Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Fernando Antônio Gonçalves - Sempre a Matutar terça, 19 de maio de 2020

ANOTAÇÕES PARA O MOMENTO

 

 

ANOTAÇÕES PARA O MOMENTO

1. A atual pandemia planetária direcionou mentes sadias e corações solidários para adoção de paradigmas existenciais mais fraternos, abandonando posturas e crenças já manjadas. Foram rejeitados posicionamentos sociais embasados em teorias econômicas ultrapassadas, das duas extremidades ideológicas, erradicados os acovardamentos fundamentalistas e os trejeitos marqueteiros populistas dos messiânicos. Para inúmeros, uma posição foi tomada: que seja melhorado o bom, descobrindo-se a essência das missões individuais e coletivas. Que sejam erigidos propósitos de passos largos e consistentes, ainda que se correndo o risco de não se fazer coisas inéditas, ou recapturando passados, muitos até ridicularizados. E que todos saibam melhor o seu direcionamento para a Luz.

2. Tem muita gente ajudando outros a obter uma nova visão de mundo, explicando os porquês de algumas tensões e outras tantas turbulências, todas elas reflexos de uma conflitividade nem sempre positiva, embora sempre na busca de superações contínuas, jamais definitivas.

3. Quais deveriam ser os mandamentos de um Eleitor Esperto 2020? Abaixo, alguns sinais, todos atentos para erradicar a quantidade enorme de arroteiros:

a. Eliminar os candidatos de partidos-picaretas, que somente vêm a público em campanhas eleitorais.

b. “Dize-me com quem andas e eu direi quem tu és” ainda é um ditado muito arretado de ótimo.

c. Charme e distinção só para escolher óculos de grau.

d. Nunca se deve sufragar apenas pelo lado bonitinho. Vez por outra, elegemos picaretas repletos de “armações”, ordinaríssimos todos.

e. Caridade é bonita. Aproveitamento da miséria dos outros é coisa bem diferente. Cestas de alimento, tíquetes de leite, dentaduras, sacos de cimento e caminhões-pipas devem ser recebidos com mil agradecimentos, o voto continuando a ser reflexo de uma escolha consciente, refletida com maturidade e muita cidadania.

f. Desconfiar sempre de quem promete resolver tudo sozinho, arranjar novos empregos, zerar de uma só vez o não saneamento municipal, arrotando grandezas, tal e qual um Pai Grande, protetor dos “frascos e comprimidos”, na ingenuidade de um rapazote interiorano.

g. Observar bem se o candidato tem o “rabo” preso a atitudes que contrariam os interesses da maioria. Ou que resultem em prejuízos para milhões de desprotegidos.

h. Desconfiar de quem explora a vida pessoal dos outros candidatos. Crítica política é uma coisa, chafurdices velhacas são outros mil reais.

i. Já levar no caminho da urna a sua seleção, entrando na cabine com a escalação toda, deixando a turma da boca-de-urna sem vez nem voz.

j. Não basta votar. Tem que acompanhar a atuação dos eleitos. Se esquecer deles, como esperar que eles se lembrem das promessas que fizeram?

4. Um desenvolvimento eficaz dos Recursos Humanos será o principal indicador que evidenciará o Nordeste Brasileiro nos próximos anos perante a comunidade nacional, após o término da atual pandemia. E os líderes públicos e empresariais da região devem principiar a perceber que pessoas capacitadas, criativas e empreendedoras serão o único fator de produção que continuará insubstituível nos futuros próximos. Apesar dos avanços extraordinários da informática e da robotização, ambas jamais se tornarão independentes dos neurônios da raça humana.

5. Tenho uma profunda admiração pelos que possuem aquilo que Blaise Pascal, notável matemático, definia como esprit de finesse. E que é diretamente proporcional ao asco sentido pelos que se imaginam muito acima das divindades, sócios de Deus, igualzinho aquele ajumentado repleto de reais, que entrava nas igrejas de óculos escuros para Deus não lhe pedir autógrafo nem ficar com lero-leros bajulatórios. ¨

6. Já foi dito certa feita: “A maior tragédia do homem contemporâneo está na sua dominação pela força dos mitos, abdicando de uma soberana capacidade de discernir. … Nós, brasileiros, muitas e muitas vezes oscilamos entre um otimismo ingênuo e uma desesperança que somente beneficiam os reacionários. Otimismo ingênuo e cavilosa nos fazem esquecer as manhas de um poder invisível que se encontra comodamente instalado nos atapetados gabinetes da república, a desarticular propostas de uma reestruturação nacional consistente e duradoura, adversária primeira dos interesses oligárquicos”.

7. Um sistema universitário cientifica e humanisticamente sadio é aquele alicerçado sobre consistentes e eficazes ensinos fundamental e médio, permanentemente alimentado por recursos financeiros que proporcionem um mínimo de decência existencial e contínuo aprimoramento para seus corpos docentes, discentes e administrativos, dispensados os omissos e incompetentes.

8. Não há nada mais ridicularizável que determinados dirigentes públicos em início de gestão. Sentem-se os próprios cães do segundo livro do Felisberto de Carvalho. Eliminam projetos de futuro já propostos, destroem eficazes construções passadas, contaminam procedimentos empreendedores, erigem tribunais inquisitoriais, suspeitam de tudo e de todos aqueles que não estavam do seu lado. E vão além do cotidiano necessário: arrotam “bombrilmente” mil e um novos empreendimentos, nomeando incapazes, buscando o sensacionalismo barato através de posturas bananeiras demagógicas.

9. Para todos aqueles aprovados na área do Ensino Superior, curiosidades afloram sobre o surgimento das primeiras noções recebidas: como e por que os grandes pensadores tiveram as ideias que alteraram os rumos da humanidade, o que se deve esperar da Filosofia e para que ela serve. A atual geração universitária, sem os embasamentos humanísticos necessários que fomentaram as grandes transformações universais, carece ter mais conhecimentos sobre o como se processou a história do pensamento, evitando engasgar-se nos argumentos mais elementares e desafiadores dos amanhãs.

10. Recomendaria um livro que muito ensinaria acerca da história das ideias que servem até hoje como ferramentas essenciais para os debates contemporâneos: A Mais Bela História da Filosofia, Luc Ferry & Claude Capelier, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2017, 322 páginas. O primeiro, PhD em Filosofia, foi Ministro da Educação da França, tendo sido professor universitário, hoje dedicado em tempo integral à elaboração de livros. O segundo é filósofo, escritor e assessor científico do Conselho de Análise da Sociedade da França. O texto retrata, de uma forma muito original, uma questão que inquieta profundamente os ainda pensantes: como responder às nossas atuais desorientações diante de um universo que persiste em nos escapar entre os dedos, apesar das estupendas explorações interplanetárias?

PS. Fiquemos em casa para erradicar mais rapidamente a COVID-19, tida por “simples gripezinha” pelos dinossauros que buscam notoriedade através de fálicas manifestações.


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