Sabemos como aconteceu. Quando Páris foi a Esparta, apaixonou-se por Helena, ela por ele, e ambos fugiram para Troia. O rei Menelau, o marido abandonado, enfureceu-se, e decidiu atacar Troia com uma frota de mil belonaves, além do auxílio de Ulísses e grandes guerreiros como Aquiles, Ajax, Diomedes e Idomeneu. O cerco, que ceifou a vida de heróis como Heitor e Aquiles, durou dez longos anos.
Vivia-se um impasse. Ninguém entrava nas suas muralhas, ninguém saía.
Foi aí que entrou em cena a inteligência de Ulisses.
Os gregos fingiram bater em retirada embarcando nos seus navios, mas deixaram na praia um enorme cavalo de madeira. Os troianos então, decidiram levar para a sua cidade aquele despojo da pretensa vitória. À noite, porém, todos dormindo, os soldados gregos, que se escondiam dentro do cavalo de madeira saíram, abriram os portões, o exército invadiu a cidade, e assim Menelau recuperou sua bela Helena.
The end? Não!
O que recentemente foi esclarecido, é que os gregos receberam o troco. Experimentaram a Idade das Trevas, em que cidades inteiras eram arrasadas e deixadas para trás pelos Povos do Mar, que não eram outros senão os engambelados troianos, que avassalavam povos urbanos, transformando-os em povos rurais. A razia foi de tal magnitude que a cultura grega ficou quatro séculos – sim, quatrocentos anos – sem ter história escrita.
Nestes dias que transcorrem, o novo ano sequer começou, mas o assunto dominante é o xadrez eleitoral. Cabe ao eleitor, lembrar-se de que as urnas são autênticos cavalos de Troia. Sim, elas trazem em seu ventre a locupletacão, os maus costumes, os candidatos de má-fé, a conduta que diminui o Brasil aos olhos do mundo. Além do mais, pacíficos por índole não sabemos nos vingar. Como fizeram os Povos do Mar.