Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Frevo quarta, 14 de setembro de 2022

DIA DO FREVO - 14 DE SETEMBRO

 

 FREVO, A ALMA PERNAMBUCANA

Raimundo Floriano

(Publicado a 17.10.16)

 

 

                        Na data de 14 de setembro, comemora-se o Dia do Frevo.

 

                        Para marcar a efeméride, apresentarei a vocês, no final desta matéria, um frevo de rua, um frevo-canção e um frevo de bloco, para que apreciem esses três gêneros que caracterizam a alma pernambucana.

                       

                        O frevo é dança surgida no Recife (PE), a partir dos últimos anos do Século XIX, com a progressiva multiplicação das síncopes e do gingado rítmico das músicas de bandas militares, a fim de propiciar desarticulações de corpo dos capoeiras, que exibiam suas agilidades abrindo os desfiles, com passos improvisados, ao som de marchas e dobrados.

 

                        Surgiu, assim, a marcha-polca, que teve sua linha divisória estabelecida pelo Capitão José Lourenço da Costa, o Capitão Zuzinha, ensaiador das bandas da Brigada Militar de Pernambuco.

 

                        A nova marcha, frenética e contagiante, logo se revestiu do caráter de dança da multidão. Seu compasso é binário, com andamento semelhante ao da marchinha carioca, mas o ritmo é tudo. Divide-se em duas partes, e seus motivos apresentam-se sempre em diálogos dos metais – trombone e pistons – com as palhetas – saxofones e clarinetas.

 

                        A grande ênfase está em sua coreografia individual, improvisada: os dançarinos raramente repetem um gesto ou atitude, mantendo sempre uma feição pessoal e instintiva de criação.

 

                        O passo, com a ajuda rítmica de sombrinhas, dá à massa dos foliões que evoluem pelas ruas uma impressão visual de fervura, o que originou a palavra frevo, derivada de frever, corruptela de ferver.

 

                        A partir de 1917, o frevo foi introduzido nos salões e nos clubes carnavalescos onde, com frequência, os pares se desfazem em roda e, no centro, os dançarinos se exibem individualmente.

 

                        Grandes compositores e intérpretes se consagraram no gênero: Edgar Moraes, Levino Ferreira, Capiba, Antônio Sapateiro, Duda, Raul Moraes, Lourival Oliveira, e José Menezes, Claudionor Germano, Expedito Baracho, Coral Feminino, OARA e Coro, Carlos Galhardo, Ciro Monteiro e Nélson Gonçalves; e famosas orquestras como a Tabajara, a de Duda, a de Nélson Ferreira, a de Zaccarias e a Banda da PM de Pernambuco, somente para citar uns poucos do imenso elenco de maravilhosos criadores, músicos e vocalistas. Sublimes frevedores!

 

 

                        O frevo pernambucano é composto dos três gêneros principais, que ora apresento, 5 faixas de cada, nesta pequena amostra, dentro dos quase 1.500 títulos que integram meu acervo:

 

                        1) FREVO DE RUA: apenas instrumental, de rápido andamento, destinado à improvisação dos passos dos dançarinos:

 

                        No Fim da Certo - Frevo de rua (Johnes Johnson) Banda da PM de Pernambuco, 1948

 

 

                        2) FREVO-CANÇÃO: também com andamento rápido, tem a introdução do frevo de rua e uma parte cantada: 

 

                        É Frevo, Meu Bem - Frevo-canção (Capiba) Carmélia Alves, 1951

 

 

                        3) FREVO DE BLOCO: entoado geralmente em tom lamentoso, pela madrugada, na volta dos dançarinos de blocos aos seus bairros, também é conhecido como MARCHA-REGRESSO: 

 

                        Surpresa - Frevo de bloco (João Santiago) Guerra Peixe, Sua Orquestra e Coro, 1971

 


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