Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Eliane Cantanhêde terça, 14 de agosto de 2018

BOLSONARO PELAS BORDAS

 

COLUNISTA
Eliane Cantanhêde
Conteúdo Exclusivo para Assinante

Bolsonaro pelas bordas

Enquanto PT e PSDB miram um o outro, Bolsonaro papa votos em todas as regiões

O Estado de S.Paulo

14 Agosto 2018 | 05h54

 

A Região Sudeste, com seus 43,4% dos votos, é uma incógnita, com São Paulo dividido, Rio uma bagunça e Minas, imprevisível. O Sul briga com sua tradição tucana, o Nordeste espera a ordem unida do ex-presidente Lula e Norte e Centro-Oeste podem dar soma zero: cada um tem em torno de 7,5% de votos e eles se compensam, ou se anulam.

Com 33 milhões de eleitores, São Paulo já começa com duas surpresas. Governado pelo PSDB há 25 anos e respirando sem aparelhos, enquanto Rio, Minas, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte afundam, o Estado está dando uma canseira nos tucanos: empate técnico de Jair Bolsonaro (PSL) com Geraldo Alckmin para a Presidência e de Paulo Skaf (MDB) com João Doria para o Bandeirantes.

Eleição após eleição, a campanha sempre começa com o discurso da “fadiga de material” dos tucanos em São Paulo, mas eles acabam ganhando. Na última vez, para a Prefeitura da capital (9 milhões de eleitores), com um troféu: apadrinhado por Alckmin, Doria ganhou em primeiro turno.

E agora? A tal “fadiga de material” deixou de ser só lenga-lenga? E pode até estar sendo ampliada pelo surgimento de Bolsonaro? Ele não é “novo”, depois de 27 anos de Congresso e com a filharada toda na política, mas se contrapõe a nomes considerados óbvios, como o próprio Alckmin, Marina Silva e Ciro Gomes, além de se colocar como o maior adversário do PT.

No caso de Doria, contam os acertos e a perseverança de Skaf, que construiu na Fiesp boa plataforma para o governo, na capital e no interior. E contam os erros e a precipitação de Doria, que, mal assumiu a principal prefeitura do País, saiu em campo tentando disputar a candidatura presidencial com Alckmin e, no fim, trocou o mandato pela eleição ao governo. O “povo” não esquece essas coisas facilmente.

No Rio, tudo pode acontecer e o melhor exemplo foi Marcelo Crivella, da Igreja Universal do Reino de Deus, contra Marcelo Freixo, do PSOL – ¬ extrema-direita versus a extrema-esquerda para a prefeitura. Estado destruído, MDB desmontado, o ex-governador Sérgio Cabral na cadeia por bom tempo e, mesmo não sendo “chapa militar”, Bolsonaro deve colher votos de militares da reserva, fortes no Rio, enquanto o ex-prefeito Eduardo Paes (ex-DEM, ex-MDB, novamente DEM) tem fôlego para o governo.

E Minas? O ex-governador Antonio Anastasia está conseguindo se desvencilhar da forte ligação com Aécio Neves (agora candidato à Câmara) e lidera para o governo, mas a ex-presidente Dilma Rousseff não só manteve a elegibilidade como tenta usar o impeachment a seu favor para o Senado. PSDB lidera para o governo, PT para o Senado, enquanto Bolsonaro vai se afirmando no Estado e lucrando com a briga renhida entre PT e PSDB.

O Nordeste, com 26,6% do eleitorado, é Lula, tanto que os adversários do PT desistiram de dar tiro n’água com vice nordestino. A dúvida é se, com tão pouco tempo, basta Lula estalar os dedos para todo mundo votar em Fernando Haddad. Será? A esta altura, a região conhece Bolsonaro, mas não faz ideia de quem é esse tal Haddad. Como no Norte (7,8% dos votos).

Com 14,5% dos eleitores, o Sul costumava equilibrar o lulismo do Nordeste com uma tendência para o PSDB, como no Centro-Oeste (7,3%). Desta vez, há Alvaro Dias (Podemos) tirando casquinha dos problemas tucanos e Bolsonaro comendo pelas bordas.

A polaridade PT-PSDB, que dividia o País entre Nordeste e Sul, mudou muito de figura, com Bolsonaro enraizado no Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste e ainda na expectativa de lucrar uns bons votinhos petistas no Nordeste e no Norte quando a Justiça Eleitoral acabar com a candidatura fake de Lula. Eleição não é razão. A razão só chega depois, quando o eleito tira a fantasia de candidato para governar. Acaba a festa, fica o medo.


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