Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlos Eduardo Santos - Crònicas Cheias de Graça terça, 14 de fevereiro de 2023

FILOSOFIAS BEM GUARDADAS (CRÔNICA DE CARLOS EDUARDO SANTOS, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

FILOSOFIAS BEM GUARDADAS

Carlos Eduardo Santos

Urso panda come durante 12 horas por dia

 

Na época de ginasiano formei um grupo com alguns coleguinhas para trocar frases filosóficas as quais muito acrescentavam os nossos propósitos nos estudos, pois o professor de História aproveitava para solicitar a apresentação de algumas coisas sobre os autores e suas biografias. Ou seja, usava os temas sugeridos nas frases.

Desde aquele tempo separei um Caderno Escolar e fui colecionando notas que mereciam ser divulgadas, iniciativa que o professor Feitosa, muito apreciou e fiz com que as apresentássemos para os colegas antes de cada aula.

Maria Bartoloméia, cujo apelido era “Maria Sapeca”, aluna inteligente e preparada, criou um modelo de escrever no quadro uma daquelas frases, de forma que a aula começava com divulgação das frases para todos, surgindo os comentários. O processo dava novos contornos não só às aulas de História mas também, às de Português.

Uma delas, copiada de u’a manchete de jornal recente, foi divulgada para sugerir uma incógnita, despertando dúvida. E a indagação era saber se a frase estava certa ou errada, a fim de motivar nossas inteligências.

“Navio brasileiro entrava no porto navio alemão”

 

Quase ninguém acertou e ficamos embatucados até que o Prof. Lucídio explicou que o verbo entravar, no caso, era interromper e não entrar. Portanto, a frase estava certíssima.

Todavia, nem sempre eram apresentações filosóficas; pois incluía também adágios, provérbios e ditos populares, alguns dos quais pitorescos e até irreverentes.

O fato chegou a chamar a atenção do prof. Augusto Wanderley Filho, diretor do Colégio Moderno, que estimulado pelo professor Feitosa foi visitar nossa classe, a fim de cumprimentar os alunos pela iniciativa e anunciar que pretendia estende-la às outras classes.

Justamente fora um dia em que “Maria Sapeca” havia chegado mais cedo para escrever na lousa essa aberração:

“Quem muito se abaixa o furico aparece!”

Os alunos que foram chegando entraram na risadaria geral, situação somente regularizada ao chegar inesperadamente o Diretor, que felizmente sem olhar para a lousa nem notou que ali estava escrito um adágio impróprio para o momento.

Enquanto ele falava sobre as boas iniciativas dos alunos e dava exemplos sobre o que se poderia acrescentar ao currículo escolar, o colega Vilmar, com extremo bom senso e agilidade, foi ao quadro, apagou a frase de “Maria Sapeca” e escreveu esta:

“Temos a honra de receber o Diretor do Colégio.”

Salvou a pátria.

Anos depois, estudante da Faculdade de Ciências Econômicas de Pernambuco, observei que o Prof. Isamar Pancrácio Fontes gostava de escrever frases importantes, no quadro, de forma que a gente iniciava a aula fixando a mente no que ali estava escrito.

Por motivo das frases havia perguntas e uma delas surgiu sobre a III Guerra Mundial, que era a grande preocupação mundial em 1955. Izamar respondeu que a partir daquele ano somente veríamos as chamadas Guerras Protetorais; isto é, embates entre países menores, protetorados e principados, embora constantemente. E é isto que estamos vendo.

Uma dessas frases do professor que bem se molda ao momento atual e jamais esqueci:

“A democracia controlada liberta; descontrolada escraviza.”

Certa feita, Luiz Vespaziano, um dos alunos tomou a iniciativa de se apropriar da ideia escrevendo esta maravilha do poeta indiano Rabindranat Tagore:

“Sem a mulher, na criação, no desenvolvimento e no desfecho final dos acontecimentos o mundo seria um livro cujas páginas estariam escritas de um lado só”. Quando o professor comentou o tema o aluno foi aplaudido.

Concluído meu ciclo escolar não perdi o hábito de colecionar adágios, provérbios, filosofias e frases pitorescas, agora facilitado pelas Redes Sociais, onde posso captar muitas notas engraçadas, embora não tenha conhecimento sobre quem são seus autores, por isso as publico sob aspas. Vejamos:

“Se você é uma dessas pessoas que vivem dizendo não tem sorte, quando estiver vislumbrando a luz no fim do túnel… corra, pois é um trem.”

“Primeiro disseram que o vírus não chega a 1 metro, depois 4 metros e agora flutua no ar. Daqui a pouco a Globo vai dizer que ele está nos chamando no portão.”

“Depois da pandemia minha vida como idoso ficou cheia de domingos”.

“Estava tudo indo bem no nosso relacionamento, até a gente ver que a comida não ia se fazer sozinha.”

“O amor não é aquilo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente. O nome disso é gastrite. O amor é outra coisa.”

“Não é porque eu me envolvo com uma pessoa diferente por semana, que eu não tenho sentimentos. Eu tenho tantos, que até as espalho.”

“Um panda come durante 12 horas por dia. Uma pessoa na quarentena come igual a um panda. Por isso se chama pandemia.”

“Quando você está em um lugar pensando em outro lugar, você não está em lugar nenhum.”

“Final de semana perfeito: dormir, dormir, acordar para ir ao banheiro e comer algo, dormir, redormir, em seguida dormir de novo e assim que der mudar de posição na cama para voltar a dormir novamente.”

“O transporte da minha cidade é tão precário, que o meteoro passou antes do ônibus e eu fui nele mesmo.”

“A maior prova que existe vida inteligente em outros planetas é que eles ainda não entraram em contato conosco…”

Dizem que os ursos panda comem durante 12 horas por dia. Por isso que se chama a praga do vírus Covid-19 de: pandemia.

“Se algum dia eu for bem rico, não vou querer ver meus amigos passando dificuldades. Vou embora para bem longe.”

“Criança de hoje ganha celular, tablet e vídeo game. Na minha época, eu ganhava uma sandália havaiana e quando levava uma surra era com o próprio presente.”

E finalizando, essa gracinha remetida de Campina Grande:

“Quem não pode defecar bebe garapa.”


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