Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial quarta, 26 de outubro de 2022

AS BRASILEIRAS : JOSEFINA ÁLVARES DE AZEVEDO (ARTIGO DE JOSÉ DOMINGOS BRITO, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

AS BRASILEIRAS: Josefina Álvares de Azevedo

José Domingo Brito

 

 

 

 

Josefina Álvares de Azevedo nasceu em Recife, PE, em 5/5/1851. Jornalista, escritora, poeta, dramaturga e precursora do Feminismo no Brasil e na luta pela conquista do voto das mulheres. Era prima do poeta Álvares de Azevedo e teve destacada presença intelectual em São Paulo e Rio de Janeiro em fins do século XIX.

Mudou-se para São Paulo por volta de 1877, aos 26 anos, e passa a escrever, inserindo-se no pequeno núcleo de intelectuais paulistas. Em 1888 fundou o semanário A Família, um jornal de poucas amenidades dirigido à elite local e algumas reivindicações. Tinha como primeiro objetivo tratar da educação para as mulheres, porém, com a transição política vivida na época republicana, o principal objetivo passou a ser a reivindicação dos direitos das mulheres e fazer com que elas tivessem suas vozes representadas nas questões políticas, podendo votar, por exemplo.

 

Via-se claro que o objetivo central era questionar o patriarcalismo predominante, denunciando o papel a que estava relegado a mulher. No editorial do nº 1 dizia que “a consciência universal dorme sobre uma grande iniqüidade secular - a escravidão da mulher. Até hoje tem os homens mantido o falso e funesto principio de nossa inferioridade. Mas nós não somos a eles inferiores porque somos suas semelhantes, embora de sexo diverso." E enfatizava: “Em tudo devemos competir com os homens – no governo da família, como na direção do estado...  As sociedades assentam suas bases sobre dois princípios cardeais: o princípio da força e o princípio da ordem. O princípio da força é o homem, o da ordem é a mulher... O homem é a negação da ordem... E em abono desta opinião eu vos trarei um exemplo muito vulgar – o governo de uma casa... ele não é capaz de governar uma casa, que se compõe de algumas pessoas”.

 

No ano seguinte transferiu-se para o Rio de Janeiro, levando o jornal a tiracolo. Segundo a historiadora Karine da Rocha (UFPE), essa mudança ocorreu com o intuito de alcançar maior aceitação do periódico pela proximidade com a Corte.  Além disso, queria fazer dele um jornal nacional e viajou pelo Norte e Nordeste em busca de parcerias ligadas nesta intenção. Manteve o jornal em circulação por 10 anos até 1898, contando com colaborações  de destacadas mulheres da época em outros estados, como Nacísia Amália, Julia Lopes de Almeida, Inês Sabino, Anália Franco, Presciliana Duarte de Almeida etc. e até do exterior, como Guiomar Torrezão, de Lisboa, e Eugénie Potoinié Pierre, de Paris.

 

Entre os jornais que circulavam na época, A Familia foi um dos mais combativos e duradouros, servindo como “caixa de ressonância do incipiente movimento feminsita brasileiro”. Foi uma das primeiras mulheres a batalhar pelo sufrágio feminino. Com a proclamação da República em 1889, a conquista do direito das mulheres ao voto foi realçada. Em 1890 publicou em seu jornal uma série de artigos com o título geral  “O direito ao voto” e no mesmo ano escreveu a comédia “O voto feminino”, encenada no Teatro Recreio Dramático. A peça pode ser considerada uma das primeiras no Brasil a se uitlizar do teatro como meio de protesto politico.

 

A autora, bem como a peça em si, foi objeto de estudo realizado por Valéria Andrade Souto Maior e publicado no livro O florete e a máscara: Josefina Álvares de Azevedo, dramaturga do século XIX, lançado pela Editora Mulheres, de Florianópolis, em 2001. Com seu protagonismo, foi acusada de ser contra os princípios do catolicismo, devido ao fato de criticar a Igreja em alguns de de seus artigos ou poemas, como fez em “Fé”, um poema em que faz uma critica aos padres: “A moral de Cristo é a minha religião, essa é a que defendo e procurio incutir no espírito dos meus filhos. A religião dos padres, não; não a quero, nem recomendo a quem quer que seja”.

 

Josefina faleceu em 1/9/1913 e, infelizmente, não encontramos uma biografia sua, exceto alguns verbetes na wikipedia que serviram para a costura desta síntese biográfica. Encontramos um artigo centrado em sua luta pelo direito das mulheres ao voto – Josefina Álvares de Azevedo: teatro e propaganda sufragista no Brasil do século XIX-, publicado por Valéria Andrade Souto Maior e pode ser acessado através do link  525_arquio.pdf (al.sp.gov.br)


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros