Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José Domingos Brito - Memorial quarta, 22 de setembro de 2021

AS BRASILEIRAS: PÉROLA BYINGTON

AS BRASILEIRAS: Pérola Byington

José Domingos Brito

 

Pérola Ellis Byington nasceu em 3/12/1879, em Santa Bárbara do Oeste, SP. Professora, ativista social e filantropa. Integrante da Cruz Vermelha, nos EUA, e pioneira em sua instalação no Brasil, com a fundação da Cruzada Pró-Infância na década de 1930, transformada em hospital em 1959. Pouco depois o hospital recebeu o nome “Pérola Byington”, centro de referência da saúde da mulher, na capital de São Paulo.

 

Filha de imigrantes norte-americanos, casou-se em 1901 com Alberto Jackson Byington, precursor da indústria no Brasil. Durante a 1ª Guerra Mundial estava nos EUA e foi responsável por uma seção da Cruz Vermelha. De volta ao Brasil liderou, junto com Maria Antonieta de Castro, uma campanha de combate à mortalidade infantil. É importante ressaltar que as duas rezavam em catecismos diferentes e que naquela época protestantes (Pérola) e católicos (Maria) não se bicavam bem. No entanto, deixaram as divergências religiosas de lado para trabalhar em conjunto, guiadas por seus princípios sociais.

 

Pérola, morando num casarão da Av. Paulista, perguntava-se: “O que esperar de um país onde as crianças morrem ao nascer?”. Este foi o mote de seu trabalho iniciado em sua casa, em bases sólidas e que resultou na fundação de uma das maiores instituições de assistência social, que recebeu o nome de “cruzada’, dada as dificuldades e empenho na sua realização. Pouco depois conseguiu instalar um hospital dedicado às mulheres e crianças: O Hospital da Cruzada Pró-Infância, em 1959.

 

Em 1932, na Revolução Constitucionalista, a Cruzada teve relevante participação com a confecção de ataduras, roupas para os soldados e assistência às suas famílias. Seu trabalho não se restringia ao aspecto caritativo. Batalhou pela igualdade de direitos iguais entre homens e mulheres; lutou pelo direito do voto feminino; foi a primeira pessoa a apresentar projeto sobre a necessidade da educação sexual nas escolas e foi responsável pela institucionalização do “Dia da Criança” não como uma data criada para a venda de brinquedos, mas como um dia para celebrar o direito das crianças no Brasil. No período 1930-1960 ficou conhecida como uma das mulheres mais importantes em São Paulo e, talvez, no Brasil.  

 

Em 1963 reuniu amigos e colaboradores para anunciar uma viagem aos EUA para conhecer os bisnetos e rever os netos, filhos de Elizabeth Byington, sua filha que lá vivia. Brincando com os netos, sofreu uma queda e veio a falecer em 6/11/1963. No mesmo ano foi homenageada com seu nome dado ao Hospital da Cruzada Pró-Infância. A partir daí as homenagens foram se multiplicado. Em sua cidade natal uma das avenidas recebeu seu nome e em 2016, a Câmara Municipal criou o “Diploma Pérola Byington”, concedido anualmente às pessoas que exercem o serviço voluntário, pelo menos, por 2 anos em Santa Bárbara do Oeste.

 

No Paraná, um distrito do município de Xambrê foi elevado a categoria de cidade e recebeu o nome Pérola, onde localizava-se a Companhia Byington de Colonização Ltda. Em Campinas, nomeou o 64º Grupo de Escoteiros do Brasil. Para familiarizar os leitores com seus descendentes, dona Pérola é bisavó da atriz Bianca Byington e da cantora Olivia Byington, mãe do ator e escritor Gregório Duvivier. Sua neta Maria Elisa Botelho Byington declarou aos 88 anos: “O discurso que Pérola tinha é totalmente atual. Fico pensando como ele seria encarado hoje pois sinto que estamos regredindo 100 anos ao questionar a educação sexual nas escolas. Ela defendia que prevenção era a palavra que deveria ser guia de qualquer área do governo. Estamos esquecendo a nossa história”.

 

Maria Elisa ficava inconformada pelo fato de sua vó ser conhecida em São Paulo apenas pelo nome de um grande hospital e da praça onde está localizado. Para que seu nome e legado não caíssem no esquecimento, juntou-se às historiadoras Maria Lucia Mott e Olga Sofia Fabergé Alves e publicaram o livro O Gesto que Salva - Pérola Byington e Cruzada Pró-Infância”, lançado em 2005. Conforme o título indica, não se trata apenas de uma biografia e sim um relato dos sucessos e dificuldades de uma das maiores instituições de assistência social do País. Maria Elisa é filha de Alberto Byigton Jr., um dos dois filhos de Pérola, empresário e pioneiro da indústria cinematográfica no Brasil. Como se vê a família Byington tem história para contar sobre o Brasil.

 

 

 


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