Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão domingo, 26 de agosto de 2018

BOLSONARO ENTRINCHEIRADO

 

 

Bolsonaro entrincheirado

Líder nas pesquisas recolhe exércitos e reforça os territórios já conquistados

Vera Magalhães, O Estado de S.Paulo

26 Agosto 2018 | 05h00

 

O início oficial da campanha levou Jair Bolsonaro para atrás das trincheiras. Ex-capitão do Exército e fã confesso de estratégias militares, o líder nas pesquisas preferiu recolher seus homens e reforçar os territórios de votos já conquistados para esperar a pesada artilharia adversária que virá.

A decisão de restringir ao máximo, e talvez até abandonar, a presença em debates se inscreve nessa lógica defensiva. Bolsonaro vinha abrindo o flanco e gostando desse tipo de confronto. Contribuiu para sua sensação de que podia ir para cima o desempenho acima do esperado no Roda Viva, para o qual contribuiu a prevalência de perguntas sobre os temas que ele está acostumado a debater – ainda que sua opinião nessas matérias choque uma parte da sociedade, esta não é aquela propensa a votar nele. Veio a sabatina na GloboNews e, de novo, ele achou que saiu por cima com a tática de eleger a imprensa como adversária.

Aquela semana positiva fez com que os adversários de Bolsonaro fossem ao primeiro debate acovardados e poupassem o capitão. Essa fase acabou no debate da RedeTV!, e como escrevi aqui ainda no calor do programa, ele acusou o golpe. Tanto que mudou de estratégia. Abrir mão dos debates na posição de Bolsonaro é uma aposta de risco. Ele é o que é hoje graças a uma mística de valentão, que não foge do confronto e diz verdades na cara dos inimigos e da sociedade.

 Faltar a uma, duas, três sabatinas, ignorar encontros de setores aliados, como a Confederação Nacional da Indústria, e deixar em suspenso até a participação nos debates das grandes emissoras mostra um candidato temeroso das próprias fragilidades – programáticas, discursivas, posturais.
 

A trincheira que ele escolheu para defender sua cidadela de 20% dos votos são as aparições de rua, embaladas pela tietagem em torno de si e amplificada pela exposição massiva nas redes sociais. Nisso ele acerta brilhantemente: tem escolhido territórios de forte simbologia para exibir sua força, como cidades grandes e médias do interior paulista, exibindo seu poderio bélico perante Geraldo Alckmin, que governou o Estado quatro vezes.

É uma aposta em algo diferente das eleições anteriores: que um fenômeno nascido e criado nas redes sociais e vitaminado nas ruas poderá se manter intacto ao ataque que será perpetrado na propaganda eleitoral e nos debates a que deixar de ir.

Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta semana perguntou aos entrevistados qual o meio de maior influência na definição do voto. Para 34,2% são os debates. Em seguida vem o horário eleitoral na TV, com 20,4%. As redes sociais estão em quarto lugar, com 7,7%. Na TV, Bolsonaro sofrerá um massacre quantitativo. Terá 11 comerciais ao longo de toda a campanha, contra 13 diários de Alckmin – aquele mais interessado em fustigá-lo, por calcular que disputam a mesma vaga no segundo turno.

Cito os comerciais porque são a modalidade mais impermeável ao discurso de Bolsonaro para que as pessoas desliguem a TV na hora da propaganda eleitoral: o spot aparece no intervalo, quando você não espera, tem 30 segundos e pode ser usado para minar aos poucos o primeiro colocado.

O candidato do PSL parece apostar na cristalização de sua posição, que o tornaria refratário a esses estratagemas – testados em eleições anteriores, mas que ainda são uma incógnita diante dos novos paradigmas pós-Lava Jato e impeachment e num momento de crescimento do peso relativo da internet na política, aqui e no exterior.

Se insistir na nova tática, serão 40 dias na trincheira. Parece tempo demais, mas ele estocou munição e tem consigo um exército fiel, disposto a defendê-lo com unhas e dentes. E à bala.


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