COPA 2014: EU NUM FUI, MAS TAVA LÁ
(Publicada no dia 04.08.2014)
Raimundo Floriano
Ora, dirão vocês, como é que pode? Uma pessoa não ir e estar? Ao que respondo: para entender minha presença telepática, é necessário assimilar o sentido deste trava-língua sertanejo e os mistérios nele contidos:
Eu fui na casa de Tinga
Pensando que Tinga tava
Porém lá Tinga não tava
Mas sobrim de Tinga tava
E o sobrim de Tinga tando
É mesmo que Tinga tá
Perceberam? Nossos sobrinhos tando, é o mesmo que tá eu, é o mesmo que tá tu!
Isso tudo já exposto é para marcar minha presença na Copa das Copas. Para tanto, começo por mostrar-lhes matéria publicada na revista Encontro, distribuída como encarte pelo jornal Correio Brziliense no comecinho do mês de junho passado:
Vejamos a parte que me toca, na leitura da reportagem abaixo, que faço questão de postar com imagens, para não incorrer em erros de digitação:
Luís – com s, como foi batizado – Fernando e Ana Alice
Agora, tá na hora de eu entrar no esquema. Esses dois aí são filhos de minha saudosa irmã e madrinha Maria Isaura de Albuquerque e Silva e de Pedro da Costa e Silva, sendo Ana Alice nascida em Balsas e moradora em Brasília desde dezembro de 1958. A empresa A&C Eventos, em retribuição aos serviços não remunerados de revisão gramatical e ortográfica ali por mim prestados, e também levando em conta laços afetivos, promoveu, a custo zero, o lançamento de dois livros meus, Do Jumento ao Parlamento, em 27.08.3, no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, e De Balsas para o Mundo, em 26.08.10, no Restaurante Carpe Diem, tudo aqui em Brasília.
Esses dois sobrinhos acham-se há muito tempo mais intimamente atrelados a nossos laços familiares: Luís Fernando é padrinho de batismo de minha primogênita Elba – na primeira foto a seguir, vemo-lo com outra cobrinha, digo sobrinha, Valéria, a madrinha, ante a pia batismal. Na segunda, Ana Alice, com minha caçula Mara, no dia em que a batizou. Os três, Luís Fernando, Valéria e Ana Alice são padrinhos de casamento da Elba, ou seja, compadres em dose dupla.
Convenceram-se, destarte, de minha presença na Copa das Copas? Não? Querem mais evidências? Então, lá vai tinta!
Maurício de Albuquerque e Silva é meu sobrinho, filho de meu irmão Bergonsil de Albuquerque e Silva e de nossa prima Izaura Maria de Sousa e Silva, residentes em Niterói. Bamba em eletrônica, informática e efeitos audiovisuais, Maurício é fervoroso botafoguense, curtidor das coisas boas da vida e verdadeiro golbetrotter quando o assunto é Copa do Mundo.
Pequena amostra disso foi na copa de 2006 na Alemanha, quando ele percorreu todo o país, assistindo a estas oito partidas: em Berlim, Brasil 1 x 0 Croácia; em Munique, Brasil 2 x 0 Austrália; em Dortmund, Brasil 4 x 1 Japão e Brasil 3 x 0 Gana; em Hamburgo, Costa Rica 0 x 3 Equador; em Gelsenkirchen, Argentina 6 x 0 Sérvia; em Kaiserlautern, Paraguai 2 x 0 Trinidad e Tobago; e, finalmente, em Leipzig, Irã x 1 Angola.
Se, no dia 2 de julho, a bruzacã entrou em campo, travestida como a bola teamgeist, e o Brasil foi eliminado pela França, não foi por falta de torcida brasileira, pois o Maurício tava lá!
Nesta Copa das Copas, veja o que ele aprontou. Mas, primeiro, conheçamos um pouco de seu perfil, publicado pela revista eletrônica Equipe, de circulação interna no BNDES, onde ele trabalha:
Essa imagem tem dimensões originais de 20,14 cm x 16,98 cm. Para sua leitura, é necessário usar o recurso copiar/salvar/ampliar. Facilitando e simplificando, aqui vai sua transcrição:
“A relação do analista de sistema Maurício de Albuquerque, gerente da GESAM (ATI/DESIS2), com o BNDES vem de longa data. Em 1977, quando ele tinha onze anos de idade, sua mãe, Izaura Maria de Sousa e Silva, entrou para o BNDES, através de concurso público, para a carreira de técnico de comunicação. Izaura, que se aposentou há sete anos, fez uma carreira de sucesso no Banco e cultivou muitos amigos, tornando-se uma pessoa muito querida e popular.
“– Até há pouco tempo, antes da renovação do quadro de funcionários do Banco, eu era conhecido pelos mais antigos como ‘o filho da Izaura’, enfatizou o niteroiense Maurício.
“O gosto pelo futebol vem mais ou menos da mesma época. Desde pequeno, ele gostava de jogar bola e herdou do pai a paixão pelo Botafogo de Futebol e Regatas. Amor que transmitiu para o filho Lucas, de 16 anos, que o acompanha pelos estádios da vida, principalmente se, em campo, estiver jogando o time da estrela solitária. Como ex-jogador, Maurício se define como um ‘esforçado’ zagueiro.
“Hoje, às vésperas da Copa do Mundo, Maurício orgulha-se de ter adquirido 18 ingressos – ele insiste em frisar, ‘pelas vias normais’ – para nove jogos, distribuídos por Rio de Janeiro (três, incluindo a cobiçada final), Salvador (dois), Brasília (um jogo das quartas de final), São Paulo (dois jogos, um da semifinal), e Porto Alegre (um). Lucas, seu fiel escudeiro, o acompanha em sete partidas. Luciana, sua esposa, em duas.
“Essa não é a primeira Copa do Mundo de que Maurício participa assistindo aos jogos nos estádios. Em 2006, na Alemanha, apesar de o Brasil não ter trazido o ‘caneco’, ele considerou a experiência fantástica:
“– Foram 20 dias percorrendo de trem cerca de cinco mil quilômetros. Conheci praticamente o país inteiro. Assisti a oito jogos em estádios (quatro do Brasil) e outros em ‘FIFA Fan Fest’ (eventos públicos organizados pela FIFA para exibição dos jogos ao vivo). – Interessante também foi o intercâmbio com as torcidas de outros países e ter encontrado, o que não causa nenhum espanto, benedenses por onde passou.
“Maurício, que se formou em engenharia eletrônica pela UFRJ em 1989, ingressou no Banco em dezembro de 1992, após ter passado em seleção pública para o cargo de analista de sistemas.
“– A linha em que me especializei em engenharia eletrônica é muito ligada a sistemas. Nos primeiros três anos, após a formatura, trabalhei no laboratório de projetos GEMD, na própria UFRJ, no desenvolvimento de projetos de eletrônica e sistemas. Minha primeira lotação no Banco foi na antiga GESIS, no Departamento de Sistemas. Naquela época, não existia ainda a área de TI, concluiu Maurício”
Agora, vamos conhecer os estádios por onde o Maurício passou:
13.06 - Salvador, Espanha x Holanda, e 18.06 - Rio de Janeiro, Espanha x Chile
22.06 - Porto Alegre, Argélia x Coreia, e 25.06 - Rio de Janeiro, França x Equador
26.06 - São Paulo, Bélgica x Coreia, e 01.07 - Salvador, Bélgica x EUA
05.07 - Brasília, Argentina x Bélgica, e 09.07 - São Paulo, Argentina x Holanda
13.07 - Rio de Janeiro, Alemanha x Argentina
Vocês notaram o sentido de organização de que é possuidor esse meu sobrinnho? Sim? Então, me digam: Para quem ele puxou?
E também me respondam: Dentro do espírito nepotelepático, eu tava ou num tava lá?
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