Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

MPB da Velha Guarda segunda, 10 de outubro de 2022

ARACY COSTA, A ESQUECIDA E SAUDOSA LADY CROONER

 

ARACY COSTA, A ESQECIECIDA E SAUDOSA LADY CROONER

Raimundo Floriano

 

 

Aracy Costa 

                        Aracy Cortes Costa de Almeida nasceu no Rio de Janeiro (RJ) a 03.12.1932, onde faleceu a 19.10. 1976, aos incompletos 44 anos de idade.

 

                        Nestes fragmentos biográficos, presto homenagem a essa grande cantora de minha juventude, que teve lugar de destaque nos festejos carnavalescos e na MPB daquele tempo, mas ficou completamente esquecida, isso devido a seu desaparecimento prematuro, há 35 anos.

 

                        Aracy Costa iniciou-se na carreira artística desde criança, começando pelo circo. Em 1948, aos 16 anos, inscreveu-se no concurso À Procura de Uma Lady Crooner, promovido pela Rádio Clube do Brasil, para a Orquestra de Napoleão Tavares, com quem passou a trabalhar. Meses depois, venceu o programa de calouros Papel Carbono, de Renato Murce, obtendo contrato com a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, de onde saiu, em 1949, para integrar o quadro da Rádio Guanabara. Decorrido algum tempo, foi levada pelo compositor Haroldo Barbosa para a Rádio Tupi carioca.

 

                        Gravou seu primeiro disco em 1950, pela Todamérica, com os baiões Obalalá, de Xerém e Guará, e Rio Vermelho, de Guará e José Batista. Um de seus maiores sucessos foi a marchinha Papai Me Disse, de Peterpan e José Batista, para o Carnaval de 1951.

 

                        Excursionou pela Argentina e pelo Uruguai, com a Orquestra do Maestro Carioca, e, depois, pelos Estados Unidos da América, com a Orquestra de Ary Barroso.

 

                        Em 1955, foi eleita A Melhor Cantora das Associadas. Em 1960, com o samba Favela Amarela, de Jota Júnior e Oldemar Magalhães, foi eleita Rainha do Carnaval, época em que experimentou seu apogeu artístico. Aliás, o início dos Anos 1960 foi cruel para a Velha Guarda, diante da força com que apareciam a Bossa Nova, o Rock e a Jovem Guarda, com a Televisão para difundi-los.

 

                        Nos bancos de dados virtuais e impressos, nada encontrei que indicasse o motivo de seu desaparecimento, em 1976, no vigor de sua mocidade. Dona Sinhá, memória viva do Forró, viúva do zabumbeiro Miudinho, disse-me que Aracy Costa, sua amiga, faleceu vítima de câncer no útero, doença da qual, na época, se evitava falar.

                       

                        Em 1959, Aracy Costa participou da chanchada da Atlântida Entrei de Gaiato, dirigida por J. B. Tanko, espécie de pré-estreia do Carnaval de 1960, cantando a marchinha Carnaval na Lua, de João de Barro. O elenco principal era formado por Zé Trindade, Dercy Gonçalves, Costinha, Chico Anysio, Roberto Duval, Marina Marcel, Evelyn Rios, Hamilton Ferreira e Procopinho. 

 

                        Nesse filme, Moacyr Franco interpreta a marchinha Me Dá Um Dinheiro Aí, dos irmãos Glauco, Homero e Ivan Ferreira, que o lançou para o estrelato e até hoje é das mais tocadas nos salões e blocos de sujo. Outros sucessos carnavalescos ficaram a cargo de Grande Otelo, Linda Batista, Carlos Galhardo, Blecaute, Joel de Almeida e Emilinha Borba, além dos próprios atores, Dercy e Zé Trindade, este com a marchinha Cobra Que Não Anda, dele e Walter Levita.

 

                        Tenho em meu acervo, as seguintes preciosidades do repertório de Aracy Costa: A Mulher do Fu-Man-Chu, marchinha de João de Barro e Alberto Ribeiro; Abre a Porta, samba de Arlindo Marques Júnior e José Batista; Alice, baião de Victor Simon e Neco; Baile das Caveiras, marchinha de Milton de Oliveira e Ruthnaldo; Botão de Laranjeira, marchinha de Ruthnaldo Brasinha e Jorge Gonçalves; Brotinho Bossa Nova; samba de João Roberto Kelly; Carnaval na Lua, marchinha de João de Barro; Consolo de Otário, samba de João Roberto Kelly; Depois das Sete e Quarenta, foxtrote de Carlos César e Fernando César; Dim-dim-dim, samba de Peterpan e José Batista; Eu Sou Assim; samba de Peterpan e Amadeu Veloso; Favela Amarela, samba de Jota Júnior e Oldemar Magalhães; Iaiá da Bahia, baião-macumba de Clodoaldo Brito e João Melo; Kanimambo, foxtrote da A. Fonseca, R. Ferreira e M. Sequeira; Luz da Mangueira, samba de P. Menezes, D. Furtado e E. Rocha; Lá no Irajá, marchinha de Paquito e Romeu Gentil; Maxixe do Beijo, maxixe de Roberto Martins e Ary Monteiro; Mustafá Bossa Nova, chá-chá-chá de Mustapha, Bob Azzam, Ed Barclay e Luiz Mergulhão; Samba do Teleco-teco, samba de João Robeto Kelly; Se Você Me Adora, samba de Roberto Martins e Ary Monteiro; Também Vou na Jogada, samba de José Batista e João da Silva; Tequila, mambo-rock de Chuck Rio e Paulão Rogério; Zum-zum-zum, marchinha de Haroldo Lobo e Brasinha; Na Beira-mar, baião de Zé Dantas: e Obalalá, baião de Xerém e Guará. 

                        Para vocês, pequenaamostra de seu trabalho, em gravações originais: 

                        Obalalá, bailao de Xerém e Guará, sua primeira grvação, lançada em 1950:

 

                        Carnaval na Lua, marchinha de João de Barro, sucesso no Carnaaval de 1960:

 

                        Brotinho Bossa Nova, samba de João Roberto Kelly, lançad em 1960:

 

                        Maxixe do Beijo, maxixe de Roberto Martins e Ari Monteiro, lançado em 1951:

 

                        Favela Amarela, samba de Jota Júnior e Oldemar Magalhães,lançado em 1959:

 

                        Samba do Teleco-teco, samba de João Roberto Kelly, lançado em 1958:

 

                        Zum-zum-zum, marchinha de Haroldo Lobo e Brazinha, lançada em1956:

 

                        Papai Me Disse, marchinha de Peterpan e José Batista, seu grande sucesso carnavalesco, lançada em 1951:

 

                        E, para que vocês conheçam seu visual em cena, esta atuação eno filme Entrei de Gaiato, interpretando a marchinha Canaaval na Lua:

 

 


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros