Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial quarta, 12 de outubro de 2022

AS BRASILEIRAS: MALVINA TAVARES (ARTIGO DE JOSÉ DOMINGOS BRITO, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

AS BRASILEIRAS: Malvina Tavares

José Domingos Brito

 


 

Julia Malvina Hailliot Tavares nasceu em 24/11/1866, em Encruzilhada do Sul, RS. Professora, escritora, poeta e ativista política. Foi pioneira na implantação de uma  metodologia de ensino libertário nos moldes da Escola Moderna, do pedagogo espanhol Francisc Ferrer y Guardia.

 

Filha de Henriette Souleaux Hailliot e François de Lalemode Hailliot, imigrantes franceses que aportaram aqui em meados do século XIX. Dados em seu diário fazem  referência ao fato de sua mãe ter nascido num castelo em Bordeaux, dando a entender uma possível origem aristocrática. Em fins da década de 1880 foi estudar na Escola Normal de Porto Alegre, onde passou a lecionar como professora da rede escolar do Estado.   

 

Casou-se em 1890 com o comerciante português José Joaquim Tavares e manteve-se ativa no movimento político como defensora do federalismo, que não admitia a inteferência dos republicanos em algumas áreas da província. O embate resultou numa guerra civil, a Revolução Federalista ocorrida no período 1983-1895, tendo Julio de Castilhos (republicano) um de seus lideres, à quem Malvina combatia. Conta a história que ele próprio providenciou sua transferência para a vila de Encruzilhada do Sul, como represália ao seu posicionamento político, em 1898.

 

Pouco depois mudou-se para Cruzeiro do Sul, onde lecionou até o fim de sua vida. Em seu método de ensino foram abolidos os castigos corporais aos alunos e o ensino religioso, adotando uma didática revolucionária para a época. Pesquisadores de sua história acreditam que, devido às críticas que mantinha ao governo e ao seu pensamento libertário, tudo leva a crer que ocorreu um silenciamento intencional de sua memória. Desse modo, invisibilizada pela história local, acabou sendo esquecida.

 

O que restou de sua memória são estudos acadêmicos e pesquisas sobre sua trajetória. Alguns a definem como anarquista; outros negam. Faleceu em 16/10/1939 e deixou um considerável legado no movimento operário e vários de seus alunos se tornaram destacados líderes anarquistas e sindicalistas, tais como Armando MartinsArtur Fabião CarneiroCecílio Villar, Dulcina  Martins, Nino Martins e Virgínia Martins.

 

Em sua família persistiram os ideais revolucionários por gerações. Um de seus netos, o jornalista Flávio Tavares participou da luta armada contra a ditadura em fins da década de 1960. Foi um dos 15 presos políticos trocados pelo embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, sequestrado pelos grupos de resistência em setembro de 1969. Temos notícia que sua conterrânea, a escritora Laura Peixoto, está escrevendo um romance biográfico sobre Malvina.

 

Biografia ainda não temos, mas dispomos de esboços biográficos: Mulheres em cena: as trajetórias de Ana Aurora e Malvina Tavares no limiar do século XX, de Carlos Gilberto Pereira Dias, publicado pela Editora Primas, 2016 e Escrituras marginais: fragmentos de memórias da professora  Malvina Tavares (1891–1930), um artigo publicado pelas pesquisadoras Doris Bittencourt Almeida e Luciane Sagrbi Santos Graziottin, publicado na Revista Brasileira de História da Educação, vol 15, nº 1: 109-142, jan./abr. 2015, disponível no link:

https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/38912/pdf_51

 

 

 


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