Olavo Bilac, com intromissões deste colunista
O poeta Olavo Bilac, um dos mais significativos representantes do Parnasianismo brasileiro, tem A Pátria como um os seus poemas mais aplaudidos.
Nele, o autor fala de um Brasil de outros tempos, e não destes em que vivemos, razão por que, como meros instrumentos de atualização, introduzimos adaptações em alguns versos, mais condizentes com este país vilipendiado em que vivemos.
Ama, com fé, embora sem motivo para orgulho, este Brasil em que nasceste!
Criança, não verás nenhum país como este!
Aqui verás que céu! que mar! que rios! que floresta!
E um grupo de gente desonesta a surrupiar a Pátria!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
E a sociedade boquiaberta diante de tanto desalinho
É um seio de mãe a sangrar pela ausência de carinho.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
E uma quadrilha de brasileiros desonestos
Vê que grande extensão de matas, onde imperava
Fecunda e luminosa, a primavera!
E hoje não é mais que uma quimera
É só uma terra que nega tudo a quem trabalha
Mesmo o pão que mata a fome e o teto que agasalha…
Quem com o seu suor a umedece,
Sem ver pago o seu esforço, sem ser feliz, enquanto o ladrão enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Não imita a mesquinhez da terra em que nasceste!