Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Fernando Antônio Gonçalves - Sem Oxentes nem Mais ou Menos quinta, 03 de abril de 2025

BOBAJADAS MERDÁLICAS (CRÔNICA DO COLUNISTA FERNANDO ANTÔNIO GONÇALVES)

BOBAJADAS MERDÁLICAS

Fernando Antônio Gonçalves

Se o que vou contar, notícias publicadas em jornal sulista de fino trato, acontecessem num dos estados nordestinos, seria motivo de muita chacota do sul-maravilha. Eis a síntese do fato primeiro: algumas quarentonas “emergentes” da elite paulista, às vezes classificada de influenciadoras diante das cafonices praticadas em nome de uma pseudomodernidade, estão se auto presenteando com flores, cartões e outdoors elogiosos, para despertar ciumadas dos maridos, namorados e enfiantes, numa estratégia de revalorização pessoal diante das relações estremecidas com os pobres coitados. Uma delas, mais porra-louca que as demais, andou pichando muros, enviando mensagens via Internet, deixando “recados” na secretária eletrônica do infeliz ricaço, até contratando vozes sensualmente másculas para indagarem viva voz sobre seus desejos mais íntimos e locais de preferência para uma transa legal.

Duas páginas adiante, em contraponto de mesmo calibre, um segundo fato: idiotão do leste, metido a empresário, 55 anos de idade, conta bancária com taludos reais e cavalheirismo de centavos, reproduz alto e bom som numa entrevista televisada, como se fosse o máximo, as razões de estar com uma nova companheira: “Um dia você acorda, olha para o lado e testemunha aquele monstro na sua cama. O monstro se espreguiça, boceja com a boca arreganhada e se levanta toda pesadona. Tive que inventar outra mulher para me livrar daquela. Não conseguia nem olhar mais para a cara feia da sujeita”.

Duas situações, uma masculina e outra feminina, reveladoras do atual nível de bostalidade cultural da classe granfa brasileira, que parece ter perdido o senso de ridículo, o respeito pela Vida, jogando na lata do lixo a bússola da serenidade comportamental para com os desafortunados, idosos e fisicamente alquebrados.

Numa sociedade hedonista, ávida em ser notícia de qualquer maneira, que se futiliza em pérfidos níveis de consumo, onde uma classe emergente procura tresloucadamente um “algo mais” para se promover e aparentar ter menos idade, não é tarefa difícil deparar-se com outras bobajadas dinossáuricas como as acima mencionadas.

Pouco importando as releituras e reciclagens necessárias para enfrentar com saudável criatividade as novas e dinâmicas realidades primeiromundistas, homens e mulheres disputam, mesmo com a atual tragédia gaúcha, o troféu Kimerda, classe ouro, pouco se lixando para os amanhãs trágicos que também advirão para todos eles.

Mais cedo ou mais tarde os truques mandarão as contas. E muitos dos que se imaginavam tampas-de-foguete perceberão logo o significado de um dos mais notáveis provérbios iídiches: “Para o verme num rabanete, o mundo inteiro é um rabanete”. E poderão, então, reiniciar-se socialmente, sempre atentos para o alerta do Luiz Berto, autor do engraçadíssimo e muito lúcido O Romance da Besta Fubana: “Pode-se perdoar tudo num ser humano, menos que não bote força para deixar de ser burro”.

Mas inúmeros outros, a grande maioria talvez, continuarão sobrevivendo como os dois exemplos acima, vegetando e ruminando pela vida afora, abanando orelhas e rabos, imaginando-se donos absolutas do pedaço, como se tudo eternamente ficasse, lindamente, nos devidos lugares por eles desejados.

Quem bem evita comportamentos bbbósticos, saberá defenestrar posicionamentos imbecilizantes, do tipo como usar cuecas e porta-seios por cima das calças e blusas.


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