Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Mary Zaidan terça, 19 de dezembro de 2017

A BOLHA PETISTA ESTOUROU

 

Um em cada quatro brasileiros sobrevive abaixo da linha da pobreza, 13,4 milhões desse contingente de mais de 52 milhões na miséria absoluta. Os números da Síntese de Indicadores Sociais 2017 do IBGE são assustadores, situam o Brasil para lá do quinto mundo. E destroem o cerne do discurso petista: ao contrário do que propagam, a pobreza se agudizou.

E desta vez não vai dar para culpar o governo Michel Temer.

A bolha social, inflada no segundo mandato do presidente Lula e mais ainda por sua pupila Dilma Rousseff, estourou.

Nada que não fosse previsível com o estímulo desvairado ao consumo, desacerto nas contas, invencionices e abuso de políticas voluntaristas.

O estudo do IBGE tem como base a métrica do Banco Mundial que estipula o limiar da pobreza à renda de U$ 5,5 por dia, R$ 18,24, R$ 387 ao mês. O valor desmascara a esperteza estatística introduzida em 2013 pelo PT, que definiu como classe média aqueles que percebiam entre R$ 291 e R$ 1.019.

Foi contabilizando famílias com ganhos nesta faixa de até R$ 1 mil que se cunhou o termo da nova classe média, patamar social a que o petismo se pavoneia de ter elevado 40 milhões de brasileiros. Boa parte deles sem nunca ter podido saborear o rótulo, com dívidas a mais e centavos a menos. Pior: hoje, mais pobres.

Outros 32 milhões, Lula garante que tirou da pobreza. Se o fez parcialmente no primeiro mandato quando reinava a bonança, sabe que os ganhos daquele período se perderam nos anos seguintes, quando abdicou aos princípios econômicos herdados de antecessor Fernando Henrique Cardoso e preservados pelo então ministro da Fazenda Antonio Palocci.

Os dados, processados por um instituto ilibado que Lula não poderá acusar de ter manipulado números para denegri-lo, derrubam as bravatas do ex.

Esbarram ainda em regiões nefrálgicas para a sua campanha: Nordeste e Norte concentram mais de 43% dos muito pobres, que, nem com o reforço do Bolsa Família escapam dos limites mínimos aferidos pelo IBGE.

Mais: segundo o estudo, 42% das crianças brasileiras de até 14 anos, nada menos do que 17,8 milhões, sobrevivem na pobreza, 28% com restrição ao acesso à escola, demonstrando a falha brutal de políticas de médio prazo.

No que diz respeito a investimentos contínuos e planejados, as condições precárias de oferta de água potável e saneamento demostram total desleixo com os mais pobres: 25% desse grupamento não têm nem banheiro em casa.

Ainda que cruel, o quadro exposto pelo IBGE só impactará a campanha presidencial se a oposição a Lula o fizer.

O ex não mudará sua fala em um milímetro. Continuará se autoproclamando protetor dos desvalidos – “que os pobres vão salvar de novo este país” – e se vangloriando de ter sido o governante que tirou o Brasil da miséria.

Dito e redito sem ser contestado. Pelo menos, até então.

Como não provocam oscilações nas bolsas de valores e no mercado, bolhas sociais dificilmente ganham os holofotes. Os governos que as provocam demoram muito mais a entrar na berlinda – isso, quando entram.

Mas os efeitos dessas bolhas podem ser até mais lancinantes.

As milhões de pessoas engambeladas pelas falsas promessas de políticos inescrupulosos jamais são indenizadas ou mediamente reparadas se o investimento falhar. Não há como repassar a opção de compra, comercializar o investimento. Até porque em quinto mundo a democracia é manca e, não raro, a Justiça é lenta e falha. Inexistem mecanismos de revisão de voto, moção de censura, recall.

Só o eleitor pode mudar o país de patamar. Para fazê-lo experimentar modelos políticos menos indigestos e índices sociais mais justos. E impedir o sucesso de quem aposta no ludibrio.


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