Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Fernando Antônio Gonçalves - Sem Oxentes nem Mais ou Menos terça, 18 de outubro de 2022

AMIZADES DO JOÃO CONTO DE FERNANDO ANTÔNIO GOÇALVE, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

AMIZADES DO JOÃO

Fernando Antônio Gonçalves

 

 

O Silvino, percebendo que o interesse era mais comercial que investigatório, não se fez de rogado e se pronunciou alto e bom som: – Menininha, a amizade é a coisa mais importante que a gente pode ter, depois da Fé no Homem, aquele pregador muito arretado de ótimo, que de Nazaré se fez Senhor, a partir da flagelação e morte no madeiro.

Recebendo entusiásticos aplausos dos da comunidade ali presente, o João resolveu eleger um dos amigos como protótipo de fina flor, explicitando seu pensar, ao invés de enumerar sua trajetória histórica. E mandou ver:

– Gente amiga, dentre os meus amigos de fora do Recife, escolher um daqui daria um fuzuê dos infernos. Gostaria de colocar no pódio o notável Edgar Morin, um centenário arretado de ótimo, pensante francês na ativa, um gota serena, que outro dia foi homenageado, no Brasil, com o livro EDGAR MORIN, HOMEM DE MUITOS SÉCULOS: UM OLHAR LATINO-AMERICANO, Elimar Pinheiro do Nascimento, Maurício Amazonas e AlfredoPena-Veja (orgs), São Paulo, Edições SESC, 2021, 360 p. E o que parecia ser um sarapatel daqueles, os mini-ensaios provocaram uma baita binoculidade existencial, de fazer gosto aos mais desassistidos intelectualmente que nem eu, que sou muito peba, se comparado com o notável Zé Paulinho Cavalcanti Filho, por exemplo, aquele talento pernambucano ouro de lei, que se faz sempre presente nos meios mais cultos da capital pernambucana, atualmente debaixo de muita chuva, assustando os irmãos dos córregos, morros e alagados.

Os textos sobre Morin revelam o seu pensar sempre lúcido, a favorecer um novo humanismo para um mundo pós pandemia, onde todos possam ter vida e vida em abundância, desapetrechando-se em definitivo dos paradigmas superados dos ontens que não mais retornarão, salvo sob viéses mais condizentes com as exigências de um contexto planetário mais fraterno e distributivista. E disse mais o Morin: “Um dos principais fatores de estresse hoje é o paradoxo entre o ritmo alucinado das comunicações, que nos trazem fatos e mensagens em tempo real, e as limitações de nossa mente e de nosso corpo.”

Entendamos, como Edgar Morin, que a ciência é filha da verdade e não da autoridade. E que pelo fato de não entender isso pelos caminhos de um efetivo diálogo, inúmeros assassinam milhões, rejeitando um monte de estudos comprobtórios. E Morin ainda faz um alerta bastante necessário para os que continuam lendo pouco: “Deve-se ter cuidado para não querer transformar nossas mais recentes descobertas em monumentos petrificados.”

Dona Conceição, mulher do Silvino, sete arrobas bem distribuídas e com ainda muito reduzida elasticidade mamária, setentona experiente, mente livre e sempre solta, nenhuma flacidez abdominal, muitos quilômetros bem dados, serenidade lindona, sem as louracidades artificiais que só raciocinam rabolatricamente, resolveu encerrar o falatório do João Silvino, declarando que tinha muita Fé e que sua Fé tinha dados bons frutos, cada um deles fundo, forte, farto e fértil, arrancando ânimos gerais, ampliados pela chegada de mais uma rodada cabidelística, desta vez acrescentada de uma farofa de deixar caveira babando de inveja.

Sentado na ponta da mesa com a Sissa, agradeci ao Chefe conhecer a turma do João Silvino da Conceição. Família sem lero-lero, nem fuxicaria, cada um sabendo seu samba de cor, a esperança toda calibrada num Brasil que chegará lá, apesar dos chupa-cabras adesistas que se fingem de alavancadores de primeira hora, quando não passam de oportunistas disfarçados de salvadores de um Estado que necessita urgentemente abandonar sua condição de país sempre do futuro. Bem muito antes de, sem soberania alguma, se findar no brejo, onde tudo vai dar mel…


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros