Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlos Brickmann - Chumbo Gordo quinta, 25 de julho de 2019

DEDO NO GATILHO

 

 

DEDO NO GATILHO

Nosso futuro está sendo decidido bem longe daqui, às margens do Golfo Pérsico, onde o Irã apresou um petroleiro britânico e se recusa a devolvê-lo. O Irã, como há alguns anos o Iraque, parece convencido de que pode vencer uma guerra contra uma grande potência. E a Inglaterra, ainda mais que os Estados Unidos, não costuma aceitar provocações. Já armou uma frota para reconquistar as Ilhas Falklands, ou Malvinas, sem grande valor ou posição estratégica, apenas para retribuir a tomada da área pela ditadura militar da Argentina. Foi uma operação exemplar: desembarque, cerco do inimigo, e em seguida a questão foi entregue aos gurkhas, soldados do Nepal que há séculos formam uma temida unidade de elite do Exército britânico.

São eméritos lutadores no corpo a corpo, com punhais. Defendem a tese de que, uma vez desembainhado, o punhal só pode voltar à bainha depois de ser molhado com o sangue do inimigo. O Reino Unido tem uma excelente frota aérea, produz bombas nucleares, faz parte da OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, e conhece o Irã desde o tempo em que foi o aliado favorito do xá Reza Pahlevi. Aliás, o pai do xá, Reza Xá, andou se aproximando dos nazistas e foi deposto pelos ingleses, que passaram o trono a seu filho. Os ingleses conhecem a fundo a economia do país: a Anglo Persian (depois Anglo Iranian) Oil Company foi por eles estruturada

Os riscos

Os ingleses criaram os comandos, que tanto atrapalharam os nazistas na Segunda Guerra Mundial; e têm o internacionalmente famoso SAS, Strategic Air Service, grupo de elite para intervenções rápidas O Irã, como antes dele o Iraque, parece convencido de que está bem protegido contra grandes potências. Não está: lembremos que o porta-voz do Governo iraquiano foi à TV proclamar a vitória contra os invasores americanos e, por trás dele, já se viam tanques americanos tomando Bagdá. O Irã pode estar bem preparado, mas mexer com grandes potências não é coisa que costume dar certo.

E para nós?

Queira ou não, o Brasil está envolvido nessa questão. Primeiro, pelo preço do petróleo: não apenas uma guerra, mas o bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde passa boa parte do petróleo do mundo, farão o preço subir E não esqueçamos de que o presidente Bolsonaro já disse que estamos alinhados aos Estados Unidos – que, por sua vez, estão alinhados com a Grã-Bretanha, seu mais tradicional aliado. Talvez o Brasil até lucre com a alta dos produtos que exporta, mas a tendência é que a guerra prejudique todos os envolvidos.

Novo comando

Boris Johnson ganhou a disputa interna e é, a partir de hoje, o novo primeiro-ministro britânico. Johnson quer, em primeiro lugar, completar a saída da Grã-Bretanha da Comunidade Europeia, com acordo ou sem acordo. E certamente, por seu temperamento, será mais agressivo que Thereza May, a primeira-ministra que ele substitui. Johnson está mais próximo de Margaret Thatcher do que de Thereza May. E foi Margaret Thatcher que determinou a invasão da Ilhas Falklands (que teve como consequência quase imediata, a queda da ditadura militar argentina).

Ficaram de mal

Marcos Cintra, secretário da Receita Federal, não aceita a proposta de reforma tributária em discussão no Congresso (elaborada por um economista conceituado, o ex-secretário do Tesouro Bernard Appy, que propõe a união de cinco tributos num só). Cintra diz que será “o maior imposto do mundo”, embora ele venha defendendo há anos o imposto único, que reuniria num só todos os impostos arrecadatórias hoje cobrados no país. Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, defende a reforma que o Congresso discute, e ataca: diz que Cintra tem “inveja e recalque” da proposta de reforma tributária, e o chama de ”bajulador”. Tudo bem, esse pessoal costuma fazer as pazes logo e esquecer a troca de insultos, mas o clima entre Congresso e Receita é ruim.

Os vários pesos 1

O prefeito tucano de São Paulo, Bruno Covas, diz que se o ex-governador mineiro Aécio Neves não sair do PSDB, por livre e espontânea vontade ou expulso, quem sai do partido é ele. O governador tucano João Dória já faz tempo que defende a saída de Aécio, queimadíssimo após a gravação de uma conversa em que pede dinheiro a Joesley Batista. Mas Aécio não é o único: o ex-governador goiano Marconi Perillo está envolvido em vários inquéritos e já esteve preso. Perillo, amplamente derrotado nas eleições (embora houvesse duas vagas para o Senado, não conseguiu nenhuma; e seu candidato a governador, José Elinton, tomou uma surra de Ronaldo Caiado. Por que a pressão sobre Aécio e a tolerância com Perillo?

Os vários pesos 2

O ex-governador paranaense Beto Richa, também envolvido em inquéritos, continua no PSDB. Só sua esposa, Fernanda, optou por sair.


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