Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Cícero Tavares - Crônicas e Comentários terça, 21 de abril de 2020

AUGUSTO LUCENA MOSTRA O PAU À PROFESSORINHA

 

AUGUSTO LUCENA MOSTRA O PAU À PROFESSORINHA

Prefeito Augusto Lucena “passa” as chaves da prefeitura do Recife para Antonio Farias

De 1964 a 1969, anos de chumbo grosso, quando o prefeito Augusto Lucena fora nomeado pelo governador Eraldo Gueiros de Pernambuco para administrar a Prefeitura do Recífelis, contam-se trapalhadas homéricas de arrepiar os pentelhos do forévis dos bastidores do Cabaré de José Mariano, a Câmara de Vereadores, durante os ânus que o homem de chapéu Ramenzoni ficou à frente do executivo municipal.

Modernizador do bairro de São José, Augusto Lucena era alvo de elogios, mas  também de pesadas críticas dos seus desafetos quando o assunto era sua administração, chegando ao ponto de seus inimigos políticos o chamarem de “Revitalizador da Venérea Brasileira”, por ser o Recífilis o bairro dos cortiços, onde predominavam os maiores índices de gonorreia, sífilis, chato, crista de galo, blenorragia, herpes genital, xanha…

Durante suas gestões foram criados o edifício-sede da Prefeitura da Cidade do Recífilis, o Colégio Municipal para ensino do 1º e 2º graus, construídas mais de 4.000 casas populares, além da abertura de muitas avenidas, entre elas a Caxangá, a Antônio de Góis, o Cais José Estelita, a Nossa Senhora do Carmo, a Agamenon Magalhães, a Domingos Ferreira, a Abdias de Carvalho e o Cais do Apolo. Outras obras: construção das Pontes Limoeiro, Jiquiá, Capunga e Caxangá, o alargamento da Av. Dantas Barreto, onde houve a necessidade da demolição da Igreja dos Martírios, considerada pela municipalidade como imprescindível para a construção e alargamento da avenida.

A Igreja dos Martírios, derrubada para ampliar a Av. Dantas Barreto

Foi nesse tempo que os religiosos que defendiam a permanência da Igreja dos Martírios se insurgiram contra o prefeito Augusto Lucena e se puseram em frente à igreja, deitados de bunda para cima, como resistência à sua demolição. E o Velho mandou passar o trator por cima dos que resistiram à derrubada. Esse episódio ficou conhecido nos anais do Recífilis como “A revolta dos cus aperobados”.

Mas foi no período em que administrou a cidade do Recífilis que o prefeito Augusto Lucena enfrentou sua mais dura batalha caseira: os desaforos da professora Mariquinha Bundão, uma baixinha enfezada moradora do bairro de Água Fria.

Certa vez um grupo de professoras, à frente a educadora Mariquinha Bundão, insatisfeita com o salário de miséria que recebia da Prefeitura, fez uma marcha de protesto até o Cabaré de José Mariano, a Câmara de Vereadores, para reivindicar melhores salários e condições de trabalho.

Quando adentrou no recinto, encontrou o prefeito Augusto Lucena debatendo boca com outros funcionários que protestavam também por aumento salarial, e as professoras, à frente a líder, Mariquinha Bundão, foram logo se dirigindo ao chefe do executivo e dizendo, dedo em riste:

– Ei, cunhão murcho, vai pagar a gente ou não vai o aumento salarial? Essa merda que a gente está recebendo não dá nem pra comprar um sabugo de milho para limpar o furico! Como queres que a gente dê aulas com os dentes arreganhados?

Tenso e atrapalhado com tanta pressão, o chefe do executivo municipal não teve outra alternativa: pôs a mão no fecho ecler, pegou o pau com os ovos e, chacoalhando-os, disse:

– Olha aqui que eu tenho para vocês de aumento salarial! Se não estão satisfeitas com o que ganham, vão dar o rabo nos botecos do bairro de São José! Lá vocês ganham mais!

Revoltada com a resposta desaforada do prefeito, e percebendo que o homem era duro na queda para dar aumento, e ali na frente de todos que estavam no salão do Cabaré de José Mariano, Dona Mariquinha Bundão, sem papas na língua, perguntou, gesticulando:

– Tudo bem, mas onde fica esse puteiro que o senhor frequenta pra eu ir até lá pra gente dar umas a seu gosto e preferência? Prometo-lhe fazer de tudo! Qual! Quá! Quá! Quá! Quá!

E saiu para o olho da rua de fininho antes que o homem soltasse os cachorros!


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