CARACAS – A recente problematização sobre o papel higiênico preto tem colocado em evidência as discrepâncias no continente Latino-Americano, onde um país se dá ao luxo de polemizar sobre a cor do papel com o qual se limpará, ao passo que noutro, seu vizinho, nem jornal para limpar a bunda tem mais.
Os efeitos maléficos das desigualdades sociais, que faz com que poucos tenham muito e muitos tenham pouco, agora se fazem evidentes em escala continental.
Enquanto no Brasil se discute se a atriz Marina Rui Barbosa agiu de modo racista ao aludir à possibilidade de vir a agraciar seu delicado e róseo buraquinho anal com um macio e cheiroso papel higiênico preto, na Venezuela, civis estão usando lixas para se limpar.
Com a escassez de papel higiênico, os venezuelanos buscaram soluções criativas, tais como o uso de jornais, pés de urtiga e, por último, lixas coletadas nas refinarias de petróleo.
“Arde um pouco, mas a vantagem é que dá um grau na pintura”, brinca o presidente Nicolás Maduro, principal entusiasta do uso da lixa.
Apesar da crise, Maduro afirma que a falta de papel se deu por uma falha no projeto de modernização do país, uma vez que o plano era substituir todo o papel por conteúdo digital, tais como tablets, kindles e computadores.
“O problema é que, enquanto dá pra ler um jornal no tablet, não é possível usá-lo para se limpar se ele for virtual”, explica o presidente.
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