Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlos Brickmann - Chumbo Gordo quarta, 24 de janeiro de 2018

A HORA DE A COBRA BEBER ÁGUA

 

É hoje – e não é hoje. Lula pode perder por 3×0, com aumento de pena, e não vai para a cadeia, nem fica imediatamente inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Pode ganhar por 3×0, sair livre, leve, solto, e nem assim o processo estará encerrado. O perdedor pode recorrer ao próprio tribunal, ao STJ, ao Supremo; para que a Lei da Ficha Limpa seja aplicada, caso confirmada a condenação, Lula precisa pedir o registro de sua candidatura, entre 20 de julho e 15 de agosto. Neste momento, o Tribunal Superior Eleitoral a impugna. Claro, há os recursos de praxe, inclusive ao Supremo, e há quem diga que o calendário permitirá que ele faça campanha, gaste o dinheiro do fundo eleitoral público, concorra e até seja eleito. Mas só toma posse se for vitorioso nesses recursos. Cadeia é diferente: se perder hoje, no julgamento, e nos futuros recursos, o tribunal pode mandar prendê-lo, mas só se quiser.

Então, se nada será decidido, qual a importância do julgamento de hoje?

O caso é importante porque, pela primeira vez, Lula entra em risco nos processos oriundos do Mensalão, Lava Jato e Petrolão. Fora esse, o do apê na praia, há outros cinco processos; há ainda duas denúncias. É acusado 246 vezes de lavagem de dinheiro, 21 de corrupção passiva, três de formação de quadrilha, 4 de tráfico de influência, 2 de obstrução à justiça. Para quem se define como “jararaca”, chegou a hora de a cobra beber água.

Talvez superar esse duro roteiro signifique para ele a pior das punições.

 

 

Dura lei

Caso a sentença imposta a Lula pelo juiz Sérgio Moro seja confirmada, ou aumentada, seu passaporte poderá ser apreendido. Sim, é pena acessória, mas que num político habituado a viagens internacionais deve doer muito.

Plano B

Caso Lula consiga manter a candidatura por algum tempo e tenha de retirá-la, o PT poderá indicar novo candidato até 20 dias antes da eleição. O Plano B de Lula, ao que tudo indica, seria Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, ex-chefe da Casa Civil de Dilma. Wagner, hábil e simpático, tem o hábito de se relacionar civilizadamente com os adversários.

A lei é dura…

Este colunista não é favorável nem contrário à prisão do ex-presidente Lula. Acredita que só deveriam ir para a prisão pessoas que, se soltas, ofereceriam risco de ações violentas. Isso vale para todos: Lula, Palocci, Sérgio Cabral, Joesley e todos os demais criminosos de colarinho branco. Condenados na forma da lei, devem ser punidos com dureza, mas da maneira que lhes doa mais: confisco de bens, para repor o que foi desviado, multas punitivas, despesas de investigação, proibição de trabalhar em determinadas áreas, bloqueio de viagens internacionais, trabalhos comunitários, mais o que os especialistas julgarem oportuno elencar, Prisão, não. Quem paga impostos não tem a menor obrigação de sustentar criminosos condenados, nem de cuidar de sua saúde e segurança.

…mas é lei

Entretanto, enquanto a lei é a atual, que seja cumprida com rigor. Se Lula for absolvido, que se pare de falar do apartamento que não é dele. Se for condenado, que se apliquem as punições legais. E que os lulistas parem de gritar em coro que eleição sem Lula não é eleição, é fraude. Esse tipo de slogan assegura aos lulistas que são mais iguais do que todos. São iguais aos outros, como se sabe; mas sempre disseram que o PT seria diferente.

Nós e eles

É curioso ler os manifestos iguaizinhos redigidos por entidades ligadas ao PT. Todos, no fundo, mostram a verdade de uma frase irretocável de Millôr Fernandes, uma jóia de definição do que é política: “Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim”.

Foto-potoca

Twitter do deputado federal José Guimarães (PT-Ceará), postado na segunda-feira às 17h11: “Caravanas rumo a Porto Alegre em solidariedade a Lula”. Na foto, uma estrada lotada de ônibus, que bloqueiam toda a pista direita.

 

 

Só que não: esta foto vem sendo repetida na Internet desde 2014. E a que se refere? A legenda mais antiga diz: “Comboio da muamba em Foz do Iguaçu, 04/10/2002”. Na ocasião, a Polícia Federal bloqueou centenas de ônibus de sacoleiros e revistou-os em busca de contrabando. Publicar a foto agora, como se fosse atual, para informar falsamente que caravanas de lulistas se encaminhavam em massa para Porto Alegre, mostra que a mobilização petista fracassou – tanto que foi preciso recorrer a uma foto de outro evento. Mas há uma ponta de verdade: os ônibus, em 2002, também transportavam gente que acreditava na violação da lei como modo de vida.

A frase que ninguém disse

Se o Lula for absolvido, mato ou morro. Ou me escondo no mato ou fujo pro morro.


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