Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Ricardo Noblat quarta, 02 de agosto de 2017

A RETAGUARDA DO ATRASO

A retaguarda do atraso

Ricardo Noblat

Ministro da Justiça escolhido pelo presidente eleito Tancredo Neves e mantido no cargo pelo presidente empossado José Sarney, o pernambucano Fernando Lyra, um dos líderes do PMDB na luta contra a ditadura militar de 64, era capaz de arriscar o emprego por causa de uma boa frase.

Em 1985, na cerimônia do Teatro Casa Grande, no Rio, em que anunciou o fim da censura, Lyra elogiou Sarney definindo-o com uma frase que se tornou célebre:

- Sarney é a vanguarda do atraso.

Queria dizer que o presidente era o político mais avançado entre aqueles que até pouco antes haviam sustentado o regime dos generais. Sarney jamais perdoou Lyra. Demitiu-o meses depois.

Se fosse vivo, é bem possível que Lyra ser arriscasse a brigar com Temer qualificando de “vitória da retaguarda do atraso” o que deverá se consumar logo mais na Câmara dos Deputados.

Faltarão votos para aprovar a denúncia contra o presidente por crime de corrupção. Temer será salvo por uma aliança firmada entre os políticos mais fisiológicos da Câmara e os encrencados com a Lava Jato e outras operações da Polícia Federal.

Mas não só. Cabeças coroadas dos partidos de oposição conspiraram em segredo para manter Temer no cargo. Apostam que é melhor tê-lo onde está, e cada vez mais fraco, do que trocá-lo por não se sabe quem. De resto, Temer não nega favores a quem lhe pede.

Pareceu difícil derrubar os ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff, mas não foi. Seus eventuais sucessores eram conhecidos – Itamar Franco e Michel Temer. O ronco das ruas fez o resto do serviço.

Quase cinco meses depois do empresário Joesley Batista ter gravado Temer no porão do Palácio do Jaburu, sabe-se quem substituiria Temer provisoriamente – Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. Mas não se sabe quem o sucederia em definitivo.

De resto, as ruas não roncaram. Mais de 80% dos brasileiros gostariam de ver Temer processado. Mesmo assim preferiram ficar em casa em sinal de protesto contra todos os políticos, partidos e instituições desacreditadas.

As urnas roncarão em 2018.

 

Cúpula da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 01/08/2017 (Foto: AFP)
Cúpula da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 01/08/2017 (Foto: AFP)

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