Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Marcos Mairton - Contos, Crônicas e Cordéis sábado, 20 de agosto de 2022

DIFICULDADE PARA ESCREVER (CRÔNICA DE MARCOS MAIRTON, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

DIFICULDADE PARA ESCREVER

Marcos Mairton

 

 

Foi difícil reconhecer, mas ultimamente tenho tido dificuldade para escrever.

Não que me tenham escasseado as ideias. Ou que eu tenha perdido a capacidade de expressá-las. Não é isso, tenho certeza.

Também não posso dizer que me falta tempo livre. Porque tempo livre é algo que há muito tempo não tenho. Sempre me encontro tratando de alguma questão relacionada ao trabalho ou à minha vida pessoal. Isso nunca me impediu de escrever meus contos, crônicas e cordéis. Nem de compor e gravar minhas canções. As madrugadas existem também para essa finalidade.

Na verdade, por doloroso que me seja admitir, o que me tem freado a capacidade de escrever é o receio de falar o que não devo.

Porque tem muita coisa acontecendo em nosso país – dessas que dá uma vontade danada de comentar – e a vontade de escrever vem todo dia. Mas sempre vem junto aquele receio de entrar em polêmica. E ser chamado de fascista, de comunista, de bolsonarista, de lulista, de incompetente, de burro e outras coisas que não quero citar aqui.

Outro dia, lancei uma pergunta aos meus seguidores no Twitter: “Será que, se eu disser que achei a visita do Elon Musk positiva, estarei declarando automaticamente apoio ao governo?”.

Várias pessoas responderam que sim. Só uma respondeu que não.

De certa forma, foi uma pergunta retórica. Eu mesmo já sabia, de antemão, que avaliar positivamente a vinda de Elon Musk ao Brasil significaria ser visto por muitos frequentadores das redes sociais como bolsonarista.

Porque é assim que temos vivido no Brasil.

Se você é a favor do direito de o cidadão ter a posse de uma arma de fogo, você é fascista; se é contra é comunista. Se é contra a obrigatoriedade de vacinas contra a COVID, é negacionista; se é a favor, é globalista. Se diz que confia nas urnas eletrônicas, é golpista; se não confia, também.

É como se as pessoas não pudessem mais ter opinião própria. Todo mundo está seguindo uma manada. Ou um rebanho. A questão é apenas definir: qual? qual das manadas essa pessoa segue?

Tudo isso me faz lembrar a canção do saudoso Belchior: “Saia do meu caminho. Eu prefiro andar sozinho. Deixe que eu decida minha vida”.

Eu também prefiro andar sozinho. E, se for para errar, prefiro errar sozinho. Mas isso não tem sido fácil ultimamente.

De todo modo, espero que, admitindo publicamente a razão da dificuldade que tenho tido para escrever, eu consiga superar esse bloqueio.

Claro que continuarei atento aos impedimentos legais aos quais estou submetido, mas espero me incomodar menos com eventuais enquadramentos nas caixinhas ideológicas disponíveis.

A propósito, gostei muito da visita do Elon Musk ao Brasil. Esse cidadão parece ser mais que o homem mais rico do mundo no momento. Parece estar interessado em algo grande, revolucionário, que o faça entrar para a história.

Imagino que muitas pessoas vejam isso como egocentrismo, e talvez seja mesmo. Mas os ucranianos que estão utilizando a internet em plena guerra, com a ajuda do StarLink, certamente não estão preocupados com isso.

Aqui, em nosso país, espero que a conjunção de esforços de empresas de Elon Musk com empresas ou entidades governamentais brasileiras possam gerar bons frutos para o nosso povo.

Parece-me evidente que essa seja uma expectativa legítima, independentemente de quem seja o presidente da República. Mas também me parece claro que pouca gente está interessada nisso. Pelo menos nos dias atuais.

Hoje, para alguém se posicionar sobre algo, geralmente é necessário levar em consideração fatores político-ideológicos, digamos, mais complexos.

E segue o jogo!

 


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