Orlando Silveira
CENA I
– Sonhei que estava fazendo amor com você…
– Jura? E aí?
– Acordei suada, amedrontada. Um horror.
CENA II
– Seu ronco é insuportável.
– Eu sei. Em compensação, só solto “pum” no banheiro.
CENA III
– Se eu soubesse que você ficaria desse tamanho, juro, teria dito “não” ao padre.
CENA IV
– Como estou?
– Parecendo árvore de Natal.
CENA V
– Querido: se é verdade que você só me trai em pensamentos, me faça um favor: reze em casa. Vamos economizar muito dinheiro (da gasolina, do estacionamento, do pastor). Se agir assim, terá desde já meu profundo perdão.