É dramático o momento em que um jogador de futebol marca um gol na meta que deveria defender. Não há registro de tal momento na vida do craque Neymar Júnior, pelo menos nas quatro linhas do gramado como dizem alguns locutores esportivos, mas nas tantas linhas do cotidiano não se pode afirmar o mesmo.
Menino pobre, seu extraordinário talento no interagir com a bola conquistou aplausos do mundo inteiro, milhões de dólares no bolso e também – decerto impressionada com seus dribles – a preferência de bela atriz global, uma das mulheres mais desejadas do Brasil.
Na vida, no entanto, embora afortunado em proporções generosas é protagonista de suspeita de fraude na transferência para o Barcelona. Uma empresa denominada DIS, autora de processo judicial, argumenta que Neymar ficou com a maior parte da transação, mesmo não tendo direito a qualquer percentagem na negociação. O valor depositado em nome de uma das empresas da família foi nomeado direito de preferência, um expediente para mascarar a transação, razão por que pleiteia que o valor seja rateado entre os donos dos direitos do atleta naquele momento.
Foram 40 milhões de euros, dos quais 10 milhões foram depositados em 2012 à ordem de uma empresa aberta em nome do atleta, e os 30 milhões restantes na conta de outra empresa do jogador.
O fato é que Neymar Júnior e Neymar Sênior repudiam a tese da fraude, alegando que os 40 milhões de euros se referem a comissão e direitos de imagem. Tanto para a Justiça brasileira como para a espanhola, no entanto, tais pagamentos foram mera manobra para driblar o fisco e os então donos dos direitos econômicos, quais sejam o Santos, a DIS e a Teísa.
E o craque, o que diz? Diferentemente dos dribles desconcertantes que dá no gramado, só diz não sei, não sei, não sei, além do que, alega, assinava o que o pai – a pessoa em que ele mais confia, que tem total liberdade para fazer o que quiser com a sua (dele) vida, pedia para ele assinar. Não me recordo porque nunca me meti no contratos, nem no que se passava na minha carreira, que é o meu pai que sempre cuida de tudo da melhor forma possível. Eu faço o que ele me diz, assevera.
Então, já que o craque não interfere nos contratos, como assegurou que os 40 milhões de euros se referiam a comissão e direitos de imagem?
Gol contra!