Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Raimundo Floriano - Perfis e Crônicas sábado, 29 de outubro de 2022

AUGUSTO BRAÚNA, MÉDICO, MÚSICO E COMPOSITOR

 

AUGUSTO BRAÚNA, MÉDICO, MÚSICO E COMPOSITOR

Raimundo Floriano

 

 

Augusto Braúna e sua gaita

 

(Matéria escrita em 20 de dezembro de 2010)

 

                        Augusto Agripino Braúna nasceu em Fortaleza dos Nogueiras, MA, a 04.12.1947, filho de Leonizard Braúna e Dona Creuza, tendo vivido em Balsas desde a tenra infância, onde concluiu os estudos iniciais, daí partindo para centros culturalmente mais avançados, em busca da conquista do Mundo, o que conseguiu com pleno êxito. Formou-se em Medicina! Seu pai, meu mestre na Música e na vida, foi o melhor músico de sopro que conheci. Tocava com perfeição saxofone, pistom, trombone, clarineta e gaita de boca, além de ser perito em arranjos musicais.

 

                        Apesar de nossa diferença de idade, 11 anos, desde logo surgiu entre nós sólida amizade da qual hoje se pode dizer que é forte até debaixo d’água, por dentro que nem talo de jaca. E isso se construiu pela amizade e admiração que eu já devotava a seu pai, o que faço questão de ressaltar em muitos dos meus escritos, notadamente em meus dois últimos livros, e também pela maneira como o Augusto soube me conquistar a simpatia, com seu modo de ser e com sua intensa vivência numa arte que nos domina e embevece: a Divina Música.

 

                        Comecei a prestar atenção em seu trabalho no Réveillon de 1974, em Balsas, quando tomei conhecimento de uma composição sua, a marchinha ou marcha-rancho Balsas, Querida, da qual gostei à primeira vista, ou melhor, da primeira oitiva, passando a tocá-la imediata e reiteradamente naquela festa, atendendo a renitentes pedidos. Com esse trabalho de divulgação, a que dei continuidade dali pra frente, sinto-me hoje como um dos responsáveis para que ela “pegasse”. Considerada como o hino extraoficial de Balsas, é peça obrigatória nas festas de quaisquer balsenses que se encontram distantes de sua terra natal.

 

                        Agora, cabe aos leitores me perguntarem: – Por que só em 2010 você vem fazer esta homenagem ao Augusto, atrasada, se seu aniversário foi no dia 4, e já estamos no dia 20? E eu lhes respondo: – Porque é Natal! E, neste tempo de comemorações, eu me dano a recordar os momentos felizes com os quais minha vida tem sido agraciada, abrindo o rabo a querer compartilhar tais instantes de ventura com todos os que me rodeiam, vocês, meus atentos leitores!

 

                        E, também, porque o Augusto fez o meu Natal mais feliz. Em 2005, em inspirada veia renovadora, gravou, com sua gaita de boca, instrumento em que é um virtuoso, o CD cuja capa encabeça esta matéria, com oito músicas natalinas em ritmo de samba, dando-lhes uma roupagem muito ao gosto do mais exigente ouvido e propiciando a nós todos a opção de fugirmos das tão manjadas harpas natalinas e outros arranjos que tais existentes por aí.

 

                                                Depois de formado, Augusto fincou suas raízes na Bahia, exercendo seu sacerdócio médico em duas cidades, Salvador e Serrinha, esta a uns 180 quilômetros do Aeroporto da Capital. Embora possua residências em ambas, é em Serrinha que ele exercita sua arte de músico e compositor. Nada mais acertado. Serrinha, pequena cidade, com população em redor de 75 mil habitantes, possui uma Filarmônica! É um pedacinho de Balsas incrustado no coração da Bahia, como vocês verão.

 

                        Em sua bela e aprazível mansão, cercada de árvores frutíferas tropicais, Augusto construiu um anexo, a que deu o nome de Espaço Leonizard Braúna, homenagem a seu falecido pai, onde reúne, todas as sextas-feiras, seus amigos músicos ou apreciadores da MPB de raiz, com saraus que vão até o dia seguinte. Abaixo, a capa CD Augusto Braúna e Amigos, cujo título já diz tudo. 

 

                        Augusto e Célia, sua mulher, têm 4 filhos: Ciara, Bira, Iara e Lorena, esta casada com Daniel, um cabra muito do porreta, que lhes deu a neta Larinha, a gata mais fofa do pedaço, que tem feito do amigo Augusto um avô muito do coruja. Com suas bases preponderando mais em Serrinha, ali moram Dona Creuza, sua mãe, e alguns dos irmãos com as respectivas famílias. É Braúna vazando pelo ladrão!

 

                        Em 2006, em meu Forrozão/70, o Augusto me surpreendeu e me mostrou provas da solidez de nossa amizade, comparecendo com a mulher e uma das filhas e dando uma canja na parte musical, ocasião em que, é claro, todos os balsenses cantaram Balsas Querida, emocionando-o com esse gesto.

 

Ciara, Augusto, Raimundo e Célia, no Forrozão/70 

                        Em dezembro de 2007, chegou a vez de retribuirmos a gentileza. Seu Sessentão seria comemorado no dia 22, sexta-feira, em Serrinha, no salão de festas da Churrascaria e Hotel Shalon. No dia 21, eu e Veroni, minha mulher, pegamos um avião até Salvador, onde, no Aeroporto, Célia nos esperara para conduzir-nos até lá.

 

                        Tão logo chegamos à mansão dos Braúnas, véspera ainda da festa principal, o pampeiro já começou. Aos poucos, iam aparecendo seus amigos acima mencionados, tomando assento no Espaço Leonizard Braúna e dando início à parte musical. Mais tarde, mas não tanto, chegou o ansiosamente esperado: o sanfoneiro Antista, que veio de Balsas, com sua turma, abrilhantar a festa. Quase se amanheceu o dia nessa pré-estreia.

 

                        Estiveram presentes nessa noite muitos convidados e penetras. Tive o imenso prazer, não só de conhecer muitos membros dessa tradicional família, como o de rever estes meus conterrâneos: Dona Creuza, seus filhos Ana Lúcia, Jorge, Léa, Mário, Ernani, Eurilo, Carlos e Dica. Dos 9 irmãos do Augusto, apenas Marlene, residente em Salvador, não compareceu, devido a problemas de saúde.

 

                        Grande emoção foi reencontrar Violeta Braúna, tia do Augusto, minha colega no curso primário balsense e paixão não correspondida de infância. Não nos víamos havia 59 anos. Hoje, bem-casada, reside em Salvador, é aposentada do Banco do Brasil e tem um filho também chamado Augusto Braúna, presente à festa.

 

                        Fez parte do esplendor desse Forrozão/60 o Sanfoneiro Vado, figura de proa no cenário musical de Salvador, que deu verdadeiro show com sua sanfona, acompanhado pela turma do Antista.

 

                        No dia seguinte, 22, a festa foi no Hotel Shalon, acima citado. Começou ao meio-dia e terminou na manhã do dia 23, forrozão pesado, pé-de-serra, com bebida e comida típica do sertão baiano, coisa pra nunca mais ser esquecida. Tudo boca-livre, se querem saber. O comparecimento das classes mais representativas da cidade deu cabal amostra do tanto que o Augusto é querido por sua população.

 

                        Na manhã do dia 23, tomamos café com frito, ovos mexidos, beiju, cuscuz, etc. e tal, e, logo em seguida, a Dica nos trouxe de volta até o Aeroporto de Salvador, onde embarcamos no avião para Brasília. Aqui, desfeitas as malas, demos continuidade as características festivas do momento, comemorando, à meia-noite do dia 24, o Divino Advento de Cristo e desejando Feliz Natal para toda a Humanidade.

 

                        A seguir, fotos da inesquecível festa serrinhense:

 

Augusto e Raimundo: entre ambos, só boas ausências

 

Dica, Augusto, Mário, Ana Lúcia, Eurilo, Léa,

Dona Creuza, Carlos, Jorge e Ernani

 

Bira, Iara, Ciara, Augusto, Célia e Lorena

 

Raimundo e Violeta Braúna, relembrando a infância

 

Antista e seus forrozeiros sul-maranhenses 

 

 Sanfoneiro Vado prestigiando o Forrozão/60

 

Célia e Augusto no maior remelexo

 

 

Espaço Leonizard Braúna - Detalhe

Na parede à direita, retrato do Patriarca

 

Antista, Augusto, Raimundo e Veroni

No alto, a igreja de Nossa Senhora de Santana 

                        Para mostrar um pouco do talento desse grande amigo, aqui vai esta seleção: 

                        Balsas Querida, marcha-rancho de sua autoria, na voz do balsense Deusamar Santos:

 

DO CD NATAL BEM BRASLEIRO, MÚSCAS EM RITMO DE SAMBA 

                        Boas Festas, composição de Assis Valente:

 

                        Noite Feliz, composição de Joseph Mhor:

 

                        Bate o Sino (Jingle Bells), composição de James Lord Pierpont:

 

                        Natal das Crianças, composição de Blecaute:

 

                        O Velhinho, composição de Octávio Filho:

 

DO CD AUGUSTO BRAÚNA E AMIGOS 

                        De Conversa em Conversa, samba de Lúcio Alves e Haroldo Barbosa:

 

                        Chamego Proibido, rojão de Jorge de Altinho e Lindolfo Barbosa:

 

                        Saxofone, Por Que Choras, choro de Ratinho:

 

                        Esperando na Janela, xote de Targino Gondim, Manuca e Raimundinho do Acordeon:

 

                        Forró do ABC, rojão de Moraes Moreira:

 

 


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