Semana passada, os meios de comunicação se ocuparam de uma continência prestada pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, ao senhor John Bolton, representante do governo norte-americano.
O que era um simples ato, logo fez a oposição assestar suas baterias contra uma pretensa subserviência brasileira aos interesses daquele país.
O deputado Ivan Valente, do PSOL, por exemplo, chegou a enxergar uma atitude de capachismo (sic) e genuflexão vergonhosa (sic).
Há algo a considerar, contudo.
Não foi John Bolton o primeiro americano a merecer tal deferência e, além do mais, próprio presidente Donald Trump, com toda a sua autoridade, logo que chega aos lugares para onde viaja, saúda com uma continência os que o esperam junto à aeronave.
Por seu turno, os jornais e televisões do domingo, mostraram H.W. Bush, falecido ex-presidente, prestando continência a multidões, o que induz uma pergunta: será que, cada um a seu tempo, Donald Trump e H. W. Bush e Obama, presidindo a maior potência do mundo adotavam uma postura servil?
Continência, tenha-se em conta, é comportamento ponderado e moderação de gestos, palavras e atos, ensina o Houaiss.
É também uma saudação militar e uma maneira de manifestar respeito e apreço aos seus superiores, pares, subordinados e símbolos, a exemplo da bandeira nacional.