Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Agenda Cultural segunda, 01 de agosto de 2022

DIA DO SELO POSTAL - 01 DE AGOSTO - A ECT E EU: ENTRE BEIJOS E TAPAS
DIA DO SELO POSTAL - 01 DE AGOSTO
 
A ECT E EU: ENTRE BEIJOS E TAPAS

(Publicada no dia 01.09.2014)

Raimundo Floriano

 

Homenagem à FEB e ao 5º Exército Americano

 

                        Meu relacionamento com o DCT - Departamento de Correios e Telégrafos, depois renomeado ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, começou em 1945, quando eu tinha 9 anos, ao dar início a minha coleção de selos, a partir dos que se veem acima, que quase todo menino brasileiro possuía, vez que refletiam o sentimento patriótico que vivíamos, com nossos pracinhas lutando na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.

 

                        Decorridos quase 70 anos, parece-me que sou o único, dentre os conhecidos de meu tempo, a continuar com essa diversão, trazendo minha coleção de selos comemorativos brasileiros atualizada semestralmente, cujo acervo contabiliza desde o primeiro, lançado no início de 1900, em homenagem ao 4º Centenário do Descobrimento do Brasil, até as emissões atuais.

 

                        No ano de 1974, essa coleção ganhou o Prêmio Olho de Boi, ao concorrer, sob a representação de meu sobrinho Luís Fernando da Costa e Silva, por se tratar de certame dirigido aos adolescentes. Aí estão imagens da medalha:

 

Frente e verso da Medalha do Prêmio Olho de Boi

 

                        Encerrada a exposição, partes dessa coleção, que mereceu o prêmio levando-se em conta sua apresentação, foram emprestadas à ECT que, durante 6 meses, a exibiu a filatelistas nos Estados Brasileiros e no Exterior.

 

                        Pela proximidade de onde moro, e pela facilidade de estacionamento, escolhi a Agência da 508 Sul para realizar as diversas operações envolvidas em lançamentos de livros, envio de convites e objetos diversos, e também a emissão de selos personalizados. Como estes:

 

  

                        De tanto andar por lá, fiz amizade com todos os funcionários, e, a pedido deles, compus um cordelzinho, Louvação à ECT da 508 Sul, publicado aqui no JBF, como correspondência, no dia 22.12.2012.

 

                        No ano passado, fui presenteado pela Dorinea, gerente da agência, com esta folha de selos, comemorativa dos 350 Anos da ECT:

  

                        Chamou-me a atenção, dentre todos, este selo, por referir-se a um Centro de Serviço Pneumático, do qual eu nunca ouvira falar, por isso não sabia do que se tratava:

  

                        A folha veio acompanhada de um edital bilíngue, com informações sobre o lançamento, mas sem descer a detalhes sobre cada selo:

 

                         Como bom filatelista, procurei tirar minha dúvida, primeiramente no Google, onde nada encontrei, e, depois, na própria ECT, a quem fiz uma consulta, recebendo esta resposta: 

“No dia 5 de outubro de 1910, com uma carta do Diretor dos Telégrafos, Francisco Sá, do Edifício dos Telégrafos, no antigo Paço Imperial, ao Presidente da República Nilo Peçanha, no Palácio do Catete, era inaugurado, extraoficialmente, no Rio de Janeiro, o Serviço Pneumático, a cargo da Repartição-Geral dos Telégrafos. O sistema consistia de máquinas compressoras de ar e câmaras de vácuo, impulsionando ou sugando a correspondência, 20 a 30 cartas de cada vez, colocadas dentro de cursores – “balas” ou êmbolos em forma de projéteis, nos tubos de aço subterrâneos, de aproximadamente 70 mm de diâmetro, em velocidade de até 50 km/h, da origem ao destino.

 

“Criado pela Portaria nº 1.386, de 10 de novembro 1910, o nosso correio pneumático passou a fazer remessa expressa de cartas padronizadas e telegramas urbanos entre várias estações postais telegráficas da antiga Capital Federal. A rede subterrânea de tubos pneumáticos expandiu-se rapidamente pelo subsolo do Centro do Rio de Janeiro, a partir da Estação-Tronco, na Av. Rio Branco, possibilitando a troca de correspondências pneumáticas por duas linhas de tubos, entre a Estação Central da Praça XV, o Banco do Brasil, todos os ministérios, a Estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, e vários bairros, como o Catete, Botafogo e Andaraí. As estações ou agências para a postagem de cartas pneumáticas chegaram a ser as seguintes: Largo do Machado, Lapa, Praça XV, Av. Rio Branco, Correio Central, Estação D. Pedro II, Estácio de Sá e São Cristóvão.”

 

                        Essa gentil e minuciosa explicação, veio acompanha desta imagem, para que se tenha uma ideia visual do que era o Serviço Pneumático:

  

                        Isso funcionou muito a contento no Brasil durante algum tempo, até que a tecnologia bolasse outros métodos mais eficientes e modernos. Mas reparem bem, se fosse num país recém-criado, um tal de Banânia, até os tubos seriam surrupiados, como, no passado, os índios faziam com os fios telegráficos.

 

                        Agora, que deixei bem claro minha relação amorosa com a ECT, vou, depois dessa assoprada amiga, dar minha mordida. Vinha cuidando dos beijos, passando, doravante, a falar dos tapas – de um, pelo menos.

 

                        A demora na entrega de correspondência pela ECT é motivo de críticas, às vezes injustas, outras merecidamente, o que faz a festa dos chargistas:

 

 

                        Desde que comecei a transacionar com a Agência da 508 Sul, calculo já ter postado ali, entre livros, convites, cartas e outros itens, mais de 10 mil objetos. Inteiramente satisfeito com os serviços prestados, é natural que, em algum momento, “de tanto o jarro ir à fonte”, acabe se quebrando. Foi o que ocorreu em 2010.

 

                        No dia 9 de agosto, enviei para meu sobrinho Cazuza Ribeiro, médico, o convite para o lançamento de meu livro De Balsas para o Mundo, conforme se vê no envelope carimbado abaixo. O consultório dele ficava na 716 Sul, quilômetro e meio da Quadra onde moro, a 215 Sul.

 

                        O tempo passou. Nem o Cazuza foi ao lançamento, pois dele não soube, nem o convite jamais chegou lá. Ficou zanzando por aí, dormiu em alguma gaveta e, em 2013, recebeu outra carimbada. Nova demora, e a informação “mudou-se”, esta sem data. Finalmente, no dia 21.02.2014, dois anos e seis meses depois de postada, a correspondência foi devolvida na portaria do Bloco onde resido.

 

                        

                        Preciso dizer mais?

 

                        É bonito isso?

 

ÚLTIMOS AFAGOS

 

                        O primeiro selo postal editado no mundo foi o Penny Black, na Inglaterra, em 1840. O Brasil foi o segundo país a editá-los, lançando, a 1º de agosto de 1843, o famoso Olho de Boi, com os valores de 30, 60 e 90 réis.

 

                        No dia 1º de agosto deste ano, em comemoração ao Dia do Selo Postal, uma equipe da TV Brasil, por indicação do Guichê Filatélico da ECT, compareceu aqui a meu apartamento, para fazer matéria sobre selos personalizados. O resultado é que vocês verão clicando neste link, ou colando-o em seu navegador:

http://tvbrasil.ebc.com.br/reporterbrasil/bloco/selo-personalizados-dao-toma-mais-pessoal-as-cartas 


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