Na zona rural da bucólica cidade de Lapão Roliço, menos de meia hora de distância do centro, uma exitosa experiência tem desmentido a afirmação segundo a qual só tem vagabundo no MST.
Composto por mais de cem famílias, o Assentamento Pablo Vittar, do setor LGBT do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra tem chamado atenção da sociedade brasileira.
Isso porque o referido local tem sido destaque na inédita produção e beneficiamento de leite de touro e de jumento, além de contar com o trabalho incansável de especialistas em enterrar a mandioca e o pepino.
O leite de touro e de jumento, até então, era pouco consumido no Brasil, fato que vem mudando de uns anos pra cá.
“Eu fui ordenhar uma vaca certa vez e me confundi, quando me dei conta eu estava tocando uma bronha no jumento”, descreve um dos líderes do assentamento. “Foi aí que pensei: por que não beber esse leite?”, completa.
Ele revela que fez uma receita com o produto colhido e ofereceu aos amigos, que não tardaram a criar novas receitas e invetarem outros métodos de extração do laticínio.
Embora esteja tendo sucesso no âmbito do agronegócio, o assentamento tem sido alvo de críticas do próprio MST, já que o estatuto da referida agremiação proíbe que seus membros trabalhem.
“Todos sabem que, na sociedade capitalista, o trabalho é o meio pelo qual o burguês explora a mais-valia do trabalhador. Então os companheiros têm que parar de enterrar a mandioca, o pedido e a cenoura”, afirmou João Pedro Stédile à nossa reportagem, aludindo aos motivos das críticas ao MST/LGB