Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Raimundo Floriano - Perfis e Crônicas domingo, 20 de agosto de 2017

DÓLAR, A CHAVE MÁGICA

DOLAR, A CHAVE MÁGICA

(Publicada no dia 10.111.2014)

Raimundo Floriano

 

 

Chave mágica de meus sonhos infantis 

                        Em 1986, um dia pós a chegada de Luiz Berto de sua gloriosa turnê cultural de 6 meses pelos Estados Unidos e Canadá, eu e Veroni, minha mulher, fomos visitá-lo, não só para lhe desejarmos boas-vindas, como também para sabermos das muitas novidades, pois ainda não conhecíamos país algum do estrangeiro.

 

                        Berto, de cara, foi logo me surpreendendo, mostrando que, lá na terra dos gringos, não se esquecera de mim. Pelo contrário, ao passar por Nova Orleans, comprou e trouxe-me de lembrança estas duas preciosidades do traditional jazz, o que mais curto da extraordinária música americana, atualmente transformadas em CD:

  

                        O papo corria solto quando, a certa altura, Berto levantou-se e dirigiu-se rumo ao quarto, dizendo: – Vou mostrar para vocês uma chave que abre todas as portas em qualquer país do mundo!

 

                        Eu pensei logo na chave mágica de meus sonhos de menino, de cuja existência tomara conhecimento nas histórias de trancoso. Mas, ao voltar, em vez de uma chave convencional, Berto nos exibiu uma nota de 1 dólar:

 

  

 

                        A partir daquele momento, passei a admirar a magnitude da força que esse dinheiro tem, o que vim a constatar in loco, quando visitei os Estados Unidos e o México, em 1998 e 2001. Lá, tanto naquele tempo como agora, se você comprar algo por U$l.99 e pagar com uma nota de dois dólares, recebe 1 centavo de troco. Enquanto que, aqui no Brasil, a moeda de 1 centavo há mito tempo foi abolida.

 

                        Aliás, enquanto o dólar permanece impávido, impertérrito, impoluto, portentoso, de 1986 para cá nosso padrão monetário sofreu estas metamorfoses: cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro novamente, URV, cruzeiro real e, finalmente, real.

 

                        A partir de então, resolvi presentear os jovens casais a cujo himeneu sou convidado, com, além de algo de utilidade no lar – geralmente eletrodoméstico ou móvel –, deterioável com o uso, um mimo perene, para toda a vida, configurado na cédula de 1 dólar.

 

                        Isso com a recomendação de que o noivo a use em sua carteira, junto às demais notas que possui, sem nunca dela se desfazer. E o faço com a garantia de que a vida do casal será sempre afortunada. Palavra de Cardeal da Igreja Sertaneja.

 

                        Explico o poder magnificente da nota de 1 dólar. Ela traz em seu verso a figura de uma pirâmide, símbolo da prosperidade, cujo vértice, seccionado, estampa um olho luminoso, símbolo da vigilância. Para que não se conectem esses dois símbolos à magia negra ou à macumba, é ali também impressa a frase IN GOD WE TRUST, que eu traduzo como CONFIAMOS EM DEUS!

 

                        Mas há um porém. Não adianta você comprar uma dessas notas e colocá-la em sua carteira. Ela tem que ser ganha. Quem me presenteou com a que carrego comigo desde então foi a amiga e colega Filó, em 1991, na época funcionária da Câmara dos Deputados e Chefe de Seção na Coordenação de Apoio Parlamentar, onde o Papa Berto I também exercia uma chefia. No mesmo momento, agraciei-a com igual dádiva. Detalhe curioso: Filó e eu somos gêmeos. Embora de pais e mães diferentes, nascemos ambos no dia 3 de julho!

 

                        E o resultado aí está. Filó, aposentada, é hoje fazendeira em Formosa (GO), onde fabrica seus queijinhos para vender aos domingos na feira semanal da cidade. E eu, jogador inveterado em loterias, vez em quando faço o terno da Quina, a quadra da Dupla Sena, a quina da MegaSena no Bolão, e livro o apostado na Loteria Federal. A qualquer momento, estouro a boca do balão!

 

                        Como tarefa a cumprir, de quando em quando, o portador do dólar tem de recitar esta quadrinha, tipo de mantra muito prafrentex:

 

DINHEIRO EM MEU BOLSO

É COMO FOLHA DE MANGABA

QUE É POUCO

MAS NÃO SE ACABA

 

                        Nos flagrantes a seguir, o momento em que, junto a minha Bênção Cardinalícia, presenteio jovens casais com o infalível e auspicioso talismã.

 

 Karina, minha hidroterapeuta e Márcio, vendo-se a hidroterapata Mariângela

 

 Maurício Melo, Elba, Raimundo, Veroni e o casal Janaina e Samuel

 

Mara, o casal Thiago e Milena, Veroni, Raimundo e Elba

 

 Carolina Leal, minha filha adotiva, Luiz Felipe e Raimundo

 

Raimundo, Rafael e Denize

 

Fábio, Elba, minha filha, e este Cardeal

 

(A Posteriori)

 

Sandra e Pedro Ivo

 

                        Em algumas celebrações, não havia fotógrafo por perto, o que motivou a ausência de muitos desses especiais momentos de sinceras e abençoadas alvíssaras.

 

                        Juntado os bons augúrios com o agradável, aqui vai pequena amostra do trabalho da Preservation Hall Jazz Band of New Orleans. Escolhi uma faixa do LP New Orleans’s Sweet Emma, de 1964, Just a Closer Walk With Thee, peça tradicional do jazz e gospel norte-americano e mundial, arranjo de Emma Barrett, a Sweet Emma, pianista e cantora, nascida a 23.03.1897, que a interpreta aos 67 anos de idade:

 

 

                        E, para sacramentar minhas Bênçãos Cardinalícias sobre tudo o que acima foi dito, aqui vai mais outra linda peça do tradicional jazz e gospel norte-americano e mundial, Amen, constante do LP, For Concert Sale Only, de 1977, na voz de Willie Humphrey, nascido a 29.11.1900:

 


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