Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Marcos Mairton - Contos, Crônicas e Cordéis sexta, 22 de março de 2019

AS REGRAS DE TRANSIÇÃO PROPOSTAS NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A PACIÊNCIA DE JÓ

 

 

AS REGRAS DE TRANSIÇÃO PROPOSTAS NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A PACIÊNCIA DE JÓ

 

Imagem:  Bússola Literária

Não, eu não tenho nada contra uma reforma da previdência.

Pelo contrário, sou inteiramente a favor de uma reforma que venha para o bem do Brasil, resolvendo todos os seus problemas estruturais de déficit público e possibilitando ao país a retomada do crescimento econômico.

Ocorre apenas que, estando no serviço público federal desde janeiro de 1998, e já enquadrado em uma regra de transição, da reforma de 2003, é muito frustrante ver que a nova reforma propõe o desrespeito àquelas regras de transcrição, atualmente em vigor.

Afinal, são dezesseis anos acreditando nas normas fixadas para minha aposentadoria. Agora, que se aproxima o tempo de me beneficiar dessas normas, o Estado Brasileiro ameaça jogar tudo no lixo.

Diante dessa ameaça, sinto-me tentado a discursar sobre segurança jurídica, credibilidade do Estado brasileiro e coisas afins.

Mas não o farei. Sem qualquer intenção de me opor à reforma da previdência em curso, embora sentindo na pele os seus possíveis efeitos, busquei na Bíblia doses extras de resignação e paciência.

E minha fonte de inspiração foi Jó.

Não sei como é na Bíblia dos meus queridos leitores, mas, na minha Bíblia, o Capítulo 1, do Livro de Jó, diz o seguinte, a partir do versículo 23:

LIVRO DE JÓ, Capítulo 1

23 Satisfeito com a lealdade e a serenidade de Jó, o Senhor disse a Satanás: “Que belo exemplo de paciência é Jó! Ainda era praticamente uma criança quando começou a cuidar de suas tamareiras. No entanto, só colherá seus primeiros frutos daqui a cinco anos.”

24 “Para quem cultiva tâmaras, Jó não tem do que reclamar” — respondeu Satanás. “Fará a colheita com 53 anos de idade, quando muitos morrem de velhice sem colher fruto algum.”

25 “Verás que não é assim” — replicou Deus. “Farei com que os frutos de suas tamareiras só possam ser colhidos quando ele tiver 60 anos”.

26 E assim foi feito. Passaram-se os cinco anos que faltavam para as tamareiras de Jó darem frutos, e mais os sete que foram acrescentados para que ele alcançasse a idade mínima para a colheita.

27 Totalizando assim doze anos de espera para Jó, encontraram-se novamente Deus e Satanás em suas terras. Aos 60 anos, preparava-se Jó para colher os frutos de suas tamareiras, que estavam quase maduros. Sua fisionomia expressava a calma e a serenidade de sempre.

28 “Vês como Jó aguardou pacientemente a colheita, apesar dos anos extras que foram acrescentados à sua espera?” — disse Deus.

29 Mas Satanás fez novo desafio: “Aumente a idade mínima da colheita para 65 anos. Quero ver se restará nele alguma fé!”.

30 “Que assim seja!” — concordou Deus, confiante na paciência e lealdade de Jó. Imediatamente, todas as tâmaras de Jó murcharam.

31 Vendo aquilo acontecer, Jó olhou para o céu e disse: “Senhor, vejo que terei que esperar mais alguns anos para colher os frutos que venho cultivando a minha vida inteira. As tâmaras estavam quase maduras. Mas não me revolto contra Ti, porque sei que isso deve ser obra de Satanás!”.

32 E voltou Jó para casa, como fazia todos os dias, sem praguejar, sem lamentar e sem maldizer a própria sorte.


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