Almanaque Raimundo Floriano
Fundado em 24.09.2016
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, dois genros e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Revista Veja sábado, 10 de fevereiro de 2018

EDSON FACHIN MEGA LIMINAR PARA EVITAR PRISÃO DE LULA

 

Edson Fachin nega liminar para evitar prisão de Lula

Ministro submeteu caso ao plenário da corte, onde todos deverão se manifestar sobre a possibilidade de prisão do petista enquanto for possível recorrer

 

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta sexta-feira 9 o pedido de medida liminar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar a prisão do petista até o esgotamento de todos os recursos no caso do tríplex de Guarujá. Ele submeteu a análise do caso ao plenário da Corte, com a participação de todos os ministros. Ao negar o habeas corpus, o ministro entendeu que o caso de Lula não pode ser analisado por ele antes de uma decisão definitiva do Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde os defensores do ex-presidente também pediram um habeas corpus preventivo. 

Caberá à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, definir a data do julgamento. Ainda não há previsão de quando os onze ministros do Supremo vão discutir o habeas corpus. A defesa de Lula havia solicitado a Fachin a “direta submissão” do pedido de medida liminar à Segunda Turma do STF, colegiado composto por Fachin e outros quatro ministros: Gilmar MendesDias ToffoliRicardo Lewandowski e o decano da Corte, ministro Celso de Mello.

Nesta sexta-feira, ao justificar o envio da questão ao plenário da Corte, Fachin entendeu que há necessidade de prevenir divergências entre as duas turmas do tribunal sobre as prisões após segunda instância. A 1ª Turma vem tomando decisões que determinam detenções de réus condenados em segundo grau, enquanto a 2ª Turma tem adotado o entendimento contrário. “Há, portanto, relevante questão jurídica e necessidade de prevenir divergência entre as Turmas quanto à questão relativa à possibilidade de execução criminal após condenação assentada em segundo grau de jurisdição”, justificou Fachin.

O ministro também citou na decisão que há duas ações relatadas pelo ministro Marco Aurélio Mello sobre a execução de pena após condenação em segundo grau, ambas prontas para julgamento no plenário do Supremo. Para Edson Fachin, assim como estas ações, o pedido de Lula “encontra no Plenário do Supremo Tribunal Federal seu locus adequado”.

Para os defensores do petista, a prisão antes do trânsito em julgado do processo é uma afronta à Constituição Federal e às normas legais vigentes. “A decisão proferida hoje pelo ministro Edson Fachin dará ao Plenário do Supremo Tribunal Federal a oportunidade de aplicar a Constituição Federal, especialmente no que se refere à garantia da presunção de inocência até decisão final da qual não caiba mais recurso”, afirmou o advogado Cristiano Zanin Martins nesta sexta-feira.

Neste novo julgamento no plenário do STF sobre a prisão após decisão em segunda instância, o resultado vai depender do entendimento da ministra Rosa Weber. Em 2016, nos dois julgamentos sobre a questão, ela se manifestou contra a execução provisória da pena, mas, recentemente, sinalizou que poderia mudar seu entendimento. Será a terceira vez que o plenário vai analisar o caso.

O cenário atual na Corte é de impasse sobre a questão. Além de Rosa,  são contra a execução imediata ou entendem que a prisão poderia ocorrer após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello. Já Edson Fachin, Luís Roberto BarrosoLuiz FuxAlexandre de Moraes e a presidente, Cármen Lúcia, são a favor do cumprimento após a segunda instância. Se esse cenário se mantiver, o placar da votação seria de 6 votos a 5 contra a prisão, fato que beneficiaria Lula.


Revista Veja sexta, 26 de janeiro de 2018

JUSTIÇA FEDERAL PROÍBE LULA DE DEIXAR O PAÍS

 

Determinação foi feita a pedido do Ministério Público Federal em processo no qual o ex-presidente é réu por suspeita na compra de caças suecos

 

No dia seguinte à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em segunda instância na Operação Lava Jato, o juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, determinou a apreensão do passaporte do petista e o proibiu de viajar à Etiópia na madrugada desta sexta-feira. Na capital do país africano, Adis Abeba, Lula participaria de um encontro sobre combate à fome organizado pela Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A decisão não tem relação com o julgamento concluído ontem no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

Polícia Federal (PF), à qual cabe cumprir a decisão do magistrado, foi orientada pelo Ministério da Justiça a comunicar ao ex-presidente na casa dele, em São Bernardo do Campo (SP), para “evitar constrangimentos”. “O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, comunicou por telefone, na noite desta quinta (25) ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, da decisão da Justiça Federal de impedir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sair do país. O ministro orientou Segóvia a dar ciência ao ex-presidente na casa dele, de modo a evitar constrangimentos”, diz nota da pasta.

A proibição de Lula deixar o país foi decretada a partir de um pedido do Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal em uma ação penal aberta a partir da Operação Zelotes, que tem Lula entre os réus. O petista responde no processo pelos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro nas negociações que levaram à compra de 36 caças suecos Gripen pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627.

Segundo o MPF, a atuação de Lula nas tratativas rendeu 2,5 milhões de reais a Luís Cláudio Lula da Silva, filho caçula do ex-presidente, pagos pelo escritório Marcondes & Mautoni, do casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, também réus nessa ação penal. O repasse ao filho de Lula foi justificado por um contrato de prestação de serviços que, segundo os investigadores, era fictício. O interrogatório do petista na ação está marcado para o próximo dia 20 de fevereiro.


Revista Veja segunda, 22 de janeiro de 2018

CÁRMEN LÚCIA BARRA POSSE DE CRISTIANE BRASIL

 

Cármen Lúcia barra posse de Cristiane Brasil em ministério

Presidente do STF suspende efetivação da deputada federal no Trabalho nesta segunda-feira até que decisão do STJ que liberou a nomeação chegue à Corte

 

Em uma nova derrota para o Palácio do Planalto, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, decidiu suspender temporariamente a posse da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho, marcada para ocorrer às 9h desta segunda-feira. A decisão foi feita no âmbito de um processo movido por advogados trabalhistas.

A decisão foi tomada pelo fato de o STF ainda não ter recebido a decisão liminar (provisória) do ministro Humberto Martins, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que no sábado, 20, cassou decisão da Justiça Federal de Niterói (RJ), que impedia a posse. 

“Pelo exposto, com base no poder geral de cautela (caput do art. 297 do Código de Processo Civil) e nos princípios constitucionais da segurança jurídica e da efetividade da jurisdição, que seriam comprometidos com o ato de posse antes de se poder examinar a suspensão das decisões de primeira e de segunda instâncias que a impediam neste momento, defiro parcialmente a providência liminar para a suspensão do ato de posse até que, juntadas as informações, incluído o inteiro teor do ato reclamado, seja possível a análise dos pedidos formulados na presente reclamação, sem prejuízo de reexame desta decisão precária e urgente”, escreveu Cármen Lúcia em trecho de decisão publicada na madrugada desta segunda-feira.

O governo Michel Temer (PMDB) já havia perdido vários outros recursos protocolados no Tribunal Regional Federal (TRF2), a segunda instância da Justiça Federal no Rio de Janeiro, e teve que desmarcar a primeira posse de Cristiane Brasil, que estava prevista para o dia 9 de janeiro.

Temer tentava impedir a todo custo que o processo chegasse às mãos de Cármen Lúcia para evitar novo atrito entre presidentes de Poderes, já que ela já havia barrado um decreto de indulto presidencial de dezembro, que ampliava os benefícios a presos condenados por crimes como corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O processo de Cristiane Brasil foi sorteado para o ministro Gilmar Mendes, mas, como o STF está em recesso, coube à presidente, que responde pelo plantão da Corte nesse período.


Revista Veja sábado, 20 de janeiro de 2018

FEBRE AMARELA: TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE A DOENÇA E A VACINA

 

Febre amarela: as principais dúvidas sobre a doença

A preocupação com a febre amarela só aumenta e as dúvidas permanecem. VEJA ajuda a entender o que causa a doença, quais os sintomas e como se prevenir

Abaixo, perguntas e respostas sobre o surto de febre amarela.

(Texto aberto para não assinantes, por se tratar de serviç\\\\\\o em saúde públ\ic

 

Há dois tipos de febre amarela, a silvestre e a urbana. Qual é a diferença entre elas?

A silvestre é disseminada pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, circulantes em matas, e não em cidades. A versão urbana é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do zika e da chikungunya. Não há registro de febre amarelaurbana no Brasil desde 1942. As mortes de agora foram causadas pela versão silvestre, unicamente.

Existe a possibilidade dos mosquistos Haemagogus e Sabethes irem para a área urbana?

Não. Os mosquitos Haemagogus e Sabethes são de gêneros diferentes, mas tem comportamentos parecidos. Eles vivem em áreas de florestas densas, com vegetação abundante. Voam alto e geralmente ficam na copa das árvores. Sua fonte principal de alimentação é o sangue dos macacos que estão lá em cima. Ou seja, estão totalmente adaptados a hábitos silvestres que não vão encontrar na cidade.

Por que a versão urbana é um problema?

Porque seu potencial de disseminação é grande, na medida em que circularia nas cidades, em meio a um número muito maior de pessoas.

O macaco pode transmitir febre amarela?

Não. A febre amarela não é uma doença contagiosa, por isso sua transmissão não é feita de animal para animal, tampouco de animal para humanos nem entre humanos. A única forma de transmissão é pela picada de mosquitos infectados.

Qual é o papel de primatas na transmissão?

Primatas podem se contaminar com o vírus, exercendo também o papel de hospedeiros. Se picados, os animais transmitem o vírus para o mosquito, aumentando, assim, os riscos de propagação da doença.

Se uma pessoa que foi infectada com febre amarela em uma área silvestre estiver no centro de São Paulo e for picada por um mosquito urbano, o Aedes aegypti, esse mosquito contrai o vírus e passa a espalhar a doença?

Sim e esse seria o início do ciclo urbano da doença. A febre amarela urbana acontece justamente quando o Aedes aegypti pica uma pessoa doente e depois pica outra pessoa susceptível, transmitindo a doença. Exatamente como acontece com a dengue, zika e chikungunya. Por isso é importante que todas as pessoas que moram ou frequentam áreas de risco se vacinem.

Quem precisa tomar a vacina?

O Ministério da Saúde recomenda a vacinação em crianças a partir de 9 meses de idade (6 meses em áreas endêmicas) e pessoas que moram próximo a áreas de risco.

Onde ela está disponível?

A vacina está disponível gratuitamente em unidades básicas de saúde da rede pública. Também é possível encontrá-la em clínicas particulares, ao custo de cerca de 250 reais.

Quem não deve tomar a vacina?

Crianças com menos de 6 meses não devem tomar a vacina sob hipótese nenhuma. Mães que estão amamentando crianças nessa idade também devem evitar se imunizar. Caso seja necessária a vacinação, o ideal é ficar dez dias sem amamentar o bebê. Em crianças entre 6 e 9 meses de idade, a vacinação só deverá ser realizada mediante indicação médica. A mesma recomendação vale para gestantes. Pacientes imunodeprimidos, como pessoas em tratamento quimioterápico, radioterápico, com aids ou que tomam corticoides em doses elevadas e pessoas com alergia grave a ovo também não devem se vacinar.

 

Revista Veja quinta, 04 de janeiro de 2018

CRISTIANE BRASIL VAI SER A NOVA MINISTRA DO TRABALHO

 

Cristiane Brasil vai ser a nova ministra do Trabalho

Filha de Roberto Jefferson, condenado no mensalão, vai assumir cargo deixado pelo deputado Ronaldo Nogueira no fim de dezembro do ano passado

 

 

O presidente Michel Temer aceitou nesta quarta-feira 3 a indicação da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho.

 

A parlamentar vai assumir o cargo deixado pelo também deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), que pediu demissão no dia 27 de dezembro.

Com a saída de Nogueira, o PTB chegou a indicar primeiro o nome do deputado federal Pedro Fernandes (PTB-MA) para o posto. A indicação, no entanto, foi barrada pelo presidente Michel Temer na semana passada. O nome de Fernandes foi vetado pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-MA), desafeto político de Fernandes. “Fui vetado pelo Sarney”, disse Fernandes na ocasião.

Cristiane Brasil é filha de Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão.

A informação foi confirmada em nota pela Presidência da República.


Revista Veja sábado, 30 de dezembro de 2017

SETE DICAS PARA TRANSAR NO VERÃO SEM PERRENGUE

 

7 dicas para transar no verão sem perrengue

O clima começa a esquentar e sua libido também. Mas nem tudo é sobra e água fresca na areia da praia ou no colchão da pousada

 

(Pixabay/Reprodução)

O tempo vai começar a esquentar, você sabe. Mas não são apenas os dias que ficam ardentes.

O calor também faz seus hormônios entrarem em ebulição. Resultado: você pode perder um pouco a noção dos riscos que corre se decidir ter uma transa vapt-vupt.

 

Para não entrar numa roubada, a gente lista sete situações que merecem atenção redobrada quando os trópicos começam realmente a ter ares bem tropicais.

E pode dar boas-vindas à estação mais sensual do ano!

 

1. Transar no mar, nessa época do ano, pode ser perigoso

 

casal mar

(Reprodução/Pinterest/Fonte padrão)

A pouca incidência do sol ainda mantém o mar gelado e, de acordo com o Instituto Estadual de Meio Ambiente do Espírito Santo (Iema), águas-vivas acabam migrando para a costa para encontrar mais calor.

Nessa busca para se aquecer, ela pode dar de cara com você – ou com regiões bem sensíveis do seu corpo.

 

2. A piscina externa do hotel não foi muito frequentada nos últimos meses

Logo, a água pode ter sido tratada com pouco cloro.

Com o aumento de hóspedes à procura de refresco, a quantidade de aditivo químico sobe na mesma proporção. Mergulhar ali vai deixar sua pele bem seca e repuxada e os olhos ardendo.

 

3. A areia da praia também pode dar o maior PROBLEMA para sua pele

 

praia pegadas

(Reprodução/Pixabay/Fonte padrão)

No inverno, a orla ficou livre para animais de rua fazerem as necessidades bem ali.

Resultado: larvas do bicho- geográfico podem penetrar em sua pele e desenhar um mapa nela. Isso sem contar a baita coceira que dá.

 

4. A brisa gelada engana o calor e a força dos raios solares

Não subestime o astro-rei. Dar uns amassos a céu aberto pode fritar sua pele sem que você perceba — mesmo usando protetor solar.

A não ser que durma submerso em uma banheira, deitar sobre um lençol vai deixar sua pele hipersensível. No mau sentido.

 

5. Aliás, embaixo do colchão da pousada pode ter um escorpião escondido

 

escorpiao

(Reprodução/Pinterest/Fonte padrão)

Ele tem hábitos noturnos e procura locais quentes, úmidos e escuros para se esconder durante o dia — a cama da pousada, portanto, é um local perfeito, especialmente se você estiver numa dessas hospedagens no meio do mato.

Toda a atenção antes de deitar é pouca. Vasculhe os lençóis para não tomar um susto – ou, pior, uma picada.

 

6. E por falar em insetos…

Levar a gata para namorar no parque, na área de piquenique, pode ser um banquete para as formigas (que são atraídas pela comida e ameaçadas pelos seus movimentos).

Lembre-se de manter a área limpa e de levar uma toalha para deitarem no gramado.

 

7. No luau, preste atenção na quantidade de birita que você bebe

 

cerveja sol

(Reprodução/Pinterest/Fonte padrão)

Você sabe que o limite entre ficar simpático e ficar bêbado pode ser bem tênue. Por isso, não exagere.

Uma ou duas doses de bebida pode ser ótimo para você se soltar e ter coragem de convidar aquela gata para dar uma esticada em outras praias. Mas mais do que isso pode arruinar seus planos.

 

Revista Veja quinta, 28 de dezembro de 2017

CÁRMEN LÚCIA SUSPENDE DECRETO DE INDULTO DE NATAL DE TEMER

 

Cármen Lúcia suspende decreto de indulto de Natal de Temer

Presidente do STF atende a pedido da procuradora-geral, Raquel Dodge, para quem é inconstitucional a medida que prevê o benefício a quem cumpriu 1/5 da pena

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta quinta-feira trechos do decreto de indulto de Natal assinado pelo presidente Michel Temer (PMDB) que permitiram a concessão do benefício a presos não reincidentes que tenham cumprido apenas 1/5 da pena em crimes sem violência, o que inclui práticas como corrupção e lavagem de dinheiro. Até o ano passado, era preciso que o detento tivesse ficado na prisão ao menos 1/4 do tempo estabelecido na sentença.

 

A  decisão atendeu a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e foi concedida em caráter liminar (provisória) pela presidente, responsável pelo plantão – o STF está de recesso até o início de fevereiro. O caso precisará ser submetido ao relator da ação, ministro Luis Roberto Barroso, e deverá ir ao plenário do Supremo. Cármen Lúcia deu cinco dias de prazo para que Temer se manifeste sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República.

Dodge alegou que a medida de Temer coloca em risco a Operação Lava Jato, “materializa o comportamento de que o crime compensa” e será “causa única e precípua de impunidade de crimes graves”. Para a procuradora, a norma fere a Constituição Federal ao prever a possibilidade de livrar o acusado de penas patrimoniais e não apenas das relativas à prisão, além de permitir a paralisação de processos e recursos em andamento.

Ao estabelecer que o condenado possa deixar a prisão após ter cumprido apenas um quinto da pena, o decreto viola, segundo Dodge, o princípio da separação dos poderes, da individualização da pena, da vedação constitucional para que o Poder Executivo legisle sobre direito penal. “O chefe do Poder Executivo não tem poder ilimitado de conceder induto. Se o tivesse, aniquilaria as condenações criminais, subordinaria o Poder Judiciário, restabeleceria o arbítrio e extinguiria os mais basilares princípios que constituem a República Constitucional Brasileira”, diz a procuradora-geral em um dos trechos do pedido que apresentou ao STF.

Cármen Lúcia diz na decisão que “os argumentos expendidos na petição inicial (…) impõem a suspensão dos efeitos” dos pontos questionados pela PGR. Para a ministra, “novo exame desta medida cautelar pelo órgão competente deste Supremo Tribunal (…) não traria dificuldade à continuidade da produção dos efeitos da norma impugnada, se vier a ser esta a conclusão judicial, sendo certo que a suspensão dos efeitos do indulto nas situações previstas nos dispositivos questionados não importará em dano irreparável aos indivíduos por ele beneficiados, pois em cumprimento de pena advinda de regular processo judicial condenatório”.

Reação

O decreto de indulto de Natal assinado por Temer provocou reações de procuradores e representantes da Lava Jato. O texto ignorou solicitação da força-tarefa e recomendação das câmaras criminais do Ministério Público Federal que pediam, entre outros pontos, que os condenados por crimes contra a administração pública – como corrupção – não fossem agraciados pelo indulto. O decreto também reduziu o tempo necessário de cumprimento de pena para receber o benefício. O tempo mínimo passou de um quarto para um quinto da pena, no caso de não reincidentes, nos crimes sem violência – caso da corrupção.

 


Revista Veja sexta, 08 de dezembro de 2017

BOMBA DE PALOCCI CONTRA LULA E O PT

 

EXCLUSIVO: A bomba de Palocci contra Lula e o PT

Ex-ministro diz em delação que Kadafi, líder líbio morto em 2011, deu 1 milhão de dólares à campanha de Lula em 2002; ação pode levar à cassação do partido

 

A imagem acima foi captada no encontro da Cúpula América do Sul-Áfri­ca, que aconteceu na Venezuela em 2009. Lula era presidente do Brasil pela segunda vez e o ditador Muamar Kadafi ainda comandaria a Líbia por mais dois anos, antes de ser deposto, capturado e executado. Não é uma cena protocolar, como se observa no aperto de mão informal. A fotografia retrata dois líderes que se diziam “irmãos”. Durante 42 anos, Kadafi governou a Líbia seguindo o protocolo dos tiranos. Coronel do Exército, ele liderou um golpe em 1969. No poder, censurou a imprensa, reprimiu adversários e impôs leis que permitiram punições coletivas, prisão perpétua, tortura e morte a quem contrariasse o regime. Dinheiro líbio também financiou grupos terroristas e movimentos políticos em vários cantos do planeta. Entre os que receberam recursos da ditadura líbia estavam, de acordo com o ex-minis­tro Antonio Palocci, o PT e seu líder máximo, o ex-presidente Lula.

 

A revelação de Palocci está contida na sua proposta de delação entregue ao Ministério Público. Segundo ele, em 2002 Kadafi enviou secretamente ao Brasil 1 milhão de dólares para financiar a campanha eleitoral do então candidato Lula. Fundador do PT, ex-­prefeito de Ribeirão Preto, ex-ministro da Fazenda do governo Lula e ex-­chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff, Palocci esteve no centro das mais importantes decisões do partido nas últimas duas décadas. Condenado a doze anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, há sete meses ele negocia um acordo de delação premiada. Em troca de redução de pena, compromete-se a contar detalhes de mais de uma dezena de crimes dos quais participou. Um dos capítulos da colaboração trata das relações financeiras entre Lula e o ditador líbio — e tem potencial para fulminar o partido e o próprio ex-presi­dente.


Revista Veja terça, 28 de novembro de 2017

ATÉ TU, TIRIRICA? NEM OS PALHAÇOS SE SALVAM EM BRASÍLIA

 

Até tu, Tiririca? Nem os palhaços se salvam em Brasília

O último representante da moralidade pública, um palhaço, acaba de tropeçar e cair na lama

 

Quando Tiririca se elegeu deputado federal, a gritaria tomou conta dos jornais, da internet e da própria televisão. Se um palhaço profissional podia ocupar uma cadeira do legislativo, então tínhamos a prova definitiva de que o brasileiro é irresponsável enquanto eleitor.

Você se lembra disso?

Participou das ladainhas de indignação?

Ou foi da turma que acreditava na eleição de Tiririca como uma forma de protesto?

Tempos atrás, quando o eleitor estava de saco cheio com os políticos, limitava-se a rasurar a cédula. Essa rasura, normalmente acompanhada de palavrões, mandava uma mensagem bastante clara ao sistema político: “nenhum dos f… d… p… inscritos serve para o cargo”.

O advento da urna eletrônica extinguiu essa modalidade de manifestação. Como escrever um palavrão para indicar que nenhum dos candidatos interessa? Como votar no Macaco Tião, já que o número e a foto dele não aparecem na telinha? Os candidatos folclóricos ou francamente ridículos surgiram como uma duvidosa saída pela tangente.

E assim teríamos uma explicação menos vexaminosa de como um nome como o de Tiririca pôde chegar ao Congresso Nacional.

O mais intrigante é que o tempo passou e a imprensa — mais de deboche do que pra valer — começou a retratar Tiririca como um “deputado exemplar”. Não que tivesse a capacidade de promover ou aprovar projetos relevantes, não era isso, mas o fato é que ele nunca faltava às sessões e, até onde podíamos saber, nunca tinha metido a mão em dinheiro público.

E isso, para Brasília, está mais do que bom. Chegamos a um grau tão elevado de descrença que o simples fato de o político não se envolver em jogadas ilícitas já o qualifica como um exemplo a ser seguido.

Eis que de repente somos informados dos desvios do palhaço-deputado. De acordo com nota de Gabriel Mascarenhas publicada no blog Radar, da Veja, Tiririca usou dinheiro público “para viajar e fazer show”. Ciscou a verba de gabinete para comprar uma passagem de Ipatinga (MG) para Brasília.

Até tu, Tiririca?

No horário eleitoral gratuito, o humorista usava o slogan “pior que tá não fica”. Pois ficou. O último bastião da moralidade pública, um palhaço, acaba de sucumbir.

Até na piada a esperança chegou ao fim.


Revista Veja terça, 21 de novembro de 2017

EX-GERENTE DA TRANSPETRO DESVIAVA PROPINA PARA O PT, DIZ MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Ex-gerente da Transpetro desviava propina para o PT, diz MPF

Empresa de engenharia que repassava valores para José Antonio de Jesus, preso hoje, também faria pagamentos ao PMDB, através da presidência da estatal

Preso nesta terça-feira pela Operação Sothis, o ex-gerente da Transpetro José Antonio de Jesus é acusado de acertar e intermediar o pagamento de propinas para o PT. Junto com familiares e intermediários, Jesus teria recebido e repassado 7 milhões de reais por contratos da NM Engenharia com a estatal, entre setembro de 2009 e março de 2014, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

A mesma empresa também teria pago uma outra quantia em separado, direto para a presidência da Transpetro, esta repassada para o PMDB. O procurador Athayde Ribeiro Costa afirmou, em nota emitida pelo MPF, que “houve um esquema político-partidário contínuo e duradouro na Transpetro, como na Petrobras”.

 

 

Costa ainda avalia que as apurações na subsidiária são “uma nova frente de investigações da Lava Jato, em expansão” e sugeriu aos envolvidos que procurem o órgão para delatar: “Este é o momento mais favorável para quem quiser colaborar com a Justiça se apresentar”. Apesar de buscar o auxílio dos criminosos para elucidar a corrupção na estatal, o MPF aponta que o esquema de José Antonio de Jesus, alvo da operação desta terça, a 47ª fase da Operação Lava Jato, é “um dos esquemas mais rudimentares de lavagem de dinheiro”.

“A propina saía da conta bancária da empresa de engenharia para a conta bancária de empresa do filho sem qualquer contrato ou justificativa para o repasse do dinheiro. Além disso, estão sendo investigados contratos entre a própria empresa do filho, controlada de fato pelo ex-gerente, e a Transpetro, o que pode indicar a inexistência ou falha grave de mecanismos de compliance”, aponta, também na nota, a procuradora Jerusa Burmann Viecilli.

 


Revista Veja sábado, 18 de novembro de 2017

A ROTINA DO DEPUTADO PRESO 125540

A rotina do deputado 125540

VEJA acompanhou o trabalho do deputado federal Celso Jacob (PMDB-RJ), que durante o dia despacha no Congresso e à noite se recolhe a uma cela da Papuda

 

No deserto do Congresso em pleno feriadão, a presença do deputado Celso Jacob, do PMDB do Rio de Janeiro, chamava atenção — mas não era um exemplo de diligência. Em junho, o parlamentar foi condenado a sete anos e dois meses de prisão em regime semiaberto, o que significa que ele pode trabalhar durante o dia, mas tem de dormir na cadeia. Na Papuda, a penitenciária de Brasília, Celso Jacob, de 60 anos, é o detento número 125540. À noite, fica numa cela de 12 metros quadrados, na ala destinada a vulneráveis. De segunda a sexta, exceto nos feriados, Jacob acorda antes de o sol nascer, veste-se e, sem tomar café, dirige-se às 7 horas em ponto ao estacionamento do presídio, onde uma Santana Quantum 1995 o espera.

O carro pertence a uma funcionária do gabinete do deputado, cujo salário é de 2 300 reais. Os 20 quilômetros que separam a Papuda do Congresso são percorridos em 35 minutos (o veículo tem uma multa por excesso de velocidade no trajeto). Ao chegar à Câmara, o deputado começa sua transformação de presidiário em parlamentar. Depois de ir ao gabinete, sua primeira atividade é tomar um banho quente (na prisão, a água é gelada) e trocar de roupa (o uniforme da Papuda é calça e camiseta branca). O desjejum vem na sequência. Numa semana normal, ele tem uma agenda de reuniões. Em semana de feriadão, não havia nada para fazer, e o dia do parlamentar se resumiu a ir ao caixa eletrônico, à barbearia, ao restaurante — e a falar ao celular, tudo dentro do prédio do Congresso, de onde só pode sair c autorização judicial. Por isso, o deputado não desgruda do aparelho (na prisão é proibido usá-lo).

 

 

Revista Veja sexta, 10 de novembro de 2017

DOSSIÊ ESCANCARA RELAÇÃO DO NOVO DIRETOR DA POLÍCIA FEDERAL COM SARNEY E LOVÃO

Dossiê escancara relação do novo diretor da PF com Sarney e Lobão

O diretor da PF e seus padrinhos

 

Um dossiê que circula em Brasília mostra as relações íntimas que o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, ex-superintendente no Maranhão, tem com a família Sarney e com Edison Lobão.

De acordo com o documento, no período em que esteve no cargo, Segovia morou na casa de um empreiteiro ligado a Lobão (ver foto).

Há relatos também da proximidade de Segovia com o clã Sarney. O delegado e sua esposa iam a festas com os Sarney, tendo passado inclusive um carnaval com Roseana.

O temor na PF é que Segovia venha com a missão de acabar com a Lava-Jato, dada a sua estreita ligação com políticos.

Para reforçar esse temor, é provável que ele coloque em cargos-chave os delegados Reinaldo Cézar, ex-assessor de Sarney, e Sandro Avelar, ex-secretário de Agnelo Queiroz.

 

(Reprodução//Dossiê escancara relação do novo diretor da PF com Sarney e Lobão/Reprodução


Revista Veja quinta, 09 de novembro de 2017

AÉCIO NEVES DESTITUI TASSO JEREISSATI DA PRESIDÊNCIA DO PSDB

Aécio Neves destitui Tasso Jereissati da presidência do PSDB

Senador mineiro indicou o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para comandar o partido até a convenção nacional, no dia 9 de dezembro

 

O senador Aécio Neves (MG) destituiu, nesta quinta-feira, o senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB. Afastado do comando da sigla desde maio, quando foi atingido pela delação premiada do empresário Joesley Batista, Aécio alega que, com a decisão, garante a “isonomia” do processo que escolherá o novo comandante do partido. Tasso lançou oficialmente sua candidatura nesta quarta-feira e terá como adversário na disputa o governador de Goiás, Marconi Perillo, apoiado por Aécio Neves.

O senador mineiro, no entanto, não voltará à presidência do partido. Aécio indicou o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para comandar interinamente a legenda até o dia 9 de dezembro, quando a convenção nacional do PSDB escolherá o novo presidente.

A destituição de Tasso é mais um capítulo do conflito interno entre tucanos favoráveis e contrários à permanência do partido no governo do presidente Michel Temer (PMDB). Embora debilitado politicamente, Aécio Neves é o principal fiador da permanência do partido na base aliada. O PSDB ocupa quatro ministérios (Cidades, Relações Exteriores, Direitos Humanos e Secretaria de Governo). Já Tasso capitaneia a ala que defende a saída do partido do governo Temer.


Revista Veja sábado, 07 de outubro de 2017

VÍDEO: TEMPESTADE DESESTABILIZA POUSO DE MAIOR AVIÃO DO MUNDO

Vídeo: tempestade desestabiliza pouso de maior avião do mundo

Fortes ventos da tempestade Xavier, que deixou sete pessoas mortas na Alemanha, atingiram o Airbus A380 no aeroporto de Düsseldorf

Enquanto a forte tempestade Xavier atingiu na quinta-feira a região nordeste da Alemanha, onde deixou sete pessoas mortas e 24 feridas, em Düsseldorf os ventos provocados pelo fenômeno desestabilizaram o pouso do maior avião de passageiros do mundo, o A380.

O voo, operado pela companhia aérea Emirates, fazia a rota Dubai-Düsseldorf. Ao se aproximar do aeroporto alemão, a aeronave, com capacidade para cerca de 500 passageiros, foi atingida por fortes ventos cruzados que a fizeram balançar de um lado para o outro da pista até se estabilizar, em uma manobra habilidosa do piloto.

 

 

“Já filmei milhares de aterragens em situações de ventos cruzados, em diversos aeroportos da Europa, mas esta foi bastante difícil e extraordinária”, disse Martin Bogdan, que registou o vídeo ao jornal Daily Mail.

“O voo da Emirates EK 55, em 5 de outubro de 2017, aterrissa de forma segura em Düsseldorf, sob fortes ventos cruzados. Em momento algum a segurança dos passageiros e dos tripulantes esteve comprometida”, disse um porta-voz da companhia aérea ao jornal inglês.

Tempestade Xavier

Embora tenham cessado, os ventos que castigaram a Alemanha na quinta-feira afetaram os transportes públicos em várias regiões e causaram danos materiais substanciais, especialmente em carros destruídos por árvores que não suportaram o temporal. “Qualquer pessoa que precise usar trens nas cercanias deve buscar outras alternativas. Toda a rede na região tem problemas, há árvores que caíram sobre os trilhos”, disse um porta-voz das ferrovias alemães.

(com EFE)


Revista Veja terça, 03 de outubro de 2017

POLÍCIA ENCONTRA TÚNEL QUE LEVA AO COFRE DO BANCO DO BRASIL EM SÃO PAULO

 

Polícia encontra túnel que leva a cofre de banco em SP

Quadrilha escavou cerca de 500 metros entre casa e agência do Banco do Brasil, segundo 'Jornal Nacional'. Dezesseis pessoas foram presas

A Polícia Civil de São Paulo encontrou na noite desta segunda-feira, no bairro Chácara Santo Antonio, Zona Sul da capital paulista, um túnel que liga uma casa ao cofre de uma agência do Banco do Brasil. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), dezesseis pessoas ligadas à escavação e à montagem do túnel foram presas.Elas estavam em outro endereço, na Zona Norte de São Paulo, que, segundo o Jornal Nacional, servia como base para que as ferramentas usadas no processo fossem fabricadas.

O túnel tem 500 metros de comprimento e altura suficiente para que uma pessoa fique em pé dentro dele. A escavação está sustentada por placas de madeira e barras de ferro. “Eles não entraram no cofre, eles estavam na casca do cofre. A gente não podia correr risco desse roubo se concretizar”, afirmou ao portal G1 o delegado Fábio Pinheiro Lopes, responsável pelas investigações que levaram à prisão da quadrilha. 

De acordo com a SSP, os criminosos eram monitorados há três meses. “Eles concluíram o túnel na quarta-feira [dia 27 de setembro] e por isso resolvemos fazer a operação e prender quase todo mundo. Prendemos os líderes, se escapou algum foi mão-de-obra”, disse o delegado ao G1.

“O investimento da quadrilha foi na faixa de R$ 4 milhões, segundo eles informaram, cada um dos participantes calçou R$ 200 mil e a estimativa deles era levar R$ 1 bilhão. Seria o maior assalto do mundo”, relata o investigador.

Segundo o G1, a Polícia investiga agora se a casa onde o túnel foi encontrado está no nome de algum “laranja”. As imagens do Jornal Nacional mostram que o imóvel tinha roupas especiais para escavação, muitas ferramentas, alimentos e vestimentas dos integrantes da quadrilha.


Revista Veja segunda, 02 de outubro de 2017

ATAQUE EM SHOW COUNTRY EM LAS VEGAS DEIXA PELO MENOS 50 MORTOS

Ataque em show country em Las Vegas deixa pelo menos 50 mortos

Segundo a polícia, o atirador fez os disparos da janela de um hotel em frente ao espaço onde ocorria o show do festival 'Route 91 Harvest'

Um ataque a tiros na noite desde domingo durante um show ao ar livre em Las Vegas, nos Estados Unidos, deixou pelo menos 50 mortos e mais de 200 feridos. Entre os mortos está o atirador. A polícia descreveu o suspeito, identificado como Stephen Paddock, de 64 anos, como um morador de Las Vegas, e que não acredita-se estar conectado a nenhum grupo militante, disse a autoridade de polícia da região Clark, Joseph Lombardo, a repórteres.

Segundo a polícia, o atirador fez os disparos da janela do 32º andar do hotel Mandalay Bay, em frente ao espaço onde ocorria o show do festival de música country “Route 91 Harvest”. Uma companheira de quarto de Paddock, identificada como Marilou Danley, é procurada pela polícia e é considerada uma “pessoa de interesse” para as investigações.

As várias ambulâncias enviadas ao local levaram os feridos ao Sunrise Hospital Medical Center e ao Universty Medical Central. Os números de mortos de mortos e feridos, informou Lombardo, são preliminares. Contudo, se confirmados, o ataque entra para a história como o maior da história dos Estados Unidos cometido com armas de fogo.

Vídeo publicado no Youtube mostra os disparos e o desespero dos frequentadores do show:

 

A polícia informou que um suspeito tinha sido abatido e que não acredita que haja mais agressores. Os tiros foram disparados enquanto o cantor de country Jason Aldean fazia seu show no encerramento do festival.

Segundo os testemunhas, foram ouvidas longas rajadas de disparos efetuados com algum tipo de arma semiautomática, que provocaram o pânico entre os presentes e que continuaram inclusive depois que a banda do artista parou de tocar.

O presidente americano Donald Trump se manifestou pelo Twitter sobre o ataque. “Meus mais sinceros pêsames e condolências às vítimas e familiares do terrível tiroteio em Las Vegas. Deus abençoe a todos!”, escreveu. Líderes de diversos países, como Suécia, Dinamarca, Austrália e Reino Unido, também declararam apoio às vítimas do ataque.

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Revista Veja sábado, 30 de setembro de 2017

É PRECISO FAZER UM ESFORÇO CADA VEZ MAIS SOBRENATURAL PARA ACREDITAR NO QUE DIZEM LULA E SEUS ADVOGADOS

 

Dia 31 de junho

É preciso fazer um esforço cada vez mais sobrenatural para acreditar no que dizem Lula e seus advogados

Como você, em pessoa, estaria se sentindo se estivesse entalado num processo penal pouco promissor e lhe acontecessem as seguintes coisas, uma depois da outra:

  1. O juiz (e juiz bravo, que não tem o menor medo de você, tipo Sérgio Moro) pede em audiência que você lhe mostre os recibos dos pagamentos de aluguel que, segundo seus advogados e seus próprios depoimentos, você diz ter feito pela locação de um apartamento em São Bernardo, na grande São Paulo. A suspeita é que você seja o dono, ou então use o imóvel de graça, como propina recebida de uma empreiteira de obras públicas. Você diz que não, de jeito nenhum, que o apartamento é alugado – e a prova disso é que sempre pagou direitinho os aluguéis.
  2. Você diz que não sabe onde estão os recibos – é uma prova absolutamente primária para dar crédito à alegação de qualquer inquilino deste país e deste mundo, e sem ela você não tem como comprovar que pagou os tais aluguéis. Seus advogados também não. Todo o que vocês dizem é que a papelada talvez estivesse com a sua ex-mulher, que morreu em fevereiro último, e não pode esclarecer nada a respeito. É ela, aliás, a responsável por tudo que diga respeito ao seu dinheiro. Já responderam a mesma coisa em relação a diversas outras perguntas do juiz: “Isso quem pode saber é a Marisa”.
  3. O juiz faz uma cara de quem não acreditou numa única sílaba da história que lhe contaram sobre os recibos, e depois de outras questões, encerra a audiência. Você sai preocupado.
  4. Seus advogados, então, encontram subitamente, alguns dias depois, todos os recibos que estavam sumidos – tão sumidos que não tinha sido possível levá-los para o fórum no momento em que eram mais importantes, ou seja, no interrogatório do cliente. Você pergunta aos advogados: “Mas porque diabo vocês não me apareceram com esses recibos antes? Ou é tudo falso?”
  5. Talvez fosse melhor que não tivessem achado nada. Os recibos de aluguel que os advogados enfim descobriram dão conta de vencimentos em dias que não existem no calendário gregoriano em vigor no Brasil desde 1582 – 31 de junho e 31 de novembro. São assinados em datas que caem em sábados ou domingos. Seis deles dão como local da assinatura o município de São “Bernanrdo” – nada tão parecido com cópias de um mesmo papel que guardaram o erro do texto original e depois receberam datas diferentes. Quem é que vai repetir seis vezes o mesmo erro de digitação? Enfim, o autor das assinaturas alega que assinou tudo num mesmo dia, num hospital – quando um dos seus mais amigos mais próximos, que corretou essa história toda de aluguéis, tinha acabado de ser preso.
  6. O que você diria para a sua equipe de advogados, que por sinal já o conduziu até a beira do abismo em você está agora: “Belo trabalho, galera. Calamos a boca desse Moro”. Ou diria: “Como é que vocês pretendem me absolver desse jeito?”

É isso, muito precisamente, que está acontecendo hoje com Lula. A cada dia que passa, é preciso um novo esforço sobre-humano para acreditar em qualquer coisa que ele diga – e, a cada dia, ele próprio e sua espantosa equipe de defensores inventam mais e mais fábulas fabulosas para tentar salvar-lhe o couro. Qual será a próxima? Se deixarem por conta da presidente do PT e o restante do comando petista de hoje, é capaz de pedirem a abertura de um processo internacional pela anulação da bula papal “Inter Gravissimas”, baixada pelo papa Gregório XIII em fevereiro de 1582 para criar o calendário que seguimos até hoje – e no qual não é possível encontrar os dias 31 de junho nem 31 de novembro. Está na cara que isso foi feito, com séculos de antemão, para “não deixarem” Lula ser “eleito em 2018” e continuar seu programa de ”reformas sociais” que permitiu aos pobres viajarem de avião. É de fato muito duro enfrentar essa burguesia que está aí há 500 anos.


Revista Veja quinta, 28 de setembro de 2017

MORRE HUGH HEFNER, FUNDADOR DA PLAYBOY

 

Morre Hugh Hefner, fundador da Playboy

Empresário americano, que encarnou o estilo bon vivant pregado pela revista, tinha 91 anos de idade

Hugh Hefner, fundador da Playboy, morreu nesta quarta-feira, aos 91 anos, em sua mansão em Los Angeles. A morte, de causas naturais, foi informada pela Playboy Enterprises, conglomerado criado a partir da revista de “entretenimento para os homens” fundada pelo empresário americano em 1953.

A proposta da publicação, que trouxe Marilyn Monroe em sua primeira capa, era revolucionária para a época: ensaios com mulheres nuas, entrevistas reveladoras e a defesa de um estilo de vida sofisticado e hedonista. A aposta deu certo e a revista se tornou a principal publicação do mundo voltada para o público masculino, dando origem a um império do entretenimento sob a marca Playboy que no auge incluiu cassinos, casas noturnas e canais de televisão. E o seu fundador virou uma espécie de garoto-propaganda do ideal pregado em suas páginas.

 

“Sou o homem mais sortudo do mundo”, admitiu Hefner a VEJA em 2006, quando, aos 80 anos, dividia sua mansão com três jovens e loiras namoradas. Naquele momento, o empresário já havia consolidado ao longo dos anos a imagem de bon vivant, sempre de roupão de seda, cercado de coelhinhas e comandando festas disputadíssimas em seu palácio em Beverly Hills.

Revolução

Hefner e sua revista estiveram na vanguarda da revolução sexual dos anos 1960 e 1970 – e o coelho símbolo da marca se tornou por si só um ícone pop. Nas primeiras décadas da publicação, os conservadores que se escandalizavam com a nudez nas bancas de revista eram uma dor de cabeça constante para o editor, mas as feministas também estavam entre as críticas do estilo vendido pela Playboy. Às acusações de que os ensaios “objetificavam” as mulheres, Hefner respondia com ironia. “Se nenhuma mulher fosse encarada como objeto, não existiria uma próxima geração. E muitas mulheres aprenderam a usar a Playboycomo um meio de aumentar o seu poder sexual”, disse a VEJA.

Curiosamente, uma das decisões mais controversas da revista foi justamente a de deixar de exibir mulheres nuas. A medida, tomada em 2015, buscava reposicionar a Playboy diante da banalização da nudez e do sexo provocada pela internet – e da queda vertiginosa nas vendas. Na ocasião, a revista chegou a afirmar que o nu estava obsoleto. Dois anos depois, porém, voltou atrás.

Já na terceira idade, o empresário defendeu com entusiasmo uma outra revolução sexual, aquela provocada pelos remédios contra a impotência. “O Viagra é como a pílula anticoncepcional, uma conquista para a sexualidade. A pílula liberou a mulher para o sexo e o Viagra liberou o homem. No meu caso, com seis namoradas, é um recurso bem valioso”, afirmou a VEJA em 2004, quando tinha 77 anos e meia dúzia de companheiras.

 
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Revista Veja terça, 26 de setembro de 2017

ODEBRECHT DIA QUE VALORES A LULA SUPERAM OS MARCADOS NA PLANILHA

 

Odebrecht diz que valores a Lula superam os marcados em planilha

Segundo empresário, propinas vão além das lançadas sobre o codinome "Amigo"; conta, administrada por Palocci, chegou a ter R$ 300 milhões disponíveis

O empresário Marcelo Odebrecht destacou em novos depoimentos prestados à Polícia Federal (PF), em Curitiba, em 8 e 21 de agosto, que os pagamentos a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acertados com seu pai e patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, não se limitaram aos registrados no codinome “Amigo” da planilha de propinas “Italiano”, que era gerenciada pelo ex-ministro Antonio Palocci.  Segundo o empresário, a conta chegou a ter 300 milhões de reais à disposição do ex-presidente e do PT.

“Reitera que houve outros pagamentos a Lula, acertados por Emílio, que não transitaram pela conta ‘Italiano’ e nem tiveram o envolvimento do colaborador”, registra a PF, no termo de depoimento de Marcelo, do dia 8. Delator desde janeiro e preso desde junho de 2015, o empresário foi novamente ouvido pela PF, desta vez, no inquérito que apura propinas em doações ao Instituto Lula e pagamentos de palestras via Lils Palestras e Eventos.

 

 

Marcelo pontuou que na conta “Italiano” houve “dois créditos decorrentes de pedidos de contrapartida específica: valores ‘LM’ e ‘BK’ que totalizaram 114 milhões de reais”. E que além destes, “houve outros créditos que somados a estes totalizaram cerca de 300 milhões de reais”. “Mas que fazia parte de uma agenda mais ampla, sem vinculação específica, ou seja, sem contrapartida específica”.

Para investigadores da força-tarefa, a distinção feita pelo empresário, entre créditos condicionados a contratos específicos e os que entraram em espécie de “conta geral” em troca de benefícios no governo, é retórica, tratando-se tudo de corrupção.

Amigo

Nos termos de sua delação premiada e nos dois novos depoimentos à PF, Marcelo explicou a planilha de 2013 apreendida pela Lava Jato e os valores registrados nela. Segundo o empresário, havia nesse acerto em que ele participou diretamente um crédito de  15 milhões de reais para o ‘Amigo’.

“Nessa planilha constam retiradas que foram abatidas da subconta ‘Amigo'”, afirmou. “Seguramente, pode afirmar que as do ‘Programa’ B4, B5, B6 e também a do registro ‘Doação Instituto 2014’ foram abatidas da subconta.”

O empresário diz que as “retiradas foram solicitadas por Palocci que solicitou que fossem abatidas da referida subconta ‘Amigo'”. Para ele, a destinação de 12,4 milhões de reias destinados à compra de um terreno para o Instituto Lula debitada dessa subconta também confirma que Lula era o “Amigo”.

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Revista Veja sábado, 23 de setembro de 2017

VALÉRIA MONTEIRO, EX-APRESENTADORA DA GLOBO, LANÇA PRÉ-CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA

 

Ex-apresentadora da Globo lança pré-candidatura à Presidência

Valeria Monteiro, que passou por 'Jornal Nacional' e 'Fantástico', postou vídeo em que afirma sua intenção de disputar o Planalto em 2018

corrida eleitoral de 2018 ganhou um novo participante. Em vídeo divulgado nas redes sociais, a jornalista e ex-apresentadora da TV Globo Valeria Monteirolançou sua pré-candidatura ao Planalto nas eleições do ano que vem.

Primeira mulher a assumir a bancada do Jornal Nacional, em 1992, Valeria, que também apresentou o Fantástico nos anos 1990, esclarece logo no início do vídeo de 1 minuto e 37 segundos que sua empreitada não é uma brincadeira.

 

 

“Sou pré-candidata à Presidência da República. É sério”, garante ela. “Vou emprestar minha cara a tapa para juntos sermos capazes de levarmos à campanha temas verdadeiramente importantes.”

A jornalista não cita no vídeo nenhuma proposta de governo, mas promete uma candidatura independente, “sem dinheiro, sem padrinhos políticos, mas com muita consciência e colaboração.” Valeria afirma ainda que o “primeiro grande desafio” será conseguir um partido “corajoso o suficiente” para apoiar sua plataforma.

Confira o vídeo:

 

 


Revista Veja sábado, 23 de setembro de 2017

EX-APRESENTADORA DA GLOBO LANÇA PRÉ-CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA

 

Ex-apresentadora da Globo lança pré-candidatura à Presidência

Valeria Monteiro, que passou por 'Jornal Nacional' e 'Fantástico', postou vídeo em que afirma sua intenção de disputar o Planalto em 2018

corrida eleitoral de 2018 ganhou um novo participante. Em vídeo divulgado nas redes sociais, a jornalista e ex-apresentadora da TV Globo Valeria Monteirolançou sua pré-candidatura ao Planalto nas eleições do ano que vem.

Primeira mulher a assumir a bancada do Jornal Nacional, em 1992, Valeria, que também apresentou o Fantástico nos anos 1990, esclarece logo no início do vídeo de 1 minuto e 37 segundos que sua empreitada não é uma brincadeira. 

“Sou pré-candidata à Presidência da República. É sério”, garante ela. “Vou emprestar minha cara a tapa para juntos sermos capazes de levarmos à campanha temas verdadeiramente importantes.”

A jornalista não cita no vídeo nenhuma proposta de governo, mas promete uma candidatura independente, “sem dinheiro, sem padrinhos políticos, mas com muita consciência e colaboração.” Valeria afirma ainda que o “primeiro grande desafio” será conseguir um partido “corajoso o suficiente” para apoiar sua plataforma.

Confira o vídeo:

 

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Revista Veja sexta, 22 de setembro de 2017

MORO DÁ PRAZO PARA LULA PROVAR QUE DINHEIRO BLOQUEADO É DE MARISA

 

Moro dá prazo para Lula provar que dinheiro bloqueado é de Marisa

Defesa do petista alega que metade de R$ 606.000 bloqueados judicialmente por Moro correspondem à parte da ex-primeira-dama no patrimônio do casal

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jatoem primeira instância, deu prazo de 15 dias para que a defesa do ex-presidente Lula prove que metade dos 606.000 reais de contas bancárias ligadas ao petista e bloqueadas judicialmente tem como origem a parte da ex-primeira-dama Marisa Letícia no patrimônio do casal. Ela morreu em fevereiro.

“Relativamente ao pedido de resguardo da meação dos ativos financeiros, deve igualmente a defesa realizar a demonstração necessária, juntando os extratos, a documentação e esclarecendo a origem dos recursos bloqueados, inclusive nos planos de previdência privada, a fim de que se possa verificar se trata-se de verbas de natureza comunicável ou não ao cônjuge”, anota Moro. Lula tem outros 9 milhões de reais em planos de previdência empresarial e privada confiscados pela Justiça Federal, por ordem do juiz federal.

 

 

O magistrado ainda explica que “o Bacenjud [o sistema eletrônico de comunicação entre o Poder Judiciário e as instituições financeiras, por intermédio do Banco Central], bloqueia o saldo do dia, não impedindo a movimentação da conta posteriormente ou o recebimento nela de novos créditos”.

Ao condenar o ex-presidente a 9 anos e 6 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, em julho, o magistrado também estipulou a ele multa de 16 milhões de reais, valor supostamente reservado pela OAS a Lula e ao PT em uma suposta “conta de propinas”.

Na sentença, Sergio Moro consignou que o petista é culpado por receber, como vantagem indevida, um tríplex no condomínio Solaris, no Guarujá (SP), e suas respectivas reformas, custeados com 2,2 milhões de reais da empreiteira.

(com Estadão Conteúdo)

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Revista Veja quinta, 21 de setembro de 2017

STF VOTA A FAVOR DE ENVIAR DENÚNCIA CONTRA TEMER À CÂMARA

Maioria do STF vota a favor de enviar denúncia de Temer à Câmara

Seis ministros se manifestaram contra o pedido do presidente para suspender a tramitação da acusação da PGR até posição final sobre as delações da JBS

Com seis votos a favor e dois contra, o Supremo Tribunal Federal (STF) já formou maioria para aprovar o envio à Câmara dos Deputados da denúncia do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer (PMDB) por obstrução de justiça e organização criminosa. A sessão foi suspensa pela ministra Cármen Lúcia quando ainda faltavam três ministros para votar – ela, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello.

O plenário do Supremo avaliou pedido da defesa do presidente para que fosse suspensa a tramitação da denúncia até que chegue ao final uma revisão, em tramitação na Corte, sobre a delação dos executivos do grupo JBS. O acordo de colaboração premiada firmado com o Ministério Público Federal pode ser anulado em razão da omissão de fatos pelos delatores Joesley Batista, dono da companhia, e Ricardo Saud, diretor de relações institucionais da empresa.

 

 

Além do relator da Operação Lava Jato na Corte, Edson Fachin, negaram o pedido de Temer os ministros Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Rosa Weber,  Luiz Fux e Ricardo Lewandowski. Os ministros Dias Toffoli  e Gilmar Mendes divergiram. Toffoli disse que Fachin, como relator, tem a prerrogativa de analisar liminarmente a denúncia – e, portanto, a validade ou não das delações da JBS – antes de enviá-la à Câmara. Já Gilmar votou pela devolução da peça acusatória à Procuradoria-Geral da República.


Revista Veja quarta, 20 de setembro de 2017

CÂMARA REJEITA MUDAR SISTEMA ELEITORAL DO PAÍS PARA DISTRITÃO

 

Câmara rejeita mudar sistema eleitoral do país para ‘distritão’

Proposta recebeu 205 votos contra 238; resultado mantém o modelo proporcional para a eleição de 2018

O plenário da Câmara rejeitou na noite desta terça-feira a proposta para alterar o sistema eleitoral do país. O texto mudava o sistema atual de votação proporcional na eleição de deputados e vereadores para o chamado “distritão”em 2018. Foram 205 votos a favor, 238 contra e uma abstenção. Por se tratar de uma emenda à Constituição, o texto precisava do voto favorável de 308 dos 513 deputados.

Diante do resultado, os deputados devem abandonar a votação dos demais itens dessa proposta, que incluía também a criação de um fundo público para financiamento de campanha.

A votação desta terça encerra uma discussão de meses. Sem consenso, líderes da Casa tentaram por diversas vezes aprovar a PEC, mas não conseguiram chegar a um texto de acordo. Partidos como PMDB, PP e PSDB eram a favor da mudança do sistema eleitoral, mas resistiam em apoiar a criação do fundo. PT, PCdoB e PDT apoiavam o fundo, mas não aceitavam o distritão.

A aposta dos deputados agora para não enterrar de vez a reforma a política é retomar a PEC que foi relatada pela deputada Shéridan (PSDB-RR), que acaba com as coligações para as eleições proporcionais e estabelece uma cláusula de desempenho para que as legendas possam ter acesso aos recursos do fundo partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na TV.

O mais provável, no entanto, é que o fim das coligações seja aprovado apenas para 2020, e não para 2018.

Distritão

A proposta rejeitada nesta terça-feira tratava da adoção do “distritão” como um modelo de transição nas eleições de 2018 e 2020 e o sistema distrital misto a partir de 2022.

Hoje, o sistema em vigor no Brasil é o chamado proporcional. Para um deputado ser eleito, é preciso fazer um cálculo entre o número de votos que ele recebeu e o coeficiente eleitoral atingido por seu partido ou coligação.

Se o distritão fosse aprovado, o sistema de escolha de deputados federais, estaduais e vereadores nas duas próximas eleições se tornaria majoritário e seriam eleitos os candidatos mais votados em cada Estado.

Já no distrital misto, o eleitor votaria duas vezes: uma vez nos candidatos; e outro vez em candidatos de uma lista apresentada pelos partidos.

(Com Estadão Conteúdo)

 


Revista Veja sábado, 09 de setembro de 2017

ROGÉRIA, ATRIZ TRANSFORMISTA, MORRE AOS 74 ANOS

Morre aos 74 anos a atriz Rogéria

Figura clássica do showbiz nacional, ela rompeu as fronteiras do gueto reservado aos chamados atores transformistas para brilhar no teatro, cinema e TV

Rogéria nasceu em 25 de maio de 1943, no Cantagalo, no Rio, como Astolfo Barroso Pinto. Assumiu nova identidade ao vencer um concurso de fantasias de Carnaval, em 1964. O público ovacionava: “Rogéria!”. Na época, era maquiador e atendia por Rogério. Antes de se tornar Rogéria em definitivo, ouviu o conselho de Fernanda Montenegro, a quem costumava maquiar nos estúdios da TV Rio: “Arte independe de sexo. Se você tem talento, não custa nada tentar”.

 

 

Figura clássica do showbiz nacional, Rogéria conseguiu romper as fronteiras do gueto reservado aos chamados atores transformistas – antes de o LGBT ter sido inventado e sob a feroz repressão do governo militar – para brilhar no teatro, cinema e TV. Bem-humorada, se definia como a “travesti da família brasileira”.

Integrou o elenco de espetáculos como Alta Rotatividade e 7, O Musical. No cinema, fez filmes como O Homem que Comprou o Mundo (1968), de Eduardo Coutinho, O Gigante da América (1978), de Júlio Bressane, e Copacabana (2001), de Carla Camurati, em que interpretou ela mesma. Já na televisão, passou por novelas (TietaParaíso Tropical e Duas Caras, entre outras) e séries (como Sai de BaixoBrava Gente e Pé na Cova).

No ano passado, ganhou uma biografia, Rogéria – Uma Mulher e Mais um Pouco(Sextante), de Marcio Paschoal. Recentemente, ela participou do filme Divinas Divas, que apresenta a primeira geração de travestis do Brasil. O documentário foi dirigido por Leandra Leal e lançado em 22 de junho. Na TV, seus últimos trabalhos foram em 2015, no programa de humor Tá no Ar: A TV na TV e na novela Babilônia, em que interpretou a personagem Úrsula Andressa, ambos da Globo.

 

(Com reportagem de Mario Mendes


Revista Veja sábado, 09 de setembro de 2017

JANOT DENUNCIA SENADORES DO PMDB POR PROPINAS DE R$864 MI

Janot denuncia senadores do PMDB por propinas de R$ 864 mi

Além de Renan, Jucá, Lobão, Jader e Raupp, procurador-geral também acusa José Sarney e Sérgio Machado do crime de organização criminosa

O Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra a cúpula do PMDB do Senadopelo crime de organização criminosa no âmbito da Operação Lava Jato. Janot acusa os senadores peemedebistas Edison Lobão (MA), Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO), além do ex-senador José Sarney (MA) e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, de receberem 864 milhões de reais em propinas e gerarem prejuízos da ordem de 5,5 bilhões de reais à Petrobras e de 113 milhões de reais à subsidiária da estatal.

Além das condenações dos denunciados, cujas penas podem variar de 3 a 8 anos de prisão, Janot pede ao STF a perda dos mandatos dos senadores e que os acusados paguem 200 milhões de reais, sendo 100 milhões de reais a título de ressarcimento aos cofres públicos e os outros 100 milhões de reais como indenização por danos morais.

 

 

Segundo a acusação apresentada hoje pelo procurador-geral da República, a suposta organização criminosa do PMDB do Senado  foi “constituída e estruturada” em 2002, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, e passou a receber propinas na Petrobras a partir de 2003, quando o petista tomou posse e buscou apoio de PMDB e PP no Congresso. “Em comum, os integrantes do PT, do PMDB e do PP queriam arrecadar recursos ilícitos para financiar seus projetos próprios. Assim, decidiram se juntar e dividir os cargos públicos mais relevantes, de forma que todos pudessem de alguma maneira ter asseguradas fontes de vantagens indevidas”, afirma o procurador-geral da República.

O dinheiro sujo destinado aos peemedebistas, conforme Rodrigo Janot, foi retirado de contratos da Transpetro, comandada por Machado entre 2003 e 2015, e das diretorias Internacional e de Abastecimento da Petrobras. A denúncia se baseia nos relatos das delações premiadas de Sérgio Machado, Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional apoiado pelo PMDB a partir de 2006, e Paulo Roberto Costa, que comandou a diretoria de Abastecimento e passou a ser sustentado politicamente pelo partido quando seu cargo esteve ameaçado, também em 2006.

A delação de Machado já havia sido considerada por Janot na denúncia que ele apresentou no final de agosto contra Renan, Jucá, Raupp, Sarney e o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em supostas propinas recebidas de contratos da Transpetro.

Caso a Segunda Turma do STF aceite a denúncia apresentada pelo procurador-geral, os sete acusados se tornam réus e serão julgados.

Esta é a terceira acusação por organização criminosa apresentada por Janot nos últimos sete dias contra partidos que compunham o esquema de corrupção na Petrobras. Na semana passada, ele já havia denunciado políticos do PP e, na última terça-feira, mirou a cúpula do PT, incluindo os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. Ele também apresentou uma acusação contra Lula e Dilma por obstrução de Justiça e ainda deve denunciar o presidente Michel Temer (PMDB) pelo mesmo crime, com base nas delações premiadas de executivos da JBS.

 

O criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende os senadores Romero Jucá e Edison Lobão, afirma que recebe a denúncia com “perplexidade”. “A partir do momento em que Rodrigo Janot resolveu denunciar todos os envolvidos, dividido por partido, ele já demonstrou que a questão dele é contra os políticos, ele é contra os partidos políticos. Ele está colocando o simples fato de as pessoas estarem filiadas ao partido político e exercerem o dia a dia normal de uma democracia, que é poder indicar pessoas para cargos técnicos, como se isso fosse de alguma forma uma organização criminosa”, diz o defensor, que ressalta que seus clientes “sequer participaram de nenhum tipo de indicação”.

“Tendo em vista as denúncias que saíram dos outros partidos, nós imaginávamos que poderia ser também essa linha, ou seja, se faz parte de um partido político, se aquele partido deu apoio a um governo, um governo que Janot é frontalmente contrário, essas pessoas poderiam ser denunciadas sem ter nenhuma base legal”, completa.

Kakay também defende, ao lado do ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence, o ex-presidente e ex-senador José Sarney. “A situação é completamente diferente dos outros citados na denúncia, até porque o presidente não é senador e não fazia parte dessa discussão de cargos. Então há uma situação ainda mais especial. O ex-presidente sequer deveria estar nessa linha de produção que o doutor Rodrigo Janot fez porque não participou sequer dessas indicações”, afirma o advogado.

O advogado Daniel Gerber, defensor do senador Valdir Raupp, ressalta que “esta denúncia deveria ter aguardado a transição junto ao MP. Nada explica que somente seja oferecida ao apagar das luzes de um mandato que pressionou exageradamente por delações, e que hoje esteja sob suspeita por tal motivo. De qualquer forma, o senador já obteve o não indiciamento em dois inquéritos cujos delatores não provaram nada do alegado, e acredita ser esse o destino do presente caso”, conclui.

A defesa de Sérgio Machado reitera que ele continua colaborando com a Justiça. “Sua colaboração trouxe provas materiais sobre crimes envolvendo políticos e fornecedores da Transpetro, que vêm sendo confirmados por outras colaborações, e já resultou na instauração de diversos procedimentos perante o Supremo Tribunal Federal, além de inquéritos policiais na Subseção Judiciária de Curitiba”, afirma, por meio de nota.

A reportagem tentou contatar as defesas dos senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho, mas não conseguiu respostas até o momento. O espaço está aberto a manifestações.


Revista Veja sexta, 08 de setembro de 2017

POLÍCIA FEDERAL PRENDE GEDDEL APÓS ENCONTRAR IMÓVEL COM R$51 MILHÕES

PF prende Geddel após encontrar imóvel com R$ 51 milhões

Ex-ministro foi preso pela primeira vez no último dia 3 de julho, mas havia passado para o regime domiciliar nove dias depois

O ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB) voltou a ser preso em regime fechado, pela Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira. Geddel foi detido no último dia 3 de julho, por decisão do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, tendo sido transferido para a prisão domiciliar nove dias depois, por decisão do desembargador Ney Belo.

Agora, o ex-ministro será levado de volta para Brasília, onde cumprirá a nova detenção preventiva, também assinada por Vallisney. O juiz também determinou a prisão do advogado Gustavo Ferraz e mandados de busca e apreensão nas casas de Geddel, da mãe dele, e de Ferraz.

A ação acontece três dias depois da Operação Tesouro Perdido, a descoberta de um apartamento que serviria de “bunker” para o ex-ministro. Após uma denúncia anônima, a PF fez no imóvel maior apreensão de dinheiro em espécie da história do país: 51 milhões de reais. Segundo os policiais, as digitais do ex-ministro foram encontradas nas cédulas e nas caixas que guardavam o valor dentro do apartamento.

 

(Polícia Federal//)

Dono formal do imóvel, o empresário Silvio Silveira confirmou em depoimento que o apartamento estava emprestado para o uso de Geddel. Ouvido pela PF, Silveira afirmou ter cedido o imóvel para que o peemedebista guardasse os pertences do seu pai, falecido em 2016, e que não tinha conhecimento de haver dinheiro no apartamento.

O ex-ministro é investigado no âmbito da Operação Cui Bono?, que investiga desvios na Caixa Econômica Federal, da qual Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica entre 2011 e 2013. Segundo as investigações, Geddel, o doleiro Lúcio Funaro, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e outro ex-executivo da estatal, Fábio Cleto, receberam benefícios indevidos em troca da autorização de empréstimos e financiamentos pela Caixa.

Ao decidir a primeira prisão do peemedebista, o juiz Vallisney Oliveira ainda pontuou que ele pode ter cometido o crime de obstrução de Justiça, após as alegações da defesa de Funaro, que afirmou que Geddel havia feito diversos telefonemas a esposa de Funaro após saber que executivos da JBS haviam fechado acordo de delação premiada com o MPF.

Na sua colaboração com a Justiça, revelada em primeira mão na edição desta semana de VEJA, Funaro diz ter intermediado um pagamento de um milhão de reais em propinas da Odebrecht para Geddel. O doleiro Lúcio Funaro afirmou que o dinheiro teria saído dos 4 milhões que retirou no escritório do advogado José Yunes, amigo íntimo do presidente Michel Temer. Até então, a informação que se sabia é que todo esse valor teria como destino o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.


Revista Veja quinta, 07 de setembro de 2017

DEZ PONTOS DO DEPOIMENTO DE PALOCCI QUE ATINGEM LULA

  

Dez pontos do depoimento de Palocci que atingem Lula

Ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil disse a Sergio Moro que o petista tinha 'pacto de sangue' com a Odebrecht, que envolveu 'pacote de propinas'

Preso na Operação Lava Jato desde setembro de 2016, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci falou como réu ao juiz federal Sergio Moro nesta quarta-feira, no processo que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como acusado de receber 13 milhões de reais em propina da Odebrecht por meio de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e um imóvel que serviria como sede ao Instituto Lula.

Em cerca de duas horas diante de Moro, Palocci, que negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, incriminou Lula e afirmou que o petista tinha um “pacto de sangue” com a empreiteira, que teria lhe rendido um “pacote de propinas”

 

 

Veja abaixo dez pontos do depoimento do ex-ministro que atingem o ex-presidente: 

‘Relação movida a propina’

Ao responder a primeira pergunta formulada pelo juiz federal Sergio Moro, Antonio Palocci reconheceu ao magistrado que a denúncia do Ministério Público Federal “procede”, disse ter participado das tratativas de vantagens indevidas nos governos dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff e afirmou que a relação entre os governos petistas e a empreiteira era “bastante intensa, movida a vantagens dirigidas à empresa e propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos em forma de doação de campanha, em forma de benefícios pessoais, em forma de caixa um e caixa dois”.

 

‘Pacto de sangue’

Palocci classificou como “pacto de sangue” o acordo entre o empresário Emílio Odebrecht e Lula, que teria envolvido um “pacote de propinas” ao petista. O acerto teria sido firmado em 2010, no final do mandato do ex-presidente no Palácio do Planalto, em função da “tensão” da Odebrecht com a posse de Dilma Rousseff. A presidente eleita já se posicionara contra interesses da empresa na construção de hidrelétricas no Rio Madeira. O ex-ministro disse ter ficado “chocado” com a oferta do empresário ao ex-presidente, relatada a ele pelo próprio Lula em uma conversa no Palácio da Alvorada 

R$ 300 milhões à disposição

No encontro na residência oficial da presidência da República em Brasília, segundo Palocci, o Lula disse a ele que Emílio Odebrecht lhe prometera, como um dos itens do “pacote”, deixar à sua disposição 300 milhões de reais para “atividades políticas” nos anos seguintes ao fim do mandato presidencial. O ex-ministro disse ter sido encarregado pelo petista de tratar sobre os recursos com Marcelo Odebrecht, que propôs a criação de uma planilha para manejo do dinheiro. Em uma das primeiras conversas com o empreiteiro, no entanto, Marcelo alegou engano de seu pai e reduziu o valor a 150 milhões de reais. O compromisso voltou a ser de 300 milhões de reais depois de reunião entre Emílio Odebrecht, Lula e Dilma. “O presidente Lula me chama de novo e fala: ‘olha, o Emílio veio, tivemos uma ótima reunião, ele confirmou os 300 milhões e falou que pode ser mais se necessário”, disse Palocci a Moro. 

Obra do sítio concluída

Como parte do “pacote de propinas” da Odebrecht a Lula, citado por Antonio Palocci a Sergio Moro, o empresário Emílio Odebrecht teria se comprometido a participar das obras do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), usado pela família do ex-presidente. “O seu Emílio apresentou ao presidente o sítio para uso da família, que já estava fazendo a reforma, fase final. Ele disse que o sítio já estava pronto”, relatou o ex-ministro.

Lula é réu em uma ação penal na Justiça Federal do Paraná, sob responsabilidade do juiz Sergio Moro, que apura a posse da propriedade rural no interior paulista. Segundo a denúncia da força-tarefa da Lava Jato, as empreiteiras Odebrecht e OAS e o pecuarista José Carlos Bumlai executaram as obras no sítio.

Palestras por R$ 200.000

O “pacote de propinas” prometido por Emílio Odebrecht a Lula também envolvia, segundo Antonio Palocci, “várias palestras” do ex-presidente, “pagas a 200.000 reais, fora impostos, combinadas com a Odebrecht para o próximo ano”. Uma das ações penais que têm Lula entre os réus, baseada na Operação Janus, apura pagamentos milionários pela empreiteira ao petista em palestras, além de supostos benefícios à Odebrecht em financiamentos do BNDES a obras na América Latina e na África. 

Uma sede para o Instituto Lula

Antonio Palocci declarou a Sergio Moro ter sido contrário à compra, pela Odebrecht, de um prédio que serviria como sede do Instituto Lula, outro item do “pacote de propinas” oferecido pela Odebrecht ao ex-presidente. Apesar de sua posição, diz Palocci, a aquisição teria sido encaminhada pelo pecuarista José Carlos Bumlai e o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula. A DAG Construtora, empresa de Demerval Gusmão, amigo de Marcelo Odebrecht, pagou os 12,4 milhões de reais pelo imóvel, que, por fim, acabou não sendo descartado.

“Desculpa, doutor, eu não estava de santo na história não. O nosso ilícito com a Odebrecht já estava muito grande naquele momento, eu achei que essa compra não precisava ser um ilícito, não precisava ser um ilícito travestido de lícito”, disse o ex-ministro a Moro. 

Reunião com Marisa Letícia

A desistência do imóvel teria sido concretizada após o aval da ex-primeira-dama Maria Letícia Lula da Silva, falecida em fevereiro deste ano. Convencido por Antonio Palocci de que o imóvel poderia render problemas e era um “convite a uma investigação”, Lula teria delegado ao ex-ministro a tarefa de persuadir sua mulher de que o prédio era “inadequado”. “’Vá lá e me ajude a convencer a dona Marisa de que esse prédio é inadequado, a compra desse prédio foi inadequada. Porque se eu fizer isso ela vai ficar brava comigo, porque ela fala que eu não cuido disso. Se você fizer ela vai entender melhor porque ela gosta de você, ela te entende’”, apelou o petista, segundo Palocci. 

R$ 4 milhões ao Instituto Lula

Ainda sobre o Instituto Lula, Antonio Palocci relatou ao juiz da Lava Jato ter intercedido junto a Marcelo Odebrecht para cobrir um “buraco” de 4 milhões de reais nas contas da instituição. Paulo Okamotto, presidente do instituto, teria pedido ao ex-ministro a articulação. “O Paulo Okamotto me pediu para que eu ajudasse ele a cobrir o final de ano do instituto, que faltava recurso. Acho que meio para o final de 2013, começo de 2014. Ele tinha um buraco nas contas, me pediu para arrumar recursos. Eu fui ao Marcelo Odebrecht (…) o Marcelo concordou em dar, falou que tinha disponibilidade. Pedi ao Brani [assessor de Palocci] para transmitir ao Paulo Okamotto que seriam dados os 4 milhões que ele havia pedido”. 

Pré-sal reforça petrolão

Antonio Palocci relatou a Moro que em 2007, antes da descoberta das reservas de petróleo e após a reeleição de Lula, o petista havia manifestado preocupação com a corrupção na Petrobras, especialmente irregularidades nas diretorias de Serviços e de Abastecimento, feudos de PT e PP na estatal. “Mas logo após veio o pré-sal e pôs o governo em uma atitude muito frenética em relação à Petrobras. Esses assuntos de ilícitos e de diretores ficaram em terceiro plano, as coisas continuaram correndo do jeito que era”, contou o ex-ministro. De acordo com Palocci, os investimentos atraídos pela descoberta de petróleo não só frearam a intenção do ex-presidente em agir contra o petrolão, como levaram o petista a incentivar o esquema: “ele até chegou a encomendar que os diretores a partir daí fizessem mais reservas partidárias”.

 

Obstrução de Justiça

Por duas vezes em seu depoimento, o ex-ministro falou ao magistrado sobre sua atuação para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Em uma delas, já no final da oitiva, citou Lula como um de seus companheiros na empreitada. “Em algumas oportunidades, eu me reuni com o ex-presidente Lula e com outras pessoas no sentido de buscar criar obstáculos à Lava Jato”, introduziu Palocci. Ele afirmou ao juiz federal que poderia falar mais sobre o assunto, mas Moro entendeu que não era apropriado tratar dele neste processo, que apura corrupção e lavagem de dinheiro.

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Revista Veja quinta, 07 de setembro de 2017

PALOCCI: LULA TINHA PACTO DE SANGUE COM ODEBRECHT POR PROPINAS

Palocci: Lula tinha ‘pacto de sangue’ com Odebrecht por propinas

Ex-ministro declarou a Sergio Moro que Emílio Odebrecht colocou R$ 300 mi à disposição do ex-presidente no final de seu mandato

Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro nesta quarta-feira, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci, preso pela Operação Lava Jato, incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal em que o petista é suspeito de ter recebido propinas da Odebrecht por meio de um apartamento vizinho ao do ex-presidente, em São Bernardo do Campo, ABC paulista, e da compra de um imóvel que abrigaria a sede do Instituto Lula.

Detido em Curitiba desde setembro de 2016, Palocci reconheceu ao magistrado que a denúncia do Ministério Público Federal “procede”, disse ter participado das tratativas de vantagens indevidas e afirmou que a relação entre os governos petistas e a empreiteira era “bastante intensa, movida a vantagens dirigidas à empresa e propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos”.

Palocci citou um “pacto de sangue” entre o empresário Emílio Odebrecht e Lula, que teria envolvido um “pacote de propinas” ao petista no final de seu mandato no Palácio do Planalto, em 2010. “O doutor Emílio Odebrecht fez uma espécie de pacto de sangue com o ex-presidente Lula. Ele procurou o ex-presidente nos últimos dias de seu mandato e levou um pacote de propinas que envolvia esse terreno do instituto, que já estava comprado e o seu Emílio apresentou ao presidente, o sítio para uso da família do presidente, que já estava fazendo a reforma, fase final, ele disse que o sítio já estava pronto. E também disse ao presidente que ele tinha à disposição para fazer atividades políticas dele 300 milhões de reais”, contou o ex-ministro.

Segundo Antonio Palocci, o acerto com Lula teria sido firmado porque a Odebrecht “se mostrou muito tensa” com a posse de Dilma Rousseff, que já se posicionara contra interesses da empresa na construção de hidrelétricas no Rio Madeira. O ex-ministro disse ter ficado “chocado” com a oferta do empresário ao ex-presidente, relatada a ele pelo próprio Lula em uma conversa no Palácio da Alvorada, no final de 2010.

Palocci relata ter sido encarregado pelo petista de tratar sobre os recursos com Marcelo Odebrecht, filho de Emílio, que propôs a criação de uma planilha para manejo do dinheiro prometido. Em uma das primeiras conversas com o empreiteiro, no entanto, Marcelo alegou engano de seu pai e reduziu o valor a 150 milhões de reais. A promessa voltou a ser de 300 milhões de reais depois de reunião entre Emílio Odebrecht, Lula e Dilma. “O presidente Lula me chama de novo e fala: ‘olha, o Emílio veio, tivemos uma ótima reunião, ele confirmou os 300 milhões e falou que pode ser mais se necessário”, declarou o ex-ministro.

No depoimento, ele ainda reconheceu “achar” ser ele o “Italiano” que dava nome à conta-corrente da propina mantida entre Odebrecht e PT, embora tenha ressaltado que seus interlocutores na empreiteira nunca o trataram por tal alcunha.

Antonio Palocci explicou que a relação entre os governos petistas e a maior empreiteira do país não era “linear” e “permanentemente pacífica”, mas que o relacionamento era “fluido” e envolvia favorecimentos à empresa e doações de campanha. “A Odebrecht, em particular, tinha uma relação fluida com o governo em todos os aspectos. Partindo de aspectos de realização de projetos, assim como participação em campanhas. A participação em campanhas se dava de todas as maneiras, a maior parte com caixa um, mas o caixa um muitas vezes originário de atitudes e contratos ilícitos”, disse Antonio Palocci.

A campanha eleitoral de 2014, conforme Palocci, foi a que mais teve recursos ilícitos travestidos de doações oficiais, declaradas à Justiça Eleitoral. “Foi a campanha que mais teve caixa um, e foi uma das campanhas que teve mais ilicitudes. Porque o crime se sofisticou no campo eleitoral. As pessoas viram que o problema é o caixa dois, então foram transformando progressivamente tudo em caixa um, só que a ilicitude está fora do pagamento. É a origem criminosa dos valores, esse é o ponto”, afirmou.

Petrobras

Antonio Palocci também confirmou que “quase todos” contratos da empreiteira com a Petrobras geraram “créditos” ao PT. De acordo com o ex-ministro, Lula o procurou em 2007, após ser reeleito, e mostrou algum incômodo com os relatos de corrupção nas diretorias de Serviços e de Abastecimento da estatal, feudos de PT e PP comandados por Renato Duque e Paulo Roberto Costa, respectivamente.

“Ele falou que estava pensando em tomar providências, não estava gostando porque a coisa estava repercutindo de forma muito negativa. Mas logo após veio o pré-sal e o pré-sal pôs o governo em uma atitude muito frenética em relação à Petrobras. Esses assuntos de ilícitos e de diretores ficaram em terceiro plano, as coisas continuaram correndo do jeito que era”, contou.

Ainda segundo Palocci, a descoberta das reservas de petróleo não apenas freou a intenção do ex-presidente em agir contra o esquema, mas estimulou o apetite por mais propina. “Ele até chegou a encomendar que os diretores a partir daí fizessem mais reservas partidárias”, disse o ex-ministro.

O processo

Neste processo, Lula é acusado pelo Ministério Público Federal dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propinas de 13 milhões de reais da Odebrecht.

Parte do dinheiro, 12,4 milhões de reais, sustentam os procuradores, teria sido gasta na compra de um terreno para abrigar a sede do Instituto Lula em São Paulo – o instituto acabou sendo construído em outro endereço. Outros 504.000 reais teriam sido usados na compra da cobertura contígua à de Lula no edifício Hill House, em São Bernardo do Campo (SP). As duas compras teriam sido feitas por meio de laranjas: no caso do terreno, o empresário Demerval Gusmão; no caso da cobertura, Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula.

Serão julgados nessa ação penal o ex-presidente, Antonio Palocci, Gusmão, Costamarques, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-assessor de Palocci Branislav Kontic, e o advogado de Lula, Roberto Teixeira.

Assista aqui a todos os vídeos do depoimento de Palocci a Sergio Moro.

Defesa

A assessoria do ex-presidente Lula afirma que as acusações de Antonio Palocci são falsas e só podem ser compreendidas como tentativa de se livrar da prisão, dizendo o que o Ministério Público Federal deseja. O ex-ministro negocia um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba.

“A história que Antonio Palocci conta é contraditória em relação a outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e provas e que só se compreende dentro da situação de um homem preso e condenado em outros processos pelo juiz Sergio Moro que busca negociar com o Ministério Público e o próprio juiz um acordo de delação premiada que exige que se justifique acusações falsas e sem provas contra o ex-presidente Lula”, diz nota assinada por Cristiano Zanin Martins, defensor do petista.

De acordo com a defesa, o ex-ministro repete o que ocorreu com Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que também confirmou ao MPF que o tríplex do Guarujá estava reservado a Lula e era fruto de propinas por contratos na Petrobras. “Palocci repete o papel de réu que não só desiste de se defender, como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério Público para obter redução de pena e que, no processo do tríplex, foi de Léo Pinheiro”, afirma. 

Para a defesa do petista, a acusação do MPF diz que o terreno, que supostamente seria para o Instituto Lula, mas nunca foi usado, teria sido comprado com dinheiro de propina da Petrobras apenas para que o processo fique sob a jurisdição de Sergio Moro. “A acusação do Ministério Público fala que o terreno teria sido comprado com recursos desviados de contratos da Petrobras –  e só por envolver Petrobras, o caso é julgado no Paraná por Sergio Moro. Não há nada no processo ou no depoimento de Palocci que confirme isso”, declara.

Quanto ao apartamento vizinho ao de Lula – que, segundo o MPF, também seria do petista e fruto de propina da Odebrecht -, a defesa  afirma que o “réu Glauco da Costa Marques reafirmou em depoimento ser o proprietário do imóvel vizinho ao da residência do ex-presidente e ter contrato de aluguel com a  família do ex-presidente e que está recebendo o aluguel. Uma relação de locador e locatário não se confunde com propriedade oculta.”

Por fim, a defesa ataca Moro e os investigadores da Lava Jato. “Processos fora da devida jurisdição com juiz de notória parcialidade, sentenças que não apontam nem ato de corrupção nem benefício recebido, negociações secretas de delação com réus presos que mudam versões de depoimento em busca de acordos com o juízo explicitam cada vez mais que os processos contra o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato em Curitiba não obedecem o devido processo legal.”


Revista Veja terça, 05 de setembro de 2017

POLÍCIA FEDERAL ENCONTRA LOCAL ONDE GEDDEL ESCONDIA PROPINA

Polícia Federal encontra local onde Geddel escondia propina

Agentes da PF realizaram buscas em um imóvel em Salvador que seria supostamente utilizado pelo ex-ministro para esconder dinheiro em espécie

 

Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (05), a Operação Tesouro Perdido, mais uma fase da Operação Cui Bono? que investigava uma quadrilha que arrecadava propinas na Caixa Econômica Federal entre os anos de 2011 e 2013. Segundo informações divulgadas pela PF, foram cumpridos mandados de busca e apreensão emitidos pela 10ª Vara Federal de Brasília.

A partir das provas coletadas nas últimas fases da Cui Bono, a PF chegou a um endereço em Salvador, na Bahia, que supostamente seria utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima para armazenar dinheiro vivo.

Segundo a PF, foram encontradas no local malas com “grande quantia de dinheiro em espécie”, que serão levadas a um banco para que o valor seja devidamente contabilizado e depositado em conta judicial.

 

Operação Tesouro Perdido

PF encontra malas de dinheiro em endereço em Salvador que seria usado como “bunker” de Geddel. (Polícia Federal/Divulgação)

 

A quem interessa?

A Operação Cui Bono? (expressão em latim que significa ‘a quem interessa?’) é um desdobramento da Operação Catilinárias, deflagrada em dezembro de 2015, na qual foi encontrado um celular na casa de Eduardo Cunha— um dos investigados — com troca de mensagens comprometedoras entre o ex-deputado e o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Vieira Lima foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013, justamente durante o período de investigação da PF. Entre os documentos encontrados pela polícia, estavam papéis com uma relação de empresas que pleitavam empréstimos e financiamentos na Caixa, além de informações sobre juros e transações.

Há ainda outro material, chamado de “Pendência Geddel”, que listava uma série de operações de crédito envolvendo empresas. Além de Geddel e Cunha, Lúcio Funaro e Cleto também foram alvos da investigação.


Revista Veja quinta, 27 de julho de 2017

LAVA-JATO: EX-PRESIDENTE DO BB E DA PETROBRAS É PRESO PELA POLÍCIA FEDERAL

Lava Jato: ex-presidente do BB e da Petrobras é preso pela PF

Segundo investigação, Aldemir Bendine usou sua influência para ajudar o grupo Odebrecht nas estatais que comandou, e recebeu por isso

Polícia Federal deflagra na manhã desta quinta-feira a 42ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Cobra. O alvo dessa etapa é o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine, acusado dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele estava em Sorocaba (SP) e foi preso temporariamente. São cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária no Distrito Federal e nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. 

De acordo com as investigações, Bendine já havia solicitado pagamento de propina no valor de 17 milhões de reais à Odebrecht na época em que estava à frente do banco para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da empreiteira, mas o pagamento não foi efetuado, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

No entanto, às vésperas de assumir a Petrobras, Bendine e seus operadores voltaram a pedir pagamento de propina da empreiteira, que acabou pagando 3 milhões de reais de forma irregular em troca de benefícios dentro da estatal de petróleo, inclusive em relação às consequências da Lava Jato, de acordo com os investigadores.

Em nota, a defesa de Aldemir Bendine afirmou que a prisão é “desnecessária”, uma vez que o executivo colabora com as investigações.  “Desde o início das investigações Bendine se colocou à disposição para esclarecer os fatos e juntou seus dados fiscais e bancários ao inquérito, demonstrando a licitude de suas atividades. A cautelar é desnecessária por se tratar de alguém que manifestou sua disposição de depor e colaborar com a justiça”, escreveu o advogado Pierpaolo Bottini.

(Com agência Reuters)

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Revista Veja quarta, 26 de julho de 2017

DESEMBARGADOR MANTÉM BLOQUEIO DE BENS DE LULA

Desembargador mantém bloqueio de bens de Lula

Relator da Lava Jato na 2ª instância diz que não há risco à subsistência do petista e cita salário que Lula não recebe

Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que revisa as decisões do juiz federal Sergio Moro em segunda instância, decidiu nesta terça-feira manter bloqueados os bens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a nove anos e meio de prisão na Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão do desembargador João Pedro Gebran Neto é liminar, ou seja, não analisa o mérito do pedido dos defensores e ainda deve ser submetida à 8ª Turma do TRF4, que tem outros dois desembargadores. Lula teve 9,6 milhões de reais confiscados por Moro em contas bancárias e planos de previdência, além de três imóveis e dois veículos.

Relator da Lava Jato no TRF4, Gebran Neto considerou que o mandado de segurança, recurso dos advogados de Lula para tentar reverter o bloqueio dos bens, só deve ser concedido quando houver risco de “perecimento de um direito”, o que, para ele, não é o ocorre neste caso. 

Ao contrário do que afirmam os defensores do petista, o relator da Lava Jato na segunda instância entende que não há risco à subsistência de Lula porque ele receberia auxílio financeiro por ter sido presidente da República. “O pedido de provimento judicial precário esbarra na ausência de urgência. Não socorre o impetrante a alegação genérica de que a constrição é capaz de comprometer a subsistência do ex-presidente, que recebe o auxílio que lhe é devido em decorrência da ocupação do cargo de presidente da República”, escreveu Gebran. Não há, contudo, nenhum tipo de aposentadoria ou pensão a ex-presidentes.

Por meio de nota após a decisão do desembargador, o advogado Cristiano Zanin Martins afirma que “não houve análise do mérito do Mandado de Segurança, que será apreciado pela turma do TRF-4. O próprio relator reconheceu que há ‘argumentos ponderáveis sobre (in)validade da decisão de primeiro grau’. Luiz Inácio Lula da Silva não recebe nenhuma aposentadoria por ter sido presidente da República por dois mandatos”.

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Revista Veja quarta, 19 de julho de 2017

MORO CONFISCA 606 MIL DE LULA

Moro confisca R$ 606 mil de Lula

Dinheiro estava em quatro contas bancárias do ex-presidente

Por ordem do juiz Sergio Moro, o Banco Central acaba de bloquear R$ 606.727 pertencentes ao ex-presidente Lula.

O dinheiro estava depositado em quatro contas bancárias do ex-presidente: R$ 397.636 no Banco do Brasil, R$ 123.831 na Caixa Econômica Federal, R$ 63.702 no Bradesco e R$21.557,00 no Itaú.

 

 

O confisco inclui ainda três imóveis, localizados em São Bernardo do Campo, um terreno e dois automóveis. 

Na sentença em que condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão pelo tríplex, Moro havia exigido o pagamento de R$ 16 milhões. O valor é referente a uma conta que seria usada pela empreiteira OAS para abastecer o PT e será devolvido à Petrobras. 

Desse montante, o magistrado descontou o valor do tríplex, dos três apartamentos, do terreno, dos dois veículos e mandou que a diferença fosse arrestada do saldo bancário até o limite de R$ 10 milhões.

O pedido de sequestro foi feito pelo Ministério Público Federal. Esse requerimento do MPF incluiu também dona Marisa. A ex-primeira-dama faleceu no dia 3 de fevereiro, e teve sua pena extinta.


Revista Veja segunda, 17 de julho de 2017

VENEZUELA: 98% REJEITAM CONSTITUINTE DE MADURO

Venezuela: em plebiscito, 98% rejeitam constituinte de Maduro

Eleição não é reconhecida pelo poder eleitoral do país

Os resultados da consulta popular realizada no domingo na Venezuela mostram que 98,4% dos participantes (6.387.854 pessoas) que votaram rejeitam a formação da Assembleia Nacional Constituinte promovida pelo presidente, Nicolás Maduro, para mudar a Constituição.

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, disse no domingo que o fato de que a oposição tenha conseguido mais de 6 milhões de votos a favor da sua proposta no plebiscito contra o Governo deixa o presidente do país, Nicolás Maduro, sem legitimidade. “Com os votos do povo venezuelano, matematicamente Nicolás Maduro está revogado no dia de hoje, esse era o medo que tinha do plebiscito revogatório e por isso se impediu, por isso o governo não quer fazer eleições nunca mais”, disse Borges após conhecer os resultados eleitorais.


Revista Veja quinta, 13 de julho de 2017

JUÍZES SÃO MAIS DUROS QUE MORA AO REVISAREM PENAS EM 2ª INSTÂNCIA

Juízes são mais duros que Moro ao revisarem penas em 2ª instância

Penas de Moro somam 398 anos de prisão; as da segunda instância, no TRF4, 487 anos. Desembargadores decidirão se Lula será preso e fica inelegível

Em pouco mais de três anos de Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da investigação em primeira instância em Curitiba, concluiu 31 processos. Saíram de sua caneta condenações de 99 réus, entre os quais figuras outrora poderosas, como os ex-ministros petistas José Dirceu e Antonio Palocci e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), além de empreiteiros do bilionário cartel que fraudava contratos na Petrobras, ex-diretores corruptos da estatal e operadores de pagamentos ilícitos. Toda decisão que o “juiz da Lava Jato” toma em primeira instância, contudo, é depois revisada, em segunda instância, pelos desembargadores do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4) João Pedro Gebran Neto, relator da operação, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus, membros da 8ª Turma da Corte sediada em Porto Alegre.

VEJA analisou as 47 condenações ou absolvições por Moro já examinadas no tribunal e concluiu que Gebran, Paulsen e Laus reverteram as decisões do juiz federal em apenas 19% das sentenças: cinco réus condenados em primeira instância foram inocentados por falta de provas, e, do contrário, quatro sentenças de Moro que absolveram acusados se tornaram condenações na alçada superior.

Por outro lado, o trio referendou, em 72% dos casos (34 sentenças), as condenações determinadas pelo juiz. Em outros 9% (4 sentenças), o TRF4 manteve as absolvições definidas na 13ª Vara Federal de Curitiba.

Os desembargadores concordam, na maioria das vezes, com as decisões de Moro em culpar ou inocentar um réu. Em 10 ocasiões, preservaram exatamente as mesmas penas estipuladas por ele. Em 70% das condenações mantidas, no entanto, Gebran, Poulsen e Laus fizeram ajustes: oito penas impostas pelo magistrado foram abrandadas e 16, agravadas.

A reputação de “linha dura” da 8ª Turma do TRF4 se traduz na soma de 487 anos de prisão na Lava Jato determinados pelos desembargadores, ante os 398 anos decretados pelo juiz federal nos mesmos processos.

Apesar das mãos mais pesadas, Gebran, Poulsen e Laus são mais lentos que Moro para concluir processos. O magistrado leva, em média, 8 meses e 24 dias, contados a partir da aceitação da denúncia, para assinar as sentenças; depois da remessa dos autos da Justiça Federal do Paraná ao TRF4, o tribunal demora, em média, um ano, um mês e 15 dias para decidir as apelações contra condenações por Moro.


Revista Veja quarta, 12 de julho de 2017

MAIA VAI VETAR MP DE TEMER COM MUDANÇAS NA REFORMA TRABALHISTA

Maia vai vetar MP de Temer com mudanças na reforma trabalhista

Para conseguir o apoio dos senadores, o presidente prometeu a edição de uma MP para modificar alguns pontos do texto

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse há pouco que não vai votar nenhuma Medida Provisória (MP) que modifique o texto aprovado pelo Congresso sobre a reforma trabalhista. O comentário, que vai de encontro com o acordo feito com o presidente Michel Temer com parlamentares, acontece no momento em que Maia se distancia do Palácio do Planalto por conta da tramitação da denúncia contra o peemedebista na Câmara.

 Para conseguir o apoio da maioria dos senadores, Temer prometeu a edição de uma MP para modificar alguns pontos da reforma, como a questão que envolve a não obrigatoriedade do imposto sindical.

“A Câmara não aceitará nenhuma mudança na lei. Qualquer MP não será reconhecida pela Casa”, afirmou Maia no Twitter.

O texto foi aprovado nesta terça-feira no Senado por 50 votos a 26 e segue agora para a sanção presidencial.

Após saber da mensagem publicada por Maia, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também voltou a afirmar que não participou de nenhuma negociação em relação à MP. “Estou tranquilo sobre isso. Não tratei de MP e nenhum compromisso sobre mudanças no texto”, disse.

(Com Estadão Conteúdo)


Revista Veja domingo, 09 de julho de 2017

LUANA DON: MUSA, MODELO, REPÓRTER, ADVOGADA E AGORA PRESIDIÁRIA

 

Luana Don: musa, modelo, repórter, advogada e agora presidiária

Paulistana, filha de classe média alta, ela estava foragida havia oito meses e foi presa em Ilhabela acusada de envolvimento com a facção criminosa PCC

Quando, por volta de 2009, ela advogava para uma empresa de engenharia de Alphaville, em São Paulo, era a “doutora Luana”. Entre 2012 e 2015, contratada pelo SuperPop, da RedeTV!, virou “Luana Don”, a “repórter” sexy e cheia de curvas do programa comandado por Luciana Gimenez. Não se sabe exatamente desde quando, porém, Luana de Almeida Domingos, de 32 anos, assumiu uma nova identidade: “Carla”, o codinome que, segundo a polícia, ela usava na qualidade de integrante do núcleo de advogados que presta serviços à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Paulistana de classe média alta, filha de um arquiteto e de uma dentista e formada em direito pela Faap, Luana era procurada pela polícia desde o ano passado, quando teve sua prisão preventiva decretada na Operação Ethos. Passou oito meses foragida, até ser presa na terça-feira — escondida na casa de um tio, em Ilhabela, no litoral de São Paulo.


Revista Veja sábado, 08 de julho de 2017

ENCONTRO SECRETO SELOU ALIANÇA DE MAIA E TASSO POR QUEDA DE TFEMER

Encontro secreto selou aliança de Maia e Tasso por queda de Temer

Presidente da Câmara recebeu comandante interino do PSDB sigilosamente na noite de quarta-feira. “Rodrigo começou a compor o novo governo”, diz um tucano

No início da noite de quarta-feira (5), enquanto o presidente Michel Temercobrava dos ministros ajuda para se manter no cargo, o deputado Rodrigo Maiarecebeu sigilosamente, na residência oficial do presidente da Câmara, o senador Tasso Jereissati, comandante interino do PSDB. Favorito para suceder Temer no Palácio do Planalto caso o peemedebista seja afastado do cargo, Maia discutiu com Tasso a formação do novo governo. Os dois concordaram em manter a equipe econômica, tocar a agenda de reformas e fazer mudanças pontuais no ministério. “O Rodrigo começou a compor o novo governo”, disse a VEJA um importante cacique tucano. O DEM, partido de Rodrigo Maia, também já trabalha nos bastidores pela substituição de Temer. Os dois partidos compartilham da análise de que o peemedebista não terá condições de reverter o estrago provocado pelo parecer do relator da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), Sérgio Zveiter, sobre a denúncia contra Temer. Nos gabinetes de Brasília, é barbada que Zveiter votará pela abertura de processo contra o presidente. “O Temer é impopular, a única coisa que o sustenta é o Congresso. Com o colapso na CCJ, o efeito dominó será inevitável”, declarou a VEJA o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima.


Revista Veja quinta, 06 de julho de 2017

TRF MANTÉM DECISÃO DE MORO E NEGA LIBERDADE A PALOCCI E VACCARI

 

TRF mantém decisão de Moro e nega liberdade a Palocci e Vaccari

Desembargador nega liminares por não ver ilegalidade em prisões preventivas, mas pedidos de petistas ainda serão submetidos a colegiado com três magistrados

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), segunda instância da Justiça Federal na Região Sul, negou liberdade para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – preso na Lava Jato desde abril de 2015 e o ex-ministro da Fazenda (governo Lula) e da Casa Civil (gestão Dilma) Antonio Palocci, preso desde setembro de 2016 na mesma operação.

Vaccari já foi condenado pelo juiz Sergio Moro em cinco ações criminais por corrupção passivalavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas somavam 45 anos e seis meses de prisão. Na semana passada, o TRF-4 absolveu o petista em um dos processos e o livrou de uma pena de quinze anos e quatro meses, reduzindo o tempo de cadeia do ex-tesoureiro para trinta anos e dois meses.

O criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, defensor de Vaccari, entrou com pedido liminar (decisão urgente e provisória) em habeas corpus no tribunal depois da absolvição do ex-tesoureiro. D’Urso pedia a revogação de um segundo mandado de prisão expedido contra Vaccari – que, para ele, era uma mera extensão do primeiro – e que ainda o mantém no Complexo Médico Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

No TRF-4, o desembargador João Pedro Gebran Neto negou a liminar sob alegação de ausência de “flagrante ilegalidade”. O processo, agora, será julgado por todos os desembargadores da 8ª Turma da Corte (são três magistrados em cada turma), a mesma que absolveu Vaccari.

“A defesa insiste que não houve um segundo decreto de prisão preventiva, mas a prisão foi estendida do caso no qual ele foi absolvido. Dessa forma, revogada aquela prisão, esta não pode subsistir, até porque, nenhum fundamento fático foi apresentado pelo juiz quando estendeu a preventiva, a qual hoje, se mostra, absolutamente desnecessária, após mais de dois anos de encarceramento cautelar”, disse D’Urso por meio de nota.

Palocci

Gebran também negou pedido semelhante feito pela defesa de Palocci. A defesa do ex-ministro alegara ao TRF-4 que a prisão preventiva do ex-ministro, que tenta delação premiada, “foi decretada como antecipação da pena” e que “não há risco à instrução criminal”. Para o magistrado, não há ilegalidade na prisão, que foi decretada “para preservar a ordem pública em um quadro de corrupção sistêmica e de reiteração delitiva”.

“Em juízo de cognição sumária, não se extrai da inicial razão suficiente para a intervenção do juízo recursal. Calha ponderar que, muito embora amplamente difundido o que as defesas chamam de excesso e vulgarização das prisões preventivas no âmbito da Operação Lava Jato, tal afirmação carece de sustentação”, afirmou.

Palocci foi condenado por Moro a doze anos, dois meses e vinte dias de prisão. O magistrado atribuiu ao ex-ministro os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A ação apontou pagamentos de US$ 10 milhões em propinas, referentes a contratos firmados pelo Estaleiro Enseada do Paraguaçu – de propriedade da Odebrecht – com a Petrobras, por intermédio da Sete Brasil. O dinheiro teria sido pago ao marqueteiro do PT João Santana.

Essa foi a primeira condenação do petista no escândalo Petrobras. Palocci responde ainda a outra ação penal, por propinas da Odebrecht, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

(Com Estadão Conteúdo)


Revista Veja quarta, 28 de junho de 2017

GILMAR ATACA PGR E LAVA-JATO

Gilmar ataca PGR e Lava Jato em voto sobre delação da JBS

Sem citá-lo diretamente, ministro do STF disse que procurador-geral 'perdeu a noção do ridículo' ao comprometer-se a não denunciar delatores

O ministro Gilmar Mendes foi a primeira voz dissonante no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que decide sobre validade dos termos do acordo de delação premiada da JBS, se o ministro Edson Fachin continua como relator do caso e se ele poderia ter homologado a delação monocraticamente. Nas sessões realizadas na semana passada, os ministros Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Dias Toffoli decidiram para que as cláusulas do acordo não sejam alteradas, o relator seja mantido na relatoria e pudesse ter validado o acordo sem submetê-lo aos colegas. Votam hoje, além de Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e a presidente do Supremo, Cármen Lúcia.

Gilmar concordou apenas com a continuidade de Edson Fachin à frente das delações e defendeu a tese de que a homologação dos acordos caiba não mais ao relator, mas às Turmas do STF, ambas compostas por cinco ministros, e que as cláusulas da colaboração possam ser revistas ao final dos processos. Neste ponto, refutou e ironizou o argumento de que revisões gerariam “insegurança jurídica”. Para ele, a possibilidade “frustraria os bandidos”.

O ministro argumentou que, se Joesley Batista, dono da JBS, não pode ser denunciado – como foi acertado pela Procuradoria no acordo de colaboração -, não há como o procurador-geral, Rodrigo Janot, provar se ele era ou não o líder da organização criminosa, posição que, pela lei, impede o fechamento de delação premiada. Gilmar comparou Joesley a líderes das facções criminosas PCC e Comando Vermelho. “Talvez um acordo de colaboração, para desenvolvermos a ideia ad absurdum, possa ser apto a rescindir as sentenças quase centenárias de Fernandinho Beira-Mar [líder do CV] ou de Marcola [chefe do PCC] com as premissas que estão sendo assentadas. Basta que o Ministério Público diga que eles não são líderes da organização”.


Revista Veja quinta, 22 de junho de 2017

MORO ESTÁ PRONTO PARA SENTENCIAR LULA

Moro está pronto para sentenciar Lula

Já está nas mãos do juiz os autos para sentença

O juiz Sergio Moro já recebeu todos os documentos da ação penal que investiga o suposto tríplex de Lula no Guarujá. Com isso, o juiz já está pronto para condenar ou absolver o ex-presidente. Os autos chegaram ao gabinete de Moro no começo desta tarde.

Lula responde por um apartamento tríplex no Guarujá, que seria usado como pagamento de propina, e pelo pagamento da guardas de bens do ex-presidente, em um depósito da transportadora Granero.


Revista Veja quarta, 21 de junho de 2017

JUIZ REJEITA QUEIXA-CRIME DE TEMER CONTRA JOESLEY

Juiz rejeita queixa-crime de Temer contra Joesley

Magistrado negou abrir ação por difamação, calúnia e injúria contra o empresário da JBS em ação movida pelo presidente

O juiz federal Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara do Distrito Federal, rejeitou nesta terça-feira a ação de queixa-crime movida pelo presidente Michel Temer contra o empresário Joesley Batista por difamação, calúnia e injúria. A representação foi feita à Justiça por causa da entrevista de Joesley à revista Época, na qual ele acusa o presidente de ser “chefe de organização criminosa” e de não ter “cerimônia” para pedir dinheiro. “Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo [Cunha], Geddel [Vieira Lima], Henrique [Eduardo Alves], [Eliseu] Padilha e Moreira [Franco]. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles”, disse o delator à publicação.

Em sua decisão, o magistrado afirmou que não viu na atitude de Joesley “vontade específica de macular a imagem de alguém”, mas sim de corroborar as declarações prestadas em seu acordo de colaboração, já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Procedeu, como se vem de expor, com o fim de narrar fatos e afastar qualquer aleivosia que se lance ao acordo de colaboração premiada que celebrou com o Ministério Público Federal”, escreveu Bastos.

Para o juiz, Joesley exerceu simplesmente o seu direito constitucional de liberdade de expressão ao “fornecer o entendimento” que tinha sobre os fatos narrados. “Patente, por conseguinte, a atipicidade das condutas narradas (calúnia, difamação e injúria) e a ausência de justa causa para se instaurar a ação criminal, fato que impõe a rejeição da queixa-crime”, concluiu.

Esta é uma das duas ações impetradas pelo presidente contra Joesley nesta segunda-feira, antes de ele ter embarcado para a viagem de cinco dias à Russia e Noruega. Na outra, que tramita em vara cível na Justiça comum, ele cobrou indenização do empresário por danos morais.


Revista Veja terça, 20 de junho de 2017

STF DECIDE HOJE SOBRE PRISÃO PREVENTIVA DE AÉCIO NEVES

 

STF decide hoje sobre prisão preventiva de Aécio Neves

Primeira Turma da Corte também vai analisar pedido do senador para reverter afastamento do mandato. Voto do ministro Luiz Fux deve ser decisivo

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decide nesta terça-feira se o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) deve ser preso preventivamente. Composto pelos ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Marco Aurélio Mello, relator do inquérito que investiga o tucano no STF, o colegiado analisará o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a partir das delações premiadas de executivos da JBS. Os ministros também vão decidir sobre um recurso da defesa de Aécio que pede a derrubada da decisão que o afastou do mandato no Senado.

Se a maioria dos ministros da Primeira Turma do Supremo entender que o tucano deve ser preso, o artigo 53 da Constituição prevê que a decisão final caberá ao plenário do Senado, que terá 24 horas para deliberar se aceita ou não que Aécio Neves vá para a cadeia.


Revista Veja segunda, 19 de junho de 2017

TOUREIRO ESPANHOL IVÁN FANDIÑO MORRE COM CHIFRADA

Toureiro espanhol Iván Fandiño morre com chifrada

O toureiro, de 36 anos, foi atingido pelo chifre do touro no pulmão após tropeçar em sua capa e cair no chão

O toureiro espanhol Iván Fandiño morreu neste sábado em um hospital de Mont-de-Marsan, no sudoeste da França, depois de ser chifrado em uma tourada em Aire-sur-l’Adour. O toureiro, de 36 anos, foi atingido pelo chifre do touro no pulmão após tropeçar em sua capa e cair no chão. Atendido no centro cirúrgico da arena de Aire-sur-l’Adour, sofreu duas paradas cardíacas na ambulância e chegou já sem vida ao hospital.

 

 
 

O toureiro espanhol Iván Fandiño é atingido na arena (Iroz Gaizka/AFP)

A última morte de um toureiro em arena remontava a 9 de julho de 2016, com o óbito do espanhol Victor Barrio, 29 anos, em Teruel, Espanha. No mês anterior, em 2 de junho, o excêntrico mexicano El Pana faleceu em um hospital de Guadalajara, México, como consequência de um ferimento sofrido em 1º de maio, em uma tourada em Ciudad Lerno.

Os casos precedentes de morte na arena remontavam aos anos 1980. Em 1985, faleceu o jovem prodígio José Cubero “El Yiyo”, de 21 anos, após ser chifrado em Colmenar Viejo, na região de Madri, um ano após o óbito de uma grande estrela das touradas, Francisco Rivera “Paquirri”, atingido em Pozoblanco, na Andaluzia.

A Espanha realiza anualmente cerca de 1.800 touradas, com um público de seis milhões de pessoas, mas a prática é cada vez mais rejeitada, especialmente por movimentos de defesa dos animais. Em 2012, o governo nacionalista catalão proibiu as touradas no nordeste do país, mas a medida foi anulada em outubro passado pelo Tribunal Constitucional.

(Com agência France-Presse)


Revista Veja segunda, 19 de junho de 2017

ANITTA CANTOU SÓ QUATRO MÚSICAS E SUMIU DA PARADA LGBT

Anitta cantou só quatro músicas e sumiu da Parada LGBT

Cantora deixou público do evento frustrado. Ela justificou que houve um equívoco na divulgação da apresentação

Quem ainda está na Avenida Paulista esperando pelo show da Anitta na 21ª edição da Parada do orgulho LGBT, pode ir para casa. A pop star fez um show de apenas 15 minutos em cima de um trio elétrico. Apresentou os sucessos Bang, Sim ou Não, Essa Mina É Louca e Paradinha, seu último single, cantado em espanhol e que mira impulsionar sua carreira internacional. Uma hora depois da palinha, ainda tinha gente perguntando a que horas o show iria começar. No Twitter, a cantora justificou a apresentação tão rápida quanto um raio dizendo que houve um equívoco na divulgação da sua performance. “Dei um jeito de dar uma palinha. Não haveria show, como vem sendo divulgado desde o início”, esclareceu. É claro q dei meu jeitinho de dar uma palhinha cantando um pouco mas infelizmente não será meu show como vem sendo divulgado desde o início.

A 21ª edição do evento tem como tema “Independente de nossas crenças, nenhuma religião é Lei! Todas e todos por um Estado Laico”. Pelo segundo ano como evento oficial do calendário da capital paulista, a parada organizada pela Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo (APOGLBT SP) teve concentração a partir das 10 horas, em frente ao Museu de Arte de São Paulo, o MASP, na Avenida Paulista.

Dezenove trios elétricos passam pelo evento, partindo da Avenida Paulista e seguindo pela rua da Consolação. Um show de encerramento está marcado para as 19 horas, depois do fim da marcha, no Vale do Anhangabaú, centro da cidade.


Revista Veja sábado, 17 de junho de 2017

ELIZIA CLIVIA, EX-CAVALEIROS DO FORRÓ, MORRE EM ACIDENTE DE CARRO

Elizia Clivia, ex-Cavaleiros do Forró, morre em acidente de carro

A cantora de forró estava com sua equipe em um carro quando ele colidiu com um ônibus no centro de Aracaju

A cantora Eliza Clivia, ex-vocalista do grupo Cavaleiros do Forró, morreu no início da tarde desta sexta-feira em um acidente de carro, em Aracaju (SE). De acordo com a Central de Regulação as Urgências (CRU) da cidade, havia cinco pessoas no carro quando ele colidiu com um ônibus no centro da capital: a cantora, o namorado, Sergio Ramos, que também faleceu no local, e três integrantes de sua equipe que, feridos, foram levados ao Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho.

 

Eliza nasceu em Livramento, Paraíba, e participou da banda Laços de Amor antes de entrar para a Cavaleiros do Forró, em 2003. Ficou no grupo por dez anos e, em 2013, passou a fazer parte da banda Forró Cavalo de Aço, onde permaneceu por cinco anos. Em março de 2017, anunciou que deixaria o grupo e daria início à carreira solo.

Eliza estava na cidade para fazer um show. Nesta sexta, antes do acidente, ela chegou a atualizar seu perfil no Instagram com uma foto em que aparece em uma emissora de TV para dar uma entrevista.

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Revista Veja sexta, 16 de junho de 2017

TREZE CELEBRIDADES QUE SURPREENDERAM AO SAIR DO ARMÁRIO

Treze celebridades que surpreenderam ao sair do armário

Fernanda Gentil, Daniela Mercury e Kristen Stewart são alguns casos recentes de personalidades que revelaram romances com pessoas do mesmo sexo

A lista de personalidades que assumiram relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo só faz crescer, e já inclui até um personagem de animação da Disney — LeFou, de A Bela e a Fera. No Brasil, foi o caso da cantora Ana Carolina e da atriz Letícia Lima que, depois de muito boato, confirmaram os rumores com direito a beijos e declarações de amor em público. Outra história digna de nota é a da jornalista Fernanda Gentil, apresentadora do Esporte Espetacular, que, seis meses após o fim do casamento com o empresário Matheus Braga, assumiu namoro com uma colega de profissão. O caso, aliás, lembra o de Elizabeth Gilbert, autora do livro Comer, Rezar e Amar, que deixou o marido para ficar com a melhor amiga com câncer, ou Daniela Mercury, que em 2013, um ano após o divórcio com o publicitário Marco Scaiba, oficializou o namoro com Malu Verçosa.

 

 Ana Carolina e Letícia Lima

Ana Carolina e Letícia Lima estão juntas há mais de um ano (Reprodução/Instagram)

Em fevereiro de 2017, depois de muita especulação, a atriz Letícia Lima abriu o jogo sobre o relacionamento com a cantora Ana Carolina. “Estou bem feliz. É meu primeiro relacionamento com mulher”, disse à revista VIP. “Para mim, é tão normal, tão natural que não tem o que falar sobre isso. Me senti atraída e só não hesitei, não fiz nada, deixei acontecer. Não teve uma grande questão. Foi a primeira vez que me senti atraída por uma mulher.” Nesta quarta, dia do seu aniversário, a atriz ganhou uma gigantesca declaração de amor da mulher no Instagram. “Minha flautinha doce!”, escreveu Ana Carolina.

 Erick Krominski

Erick Krominski e o namorado, Pablo Soares (Reprodução/Instagram)

O ator e ex-repórter do CQC Erick Krominski revelou no Instagram que é gay e que tem um namorado. O surpreendente da história foi a enxurrada de apoio que ele recebeu nas redes sociais, território sempre minado de haters. Em depoimento a VEJA, Krominski defendeu o direito à transparência. “A ideia de ‘assumir’ alguma coisa dá a impressão de que você cometeu algum erro. É a primeira vez que tenho um relacionamento tão sério, e não faz o menor sentido tratar um relacionamento assim em segredo. Nenhuma relação de amor merece ser ocultada como se fosse uma conta secreta de Eduardo Cunha na Suíça”, disse.

 Fernanda Gentil

Fernanda Gentil posta foto ao lado da namorada

Fernanda Gentil posta foto ao lado da namorada Priscila Montandon (@gentilfernanda/Instagram)

Fernanda Gentil confirmou o fim de seu casamento de cinco anos com o empresário Matheus Braga em abril de 2016. A relação terminou envolta em rumores de traição. Mas a apresentadora do Esporte Espetacular não ficou solteira muito tempo. Em setembro, ela assumiu ao jornal O Globo o namoro com a colega de profissão Priscila Montandon. “Estou só exercendo meu direito de ser muito, muito feliz”, disse. Segundo o jornal, as duas estão juntas desde junho.

 Elizabeth Gilbert

A escritora Elizabeth Gilbert e a namorada Rayya Elias

A escritora Elizabeth Gilbert e a namorada Rayya Elias (Reprodução/)

A autora de Comer, Rezar e Amar anunciou o fim de seu casamento com o brasileiro José Nunes em julho de 2016. Dois meses depois, ela confirmou que o término estava ligado a um novo romance. Elizabeth se apaixonou por sua melhor amiga, Rayya Elias. A revelação foi feita porque Rayya tem câncer no pâncreas e fígado, sem esperança de cura. Ambas não queriam viver os últimos meses juntas envoltas em segredos e mentiras. Em junho de 2017, as duas oficializaram a união, apesar das dificuldades impostas pela doença. “Sabemos que dias mais duros estão por vir”, escreveu Elizabeth Gilbert no Facebook.

 Daniela Mercury

Daniela Mercury postou foto na qual assume relação com a jornalista Malu Verçosa

Daniela Mercury postou foto na qual assume relação com a jornalista Malu Verçosa (Reprodução/VEJA/VEJA/VEJA)

Em abril de 2013, Daniela Mercury publicou uma foto em seu perfil no Instagram beijando sua nova parceira, a jornalista Malu Verçosa. “Malu agora é minha esposa, minha família, minha inspiração pra cantar”, escreveu Daniela na legenda da foto, que mostrava ainda as duas usando um par de alianças douradas na mão esquerda. Daniela terminou em 2012 o casamento de três anos com o publicitário Marco Scaiba.

 Raven-Symonè

Atriz Raven-Symonè de 'As Visões de Raven'

Atriz Raven-Symonè de ‘As Visões de Raven’ (Divulgação/VEJA)

A atriz Raven-Symonè, estrela do seriado da Disney As Visões de Raven, assumiu a sua homossexualidade pelo Twitter em 2013. Em uma postagem que fazia referência à queda da lei que restringia o casamento gay nos Estados Unidos, Raven comemorou. “Finalmente, eu posso me casar! Valeu, governo! Estou muito orgulhosa”, escreveu a atriz, que por anos desconversou quando o assunto era sua orientação sexual. Na época ela namorava a modelo AzMarie. Relação que chegou ao fim em 2015.

 Kristen Stewart

Kristen Stewart e Alicia Cargile na 69ª edição do Festival de Cannes, em maio de 2016

Kristen Stewart e Alicia Cargile na 69ª edição do Festival de Cannes, em maio de 2016 (Marc Piasecki/GC Images)

Após rumores e fotos bastante conclusivas, Kristen Stewart falou pela primeira vez, em julho de 2016, sobre o romance com Alicia Cargile. “Neste momento, estou realmente apaixonada pela minha namorada”, disse a atriz de Crepúsculo. “Nós voltamos e terminamos algumas vezes no passado e agora, finalmente, posso acreditar nesse sentimento de novo.” O casal já era fotografado junto há mais de um ano. Em junho de 2015, Jules Stewart, mãe da atriz, entregou o relacionamento em entrevista ao tabloide britânico Mirror, dizendo ter dado a sua “bênção” ao relacionamento.

 Jim Parsons

Jim Parsons e o namorado Todd Spiewak

Jim Parsons e o namorado Todd Spiewak (Jason LaVeris/FilmMagic/)

Em maio de 2012, o ator Jim Parsons, de The Big Bang Theory, foi tema de um perfil do jornal New York Times. Apesar da fama do personagem nerd, que ele já interpretava desde 2007, Parsons nunca tinha falado abertamente sobre sua sexualidade. O ator está junto com o diretor de arte Todd Spiewak desde 2002.

Ian Mckellen

O ator inglês Sir Ian McKellen

O ator inglês Sir Ian McKellen (VCG/VCG/)

Sir Ian McKellen, 77 anos, cresceu em uma época em que assumir a homossexualidade era um peso muito mais difícil de carregar do que atualmente. Tanto que o ator inglês, conhecido por papéis como Gandalf, de O Senhor dos Anéis, e Magneto, em X-Men, só saiu do armário em 1988, aos 49 anos. Sua mãe morreu antes e ele só teve a chance de falar sobre o assunto com a avó e tias — elas, aliás, disseram que sempre souberam. Na época, McKellen já tinha um enorme currículo na TV e cinema britânico. Mas ele garante que se tornou um melhor ator após assumir sua sexualidade.

 Zachary Quinto

O ator Zachary Quinto /Getty Images)

O ator Zachary Quinto (Getty Images) (Donna Ward/)

O ator Zachary Quinto, ficou conhecido com a série Heroes e também por seu papel como Spock, na nova fase da franquia Star Trek. Por muito tempo ele desconversou sobre sua sexualidade, até que assumiu publicamente ser gay em entrevista à revista New York. Na época ele interpretava um homem homossexual diagnosticado com aids no teatro. O papel o fez ter coragem para falar sobre sua orientação sexual.

 Marco Nanini

O ator Marco Nanini em cena de 'A Grande Família'

O ator Marco Nanini em cena de ‘A Grande Família’ (Alex Carvalho/TV Globo/VEJA)

Em 2011, o ator falou em entrevista à revista Bravo que morava sozinho no Rio de Janeiro. Em seguida, emendou a frase: “Às vezes, pintam umas namoradas, uns namorados… namoradas, não. Namorados… mas, se não pintam, sem problemas. Já vivi o que necessitava viver nessa seara”. Quatro anos depois, ele voltou a falar abertamente sobre sexualidade com o jornal Folha de S. Paulo. “Eu nunca estive no armário. Mas me senti pressionado por mim mesmo, vendo os casos de agressão, a me posicionar.”

 Ricky Martin

'Música + Alma + Sexo' : nova turnê de Ricky Martin começa nesta sexta em Porto Rico

Ricky Martin na turnê ‘Música + Alma + Sexo’ (Carlos Alvarez/Getty Images/VEJA)

O cantor porto-riquenho Ricky Martin estourou nos anos 1990, com hits como Maria, La Copa de la Vida e Livin’ la Vida Loca. Apesar dos muitos rumores sobre sua sexualidade, Martin sempre negou ser gay. A verdade só veio em 2010, quando ele assumiu em um comunicado oficial que, sim, ele é homossexual. O incentivo para sair do armário veio com o processo de escrever suas memórias e também a criação dos filhos, nascidos de uma barriga de aluguel, em 2008.

 LeFou

Josh Gad e Luke Evans como LeFou e Gaston: platonismo e inocência (Reprodução/Divulgação)

Todo mundo sempre desconfiou, e o novo filme não entrega tanto assim, mas o diretor do live-action (versão de carne e osso) de A Bela e a Fera, Bill Condon, assegurou: o desajeitado LeFou é gay e tem uma quedinha (para não dizer paixão arrebatadora) pelo chefe, o inescrupuloso aristocrata Gaston, agora vivido por Luke Evans. Gaston, infelizmente, só tem olhos para Bella (Emma Watson), por quem comete atrocidades.


Revista Veja sexta, 16 de junho de 2017

A BARCA FURADA DE TEMER, AÉCIO E LULA CONTRA A LAVA-JATO

A barca furada de Temer, Aécio e Lula contra a Lava-Jato

Com seus líderes na mira, PMDB, PSDB e PT selam um pacto de sobrevivência. O sonho impossível: frear a mais bem-sucedida operação de combate à corrupção

A Operação Lava-Jato descobriu que a Petrobras era hospedeira de um monumental esquema de corrupção montado no governo do ex-presidente Lula. O dinheiro roubado financiou campanhas eleitorais, abasteceu contas secretas no exterior e bancou pequenos e grandes luxos de mais de uma centena de políticos. O avanço das investigações mostrou que a simbiose entre política e corrupção não se limitava à estatal, envolvia outros grandes grupos empresariais e atraiu praticamente todos os partidos. As entranhas do poder enlameado estão sendo espetacularmente expostas — numa sucessão de assustadoras novidades. Com seus líderes na mira, PMDB, PT e PSDB selaram um pacto surdo de sobrevivência. O PMDB quer levar o presidente Michel Temer ao fim de seu mandato e frear as investigações. O PSDB sonha em voltar ao poder no ano que vem e, de quebra, salvar o mandato de Aécio Neves. O PT, praticamente dizimado, pretende salvar Lula da cadeia e, por meio dele, reerguer o partido. As três grandes forças políticas do Brasil estão, portanto, numa mesma canoa furada. Têm um sonho impossível: impedir que a Lava-Jato se consolide como a mais bem-sucedida operação de combate à corrupção da história do país.

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Revista Veja quinta, 15 de junho de 2017

FACHIN NEGA PEDIDO DE LULA PARA SUSPENDER PROCESSO SOBRE TRÍPLEX

 

Fachin nega pedido de Lula para suspender processo sobre tríplex

Defesa do petista pedia a suspensão até que tivesse acesso a informações sobre acordos de delação premiada de executivos da empreiteira OAS

O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, negou nesta quarta-feira um pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender o processo que trata da posse do tríplex no Guarujá. Os advogados do petista alegavam na reclamação ao STF que a ação penal deveria ser suspensa até que a defesa tivesse acesso a informações sobre os acordos de delação premiada negociados por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e Agenor Franklin Medeiros, ex-diretor da empreiteira, com o Ministério Público Federal.

A decisão de Fachin é liminar, ou seja, ele apenas observou se haveria ilegalidades evidentes que levassem à suspensão do processo na primeira instância, onde a ação corre sob responsabilidade do juiz federal Sergio Moro. O ministro ainda não decidiu sobre o mérito do pedido de Lula, ou seja, o acesso às delações.

Embora os advogados alegassem que uma súmula do STF lhes permitiria acesso às provas já documentadas no processo, incluindo delações premiadas, o relator da Lava Jato na Corte entende que ainda não há elementos que assegurem que os acordos foram firmados entre os ex-executivos da OAS e os investigadores.

Edson Fachin ponderou que, ao encaminhar o processo às alegações finais, última oportunidade para acusação e defesa se manifestarem nos autos do processo, Moro pediu ao MPF que informe, caso não haja sigilo, se acordos de colaboração foram fechados com Pinheiro e Medeiros.

A fase de alegações finais da ação penal que trata do tríplex do Guarujá vai até o dia 20 de junho, terça-feira da semana que vem. Em sua última manifestação, a força-tarefa da Lava Jato pediu a condenação do ex-presidente pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, prisão em regime fechado e o pagamento de 87 milhões de reais, correspondentes ao valor das propinas que teriam sido pagas nos contratos da OAS com a Petrobras.

Neste processo, o ex-presidente Lula é acusado de receber 3,7 milhões de reais em vantagens indevidas da empreiteira, incluindo a reforma e a reserva do tríplex no edifício Solaris e a manutenção do acervo presidencial acumulado por ele durante seus dois mandatos na presidência da República, entre o início de 2003 e o fim de 2010.

O petista depôs a Sergio Moro no dia 10 de maio e negou as acusações do Ministério Público Federal. Para a defesa de Lula, a Lava Jato ignora provas e usa teorias ilegais contra ele. Segundo seus defensores, as alegações do MPF na ação penal do caso tríplex mostram que os procuradores insistem em teses inconstitucionais e ilegais e incompatíveis com a realidade.

Além do caso que apura a posse do tríplex no Guarujá e o armazenamento do acervo presidencial de Lula, o ex-presidente figura no banco dos réus e será julgado em quatro ações penais.

Em outro processo sob a responsabilidade de Sergio Moro na Justiça Federal do Paraná, ele é acusado pelo MPF dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propinas de 13 milhões de reais da Odebrecht. Os outros três processos contra Lula correm na Justiça Federal do Distrito Federal, sob a caneta dos juízes Vallisney Oliveira e Ricardo Leite.

A força-tarefa da Lava Jato também denunciou o petista nas investigações sobre a posse do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), e as reformas na propriedade feitas pela Odebrecht e a OAS. Moro ainda não decidiu se aceita a denúncia dos procuradores, que pode colocar o ex-presidente pela sexta vez no banco dos réus.


Revista Veja terça, 13 de junho de 2017

ALCYMAR MONTEIRO PARA MARÍLIA MENDONÇA: VOCÊ CANTA PARA CACHACEIRO

Alcymar Monteiro a Marília Mendonça: ‘Você canta para cachaceiro’

Em áudio vazado, forrozeiro critica cantora após ela dizer que ‘vai ter sertanejo no São João, sim’, em resposta a Elba Ramalho

A briga entre sertanejos e forrozeiros ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira, com o vazamento de um áudio em que o cantor de forró Alcymar Monteiro ataca Marília Mendonça. A cantora declarou no fim de semana que “vai ter sertanejo no São João, sim”, em resposta a uma crítica de Elba Ramalho sobre a invasão dos sertanejos em redutos tradicionais do forró, como Campina Grande e Caruaru.

No áudio, postado em um grupo fechado a cantores de forró no Whatsapp e depois vazado na internet, Monteiro diz que a música que Marília canta é para “cachaceiros”. Procurado por VEJA, Júnior Monteiro, empresário e filho do cantor, confirmou que o áudio realmente foi gravado por seu pai, mas afirmou que ele se destinava somente aos músicos do grupo no Whatsapp e que o forrozeiro “não tem nada contra Marília”.

“Essa senhora não tem autoridade para falar nada. Como é que ela vem falar que aqui é lugar de sertanejo? Isso é um ‘breganejo’ horroroso para cachaceiro, para quem não tem identidade. Quem tá falando é Alcymar Monteiro”, diz o cantor no áudio. “Dona Marília Mendonça, você é lá de Goiás. Vá cantar lá no seu Goiás. Não vem encher o saco da gente aqui, não, entendeu? (…) Você vem lá de Goiás invadir nossa praia. Agora vê se a gente canta lá no teu Goiás. Vocês não deixam!”

“Eu vou baixar o nível, viu?! Não venha aqui no nosso terreiro querer cantar de galo, não, viu? Aqui quem canta de galo é galo, galinha aqui não canta. Entendeu bem? Tá certo?”, continua Monteiro. “Sua música é horrorosa! Você não está com nada, entendeu? Você canta para cachaceiro. Eu canto para família, para as crianças, para os velhos, eu sou descendente de Luiz Gonzaga. Nos respeite, entendeu? Não fale mal de Elba Ramalho, que você não tem autoridade para isso, entendeu? Deixa a gente em paz, vão se danar.”

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Revista Veja terça, 13 de junho de 2017

LEWANDOWSKI SERÁ RELATOR DO PEDIDO PARA ANULAR JULGAMENTO DO TSE

 

Lewandowski será relator de pedido para anular julgamento do TSE

Reclamação foi proposta pela Rede Sustentabilidade. Corte eleitoral excluiu delações premiadas entre provas e absolveu chapa Dilma-Temer

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sorteado o relator do pedido de nulidade do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que absolveu a chapa Dilma-Temer na última sexta-feira. Não há prazo para a ação ser apreciada no plenário da Corte.

A Rede Sustentabilidade pediu nesta segunda-feira ao STF a concessão urgente de liminar e a realização de um novo julgamento que leve em consideração as provas apresentadas pelos delatores da Odebrecht. O partido pede também que o processo do TSE seja suspenso até que a reclamação seja julgada pelo plenário da Corte.  

Na petição, a Rede critica o resultado do julgamento, por quatro votos a três, e nega que a apreciação dos depoimentos dos executivos da empreiteira representaria uma ampliação indevida do objeto demandado na fase instrutória do processo, como considerou a maioria dos ministros do TSE.

“Cumpre destacar, ainda, que a decisão reclamada teve por efeito deixar de considerar uma série de provas que apontavam para graves irregularidades e ilícitos eleitorais, representativos de graves práticas de abuso de poder econômico e político, cujo imperioso enfrentamento é dever da Justiça Eleitoral e dos partidos políticos”, diz trecho da reclamação.

Um dos principais articuladores da oposição na Câmara, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) explicou que a ação protocolada no STF por seu partido se baseia numa decisão da Corte na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 1.082, que prevê a inclusão de provas ao longo do processo.

Na Câmara, o deputado afirmou que o desprezo de provas apresentadas por delatores da Odebrecht causou perplexidade na sociedade e que, como TSE está subordinado ao STF, a mais alta instância do Judiciário pode mudar o caso. “Para quem achava que o jogo no TSE acabou, que é página virada, não acabou”, declarou

Molon também disse que a oposição não aceitará um rito acelerado para analisar a possível denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar contra Temer. Enquanto os governistas falam em 10 dias para “barrar” a denúncia, o deputado disse que não é possível pular ritos, que poderiam levar até dois meses para serem concluídos. “Nem queremos que os pedidos sejam engavetados e nem colocados em via expressa em direção ao túmulo”, afirmou.

A oposição começará a coletar nesta tarde as assinaturas para criação da CPI da Agência Brasileira de Investigação (Abin), que terá como objetivo apurar se o órgão investigou clandestinamente o ministro do STF Edson Fachin, conforme VEJA revelou. O deputado disse contar com assinaturas até de parlamentares da base aliada e que haverá outra frente no Senado, liderada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para instalação de eventual CPMI.

(com Estadão Conteúdo)

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Revista Veja segunda, 12 de junho de 2017

VÍDEO: MULHER FICA NUA NO MURO DAS LAMENTAÇÕES E É PRESA

Vídeo: mulher fica nua no Muro das Lamentações e é presa

Em cenas gravadas por celular, era possível ver a jovem andando calmamente; vídeo foi removido horas depois

Uma jovem de 23 anos tirou a roupa diante do Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado do judaísmo, em Jerusalém.

Ela saiu andando calmamente da seção dedicada às mulheres e foi até o lugar reservado para os homens rezarem.

 

Em um vídeo gravado pelo celular era possível ver outra mulher tentando vesti-la à força com chales e panos. A jovem, então, corre e se aproxima de um grupo escolar, quando é detida por dois homens que trabalham com a segurança do local.

Testemunhas ouviram gritos e pessoas chorando. Identificada como israelense, ela será submetida a exame psicológico. Seus pais afirmaram que ela sofre de problemas mentais.


Revista Veja domingo, 11 de junho de 2017

DUPLA É PRESA POR TATUAR LADRÃO E VACILÃO EM TESTA DE JOVEM

Dupla é presa por tatuar ‘ladrão e vacilão’ em testa de jovem

Ronildo Moreira de Araújo e Maycon Wesley Carvalho dos Reis foram presos sob a acusação de tortura

Na última sexta-feira, um vídeo tornou-se um viral: dois homens provocam um garoto e perguntam que tatuagem ele quer fazer. O menino responde “ladrão”, sem oferecer muita resistência. A foto que acompanha a filmagem revela a frase “eu sou ladrão e vacilão” escrita na testa do jovem de 17 anos. O castigo foi dado porque o rapaz teria tentado roubar uma bicicleta.

O caso aconteceu em São Bernardo do Campo e levou os dois homens à prisão. O tatuador Ronildo Moreira de Araújo, de 29 anos, e seu vizinho Maycon Wesley Carvalho dos Reis, de 27, foram presos em flagrante na noite da sexta-feira e continuam detidos no 3º Distrito Policial de São Bernardo do Campo até a noite deste sábado. 

A prisão aconteceu porque os familiares do menor de idade receberam o vídeo e denunciaram a ação para a polícia. O jovem já estava desaparecido e ainda não foi encontrado depois que foi solto pelos dois homens.

As informações foram confirmadas pela delegacia, mas os funcionários não quiseram dar mais detalhes sobre o caso. O delegado Wagner Milhardo vai se pronunciar sobre na próxima segunda-feira.

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Revista Veja sábado, 10 de junho de 2017

TSE DESCARTA DELAÇÕES E ABSOLVE PRESIDENTE MICHEL TEMER

TSE descarta delações e absolve presidente Michel Temer

Em votação apertada por 4 votos a 3, TSE decide livrar presidente da cassação e Dilma da inelegibilidade

No julgamento mais importante de sua história, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu ignorar as provas colhidas nas delações dos executivos da Odebrecht, as mais contundentes do processo, e livrar o presidente Michel Temer da cassação do mandato e a ex-presidente Dilma Rousseff da inelegibilidade. Por quatro votos a três, a corte absolveu os ex-parceiros de chapa da acusação por abuso de poder político e econômico praticado durante a eleição de 2014. Reaberto na última terça-feira, o julgamento se arrastou por mais de 27 horas, chegando ao fim na noite desta sexta-feira.

Último a se pronunciar, o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, deu o voto decisivo pela absolvição sob o argumento de que era preciso manter a “estabilidade política” do país, apesar das “deploráveis” revelações colhidas no processo. Ele afirmou que a soberania popular deveria se sobrepor à decisão dos ministros e que a corte não era local adequado para resolver crise política. “Não se substitui um presidente da República a toda hora, ainda que se queira. Cassação deve ocorrer de forma inequívoca”. Ele também lembrou que, desde a redemocratização, apenas dois presidentes eleitos terminaram definitivamente os seus mandatos — Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

Já conhecido desde o início do julgamento, o voto de Gilmar Mendes foi um contraponto ao do ministro Herman Benjamin, relator do caso, que levou mais de 10 horas para expor os seus argumentos a favor da cassação de Temer. Para ele, havia provas “oceânicas, vastíssimas e incontestes” das fraudes eleitorais cometida em 2014. Na conclusão de seu pronunciamento, o ministro criticou os colegas de toga que se posicionaram contra a inclusão das delações nos autos. “Recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão”, sentenciou. 

Acolheram o voto de Benjamin os ministros Luiz Fux e Rosa Weber. Acompanharam Gilmar os ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga, Tarcísio Vieira de Carvalho — estes dois últimos indicados por Temer para as cadeiras reservadas à classe dos advogados. Encampada pelas defesas de Dilma e Temer, a tese que no fim saiu vencedora considerava que as delações da Odebrecht e dos marqueteiros do PT João Santana e Mônica Moura extrapolavam o objeto inicial da ação, que se originou de quatro pedidos feitos PSDB, o partido derrotado no pleito, entre outubro de 2014 e janeiro de 2015.


Revista Veja quarta, 07 de junho de 2017

TSE: GILMAR INTERROMPE RELATOR E DIZ QUE ARGUMENTO É FALACIOSO

TSE: Gilmar interrompe relator e diz que argumento é ‘falacioso’

Discussão ocorreu em debate sobre utilização ou não de delações premiadas da empreiteira Odebrecht e de marqueteiros no processo contra chapa Dilma-Temer

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Gilmar Mendes atua de forma intensa no processo que decide se a chapa Dilma-Temer cometeu ou não abuso de poder econômico nas eleições de 2014. Por três vezes nesta quarta-feira, Mendes interrompeu o relator, ministro Herman Benjamin, para reiterar seu ponto contrário à utilização das delações premiadas da empreiteira Odebrecht e dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura como autos do processo. Em dado momento, chegou a classificar o argumento do colega como “falacioso. 

 

Próximo ao presidente Michel Temer (PMDB), que pode perder o mandato em caso de condenação da chapa, o presidente do TSE defende que os magistrados deveriam deliberar apenas a respeito das questões levantadas na ação inicial proposta pelo PSDB após as eleições de 2014. Nas apostas de Flávio Caetano e Gustavo Bonini Guedes, defensores da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e de Temer, a retirada dos conteúdos das delações dos autos do processo tornaria grandes as chances de que ambos sejam inocentados da acusação.

Em suas colaborações com o Ministério Público Federal (MPF), tanto os executivos da Odebrecht quanto os marqueteiros declararam ter havido fartos repasses por meio de Caixa 2 e oriundos de esquemas de corrupção e vantagens indevidas para a coligação que elegeu Dilma e Michel Temer. A inclusão definitiva desses relatos aos autos do julgamento fortaleceria substancialmente a acusação do PSDB, de que a campanha Dilma-Temer abusou de poder econômico ao gastar mais do que se limitou e ao utilizar verbas oriundas de esquemas ilícitos

O ministro Herman Benjamin alega, citando Marco Aurélio Mello, magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF), que o juiz não pode ter “uma atitude passiva, inerte, porquanto imparcialidade não se confunde com indiferença. Abriu-se caminho para que possa suprir a deficiência da instrução”. Na visão do relator, existe, sim, a possibilidade de que o juízo convoque por iniciativa própria testemunhas que possam acrescentar ao tema investigado na ação.

Diante dessa colocação, Gilmar Mendes não perdeu a oportunidade de ironizar o argumento do colega, acusado de ser “falacioso”. “Vossa Excelência teria mais um desafio: deveria deixar o processo em aberto e trazer a delação da JBS e talvez, na semana que vem, do ministro Palocci. Para mostrar com o argumento de vossa excelência é falacioso”. O frigorífico liderado por Joesley Batista também falou ao MPF sobre pagamentos eleitorais ilícitos à campanha petista de 2014.

Depois de certa animosidade entre os dois ministros protagonizaram um momento de descontração no plenário do STF. Ao criticar pedidos da defesa para oitiva de algumas testemunhas, Benjamin enumerou “doleiros, motoqueiros, seguranças, etc. Esqueceu de mencionar os donos de inferninho. Para usar a expressão das testemunhas ouvidas a pedido das partes, os donos de cabaré”. Gilmar então indagou, brincando: “Vossa Excelência fez a inspeção [das testemunhas]?”. Também em tom amistoso, Benjamin replicou: “não fiz a inspeção e nem foi pedido, não usei de meus poderes de reunir provas ex oficio para tanto”.

 


Revista Veja segunda, 05 de junho de 2017

JUSTIÇA DETERMINA QUE GENTILI APAGUE VÍDEO SOBRE MARIA DO ROSÁRIO

Justiça determina que Gentili apague vídeo sobre Maria do Rosário

Humorista deve deletar clipe em que aparece rasgando e colocando dentro das calças uma notificação enviada pela deputada

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou que Danilo Gentili apague o vídeo em que aparece rasgando e colocando dentro das calças uma notificação extrajudicial enviada pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). A notificação pedia que o apresentador do SBT apagasse publicações em que falava da deputada e de sua filha, menor de idade.

A decisão é do desembargador Túlio Martins. Em nota publicada no site do TJ-RS, ele afirma que o vídeo tem natureza misógina e que a deputada foi agredida e humilhada. “Constata-se que, a princípio, o conteúdo apresentado naquilo que seria um vídeo humorístico em verdade não é notícia, nem informação, nem opinião, nem crítica, nem humor, mas apenas agressão absolutamente grosseira marcada por prepotência e comportamento chulo e inconsequente”, disse.


Revista Veja segunda, 05 de junho de 2017

PAÍSES ÁRABES CORTAM RELAÇÕES COM CATAR POR APOIO AO TERRORISMO

Países árabes cortam relações com Catar por apoio a terrorismo

Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Líbia e Iêmen acusam país de promover instabilidade na região

Seis países do mundo árabe – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos (EAU), Bahrein, Líbia e Iêmen – decidiram cortar todas as relações diplomáticas com o Catar. A decisão foi tomada durante a manhã desta segunda-feira (horário local), após acusações feitas pelos governos de que a monarquia do Catar estaria trabalhando para promover a instabilidade na região, além de financiar grupos terroristas.

As tensões entre os países árabes têm ganhado força nos últimos meses, com crescentes acusações por parte da Arábia Saudita de que o governo de Doha apoiaria a instabilidade na região, além de promover uma aproximação indesejada com o Irã, força antagonista aos sauditas na região. Na último dia 27, o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, parabenizou o presidente iraniano Hasan Rouhani pela sua reeleição, o que foi visto como uma afronta.

 

 

A monarquia da Arábia Saudita cortou relações, segundo comunicado em sua TV estatal, por causa “do apoio [do Catar] a diversos grupos sectários e terroristas focados em desestabilizar a região”. O ministro de relações exteriores do Egito acusou o pequeno país no golfo pérsico, que será sede da Copa do Mundo de 2022, de promover uma “aproximação antagônica”, onde “todos os esforços feitos para parar o apoio do Catar a grupos terroristas falharam”. O ministro das relações exteriores do Catar respondeu que as medidas são “injustificadas e baseadas em alegações que não têm base nos fatos”.

Apesar de ainda não estar claro como essas medidas serão tomadas, a Arábia Saudita já anunciou que soldados do Catar deverão ser imediatamente retirados das tropas que estão em batalha no Iêmen; além disso, todos os cidadãos do Catar nessas quatro nações devem deixar os países em, no máximo, duas semanas (assim como visitantes desses países que estão no Catar); e as missões diplomáticas nesses países devem ser fechadas em ambos os sentidos – as embaixadas do Catar em Abu Dhabi (EAU) e em Manama (Bahrein) devem encerrar suas atividades até quarta-feira.

Os Estados Unidos já afirmaram que a crise não influenciará as missões mantidas pelo país na região. “Não espero que isso tenha impacto significante, se é que terá impacto, na luta unificada luta contra o terrorismo, na região ou globalmente falando”, declarou o secretário de estado norte-americano, Rex Tillerson, durante visita a Sydney, na Austrália.

As quatro nações árabes também planejam cortar o acesso terrestre, feito apenas pela fronteira com a Arábia Saudita, e o tráfego marítimo e aéreo com o Catar.

(Com Estadão Conteúdo)

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Revista Veja domingo, 04 de junho de 2017

REAL MADRID GOLEIA A A JUVENTUS E VENCE A LIGA DOS CAMPEÕES

Real goleia Juventus e vence a Liga dos Campeões pela 12ª vez

Com dois gols de Cristiano Ronaldo e um de Casemiro, equipe espanhola fez 4 a 1 em Cardiff, e conquistou o segundo título consecutivo

O Real Madrid segue reinando absoluto na Europa. Em Cardiff, no País de Gales, o time espanhol superou a  Juventus por 4 x 1, e conquistou a Liga dos Campeões da Europa pela 12ª vez na tarde deste sábado. Com dois gols, o português Cristiano Ronaldo chegou a 600 na carreira, venceu o duelo pessoal contra o goleiro Gianluigi Buffon e, após seu quarto título no torneio, praticamente garantiu sua quinta Bola de Ouro. O brasileiro Casemiro marcou o segundo da partida e também coroou mais uma temporada espetacular. Já no fim, o jovem Marco Asensio fechou a goleada.  A Juventus, por sua vez, amargou mais uma traumática derrota, a quinta consecutiva em finais – campeão em 1985 e 1996, perdeu as decisões de 1997, 1998, 2003, 2015 e 2017. Só na partida deste sábado, o time tomou mais gols que em todo o restante do torneio – foram três gols sofridos nas outras 12 partidas.

O Millenium Stadium de Cardiff recebeu, sob forte esquema de segurança, um verdadeiro clássico mundial – visto por mais de 1 bilhão de pessoas em 200 países, segundo a Uefa. As torcidas, que invadiram a capital do País de Gales deram um show nas arquibancadas, na primeira final da história com estádio fechado. E, mais uma vez, os fãs do Real Madrid festejaram. Com o 12º título, o Real Madrid se tornou o primeiro clube a conquistar dois títulos consecutivos no atual formato da Liga dos Campeões, inaugurado na temporada 1992/1993. Os dois sob o comando de Zinedine Zidane, ídolo de Real e Juventus, que está há apenas 18 meses no cargo. Antes dele, o último treinador a conseguir o bicampeonato foi o italiano Arrigo Sacchi, campeão com o Milan em 1989 e 1990.

 
 

O técnico Zidane tinha de optar entre Isco e Gareth Bale e manteve o espanhol, que vive ótima fase, no time titular. Se recuperando de lesão, Bale, de volta à sua cidade natal, só entrou na segunda etapa. Na Juventus, o técnico Massimiliano Allegri manteve sua formação mais cautelosa, com o trio de zaga BBC em campo. No entanto, o time italiano começou no ataque, assustando em duas finalizações de Gonzalo Higuaín bem defendidas por Keylor Navas, antes dos cinco minutos. Aos seis, Sami Khedira chutou forte da entrada da área e novamente o goleiro costa-riquenho fez bela defesa.

O Real Madrid foi aos poucos conseguindo conter a pressão e o bom toque de bola da Juventus e chegou ao primeiro gol no talento de seu principal jogador. Esta foi a quinta final de Liga dos Campeões de Cristiano Ronaldo. Ele chegou às duas últimas, em 2014 e 2016, em condições físicas muito ruins, apesar de tê-las vencido. Desta vez, aos 32 anos, o português aceitou o planejamento feito pelo clube, foi poupado de algumas partidas da temporada, e disse ter chegado a Cardiff em plena forma.

E comprovou com um toque de classe aos 19 minutos. Cistiano Ronaldo recebeu de Toni Kroos e passou para Dani Carvajal na direita; o lateral, que mesmo se recuperando de problemas físicos foi escalado por Zidane, devolveu para o português, que bateu colocado. A bola ainda deu um leve desvio em Leonardo Bonucci antes de parar nas redes, longe do alcance de Gianluigi Buffon, aos 19 minutos. O time espanhol cresceu no jogo, mas a Juventus manteve a concentração e chegou logo ao empate, aos 26 minutos, em um gol ainda mais bonito. O brasileiro Alex Sandro cruzou da esquerda, Higuaín ganhou de cabeça e na sobra o croata Mario Mandzukic marcou em uma surpreendente meia-bicicleta.

Avassalador na segunda etapa

Crstiano Ronaldo recebeu de Toni Kroos e passou para Dani Carvajal na direita; o lateral espanhol, que mesmo se recuperando de problemas físicos foi escalado por Zidane, devolveu para o português, que bateu colocado. A bola ainda deu um leve desvio em Leonardo Bonucci antes de parar nas redes, longe do alcance de Buffon, aos 19 minutos. O time espanhol cresceu no jogo, mas a Juventus manteve a concentração e chegou logo ao empate, aos 26 minutos, em um gol ainda mais bonito. O brasileiro Alex Sandro cruzou da esquerda, Higuaín ajeitou e o croata Mario Mandzukic marcou em uma surpreendente meia-bicicleta.

O Real Madrid voltou para a segunda etapa muito mais incisivo. Com a Juventus acuada, o time espanhol chegou perto em chutes de Luka Modric e Isco, e marcou o segundo em mais um chute desviado. O volante brasileiro Casemiro, xodó de Zidane e Tite – e exaltado também pelos treinadores adversários – chutou de fora da área, a bola bateu em Khedira e entrou no canto direito de Buffon. Pouco antes do gol, Casemiro teve uma breve discussão com Daniel Alves, que não conseguiu repetir as boas atuações das semifinais – e perdeu, além da final, a Ferrari prometida pelo presidente da Juventus em caso de título.

Aos 19 anos, Cristiano Ronaldo finalizou de vez o duelo pessoal com Buffon ao completar mais uma bela jogada coletiva pela direita. O discreto e sempre eficiente Modric roubou a bola, tabelou com Carvajal e cruzou na primeira trave, onde Cristiano se antecipou a zaga e tocou sem chances para Buffon. A Juventus ainda tentou diminuir e chegou perto em uma cabeçada de Alex Sandro. O colombiano Juan Cuadrado, que entrou na segunda etapa, ainda prejudicou a equipe italiana ao ser expulso, de forma rigorosa, após se estranhar com Sergio Ramos. Já perto do fim, o jovem Marco Asensio completou uma belíssima jogada do brasileiro Marcelo e, com um chute cruzado de esquerda, selou a conquista do Real Madrid.

Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo e Casemiro comemoram o terceiro gol da decisão em Cardiff (Filippo MONTEFORTE/AFP)


Revista Veja sábado, 03 de junho de 2017

RONAN IA ENTREGAR LULA COMO MENTOR DO ASSASSINATO DE CELSO DANIEL

Valério: “Ronan ia entregar Lula como mentor do assassinato”

Preso, operador do mensalão diz que empresário ia denunciar o ex-presidente no caso Celso Daniel se não recebesse 6 milhões de reais

Em setembro de 2012, o publicitário Marcos Valério prestou depoimento ao Ministério Público Federal e revelou que  foi informado em 2004 pelo secretário-geral do PT, Silvio José Pereira, que o presidente Lula estava sendo chantageado. A conversa entre os dois ocorreu dois anos após o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. O publicitário disse que o empresário Ronan Maria Pinto exigia 6 milhões de reais para não divulgar informações relacionadas ao caso Santo André, envolvendo o presidente Lula, o ex-ministro José Dirceu e o então assessor particular Gilberto Carvalho.

 

 

Marcos Valério diz agora que quer  esclarecer todos detalhes da chantagem. Pelo menos foi o que ele garantiu à deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que colheu um longo depoimento do publicitário: “O Valério me disse que Ronan ia apontar  o ex-presidente Lula como mentor do assassinato do Celso Daniel”, disse a deputada. Segundo ela, Valério garantiu ter as provas da chantagem.

 

Valério: o publicitário decidiu revelar os segredos do Caso Santo André (Vara Federal de Curitiba/Reprodução)

A primeira conversa de Valério com a deputada foi no dia 11 de outubro. Ela foi ao presídio atender às reivindicações de presos portadores de necessidades especiais e encontrou o publicitário em uma das celas. No ano passado, Mara, que é filha de um empresário que foi extorquido pela quadrilha que atuava na Prefeitura de Santo André,  tinha entregado ao juiz Sérgio Moro um dossiê sobre o assassinato.  No dia 3 de abril, Mara enviou um ofício ao procurador de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, narrando as conversas com o publicitário e pedindo andamento às investigações do crime.

“Ele (Valério) deixou muito claro que o senhor Ronan Maria Pinto ia entregar o senhor Luiz Inácio Lula da Silva para a polícia como mentor do assassinato do prefeito Celso Daniel”, escreveu a deputada. Para ela, o depoimento de Valério pode ajudar a desvendar o crime.

 

Mara Gabrilli: duas conversas com Valério na cela

Deputada Mara Gabrilli: duas conversas com Valério na cela (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

Valério já vem negociando sua delação premiada com três promotores de Minas Gerais e dois procuradores da República. O publicitário disse que o ex-prefeito, pouco antes do assassinato, ia entregar um dossiê para a Polícia Federal e para o presidente Lula, envolvendo petistas com o crime organizado. Após o envio do ofício da deputada ao procurador de Justiça de São Paulo, dois promotores foram visitá-lo. O  publicitário quer depor  somente à Polícia Federal.

Perguntado sobre a acusação, Ronan, por intermédio de seu advogado, informou que jamais chantageou quem quer que seja.   A  assessoria do ex-presidente Lula não comentou.


Revista Veja sexta, 02 de junho de 2017

IRRITADO COM LINDBERGH, LULA AFIRMA: ESSE GAROTO NÃO TEM FUTURO

Irritado com Lindbergh, Lula afirma: ‘Esse garoto não tem futuro’

Militância chegou a ensaiar vaias ao ex-presidente

Lindbergh Farias ganhou espaço cativo na caixinha de mágoas de Lula desde que se recusou a abandoar a disputa pela presidência do PT.

Esses dias, o ex-presidente, que pediu a ele para desistir do plano e apoiar Gleisi Hoffmann, sentenciou a interlocutores: “Esse menino não tem futuro”.

Mas o pior estava por vir.

Ontem, Lindbergh saiu diminuído do Congresso Nacional do partido, em Brasília. Ele sequer estava convidado para se sentar à mesa das autoridades no evento. Só ocupou uma cadeira depois que sua militância, na platéia, gritou pelo nome dele.

Ao pegar o microfone, Lula não perdoou: declarou voto na mulher que ele transformou em favorita para comandar o partido e nem felicitou o adversário dela. “Quero dizer aqui que minha candidata a presidente do PT é a nossa líder e senadora Gleisi Hoffmann”.

A militância reagiu de novo e, ao fundo, esboçou uma vaia ao ex-presidente, rapidamente abafada pelos correligionários. Ao fim, vários petistas acompanharam Lula e Dilma Rousseff à sala VIP do local onde ocorreu o Congresso. Lindbergh tomou o caminho de casa, bem menor do que entrou.


Revista Veja quinta, 01 de junho de 2017

HAJA LICENÇA POÉTICA: PARTO DE NOVELA NÃO TEM CORDÃO NEM SANGUE

Haja licença poética: parto de novela não tem cordão nem sangue

Com Ritinha em ‘A Força do Querer’, Gloria Perez tinha a chance de se redimir do parto com shortinho de Morena em ‘Salve Jorge’. Mas não foi dessa vez

Na rua, um tiroteio derruba um colega de Jeiza (Paolla Oliveira), que cai no chão ensanguentado. Tensa, a policial se esgueira pelos carros parados na via, travada pela troca de tiros, até ouvir pancadas no vidro de um táxi amarelo, de Marilda (Dandara Mariana), a fiel escudeira de Ritinha (Isis Valverde), que, em trabalho de parto, sua a ponto de se desidratar sobre o banco traseiro do automóvel. A heroína Jeiza entra no carro e, apesar de reconhecer ali a ex-mulher do seu atual namorado, tchanam, saca um mágico par de luvas cirúrgicas do bolso e dá início ao serviço de parteira. Pode parecer absurdo, mas esse foi apenas o início de uma sequência que, embora seguindo os padrões hollywoodianos da Globo, foi toda ditada por licença poética. As cenas foram exibidas no capítulo desta terça-feira de A Força do Querer, a novela das 9 da emissora.

Da posição em que estava, diante das pernas abertas de Ritinha, Jeiza olhou para o bebê e cravou o diagnóstico. “Ele está invertido. Seu bebê não está na posição de nascer, tá bom?”, disse a policial, demonstrando possuir conhecimentos obstétricos preciosos. “Eu vou virar. Respira. Isso, agora faz força”, ditou Jeiza, que enfiava e tirava as mãos do pimpolho sem que as luvas se manchassem de sangue.
 

Jeiza (Paolla Oliveira) saca e coloca as luvas diante de uma suada Ritinha (Isis Valverde) (Reprodução/TV Globo)

 

Jeiza (Paolla Oliviera) acerta a posição do bebê para o parto (Reprodução/TV Globo)

Cirurgia concluída, a policial-lutadora-de-MMA-e-parteira entregou o filhote – um senhor bebê – à mãe, sem qualquer menção ao cordão umbilical. Depois, para fechar a sequência, Ritinha foi para casa, e não atrás de um médico ou de um hospital, como seria sensato, digamos.

 

Jeiza (Paolla Oliveira) com o bebê de Ritinha (Isis Valverde) nos braços e as luvas incrivelmente brancas

(Reprodução/TV Globo)

 

Ritinha (ísis Valverde) com seu pimpolho no colo. No canto direito, as luvas imaculadamente brancas da parteira Jeiza

(Paolla Oliveira) (Reprodução/TV Globo)

Gloria Perez tinha, com o parto de Ritinha, a chance de se redimir do erro que cometeu em Salve Jorge, quando a protagonista Morena (Nanda Costa) pariu sozinha em uma gruta em Instambul, sem nem mesmo tirar o shortinho que obstruía a passagem do bebê. E a novelista virou piada nas redes sociais. Não foi dessa vez, porém, que a dramaturga seguiu a cartilha da realidade. Gloria preferiu investir de novo na licença poética. E virou de novo piada nas redes.

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Revista Veja quinta, 01 de junho de 2017

MINISTÉRIO RETIRA MEDALHAS MILITARES DE JOSÉ GENOINO E COSTA NETO

Ministério retira medalhas militares de José Genoino e Costa Neto

Condenados no mensalão, ex-deputados federais haviam sido condecorados durante os governos do PT; pasta não informa motivo da cassação das honrarias

O Ministério da Defesa retirou a Medalha da Vitória dos ex-deputados federais José Genoino (PT) e Valdemar da Costa Neto (PR), que foram condenados no escândalo do mensalão. A retirada da condecoração foi assinada pelo ministro da pasta, Raul Jungmann. A portaria (reproduzida abaixo) não informa o motivo.

A Medalha da Vitória foi criada em 2004 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é concedida a militares das Forças Armadas, civis brasileiros e estrangeiros, militares estrangeiros, policiais, bombeiros e organizações militares que “tenham prestado serviços relevantes ou apoiado o Ministério da Defesa no cumprimento de suas missões constitucionais “.

(Reprodução/Reprodução)

Genoino, que militou em organizações clandestinas de esquerda durante a ditadura militar e participou da guerrilha do Araguaia, foi o primeiro guerrilheiro a receber a medalha militar, em abril de 2011, na gestão de Dilma Rousseff (PT), quando era assessor especial do Ministério da Defesa, na gestão de Nelson Jobim.

Já Costa Neto foi agraciado antes, em maio de 2005, no governo Lula, quando o ministro da Defesa era o vice-presidente José de Alencar. Tanto ele quanto Genoino tiveram suas penas no caso do mensalão perdoadas pela Justiça.

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Revista Veja quarta, 31 de maio de 2017

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL FECHA DELAÇÃO QUE PODE DERRUBAR LULA

MPF fecha delação que pode derrubar Lula

João Alberto Lovera trabalhou por 31 anos na Odebecht

O Ministério Público Federal acaba de fechar um acordo de leniência com João Alberto Lovera, ex-gerente administrativo e financeiro da Odebrecht.

Lovera diz que a empreiteira comprou um terreno para que fosse construída a nova sede do Instituto Lula. A ordem teria partido do presidente da empresa, Marcelo Odebrecht. 

 

 

Este acordo foi incluído só agora na leniência feita entre a Odebrecht e o Ministério Público Federal. Dessa forma, Lovera não faz parte dos 77 delatores que trabalharam na empresa. 

Lovera afirma que visitou o terreno em julho de 2011 acompanhado de Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e Paulo Okamotto.

A compra deste local teria acontecido com recursos do Setor de Operações Estruturadas, como era chamado o departamento responsável pela distribuição de propina da empreiteira. 

“… firmando o compromisso de dizer a verdade, passa a detalhar o que se segue: que no segundo semestre de 2010, teve conhecimento de que houve solicitação de Marcelo Odebrecht a Paulo Ricardo Baqueiro de Melo, para que adquirisse imóvel destinado à construção da futura sede do Instituto Lula”, diz trecho do termo de adesão de Lovera.

O depoimento prossegue: Lovera relata que em 2010 acompanhou Paulo Melo (executivo regional da Odebrecht Realizações Imobiliárias e Participações, conhecida como OR) num encontro com Roberto Teixeira, apontado como advogado do Instituto Lula. 

A Odebrecht, então, teria dado parecer contrário à compra do terreno devido a pendências judiciárias do local. “…. algum tempo depois, soube por Paulo Melo que o referido imóvel seria adquirido pela empresa DAG…”, disse ele ao MPF. Posteriormente, o local seria passado ao Instituto Lula.

“… em julho de 2011, juntamente com Paulo Melo, acompanhou uma visita ao terreno da qual participaram o ex-presidente Lula, bem como sua esposa, Marisa Letícia, Paulo Okamotto….”, disse o MPF.

“… algum tempo depois dessa visita, soube que o cliente desistiu da aquisição do terreno….”

“por conta disso, soube que a OR pesquisou uma série de outros imóveis para o Instituto Lula. Que, com relação ao imóvel da Rua Haberbeck Brandão, esse foi posteriormente adquirido pela OR….”


Revista Veja quarta, 31 de maio de 2017

PALOCCI PEDE PRISÃO DOMICILIAR PARA DELATAR LULA

Palocci pede prisão domiciliar para delatar Lula

Segundo o jornal 'Folha de S.Paulo', ex-ministro promete explicar conta-propina e dar detalhes sobre criação da Sete Brasil

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci negocia com a Procuradoria-Geral da República (PGR) um acordo de delação premiada em que promete focar seus depoimentos em banqueiros, empresários e no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em troca, pede para sua pena ser cumprida em um ano de prisão domiciliar. As informações são da edição desta quarta-feira do jornal Folha de S.Paulo.

 Para ter sua delação aceita, Palocci, preso desde setembro do ano passado por causa das investigações da Operação Lava Jato, decidiu revelar detalhes das negociações feitas pelo ex-presidente e um dos donos do BTG Pactual, André Esteves, e o ex-dono do Pão de Açúcar Abílio Diniz.

Segundo o jornal,  no caso de Esteves, o ex-ministro promete explicar supostas vendas de medidas provisórias no Congresso para bancos privados, nos quais, segundo Palocci, o banqueiro esteve envolvido. Sobre Abílio, o petista diz poder detalhar uma manobra para tentar mantê-lo no controle do Grupo Pão de Açúcar, em meio à disputa com a francesa Casino.

O petista deve confirmar também as informações sobre o ex-presidente Lula dadas por ex-executivos da Odebrecht, principalmente no diz respeito à conta-propina “Amigo”.

Outro episódio que envolve o ex-presidente e que Palocci pretende esclarecer é o suposto benefício financeiro obtido por Lula na criação da empresa Sete Brasil, em 2010.

A defesa de Lula afirmou ao jornal que a Lava Jato “não conseguiu apresentar qualquer prova sobre suas acusações contra o ex-presidente”. A assessoria de Abílio disse que o contrato entre a empresa de Palocci e o escritório de Bastos foi alvo de investigação e não apresentou irregularidades.  Diz ainda que, no período de vigência do contrato, Abílio não tinha função executiva na empresa. A assessoria do BTG Pactual não comentou.


Revista Veja terça, 30 de maio de 2017

NOTIFICADO PELA DEPUTADA MARIA DO ROSÁRIO, DANILO GENTILI RASGA DOCUMENTO

Notificado por deputada, Danilo Gentili rasga documento

Maria do Rosário (PT-RS) pedia que o apresentador excluísse de seu perfil no Twitter algumas mensagens em que ele a chama de ‘falsa’, ‘cínica’ e ‘nojenta’

Afeito a comprar brigas nas redes sociais, Danilo Gentili publicou um vídeo em sua página no Facebook em que aparece rasgando uma notificação extrajudicial enviado a ele pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). No clipe, ele rasga o documento e depois o esfrega em suas partes íntimas. Em seguida, ele o envia de volta à deputada. “Para a Maria do Rosário e para qualquer outro deputado de qualquer outro partido, eu pago o seu salário. Então eu decido se você cala ou não a boca, nunca o contrário”, diz o apresentador do SBT ao final do vídeo.

Procurada por VEJA, a assessoria de comunicação de Maria do Rosário afirma que a notificação pedia que Gentili excluísse de seu perfil no Twitter algumas mensagens em que o apresentador cita a deputada, chamando-a de “falsa”, “cínica” e “nojenta”. Após a repercussão do vídeo do humorista, Maria do Rosário afirmou em seu perfil no Twitter: “Sofri outro ataque daquele que se diz comediante. Comprova viés machista e autoritário. Criminoso vai responder à Justiça. E assim será”. A assessoria da deputada não soube informar quais medidas ela tomará contra Gentili.


Revista Veja terça, 30 de maio de 2017

LANÇADORES DE BOMBA DOS EUA SOBREVOARAM FRONTEIRA NORTE-COREANA

lançadores de bomba dos EUA sobrevoaram fronteira norte-coreana

A ação militar conjunta entre o exército americano e a Coreia do Sul foi uma resposta ao teste de mísseis realizado por Pyongyang na segunda

Aeronaves lançadoras de bombas dos Estados Unidos sobrevoaram o espaço aéreo próximo à fronteira da Coreia do Norte na segunda-feira, após o último lançamento-teste de mísseis realizado por Pyongyang. O exercício militar foi uma ação conjunta do exército americano e das forças da Coreia do Sul.

 

 

O governo norte-coreano classificou o exercício como uma “grave provocação militar” e acusou Washington de querer “desencadear uma guerra nuclear”. Segundo a agência estatal de Pyongyang KCNA, as aeronaves U.S. B-1B chegaram a se aproximar cerca de 80 quilômetros da cidade sul-coreana de Gangneung, perto da fronteira com a Coreia do Norte.

Uma fonte do governo sul-coreano confirmou para a agência local Yonhap que as duas aeronaves sobrevoaram a área mencionada, acompanhadas por caças F-15K em torno das 10h30 do horário local nesta terça-feira (22h de segunda em Brasília).

“Tais provocações militares dos imperialistas americanos são um chilique irresponsável que colocou a península coreana à beira da guerra”, denunciou a nota da KCNA, que também acusa Washington de querer eliminar o regime de Kim Jong-un com armas nucleares e chama de hipócrita as suas ofertas de diálogo. O texto conclui advertindo que uma guerra atômica na península “desencadearia um desastre que transformaria o território continental dos Estados Unidos em terra arrasada”.

A ação dos EUA foi uma resposta ao novo teste balístico realizado por Pyongyang nona segunda-feira, o décimo segundo neste ano e o terceiro em apenas três semanas. As insistentes ações militares da Coreia do Norte causaram um aumento da tensão na região e uma escalada verbal com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chegou a insinuar que estuda possíveis ataques preventivos.


Revista Veja terça, 30 de maio de 2017

LULA PEDE QUE ACUSAÇÃO DA JBS NÃO VÁ PARA SÉRGIO MORO

Lula pede que acusação de dono da JBS não vá para Sergio Moro

Defesa do ex-presidente pede que ministro Edson Fachin, do STF, reconsidere decisão, já que não há relação entre a delação de Joesley Batista e a Lava Jato

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu hoje ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que reveja sua decisão de enviar ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, as acusações feitas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, em delação ao Ministério Público Federal (MPF).

O recurso, chamado agravo regimental, pode ser avaliado pelo próprio Fachin ou enviado por ele à Segunda Turma, colegiado que reúne cinco ministros, entre eles o relator da Lava Jato. Lula, por não ser mais presidente, não tem foro privilegiado no STF, por isso, o caso foi remetido a Moro, responsável pela operação na primeira instância. O processo, no entanto, poderia ter ido para a Justiça Federal em Brasília ou São Paulo, segundo a defesa.

No recurso, os defensores de Lula dizem que Joesley fez apenas “duas referências genéricas ao nome de Lula em sua delação, sem qualquer base mínima que possa indicar a ocorrência dos fatos ou, ainda, a prática de qualquer ato ilícito”. De acordo com o advogado Cristiano Zanin Martins, “demonstra ainda que tais referências referem-se a situações ocorridas em Brasília ou em São Paulo, sem nenhuma relação com a Operação Lava Jato”.

Lula já é réu em três processos da Lava Jato em Curitiba, todos sob a alçada de Moro, a quem a defesa do petista acusa, reiteradas vezes, de parcialidade

No acordo de delação premiada, Joesley diz que o acesso do grupo JBS a aportes bilionários do BNDES foi comprado à custa de milionárias propinas que tinham Lula e a também ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como destinatários. O dinheiro sujo era pago, segundo o empresário, para garantir que nenhum pleito do grupo fosse atrapalhado por burocratas do governo. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega era o responsável por receber os pleitos e negociar a propina devida em cada operação.

Foi por ordem de Mantega que o empresário teria aberto no exterior duas contas para depositar a propina que, diz ele, era destinada a Lula e Dilma. “Os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES e do esquema-gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros (ligado à Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal). Esses saldos somavam, em 2014, cerca de 150 milhões de dólares”, afirmou Joesley na delação.

Defesa

A defesa de Lula alega que ele é inocente e que os trechos da delação divulgados pela imprensa já mostram que as afirmações não decorrem de qualquer contato do presidente com Joesley. Já a defesa de Dilma diz que a petista jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário ou de terceiros doações, pagamentos e ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014. Mantega também nega as acusações.

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Revista Veja segunda, 29 de maio de 2017

LÍDER CHAVISTA MORRE POR FALTA DE MEDICAMENTOS

Líder chavista morre por falta de medicamentos

Alberto Carias defendia os ganhos sociais do chavismo, mas culpava Maduro pela crise política. 

Alberto Carias, conhecido como “El Chino”,  era dos mais ferrenhos defensores do legado do ex-presidente Hugo Chávez e assessor político da Assembleia Nacional para Ciência e Tecnologia, mas sua especialidade eram os conflitos armados. Chino era também filósofo por formação e o líder do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA) na Venezuela, que coordena atividades de alguns dos principais grupos de paramilitares chavistas. Ele era procurado pela Justiça em 15 países. O chavista, de 60 anos, faleceu na noite de domingo, 28, após uma operação na vesícula. Segundo fontes ouvidas por VEJA, foi mais uma vítima da crise hospitalar – precisava de remédios que não conseguiu encontrar no país.

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Revista Veja segunda, 29 de maio de 2017

SECO FORÇADO: O LADO OBSCURO DA INDÚSTRIA PORNÔ NO JAPÃO

Sexo forçado: o lado obscuro da indústria pornô no Japão

Como a indústria do pornô japonesa, que fatura 4,4 bilhões de dólares por ano, alicia e obriga meninas a estrelar filmes eróticos

Ela tinha 23 anos e sonhava em ser uma estrela da música quando foi abordada por um homem em uma movimentada rua de Tóquio, com a oferta de trabalho como modelo. Ao aceitar, caiu na armadilha de uma rede de coerção que arrasta milhares de jovens do Japão a participar de filmes pornôs todos os anos. Aroma Kurumin, cujas cenas gravadas em 2013 ainda circulam na internet, apesar de seus esforços para tirar as imagens do ar, é uma das vítimas das produtoras de filmes eróticos. Trata-se de um fenômeno antigo, que só agora começou a ser revelado.

“Pensei que era a oportunidade para realizar o meu sonho”, conta a jovem. O pesadelo começou com uma entrevista e uma sessão de fotos sem roupa — na promessa de que só teria que posar assim uma vez — para uma famosa revista sensacionalista. A “agência de modelos”, então, a convidou para outra sessão de fotos e filmagens em Saipan, no Oceano Pacífico. Lá, Aroma se viu cercada de homens e pressionada a rodar cenas quentes pelas quais depois recebeu um pagamento ínfimo. “Tudo aconteceu muito rápido. Quando me recusava a fazer algo, eles diziam que essa era a melhor forma de começar uma carreira musical e insistiam até eu ceder”, lembrou ela, educada em um país onde a mulher nunca deve dizer “não”, ainda mais quando jovem.
 

Aroma Kurumin é o apelido que agora ela usa como youtuber e ativista para conscientizar outras meninas sobre essa situação e evitar que mordam a isca da poderosíssima indústria pornô japonesa, na qual conglomerados que monopolizam redes de TV, gravadoras, editoras de livros, agências de “talentos” e produtoras de filmes são máquinas de sugar aspirantes ao estrelato, que se tornam presas fáceis nas mãos de charlatões.

“O problema existe há anos, mas só agora começamos a falar dele”, diz a coordenadora e advogada da ONG que apoia vítimas do tráfico sexual Lighthouse, Aiki Segawa, acrescentando que o fenômeno “continua sendo um tabu no Japão”.

 

Com sede na capital, a organização recebeu só neste ano mais de 40 pedidos de ajuda de meninas obrigadas fazer pornô. Em geral, a vítima é mulher, tem entre 18 e 25 anos e o sonho de brilhar em uma carreira no mundo da moda, música ou cinema. Além dos “caça-talentos”, que abordam meninas na rua, a indústria do pornô se vale de anúncios em revistas, na internet e até publicidade em caminhões, prometendo excelentes salários para trabalhar meio expediente como modelo ou comissária de bordo. As interessadas vão a entrevistas onde são convencidas a assinar contratos confusos, e depois chantageadas de diversas formas para participar das filmagens. Algumas são ameaçadas fisicamente e até estupradas. As cenas são gravadas e distribuídas como filmes, segundo Aiki Segawa.

Em um relatório recente, a ONG Human Rights Now revelou o caso de uma jovem que se matou depois de ver seus vídeos espalhados na rede e não conseguir impedir a distribuição. “As vítimas se sentem muito envergonhadas e assustadas para pedir ajuda ou relatar sua experiência”, afirmando a coordenadora da Lighthouse, destacando que quase sempre elas “se culpam e acreditam ser as responsáveis pela situação”.

Uma pesquisa feita no início deste ano pelo governo com 2.500 aspirantes ao estrelado revelou que 27% das jovens contratadas por “agências de talentos” foram chamadas para gravar cenas de sexo, e 8% delas aceitaram. Diante disso, foi decidido fazer uma campanha de conscientização.

As ONGs exigem leis de trabalho mais rígidas — para prevenir os abusos –, maior controle sobre as “agências de talentos” e que os filmes sejam supervisionados para garantir que todos os atores participam com pleno consentimento. Aiki Segawa, no entanto, admite ser “difícil” controlar a gigantesca indústria do pornô japonês, uma das maiores do mundo, com faturamento de 4,4 bilhões de dólares por ano e uma crescente projeção mundo afora.


Revista Veja segunda, 29 de maio de 2017

CLAUDIA RAIA DESAFIA ERIBERTO LEÃO E CRI SAIA-JUSTA NO FAUSTÃO

Claudia Raia desafia Eriberto Leão e cria saia justa no Faustão

‘Quero que você me surpreenda’, disse a atriz, que é jurada no quadro ‘Show dos Famosos’, em que o ator imitou o ídolo Belchior neste domingo

Um pedido de Claudia Raia ao ator Eriberto Leão, um dos competidores do Show dos Famosos, novo quadro com celebridades do Domingão do Faustão, criou um certo clima no programa deste domingo. Eriberto Leão incorporou um de seus ídolos, o recém-finado Belchior, e chegou próximo do original. Apesar de ter alcançado o objetivo do quadro, levou um puxão de orelha de Claudia Raia, para quem ele está se arriscando pouco ao fazer o que conhece bem.

“Ele é impressionante”, começou elogiando a atriz, na sua vez de avaliar a performance do ator. “Primeiro, parabéns pela caracterização. Eu não consegui ver você em hora nenhuma, o que é espetacular. Isso que você falou do Belchior é também uma coisa importante”, continuou, citando um verdadeiro textão que Eriberto Leão teceu sobre Belchior, comparado por ele a Bob Dylan. “Precisamos voltar para a obra do Belchior, porque acho que tem muitas sinalizações para nós, nos dias terríveis e estranhos que estamos vivendo. O Bob Dylan é o Belchior americano. Nós temos de olhar para o Belchior estudando o Belchior. Ele já é tema de teses. Ele era um mestre da literatura, um mestre da poesia, um mestre da música, e eu o respeito muito”, disse Leão, antes de começar a ser julgado pela apresentação.

Após os elogios, porém, Claudia Raia pediu que Eriberto Leão se arriscasse mais e reduziu a nota do ator, que havia acabado de receber um 9,9 de outro jurado, o dramaturgo Silvio de Abreu. “Eu queria te propor um desafio daqui para a frente. Eu queria que você saísse um pouco desse lugar do Belchior, do Bob Dylan, e queria te ver fazendo show. Queria que você cantasse uma música mais energética. Embora você tenha feito um trabalho lindo de corpo, lindo de voz, eu te dou 9,5 por isso.”

Eriberto Leão ouviu e aceitou o desafio, mas, com um evidente constrangimento, evocou o acordo feito com a produção do programa. “Uma questão, com todo o respeito. Quando eu aceitei participar desse quadro, foi para homenagear os artistas que tocam o meu coração. Eu aceito o seu desafio, mas eu estou querendo dizer assim que esses artistas precisam chegar (ao público). Eu faria no teatro o Belchior. Eu faria todos esses no teatro. São os artistas que eu escuto e que me alimentam a alma, mas o desafio está aceito.”

Claudia Raia não se abalou e ainda sugeriu que Eriberto de fato levasse Belchior ao teatro. “É uma ótima ideia, dá para fazer um musical.”

Apesar do climão, ninguém foi eliminado do Show dos Famosos neste domingo.


Revista Veja segunda, 29 de maio de 2017

COM FOTO SENSUAL, EX-BBB FANI DIZ SER UMA GORDINHA FELIZ

Com foto sensual, ex-BBB Fani diz ser uma gordinha feliz

A ex-BBB acaba de lançar o canal ‘Fani Quebra Padrões” no YouTube, no qual fala sobre a fase gordinha

Com 15 kg a mais, a ex-BBB Fani Pacheco postou uma foto de um ensaio sensual em sua conta no Instagram. Em resposta a uma de suas seguidoras, Fani diz que é uma  gordinha feliz, mas admite que já fez todo tipo de dieta.

 “Fiz dieta mil vezes sem sucesso porque tudo é uma questão de emocional. […] Estar acima do peso, mas ser saudável e se cuidar não faz ninguém feio. Ao contrário. Somos todos bonitos, depende dos olhos de quem vê e como olha. Estou gordinha feliz por conseguir seguir minha vida social e trabalho e mídia, mesmo emocionalmente não estando bem e não tendo estrutura emocional para entrar no padrão que a sociedade exige”, afirma ela.

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Revista Veja domingo, 28 de maio de 2017

LAVA-JATO MIRA EM GILMAR MENDES

Lava-Jato mira em Gilmar Mendes

Guerra total

A varredura a um dos endereços de Aécio Neves em Minas não mirou só no tucano. A Lava-Jato procurava informações sobre Gilmar Mendes.  Os agentes tinham ordens explícitas com o nome do ministro.

No grampo realizado nos números de telefone de Aécio Neves, o ministro Gilmar aparece em conversa com o senador tucano. Os dois falam sobre o projeto de lei sobre abuso de autoridade. 

 

Na transcrição dos diálogos, Aécio pede ajuda ao ministro para conquistar um voto na comissão do Senado que analisava o projeto.

Aliás, cabe a Gilmar Mendes, mais do que nunca, o destino a curto prazo de Michel Temer. Nada acontecerá no TSE, no dia 6 de junho, que não seja o desejo do ministro do STF.


Revista Veja sábado, 27 de maio de 2017

MULHERES INDIANAS USAM CELULARES ANTIGOS COMO BRINQUEDOS SEXUAIS

Mulheres indianas usam celulares antigos como brinquedos sexuais

Pesquisa apontou que 17% das mulheres utilizam o celular para se masturbar

Sabe aquele celular grande, velho e que só serve para fazer ligação e mandar mensagem, mas fez sucesso nos anos 2000? Eles ganharam novas funções. De acordo com uma pesquisa sobre masturbação feminina, as mulheres indianas estão usando esses aparelhos como vibradores.

O fato não é exatamente novo no país. Mas uma pesquisa sobre masturbação realizada pelo site Agents of Ishq, um blog voltado ao público feminino que trata de desejo, amor e sexo, entrevistou 100 mulheres para entender como elas usam essa nova, digamos, função do gadget.

A pesquisa surpreendeu porque 17% das mulheres disseram adotar o modelos antigos de celulares da Nokia como brinquedinhos sexuais durante a masturbação. De acordo com as respostas, os chamados dumb phones (celulares burros) possuem uma vibração forte e dão satisfação máxima.

Embora pareça estranho usar o celular para se masturbar, vale lembrar que os sex shops não são tão comuns em alguns países, como na Índia. Na escassez dos produtos especializados, as mulheres improvisam com objetos, para substituir os vibradores. Claro, essa prática não é recomendada.

 


Revista Veja sábado, 27 de maio de 2017

POLÍCIA FEDERAL ENCONTRA RECIBOS COM INSCRIÇÃO CX 2 NO AP DE AÉCIO

PF encontra recibos com inscrição ‘Cx 2’ no apartamento de Aécio

Buscas feitas no dia 18 também acharam anotações relativas à Odebrecht e ao empresário Joesley Batista, além de planilhas com indicações a cargos federais

A Polícia Federal informou ter encontrado “diversos comprovantes de depósitos e anotações manuscritas, dentre elas a inscrição ‘CX 2′” – que seria uma referência a recebimento de dinheiro por meio de caixa 2 – durante as apreensões feitas no gabinete e nas residências do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) na Operação Patmos, deflagrada no dia 18. Os documentos foram encontrados no apartamento que o tucano tem na Avenida Vieira Souto, no Rio, “acondicionados em saco plástico transparente, dentre eles um papel azul com senhas”. 

 
A lista completa de materiais apreendidos inclui telefones celulares, obras de arte, documentos e anotações sobre a Construtora Norberto Odebrecht e o empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS. Um aparelho bloqueador de sinal telefônico também foi apreendido, além de uma escultura e 15 quadros – um deles com a inscrição “Portinari”.

Já no gabinete do tucano no Senado, foram apreendidas “planilhas com indicações para cargos federais” e cópias de uma agenda de 2016 com os nomes de Joesley e da irmã de Aécio, Andrea Neves, presa durante a operação.  Há ainda o registro de um “papel manuscrito contendo anotações citando o ministro Marcelo Dantas”, em uma possível indicação ao ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, investigado na Lava Jato.

Liechtenstein

O relatório do material apreendido no gabinete do senador inclui ainda “folhas impressas no idioma aparentemente alemão, relativo a Nobert Muller“. Nobert Muller e a esposa Christine Puchmann são doleiros que já foram investigados na Justiça Federal do Rio de Janeiro, na Operação Nobert. O casal seria responsável por criar e manter contas bancárias em Liechtenstein, paraíso fiscal na Europa. Na investigação havia uma referência a Inês Maria Neves Faria, mãe de Aécio. Os doleiros foram denunciados, mas o inquérito foi arquivado.

O senador cassado Delcídio Amaral, quando fez acordo de colaboração premiada, relatou ter ouvido de José Janene – ex-líder do PP, morto em 2010 – que Aécio era beneficiário “de uma fundação sediada em um paraíso fiscal, da qual ele seria dono ou controlador de fato e que essa fundação seria sediada em Liechtenstein” e “que o declarante não sabe precisar, mas ao que parece, a fundação estaria em nome da mãe ou do próprio Aécio Neves”.

Defesa

Aécio e sua defesa não se manifestaram sobre a informação divulgada pela PF sobre o material coletado nas buscas e apreensões. Em vídeo divulgado na terça-feira, o senador afastado negou ter cometido qualquer irregularidade e disse que vai provar sua inocência na Justiça. “Não descansarei até resgatar o único patrimônio que acumulei em mais de 30 anos de vida pública: a minha honra e a minha dignidade. Tenho certeza que, ao fim de tudo, a verdade prevalecerá”, disse.

(Com Estadão Conteúdo)

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Revista Veja sexta, 26 de maio de 2017

MARIA SILVA RENUNCIA À PRESIDÊNCIA DO BNDES

Maria Silvia renuncia à presidência do BNDES

Anúncio foi agora à tarde

Maria Silvia Bastos Marques renunciou à presidência do BNDES. Ela já comunicou sua decisão ao presidente da República. Na conversa com o presidente, que ocorreu às 15h, Maria Silvia alegou questões pessoais.

Sua gestão vinha sendo criticada por muitos empresários, mas Michel Temer a prestigiava sempre que podia. No primeiro pronunciamento que fez após a delação da

JBS, Temer a citou como uma das peças que estava funcionando no governo.

 

 

Nos bastidores, Maria Silvia vinha demonstrando um profundo desconforto com a conversa entre Temer e Joesley Batista.

Confira abaixo a carta de despedida de Maria Silvia:

“Prezados benedenses,

Nesta sexta-feira, 26 de maio, informei pessoalmente ao presidente Michel Temer a minha decisão de deixar a presidência do BNDES.

Todos os diretores permanecem no cargo e o diretor Ricardo Ramos, pertencente ao quadro de carreira do BNDES, responderá interinamente pela presidência do Banco.

Deixo a presidência do BNDES por razões pessoais, com orgulho de ter feito parte da história dessa instituição tão importante para o desenvolvimento do país. Nas duas passagens que tive pelo Banco, como diretora, nos anos 90, e agora, como presidente, vivi experiências desafiadoras e de grande importância para a minha vida profissional e pessoal.

Neste ano à frente da diretoria do BNDES busquei olhar para o futuro, estabelecendo novos modelos de negócios e estratégias para o Banco, sem descuidar do passado e do presente, sempre tendo em mente preservar e fortalecer a instituição e seu corpo funcional.

Desejo boa sorte a todos, esperando que sigam trabalhando para que o BNDES continue sendo o Banco que há 65 anos faz diferença na vida dos brasileiros.

Um grande abraço,

Maria Silvia”

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Revista Veja quinta, 25 de maio de 2017

RENAN ESTÁ FAZENDO O DE SEMPRE: ABANDONANDO OS DERROTADOS

Renan está fazendo o de sempre: abandonando os derrotados

Fernando Collor, Dilma Rousseff e, agora, Temer...

Renan Calheiros tem um cacoete comum a políticos importantes, sobretudo os do PMDB. Ele passa anos navegando e usufruindo de uma embarcação, até surgirem os primeiros sinais do risco de naufrágio. Nesse momento, ele fuzila o casco e pula.

A diferença de Renan para os demais é que ele costuma escolher com precisão a melhor brecha para abandonar o barco. Fez isso com Fernando Collor, governo do qual foi líder e que, depois, ajudou a explodir.

Caminhou com Dilma Rousseff até os 45 do segundo tempo. Nesse caso, não precisava de tanto cálculo, pois Renan sabia que o poder estaria à sua espera a qualquer tempo. Era seu correligionários que assumiria o Palácio do Planalto.

Mas, ainda assim, o roteiro se repetiu. Poucos antes do impeachment, Renan largou a petista e voltou a fazer afagos em Michel Temer, com quem jamais manteve uma relação de confiança.

E agora, como age Renan? Como sempre.

Ao ver a derrocada iminente de Temer, ele sacou a metralhadora e, a cada dia, intensifica mais as rajadas.

Ontem, Renan chegou a bater boca com seu principal aliado nos últimos anos, Romero Jucá, que optou por se manter jogando com o governo.

Só não se sabe ainda o nome do próximo eleito para ser traído por Renan.


Revista Veja terça, 23 de maio de 2017

EX-ASSESSOR DE TEMER ENTREGOU MALA COM R$ 35 MIL A MENOS

Ex-assessor de Temer entregou mala com R$ 35 mil a menos

Defesa do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) entregou à Polícia Federal a mala que deveria estar com 500 mil reais — PF contou 'só' R$ 465 mil

Deputado afastado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o peemedebista Rodrigo Rocha Loures foi protagonista de uma das cenas mais pitorescas da Operação Patmos da Polícia Federal. Ele foi filmado correndo com uma mala de dinheiro recheada com 500.000 reais em propinas providenciadas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS. Na noite desta segunda-feira, a defesa de Rocha Loures devolveu a sacola aos policiais federais, mas conforme documento da PF, na mala de dinheiro devolvida às 21h20, havia 9.300 cédulas de 50 reais, o que totaliza 465.000 reais. Trinta e cinco mil reais simplesmente sumiram. 

Segundo as apurações da Procuradoria-Geral da República (PGR), a quantia representava a primeira parcela da propina a ser paga pela JBS em troca da solução de problemas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Homem de confiança de Temer, Loures teria sido indicado pelo peemedebista para resolver as pendências. 

Em ações monitoradas pela PF, Loures foi gravado tratando da propina com dirigentes da JBS e depois recebendo o dinheiro numa pizzaria de São Paulo no dia 24 de abril. Nas imagens, ele aparece saindo do restaurante às pressas arrastando a mala de rodinhas e a colocando no porta-mala de um táxi — ele havia entrado no estabelecimento de mãos vazias.


Revista Veja terça, 23 de maio de 2017

TURMA DO STF CONDENA MALUF A 7 ANOS E MESES DE PRISÃO

Turma do STF condena Paulo Maluf a 7 anos e 9 meses de prisão

STF definiu que Maluf deve cumprir pena em regime fechado e perder o mandato parlamentar

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta terça-feira o deputado federal e ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP), a sete anos, nove meses e dez dias de prisão, em regime fechado, mais multa, pelo crime de lavagem de dinheiro. Pelo entendimento unânime do colegiado, em casos de condenação a regime fechado, o político deve também perder o mandato parlamentar, cabendo a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados apenas confirmar a decisão. No julgamento, a 1ª Turma determinou ainda a interdição de Maluf para o exercício de cargo e função pública de qualquer natureza pelo dobro da pena privativa de liberdade. O político ainda pode recorrer no próprio Supremo.

Na dosimetria da pena, o relator Edson Fachin afirmou que o juízo de reprovação contra Paulo Maluf é “particularmente intenso” e disse que a sanção contra o parlamentar deve considerar que o réu é deputado, que os ilícitos foram caracterizados pela “habitualidade” e “prática usual pelo acusado”. Para o relator, a lavagem ocorreu em contexto de múltiplas transações financeiras e de transnacionalidade.

O STF concluiu nesta terça-feira julgamento da ação penal em que o deputado federal Paulo Maluf é acusado de crimes de lavagem de dinheiro a partir de recursos de corrupção nas obras da Avenida Água Espraiada. As acusações contra Maluf envolviam desvio de dinheiro por meio de cobrança de propinas em obras públicas e a remessa de valores ao exterior por meio de doleiros. Segundo o Ministério Público, o esquema com participação de Maluf vigorava quando o político era prefeito de São Paulo, nos anos de 1997 e 1998, embora tenha continuado com envolvimento direto dele nos anos seguintes.

De acordo com a acusação, um aditamento contratual feito na obra, no ano de 1995, inseriu a construtora OAS no empreendimento, permitindo que fosse aberto caminho para o recolhimento de propina. A obra foi concluída em 2000 com custo final de 796 milhões de reais. “Essa foi a fonte primordial dos recursos utilizados na lavagem (de dinheiro)”, afirmou a procuradoria-geral da República.

A acusação contra Paulo Maluf dividiu em cinco momentos o esquema de lavagem de dinheiro do político: entre os anos de 1993 e 2002 em contas correntes localizadas na Suíça; de 1997 a 2001 em contas da Inglaterra; um momento específico em março de 2001, quando Maluf, na condição de diretor da empresa Durant Internacional Corporation, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, orientou e comandou a conversão de ativos ilícitos em recibos de ações da empresa Eucatex S.A.; um quarto momento com lavagens entre 1997 e 2006 por meio de 12 contas no paraíso fiscal das Ilha de Jersey, nas Ilhas Virgens Britânicas, e uma quinta ação em que Maluf é acusado de, no período de 29 de julho de 1997 a 30 de julho de 1998, ter convertido recursos de propina em debêntures conversíveis em ações da Eucatex.

O julgamento do STF foi utilizado em boa parte para discutir se as acusações contra Maluf estavam ou não prescritas. Como o deputado tem mais de 70 anos, o prazo prescricional é reduzido pela metade, abrindo caminho para que políticos mais velhos, como o próprio ex-prefeito de São Paulo, acabem tendo chance de não serem punidos efetivamente pela justiça. Ao final, o Supremo reconheceu que não houve prescrição no quarto esquema de lavagem de dinheiro de Maluf, cujos crimes ocorreram de 1997 a 2006. Isso porque o crime de lavagem praticado na modalidade ocultação é considerado crime permanente e, por isso, o prazo de prescrição começa a contar do dia em que as autoridades brasileiras tomaram conhecimento do fato e de quando cessou a prática criminosa, e não do dia em que o crime em si foi praticado. Sobre essas acusações, a prescrição ocorreria, conforme entendeu a maioria da 1ª Turma, em 2019, ou seja, oito anos depois do recebimento da denúncia contra Paulo Maluf, ocorrido em 29 de setembro de 2011.


Revista Veja terça, 23 de maio de 2017

MORRE ROGER MOORE, O ATOR DE JAMES BOND E O SANTO

 

Morre Roger Moore, o ator de ‘James Bond’ e ‘O Santo’

Moore, que viveu 007 sete vezes no cinema, morreu após uma curta batalha contra o câncer

O ator britânico Roger Moore, famoso por interpretar James Bond sete vezes no cinema e por seu papel na série O Santo, morreu nesta terça-feira na Suíça, aos 89 anos, informou sua família. Moore, que vivia na Suíça há muitos anos, morreu após uma curta batalha contra o câncer.

Moore protagonizou alguns dos maiores clássicos da franquia de James B0nd, como 007 contra o Foguete da Morte (1979), 007 contra Octopussy (1983) e 007 – Na Mira dos Assassinos (1985). 

 

Ele também deu vida ao inspetor Jacques Clouseau no filme A Maldição da Pantera Cor-de-Rosa (1983).

 

Humilde, Moore, um dos melhores intérpretes do agente secreto 007, declarou uma vez que, para ele, o maior de todos era Daniel Craig, que ainda não foi substituído no papel. Além de Moore e Craig, James Bond já foi interpretado por atores como Sean Connery e Timothy Dalton.

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Revista Veja segunda, 22 de maio de 2017

PARTE EDITADA DA GRAVAÇÃO DE JOESLEY TEM CONVERSA SOBRE MULHERES

Parte editada da gravação de Joesley tem conversa sobre mulheres

Dos 50 minutos de gravação, 38 são conhecidos.

Em pelo menos um dos trechos editados, a conversa entre Joesley Batista e Michel Temer girou sobre mulheres. O dono da JBS retirou essa parte para se proteger — e, não evidentemente, proteger a relação do presidente com Marcela Temer. Dos 50 minutos de gravação, 38 são conhecidos.

 

Revista Veja segunda, 22 de maio de 2017

ROBERTO JEFFERSON: TEMER NÃO FEZ NADA DE ERRADO
 

Roberto Jefferson: ‘Temer não fez nada de errado’

PGR e Supremo pensam diferente

Especialista em escândalos, Roberto Jefferson não cansa de surpreender. O presidente nacional do PTB e personagem-chave do mensalão não viu nada de anormal na reveladora conversa entre Michel Temer e Joesley Batista, que gravou tudo.

“Esse rapaz (Joesley) armou uma cilada para o presidente. O que o Temer fez de errado? Absolutamente, nada. Foi uma conversa pessoal, no Palácio Jaburu. Ele não estava no exercício do cargo”.

Mas e o momento em que o empresário confessou ao presidente da República que havia comprado um procurador para ter acesso a informações sigilosas de uma investigação? Houve prevaricação de Temer, omissão, ao menos?

Para Jefferson, também não há nenhum problema.

“Ah, para com isso. O cara ouve isso e fica na dele. Vai fazer o quê? O presidente não é polícia, não pode prender ninguém. Ouviu uma declaração de caráter pessoal…”.

A PGR e o Supremo pensam tão diferente que um inquérito foi aberto para apurar a conduta de Temer.

 


Revista Veja sexta, 19 de maio de 2017

TODAS AS ACUSAÇÕES DA DELAÇÃO DA JBS

Todas as acusações da delação da JBS

De Temer aos ex-presidentes Lula e Dilma, Joesley Batista e executivos da JBS citaram repasses milionários de propina a políticos de diversos partidos

O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou na tarde desta sexta-feira o acesso à delação premiada dos donos e executivos da JBS. Saiba o que de mais importante Joesley Batista e seus executivos contaram à força-tarefa da Operação Lava Jato em seu acordo de delação premiada:

Propina a Temer

Joesley diz que em 2017 o presidente Michel Temer pediu “vantagem indevida” para resolver um assunto de grande interesse do grupo – o fim do monopólio da Petrobras no fornecimento de gás natural. O auxílio também se estenderia a outras demandas da companhia, como o “destravamento das compensações de créditos de Pis/Cofins com débitos do INSS”. O presidente da República, segundo ele, receberia 5% dos valores em questão. Joesley Batista cita ainda o repasse, em 2014, de valores próximos a 15 milhões de reais para Temer “em troca da atuação favorável aos interesses do grupo J&F”. A J&F é a holding da qual faz parte o frigorífico JBS.

O ex-diretor do frigorífico JBS Ricardo Saud afirmou, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, que o presidente Michel Temer pediu a entrega de 1 de milhão de reais, em dinheiro vivo, numa empresa do coronel aposentado João Baptista Lima. O militar, amigo de Temer, é um dos homens de confiança do presidente.,

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Ajuda de Temer no STF e BNDES

Joesley Batista diz que ouviu do presidente Michel Temer que poderia ajudar Eduardo Cunha, preso desde o ano passado, no Supremo Tribunal Federal. O presidente afirma que teria como auxiliar o ex-deputado junto a dois ministros da Suprema Corte.

No Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Temer teria intervido em favor da JBS. No entanto, o lobby teria sido “infrutífero”, segundo o MP, porque Maria Silvia Bastos Marques, presidente do banco, não levou as conversas adiantes.

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Pagamentos a Lula e Dilma no exterior

Joesley Batista diz que transferiu para uma conta no exterior, a título de “vantagens indevidas”, 50 milhões de dólares destinados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais 30 milhões em outra conta, também no exterior, em favor da ex-presidente Dilma Rousseff. Os repasses, disse ele, foram feitos por intermédio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

O dono da JBS afirma que abriu contas no exterior, vinculadas aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que, somadas, juntavam cerca de 150 milhões de dólares em 2014.

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Campanha de Dilma

O empresário diz ter repassado 30 milhões de reais ao ex-ministro Antonio Palocci a pretexto de ajudar na campanha de Dilma Rousseff em 2010.

Pagamento ao presidente do Senado

Segundo Ricardo Saud, um dos principais executivos de JBS, o senador Eunício Oliveira recebeu 5 milhões de reais para ajudar na aprovação de uma medida provisória que tratava da cobrança de PIS e Cofins, um tema de grande interesse da companhia.

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Propina a Aécio Neves

Os donos e executivos da JBS contam que o senador afastado Aécio Neves, do PSDB, recebeu em 2014 valores próximos a 63 milhões de reais para defender interesses da J&F, a holding da qual faz parte a JBS. Aécio ajudaria, por exemplo, a liberar créditos de ICMS devidos à empresa. Joesley Batista cita ainda o repasse de 2 milhões ao tucano “em razão da aprovação da lei de abuso de autoridade e anistia ao caixa dois”.

Repasse para José Serra

O senador tucano, segundo Joesley Batista, foi destinatário de 20 milhões de reais. O dinheiro foi repassado, diz ele, a pretexto de auxiliá-lo em campanha eleitoral.

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Repasses a Eduardo Cunha

O delator diz que que, por meio de um sistema de conta corrente gerenciado pelo operador de mercado Lúcio Funaro, repassou 50 milhões de reais entre 2009 e 2014 a Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados. Os pagamentos foram feitos em troca  de facilidades em financiamentos da Caixa Econômica Federal. A movimentação do dinheiro se dava em uma espécie de conta corrente. Josley também cita um pagamento de 20 milhões de reais a Cunha em troca de alterações na legislação para desonerar a folha de pagamento de funcionários – um tema que beneficiava financeiramente a JBS. Ele relata ainda o repasse de mais 30 milhões de reais para que Cunha, enquanto presidente da Câmara, apoiasse as demandas do grupo empresarial no Congresso.

Propina ao ministro Marcos Pereira

Marcos Pereira, ministro de Temer, é citado como beneficiário de propina. O titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio recebeu repasses de dinheiro em troca da aprovação de um empréstimo de 2,7 bilhões de reais junto à Caixa.

Dinheiro para Gilberto Kassab

Wesley Batista, irmão de Joesley, e o executivo Ricardo Saud contam que o ministro das Comunicações de Temer e ex-prefeito de São Paulo também recebeu “vantagens indevidas”.

Dinheiro para Marta Suplicy

A senadora do PMDB, ex-petista, recebeu 1 milhão de reais do grupo a pretexto de auxílio à campanha eleitoral de 2010. Outros 3 milhões, segundo Joesley, foram repassados em troca de “possíveis negócios caso Marta Suplicy vencesse a eleição para a Prefeitura de São Paulo”.

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Revista Veja sexta, 19 de maio de 2017

DEPUTADO ROCHA LOURES, ALIADO DE TEME,R CHEGA AO BRASIL

Deputado aliado de Temer chega ao Brasil

Rocha Loures foi afastado do cargo de deputado federal pelo STF (Supremo Tribunal Federal)

O deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), um dos aliados do presidente Michel Temer, desembarcou hoje no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele é alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada com base em delação premiada de Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS.

De acordo com a delação, Rocha Loures recebeu uma mala de R$ 500 mil referente a dinheiro de propina. As imagens da entrega do dinheiro foram divulgadas na quinta-feira pelo jornal O Globo.

Na delação, Joesley reclama de dificuldades da empresa no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Ele teria pedido ajuda para resolver pendência da JBS no Cade.

Nos áudios, Joesley pergunta a Temer quem seria seu homem de confiança para tratar assuntos de seus interesses e o indicado seria Rocha Loures.

Após as investigações, Rocha Loures foi afastado do cargo de deputado federal pelo STF (Supremo Tribunal Federal).


Revista Veja quinta, 18 de maio de 2017

TEMER FAZ REUNIÃO DE EMERGÊNCIA

 

Temer faz reunião de emergência após revelações da JBS

Presidente está reunido com ministros de sua confiança e integrantes da equipe de comunicação

Depois das informações do dono da JBS, Joesley Batista, que em delação premiada disse que o presidente Michel Temer deu aval para que fosse comprado o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha, preso desde 2016 em Curitiba, o peemedebista coordena uma reunião de emergência no Palácio do Planalto. As revelações publicadas pelo jornal O GLOBO fizeram Temer se reunir com ministros de sua confiança, como Moreira Franco, Eliseu Padilha e Antonio Imbassahy. Também estão presenteso porta-voz Alexandre Parola, o secretário de Imprensa Márcio Freitas e integrantes da equipe de Comunicação do governo.

A expectativa é que haja ainda hoje um pronunciamento do governo sobre o caso.

Em frente ao Palácio do Planalto, carros começam a organizar uma espécie de buzinaço, com pessoas gritando “fora, Temer”. Por ora, não há aglomeração diante do local de trabalho do presidente.

 


Revista Veja quarta, 17 de maio de 2017

JULGAMENTO QUE PODE CASSAR TEMER É MARCADO PARA 6 DE JUNHO

Julgamento que pode cassar Temer é marcado para 6 de junho

Presidente do TSE reservou quatro sessões para decidir se a chapa vencedora de 2014 cometeu abuso de poder político e econômico

 

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, marcou para os dias 6, 7 e 8 de junho o julgamento da ação que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições de 2014. Segundo informações do TSE, foram reservadas quatro sessões para deliberar sobre o processo movido pelo PSDB — duas ordinárias e duas extraordinárias.

O Tribunal vai decidir se existem indícios suficientes de abuso de poder político e econômico para cassar a chapa, o que, na prática, significa retirar do cargo o presidente Michel Temer, levando à convocação de eleições indiretas. Neste caso, ele ainda poderia concorrer à vaga que será votada pelos membros do Congresso Nacional.

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Revista Veja segunda, 15 de maio de 2017

MORO RECUSA PEDIDO DE LULA PARA OUVIR NOVAS TESTEMUNHAS

Moro recusa pedido de Lula para ouvir novas testemunhas

Defesa do ex-presidente e Ministério Público haviam pedido novos interrogatórios; na recusa, juiz estabeleceu prazo para alegações finais das partes

O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância, recusou nesta segunda-feira o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Ministério Público Federal (MPF) para ouvir novas testemunhas no processo em que o petista depôs na semana passada. Moro também estabeleceu os prazos para que as partes interessadas – MPF, Petrobras e advogados de defesa – façam suas alegações finais na ação.

Em seu despacho, publicado no sistema eletrônico da Justiça Federal nesta manhã, traz como justificativa serem “desnecessárias” novas diligências. “Enfim, este Juízo já ouviu muitos depoimentos sobre o apartamento triplex e sobre a reforma dele, não sendo necessários novos a esse respeito. O que se faz necessário, sim, é valorar oportunamente os depoimentos já tomados, juntamente com as demais provas”, escreveu o juiz.

Moro também recusou outros pedidos da defesa, como o acesso à auditorias internas e ao processo de recuperação judicial da construtora OAS. Os advogados de Lula alegaram, também, não ter sido plenamente atendidos na solicitação de documentos à Petrobras, requerendo que os processos de licitação das obras investigadas fossem anexados na íntegra a ação, o que foi identificado pelo magistrado como “mais milhares de documentos”, que, custosos para a estatal e sem necessidade justificada pela defesa, devem ser dispensados.

Outra solicitação é um pedido de informação sobre um suposto acordo de colaboração premiada de Léo Pinheiro e Agenor Medeiros, proprietário e ex-executivo da empreiteira, ao passo em que Moro afirma que, em seu interrogatório, Pinheiro afirmou não ter celebrado um acordo do tipo. Moro decidiu que, caso seja firmado um acerto que não esteja sob sigilo, cabe ao MPF anexá-lo ao processo nas alegações finais.

“A bem da ampla defesa”, o magistrado determinou que as decisões que homologaram os acordos de colaboradores que foram ouvidos como testemunhas estejam disponíveis na ação. É o caso do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), dos ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, do ex-gerente Pedro Barusco e dos operadores Alberto Yousseff, Fernando Falcão e Milton Pascowitch, entre outros.

O juiz decidiu que o Ministério Público terá o prazo de 25/05 a 02/06 para encaminhar a sua conclusão do processo. A Petrobras, parte interessada, entre os dias 5 e 6. E a defesa de Lula, por fim, do dia seguinte até 20 de junho. Encerrada essa fase, Sergio Moro poderá proferir sentença e condenar, ou não, o ex-presidente.


Revista Veja segunda, 15 de maio de 2017

O ABRAÇO DA TOLERÂNCIA: JOSÉ SERRA E CARINA VITRAL

Imagem da semana: O abraço da tolerância

Foto postada no Facebook com o senador tucano José Serra e a presidente da UNE, Carina Vitral, juntos provocou enxurrada de comentários raivosos

O senador José Serra (PSDB-SP) foi um dos personagens políticos centrais do pais nos meses que antecederam o golpe militar de 1964. Então no comando da União Nacional dos Estudantes (UNE), Serra era um apoiador ferrenho do presidente João Goulart e um imitador do estilo confrontador de Leonel Brizola, o deputado e cunhado de Jango que definia o fechamento do Congresso para instaurar uma república sindicalista.

Serra era considerado tão radical que o próprio Jango pediu que limitassem sua fala no grande comício e apoio às reformas de base realizado na Central do Brasil, no Rio Janeiro. Não adiantou. Serra incendiou (verbalmente) o palanque. Quando o golpe veio, dezoito dias depois, ele soube pelo rádio que o prédio da UNE na Praia do Flamengo, fora (literalmente) incendiado por paramilitares.

Na semana passada, Serra relembrou aqueles dias em entrevista para o filme Praia do Flamengo 132, sobre a sede da entidade. Na ocasião, posou ao lado da atual presidente da UNE, Carina Vitral (filiada ao PCdoB), e postou a foto no Facebook. Seguiu-se uma enxurrada de comentários raivosos, muitos chamando-o de “traidor” por posar com uma defensora de Lula e Dilma Rousseff. Carina também sofreu ataques virtuais, só que feitos por quem considerou um horror vê-la abraçada com um “golpista” que derrubou Dilma.

A foto, ao contrário das estridências extremistas, é um abraço da tolerância. “Naquele set de filmagem, o respeito prevaleceu”, relatou Vandré Fernandes, diretor do documentário.


Revista Veja sábado, 13 de maio de 2017

AS 7 REVELAÇÕES MAIA CURIOSAS DAS DELAÇÕES DE SANTANA E MÔNICA

As 7 revelações mais curiosas das delações de Santana e Mônica

Dos apelidos de Lula e Dilma a Delcídio e João Santana nus dentro de uma sauna, os momentos mais inusitados dos relatos dos marqueteiros

As delações premiadas do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura miraram nomes estrelados da era petista no Palácio do Planalto, como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e os ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega, além de prefeitos e senadores do PT que tiveram a assinatura de Santana em suas campanhas.

Além de histórias cabeludas de nomes de peso do petismo, os relatos do casal ao Ministério Público Federal, todos registrados em vídeo, também são pródigos de momentos inusitados e curiosos.

Confira abaixo alguns deles:

PT: Pavarotti e Tia

Mônica Moura relatou ao Ministério Público Federal que João Santana pedia a ela para evitar anotar nomes de políticos em sua agenda. Foi assim que nasceram os apelidos citados pela marqueteira em sua delação premiada: Lula era conhecido entre o casal como “Pavarotti” por ostentar barriga saliente e barba volumosa; Antonio Palocci era chamado de “Mineiro” por sua personalidade discreta; Juscelino Dourado, ex-assessor de Palocci, ficou conhecido como “Madre” por ser “religioso, certinho, tipo coroinha de Igreja”; Guido Mantega acabou infamemente apelidado de “Laticínio” e Dilma Rousseff, nomeada singelamente como “Tia”.

Pelado com a mão no bolso

João Santana narra que, em 2002, o ex-senador Delcídio do Amaral o chamou até sua casa, em Campo Grande (MS), e lá pediu ao publicitário que assumisse o marketing de sua campanha ao Senado. Lá pelas tantas, Delcídio achou por bem convidar Santana a uma visita à sauna da residência, onde poderiam negociar mais à vontade. Foi lá que o então petista, já sem roupas, passou a consultar João Santana sobre como seria sua remuneração. “Talvez ele tivesse receio de que eu pudesse ter alguma coisa para gravar. Ele começou a conversar ‘esse pagamento tem que ser oficial? Não oficial? Qual é o custo?”, relatou.

A secretária paga

Segundo Mônica Moura, a ex-presidente Dilma Rousseff ficou impressionada com os serviços prestados pelo cabeleireiro Celso Kamura durante as eleições de 2010 e, depois de eleita, passou a requisitar a presença dele em Brasília com frequência.

As primeiras quatro diárias de Kamura no Palácio da Alvorada, que custaram 1.500 reais cada, no entanto, não foram pagas nem por Dilma, nem por Mônica, nem pelo sofrido contribuinte brasileiro. De acordo com a delatora, quem coçou o bolso e desembolsou os 6.000 reais foi Marly, uma das assessoras da petista, que tirou o valor das próprias economias.

Responsável pelo custeio dos penteados de Dilma assinados por Celso Kamura entre 2010 e 2014, Mônica garantiu ter reembolsado a funcionária por meio de depósitos bancários.

Um baiano muito suspeito

Mônica Moura e André Reis Santana, funcionário dela e do marqueteiro João Santana, relataram em suas delações premiadas o roubo de uma mala recheada com 1,5 milhão de reais em dinheiro vivo, supostamente pago pela Odebrecht como caixa dois da campanha de Dilma Rousseff em 2014. A bagagem foi roubada de dentro do táxi em que auxiliar dos marqueteiros embarcou depois de coletar a pequena fortuna. Segundo Santana, dois carros interceptaram o táxi e desceram deles homens vestidos de preto. Os bandidos exigiram que ele os acompanhasse e pegaram a mala no porta-malas.

Como o dinheiro havia sido entregue a André Santana em um hotel de São Paulo pelo lobista Fernando Baiano e só os três sabiam da operação, Mônica disse ter desconfiado de uma provável armação de Baiano. Segundo a delatora, o operador a orientou a não comunicar o roubo ao diretor do departamento de propinas da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, e garantiu a ela que o dinheiro seria reposto – o que nunca aconteceu integralmente.

Feira? Eu?

Cliente frequente dos serviços do departamento de propinas da Odebrecht, encarregado de fazer pagamentos de caixa dois pela empreiteira no exterior, Mônica Moura era conhecida dentro da empresa pelo apelido de “Feira”, referência à cidade onde ela nasceu, Feira de Santana (BA), e ao sobrenome de seu marido, o marqueteiro João Santana.

Em sua delação premiada, contudo, Mônica relatou que Fernando Migliaccio, um dos principais operadores dos pagamentos ilícitos da Odebrecht, escondeu dela o significado do apelido nas planilhas de caixa dois da empreiteira.

“‘A gente aqui tem apelidos, Feira é uma modalidade de pagamento. Toda vez que é campanha presidencial, é via Feira, quando é campanha de deputado, que a gente ajuda bastante, tem outra modalidade'”, teria dito a ela Migliaccio, em um encontro em que a mulher de Santana notou a palavra em um documento e quis saber do que se tratava.

Mônica confiava tanto no executivo, responsável pelo envio de milhões de dólares a uma conta mantida pelo casal na Suíça, que duvidou até dos rumos da investigação da Lava Jato, mas jamais da palavra de Migliaccio. “Quando fui presa e comecei a ouvir um burburinho de ‘você é Feira, você é Feira’, eu lembrei disso e pensei ‘gente, isso não é verdade, eles estão indo pelo caminho errado, esse não é o apelido de ninguém'”, relatou.

Iolanda gosta de vinhos e rascunhos

Ao elaborar o codinome do e-mail fictício 2606iolanda@gmail.com, criado para comunicação emergencial entre Dilma Rousseff, Mônica Moura e João Santana, a ex-presidente se inspirou no nome de Iolanda Costa e Silva, mulher do ex-presidente Costa e Silva. Nos e-mails, que nunca eram enviados, mas salvos na página de rascunhos, Dilma se valia de metáforas para informar o casal de marqueteiros sobre o avanço da Operação Lava Jato. “O seu grande amigo está muito doente. Os médicos consideram que o risco é máximo, 10. O pior é que a esposa, que sempre tratou dele, agora está com câncer e com o mesmo risco. Os médicos acompanham os dois, dia e noite”, escreveu a petista ao alertá-los de que a prisão era questão de tempo.

Ainda mais inusitadas que as metáforas dilmistas eram as mensagens mandadas por seus assessores aos celulares de Mônica e Santana como senhas para que eles acessassem o tal e-mail: “Veja aquele filme”, “Gostei do vinho indicado”.

No jardim ninguém ouve

Mônica Moura contou aos procuradores do Ministério Público Federal como Dilma preservava o sigilo ao tratar de assuntos ilícitos no Palácio da Alvorada. Enquanto uns preferem negociatas em saunas, como o ex-senador Delcídio do Amaral, a ex-presidente optava por abordar temas tenebrosos durante passeios sutis no jardim da residência oficial da presidência. “Precisamos manter contato frequente de uma forma segura para que eu lhe avise sobre o andamento da operação [Lava Jato]. Estou sendo informada de tudo frequentemente pelo José Eduardo Cardozo [então ministro da Justiça]”, disse Dilma a Mônica em uma destas caminhadas.


Revista Veja sexta, 12 de maio de 2017

DILMA USOU CODINOME IOLANDA ME E-MAIL SECRETO PARA MARQUETEIRO

Dilma usou codinome “Iolanda” em e-mail secreto para João Santana

Ex-presidente ligou para marqueteiro na República Dominicana para avisá-lo que seria preso no dia seguinte, segundo delatora

A ex-presidente Dilma Rousseff é acusada de ter utilizado um e-mail fictício, com o codinome “Iolanda”, para avisar o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura sobre a sua iminente prisão na Operação Lava-Jato. O relato dessa tramoia consta nos depoimentos do acordo de delação premiada do publicitário e de sua mulher, detalhado na edição de VEJA desta semana. Santana e Moura contaram ao Ministério Público Federal que Dilma os alertou com o seguinte texto cifrado, salvo na pasta de rascunhos: “O seu grande amigo está muito doente. Os médicos consideram que o risco é máximo, 10. O pior é que a esposa, que sempre tratou dele, agora está com câncer e com o mesmo risco. Os médicos acompanham os dois, dia e noite”. O doente, nesse caso, seria o publicitário, enquanto a “esposa” é uma referência à Mônica Moura.

Poucos dias depois desse aviso clandestino, Dilma ligou para Santana, que estava na República Dominicana. Nessa chamada telefônica, a ex-presidente, que recomendara ao casal se afastar do Brasil, avisou o marqueteiro que a sua prisão estava decretada, segundo relato de Mônica Moura. No dia seguinte, em 22 de fevereiro de 2016, a Polícia Federal deflagrou a 23ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Operação Acarajé, cujos principais alvos eram os marqueteiros do PT. Segundo Mônica Moura, as informações sobre as investigações da Lava-Jato seriam vazadas pelo ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Procurados, Dilma e Cardozo negam as acusações.


Revista Veja quinta, 11 de maio de 2017

ADVOGADO DE LULA PROVOCOU MORO, MAS JUIZ MANTEVE A CALMA

Advogado de Lula provocou Moro, mas juiz manteve a calma

Cristiano Zanin foi extremamente indelicado dizendo que Moro estava repetindo perguntas

 

Em meio ao depoimento de Lula, seu advogado Cristiano Zanin interrompeu bruscamente para dizer que o juiz Sergio Moro estava fazendo perguntas repetidas. Fez isso de forma veemente e até indelicada. O juiz ouviu e serenamente disse: “Observação pertinente, mas continuarei a fazer perguntas”. Durante o tempo todo, Moro manteve-se calmo, sem alterar o tom de voz.

Em dado momento, Zanin disse que as perguntas de Moro eram “cansativas”. O juiz manteve-se impassível.

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Revista Veja quarta, 10 de maio de 2017

STJ NEGA DOIS HABEAS CORPUS DA DEFESA DE LULA

STJ nega dois habeas corpus da defesa de Lula

Ainda não há decisão sobre o terceiro habeas corpus, que pede que o juiz Moro seja considerado suspeito no processo do tríplex no Guarujá

O ministro Felix Fischer negou dois pedidos de liminar em habeas corpus impetrados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta quarta-feira. A defesa de Lula entrou com três pedidos no STJ na noite desta terça-feira.

Felix Fisher negou a suspensão da tramitação da ação penal em que a defesa pedia acesso por pelo menos 90 dias a documentos da Petrobras para realização de análises e, no segundo habeas corpus, negou-se também o pedido de gravação da audiência realizada nesta quarta em imagem e áudio de forma autônoma.

Ainda não há decisão sobre o terceiro habeas corpus, que pede que o juiz Moro seja considerado suspeito para atuar na ação penal contra Lula  relacionada ao caso do apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e que esse processo seja suspenso até que haja análise definitiva.


Revista Veja quarta, 10 de maio de 2017

ATOR NELSON XAVIER MORRE AOS 75 ANOS

Ator Nelson Xavier morre aos 75 anos em Minas Gerais

Corpo será transferido para o Rio, onde será cremado nesta quinta-feira

O ator Nelson Xavier morreu na noite desta terça-feira, aos 75 anos, em Uberlândia (MG), em decorrência de um câncer. A morte foi comunicada por sua filha Tereza Villela Xavier em perfil no Facebook. “Lamento informar a quem possa interessar que meu pai, Nelson Xavier, faleceu esta noite em Uberlândia”, diz ela.

 

A filha diz que o corpo do ator será transferido, celebrado e cremado amanhã no Rio de Janeiro. O cemitério em que ele será cremado ainda não foi definido. “Agradeço desde já as mensagens de apoio. Ele virou um planeta! Estrela ela já era. Fez tudo o que quis, do jeito que quis e da sua melhor maneira possível, sempre”, escreveu sua filha.

Xavier, que se preparava para lançar Comeback, filme de Érico Rassi sobre um ex-pistoleiro com estreia prevista para 25 de maio, vinha se dedicando ao cinema. Recentemente, o ator ficou marcado por seu papel como Chico Xavier, o médium de Uberlândia, um papel que mudaria a forma de Nelson enxergar a vida. Cético, ele passou a considerar a existência da vida após a morte.

Depois de Chico Xavier (2010), de enorme apelo popular, Nelson atuou em outras produções ligadas ao espiritismo: O Filme dos Espíritos (2011) e As Mães de Chico Xavier, ambas de 2011. Participou também de A Floresta Que Se Move (2015), de Vinicius Coimbra, uma adaptação de Macbeth com Ana Paula Arósio


Revista Veja terça, 09 de maio de 2017

JUSTIÇA DO DF SUSPENDE ATIVIDADES DO INSTITUTO LULA

Justiça do DF suspende atividades do Instituto Lula

Medida foi tomada no processo em que Lula é réu por tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato

O juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou nesta terça-feira a suspensão das atividades do Instituto Lula na ação em que o ex-presidente Lula é acusado de obstruir as investigações da Lava Jato junto com o ex-senador Delcídio do Amaral.

O juiz  tomou a medida cautelar porque entendeu que a entidade estava sendo usada para a “perpetração de vários ilícitos criminais”. “Assim, em relação ao acusado Luís Inácio Lula da Silva, verifico pelo teor de seu depoimento que o Instituto Lula, mesmo que desenvolva projetos de intuito social, possa ter sido instrumento ou pelo menos local de encontro para a perpetração de vários ilícitos criminais”, escreveu o magistrado em decisão proferida na última sexta-feira, mas só publicada hoje.


Revista Veja terça, 09 de maio de 2017

JUIZ NEGA ADIAR DEPOIMENTO DE LULA A MORO

Juiz nega adiar depoimento de Lula a Moro em Curitiba

Defesa queria a suspensão do processo contra o petista na Justiça Federal do Paraná para analisar documentos anexados pela Petrobras aos autos

 

O juiz federal convocado Nivaldo Brunoni, que substitui o relator da Operação Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), João Pedro Gebran Neto, indeferiu nesta terça-feira o pedido liminar da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender uma das ações penais a que ele responde na Justiça Federal do Paraná e, assim, adiar o depoimento do petista ao juiz Sergio Moro, marcado para as 14h de amanhã. Neste processo, o petista é acusado de receber 3,7 milhões de reais da OAS por meio da reserva e da reforma de um tríplex no Guarujá (SP), dinheiro que teria origem em contratos da empreiteira com a Petrobras.

Os advogados do petista pediram ontem ao TRF-4, por meio de habeas corpus, a imediata suspensão do processo. A defesa alegava ao tribunal, sediado em Porto Alegre, que não dispunha de tempo suficiente para analisar o conteúdo de uma “supermídia” com 5,42 gigabytes com documentos que a Petrobras anexou aos autos – estima-se que o arquivo tenha 100.000 páginas. “É materialmente impossível a defesa analisar toda essa documentação até o próximo dia 10, quando haverá o interrogatório do ex-presidente e será aberto o prazo para requerimento de novas provas”, assinalaram.

Segundo os advogados de Lula – os criminalistas Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira -, os documentos da Petrobras foram solicitados desde 10 de outubro de 2016, mas “foram levados – em parte – ao processo somente nos dias 28 de abril e 2 de maio de 2017, por meio digital”.

Para o juiz federal, o habeas corpus “não merece acolhimento o pedido por falta de previsão legal”. “Em juízo de cognição sumária, comum das providências cautelares processuais, não vejo ofensa à ampla defesa. Ao contrário disso, é válida a juntada de documentação em meio digital, apesar de a parte interessada insistir em recebê-la ou acessá-la de forma diversa. Em se tratando de prova requerida pela defesa – e esta compreensão é fundamental – nada mais adequado do que a sua juntada ao processo, sobretudo porque a própria estatal é parte interessada no processo, não sendo razoável a pretensão defensiva de comparecimento na sede da Petrobras”, escreveu Brunoni em sua decisão.

Ainda segundo o magistrado, “não se desconsidera que a existência de milhares de páginas para exame demanda longo tempo, mas foge do razoável a defesa pretender o sobrestamento da ação penal até a aferição da integralidade da documentação por ela própria solicitada, quando a inicial acusatória está suficientemente instruída”.

Nivaldo Brunoni também ponderou, ao negar o pedido dos advogados de Lula, que a oitiva do ex-presidente, embora um ato processual normal, “ganhou repercussão que extrapolou a rotina da Justiça Federal de Curitiba/PR e da própria municipalidade”. Ele enumerou as “medidas excepcionais” tomadas pela Secretaria de Segurança do Paraná para evitar tumultos e garantir a segurança nas imediações da sede da Justiça Federal paranaense: “prazos foram suspensos, o acesso ao prédio-sede da Subseção Judiciária será restrito a pessoas previamente identificadas e o trânsito nas imediações será afetado, medidas que vem mobilizando vários órgãos da capital paranaense”.

“Assim, ausente flagrante ilegalidade e possibilitada pela própria autoridade coatora a apresentação de documentação até a fase do art. 402 do CPP e, ainda, a eventual repetição de atos processuais já realizados, não há razão para o deferimento de suspensão do interrogatório do paciente e sobrestamento da ação penal”, conclui o juiz.

 

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Revista Veja terça, 09 de maio de 2017

PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA PEDE AO STF QUE AFASTE FILMAR MENDES DO CASO EIKE

PGR pede ao STF que afaste Gilmar Mendes do caso Eike

Rodrigo Janot questiona a isenção do ministro pelo fato de sua mulher trabalhar para um escritório que atende o empresário Eike Batista

 

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) que afaste o ministro Gilmar Mendes da relatoria do habeas corpus do empresário Eike Batista e que anule todos as decisões tomadas por ele no processo, inclusive a que determinou a sua soltura em abril.

Janot questiona a isenção de Mendes pelo fato de a sua esposa, Guiomar Feitosa Lima Mendes, ser sócia do escritório de advocacia Sérgio Bermudes, que presta serviços a Eike Batista em processos no âmbito cível. O empresário teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal do Rio, na Operação Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Estado, em janeiro. Ele foi solto por decisão monocrática de Mendes em abril.

“Por tal motivo, suscita-se a presente arguição contra o ministro Gilmar Ferreira Mendes a fim de que se reconheça a sua incompatibilidade para funcionar no processo em questão, bem como para que se declare a nulidade dos atos decisórios”, escreveu Janot, no pedido.

O procurador solicitou que o pedido de impedimento de Mendes seja analisado pelo plenário do STF. Também requisitou os depoimentos do ministro, da sua mulher, de Eike e de Sérgio Bermudes. Agora, cabe à presidente da Corte, Cármen Lúcia, decidir quando levará o caso a julgamento.

Na ação de arguição, Janot afirma que o Código Penal não trata especificamente da suspeição para casos desse tipo. No entanto, cita como argumento o artigo 144 do Código de Processo Civil que diz o seguinte: “Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo, ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório”.

No site do escritório de advocacia, a mulher de Mendes figura como membro junto com outros 80 advogados. Formada em direito na Universidade de Brasilia (UNB), ela já trabalhou no Ministério da Justiça, Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunal Superior Eleitoral (TSE), STF e para os ministros Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello.

Segundo apuração da PGR, Guiomar é responsável pela filial do escritório em Brasília na condição de sócia, “tendo participação nos lucros, obtidos mediante recebimento de honorários dos respectivos clientes, um dos quais é exatamente Eike Batista”, diz o texto. “A situação evidencia o comprometimento da parcialidade do relator”, completa.

O procurador pediu que o ministro Gilmar Mendes preste depoimento. Além disso, também requeriu a oitiva, como testemunhas, da mulher do ministro, Guiomar Mendes, de Sérgio Bermudes e de Eike Batista.

Eike Batista é réu pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro por ter supostamente repassado propina para o grupo criminoso do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). O dinheiro sujo teria sido pago para conseguir facilitações para as empresas da companhia EBX. 


Revista Veja segunda, 08 de maio de 2017

N 4ª FEIRA, EM VEZ DE CERCAR TRIBUNAL EM CURITIBA, QUE TAL TRABALHAR?

 

Na 4ª, em vez de cercar tribunal em Curitiba, que tal trabalhar?

A Justiça não pode depender de alarido. Isso não é compatível com a democracia. Lulistas e antilulistas que tenham juízo


É claro que a mobilização do PT se assenta numa farsa política, a saber: todas as acusações que pesam contra o partido, contra o ex-presidente e contra as gestões petistas fariam parte da grande arquitetura golpista, que teve como episódios, evidentes só na cabeça dos petistas, o impeachment de Dilma e a posse de Michel Temer.

Trata-se de uma mentira escandalosa, como atestam alguns bilhões já recuperados pela Lava Jato. Que havia uma estrutura organizada de assalto ao estado brasileiro, bem, sobre isso, não resta a menor dúvida. Que o PT ocupasse o centro dessa maquinaria, eis outra evidência gritante, que só perdeu importância porque procuradores e juízes resolveram se organizar como força política — o que permitiu, diga-se, que o PT recuperasse em pouco tempo parte significativa do apoio que havia perdido, especialmente entre os mais pobres.

Assim, aqueles que pretendem marchar “a” ou “em” Curitiba na quarta-feira, em defesa de Lula, estão ancorados essencialmente numa mentira. Nem a Lava Jato nem o impeachment foram peças de uma conspiração, que obedecesse a um comando. Isso é bobagem.

Mas não é menos verdade que o messianismo de procuradores e juízes está fazendo um mal imenso ao país — o que não implica, por óbvio, negar os benefícios decorrentes da investigação. Como sabem os leitores, desde os primeiros movimentos da turma, critiquei certas declarações de membros do Ministério Público Federal. Ficou evidente que eles pretendiam bem mais do que coibir o crime e buscar a punição dos criminosos. Logo à partida, começaram a falar em “refundar a República”.

Ora, para que se refunde, é preciso que se destrua. E a ação determinada da Lava Jato para destruir o sistema político, com o que tem bom e de ruim, é evidente, é escancarada. Os procedimentos heterodoxos vão se acumulando. E um deles diz respeito justamente à mobilização, digamos, popular. Com a devida vênia, não cabe a procuradores e juízes convocar manifestações ou desencorajá-las. Ou ainda expressar gratidão pelo apoio popular.

Justiça não pode se confundir com justiçamento, com linchamento, com uma disputa para ver qual lado põe mais gente na rua.

O melhor que as pessoas podem fazer, na quarta-feira, em favor da democracia, das instituições, da normalidade legal é cuidar de seus afazeres, de seus interesses privados. Aliás, o próprio Moro pediu a seus partidários que evitem ir a Curitiba. Pois é… Quantas foram as vezes, no entanto, em que o juiz e seus parceiros do MPF disseram ou sugeriram que, sem povo da rua, a Lava Jato corre riscos? Ora, os adversários mais radicais do petismo estão atendendo a um chamamento, não? Mesmo no vídeo do “desconvite”, Moro faz uma deferência à voz das ruas.

A Justiça brasileira não depende e não pode depender de quem fala mais alto.


Revista Veja domingo, 07 de maio de 2017

LULA X MORO: JUIZ PEDE A SEGUIDORES QUE EVITEM CURITIBA

Lula X Moro: em vídeo, juiz pede a seguidores que evitem Curitiba

Titular da 13ª Vara diz a seus partidários que a mobilização, no dia do depoimento de Lula, pode resultar em confusão, com pessoas machucadas

O juiz Sergio Moro houve por bem publicar um vídeo no Facebook em que pede a seus partidários que evitem manifestações na próxima quarta-feira, quando o ex-presidente Lula presta depoimento à 13ª Vara Federal de Curitiba. Segue abaixo.

 

Pois é…

Ainda que Moro esteja pedindo a seus seguidores que NÃO SE MANIFESTEM, o comportamento é certamente indevido a um juiz. Fazer o quê? Ou os integrantes do Poder Judiciário seguem as regras corriqueiras numa democracia, ou as coisas se degeneram.

É evidente que não cabe a um juiz passar orientações a manifestantes, ainda que esteja falando aos seus. Se o faz, admite a existência de uma liderança que nada tem a ver com o poder que lhe confere a toga. Ou que decorre impropriamente do poder que lhe confere a toga. Transcrevo um trecho:

“Eu tenho ouvido que muita gente que apoia a Operação Lava Jato pretende vir a Curitiba manifestar esse apoio, ou pessoas mesmo de Curitiba querem vir aqui manifestar esse apoio. Eu diria o seguinte: esse apoio sempre foi importante, mas, nessa data, ele não é necessário. Tudo o que se quer evitar nessa data é alguma espécie de confusão e conflito e, acima de tudo, não quero que ninguém se machuque em eventual discussão ou conflito nessa data. Por isso, a minha sugestão é: não venha, não precisa, deixa a Justiça fazer o seu trabalho. Tudo vai ocorrer com normalidade, e eu espero que todos compreendam”.

As palavras fazem sentido, não? Vamos ver.

Como Sergio Moro tem a obrigação da neutralidade, a sua mensagem deveria ser dirigida tanto aos que vão a Curitiba para vituperar contra Lula como aos que se organizam para defendê-lo. “Ah, Reinaldo, Moro vai pedir para petista não ir?”  Bem, então se admite que ele virou uma liderança do antipetismo? Ora, é descabido!

Observem que o juiz nem mesmo se refere aos apoiadores de Lula, a não ser de maneira encoberta, quando diz a seus seguidores que evitem confusão e conflito para que ninguém “se machuque”. E, suponho, para que “não se machuque ninguém”, não é? O lugar desse “se” na frase faz uma brutal diferença. Afinal, numa confusão e num conflito, os dois lados batem e apanham, certo?

Sim, eu endosso — mas eu posso, já que não julgo ninguém — as palavras de Moro. Acho que lulistas e antilulistas deveriam se ater às regras normais do estado democrático, deixando, como diz o juiz, “que a Justiça faça seu trabalho”.

E mais: Moro deveria ter atuado antes. Infinitas páginas nas redes sociais que convocam atos de solidariedade à Lava Jato e contra Lula trazem a imagem do magistrado. Quando menos, ele deveria ter feito um anúncio público pedindo que fossem apagadas.

De resto, quantas foram as vezes em que vimos e ouvimos membros da Lava Jato a dizer que só o “povo na rua” assegura a independência da operação? Ainda há dias, procuradores da República, liderados por Deltan Dallagnol, pregavam resistência a um ato do Senado assentados nesta premissa: sem mobilização, a operação se fragiliza. E isso é falso.

Sim, lulistas e antilulistas deveriam evitar a pantomima de rua, como se um simples depoimento de um réu — mesmo sendo Lula — fosse definir os rumos da história do Brasil. Não será a gritaria dos “companheiros” a intimidar Moro. Nem será a gritaria dos lava-jatistas, suponho, a estimulá-lo.

Juiz não orienta torcida. No máximo, a sua atuação pública, que tem de se pautar pela isenção e pela retidão, tem de inspirar a todos.


Revista Veja sábado, 06 de maio de 2017

AUTDOOR IRONIZA LULA: CURITIBA TE ESPERA DE GRADES ABERTAS

Outdoor ironiza Lula: ‘Curitiba te espera de grades abertas’

Cartaz foi colocado na cidade às vésperas do depoimento do petista ao juiz federal Sergio Moro

 

Grupos contrários ao ex-presidente Lula espalharam em Curitiba outdoors ironizando a ida do petista à cidade para prestar depoimento na Operação Lava Jato. A audiência está marcada para a próxima quarta-feira, dia 10. “Seja bem-vindo. A ‘República de Curitiba’ te espera de grades abertas”, diz um cartaz com uma caricatura do ex-presidente com roupa de presidiário. O outdoor é assinado por grupos como Vem Pra Rua e Lava-Togas.


Revista Veja sábado, 06 de maio de 2017

POR QUE A LIBERTAÇÃO DE DIRCEU FORTALECE A LAVA-JATO

Por que a libertação de Dirceu fortalece a Lava Jato

Para o ex-homem-forte do governo Lula, alívio é apenas temporário. Para a operação, decisão do STF significa solidez e coerência

A libertação de José Dirceu atiçou as torcidas da Lava-Jato. Petistas em geral viram na decisão de soltá-lo o começo do fim da ditadura penal de Curitiba, que vem atropelando o princípio da presunção de inocência. Antipetistas em geral entenderam que a liberdade de Dirceu é o começo do fim da operação e a lamentável reabertura do ciclo de impunidade no país. No clima de torcidas, o ministro Gilmar Mendes, voto decisivo no STF para a soltura de Dirceu, tornou-se um alvo preferencial. Eternamente criticado por petistas e aplaudido por antipetistas, Mendes agora é o novo herói dos mortadelas e o novo vilão dos coxinhas.

O fato é que, quando a Justiça é discutida em clima de Fla-Flu, a primeira vítima é a verdade: a Lava-Jato, na realidade, acaba de ganhar músculos e não corre nenhum risco de ser empurrada para o naufrágio. Isto porque, para o ex-ministro, é apenas um alívio temporário, considerando que sua condenação em segunda instância já está no horizonte. Para a Lava-Jato, é solidez e coerência.

 


Revista Veja sexta, 05 de maio de 2017

FIGURINISTA NEGA TER SIDO AMANTE DE JOSÉ MAYER

Figurinista nega ter sido amante de José Mayer

Em novo relato, Su Tonani reclama de como foi tratada por delegado e das especulações desde a denúncia de assédio: 'Cultura machista culpa a mulher'

A figurinista Susllem Tonani, que acusou o ator da TV Globo José Mayer de assédio sexual voltou a escrever na madrugada desta sexta-feira no blog do jornal Folha de S.Paulo ‘AgoraÉQueSãoElas’,  o mesmo no qual publicou o primeiro relato, em março, sobre as investidas que duraram oito meses e contaram com diversas cenas constrangedoras do galã global contra ela.

Mayer havia sido acusado de assediar Susllem durante as gravações da novela A Lei Do Amor, em caso que gerou repercussão nacional. Pouco depois, o ator assumiu o erro em comunicado oficial. 


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