Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Leonardo Dantas - Esquina quinta, 24 de maio de 2018

A IMPRENSA EM PERNAMBUCO

 

Ao contrário das demais colônias estabelecidas a partir dos fins do século XV nas Américas, o Brasil foi a última a conhecer a tipografia. O invento de Johann Gensfleish Gutenberg (1400-1468), já com a introdução dos tipos metálicos móveis (caracteres móveis já existiam em argila), conquistou praticamente toda a Europa a partir de 1454, quando da impressão de uma indulgência em Mainz, chegando a Portugal em 1489, com o Tratado de Confissom, em Chaves, produzido por um impressor ambulante.

Por razões políticas impostas por Portugal, no sentido de manter a dependência através da ignorância cultural, o Brasil só veio conhecer oficialmente a tipografia a partir de 13 de maio de 1808, quando da criação pelo então príncipe regente D. João, da Impressão Régia no Rio de Janeiro.

Ao contrário do Brasil, o mesmo não aconteceu nas demais colônias das Américas, a exemplo do México, Peru e Estados Unidos, que conheceram a tipografia em 1539, 1585 e 1638 respectivamente. Mesmo dentro do mundo colonial português, a tipografia fora difundida no Oriente, através dos padres da Companhia de Jesus, no uso de preciosas traduções de vocabulários e gramáticas nativas, bem como na propagação da fé, nos seus colégios de Salsette (1542), Goa (6.9.1556), Anakura (1591), além de Rachol, Cochim, Vaipicota, Punicale e Ambalacate.

Na China, os jesuítas portugueses começaram a imprimir em Macau (1588), seguindo-se de Cantão e Hong-Kong. “No Japão, entre 1590 e o banimento do cristianismo, em 1614, os padres produziram mais de cem obras. Suas impressoras, primeiro em Kazusa com o padre Alexandre Valignano, em seguida a partir de 1591, em Anakura, e depois em 1599 na fortaleza cristã de Nagasaki, produziram catecismos, literatura e trabalhos devotos conhecidos, tanto em português como em japonês, pelo nome de Kirishitan-ban. Seus estudos linguísticos constituem a fonte principal do nosso conhecimento do primitivo japonês moderno. Pelo menos dois tipógrafos foram japoneses convertidos, enviados a Coimbra para aprender o ofício”.

No Brasil Holandês

 

 

A primeira tentativa da introdução da tipografia no Brasil partiu não dos portugueses, mas do governo holandês do conde João Maurício de Nassau-Siegen (1637-1644) quando, em 28 de fevereiro de 1642, o Supremo Conselho do Governo do Brasil, sediado no Recife, escreveu à Assembleia dos Diretores da Companhia das Índias Ocidentais, em Amsterdam, solicitando o envio de uma tipografia, “a fim de que as ordenações e os editais emanados por Vossas Senhorias e deste governo, e os bilhetes de vendas, sendo impressos, obtenham maior consideração, e de ficarmos dispensados do trabalho fatigante de tantas cópias”. 

A resposta não tardou e, em 14 de julho do mesmo ano o Conselho dos XIX informa ter seguido da Câmara de Horn “um certo Pieter Janszoon que aqui exerceu a profissão de tipógrafo e, por ocasião de sua partida, não se mostrou avesso a ideias de aí introduzir a sua arte, mediante certas condições”. 

Em face da demora nas comunicações, o Supremo Conselho reiterou o seu pedido, em carta datada de 24 de setembro de 1642, que veio a ser respondida pelo Conselho dos XIX em 21 de maio de 1643: “De há muito que consideramos a necessidade do estabelecimento de uma tipografia no Brasil, e agora recomendamos a pessoa idônea que se informasse de algum mestre habilitado para este fim, e igualmente comunicamos essa resolução à corporação dos impressores, de sorte que esperamos ver o vosso pedido satisfeito dentro em breve”. 

O Conselho do Brasil, porém, em carta datada do Recife, 2 de abril de 1643, informa laconicamente o falecimento, após sua chegada, do impressor Pieter Jenson reiterando o pedido do envio de uma oficina de tipos e de um novo mestre impressor: “esperamos que Vossas Excelências realizem a prometida remessa de uma tipografia, a fim de nos exonerar das consideráveis despesas com as numerosas cópias das ordenações e editais em português, o que importa em muito dinheiro, porquanto os escreventes da repartição consideram este serviço como extraordinário e fora de suas atribuições regulares”.


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