Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Eliane Cantanhêde sexta, 07 de julho de 2017

A PEDRA NO CAMINHO - MUNDO POLÍTICO COMEÇA A ASSIMILAR RODRIGO MAIA
 

A pedra no caminho

O mundo político e privado começa a assimilar Rodrigo Maia como natural

Eliane Cantanhêde, O Estado de S.Paulo

07 Julho 2017 | 03h00

 

Antes de embarcar para a reunião do G-20 em Hamburgo, o presidente Michel Temer deixou uma mensagem nas redes sociais lamentando as “pedras no caminho”. São muitas pedras, verdadeiros pedregulhos, mas o principal deles tem nome e endereço: Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados e na linha direta da sucessão presidencial.

Como dito aqui desde a “bomba” Joesley Batista, presidentes não caem enquanto não há um sucessor engatilhado. Foi assim com Fernando Collor e com Dilma Rousseff e está sendo assim com Temer, que vem resistindo bravamente, mas começa a enfrentar uma sensação que vai se generalizando: a de que Rodrigo Maia está se posicionando para “eventualidades”.

Maia é considerado jovem demais, inexperiente e inadequado para um desafio tão hercúleo, mas é favorecido por uma equação simples: se Temer cai, é o presidente da Câmara quem assume e convoca uma eleição indireta (pelo Congresso), para a qual não apareceu nenhum candidato natural ou ao menos consensual. Logo, ele próprio, Maia, se transforma no nome à disposição.

Registre-se que Maia vinha sendo um fiel escudeiro de Temer no Congresso, participando de reuniões no Planalto, no Jaburu e no Alvorada e articulando apoios para as votações de governo. Subitamente, ele pisou no freio, sumiu dos palácios e até viajou para a Argentina ontem, escapulindo de substituir Temer durante a viagem dele ao G-20. 

Nada é por acaso, muito menos num momento tão dramático. O deputado está se preservando para quando o carnaval chegar, ou para quando, e se, Temer cair. Ele não faz isso por ansiedade para assumir a Presidência, mas porque vem sendo alertado por amigos, correligionários e agentes econômicos de que, querendo ou não, o cargo pode cair na sua cabeça – se “as pedras no caminho” caírem na cabeça de Temer.

Essa possibilidade cresce a cada dia e Temer tem alternado perplexidade, irritação e mágoa com os múltiplos adversários (inclusive a mídia), sem um minuto de sossego. Mesmo na quarta-feira, quando o advogado Antônio Mariz apresentava sua defesa à CCJ da Câmara, as pedras continuavam rolando no caminho do presidente em forma de delações premiadas que podem se revelar fulminantes.

Lúcio Funaro, “operador” do PMDB, foi transferido da Papuda para a PF em Brasília. Eduardo Cunha deu uma guinada e passou a acenar com sua delação, enquanto MP e Justiça também davam uma guinada no mesmo sentido: se antes não se interessavam, agora passaram a gostar da ideia de ouvir o que ele tem a dizer. Geddel Vieira Lima e Henrique Alves estão presos. Rocha Loures ostenta uma tornozeleira. São, realmente, muitas “pedras” no caminho de Temer. 

Enquanto isso, a PGR e a PF investem contra o “PMDB da Câmara”. A PF pede a inclusão de Temer nesse inquérito e o procurador-geral Rodrigo Janot trabalha em duas novas denúncias contra ele, uma delas por organização criminosa, justamente por causa do tal “PMDB da Câmara”.

O torniquete se fecha em torno de Temer e o mundo político e privado passa a assimilar com naturalidade crescente o nome de Rodrigo Maia para o Planalto. Os tucanos, que foram decisivos para levar Temer à Presidência com o impeachment de Dilma, passam a ser decisivos agora para apeá-lo do poder. Em nome da governabilidade, o presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, atira Temer ao mar e defende Maia para “a travessia”.

O que ninguém está percebendo, porém, é que a troca de Temer por Maia não assegura tranquilidade, nem aprovação das reformas, nem recuperação da economia. E quem lucra com o esfarelamento do governo? Lula, o PT e Bolsonaro. Basta olhar a curva das pesquisas. Se Temer cair, ele vai, mas a crise fica.

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