cerca de 40 mil profissionais diretamente envolvidos no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Há dúvidas sobre se a campanha alcançará pessoas com rapidez suficiente para salvar a Olimpíada.

Último país do G7 (grupo das nações mais industrializadas do mundo) a iniciar a imunização, o Japão aprovou a vacina desenvolvida pelo laboratório americano Pfizer em parceria com a empresa alemã BioNTech no último domingo. O primeiro lote, contendo cerca de 400 mil doses, já desembarcou no país.

Segundo o calendário divulgado, depois desta primeira fase de fevereiro serão vacinados 3,7 milhões de profissionais de saúde a partir de março, 36 milhões de idosos a partir de abril, 8,2 milhões de indivíduos de grupo de risco e 2 milhões de profissionais de instituições dedicadas a idosos depois de abril — totalizando, portanto, cerca de 50 milhões de habitantes, o equivalente a 40% da população até maio.

No entanto, segundo uma pesquisa da empresa britânica Ipsos Mori com 13 mil pessoas em 15 países, divulgada no fim de janeiro, os japoneses estão entre os mais hesitantes quanto às vacinas contra a Covid-19: 17% declararam desejar firmemente tomar a vacina, um percentual bastante baixo se comparado a 66% no Reino Unido e 68% no Brasil. Na França, foram 29%.

O Globo terça, 16 de fevereiro de 2021

CARNAVAL NO RIO: MAIS UMA NOITE DE FESTAS COM AGLOMERAÇÃO

 

 
 

Carnaval: mais uma noite de festas com aglomerações que continuam até a manhã desta terça-feira

Guarda Municipal interrompeu festa com centenas de pessoas na Praia de Ipanema
O Globocop flagrou uma festa superlotada em uma casa no Vidigal, na Zona Sul Foto: Reprodução/ / G1
O Globocop flagrou uma festa superlotada em uma casa no Vidigal, na Zona Sul Foto: Reprodução/ / G1
 

RIO — A terceira noite do carnaval com folia cancelada pela pandemia foi de aglomeração, música alta e desrespeito às regras sanitárias na Avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, e na Zona Sul do Rio. Há registros de festas que seguiram até a manhã desta terça-feira.

Nas areias de Ipanema, a Guarda Municipal interrompeu uma festa que acontecia na altura da Rua Farme de Amoedo. A Rua Dias Ferreira, no Leblon, passou a madrugada lotada. Na Praça São Salvador, em Laranjeiras, centenas de pessoas se reuniram cantando e fazendo batucada.

Pós-carnaval: Defensoria Pública de Saúde estima que Búzios terá aumento exponencial de casos de Covid-19 após o carnaval

O Globocop, da Tv Globo, flagrou uma festa superlotada em uma casa no Vidigal, na Zona Sul, na manhã desta terça-feira.

A Praça Cazuza, no Leblon, esteve lotada a noite inteira desta segunda Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo
A Praça Cazuza, no Leblon, esteve lotada a noite inteira desta segunda Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo

 

A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) diz que aplicou 47 multas e interditou 24 estabelecimentos no Rio desde o início do feriado. As ações de ordem pública para fazer cumprir o decreto que limita a circulação de pessoas no Rio durante o feriado de carnaval não parecem surtir efeito em quem resolveu negar a realidade de que a pandemia ainda não acabou. Pelo terceiro dia seguido, a Avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca, ficou cheia. Centenas de pessoas passaram a noite reunidas em frente a bares próximos à Avenida Comandante Júlio de Moura, algumas dançando ao lado de caixas de som portáteis. Quase ninguém usava máscara e respeitava o isolamento.

— Vamos tirar isso, porque não vamos chegar lá feias  —  justificou uma das mulheres para as outras que a acompanhavam antes de seguirem andando em direção à aglomeração.

Em frente a restaurantes, que usavam cercados para limitar a presença de clientes, alguns grupos chegavam com combos de energético e gim, e consumiam no local. Um dos frequentadores, com um cavaquinho, improvisou uma roda de samba que reunia dezenas de pessoas em volta cantando em coro. Enquanto a equipe do GLOBO esteve no local, apenas um carro da PM permaneceu estacionado no início da avenida. Não havia presença de agentes municipais.

Aglomeração durante toda a noite desta segunda-feira, na Avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo
Aglomeração durante toda a noite desta segunda-feira, na Avenida Olegário Maciel, na Barra da Tijuca Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo

Em Laranjeiras, na Praça São Salvador, a noite também foi de desrespeito às regras sanitárias. Grupos de frequentadores se reuniram no local com um tambor e outros instrumentos. Até as 2h da madrugada eles faziam barulho e rivalizavam com outro grupo que usavam uma caixa de som. Quase ninguém usava máscara.

Na esquina da Rua Dias Ferreira com a Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, foi mais uma noite de muita aglomeração. Apesar da forte presença da polícia e de guardas municipais, centenas de pessoas lotaram os bares e as calçadas, sem nenhum distanciamento.

FESTAS INTERDITADAS

Na Ilha de Guaratiba, na Zona Oeste, uma festa marcada pela internet que acontecia no Espaço Verde Vila, na Estrada da Ilha, foi interditada por agentes municipais com o apoio de policiais do 27º BPM (Santa Cruz) que apreenderam som, cervejas, energéticos e dispersaram o público do local. Através de monitoramento pelas redes sociais, a operação da Seop na noite dessa segunda-feira também acabou com o evento “Segunda Certa” que acontecia no espaço “7,8. Dançando” na Avenida Dom Hélder Câmara, na Abolição.

No mar:Prefeitura interdita 20 barcos que receberiam festas nesta segunda-feira de carnaval

Na Praia de Ipanema, foram apreendidas três caixas de som que estavam sendo utilizadas por um grupo de centenas de pessoas que festejavam na areia. As equipes da Seop também estiveram no Kastellão, no Engenho de Dentro, Zona Norte, onde estava marcada a festa Spotlight. No momento da fiscalização não havia público, e o estabelecimento foi advertido a não realizar o evento, sob pena de sofrer sanções sanitárias cabíveis.

Balanço geral - Desde a sexta-feira, 12, início das ações para combater aglomerações no período que seria do carnaval, foram realizadas 62 inspeções sanitárias, com 47 autos de infração e 24 interdições, além de 12 apreensões (dez de equipamentos de som e duas de bebidas).

Ambulantes - Nesta segunda, 15, durante fiscalização na orla do Recreio, a Coordenadoria de Controle Urbano (CCU, da Seop) apreendeu uma moenda de calda de cana e dois botijões de gás. Ao todo, desde o dia 12/02, foram fiscalizados mais de 100 ambulantes, com 18 multados e 657 itens apreendidos, incluindo bebidas em garrafas de vidro.

Queixas: Rio, Petrópolis e Niterói têm denúncias de 'vacina de vento'; cidade da Região Serrana aumenta controle sobre imunização

Trânsito - Na fiscalização do trânsito, desde a sexta, 12, a Coordenadoria Especial de Transporte Complementar (CETC) realizou mais de 97 autuações e seis remoções de vans (duas piratas). E a Coordenação de Fiscalização de Estacionamentos e Reboques (Cfer) removeu 688 veículos por estacionamento irregular. Os dois órgãos fazem parte da estrutura da Seop. Nos pontos de bloqueio de acessos à cidade não houve necessidade de barrar nenhum ônibus de fretamento.

Guarda Municipal registra mais de 2.800 ações de fiscalização e auxílios

A Guarda Municipal do Rio registrou 2.893 ações diversas de fiscalização, auxílios e ocorrências registradas entre sexta-feira, dia 12, e a tarde de segunda-feira, dia 15,  pelas forças tarefas regionais que atuam em toda a cidade. Ao todo, foram 133 auxílios, sendo 62 prestados a órgãos municipais, 48 ao público em geral, 16 a turistas nacionais e estrangeiros e 36 apoios a outros órgãos, entre eles, a Polícia Militar e a Capitania dos Portos.

 

Os agentes também registraram 211 ocorrências relacionadas à fiscalização sanitária, 71 notificações aplicadas, além de realizarem 34 ações audiovisuais de conscientização com mensagens sonoras sobre a Covid-19 foram realizadas em variados pontos do Rio.

O esquema operacional funciona diariamente em todas as regiões da cidade, onde as equipes fazem o monitoramento preventivo de diversos estabelecimentos, ruas, praças e espaços públicos para coibir a realização de blocos e eventos, que estão proibidos como medida sanitária para evitar a disseminação da covid-19.

Mais queixas:Acompanhantes de idosos redobram atenção após 'vacina de vento' no Rio

A operação conta ainda com mais seis equipes especializadas, que foram destacadas para atuar no comboio da Secretaria Municipal de Ordem Pública, em ações integradas com as coordenadorias de Controle Urbano, de Licenciamento e Fiscalização, de Fiscalização de Estacionamentos e Reboques, fiscais do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária e policiais militares.

Cabe ao agente identificar e neutralizar o surgimento de aglomerações; fiscalizar as regras sanitárias, como o uso de máscara de proteção; observar o uso indevido do espaço público, como a utilização de mesas e cadeiras; coibir a ação de ambulantes irregulares, além de fiscalizar o estacionamento irregular.

Ao todo, a operação conta com cerca de 500 guardas municipais por dia e o apoio de 36 veículos e 32 rádios de comunicação, além de smartphones, para agilizar o contato entre as equipes.

Fiscalização costeira

A Guarda Marítima Municipal impediu a saída de mais 20 embarcações de médio e grande porte, que realizariam passeios com festas no mar saindo da Marina da Glória nesta segunda-feira (15). Os agentes estão atuando desde sábado (13) na fiscalização costeira para coibir festas e eventos irregulares. Ao todo, 63 barcos já foram fiscalizados e tiveram eventos cancelados e sete deles foram impedidos de sair na Marina da Glória e um no Quadrado da Urca, com todos os passageiros tendo de desembarcar no domingo (14). Os responsáveis não possuíam alvará municipal para transporte de passageiros com remuneração ou por atividade turística.

Os organizadores também foram notificados por aglomeração e tiveram os eventos cancelados, incluindo uma festa de 15 anos. A fiscalização cumpre o que determina o Decreto 48.500, de 4 de fevereiro de 2021, que estabelece normas para o uso de áreas públicas e para o exercício de atividades econômicas . Outras embarcações foram abordadas e orientadas pelos agentes com a distribuição de cópia do decreto e da resolução.

Com a ação, a Guarda Municipal espera que outros eventos e festas sejam cancelados, porque a fiscalização continuará sendo realizada diariamente no mar pelas equipes de operações marítimas. Agentes do Subgrupamento de Operações Náuticas seguem atuando em ação conjunta com a Capitania dos Portos para fiscalizar embarcações em alto mar.

Fiscalização de trânsito e transportes

Em toda a cidade foram aplicadas 2.315 multas de trânsito por diversas irregularidades previstas no código de trânsito, entre elas, o estacionamento irregular. Durante a fiscalização nos transportes públicos, os agentes fizeram ainda 89 flagrantes de calote, com a evasão do pagamento da passagem nas estações do BRT e no VLT 

Desde as 5h de sexta-feira, dia 12, agentes do Grupamento Especial de trânsito atuam em ação conjunta com a Seop, SMTR, Detro e Polícia Militar nas barreiras instaladas em pontos estratégicos para evitar a entrada de ônibus, vans e outros veículos de fretamento na cidade. Há outras equipes de contingência para coibir o fechamento de vias entre outras irregularidades de trânsito.


O Globo segunda, 15 de fevereiro de 2021

SORVETE DE ÁGUA DE COCO: RECEITA FÁCIL PARA O VERÃO

 

Sorvete de água de coco é receita fácil para o verão; saiba como fazer em casa

Com poucos ingredientes, é possível preparar a iguaria saudável, um 'isotônico natural', de acordo com especialista
Sorvete de água de coco: receita simples é fácil de ser feita em casa Foto: Divulgação
Sorvete de água de coco: receita simples é fácil de ser feita em casa Foto: Divulgação
 

Bebida muito consumida por brasileiros no verão, a água de coco inspira uma receita simples, prática e saudável, e que pode ser preparada em casa. Com pouquíssimos ingredientes, é possível fazer um sorvete de água de coco com consistência cremosa — e, o melhor, sem as quantidades exageradas de açúcar comuns em produtos industrilados.

— A água de coco possui quantidades significativas de sais minerais, vitaminas e antioxidantes. Os principais componentes da bebida são sódio, potássio, magnésio e vitamina C. Essas características tornam a água de coco um isotônico natural, ideal para ser consumida após atividades físicas intensas ou na correria do dia a dia — ressalta Gislaine Santana, engenheira de alimentos da marca Campo Largo.

Abaixo, veja como fazer o sorvete de água de coco.

Sorvete de água de coco

Ingredientes

  • 500ml de leite de coco;
  • 100ml de água de coco;
  • 1 colher de chá de essência de baunilha;
  • agave (ou mel ou outro adoçante natural) a gosto

Modo de preparo

Numa panela, junte todos os ingredientes e mexa em fogo médio, sem ferver, até que estejam todos bem dissolvidos e a mistura comece a engrossar, tornando-se uma massa homogênea e lisa. Retire do fogo e deixe esfriar. Após esse tempo, leve ao congelador por cerca de cinco horas. Em seguida, retire do congelador, mexa bem, para ficar mais cremoso, e devolva ao congelador por mais três horas antes de servir. Dica: vale repetir esse processo mais de uma vez, para que o sorvete fique mais cremoso.

 


O Globo domingo, 14 de fevereiro de 2021

PRETA GIL: UNINDO FORÇAS PARA O CARNAVAL ONLINE, E MAIS

 

Preta Gil diz que uniu forças para carnaval online após quase um ano 'entregue à inércia'

Cantora comanda versão virtual do Bloco da Preta, que promove campanha de arrecadação para catadores de lata e vendedores ambulantes
 
A cantora Preta Gil, que comanda bloco virtual no carnaval de 2021 Foto: Alex Santana / Divulgação
A cantora Preta Gil, que comanda bloco virtual no carnaval de 2021 Foto: Alex Santana / Divulgação
 

Não fosse a pandemia, Preta Gil cumpriria, nesta época, uma maratona de shows carnavalescos com rotina marcada por 15 noites seguidas praticamente sem dormir e acompanhamento diário de fisioterapeutas, fonoaudiólogos e nutricionistas. À frente do Bloco da Preta, um dos primeiros megablocos no Rio — e que, nos últimos 12 anos, também atrai multidões em cidades como São Paulo, Fortaleza e Salvador —, a cantora vive um fevereiro atípico, mergulhada no que classifica como um “grande ócio”.

Carnaval:  A agenda completa de blocos, festas e shows on-line

— Perdi muitas pessoas queridas, e não tive paz no coração. Até sou cobrada por alguns amigos, que me falam para criar trabalhos novos. Mas minha única alegria é cuidar de mim e dos meus — conta ela. — Meu filho Francisco compôs uma música linda para mim, e que deixei guardada por enquanto.

Filha de Gilberto Gil, com quem dividiu microfone numa liveem junho ao lado da família, Preta interrompe o tal ócio — “uma inércia” que a acompanha desde março de 2020, quando contraiu Covid-19 — para fazer o povo arrastar o sofá de casa para dançar.

Na última sexta-feira, ela já pôde ser vista no comando show virtual “E-carnaval”. Neste domingo, volta a abusar da purpurina: às 16h, apresenta uma versão virtual de seu bloco em transmissão ao vivo no YouTube, com objetivo de arrecadar donativos para vendedores ambulantes e catadores de lata. Está aí, aliás, a explicação para o retorno, ainda que sutil, de seu entusiamo.

É que carnaval não é só brincadeira, afirma a carioca de 46 anos, ressaltando que a folia é o ganha-pão de muita gente.

— Em 2009, quando lancei o bloco, achei que estava indo ali brincar de fazer carnaval. Quando me deparei com mais de cem mil pessoas, vi que não tinha nada de brincadeira naquele trabalho. Lidar com a massa de gente é uma responsabilidade imensa: de cima do trio, separo brigas, ajudo alguém que se perdeu... — diz, recordando-se de ambulantes com quem travou alguma proximidade. — Lembro de uma vendedora que me contou que nunca havia feito tanto dinheiro na vida como naquele dia. Resolvi unir forças porque essa imagem voltou à minha cabeça.

O repertório será o mesmo que ela normalmente leva ao trio elétrico: do frevo ao funk, do axé ao samba, Preta quer promover uma viagem pelos vários carnavais do Brasil, com interpretações para o cancioneiro de nomes como Ivete Sangalo, Amelinha, Timbalada, Caetano Veloso, Moraes Moreira e Alceu Valença.
Preta Gil e os ritmistas do Bloco da Preta, que ganha versão on-line em 2021 Foto: Felipe Panfili / Divulgação
Preta Gil e os ritmistas do Bloco da Preta, que ganha versão on-line em 2021 Foto: Felipe Panfili / Divulgação

Transmitido do terraço do Bossa Nova Mall, no Aterro do Flamengo, a apresentação terá as participações de Alcione, Mumuzinho e Teresa Cristina.

— Mesmo nesse formato de live, o carnaval é a festa do povo. E fazer esse evento acontecer significa, mais uma vez, resistir. Há algum tempo, o carnaval vem sendo demonizado. Não dá para a maior festa popular do país, que sempre representou a catarse da criatividade, ser colocada num lugar menor por causa de questões políticas e religiosas — frisa.

Sem linchar canceladores

Firme em suas opiniões, a cantora tem movimentado as redes sociais com posts sobre o “Big Brother Brasil”, mas acha que o país não está preparado para debater questões sociais importantes por meio de um programa de TV. Na edição com maior número de participantes negros, Preta só se sentia representada por um deles, o rapper, ator e ativista Lucas Penteado, que desistiu da atração, na última semana, após beijar o brother Gilberto e se declarar bissexual — na ocasião, ele foi acusado por colegas de confinamento, como a psicóloga Lumena e a cantora Karol Conká, igualmente pretas, de apenas querer angariar a torcida LGBT.

— Lumena e Karol Conká precisam ser individualmente responsabilizadas por seus erros. Temos que entender que pessoas negras não são representantes de um todo homogêneo — diz.

Embora engrosse o feed de seus perfis no Twitter e no Instagram com referências ao programa, ela faz questão de não embarcar na onda do “cancelamento”, comportamento que vem sendo alimentado por internautas para, desta vez, massacrar figuras como Lumena, o rapper Projota, o ator Fiuk e, especialmente, Karol Conká.

— Precisei aprender a lidar com o ódio nas redes sociais, pois sou criticada desde que me entendo por gente. Mas nunca fui cancelada — afirma. — Karol Conká, Lumena e Projota estão sendo colocados no lixo, e eu não compactuo com isso. Não gostei deles lá, ok. Mas quem sou eu para cancelar alguém? Vejo um tipo de ódio que deseja a morte, e isso me dá medo.


O Globo sábado, 13 de fevereiro de 2021

VOLTA DO CANECÃO GANHA IMPULSO

 

Volta do Canecão ganha impulso com negociação da UFRJ com prefeitura e BNDES

Artistas como Gal Costa, Maria Rita e Zeca Pagodinho relembram seus momentos no palco icônico, que permanece fechado desde 2010
 
Fechado desde 2010, Canecão deve se tornar espaço cultural multiuso; reitora planeja inauguração em 2023 Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Fechado desde 2010, Canecão deve se tornar espaço cultural multiuso; reitora planeja inauguração em 2023 Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
 

RIO — Durante a passagem de som do show de lançamento de seu primeiro disco, em 2003, Maria Rita perdeu momentaneamente fôlego, pensamento e melodia. Era o peso do palco do Canecão, casa que já  havia recebido sua mãe, Elis Regina, e outras lendas da MPB, de Gal Costa a Gil, de Maysa a Zeca Pagodinho. Fechado desde 2010, o espaço carioca onde se escrevia a história da música brasileira (segundo a frase de Ronaldo Bôscoli estampada numa das paredes) ganha agora um sopro de esperança, com promessas da prefeitura de resolução de um impasse jurídico e o início da discussão, pela UFRJ, sobre o projeto de um novo equipamento cultural no local.

Metropolitan:Como o fechamento da casa marcou o fim de uma era de shows memoráveis no Rio

O Canecão abriu as portas em 1967, num terreno da UFRJ na Avenida Venceslau Brás, em Botafogo. Em 2010, a batalha judicial que se arrastava desde os anos 1970 entre a instituição e o antigo inquilino, o empresário Mário Priolli, culminou na vitória da universidade. Fechada desde então, a casa de shows ainda não pode reabrir por pelo menos dois motivos: a estrutura extremamente comprometida do prédio e uma restrição prevista na lei de zoneamento municipal de 1976, que impede a construção de estabelecimentos de diversão naquele endereço.

Empossada em 2019, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, chegou a articular com o ex-prefeito Marcelo Crivella uma tentativa de mudança na lei, mas os planos foram interrompidos pela pandemia. Agora, o prefeito Eduardo Paes afirma que um projeto de lei com a alteração necessária está sendo elaborado.

— Vamos mudar a lei. Já mandei preparar o projeto e iremos enviá-lo à Câmara ainda no início do ano legislativo — promete Paes.

Estudo do BNDES

É o primeiro passo para a reabertura do espaço, objeto de estudo encomendado pela UFRJ ao BNDES em 2018, cujo resultado chega à universidade este mês. O estudo buscou identificar possíveis parcerias com empresas privadas para o uso do terreno do Canecão e de outros imóveis da instituição. Em contrapartida, os vencedores das licitações deverão assumir reforma e construção de restaurantes e moradias estudantis. A concessão está prevista para até 50 anos.

A estreia do show 'Os doces bárbaros', em agosto de 1976, com Gil, Gal, Caetano e Bethânia Foto: Antonio Ney / Agência O Globo
A estreia do show 'Os doces bárbaros', em agosto de 1976, com Gil, Gal, Caetano e Bethânia Foto: Antonio Ney / Agência O Globo

— O trabalho do BNDES define um modelo básico de equipamento cultural para o Canecão. A ideia é que seja mais do que uma casa de shows. Queremos algo como a Casa da Ciência, com exposições e dias da semana destinados a eventos da universidade, como colações de grau e espetáculos dos cursos da área teatral — diz Denise, que pretende começar a discutir o formato e o novo nome do espaço a partir do mês que vem.

 

Não há previsão de quanto será necessário para reconstruir o Canecão. Segundo a reitora, a demolição de parte da estrutura será inevitável. Mas ela pretende preservar o mural de 32 metros criado por Ziraldo, a ser restaurado por alunos da Escola de Belas Artes.

— Quero inaugurar o espaço antes do término do meu mandato, em 2023 — planeja.

Memórias

A desconfiança com as promessas de retorno não é maior que a esperança do cantor Elymar Santos, que há anos evita passar em frente ao Canecão. Ele, que vendeu carro e apartamento para alugar aquele palco por uma noite, em 1985 — num episódio que entrou para a história do Rio —, diz que não aguenta a saudade.

— O último show foi da Bibi Ferreira. Na plateia, estávamos eu, Fernanda Montenegro, Simone, todos sem acreditar no que estava acontecendo. Pensava que em um mês seria reaberto. Mas fechou de vez, com temporada minha marcada. Me senti órfão, o Canecão tem um quê que ninguém nunca vai saber o que é — diz.

Foi nesse “palco mágico”, nas palavras de Elymar, que Roberto Menescal subiu depois de oito anos sem se apresentar, a convite de Gal Costa, num show dela em 1980. À época, Menescal era diretor da Polygram e queria entregar um disco de ouro à cantora. Mas quem fez a surpresa foi Gal: apontou para um violão no canto do palco e pediu que o fundador da Bossa Nova desse uma palinha da música “Faceira”.

— Nem violão em casa eu tinha mais. Pela primeira vez eu vi o Canecão de cima do palco — recorda o artista.

Já Paulo Ricardo não se esquece do dia em que foi surpreendido por Tom Jobim em seu camarim:

— Estava em temporada com o RPM, lá por 1986, quando, uma noite, Tom Jobim entra acompanhado do filho adolescente, dizendo que queria um autógrafo. Eu falei: “Não, pelo amor de Deus, primeiro o seu.” Toda vez que entrava ali era especial, porque foi no Canecão que assisti ao primeiro show da minha vida: Roberto Carlos.

Zeca Pagodinho, que acaba de disponibilizar vídeos inéditos da gravação do disco “Zeca Pagodinho ao vivo”, de 1999, em seu canal do YouTube, revela que, no início, não queria se apresentar na casa.

— Eu pensava que não tinha nada a ver com o Canecão. Mas a fila do primeiro dia estava dobrando a rua, e meu empresário falou: “Vamos gravar um disco ao vivo amanhã.” Era um lugar maravilhoso. Foi a partir dali que passei a me apresentar em casas de shows. Se reabrir, é claro que eu vou.

Maria Rita endossa:

— A casa tinha uma energia ímpar. As pessoas entendiam que, se o show funcionasse no "Caneco", funcionaria em qualquer lugar. Sem querer soar saudosista, mas só quem viveu aquilo ali entende.


O Globo sexta, 12 de fevereiro de 2021

PUDIM COM CALDA DE CAJÁ: CHEF LUÍSA JUNGBLUT DÁ O TOQUE REGIONAL À SOBREMESA

 

Chef Luísa Jungblut dá toque regional ao pudim com calda de cajá

No comando da confeitaria do Hotel Emiliano Rio, a cozinheira ensina como não errar na hora da sobremesa
Pudim de leite de coco com calda de cajá Foto: G Lab
Pudim de leite de coco com calda de cajá Foto: G Lab
 

Nos 10 anos do Rio Gastronomia, a série "Faça você mesmo" traz dicas práticas e rápidas para você. No vídeo,  a chef Luísa Jungblut, do Hotel Emiliano Rio, ensina como fazer pudim de leite de coco com calda de cajá.

 

 


O Globo quinta, 11 de fevereiro de 2021

SOPHIA LOREN AOS 86 ANOS: SEMPRE TENTEI INTERPRETAR MULHERES FORTES

 

Sophia Loren, 86 anos: 'Sempre tentei interpretar mulheres fortes'

Atriz italiana fala sobre as personagens que escolheu na carreira, revela os preconceitos que sofreu na infância por ter crescido sem pai presente e conta que ainda se sente insegura no set: 'Me recomponho e digo a mim mesma que sei os meus sentimentos'
A atriz Sophia Loren como Rosa, no filme 'Rosa e Momo', de 2020, dirigido pelo seu filho mais novo, Edoardo Foto: Reprodução
A atriz Sophia Loren como Rosa, no filme 'Rosa e Momo', de 2020, dirigido pelo seu filho mais novo, Edoardo Foto: Reprodução
 

Sophia Loren é uma das mulheres mais conhecidas do mundo, um tipo de estrela que o cinema não faz mais. Mas pergunte à atriz italiana de 86 anos se ela alguma vez quis ser uma pessoa normal, e ela vai ficar intrigada: "Por que você acha que ser uma estrela não é normal?", questiona a atriz. "Dizem que sou uma estrela; eu não sei. Eu sempre me senti normal."

Ser uma estrela já deve ter virado rotina para ela, famosa desde antes de a Humanidade pisar na Lua. Loren já interpretou trabalhadoras do sexo, imigrantes, espiãs e donas de casa, ao mesmo tempo em que era chamada de "vamp" ou "adorno". Em 1960, pela atuação em "Duas Mulheres", dirigido por Vittorio de Sica, ela se tornou a primeira atriz a ganhar um Oscar por um papel em um filme de língua não inglesa. Loren já ganhou cinco Globos de Ouro, um Grammy, a copa Volpi, no Festival de Cinema de Veneza; o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes; e o prêmio pelo conjunto de sua obra dado pela Academia de Hollywood. Loren tem estrela na calçada da fama, e os Rolling Stones compuseram uma canção sobre ela "Pass the Wine (Sophia Loren)". Se ela não é uma estrela, ninguém mais é.

Em entrevista ao jornal britânico "The Independent", Sophia Loren revela o medo que sente da Covid-19, relembra o diretor Vittorio de Sica, sua preferência por interpretar mulheres de personalidade forte, o preconceito que sofreu na infância por ter crescido sem pai presente e por que escolheu dar um tempo na carreira para ficar com os filhos. Leia abaixo trechos da entrevista:

Pandemia de Covid-19

"Eu não sei o que fazer com a minha vida. Estou em casa, eu não saio. Não quero sair, estou morrendo de medo."

Personagens

"Meu papel em Rosa e Momo [em que atua sob direção do filho Edoardo Ponti] é muito bonito. Ela é forte, frágil, divertida, tocante... é tudo que uma mulher é e tudo o que eu sempre quis levar à tela. Na minha carreira, eu sempre tentei interpretar mulheres de personalidade forte. São mulheres que lutam para que a vida seja melhor."

A família

"Eu nasci em uma família que não era tradicional, em uma instituição de caridade para mulheres que não eram casadas. As outras crianças na escola tinham famílias com pais. Eu não diria que tinha inveja, porque amava meus amigos, mas eu não era como eles. Sim, me sentia diferente. E os meninos faziam piada comigo, o que me causava muito sofrimento. Mas o fato de a minha mãe não ser casada não fazia de nós menos uma família do que as das outras pessoas. Talvez tenha nos tornado ainda mais fortes porque nos unimos pelo fato de que não éramos como os outros. Falar sobre isso pode ajudar meninas e meninos a sentirem orgulho das famílias que têm. Todos nós merecemos ser amados de forma profunda e honesta."

Beleza

"Quando Carlo Ponti [produtor de cinema e marido de Loren] me conheceu, sugeriu que eu operasse o meu nariz. Eu disse: 'Se tiver que mudar o nariz, volto para Puzzuoli' [cidade na província de Nápoles, onde a atriz nasceu]. Eu tive a sorte de receber papéis que foram bons para a minha aparência e bons também para o meu interior."

 

Vittorio de Sica

"Eu tinha 16 anos e não sabia nada. Se não tivesse conhecido de Sica [diretor de alguns de seus melhores filmes], acho que não teria me saído tão bem. Ele foi um ótimo diretor de atores e me deu força para continuar e me disse para nunca ter medo de ousar. Nunca".

Maternidade

"Eu sempre sonhei com uma casa, filhos, família. Meus dois filhos [Carlo Jr. e Edoardo] são lindos. A memória que quero guardar é do início da gravidez, quando pensava que seria mãe. Se eu continuar, vou chorar. Você não me conhece, eu sou assim. Um dia, em casa, acho que nos anos 80, eu me dei conta que trabalhava desde os 17 anos. Então pensei que não aproveitava nada porque não podia estar com os meninos. Eu disse a mim mesma que iria tirar um tempo com as crianças, dar um tempo do cinema."

Confiança

"Muitas vezes fico trágica no trabalho, dizendo que não estou atuando bem. É uma defesa. Se tenho uma cena importante, penso que não sei se posso fazê-la. Eu não estudei Arte Dramática formalmente, por isso não sei nada. Até que eu me recomponho e digo a mim mesma que, sim, eu sei. Eu sei os meus sentimentos."


O Globo quarta, 10 de fevereiro de 2021

BRITNEY SPEARS: ATRIZ SE MANIFESTA SOBRE AS POLÊMICAS DE DOCUMENTÁRIO SEU

 

Britney Spears se manifesta sobre as polêmicas de seu documentário: 'Estou tendo tempo para aprender e ser normal'

O filme explora sua ascensão meteórica à fama, o tratamento cruel da mídia, as lutas públicas contra a saúde mental e a batalha em curso pela tutela com o pai, Jamie Spears
Britney Spears Foto: Reprodução
Britney Spears Foto: Reprodução
 
 

Britney Spears utilizou o Twitter na última terça-feira para quebrar o silêncio sobre o novo documentário que coloca sua luta pela tutela com seu pai, Jamie Spears, no centro das atenções mais uma vez. Ela afirma que as pessoas costumam ser mais complexas do que parecem, ao mesmo tempo em que admitiu estar tentando 'aprender' e ser uma 'pessoa normal' agora.

“Lembre-se, não importa o que pensemos que sabemos sobre a vida de uma pessoa, isso não é nada comparado com a pessoa real que vive atrás das lentes”, escreveu Britney.

A cantora também refletiu sobre a vida enquanto compartilhava um vídeo dela cantando seu hit "Toxic" no baile de Natal de 2018.

"Não posso acreditar que essa performance de Toxic é de 3 anos atrás!!!", disse a estrela, cuja última apresentação ao vivo foi em outubro do mesmo ano.

 "Sempre vou adorar estar no palco ... mas estou dedicando um tempo para aprender e ser uma pessoa normal ... Eu amo simplesmente aproveitar o básico da vida diária!!!", acrescentou.

O documentário Framing Britney Spears, produzido pelo New York Times, tem repercutido bastante entre os fãs da estrela. O filme explora sua ascensão meteórica à fama, o tratamento cruel da mídia, as lutas públicas contra a saúde mental e a batalha em curso pela tutela com o pai.


O Globo terça, 09 de fevereiro de 2021

CHURROS DE TAPIOCA COM VATAPÁ: RECEITA CARNAVALESCA DA CHEF MORENA LEITE

 

Churros de tapioca com vatapá; receita carnavalesca da chef Morena Leite

A baiana ensina o passo a passo do petisco que leva frutos do mar
Churros de tapioca com vatapá de frutos do mar Foto: G Lab / O Globo
Churros de tapioca com vatapá de frutos do mar Foto: G Lab / O Globo
 

Nos 10 anos do Rio Gastronomia, a série "Faça você mesmo" traz dicas práticas e rápidas para você. No vídeo, a chef Morena Leite, do restaurante Capim Santo, ensina como fazer o churros de tapioca com vatapá de frutos do mar.

 


O Globo segunda, 08 de fevereiro de 2021

NHOQUE DE BATATA BAROA: APRENDA A FAZER

 

Aprenda a fazer nhoque de batata baroa com funghi ao molho de manjericão

Chefs Philipe Martins e o Gabriel Nigro, do restaurante FEU, ensinam receita vegetariana e fácil de ser reproduzida em casa
Nhoque de baroa com funghi ao molho persillade de manjericão: receita do restaurante FEU Foto: Alex Woloch / Divulgação
Nhoque de baroa com funghi ao molho persillade de manjericão: receita do restaurante FEU Foto: Alex Woloch / Divulgação

O passo a passo de como fazer nhoque de batata baroa é explicado, de maneira prática, pelos chefs Philipe Martins e o Gabriel Nigro, do restaurante FEU, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

A dupla ensina como reproduzir uma de suas criações contemporâneas em casa. Confira abaixo como preparar a massa, um nhoque de mandioquinha (batata baroa) com funghi ao molho de manjericão, com acompanhamento de chips de parmesão.

Receita de nhoque de baroa com funghi ao molho persillade de majericão

Ingredientes (para o molho)

  • 3/4 de xícara de óleo (150g);
  • 1/4 de xícara de alho descascado (50g);
  • 2 xicaras de folha de manjericão (200g);
  • 1/4 de xícara de suco de limão siciliano (50g);
  • sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo (do molho)

Pique ou fatie o alho. Acrescente a uma panela com o óleo e leve ao fogo médio para baixo. Deixe o alho fritar até ficar crocante. Peneire o alho e use para outras preparações. Reserve o óleo, refrigerando-o, se possível. Retire o talo do manjericão e pique as folhas grosseiramente. Leve a um liquidificador com o óleo, o sal e a pimenta. Pulse até tomar textura de molho espessa, quase uma pasta. Acrescente o suco de limão para pegar o ponto correto e ganhar a acidez. Reserve o molho na geladeira até seu uso.

Ingredientes (para o chips de parmesão)

  • 1/2 xícara parmesão (100g)

Modo de preparo (do chips de parmesão)

Rale o parmesão em ralador fino e salpique numa frigideira antiaderente sem deixar espaços muito grandes entre eles. Leve ao fogo baixo e deixe o queijo derreter, secando até soltar da panela. Ele continuará um pouco mole e endurecerá depois de esfriar. Reserve sobre um prato em temperatura ambiente até seu uso.

Ingredientes (da massa)

  • 1 xícara de funghi secchi (100g);
  • 1,5 kg de batata-baroa;
  • 2 ovos;
  • 1 e 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo (300g);
  • 1 colher de sopa de sal refinado (15g);
  • 1 pitada de açafrão-da-terra (opcional);
  • farinha para polvilhar;
  • água para cozinhar a massa;
  • sal para a água;
  • azeite para refogar

Modo de preparo (da massa)

Deixe o funghi de molho em meio litro de água por, pelo menos 1 hora para hidratar. Se quiser acelerar o processo, ferva a água. Retire o funghi com uma escumadeira e esprema o excesso de água. Peneire e reserve esta água para cozinhar a batata.

Corte a batata, com casca e tudo, em rodelas de 1 centímetro. Coloque para cozinhar em água com sal sem deixar a água ferver. Quando a batata estiver macia ao garfo, escorra e deixe toda umidade ir embora. Você pode guardar essa água para cozinhar o nhoque também. Passe a batata por um amassador para transformar em purê. Se quiser um purê bem lisinho, passe por uma peneira, mas essa etapa é opcional.

Misture o cogumelo, metade da farinha, os ovos e o sal à massa. Vá acrescentando a farinha aos poucos até a massa chegar ao ponto, que é quando ela para de grudar na mão. Se tiver tempo, enrole a massa num filme PVC e leve à geladeira por meia hora. Isso irá dar mais firmeza ainda na hora de modelar.

 
 

Faça pequenas bolinhas de 3 centímetros de diâmetro e posicione sobre um pano salpicado de farinha. Uma colher de sorvete pequena com alavanca pode ser uma grande aliada neste momento para deixá-las no mesmo padrão.

Cozinhe a massa na água quente com sal sem deixar entrar em ebulição até a massa subir. Se não for usar na hora, disponha a massa cozida num bowl com água e gelo por 5 a 10 min e guarde na geladeira, besuntando-a em azeite ou óleo por até 4 dias.

Aqueça uma frigideira em fogo médio para alto com um fio de azeite. Refogue as bolinhas cozidas até criar uma leve casquinha dourada, virando uma vez para criar a mesma casquinha do outro lado. Sirva sobre 3 colheres de sopa do molho, aquecido ou não, com os chips de parmesão quebrados dispostos como na foto.

Você também pode salpicar o alho frito por cima.


O Globo domingo, 07 de fevereiro de 2021

FLAMENGO X BRAGANTINO: HOJE TEM GOL DE GABIGOL OU DE CLAUDINHO?

 

Flamengo x Bragantino: hoje tem gol de Gabigol ou de Claudinho?

Meia lidera artilharia do Brasileiro, que foi do atacante rubro-negro nas duas últimas edições
Claudinho e Gabigol se enfrentam neste domingo no jogo entre Bragantino e Flamengo Foto: Montagem sobre fotos de Ari Ferreira/Red Bull Bragantino e Marcelo Cortes/Flamengo
Claudinho e Gabigol se enfrentam neste domingo no jogo entre Bragantino e Flamengo Foto: Montagem sobre fotos de Ari Ferreira/Red Bull Bragantino e Marcelo Cortes/Flamengo
 

Paulista de 24 anos, com faro de gol apurado e goleador no Brasileiro. Um resumo pertinente para descrever o atacante Gabigol, do Flamengo. Porém, até o momento, este ano, tais credenciais cabem a um nome menos conhecido nacionalmente: Claudinho, do Bragantino, adversário do rubro-negro neste domingo, às 20h30, em Bragança Paulista.

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Na última rodada, Claudinho, que é meia-atacante, balançou as redes e chegou a 17 gols, ultrapassando Thiago Galhardo, do Internacional. São seis a mais que o atacante do Flamengo, que marcou 11 vezes no campeonato em uma temporada marcada pela pandemia, lesões e alguns jogos no banco de reservas.

 A quatro rodadas do fim, Claudinho está no caminho de desbancar o artilheiro das duas últimas edições do Brasileirão. Desde que retornou ao Brasil, Gabigol foi o maior goleador em 2018 (18 gols), pelo Santos, e 2019 (25 gols), já pelo Fla. Na temporada atual, entretanto, o atacante sequer detém a artilharia do time na competição. O posto é de Pedro, com 13.
 

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Claudinho é a principal peça do técnico Mauricio Barbieri para atrapalhar os planos do Flamengo, que está a dois pontos do líder Internacional, que joga contra o Sport, quarta-feira. Não só pelo faro de artilheiro. Ele também se destaca como o “garçom” do time. Já são seis assistências na competição. Somadas aos 17 gols, são 23 participações diretas dentre os 48 gols marcados pelo Bragantino.

Melhor de janeiro

Praticamente 50% dos gols do time passam pelos pés de Claudinho, que ainda pode entrar para a história do clube, cuja camisa defende desde setembro de 2019, quando houve a fusão do Red Bull Brasil com o Bragantino.

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Com 100 partidas, ele está a três gols de se tornar o maior artilheiro do Bragantino na Série A. Hoje, a marca é de Silvio e Kelly, ambos com 19 gols, somando mais de uma edição.

—Eu acho que me sinto parte da história do clube. Consegui ganhar a Série B, levar o time para a Série A e acabar me destacando neste campeonato com a camisa do Red Bull Bragantino. Se Deus quiser, vou continuar o trabalho assim e ficar eternizado na história do clube — disse Claudinho em entrevista à CBF após ser eleito o jogador do mês de janeiro pela entidade.

 

Apesar da projeção nacional pelo Bragantino, Claudinho é um velho conhecido futebol paulista. Surgiu na base do Santos, onde começou na escolinha aos seis anos, destacou-se ainda nos juniores e foi contratado pelo Corinthians, aos 18 anos. Lá fez parte do time campeão Brasileiro em 2015, mas só estreou na equipe profissional no ano seguinte.

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A carreira não deslanchou e começou a rodar por times de São Paulo, como Oeste, Santo André, o próprio Bragantino e Ponte Preta.

Tudo mudou em 2019. Claudinho já fazia parte do elenco do Red Bull, quando a parceria entre a marca e o Bragantino foi fechada. Sob o comando do técnico Antônio Carlos Zago, o jogador achou sua posição ideal em campo. Deixou a ponta, passou a ser o maestro do time campeão da Série B com duas rodadas de antecedência e foi eleito o melhor jogador da competição.

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Agora, o sonho é mais alto. Em alta, com 47 pontos, o Bragantino passou a mirar uma vaga na Libertadores — desde que a configuração final conceda oito vagas na competição continental. A Sul-Americana é uma realidade praticamente.

Por isso, o jogo é considerado decisivo e tão difícil pelo rubro-negro. Não fosse pela pandemia, hoje, no Nabi Abi Chedid, haveria também uma disputa de placas nas arquibancadas: “Hoje tem gol do Claudinho” x “Hoje tem gol do Gabigol”.

O Globo sábado, 06 de fevereiro de 2021

RECEITA DE TIRAMISÙ: SAIBA COMO PREPARAR A TÍPICA SOBREMESA ITALIANA

 

Receita de tiramisù: saiba como preparar a típica sobremesa italiana

Rita Lobo recebe o jornalista Rodrigo Bocardi para preparar o doce e conversar sobre papéis na cozinha
Tiramisù: Rita Lobo ensina a preparar a receita no programa "Cozinha prática" Foto: Reprodução
Tiramisù: Rita Lobo ensina a preparar a receita no programa "Cozinha prática" Foto: Reprodução

No dia a dia das gravações do programa "Cozinha prática", a apresentadora Rita Lobo costuma repetir a seguinte máxima:

- Alimentação não é assunto da dona de casa: é assunto da casa!

Para conversar sobre o papel de todos, homens e mulheres, na cozinha, Rita recebeu o jornalista Rodrigo Bocardi, da TV Globo, em um encontro na programação Nhac GNT. Enquanto davam o recado, os dois prepararam uma deliciosa receita de tiramisù, a típica sobremesa italiana.

A apresentadora Rita lobo e o jornalista Rodrigo Bocardi ensinam como preparar um tiramisu, tradicional sobremesa italiana.
A apresentadora Rita lobo e o jornalista Rodrigo Bocardi ensinam como preparar um tiramisu, tradicional sobremesa italiana.

 

No Instagram, Bocardi reforçou a mensagem: - Quero falar com os homens que chegam em casa depois de um dia cansativo de trabalho, tomam aquele banho, botam o pijamão, sentam no sofá pra ver TV e esperam a esposa dizer: 'vem, meu bem, que a comida já está na mesa. vai logo, vai esfriar.' - escreveu o jornalista.

Essa é a dica: hoje, experimente preparar uma refeição a dois. Fica bem mais gostoso!

 

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.


O Globo sexta, 05 de fevereiro de 2021

FERA FISCHER FALA DE LAÇOS DE FAMÍLIA, E MAIS

 

Vera Fischer fala de 'Laços de família' e adianta como vai comemorar os 70 anos

THAYNÁ RODRIGUES

 
 
 
Vera Fischer fará 70 anos em 2021 (Foto: Callanga e Amarelo Urca)
Vera Fischer fará 70 anos em 2021 (Foto: Callanga e Amarelo Urca)

 

Vera Fischer se reinventou em 2020 e segue a pleno vapor em 2021. Nos últimos meses, a atriz se dedicou a produzir conteúdos sobre séries e cinema para suas redes sociais e se deliciou ao ver retornar ao ar duas de suas obras de sucesso: "Laços de família", no Vale a Pena Ver de Novo, e "Riacho doce", no Globoplay. O contato virtual com o público foi uma das maneiras de superar o distanciamento imposto pela quarentena. Ela explica:

— Do "antigo" normal, sinto falta das pessoas. Mas estou me adaptando a esse mundo que mudou. Não fico esperando a volta (de tudo como era antes). Eu não gosto de esperar nada! Segui em frente aceitando as mudanças. O audiovisual mudou, mas o que persiste é o bom trabalho. E este eu continuo fazendo. Fiz muitas entrevistas, participações em programas... Tudo de casa, pelo celular. Fiz a websérie "Reflexos", faço a "Vera Theater" (leitura de textos de teatro) no Instagram e até virei super heroína (numa campanha publicitária). O isolamento também trouxe possibilidades e temos que aproveitar. 

— Fico muito feliz de inspirar as pessoas. Falo o que penso sobre as coisas. Às vezes isso tem um preço alto, viu? Mas se eu puder dar um conselho geral às mulheres seria: "Sejam autênticas!" É a melhor atitude para manter a autoestima.

 

Em "Laços de família", sua personagem, Helena, também é vista como uma fortaleza. As dificuldades dos filhos, Camila (Carolina Dieckmann) e Fred (Luigi Baricelli) são das poucas coisas que tiram a personagem do prumo. 

— Não creio que ela seja superprotetora. Eu acho que ela é mãe (risos). Eu acho que dá para ser uma mãe dedicada, que faz tudo pelos filhos, e ainda estimular a independência deles — diz ela, que tem Rafaela, de 40 anos, e Gabriel, de 28: — Durante a pandemia, não a vejo porque ela mora em São Paulo. Não vamos nos encontrar até chegar a vacina, para ficarmos em paz. Já com ele eu vejo filme junto, tomo sol, nós conversamos sobre a vida... Temos reuniões ótimas.

Ainda na novela exibida no Vale a Pena Ver de Novo, a personagem de Vera Fischer é cercada por pretendentes. Após abrir mão de Edu pela filha, ela ainda é cortejada por Miguel (Tony Ramos) e Pedro (José Mayer). Na vida real, ela explica como funciona o flerte:

— Na vida real, não é bem assim, não (risos)! Eu não vivo cercada de pretendentes. Isso acontece uma vez ou outra, muito raramente. Porque eu sou uma pessoa que só deixa as outras chegarem mais ou menos perto quando me interesso também. 

O que também ainda está distante é o aniversário de 70 anos da artista que, no entanto, acontecerá em 2021. Por isso, Vera já faz planos de comemorar com projetos profissionais:

— Eu percebo que o caminho de 2021 é cheio de ramificações, para todos os lados. E eu posso ir por todas elas. Vou comemorar com um projeto ousado e incluí a arte nele de várias maneiras. Tenho planos de publicar meu quinto livro e de lançar uma coleção de joias com a minha assinatura. Há algum tempo, eu desenho e mando confeccionar algumas das minhas joias, mas quase ninguém sabe. Planejo também o lançamento de uma linha de produtos de beleza e uma exposição dos meus quadros, além de ter uma peça e um filme programados. E eu não tenho medo da chegada da idade. Não tenho o mesmo problema do Capitão Gancho, não passo a vida com medo dos tic e tacs. O tempo passa e ponto. Não sou assombrada por ele. Eu lido com ele buscando novas possibilidades.

Vera Fischer como Helena em cena de 'Laços de família' (Foto: Reprodução)
Vera Fischer como Helena em cena de 'Laços de família' (Foto: Reprodução)

 


O Globo quinta, 04 de fevereiro de 2021

A ESTILISTA SOL AZULAY CRIA O DELIVERY COUSCOUS, COM RECEITAS MARROQUINAS DA AVÓ

 

A estilista Sol Azulay cria o delivery Couscous, com receitas marroquinas que eram preparadas pela avó

O menu junta clássicos da avó com criações contemporâneas de Sol: de tagine de frango com tâmaras a saladas bem diferentes e terrines variadas
Salada de grão de bico com pepino, tomatinhos, cebola roxa, gergelim e cubinhos de queijo feta Foto: Catarina Ribeiro
Salada de grão de bico com pepino, tomatinhos, cebola roxa, gergelim e cubinhos de queijo feta Foto: Catarina Ribeiro
 

Por muitos anos, a família Azulay tinha um programa cativo na sexta-feira: um jantar judaico marroquino preparado pela matriarca Sol, mãe de David, criador da Blueman, e Simão, da Yes, Brazil, e avó de Sharon (que segue com a Blueman), Thomaz (que lançou a The Paradise) e Sol (que tem o ateliê S.A focado em vestidos de casamento). “Meu pai e meu tio levavam toda a fábrica. Eram jantares para 60 pessoas. A equipe foi morrendo, os jantares continuaram só que com umas oito pessoas à mesa, mas a quantidade de comida mantinha-se a mesma, feita para um batalhão”, lembra Sol.

Um banquete do Couscous, de Sol Azulay, com pratos judaicos marroquinos Foto: Catarina Ribeiro
Um banquete do Couscous, de Sol Azulay, com pratos judaicos marroquinos Foto: Catarina Ribeiro

Quando a avó se foi, em 2010, a estilista começou a fazer alguns pratos tradicionais da família. Seu cuscuz ficou famoso. Mas só durante a pandemia, ao ficar com a agenda mais tranquila, com casamentos adiados, ela teve tempo para se debruçar nos pratos marroquinos que provou a vida toda, mas cuja a receita desconhecia. “Tenho necessidade de mexer com as mãos. Como não estou bordando vestidos ou fazendo flores, comecei a cozinhar mais. Me dá um prazer enorme. Principalmente essa comida com história, de judeus que vieram para Belém do Pará e mantiveram seus costumes. Minha avó comia cuscuz com acaí e cordeiro com marshmallow de cupuaçu. Tem ancestralidade, muita história e isso me motiva a seguir com essas receitas”, conta Sol. “Percebi que a comida da nossa família era rara, não tinha em outros lugares. Passa longe de quibe, esfirra, lentilha e outros clássicos da gastronomia sírio-libanesa. Os ingredientes e temperos são usados de diferentes formas.”

Sol Azulay, a estilista que virou chef Foto: Divulgação
Sol Azulay, a estilista que virou chef Foto: Divulgação

A marca Couscous nasceu no fim de 2020 e a entrega é apenas uma vez por semana, às sextas. O menu junta clássicos da avó com criações contemporâneas de Sol. Preparos como tagine de frango com tâmaras (R$ 65, 600g); pastillas de carne (R$ 75, 600g), uma torta folhada em massa filo crocante, recheada com ragu de carne, berinjelas, cebolas carameladas, amêndoas e especiarias; além de cordeiros, saladas bem diferentes e, claro, diversas formas de cuscuz. Ainda tem docinhos, bolos e entradas, como terrines, da ala das novas criações.

Terrine de beterraba com boursin de cabra Foto: Catarina Ribeiro
Terrine de beterraba com boursin de cabra Foto: Catarina Ribeiro

Animada que só, a nova chef do pedaço já pensa em, quando a pandemia passar, ter uma portinha na rua para servir seu cardápio. E também quer preparar jantares na Casa 9, casarão na Urca que divide com o cabeleireiro Vini Kilesse, e até produzir casamentos completos, do vestido até o bufê. “Hoje, a minha fábrica está assim: tem uma assistente em uma sala fazendo uma luminária, outra bordando flores para a The Paradise, uma terceira preparando as embalagens e eu na cozinha. Sou tudo ao mesmo tempo. Tenho prazer de alimentar o outro. Minhas porções são sempre generosas, adoro saber o que acharam dos pratos, levar uma mesa farta até a casa das pessoas. Herdei isso da minha avó. Assim como as panelonas enormes que ela usava nos seus jantares e agora são da Couscous”, conta Sol, que ainda acumula a apresentação do programa “Feito com amor”, exibido no GNT.

Os pedidos podem ser feitos pelo Instagram @couscous_rj ou pelo telefone (21) 99773-2285.

O Globo quarta, 03 de fevereiro de 2021

SUGESTÕES COM MANGA PARA QUALQUER REFEIÇÃO DO DIA

 

 

Sugestões com manga para qualquer refeição do dia

Rita Lobo ensina variadas receitas com a fruta em nova produção Nhac GNT para o site Rio Gastronomia
Um pomar e suas muitas possibilidades na cozinha: as dicas de hoje giram em torno da manga Foto: Divulgação
Um pomar e suas muitas possibilidades na cozinha: as dicas de hoje giram em torno da manga Foto: Divulgação
Você sabe como fazer um sorbet de manga? Rita Lobo sabe – e explica no vídeo abaixo, nova contribuição do canal Nhac GNT para o site Rio Gastronomia. Nesta aula bem prática e rápida, a apresentadora do programa Cozinha Prática dá dicas para descascar a fruta sem desperdiçar a polpa, ensina a preparar a manga como acompanhamento do peixe no prato principal e ainda oferece duas opções para a hora da sobremesa: grelhada, com cuscuz de tapioca, e flambada no rum, servida ao lado de sorvete.

Tudo isso em pouco mais de 1 minuto. Confira:

Para o Rio Gastronomia, a chef Rita Lobo ensina dicas para preparar receitas com manga que pode ser servida congelada, como um sorbet, grelhada na manteiga ou flambada ao rum.
Para o Rio Gastronomia, a chef Rita Lobo ensina dicas para preparar receitas com manga que pode ser servida congelada, como um sorbet, grelhada na manteiga ou flambada ao rum.

 

O Rio Gastronomia é uma realização do jornal O GLOBO com apresentação do Senac RJ e do Sesc RJ, patrocínio master do Santander, patrocínio de Naturgy e Stella Artois, apoio do Gosto da Amazônia, Água Pouso Alto e Getnet, e parceria do SindRio.


O Globo terça, 02 de fevereiro de 2021

MARCELLA RICCA FALA SOBRE CASAMENTO COM VITÓRIA STRADA

 

Marcella Ricca fala sobre casamento com Vitória Strada: 'Vai ser com a família toda'

Atriz adianta que festa só será feita quando a pandemia tiver acabado
A atriz Marcella Ricca Foto: Divulgação/Vitória Strada
A atriz Marcella Ricca Foto: Divulgação/Vitória Strada
 

A empolgação de Marcella Rica com o futuro parece passar pelo sinal de telefone. É que não lhe faltam motivos para sorrir: A moça está no elenco da série "Filhas de Eva", com estreia prevista para este semestre na Globoplay, e cheia de trabalhos à frente da sua produtora de conteúdo audiovisual e digital.

Entrevista:Fernanda Nobre fala sobre novela, feminismo e relação aberta

Na nova série, Marcella fará versão mais jovem da personagem de Renata Sorrah, aparecendo em flashbacks durante a trama. A experiência de trabalhar com a atriz, segundo Marcella, foi um dos pontos altos do trabalho. “É algo que vou levar para a minha vida inteira”, resume. “Trabalhar com a Renata, entendo o seu processo de construção da personagem foi algo muito forte. Conhecer essa assinatura dela foi o meu maior presente.”

 Formada em Cinema, a moça, de 29 anos, também colhe o sucesso de sua produtora, a Rica Conteúdo Audiovisual, acostumada a trabalhar com grandes nomes, como Danni Suzuki e Giovanna Antonelli. “Temos um braço de audiovisual e outro de inteligência digital”, explica. “Neste momento, a produtora é o meu carro-chefe. Sem dúvida, estou mais seletiva no meu trabalho como atriz. E acho possitivo não depender somente disso para viver. É legal poder escolher melhor as coisas.

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No campo afetivo a alegria se repete. Ela e a atriz Vitória Strada anunciaram, recentemente, que pretendem se casar. “Estamos numa fase de muito amor e muita liberdade”, diz ela. Nem sempre foi assim. Antes do namoro com a atriz, ela viveu outros relacionamentos com parceiras que precisou esconder da mídia. “Tinha aquela coisa de chegarmos em horários diferentes nos eventos e, quando chegávamos,  ficávamos separadas, como se não nos conhecêssemos”, conta.

 


O Globo segunda, 01 de fevereiro de 2021

MÃO NA JACA: CONHEÇA PROJETO QUE BUSCA ACABAR O PRECONCEITO COM A FRUTA, TÃO ABUNDANTE NO RIO

 

Conheça o projeto Mão na Jaca, que busca acabar com o preconceito com a fruta tão abundante no Rio

Entrevistas, vídeo-aulas, produtos e receitas, a ideia é aproximar as pessoas da floresta e mostrar a história da jaqueira
Projeto Mão na Jaca busca acabar com o preconceito com a fruta Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Projeto Mão na Jaca busca acabar com o preconceito com a fruta Foto: Ana Branco / Agência O Globo
 

Quando se mudou para uma casa em Laranjeiras, a pesquisadora e documentarista Marisa Furtado se deparou com uma enorme jaqueira no quintal. Além da sombra que oferecia e os pássaros que cativava, a árvore rendia meia tonelada de jaca por safra. Foi a partir dessa convivência que ela começou a observar outras características da espécie. “A jaca é a expressão da coletividade: é difícil de colher e carregá-la sem ajuda e quase impossível comê-la sozinha. Uma fruta para se curtir em grupo. Então, pensei em um projeto coletivo sobre ela”, lembra Marisa.

Uma expedição para mapear jaqueiras Foto: Divulgação
Uma expedição para mapear jaqueiras Foto: Divulgação

Em 2015 ela criou, ao lado do marido, o arquiteto, paisagista urbano e professor Pedro Lobão, a empresa de educação ambiental Mão na Jaca Permacultura e Gastronomia, focada em mapear jaqueiras, ensinar receitas usando a jaca verde em pratos salgados, pesquisar mais sobre a espécie e, claro, mostrar que é uma bobagem revirar o olho para ela. “Há um preconceito com a jaqueira, considerada uma espécie invasora. Hoje, a política pública é de remoção e anelamento, uma forma de matar a árvore por asfixia”, conta. E também muitos não curtem a fruta. “Isso porque ela foi trazida para o Brasil para alimentar os povos escravizados, além de animais, e até hoje muitos guardam um ranço”, afirma. Apesar de a jaca já fazer parte dos cardápios de restaurantes veganos, como .Org, de Tati Lund, ainda é uma fruta que, de fato, não faz parte das compras da maioria dos cariocas e muito menos aparece entre as preferidas, apesar da enorme abundância no Rio. “Nossa meta é que a jaca verde esteja na mesa de todos os brasileiros. Desejo chegar nas merendas das escolas”, avisa ela, que também tem um trabalho com suas sementes, semelhantes a castanhas portuguesas quando assadas.

A documentarista Marisa Furtado está a frente do projeto Mão na Jaca Foto: Ana Branco / Agência O Globo
A documentarista Marisa Furtado está a frente do projeto Mão na Jaca Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Para diminuir o preconceito, Marisa usa seu conhecimento de documentarista para mostrar um outro lado da fruta. “Existe uma enorme produção de jaca na cidade. Quantidade suficiente para combater a fome, estimular pequenos empreendedores, tanto na área da gastronomia quanto na formação de manejadores da floresta. Minha ideia é aproximar as pessoas da floresta e mostrar a história da fruta antes de ela chegar ao prato”, explica. São videoaulas e uma websérie com entrevistas com geógrafos, biólogos, candomblecistas, chefs, nutricionistas e agricultores urbanos sobre a jaca no Brasil. Além disso, há o passo a passo de receitas, que vão de shake a lombo da fruta. Tudo está disponível no site maonajaca.com.

Jaca verde embalada para ser preparada em casa Foto: Divulgação
Jaca verde embalada para ser preparada em casa Foto: Divulgação

Um final feliz para as tantas que brotam no Rio.


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