Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 10 de novembro de 2022

COVID-19: TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O AUMENTO DE TESTES POSITIVOS E A VACINAÇÃO NO BRASL

 

Por Bernardo Yoneshigue

 

Alta da taxa de positivos para a Covid-19 leva população a voltar a usar máscaras.
Alta da taxa de positivos para a Covid-19 leva população a voltar a usar máscaras. Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) mostram que a taxa de testes positivos para a Covid-19 cresceu 228% e 524% no último mês nas farmácias e laboratórios do país, respectivamente. Com isso, no momento, cerca de 20% dos testes feitos nas unidades confirmam um diagnóstico para a doença, percentual que chegou a ser inferior a 7% há pouco tempo, ainda no início de outubro.

 Especialistas explicam que o aumento da positividade acende um alerta, já que a baixa procura pela testagem, até mesmo por pessoas sintomáticas, leva a números oficiais que podem não representar a realidade da doença. Nesse contexto, a chegada da subvariante BQ.1 da Ômicron no Brasil, o anúncio de novas versões das vacinas e a possibilidade do retorno de máscaras pode despertar uma série de dúvidas.

Para respondê-las, o GLOBO conversou com a pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai; o médico infectologista Gerson Salvador, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), e o infectologista Unaí Tupinambás, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

  

1. Como a nova subvariante (BQ.1), recém-chegada ao Brasil, vai impactar na pandemia aqui?

 

Desde o final de 2021, a variante Ômicron da Covid-19 tem passado por mutações de forma mais acentuada que as cepas anteriores, criando sublinhagens que apresentam capacidade elevada de provocar casos de reinfecção, mesmo em pessoas imunizadas.

A mais recente delas, a BQ.1, foi identificada em ao menos 65 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em muitos provocando novas ondas, como na França e Alemanha. Recentemente, ela foi detectada também no Brasil.

Salvador, do Hospital da USP, lembra que essa não é a primeira vez que surgem variantes na pandemia que levam o vírus a ter uma facilidade maior de se reproduzir e contaminar o indivíduo, e diz que os casos de fato estão aumentando. Porém, afirma que o crescimento não tem sido acompanhado de variações significativas no número de hospitalizações e óbitos ainda.

— Quando uma subvariante com maior capacidade de reprodução vai se tornando majoritária, existe uma tendência de esses fenômenos se repetirem em outros locais. Então não teria motivo para a BQ.1 não se tornar dominante aqui. E tudo indica que vamos ver sim uma nova onda. Nós passamos semanas sem fazer quase nenhum diagnóstico, e agora, de duas para cá, estamos vendo um grande volume de casos. Mas felizmente a grande maioria são leves. Pessoas imunossuprimidas e aquelas sem o esquema vacinal completo que estão em maior risco — diz o infectologista.

  

Alta da taxa de positivos para a Covid-19 leva população a voltar a usar máscaras. — Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Alta da taxa de positivos para a Covid-19 leva população a voltar a usar máscaras. — Foto: Ana Branco / Agência O Globo

 

2. As vacinas atuais protegem contra a BQ.1?

 

Isabella, da SBIm, explica que, embora novas subvariantes da Ômicron tenham demonstrado maior capacidade em escapar dos imunizantes e provocar reinfecção, as vacinas, desde que com todas as doses indicadas, continuam até agora altamente eficazes em prevenir desfechos graves da doença e óbitos.

— À medida que temos variantes, elas vão escapando da vacina, é natural. Felizmente, elas escapam no sentido de provocar doença leve, mas continuam evitando casos graves e mortes. Com a BQ.1 não temos ainda dados, mas tudo indica que sim, a proteção contra forma grave se manterá — esclarece a especialista.

 

3. Devemos agora voltar a usar máscara e intensificar os testes para Covid-19?

 

A maior circulação do vírus cria um cenário em que o uso de máscaras volta a ser indicado em determinadas situações para evitar a chance de contágio. Isso porque, embora a vacinação tenha reduzido a gravidade da doença, ainda há riscos como a Covid longa – persistência dos sintomas após a infecção –, além da alta disseminação facilitar com que o vírus chegue a pessoas mais vulneráveis.

Por isso, os especialistas são unânimes na indicação da proteção facial para pessoas imunossuprimidas, idosos, gestantes e puérperas – grupos que naturalmente têm mais probabilidade de agravamento. Já para a população geral, orientam adotar o item em ambientes fechados sem ventilação, aglomerações e transportes públicos.

Além das máscaras, e da importância de manter a vacinação em dia, outro ponto importante destacado é buscar a testagem em caso de sintomas respiratórios, e isolar-se quando o resultado for positivo.

— Os sinais têm sido muito dores de garganta e sintomas leves que lembram resfriados, então a testagem é muito importante — diz Salvador.

  

Alta da taxa de positivos para a Covid-19 leva população a voltar a usar máscaras. — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

Alta da taxa de positivos para a Covid-19 leva população a voltar a usar máscaras. — Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O Globo

 

4. Um quinto reforço da vacina contra a Covid-19 é indicado?

 

De acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde, o único grupo elegível a uma quinta dose, ou terceiro reforço, são os imunossuprimidos acima de 40 anos. Isso porque aqueles com quadros que afetam o sistema imunológico devem receber uma dose adicional do imunizante, e a pasta da Saúde orienta um esquema de quatro doses para toda população com mais de 40 anos.

No contexto de novos casos, porém, algumas cidades, como Rio de Janeiro e Niterói, liberaram a quinta aplicação para todos no período de 10 meses após a última dose, hoje contemplando um grupo restrito de pessoas que tiveram acesso à quarta dose em janeiro ou antes. Os especialistas, no entanto, afirmam que não há benefícios comprovados por evidências científicas em aplicar reforços além dos já orientados pelo ministério.

— Sair fazendo mais reforços não é o adequado, isso não tem eficácia comprovada. O que vale é o recomendado pelo Ministério da Saúde. Quinta dose para todo mundo não tem evidência. Não tem evidência também que faça mal, mas o que precisamos agora não é isso, mas sim melhorar a cobertura atual — diz a vice-presidente da SBIm.

Em nota, a pasta afirma que "a Câmara Técnica Assessora em Imunizações mantém as discussões referentes às alterações e ampliações do esquema vacinal para novos grupos, de acordo com as evidências científicas e o cenário epidemiológico, que são acompanhados diariamente".

 

5. Quando as novas versões das vacinas devem chegar ao Brasil?

 

Há duas opções em análise pela Anvisa, uma na qual a parte da Ômicron é composta pela subvariante BA.1 e outra que é de BA.4 e BA.5. Segundo a Pfizer, o novo reforço induziu uma produção de anticorpos quatro vezes maior contra a Ômicron em pessoas com 55 anos ou mais em comparação a uma dose da vacina original.

— O Ministério da Saúde está conversando com os fabricantes sobre essa vacina, porque é ela que a gente precisa agora e torce para que chegue ao país — diz a vice-presidente da SBIm.

Os especialistas afirmam que, embora elas não envolvam a sublinhagem da Ômicron BQ.1, a expectativa é de que ainda assim elas ofereçam uma melhor proteção contra a subvariante quando comparada às aplicações originais. Elas já são utilizadas em outros países, como Estados Unidos e Reino Unido, indicadas como um reforço no período de quatro meses da última dose.

Procurada, a Pfizer afirma que há um contrato vigente com o governo federal para entrega de doses que permite à pasta solicitar a troca por unidades das vacinas atualizadas. Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que o atual acordo "contempla a entrega de vacinas com cepas atualizadas, desde que aprovadas pela Anvisa". Em relação à Pfizer, esclarece que há cerca de 30 milhões de doses a serem recebidas.UUE VCOUE


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