Sou romântico inveterado. Sou Roberto Carlos sem voz.
Adoro mulher de quarenta. E gorducha também.
Desconfio da masculinidade de homens que não aceitam estrias e celulite.
São incapazes de dar o devido valor a um par de peitos levemente caídos.
São tolos. Desprezam a vivência.
Não se olham no espelho.
Paciência.
Antes de bater as botas, faço um apelo às mulheres, em especial às gorduchas:
– Não usem calcinhas seis números abaixo do que suas nádegas exigem! Não vejam erotismo onde a vulgaridade impera. E disparem um pontapé no traseiro de homens cheios de frescuras.
* * *
E ela bateu pesado, como toda mãe bate em marido inconveniente
– Sai daqui, animal: quer tomar o leite do menino?
Não queria roubar leite, muito menos leite do filho. Imagine… Nem de leite gostava, queria um prazer efêmero, coisa ligeira, de quem tem que trabalhar amanhã: um beijinho, uma mamadinha nos seios da amada de sempre.
Ela negou. Vítor cresceu. O amor se foi. E ele morreu. Por falta de cálcio. E de peitos.