Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

De Balsas Para o Mundo sábado, 08 de abril de 2017

DISCOTECA 2001: NASCIMENTO, ASCENSÃO E MORTE

DISCOTECA 2001: NASCIMENTO, ASCENSÃO E MORTE

Raimundo Floriano

 

 Discoteca 2001 no Distrito Federal: fim de uma era

 

            No final de 1968, início de 1969, foi exibido, nas telas do mundo inteiro, o filme 2001 – Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, baseado em conto de Arthur C. Clark, que ficou considerado como o marco e o ícone da ficção científica, não só pelo roteiro, com um computador, o HAL 9000, provido de sentimentos quase humanos, mas, principalmente, pelos efeitos especiais. Sucesso estrondoso na crítica e na bilheteria. Virou moda!

 

              Como sói acontecer em tais ocasiões, surgiu uma cambulhada de empreendimentos comerciais com esse nome: bandas, boates, butiques, salões de cabeleireiro, bares, restaurantes, alfaiatarias, escolas, sorveterias, o escambau. E, como sói acontecer em tais açodamentos, nenhum teve existência mais que efêmera, mudando a denominação tão logo veio a furo a próxima novidade, com única e honrosa exceção: a Discoteca 2001.

 

            Bem administrada, com estoque variadíssimo e sempre atualizado, dominou o mercado fonográfico no Distrito Federal, chegando a possuir 13 filiais, espalhadas pelo Plano Piloto e Cidades Satélites. A minha preferida era a do Conjunto Nacional.

 

            Estávamos no tempo do LP, e grandes coleções eram lançadas no mercado: Pop Music, inglesa, com 30 volumes; Revivendo, de velha guarda da MPB, com 72; Moto Discos, de carnaval antigo, com 60; e Collector’s, de sucessos do Rádio, com 40, todas elas vendidas na 2001.

 

            Para que eu não perdesse qualquer edição, Dona Alice, sua gerente, guardava meus exemplares e me telefonava todo final de mês para que eu fosse buscá-los. Certo dia, estranhei a ausência de sua ligação. Fui à loja ver o que ocorrera, e lá me informaram de que ela havia falecido, juntamente com o marido, em acidente automobilístico, nas proximidades da Cidade Ocidental. Dali pra frente, engrenei as encomendas com a vendedora Isaura, o que funcionou até o fechamento das coleções. Ao todo, incluindo também discos de outros gêneros, calculo que adquiri ali mais de 500 produtos.

 

            Veio a era do CD, quando deixou de existir aquele gostinho de ir à discoteca para apreciar as capas, ler as contracapas e encartes, informações que o diminuto tamanho dos estojos já não mais nos proporciona. Mesmo assim, ainda dava para sapear, entrar na loja só por mera curiosidade, garimpar e sair de lá com dois ou mais discos comprados.

 

            Trinta e sete anos durou esse império! Agora, a notícia entristecedora: a 2001 vai fechar! Desaparecerá até o final de 2008!

 

            A maior parte das filiais já se acabou, e as que ainda permanecem abertas estão liquidando o estoque restante a preço de banana em fim de feira. Grande melancolia nos invade ao entrarmos ali e vermos as prateleiras semivazias, aguardando o golpe fatal: o último que sairá e apagará a luz. Melancolia só comparável à sentida quando o Ivan, da Livraria Presença, fechou suas portas. São pedaços da cultura que se esvaem!

 

            Se me perguntarem o motivo, eu cito dois. Primeiro, a falta de governo. Se ele fiscalizasse pra valer, a pirataria, que medra em nossas calçadas com desmedida pujança, não geraria efeito tão devastador. Segundo, o alto preço do disco. Enquanto na 2001 o CD varia de 15 a 40 reais, na Discodil do Conjunto Nacional, que vende adoidado, conforme constatei em recente visita, o preço vai de 8 a 11 reais. Ora, é preferível dar 10 reais num CD original, a pagar 5 reais ao camelô por um pirata que, além da má qualidade, pode danificar os equipamentos de reprodução.

 

            Isso é um problema a ser encarado seriamente pelo mercado fonográfico.

 

            Caso contrário, quem vai desaparecer não será mais a loja revendedora, mas toda a indústria envolvida no processo.

 

            Isso no Brasil, é claro!

 


segunda, 01 de outubro de 2018 as 06:48:25

Almerinda Feitosa da Silva
disse:

Que pena, trabalhei nessa Discoteca. Patrões muito bons, sempre trataram muito bem os funcionários.


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