Passei anos – tenho certeza de que você também – ouvindo de meus pais: “A saúde em primeiro lugar”. E sempre dei de ombros ao conselho que me davam. Mas, o tempo passa, o tempo voa… Ora, se nem o Bamerindus continua numa boa – ao contrário, quebrou –, quem sou eu para desafiar a “lei da idade”? Resolvi me tratar por conta e risco próprios. Médicos são incapazes de fechar qualquer diagnóstico sem pedir o tal de exame de sangue. Agulhas não se dão bem comigo, se me entendem. Elas entram num braço, eu quedo sobre o outro: desmaio.
Optei pelos fitoterápicos. Peguei uma relação de ervas, analisei a utilidade de cada uma delas e escalei meu “time”: Carqueja (gol); Salsaparrilha, Artemísia, Assa Peixe e Avenca (zaga); Barbatimão (em homenagem ao glorioso Corinthians, campeão dos campeões, eternamente etc.), Boldo do Chile e Cabreúva (meio-campo); Hortelã, Porangaba e Cactus (ataque). Na reserva, mantenho uma erva para cada titular. Tomo em média três copos de 250 ml por dia – de cada erva do time principal. Ou seja: mijo muito, quase sem parar. Trato simultaneamente de vários problemas, ok? Excluí do elenco duas plantas: Urtiga e Agoniada. Segundo a vasta literatura fitoterápica, a primeira dá jeito na menstruação i rregular e a segunda acaba com a inflamação uterina. Concluí que elas não me seriam úteis.
Como todo tratamento, o que adotei também apresenta efeitos colaterais. Tenho produzido pouco e dormido menos ainda. Quando não estou tomando chá, estou eliminando chá. Por falar nisso, tenho que encerrar a conversa. Hora de passar o pano no chão e trocar de bermuda. Até. Em breve, lhes darei notícias sobre o andar do tratamento.
Vai uma urtiga, aí?